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Durante muitos anos as redes SDH vinham dominando a Os sistemas tradicionais de dados e voz operam utilizando a
rede de transporte de dados, porém com a evolução da frequência e o tempo como parâmetro de transmissão, já o
tecnologia e a demanda crescente por capacidade de sistema DWDM possui um sistema de transmissão baseado em
transmissão e modularidade na utilização de interfaces de comprimento de onda eletromagnética representado por (λ) e
comunicação, surgiram e vem sendo amplamente utilizadas trabalha na faixa de espectro de luz infravermelha variando de
redes modernas e de alta capacidade, como redes DWDM 800nm a 1700nm, como pode ser verificado na Figura 1. [10]
(Dense Wavelength Division Multiplexing), OTN (Optical
Transport Network) e PTN, POTs (Packet Optical Converged
Transport) e SDN (Software Defined Networking).
O objetivo deste trabalho é demonstrar como integrar essas
novas tecnologias às redes legadas existentes SDH e PDH, que
estão obsoletas, avaliando as vantagens e os riscos envolvidos.
Figura 10 – Configuração e Operação em rede legada e em redes de transporte Transporte SDN ou SDTN (Software Defined Transport
óptica de pacotes. [01] Networking) é um subconjunto de funções de arquitetura SDN
que compreende os componentes de arquitetura SDN
VII. SDN (REDES DEFINIDAS POR SOFTWARE) relevantes - o plano de dados, planos de controle e
gerenciamento. O objetivo da aplicação de SDN para redes de
A crescente demanda por redes de telecomunicações que transporte é: [01]
podem oferecer, de maneira flexível, tráfego de grande • Fornecer suporte aprimorado para controle de conexão em
capacidade para as necessidades de negócios em constante redes de transporte de vários domínios, multitecnologia,
mudança, a um custo fixo ou reduzido, resultou na necessidade multicamadas e de vários fornecedores, incluindo virtualização
de uma nova tecnologia de rede. O conceito de rede definida de rede e otimização de rede;
por software (SDN) é baseado em uma rede tão flexível que é • Possibilita o controle de conectividade independente de
programável por software e pode virtualmente criar qualquer tecnologia e as funções de suporte necessárias em redes de
função de rede de forma flexível sob demanda. Os principais transporte multicamadas, facilitando a otimização em camadas
pontos da arquitetura SDN incluem: de circuitos e pacotes;
• Controle de rede centralizado • Suportar a capacidade de implantar aplicativos de terceiros.
• Desacoplamento dos planos de controle e dados
• Abstração da infraestrutura de rede subjacente para os A ITU-T e outras organizações de padronização estão
aplicativos agora procedendo com o desenvolvimento da padronização
• Conexão de interface aberta dos componentes da SDTN.
infraestrutura de rede de vários fornecedores, como “fluxo
aberto”. VIII. CONCLUSÃO
As redes SDNs foram desenvolvidas para aplicativos
corporativos e instaladas com sucesso em redes de data center Diante dos temas abordados neste trabalho e a explanação
para acomodar o rápido aumento do tráfego de dados para de diversas tecnologias legadas como SDH e PDH, suas
serviços em nuvem. características e usabilidade nas redes atuais, é possível notar a
Um problema em implantar essa tecnologia SDN em uma real necessidade de evolução da tecnologia atual empregada,
rede de operadoras de telecomunicações é a diferença na assim como do protocolo TDM, pois a demanda que é gerada
escala da rede, incluindo o número de nós, de links e a nos dias de hoje pelos usuários, empresas e operadoras, já não
distância entre os componentes da rede, outra é a migração da é suportada pela infraestrutura implantada legada atual, sendo
configuração de rede atual para uma rede baseada em SDN. necessário uma evolução no processo de transporte dos dados.
Uma rede baseada em IP/MPLS possui um plano de A demanda por alto tráfego de dados impulsiona migração
controle distribuído que controla as camadas IP, MPLS e desta rede legada para novas tecnologias que é um grande
MPLS-TP e contribui com sucesso para a operação da rede IP desafio para as empresas e fornecedores, pois dependem de
através de seus recursos de engenharia de tráfego e muitos uma interoperabilidade de novos equipamentos e protocolos
outros recursos. No entanto, a integração do plano de controle com os existentes, que por muitas vezes não possuem módulos
e plano de dados depende fortemente das especificações do sobressalentes para recomposição dos sistemas. Outro ponto a
fornecedor e pode dificultar a implantação da tecnologia SDN, se observar é a dificuldade de gerenciamento na unificação de
redes legadas com novas tecnologias, causando assim diversos [11] Multiservice Platform, disponível na Internet:
http://new.abb.com/network-management/communication-
sistemas de gerenciamento para se obter um resultado networks/optical-networks/fox615, 2018
otimizado na configuração. [12] Canalização PDH/SDH disponível na internet:
Com a disponibilidade de equipamentos com matrizes http://www.teleco.com.br/canalizacaopdh.asp, 2018
híbridas, o problema da migração é amenizado, pois em um [13] ITU-T Recommendation G8118.1 “Architecture of the Multi-Protocol
Label Switching transport profile layer network”
primeiro momento poderá ser utilizado a matriz TDM e [14] Converged Transport disponível na Internet:
posteriormente de forma mais suave a migração poderá ser https://www.cisco.com/c/en/us/products/collateral/routers/carrier-
realizada através da matriz MPLS-TP que conforme abordado routing-system/white_paper_c11-728242.html, 2018
[15] ITU-T Recommendation G 652 “Characteristics of a single-mode
neste trabalho, poderá atender a demanda TDM através do optical fibre and cable”
perfil de transporte característico do protocolo assim como o
tráfego ethernet.
As redes POTs que integram MPLS, OTN e WDM em uma Roberto César da Silva¹ nasceu em Governador Valadares, MG, em 03 de
mesma camada convergente é a grande solução para as redes fevereiro de 1982. Possui os títulos: Técnico em Telecomunicações (ETE
atuais e está sendo utilizada para atender e integrar redes Getúlio Vargas, 2002), Engenheiro Eletricista (Universidade São Judas
Tadeu, 2014). Desde o ano de 2017 atua como Engenheiro de
legadas sem causar grande impacto no upgrade do sistema. Telecomunicações na empresa ISA CTEEP, Companhia de Transmissão de
O grande desafio é quebrar o paradigma de empresas do Energia Elétrica Paulista na área de projetos de telecomunicações para
setor de utilities, transporte, petróleo e gás no que tange a operação de subestações de energia elétrica remotamente, atuando com
segurança da informação, por possuírem comunicação em diversas tecnologias como rádio enlaces, redes SDH, PDH, DWDM e Metro
Ethernet. Possui experiência atuando em operadoras de telecomunicações
grande parte através de canais dedicados TDM, a aceitarem desde a formação técnica em 2002, trabalhando majoritariamente em sistemas
uma migração para outros protocolos como MPLS-TP, que de transporte de dados e voz.
apesar das melhorias para atender ao perfil de transporte, se
tornam expostos a problemas de segurança cibernética e por André Luís da Rocha Abbade² Mestre em Telecomunicações pelo Inatel em
2008. Em 1990 e 2002, obteve respectivamente os títulos de Engenheiro
essa exposição causam certa resistência em serem utilizadas Eletricista e Especialista em Engenharia de Redes e Sistemas de
para segmentos específicos. Telecomunicações pelo Inatel. Em 2012 concluiu o curso de Pós-Graduação
É notável a preocupação dos fabricantes quanto ao tema em em Gestão Empresarial pela FGV. Atuou como engenheiro da Telemig/Oi no
período de 1994 a 2001, ocupando diversos cargos nas áreas de engenharia de
questão, pois disponibilizam módulos específicos em seus provisionamento de redes até 1998 e de operação e manutenção de rede de
equipamentos híbridos para tratar problemas de ataques, como acesso e de transporte até 2001. É Prof. no Inatel desde 1999, tendo
criptografia de dados e monitoramento de ameaças através de ministrado as disciplinas “Técnicas de Atendimento a Terminais”,
“Comunicações Ópticas”, “Empreendedorismo e Inovação”; “Engenharia
sistemas de logs de monitoramento e se mostram como Econômica” e “Matemática Financeira”. Atualmente ocupa também os cargos
alternativa para atender as demandas atuais e ao mesmo tempo de: Coordenador do curso de Engenharia de Produção, Coordenador do
proporcionar uma infraestrutura preparada para receber a MBA, Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de
Telecomunicações e Gerente de Educação Continuada no Inatel Competence
tecnologia mais proeminente que vem se apresentando para um
Center. Sócio fundador da empresa V2Tech Soluções de Monitoramento e
futuro próximo, as redes SDN. Rastreamento Veicular. Principais áreas de atuação: Comunicações Ópticas e
Empreendedorismo.
REFERÊNCIAS
[1] Asia-pacific telecommunity 2nd APT/ITU Conformance and
Interoperability Workshop (C&I-2) Document: C&I-2/ INP-09 26,
Bangkok, Thailand; 2014.
[2] Cisco Systems, Inc., Introduction to DWDM Technology, San Jose, CA,
2000
[3] Goff, David R. Fiber Optic Reference Guide, 2nd edition. Boston: Focal
Press; 1999.
[4] Rochol, Juergen. Comunicação de dados. Porto Alegre: Bookman, 2012.
[5] Redes PDH e SDH Disponível na internet:
http://www.sj.ifsc.edu.br/~fabiosouza/SDHSlides.pdf, 2018.
[6] Redes de Transporte: Packet Transport Networks, disponível na internet:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialredetransp/pagina_4.asp, 2018
[7] Evolução das Redes de Transporte: Packet Transport Networks e MPLS-
TP disponível na Internet:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialredetransp/pagina_5.asp,2018.
[8] Dutton, Harry J. R. Understanding Optical Communications. Research
Triangle Park: IBM Corporation; 1998.
[9] Packet/Optical Convergence disponível na Internet:
https://www.infinera.com/wp-content/uploads/2015/07/2013-Infinera-
LRPOT-
Architecture_Choices_for_theNext_Generation_100G_Core.pdf , 2018
[10] Sistemas DWDM disponível na internet:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialsdwdm/pagina_1.asp, 2018