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MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE REDES 

122 minutos

 Aula 1 - Princípios da Implementação e modelagem de projetos

 Aula 2 - Documentação do projeto de rede

 Aula 3 - Testes de Qos e segurança em tráfego de rede

 Aula 4 - Avaliação e finalização do projeto de redes

 Referências

Aula 1

PRINCÍPIOS DA IMPLEMENTAÇÃO E MODELAGEM DE


PROJETOS
Um projeto de redes pode ser definido como um processo único que é segmentado em várias
atividades e etapas, devidamente sincronizadas e controladas por diferentes áreas, em que cada
uma fornece uma visão para as operações envolvidas.

29 minutos

INTRODUÇÃO

Com a necessidade de comunicação e a forma como a tecnologia entrega inovações para o negócio, a área de
tecnologia foi se tornando cada vez mais importante, expandindo as possibilidades de interconexão entre os
dispositivos e pessoas, principalmente para a internet por meio de projetos de rede.

Dessa forma, o uso dos computadores se tornou imprescindível para a sociedade e para as organizações de
todos os portes, dando origem aos diversos tipos de redes. Além disso, a forma como um data center pode

permitir o uso de recursos tecnológico, aprimorando os processos para atender a demanda de transmissão de
dados, foi sendo aperfeiçoada e otimizada por meio do uso de hardware, software e sistemas computacionais.

Nesta unidade, introduziremos o conceito de projeto de rede e sua implementação descrevendo e identificando
as necessidades e resultados que uma organização busca para melhorar os seus processos. Será possível

analisar como processos importantes que envolvem o levantamento e a avaliação de requisitos e a modelagem
de um projeto podem ser conduzidos, principalmente para garantir uma implementação de projeto bem-

sucedida. Vamos lá?!

ASPECTOS INICIAIS DA MODELAGEM E IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS

Um projeto de redes pode ser definido como um processo único que é segmentado em várias atividades e

etapas, devidamente sincronizadas e controladas por diferentes áreas, em que cada uma fornece uma visão
para as operações envolvidas.

Podemos definir um projeto de rede como um estudo ou plano detalhado destinado à implementação de uma

rede cujo objetivo principal é atender às necessidades de um grupo de pessoas ou organizações e ser
executado com o objetivo de compartilhar recursos, informações e negócio.

Além disso, a comunicação entre as partes envolvidas é primordial, pois qualquer falha no processo pode levar
a danos ou problemas que afetam os resultados esperados para um projeto novo ou existente, em que

melhorias devem ser aplicadas.

De acordo com Silva (2020), os projetos de rede, independentemente de seu escopo, topologia e métodos

utilizados para atender às necessidades do negócio, permitem agregar facilidades a diversas atividades e, até
mesmo, reduzir o tempo de desenvolvimento e colocação no mercado. Em suma, os produtos ou serviços

trazem benefícios e igualdade de competitividade entre as organizações, tornando cada vez mais evidente a
necessidade de se conectar diversas organizações que, frequentemente, estão geograficamente distantes. Nas
palavras de Kurose e Ross (2006), isso traz mais facilidade para as organizações na gerência dos projetos,

permitindo um acesso mais amplo aos recursos por parte do seu público-alvo. Um exemplo de implementação
de projeto pode ser visto na Figura 1.
Figura 1 | Estrutura de implementação de um projeto de redes

Fonte: Malima (2004, [s. p.]).

Note que todos os componentes precisam estar estruturados, considerando as entregas que a rede deve
representar; além disso, diversos serviços fazem parte de um projeto e os dispositivos precisam estar

conectados entre si, seja por meio de cabeamento estruturado, seja rede sem fio ou, até mesmo, a partir da
Internet, para casos de servidores e aplicações mantidos fora da rede, como na nuvem.

Para garantir que os aspectos iniciais do projeto e sua implementação sejam avaliados adequadamente, o
planejamento deve ser considerado o passo mais importante, pois ele define as informações e aplicações que

serão transmitidas pela rede para determinar o escopo do projeto e como será o desenvolvimento do projeto
entre os desenvolvedores, clientes, usuários e, até mesmo, fornecedores. 

Outra decisão importante a ser tomada envolve documentar qualquer impacto e risco que possa prejudicar o
negócio em relação às tecnologias utilizadas, traçando as operações mais importantes, as aplicações críticas (e

seu nível de criticidade) e as medidas que podem ser adotadas para se prevenir ou contornar problemas no
decorrer do projeto.

Ao planejar um projeto de rede, é imprescindível coletar, também, informações que possam determinar o custo
e o tempo relacionado a cada uma das etapas, definir o tempo que a rede pode ficar indisponível sem sofrer

grandes danos e documentar ações para eventos que envolvam inatividade da rede, determinando quando o
período é aceitável para não prejudicar o negócio.

ADEQUAÇÃO DO PROJETO: LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO

O próximo passo para iniciar um projeto de rede é realizar um levantamento de necessidades e entender as
etapas envolvidas no gerenciamento de rede. Além de ter conhecimentos específicos para entender as
necessidades do cliente, você pode escolher a melhor configuração de topologia e como alocar a rede
necessária durante o processo de implantação dos recursos de infraestrutura.

No entanto, somente o levantamento de requisitos não é definitivo, deve ocorrer uma análise minuciosa e de

conhecimento do cliente, responsável pela aprovação final, porque, considerando o objetivo do negócio, é
necessário decidir a necessidade de implementar soluções de interconexão entre redes, acesso remoto,
configuração de uma rede WAN (Wide Area Network – Rede de Longa distância), entre outras tecnologias.

Sendo assim, os requisitos técnicos devem ser analisados levando-se em consideração todas as aplicações que

precisam rodar na rede, definindo prioridades e como os recursos de desempenho, segurança e


armazenamento devem estar alocados para cada uma delas.

Diversos aspectos podem ser considerados em relação à análise de requisitos, e um ponto importante é a
segurança, que deve ser prioridade em um projeto de rede:

• Definir políticas de segurança envolvendo os recursos de firewall, VPN (Virtual Private Network ou Rede Virtual
privada), proxy, filtragem de pacotes e recursos que envolvam tanto a estrutura física como lógica.

• Implementar aplicações que garantam facilidade de acesso aos usuários com baixa complexidade.

• Implementar requisitos que facilitem o gerenciamento, para que, mesmo com o conhecimento técnico que

possui, o administrador seja capaz de controlar e configurar os recursos de maneira simples e centralizada.

• Analisar as limitações da rede, caso o projeto trate de uma infraestrutura de TI já existente.

Todas as definições devem ser realizadas levando-se em consideração o crescimento da rede sem que os

processos se tornem engessados, influenciando, negativamente, na forma como os serviços serão utilizados. É
preciso que a infraestrutura esteja preparada para atender a demandas variáveis, sempre que necessário.
Em relação à adequação da rede e as características da rede existente, Malina (2004) afirma que o projeto deve
ser considerado em dois segmentos:

• Projeto lógico: são analisadas características da topologia de rede, o plano de endereçamento, protocolos a

serem aplicados na rede, entre outras configurações que fazem parte da comunicação da rede e qualquer
outros que envolvam a autenticação e segurança da rede. É importante listar todos os mecanismos, software,

hardware de segurança recomendados considerando os processos críticos da rede e o nível de privacidade


adequado.

• Projeto físico: devem ser examinadas especificações técnicas, informações de funcionamento e qualquer

outro dado importante que envolva os componentes, dispositivos, hardware e demais equipamentos da rede.

Preparar a infraestrutura para um projeto de rede é uma tarefa complexa, pelo fato de que envolve uma série

de configurações, implementações, gerenciamento de recursos, contratos e equipe. Manter alinhados os


processos de planejamento e organização é fundamental para todas as etapas sincronizadas, portanto,

entender os conceitos que afetam a estrutura da rede nem sempre deve ser responsabilidade de uma pessoa, é

melhor envolver especialistas e profissionais de diferentes áreas e perspectivas e ser responsável pelo processo
específico.

ESCOPO E MÉTRICA DO PROJETO

Definir o escopo do projeto e a ordem de execução das atividades, assim como stakeholders (partes
interessadas na gestão do projeto), significa estabelecer responsáveis, interessados e executores de cada

atividade, recursos que serão utilizados e suas características. O gerenciamento de um projeto é baseado em

processos, e, além do escopo, existem outras métricas que precisam de atenção: custo e tempo, conforme
podemos ver no triângulo de gerenciamento de projetos proposto por Harold Kerzner (Figura 2). 

O triângulo do projeto, de acordo com Microsoft (2019), é um símbolo muito importante para representar o
gerenciamento de projetos e a importância de um escopo bem definido. 

Figura 2 | Triângulo do gerenciamento de projetos

Fonte: adaptada de Microsoft (2019).

• O escopo define as funcionalidades a serem entregues, priorizando as funcionalidades e requisitos atribuídos


na etapa de planejamento. Mesmo que todas as tarefas sejam importantes, é necessário definir uma ordem de

criticidade, já que não é possível executar todas as tarefas ao mesmo tempo.

• O tempo deve ser bem controlado no gerenciamento de um projeto, isso deve incluir as janelas de mudanças
e correções, oportunidades de melhoria e entrega.

• O custo descreve todos os itens, componentes e pessoas necessárias para que a execução de um projeto seja

possível. Quando o assunto é investimento, o recurso é tudo aquilo que diz respeito à contratação da equipe,
alocação de equipamentos, salas para alocar esses recursos, espaço físico para atuação da equipe contratada,

entre outros.

• Todas essas métricas juntas têm como objetivo a qualidade do projeto, que é representada de forma variável ​

em um projeto de redes, já que considera todos os recursos envolvidos no projeto, alinhamento dos objetivos,

novas necessidades e o desempenho das aplicações.

Já que estamos falando das necessidades do projeto, é necessário considerar que cada projeto precisa respeitar

diferentes parâmetros, que devem ser medidos para garantir a qualidade dos serviços, e alguns deles podem

ser vistos no Quadro 1.

Quadro 1 | Parâmetros a serem medidos em um projeto de rede

Parâmetro Informações relevantes


Geralmente, medido em bits, para que se possa

Largura de banda prever a capacidade de transporte do meio na rede de

computadores.

Define o uso de recursos como memória,

Utilização dos recursos processamento e espaço em disco, informando a % de


utilização de cada um deles.

Acompanha a transferência de dados considerando a


Vazão
% de erros e de sucesso na transmissão de dados.

Mede a capacidade da rede em suportar o maior

Carga número possível de equipamentos enviando e

recebendo dados ao mesmo tempo.

Nem todo o tráfego de rede é 100% utilizado de

maneira adequada, a precisão mede o quanto o


Precisão
tráfego foi efetivamente utilizado, considerando os

pacotes perdidos e corrompidos.

Considera o quanto a rede está sendo eficiente para


Eficiência
dar vazão aos dados sem alcançar o gargalo.

Pode ser definida como o atraso na transmissão de

Latência e variação de latência um pacote na rede, considerando a ida e a volta do


pacote entre o usuário e o servidor e vice-versa.

Parâmetro mais crítico na visão dos usuários,


representando o tempo que a aplicação demora para

Tempo de resposta retornar as suas ações. O usuário busca desempenho

imediato quando utiliza qualquer aplicação essencial


para suas atividades na rede.

Fonte: adaptado de Kurose; Ross, 2013.

Portanto, pode-se notar que todas as restrições, objetivos de negócios (métricas a serem atendidas) e requisitos
técnicos estão interligados, mesmo um projeto pequeno envolve vários componentes trabalhando juntos e deve

estar perfeitamente alinhado para atender aos requisitos e atingir o objetivo final.

Os projetos envolvem a integração de áreas, pessoas, recursos e processos, portanto, sua estrutura deve ser
claramente definida para que a infraestrutura atenda às expectativas da organização, usuários e stakeholders

(interessados no projeto). Atualmente, disseminar serviços e ampla conectividade na internet para manter as
informações centralizadas, permitindo o acesso de qualquer lugar do mundo, exige um projeto bem

estruturado, para que todas as fases, prazos e requisitos mínimos sejam considerados para se garantir o

sucesso da operação. Isso é básico.

VIDEOAULA

Neste vídeo você vai ver como devem ser definidos os aspectos iniciais de um projeto de redes,

compreendendo a importância de se definir adequadamente um escopo e alinhar os requisitos mínimos para


atender aos usuários e serviços da rede, antes mesmo de iniciar o projeto de implementação. O planejamento é
uma etapa importante, assim como a avaliação de viabilidade do projeto.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
SCHULTZ. K. C. Implementação e análise de uma estrutura de rede, contemplando gerenciamento,

qualidade de serviços e segurança. 2013. Monografia (Graduação em Sistemas de Informação) –


Departamento Acadêmico de Informática, Universidade Tecnológica Federal do paraná, Curitiba, 2013.

O artigo traz uma análise prática sobre o que deve ser considerado na implementação de um projeto de
redes, o planejamento adequado, as diretivas de qualidade, os processos de instalação, a manutenção e o

suporte na rede.
Aula 2

DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO DE REDE


Entender as características da rede e planejar adequadamente os recursos necessários são os
primeiros passos para a implantação de um projeto, mas para o sucesso operacional, existem
processos importantes que devem ser considerados, como uma visão ampla do projeto, sua
incapacidade e o que o levará aos seus objetivos.

30 minutos

INTRODUÇÃO

Um projeto envolve a integração de áreas, pessoas, recursos e processos, sendo assim, sua estrutura deve ser
bem definida, para que a infraestrutura esteja em conformidade com as expectativas da organização, usuários e
envolvidos. 

Para que isso seja possível, é necessário um bom planejamento, levantamento de necessidades, documentação
de processos e uso de metodologias adequadas. Todo profissional que atua com redes de computadores

precisa ter conhecimento técnico, bem como compreender como um projeto deve ser organizado, para, assim,
ser capaz de conduzir não somente problemas operacionais mas também questões voltadas para a forma como
o negócio pode ser beneficiado pela tecnologia. Por isso, é necessário conhecer todas as etapas de um processo

e como cada uma delas precisa ser conduzida.

Vamos lá?

RESUMO E OBJETIVOS DO PROJETO

Entender as características da rede e planejar adequadamente os recursos necessários são os primeiros passos
para a implantação de um projeto, mas para o sucesso operacional, existem processos importantes que devem

ser considerados, como uma visão ampla do projeto, sua incapacidade e o que o levará aos seus objetivos.
Todos esses recursos devem ser devidamente documentados e utilizados como base para todas as fases de
implementação.

Dois dos principais itens de uma documentação de projeto de redes são: o resumo e os objetivos, que precisam

ser definidos antes que a implementação seja iniciada, sendo assim, o resumo executivo deve ser pensado para
trazer uma visão ampla, sem que haja a necessidade de ler a documentação completa, por isso, trata-se,
basicamente, de um documento que resume os principais pontos do projeto e a forma como foram
confeccionados o desenho e a topologia da rede, assim, a equipe pode ser devidamente orientada para tomar

decisões importantes que afetam a continuidade do projeto, seja um projeto novo, seja um projeto existente,
que deve ser melhorado. No entanto, o resumo é focado em projetos de nível de negócios e não em recursos
técnicos.

Para criar resumo executivo de acordo com Ang (2022), é necessário considerar algumas boas práticas, como:

• Resumir os pontos mais importantes em uma única página.

• Incluir orientações para tomada de decisões e para que os stakeholders possam dar continuidade ao projeto e
suas melhorias.

• Apresentar e convencer sobre as vantagens do projeto de rede em relação ao negócio.

• Evitar a citação de aspectos técnicos, pois esse não é o objetivo do resumo.

Da mesma forma, para definir os objetivos, também é necessário levar alguns fatores em consideração. Nessa
etapa, o objetivo deve ser definido tanto do ponto de vista do negócio como considerando os aspectos técnicos
que interessam para quem irá atuar no projeto.  Deve ser uma seção de parágrafo único, curto e preciso.

Para projetos novos, deve ficar clara a importância da iniciação do projeto para a organização; já para
adaptação de uma rede existente, é importante pontuar as alterações que serão realizadas. Um exemplo de

como o objetivo de um projeto pode ser confeccionado pode ser o seguinte: esse projeto pretende possibilitar a
criação de um modelo de rede de comunicação de dados entre a nova filial da Matriz da organização XYZ por
meio do uso de tecnologias padrões do mercado como soluções de VPN, firewall e roteamento, considerando,

principalmente, a relação custo-benefício, aspectos de segurança e futuros eventos de crescimento da rede.


Além de definir os objetivos do projeto, Pinheiro (2007) afirma que a geração de relatórios auxilia a gestão do
projeto, como suporte ao monitoramento do projeto, não só para monitorar efetivamente os dados públicos na
rede mas também para apontar eventuais divergências antes que se tornem críticas ou mesmo planejar antes

do evento poder comprometer o projeto.

Ao iniciar um projeto, os gestores devem ser capazes de identificar as ferramentas e desenvolver as habilidades

necessárias para enfrentar os momentos críticos, riscos e falhas nas operações do projeto para poder resolver
os problemas com rapidez e motivar os envolvidos na produtividade e controle de impactos negativos e seus
resultados, mas acima de tudo, devem definir como todos os processos serão conduzidos e quais resultados

serão alcançados.

METODOLOGIA TOP-DOWN

A abordagem do projeto pode ser resumida como um modelo metódico, levando-se em consideração que tudo

deve ocorrer a partir de uma estrutura que permita à organização executar suas tarefas em sequência. Dessa
forma, podemos concluir que a metodologia é importante para o gerenciamento de projetos em qualquer
situação, ainda mais quando se fala de projetos complexos. Além disso, em alguns cenários, múltiplos projetos

são executados de forma simultânea, mas necessitam de diferentes recursos para ser gerenciados.

As metodologias podem ser classificadas em três principais tipos, de acordo com Espinha (2020):

• Tradicional: são as metodologias mais simples, geralmente, aplicadas com a finalidade de garantir que todo o
planejamento seja finalizado antes de sua execução ser iniciada.

• Ágil: nesse caso, o projeto pode ser adaptado e modificado durante toda a sua execução, suas características

são variáveis e a forma como a demanda é atendida pode ser alterada sempre que necessário.

• Híbrida: metodologias tradicionais e ágeis são combinadas, sendo assim, pode-se utilizar uma metodologia

tradicional e uma ágil, buscando maiores possibilidades.

O uso inadequado de metodologias pode afetar drasticamente o gerenciamento do projeto, o que acaba

fazendo com que o projeto seja interrompido devido às limitações que surgem pela falta de organização e
informações suficientes para manter a programação (PINHEIRO, 2007). Em vista disso, uma metodologia
bastante adotada é a abordagem top-down, a qual Kurose e Ross (2013) aponta como sendo um método capaz

de evidenciar a arquitetura de rede, tanto com base em sua funcionalidade lógica como física. As etapas
definidas na metodologia top-down podem ser vistas na Figura 1.

Figura 1 | Metodologia Top-down

Fonte: adaptada de Oppenheimer (2010). 

Podemos dizer que mesmo o levantamento de requisitos sendo uma etapa importante do projeto, é necessário
estar ciente de que novos requisitos e necessidades podem ser identificados no decorrer do projeto, assim
como todas as outras etapas ilustradas podem sofrer variações, por isso, o uso dessa metodologia é bastante

útil para garantir que isso seja possível.

A metodologia Top-Down define regras e, por meio delas, o que é necessário planejar para resolver problemas,

sejam eles operacionais, sejam gerenciais, prezando pela análise da hierarquia da organização, iniciando do
topo, desde os níveis de gerência até chegar nos níveis operacionais. Conforme o projeto vai sendo executado, a
metodologia top-down vai avançando, mantendo a equipe atualizada sobre as novas necessidades da rede a ser

criada. Dessa forma, existe um processo sistemático no qual a rede é criada mantendo o foco em serviços e
aplicações, porém sem deixar de determinar os objetivos de negócios e tecnologias que serão importantes para
a organização futuramente.
Geralmente, um projeto é definido de forma ampla, considerando as regras estabelecidas com o cliente como
prioridade, dando atenção ao que se busca com a implementação, mapeando problemas existentes na rede

atual, caso exista, e pontuando quais serão os testes realizados, a forma como a documentação será criada e
mantida e no decorrer da implantação.

De acordo com Silva (2020), a metodologia top-down é baseada no modelo de referência OSI. A abordagem top-
down é um método de suporte ao mapeamento de requisitos por meio de um sistema e processo iterativo,
identificando o contexto do solicitante de inserção e descrevendo os pontos que motivam o projeto. Além disso,

mesmo os problemas técnicos que foram observados inicialmente são resolvidos, trazendo mais confiabilidade.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Como sabemos, o cronograma é um recurso muito importante para garantir que o projeto seja conduzido

corretamente, é necessário criar um cronograma com base em prazos possíveis de serem alcançados e que não
influenciem nas entregas do projeto. Apesar disso, é necessário ficar atento, pois, além de criar o cronograma
pensando em suas etapas, também é necessário monitorar o andamento do projeto para que seja possível
ajustar qualquer data, caso seja necessário. Dessa maneira, é essencial que se tenha uma previsão da entrega

do projeto, identificando atrasos e solucionando problemas no cronograma (MALINA, 2004). Aliás, também é
preciso se preocupar com as entregas, formalizando o cronograma com os stakeholders (partes interessadas) e
organizando as demandas de acordo com a execução do projeto e distribuição das tarefas.

Uma boa prática é realizar o monitoramento da execução do projeto constantemente; essa tarefa é essencial

para garantir que o projeto esteja aderente ao que foi planejado, revisando sua funcionalidade e tendo visão
sobre ações corretivas necessárias para solucionar qualquer empecilho.

Tudo que for necessário para entregar um produto, serviço ou resultado que envolva a infraestrutura do
projeto deverá estar descrito na documentação, isso inclui informações essenciais, como: descrição do projeto,
limitações identificadas na rede existente ou no projeto novo, objetivos e previsões de entregas. A base de

todos esses fatores envolve a forma como o cronograma inicial foi pensado (SILVA, 2020); parte de um
cronograma inicial de projeto pode ser visto no Quadro 1. 

Quadro 1 | Exemplo de um cronograma inicial

Ação Descrição Prazo

Identificar a melhor Será utilizada a metodologia top-down, que consiste

metodologia a ser em direcionamentos claros para a equipe, 5 dias.


aplicada. responsabilidades e etapas necessárias.

Manter a comunicação Semanalmente, reunir as áreas envolvidas para


Continuamente.
entre os envolvidos. saber se as etapas definidas poderão ser executadas.

Monitorar o andamento do projeto e se as entregas


Definir prazos e
estão ocorrendo corretamente. Em caso de atrasos, 5 dias.
cronograma.
deve-se analisar a causa e resolvê-la.

Setor de infraestrutura: analisará os requisitos

mínimos, como número de conexões simultâneas,


pontos de rede, servidores, pontos de energia, entre 30 dias.
outros aspectos de instalação.

  Setor de compras: cotar os equipamentos de rede e


Simultaneamente ao
recursos computacionais com diferentes
Definir o escopo do anterior.
fornecedores.
projeto.

Setor financeiro: analisar o orçamento e se os gastos Simultaneamente ao

previstos podem ser sustentados pela organização. anterior.

Setor de suporte: sustentar as necessidades dos


Simultaneamente ao
clientes em relação à instalação dos servidores,
anterior.
aplicações e serviços.
Considerar ações planejadas criando um plano de
contingência e de recuperação de desastres. Para
Mitigar os riscos. 10 dias.
analisar a criticidade e probabilidade dos riscos, uma

matriz de riscos deve ser criada.

Aqui, serão realizados os testes necessários na rede.

Realização de testes. Um novo cronograma deve ser criado especialmente 10 dias.


para as rotinas de testes.

Fonte: elaborado pela autora.

Note que é necessário relacionar como o projeto vem sendo conduzido, responsáveis, custos, prazos

estabelecidos, premissas, entre outras informações, bem como é possível que um cronograma macro seja
subdividido em diversos outros para facilitar o gerenciamento do projeto.

Um cronograma precisa ter início, meio e fim, na verdade, o cronograma nada mais é do que uma forma de
organizar os objetivos já definidos antes mesmo que ele tenha sido iniciado, porém descrevendo o período que
deve ser considerado para que cada uma das tarefas seja executada sem causar transtornos em sua entrega

final, até porque, geralmente, o cliente define quando o projeto precisa estar pronto!

Assim como o cronograma efetivo do projeto, os projetos também devem conter cronogramas de testes, para

se analisar os impactos que podem ser causados, evitando que a rede comece a ser utilizada sem que se tenha
garantia de sua funcionalidade e capacidade (SOUSA, 2009).

Dessa forma, devem ser considerados problemas de desempenho e qualquer outro empecilho que possa ser

identificado durante os testes, pensando em uma janela de tempo para que as falhas identificadas sejam

corrigidas. Ao final, os resultados devem ser documentados e as estatísticas devem ser apresentadas aos
interessados.

VIDEOAULA

Neste vídeo você vai ver como tópicos importantes devem ser definidos em projetos de rede, como o projeto

pode ser resumido e os objetivos traçados no planejamento da rede, afinal, é necessário compreender como as

tarefas devem ser organizadas e que um cronograma é a principal ferramenta para isso; além disso, você
reconhecerá a importância de um cronograma e de metodologias que podem ser implementadas para conduzir

um projeto de rede, familiarizando-se com as características da metodologia top-down.  

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Corrêa, T. Como montar um cronograma de projeto. 2021.

O conteúdo aborda como um cronograma deve ser montado e traz conceitos importantes a serem
considerados para isso, definindo as diferenças entre processos e projetos e boas práticas, para garantir

que ele seja útil para o projeto de rede.

Aula 3

TESTES DE QOS E SEGURANÇA EM TRÁFEGO DE REDE


Existem diferentes métricas a serem avaliadas na rede e, geralmente, são as políticas de
segurança que definem o resultado satisfatório sobre cada aplicação e serviço, bem como o seu
comportamento.

27 minutos

INTRODUÇÃO

QoS (Quality of Service – qualidade de serviço) refere-se à capacidade das redes em atingir diferentes
parâmetros de desempenho, como largura de banda, para garantir a qualidade na comunicação entre os

dispositivos em uma infraestrutura de TI. Além disso, QoS lida, também, com o comportamento dos elementos

da rede, avaliando latência, taxa de erro e tempo de atividade, considerando a importância de cada parâmetro
para garantir a funcionalidade da rede. QoS ainda envolve a forma como é mantido o gerenciamento de acessos

e as prioridades de tráfego a partir dos dados que trafegam na rede e seus formatos, avaliando se os requisitos

funcionais ou não funcionais estão sendo cumpridos.

Nesta aula, analisaremos os principais parâmetros medidos por QoS em uma rede de computadores, a

aplicação das políticas de segurança, os recursos importantes de segurança e as características dos firewalls e
da implementação de regras, como class maps e access lists.

INTRODUÇÃO A POLÍTICAS DE QOS: LATÊNCIA, JITTER, THROUGHPUT E PERDA

DE PACOTES

Existem diferentes métricas a serem avaliadas na rede e, geralmente, são as políticas de segurança que definem

o resultado satisfatório sobre cada aplicação e serviço, bem como o seu comportamento.  Uma política de

segurança de redes funciona como um conjunto de normas aplicados a todos os usuários ou a um grupo
específico, com o objetivo de controlar os recursos da infraestrutura de uma organização, visando reduzir

riscos, evitar ameaças e vazamento de informações. 

Para mensurar a qualidade de redes considerando um padrão que permita adaptar a rede às necessidades dos

usuários e serviços, medidas são aplicadas, garantindo que se possa compreender melhor o desempenho de

cada componente. As principais medidas de rede são:

• Latência (retardo): representa o tempo que um pacote leva para ser transferido da sua origem até o destino;

é o período completo considerado para a entrega da mensagem e medido desde o momento do envio do
primeiro bit do emissor. Dentro da latência, existem períodos que correspondem à cada atividade (OHLSEN,

2018):

• Tempo de propagação: caracterizado pelo meio e pela distância que o sinal trafega.

• Tempo de transmissão: tempo necessário para o envio completo de bits do pacote por meio do link de
comunicação (depende da taxa de velocidade do link).

• Tempo de fila: tempo que o pacote aguarda na fila até que possa ser processado.

Retardo de processamento: tempo necessário para que o cabeçalho seja processado e seja realizada a

verificação de erros e o destinatário do pacote.

• Jitter: fator que tem relação direta com a latência, pois representa a medida da variação no atraso dos pacotes

recebidos; ou seja, mede a variação no tempo quanto à chegada dos pacotes de dados, que pode ser causada

por congestionamento da rede ou alterações da rota. De acordo com Forouzan (2006), o Jitter é uma
consequência da latência maior do que a esperada na transmissão de pacotes de dados.

• Throughput: de acordo com Zambasi ([s. d.]), é a partir dessa métrica que o sistema operacional garante que
um determinado número de processos possa ser executado em um período determinado, porém também

podemos definir o throughput como a taxa de transferência utilizada por dispositivos de rede (roteadores,

switches, firewalls). Considerando a métrica como a estatística que representa, sua ligação está relacionada à
transferência mais alta (taxa máxima) definida nas especificações técnicas de um dispositivo, sendo medida em

Mbps (megabits por segundo) ou Gbps (gigabits por segundo). A velocidade de processamento é medida de

forma bruta e desimpedida em um firewall sem serviços ou processos de segurança adicionais ativados, então,
difere-se do

• Taxa de perda de pacotes (PLR, packet loss rate): a perda de pacotes, geralmente, representa uma
consequência de redes que sofrem com todos os problemas mencionados anteriormente, A partir da sua

medição, é possível analisar a proporção entre os pacotes enviados e os pacotes corrompidos ou perdidos

durante a transmissão. Geralmente, aqui, consideramos todos os pacotes que, por algum motivo, não
chegaram ao seu destino, para que a taxa possa ser considerada confiável.

Todos os pontos que envolvem a qualidade de serviços na rede devem ser levados em consideração, por isso,
esses e outros parâmetros devem ser frequentemente medidos e monitorados. Apesar da necessidade de

proteger a rede, implementar regras, dispositivos e soluções adequadas, o desempenho também tem um papel

importante em uma rede de computadores e deve ser preservado.

INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DE REDES - FIREWALL

A segurança da rede é uma das maiores preocupações dos profissionais de TI, e garantir a privacidade dos

dados depende do uso de diferentes dispositivos, entre eles, o firewall. Sua aplicação é feita a partir de um

método de segurança entre redes (hardware ou software) com o objetivo de filtrar o tráfego aplicando regras
predefinidas de entrada e saída (políticas de segurança), visando a manter os princípios básicos de segurança,

como confidencialidade e integridade dos dados que trafegam na rede.

As políticas definem os serviços e o tipo de acesso que pode ser liberado ou bloqueado entre domínios,

definindo se eles são ou não confiáveis, portanto, um firewall pode ser visto como uma implementação baseada

em configurações de rede, sistemas, roteadores, criptografia e autenticação (HUNT, 1998).

Além de tudo, um firewall é um fator importante para a proteção de rede, denominado parede de fogo, por

isolar a rede local principalmente da internet, evitando que os dispositivos alocados na rede estejam expostos a
tráfegos indesejados. Sua arquitetura é projetada, principalmente, para evitar problemas que possam se

espalhar entre os dispositivos e causar prejuízo financeiro, vazamento de dados ou uso indevido de

informações. De forma lógica ou, até mesmo, física, representa uma barreira entre as redes interna e externa.
Um modelo genérico de firewall pode ser visto na Figura 1.

Figura 1 | Arquitetura de firewall

Fonte: Wikipedia.

Quando um firewall é implementado, todos os pacotes passam a ser filtrados por ele, e, além de serem
configurados de acordo com as políticas de segurança, os firewalls podem ser classificados de diferentes formas

(COMER, 2016). Alguns tipos de firewall são:

• Screening router: roteador de triagem: arquitetura simples caracterizada pela presença de um roteador de
triagem de pacotes entre as redes interna e externa que varre somente o que é permitido na rede.

• Dual-homed host: consiste em uma máquina conectada tanto à rede interna quanto à rede externa; por
padrão, sua funcionalidade de roteamento fica desabilitada, o que faz com que os pacotes de uma rede não

sejam roteados diretamente para a outra rede.

• Screened host: a rede interna se encontra conectada à rede externa por meio de um roteador que aplica
recursos de filtros de pacotes.

• Screened subnet: representa uma camada extra de proteção, pois cria uma rede de perímetro, denominada
DMZ (Demilitarized Zone – em português, Zona Desmilitarizada), perímetro seguro em que os servidores e

serviços críticos ficam alocados.

A técnica utilizada por um firewall pode ser denominada firewalking, porque, além de proteger uma rede, o

dispositivo também permite que testes sejam realizados na rede, por meio da varredura de portas,
vulnerabilidades e serviços que possam expor a rede.

A varredura do firewall funciona por meio do envio de pacotes com base nos protocolos de transporte TCP
(Transmission Control Protocol) ou UDP (User Datagram Protocol), por meio de uma mensagem IP TTL (time to

live) que identifica a comunicação com dispositivos da rede por meio de um salto após o firewall.

Dada a frequência dos ataques e diferentes abordagens utilizadas para causar danos às redes existentes, bem

como as técnicas utilizadas para que isso ocorra, a segurança da rede se tornou um tópico central no campo da

segurança da informação. A implementação de medidas de segurança de rede permite que computadores,


usuários e programas executem suas funções em um perímetro de rede seguro.

IMPLEMENTANDO CLASS MAPS E ACCESS LISTS

Uma ACL (Access List Control – Lista de controle de acesso) é uma lista ordenada de instruções que pode conter

informações de permissão ou negação que se aplicam a endereços ou protocolos que precisem ser restritos. As

ACLs são comumente utilizadas para permitir o controle do tráfego nas direções de entrada e saída, e, assim
como os parâmetros de medição são aplicados em QoS para buscar o desempenho, as ACLs, são configuradas

para fornecer segurança para rede, principalmente em termos de autenticação e controle.

Outra informação que deve ser considerada como referência para a criação de uma ACL, de acordo com Deptal

([s. d.]) é o intervalo de portas padrões utilizadas na rede pelos serviços. Os intervalos podem ser vistos no

quadro a seguir.

Quadro 1 | Portas de comunicação


Intervalo de Número de Portas      Grupo de Portas Funcionalidade

Reservadas para serviços e


de 0 a 1023. Portas conhecidas.
aplicativos.

Designadas para processos de


de 1024 a 49151. Portas registradas.
usuários.

Utilizada para conexões iniciadas


de 49152 a 65535. Portas dinâmicas e/ou privadas.
pelo cliente.

Fonte: adaptado de Deptal ([s. d.]).

As ACLs funcionam em duas direções:

• ACLs de entrada: pacotes de entrada são processados antes de serem roteados para a interface de saída.

Uma ACL de entrada será eficiente, porque evitará a sobrecarga no tráfego.

• ACLs de saída: pacotes de entrada são roteados para a interface de saída e, em seguida, processados pela

ACL de saída.

Considerando as características de operações de uma ACLs, a regra pode ser aplicada considerando-se três

diferentes parâmetros (Figura 2):

Figura 2 | Aplicação de ACLs

Fonte: elaborado pela autora.

As ACLs, em geral, são aplicadas em endereços IP e protocolos de camada superior, por isso, são definidas por
informações que definem a rede em que o controle será implementado e quais os fluxos que são confiáveis:

• Endereço IP de origem e destino (rede ou host).

• Tipo de mensagens ICMP.

• Portas de origem e destino TCP/UDP.

Vamos analisar duas linhas básicas de aplicação de ACL em um roteador Cisco, porém é importante

salientarmos que as configurações podem ser aplicadas de diversas formas, considerando o fabricante do
dispositivo:

Router(config)# access-list 100 deny ip any 192.168.30.0 0.0.0.255

Router(config)# access-list 100 permit ip any any

No primeiro comando, a access list é utilizada para bloquear o acesso total da rede 192.168.30.0; já no segundo,

a access list libera o acesso à internet, apontando para qualquer IP ou rede que queira estabelecer

comunicação.

Outro conceito importante aplicado ao uso de listas de controle de acesso são as Class map, que representam a

forma como as políticas são aplicadas para classificar o tráfego na rede. De acordo com a Cisco (2018), é por
meio do mapeamento de classe que as configurações de QoS são aplicadas. Imagine que você precisa definir a

quantidade de banda que será utilizada por cada serviço, considerando, principalmente, a prioridade de cada

um deles. A ACL, então, seria implementada da seguinte forma:

Roteador> enable

Roteador # configure terminal

Roteador (config) # policy-map policy1

Roteador (config-pmap) # class voice-percent

Roteador (config-pmap-c) # priority percent 30

Roteador (config-pmap-c) # exit


Roteador (config-pmap) # class video

Roteador (config-pmap-c) # bandwidth remaining percent 50

Router (config-pmap-c) # exit

Router (config-pmap) # class dados

Router (config-pmap-c) # bandwidth remaining percent 20

Router (config-pmap-c) #end

Nesse exemplo, o comando priority percent é capaz de especificar a porcentagem de 30% da largura de banda

da rede para uso no tráfego VoIP. Aplicamos comando bandwidth remaining para alocar 50% da largura de
banda para streaming e, por último, uma porcentagem de largura de banda de 20% para ser consumida em

outros tipos de aplicações e dados que trafegam na rede.

QoS é, geralmente, aplicada aos roteadores, por isso, as portas de entrada e saída de uma rede devem ser

configuradas adequadamente, para que se possa garantir desempenho e segurança na rede.

VIDEOAULA

Neste vídeo você vai ver quais conceitos importantes devem ser analisados para se manter serviços de
qualidade em uma rede de computadores. Além disso, é possível compreender a importância da

implementação de segurança por meio de firewalls e políticas de segurança. Aplicar recursos de desempenho e

segurança em conjunto traz mais confiabilidade para a comunicação e transmissão de dados.  

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Para compreender como as políticas de segurança são aplicadas na prática, veja exemplos de configuração

de QoS em um dispositivo cisco, considerando seu padrão proprietário.

Cisco. Exemplos de configuração do QoS Cisco Catalyst 3750. 2007.

O conteúdo apresenta a diferença entre as ACLs padrão e estendida e exemplos de aplicação.

SILVA, C. E. de S. L. e. Listas de controle de acesso.

Aula 4

AVALIAÇÃO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE REDES


O desempenho é muito importante em projetos de rede, e, para garantir que as aplicações
funcionem corretamente, existem indicadores-chave de desempenho (KPI – Key Performance
Indicator), que podem ser aplicados como uma forma de validar a conformidade do que está
sendo entregue por meio dos recursos alocados.

29 minutos

INTRODUÇÃO

O sucesso de um projeto de redes não está somente ligado à topologia, recursos mantidos no datacenter e ao
investimento realizado na infraestrutura de TI. Para garantir que tudo funcione corretamente, o controle e o

desempenho são fatores muito importantes. O conceito por trás do gerenciamento de projetos envolve uma

série de habilidades que envolvem não somente o planejamento como a execução e o controle da equipe.
Aplicar métricas de desempenho e métodos de aplicação de performance são princípios definitivos para um

projeto, influenciando, principalmente, no sucesso dos resultados que foram definidos durante o planejamento

do projeto e revisados em todas as fases do projeto.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E ÍNDICES DE PERFORMANCE

O desempenho é muito importante em projetos de rede, e, para garantir que as aplicações funcionem
corretamente, existem indicadores-chave de desempenho (KPI – Key Performance Indicator), que podem ser

aplicados como uma forma de validar a conformidade do que está sendo entregue por meio dos recursos
alocados. Podemos definir como indicadores de desempenho aqueles que mostram o balanço final entre o que
foi planejado e o que foi, de fato, realizado em um determinado período, indicando se as restrições estipuladas

no planejamento do projeto estão sendo cumpridas ou não. Como padrão, em projetos de redes, existem

diversos tipos de KPIs (Figura 1).

Figura 1 | Indicadores de desempenho

Fonte: elaborada pela autora.

Podemos caracterizar o desempenho como um conjunto de medidas adotadas por organizações que precisam

monitorar as ações gerenciais e operacionais de sua rede, serviços e processos que envolvem os componentes
de TI e organizacionais. Além disso, são definidos para quantificar os resultados das ações, por isso, a análise é

realizada com base nas prioridades do projeto.

Vamos analisar como cada um deles pode ser aplicado na avaliação de um projeto de redes, podendo auxiliar

na manutenção preventiva da rede e na aplicação de melhorias no projeto:

• Indicadores de produtividade: podem estar relacionados à produtividade hora/colaborador, hora/máquina.


De acordo com Endeavor (2015), esse indicador está diretamente ligado à forma como os recursos da

organização são alocados, visando à entrega do serviço ou produto.

• Indicadores de qualidade: os indicadores sempre devem estar relacionados entre si; aliás, indicadores de

qualidade e produtividade permitem o acompanhamento do projeto e a garanta de que o que está sendo

executado está alinhado com o resultado esperado. Bernardi (2013) afirma que os indicadores de qualidade
fazem a análise de qualquer erro ou imprevisto durante o andamento de um projeto de rede, permitindo que as

melhorias sejam implementadas sempre que necessário, tanto em relação à topologia de rede como em relação

ao uso de protocolos, à configuração de serviços e a todas as outras etapas que envolvem a infraestrutura de TI
da organização.

• Indicadores de capacidade: eles medem a capacidade de resposta de um processo, e podemos citar como
indicadores de capacidade, a quantidade de produtos que uma máquina consegue embalar durante um

determinado período.

• Indicadores estratégicos: utilizados para que a organização e as equipes possam ser direcionadas aos

objetivos que foram estabelecidos anteriormente, eles indicam e fornecem um comparativo de como está o

cenário atual da empresa com relação ao que deveria ser.

O planejamento é uma etapa importante em uma organização, pois, antes mesmo de se iniciar a

implementação do projeto, é necessário avaliar quais as necessidades da organização e os resultados


esperados. Os indicadores de desempenho devem ser utilizados como boa prática, seja ao se criar uma rede,

seja ao aplicar melhorias em um projeto já existente.

ANÁLISE DAS MÉTRICAS DO PROJETO

Os indicadores são fatores importantes para definir se o projeto está entregando o resultado esperado para
que a organização possa operar com seus serviços e aplicações. Porém, para garantir que o desempenho

necessário seja alcançado, métricas precisam ser definidas. Uma medida de qualidade é uma definição

operacional que descreve, em termos muito específicos, um item ou atributo do produto e como o processo de
controle de qualidade o medirá. Uma métrica de qualidade define uma necessidade operacional, considerando

valores reais e capazes de serem alcançados. 

Nem sempre todas as métricas precisam ser consideradas, a aplicação de cada uma delas depende do escopo
do projeto, porém existem métricas comuns de serem adotadas em projetos de redes, mas antes de

compreendermos os tipos, vamos analisar um exemplo de métrica de qualidade (Quadro 1).

Quadro 1 | Métricas de qualidade

Requisito Indicador Meta Técnica Frequência Responsável


Comparar o

% de número de
Rápido % de atendimentos
incidentes contatos com o Analisar Líder de suporte
atendimento – resolvidos no
resolvidos número de diariamente. técnico.
suporte técnico. primeiro contato.
acima de 99%. incidentes
pendentes.

Fonte: adaptado de Montes (2021).

Sabendo da importância de se definir métricas de qualidade em um projeto de redes, vamos analisar alguns

deles.

• Prazo (deadline): apesar de ter sido um conceito que surgiu no ramo do jornalismo, o deadline é um termo
bastante utilizado no gerenciamento de projetos e está diretamente relacionado com o cronograma do projeto

e o tempo necessário para que cada tarefa seja executada. O prazo deve ser bem controlado no gerenciamento

de um projeto, e isso deve incluir as janelas de mudanças e correções, oportunidades de melhoria e entrega.

• Recursos: analisar e monitorar os recursos e os custos do projeto são práticas essenciais para se evitar

imprevistos. Para que um projeto tenha sucesso, muitas vezes, são necessários realinhamentos ou reduções de
custos, que só podem ser alcançados por meio desse KPI. Os recursos descrevem todos os itens, componentes

e pessoas necessárias para que a execução de um projeto seja possível, e quando se fala em investimento, o

recurso é tudo aquilo que diz respeito à contratação da equipe, alocação de equipamentos, salas para alocar
esses recursos, espaço físico para atuação da equipe contratada, entre outros. Os recursos influenciam

diretamente na produtividade.

• Produtividade: estabelecer métricas que controlam o tempo de entrega entre uma etapa e outra garante que

o tempo definido no escopo seja mantido em todas as etapas e não cause problemas na execução do projeto.

Cumprir as métricas de produtividade reduz drasticamente os riscos do negócio, porém é necessário considerar
que, de forma geral, existem mais de uma equipe no projeto e cada uma deve recorrer aos meios que melhor

se adaptam ao gerenciamento de suas tarefas (TRECSSON, [s. d.]).

Por outro lado, Trecsson ([s. d.]) afirma que a métrica da produtividade precisa estar em sincronismo com a

maturidade do projeto, uma vez que, quando existem muitas variáveis a serem consideradas, a avaliação e os

resultados podem ser afetados. Um exemplo é a rotatividade de funcionários, a capacidade dos profissionais e
o treinamento que envolve a função de cada um deles no projeto. As métricas do projeto têm, principalmente, o

papel de garantir o índice de sucesso do projeto, por isso, manter métricas de desempenho é um caminho

importante para reduzir as falhas que podem afetar a entrega do projeto. As métricas de qualidade utilizadas
em um projeto são pensadas, principalmente, para que resultados satisfatórios sejam alcançados.

ENTREGA DO PROJETO E TREINAMENTO DA EQUIPE CONTRATANTE

A entrega de um projeto não define somente os recursos computacionais mas também das pessoas, que são

pilares importantes para um projeto de redes. A gerência e todos os stakeholders são responsáveis por garantir
que toda a equipe envolvida esteja habilitada a desenvolver suas tarefas e, acima de tudo, prezar pela

segurança da informação de acordo com a política da organização dentro das suas responsabilidades.

É importante definir diretrizes antes de dar acesso a qualquer sistema ou informação e, principalmente, aplicar

o desenvolvimento necessário para que a equipe esteja apta a lidar com as necessidades da organização,

cronograma e todas as etapas planejadas.

Os funcionários devem atingir um nível de conscientização apropriado para exercer sua função de forma

segura. Uma das medidas mais eficazes para a segurança da informação é a equipe assistir a um curso de
conscientização de segurança (HINTZBERGEN, 2018). A equipe deve ser direcionada corretamente para tomar

decisões importantes que influenciarão na continuidade do projeto, seja ele novo, seja um projeto existente,

promovendo melhorias, mas nem sempre os funcionários fazem parte do quadro da organização, podendo
esta, até mesmo, ser terceirizada, porém, em ambos os casos, o treinamento é importante para se utilizar os

sistemas, reconhecer os requisitos do projeto e, até mesmo, seguir as normas, diretrizes e processos internos.

Nas palavras de Dias (2022), existem diversos fatores que precisam ser considerados em relação ao
treinamento de equipes para garantir que a entrega do projeto seja bem-sucedida, entre eles:

• Mapear o conhecimento da equipe envolvida, avaliando o desempenho dos stakeholders, da mesma forma
que as métricas são aplicadas à rede.

• Alinhar as funções de cada pessoa com seu cargo e com o que precisa ser entregue.

• Promover treinamentos que desenvolvam competências para o desenvolvimento e a relação interpessoal,

para garantir a comunicação no projeto.


• Gerir levando em consideração requisitos básicos para que alguém possa integrar a equipe, como:

assiduidade, comprometimento, capacidade de solucionar problemas, entre outras características.

É claro que quando um projeto é iniciado, a preocupação maior é a entrega, mas pular a etapa de seleção de

pessoas com o perfil adequado e de treinamento, a fim de torná-las capazes de conduzir o projeto, pode gerar
diversos problemas, sejam eles estratégicos, sejam operacionais e, até mesmo, financeiros.

Por isso, Fernandes (2020) cita os principais passos que devem ser considerados nessa etapa (Figura 2):

Figura 2 | Organizando o treinamento da equipe

Fonte: adaptada de Fernandes (2020).

Além disso, é necessário definir o orçamento disponível para garantir que, mesmo com o treinamento da

equipe, haverá recursos para o andamento do projeto, sem que a rede a ser criada ou melhorada corra riscos

ou seja prejudicada.

É muito importante considerar que pessoas capacitadas são responsáveis por conduzir os processos e utilizar a

tecnologia de maneira adequada, gerenciando todos os componentes e elementos que fazem parte da
infraestrutura de TI.

VIDEOAULA

Neste vídeo você vai ver como a equipe é importante para a entrega de um projeto. Por mais que a tecnologia

seja um fator decisivo, manter profissionais capacitados e que passem pelo treinamento adequado é

imprescindível para evitar custos desnecessários, gerenciamento inapropriado e processos falhos, desde o
planejamento até a entrega do projeto.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
CASTILHO, J. L. A importância da avaliação de desempenho nas organizações. 2019.

O conteúdo apresenta etapas importantes na avaliação de equipes em um projeto, como desempenho,


feedback e performance.

TEBALDI. P. C. Métricas e indicadores de desempenho: como utilizar. 2016.

O conteúdo apresenta a diferença entre as métricas e os indicadores de desempenho.

REFERÊNCIAS
7 minutos

Aula 1

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Aula 2

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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