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FUNDAMENTOS DE PROJETOS DE REDES

109 minutos

 Aula 1 - Projetos e seus ciclos

 Aula 2 - Fases de um projeto

 Aula 3 - Projeto lógico: Topologia e endereçamento

 Aula 4 - Projeto lógico: Segurança e endereçamento

 Referências

Aula 1

PROJETOS E SEUS CICLOS


Nesta aula, trabalharemos os conceitos iniciais de projetos de rede, a começarmos com uma
perspectiva geral de projetos e suas diferenças e semelhanças em relação a projetos de redes de
computadores. 

25 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula, trabalharemos os conceitos iniciais de projetos de rede, a começarmos com uma perspectiva geral
de projetos e suas diferenças e semelhanças em relação a projetos de redes de computadores. Ao nos

aprofundarmos nos conceitos gerais de projetos de redes, trataremos também do processo de uso do modelo
do ciclo de vida, a fim de que, no final, sejam tratadas as finalidades e as necessidades das redes de

computador.

Dessa forma, após concluir seus estudos desta aula, você será capaz de participar de projetos de redes de

forma mais assertiva, pois compreenderá a conectividade que cada etapa do projeto provoca nas interações
diárias dentro de uma empresa, bem como a necessidade de se entregar um projeto robusto e eficiente ao

cliente.

Estudante, ter habilidade com projetos é uma skill que ajudará você a ser um profissional de Rede/T.I. capaz de

prover ao cliente soluções de excelente custo-benefício. 

Bons estudos! 

DEFINIÇÃO DE UM PROJETO DE REDE

A internet mostrou ao mundo o potencial que uma rede universal tem, embora seu desenvolvimento tenha

começado de forma árdua, pois não existia, na época, muitos dos equipamentos de hoje. Até mesmo para
situações domésticas, a implementação de redes básicas promove inúmeras facilidades. Em uma residência,

uma pequena rede pode ser criada para compartilhar internet e multimídia, mas em se tratando de uma
empresa de pequeno porte com um bom número de colaboradores, as necessidades de rede, conectividade,

segurança, desempenho e compartilhamento de recursos dependem de uma abordagem mais cuidadosa, da


criação de um projeto de implementação.

Invariavelmente, o primeiro grande elemento a ser considerado nos projetos de rede é o budget, termo em
inglês que define o montante de recursos financeiros que poderão ser alocados; em seguida, são considerados

os obstáculos, como detalhes da estrutura predial e o layout do local onde a rede vai ser implantada, pois,
desses pormenores, surgem indicativos do hardware demandado e da abordagem — se será cabeada ou

exclusivamente wi-fi.

De acordo com Larson e Gray (2016 apud LACERDA et al., 2021), o termo projeto representa algo a ser

executado, ou seja, um plano detalhado do empreendimento que precisa ser entregue, mas que já contém as
ideias iniciais, mesmo que sejam temporárias. Portanto, um projeto, em geral, representa o detalhamento do
plano necessário para que algo seja executado e entregue, e, neste caso, trata-se da infraestrutura de uma rede

de computadores.
Uma importante noção sobre projetos conceitua que se trata de empreendimentos temporários, apresentam

um prazo, um tempo de execução. Outras noções importantes, embora gerais sobre projetos, são a sua
característica relativa ao fato de que cada projeto deve ser único, principalmente em seu resultado, e que deve
ser elaborado/executado em passos, etapas.

Com relação ao fato de serem temporários, Lacerda et al. (2021) afirma que significa o mesmo que dizer que

cada projeto deve ter seu início e encerramento programados no momento da concepção. O término dos
projetos apresenta os motivos de sua existência ancorados no seu objetivo, pois não faz sentido continuar um
projeto que:

Figura 1 | Motivos de se interromper ou cancelar um projeto

Fonte: elaborada pelo autor.

As redes de computadores mostram o quanto o termo projeto se traduz como sinônimo de exclusivo, pois cada
edificação, cada empresa, cada modelo de negócio vai impor características únicas ao projeto de

implementação de uma rede corporativa. Nas palavras de Lacerda et al. (2021), cada projeto almeja resultados
exclusivos, dessa forma, etapas, descrições, lista de recursos e, principalmente, os objetivos específicos serão
únicos em cada projeto.

Portanto, em projetos gerais, a característica de serem progressivos significa que sua elaboração prevê uma

sequência de atividades a serem executadas de acordo com um cronograma e ordenadas de forma que seja
facilitada a conquista dos objetivos. Para um projeto de rede, a progressividade tem grande relação com a sua
infraestrutura, ou seja, existe o momento certo de se pensar no cabeamento, o momento de se montar os

servidores, os armários, o ar-condicionado, as configurações e os testes.

CARACTERÍSTICAS DO CICLO DE VIDA DOS PROJETOS

Para a maioria das empresas, seu projeto de rede não se confunde com a sua atividade fim, exceto as
consultorias de redes corporativas. Dessa forma, embora o projeto seja conduzido pela equipe de

colaboradores da empresa, não se trata de sua atividade principal, não são os produtos ou serviços que coloca
no mercado e estes não costumam perdurar no tempo. As características dos projetos de rede são a principal
fonte de sua diferenciação frente às demais atividades operacionais e diretamente ligadas aos negócios da
empresa. Projetos de redes apresentam uma grande facilidade em definir o que é considerada uma de suas

principais características: eles são temporários.

Dessa forma, cada projeto de rede tem um fim claro quando são concluídas as configurações e os testes de
desempenho e conectividade oferecem resultados satisfatórios.

Figura 2 | Projeto de rede básico


Fonte: elaborada pelo autor.

Um projeto deve ser subdividido em partes menores que serão programadas sequencialmente, de forma que o
resultado seja eficiente e tenha sido construído com a menor utilização de recursos possível. Nesse sentido,

esses projetos apresentam os chamados ciclos de vida, em que cada nova fase tem início apenas após a revisão

da fase anterior. Essas entregas revisadas formalizam a conclusão de cada fase do projeto. Em alguns
momentos, existindo a ocorrência do processo de homologação, embora não seja obrigatório, existe a

importante necessidade de se realizar a definição de alguns itens, como define Lacerda el al. (2021, p. 15):

• Existe a necessidade de uso de trabalho técnico? Qual trabalho?

• Quais e quantas são as entregas de cada fase?

• Quais e quantas são os profissionais demandados?

• Descrição dos processos de controle e aprovação para cada etapa.

O caráter único de cada projeto não elimina a existência de várias padronizações ou define que, em diversos

momentos do ciclo de vida, existam características desses ciclos que se repetem, mesmo se tratando de

projetos que foram criados para empresas diferentes. Obviamente que não existe a necessidade de se começar
um projeto puramente do zero, tal como ocorre em projetos de softwares e aplicações, pois o desenvolvedor

cria diversas linhas de códigos para funções que podem ser reaproveitadas novamente.

Entre as características que são comumente replicadas em diversos projetos, temos sua base, ou seja, a forma
com que o projeto assume uma sequência e a ordem que essa sequência respeita. Outro ponto que costuma

ser uma constante nos projetos de redes é o fato de que, no começo, a tensão pela incerteza do resultado é
muito maior e impactante do que nas suas fases finais; por fim, geralmente, de acordo com Lacerda el al. (2021),

existe um fluxo financeiro típico em projetos de rede que começa moderado, de certa forma, ampliando os

valores, até as fases centrais do projeto, mas que tende a voltar a um valor moderado a pequeno, conforme se
observa a aproximação das fases finais.

AS NECESSIDADES E FINALIDADES DE UMA REDE

O primeiro pensamento para se entender uma rede de computadores, independentemente se quem a faz é
profissional de TI ou não, é que ela se trata da conexão entre computadores; já no universo corporativo a visão

das redes é mais voltada ao compartilhamento de arquivos. Historicamente falando, e pensando no surgimento

da Internet (a maior rede de todas), temos que as redes nasceram para compartilhar algo, e por terem
florescido rapidamente nas Instituições de ensino, para a pesquisa científica, reforça a noção de que nasceram

para compartilhar.

As instituições de ensino com universidades desejavam formas de dividir a carga de trabalho de suas equipes

de pesquisadores com outras instituições, facilitando novas descobertas científicas. Assim, pesquisadores

localizados em cidades, estados e até países diferentes poderiam colaborar em projetos de outras
universidades, independentemente da distância entre os pesquisadores.

De acordo com Lacerda et al. (2021), as redes de computadores já fazem parte da vida em sociedade de forma

que são vistas como facilitadoras, integradoras das mais diversas atividades que o homem possa conceber.
Desde que surgiu a internet e logo que começaram a nascer os primeiros negócios online, as redes de

computador passaram a redefinir a vida moderna com novos produtos e serviços, tornando o ser humano,
dessa forma, um ser conectado.

Embora ainda existam empresas que não fazem qualquer negócio na internet, será uma tarefa árdua encontrar

uma que não use a internet e que tenha, ao menos de forma simplificada, uma rede corporativa; até mesmo as
obrigações jurídicas e contábeis necessitam que a empresa tenha sua rede conectada à internet.

Figura 3 | O papel das redes nas empresas


Fonte: elaborada pelo autor.

Para Lacerda et al. (2021), as redes são tanto vitais ao negócio quanto estratégicas, pois, nelas, são
armazenadas, transferidas e compartilhadas as informações do negócio, as negociações são recebidas e os

orçamentos são enviados. Além disso, as redes são dimensionadas de acordo com as necessidades da empresa,

em termos de capacidade computacional e, até mesmo, de acordo com as suas características, como a
necessidade de mobilidade dos dados ou de maior segurança e proteção, como ocorre com bancos e

financeiras.

Embora seja possível defender que, na maioria das empresas, as redes de computadores são vitais, para

algumas são também estratégicas, dadas as suas necessidades específicas e demasiadas por recursos e

conectividade. Se, por um lado, uma empresa pode ter de 5 a 10 estações de trabalho e umas 2 ou 3
impressoras ligadas a um switch de 24 portas como concepção de rede, para tantas outras empresas, existem

vários servidores acompanhados de centenas de estações de trabalho e um grande volume de impressoras.

De certa forma, a internet e suas implicações nos negócios fazem com que as empresas busquem desenvolver
projetos de redes sofisticados, robustos, que lhes permitam boa velocidade de comunicação e um tempo de

resposta (latência) sempre muito baixo. Portanto, cada modelo de negócio vai impor certas características ao
projeto de redes, para que seu objetivo seja atendido.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante.

No vídeo desta aula, vamos compreender melhor a importância da criação correta de um projeto de redes e os

detalhes mais importantes a se considerar quando existe o desenvolvimento de uma rede corporativa; em

seguida, vamos conhecer e compreender quais as funcionalidades de um projeto de redes no estilo Top-Down,
que usa a estrutura de camadas do modelo referencial OSI.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
A tradução das necessidades e dificuldades de uma empresa em seu projeto de redes representa uma
habilidade estratégica e sem precedentes, portando, acompanhar a criação do projeto e poder contribuir é

uma possibilidade intrigante, mas cheia de complexidades. Para compreender melhor a complexidade dos
projetos de redes, sugerimos a leitura do artigo Projeto de Redes da Redetec, que trata da criação de uma
rede de computadores.

Aula 2

FASES DE UM PROJETO
Estudante, nesta aula, vamos compreender as nuances e os principais conceitos a respeito das
fases que projetos de redes podem ter.

25 minutos

INTRODUÇÃO
Estudante, nesta aula, vamos compreender as nuances e os principais conceitos a respeito das fases que
projetos de redes podem ter. Começaremos com uma breve descrição e argumentação sobre as fases dos
projetos em um contexto geral no universo da computação para, em seguida, abordarmos os conceitos que

cercam a parte física dos projetos e sua importância nesse conceito. Por fim, serão trabalhados os conceitos a
respeito dos principais elementos dos projetos físicos de redes e a documentação desses projetos.

Ao término desta aula, você se sentirá muito mais confortável com as complicações e nuances que assumem os
projetos de redes e como são relevantes seus testes físicos e documentação.

Trabalhar com o gerenciamento de uma rede por si só já é algo extremamente intrigante, mas ser capaz de
coordenar a construção e a implementação de um projeto de rede é, de fato, algo extraordinário, concorda?

Bons estudos! 

FASES DE UM PROJETO

Para o melhor aproveitamento dos recursos que serão aplicados em um projeto de desenvolvimento e
implementação de uma rede de computadores corporativa é importante que cada envolvido em sua execução
compreenda a necessidade de se especificar o que ocorre em cada uma de suas fases. Cada projeto de rede

tem seu próprio ciclo de vida, ou seja, apresenta seu início e fim programados, e a sua divisão em fases
menores é importante para um melhor andamento do projeto e incentiva a entrega daquilo que foi planejado.
Embora as fases possuam um teor semelhante, independentemente do projeto, cabe à gestão determinar o

que deve ocorrer nas fases de seu projeto, respeitando as suas peculiaridades e necessidades.

Existem muitos conceitos de projetos e fases, principalmente quando se trata de projetos de redes, e isso não

significa que a gestão do projeto não possa reconfigurar as fases conforme sua necessidade; a figura a seguir
apresenta uma das diversas formas de se construir a sequência de fases de um projeto de redes:

Figura 1 | Fases de um projeto

Fonte: adaptada de Lacerda et al. (2021, p. 18).

De acordo com o exposto pela Figura 1, temos que os projetos de rede apresentam, em geral, sua fase inicial

seguida pela fase em que os recursos são organizados e preparados, pois, na fase subsequente, tais recursos
deverão ser aplicados e o projeto passará a ser executado. A fase de encerramento concluirá o projeto com
testes e avaliações de qualidade e segurança.

Detalhando essas fases, temos que a fase inicial, conforme apresenta Lacerda et al. (2021), foca a identificação
das necessidades levantadas pela empresa que motivaram o desenvolvimento do projeto. De forma geral, os

envolvidos nessa etapa farão diversas considerações a respeito da situação-problema a ser resolvida; o objetivo
do projeto será descrito; e serão concebidas as formas, estruturas e os meios de se conquistar esse objetivo.

Para a fase de organização e preparação, temos a definição da metodologia escolhida para serem executados
os diferentes aspectos do projeto, ou seja, uma estratégia é formulada a permitir que os recursos disponíveis
sejam otimizados de forma que a soma de recursos e processos seja capaz de permitir a entrega dos resultados

programados na fase inicial. Já a fase final encerra o projeto com a entrega das demandas levantadas em sua
fase inicial e de acordo com o que foi traçado como objetivo. Nessa fase, também são avaliadas as entregas de
cada uma das fases anteriores, bem como entra a figura do cliente, ou seja, a validação conta com a aceitação
do cliente que solicitou o desenvolvimento do projeto.

Em alguns projetos de redes, é importante a implementação da fase de controle, que tende a acompanhar
outras fases até a sua conclusão. Essa fase, como seu nome indica, atua no controle da execução das demais

etapas como uma forma de otimizar as entregas e garantir o sucesso do projeto. Portanto, as fases de cada
projeto são modificadas conforme o tipo de projeto que será construído; aliás, tratando-se de redes de
computadores, especificamente, tais fases devem sempre ser ajustadas de acordo com a infraestrutura a ser

construída.

DEFINIÇÃO DA PARTE LÓGICA DO PROJETO

A aplicação de uma boa metodologia é importante para o sucesso do projeto, ou seja, embora os recursos

certos, na quantidade e no momento certo sejam vitais, um modelo coerente a se seguir pode ser a diferença
entre um resultado satisfatório ou insuficiente, mesmo que sejam aplicados recursos em quantidade adequada.
Dessa forma, um dos modelos de projetos de rede que oferece uma melhor fundamentação, ou seja, uma

avaliação mais detalhada das necessidades do negócio é o top-down. De acordo com Lacerda et al. (2021), a
metodologia top-down possui uma estrutura que facilita a reunião das informações do negócio do cliente que
receberá o resultado do projeto. Com melhores informações, o modelo top-down apresenta uma maior
facilidade na definição da infraestrutura física que atende ao projeto.

Figura 2 | Metodologia top-down

Fonte: elaborada pelo autor.

Sobre a fase inicial dos projetos top-down, Lacerda et al. (2021) especifica que se trata da fase que vai
determinar a solução que será elencada e que possui o maior potencial de oferecer o que demanda o cliente,

mesmo antes de se realizar a instalação física dos componentes de rede. A ideia central dessa fase, no top-
down, é apresentar maior eficiência ao projeto, evitando que correções consumam grande quantidade de
recursos e prejudiquem a qualidade da entrega.

As fases desses projetos de rede seguem outro sistema de fases bem conhecido pelos profissionais

desenvolvedores: o modelo de camadas OSI (Open System Interconnection Model), que possui suas 7 camadas:
aplicação; apresentação; sessão; transporte; rede; ligação de dados e camada física. Assim, ao usar o modelo
OSI, o top-down oferece um processo concebido por meio de um pensamento muito mais analítico se
comparado a outros modelos, portanto, começando pela camada de aplicação, que é analisada da mesma

forma no modelo top-down, temos que fará a determinação dos aplicativos aos quais a rede deverá fornecer
capacidade computacional.

Na camada de apresentação, temos a forma com que os dados serão exibidos e, assim, coordenará os
requisitos necessários para proceder com a forma de transporte que tais dados exigirão. Para a camada de

sessão, o modelo OSI portado ao modelo top-down demonstrará como construir processos de gerenciamento e
monitoramento das informações que transitarão dentro da rede.

De acordo com Lacerda el al. (2021), a relação que a camada de transporte tem com esse modelo é intangível,
ou seja, apresenta as decisões sobre os protocolos que devem ser elencados para os aplicativos listados na
camada de aplicação. Para a camada de rede seguinte, é determinado o hardware que esta rede necessita, com

ressalva a aplicação de alguns protocolos que podem modificar a escolha dos equipamentos. Quando o
planejamento de rede estiver na camada de enlace, formalizará suas decisões sobre o lado software da rede e
poderá modificar diversos aspectos do hardware. A camada final, a física, é tratada por Lacerda et al. (2021)
como a etapa do projeto capaz de definir a forma com que os dispositivos se conectarão e formarão a rede

propriamente dita.

DEFINIÇÃO DO PROJETO FÍSICOS E DOCUMENTAÇÃO

Em um projeto de rede, não se deve ter favoritos, ou seja, cada aspecto, cada componente deve ser
minuciosamente estudado e escolhido, para se ter uma real chance de conquistar o objetivo que esse

instrumento determina. Portanto, não podemos afirmar que a parte lógica do projeto se sobrepõe em
importância à parte física, mas é notória a disparidade em termos de valor, colocando os equipamentos,
cabeamento, a parte tangível (física) da rede definida de forma concreta, evitando baixa performance,

segurança falha ou, até mesmo, gastos excessivos.

Embora as conexões sem fio (wi-fi) estejam cada vez mais populares entre os diversos dispositivos de rede,
ainda existem aspectos nos quais dispositivos cabeados são insuperáveis, como o elevado número de conexões,
a velocidade e a segurança. É importante que os equipamentos e a infraestrutura de cabeamento sejam
corretamente dimensionados com as necessidades do cliente, pois, do contrário, a rede, certamente, poderá

apresentar problemas como incompatibilidade, erros diversos e até falhas de segurança.

Com a definição e implementação da porção física do projeto, surge a necessidade de se iniciar o processo de
teste, que permite o começo do registro de sua documentação. Nessa etapa, os testes são feitos de forma que
se obtenham resultados a pedidos com as configurações demandadas pelas diversas estações de trabalho,

switches, etc. O resultado dos testes oferece, ao desenvolvedor, a chance de fazer algumas alterações de
projeto, seja algo pequeno, que interfira na escolha dos equipamentos, seja grande, que demande ajustes de
protocolos de rede. Após a documentação das ações do simulador, será necessário verificar o objetivo do
projeto, para que seja avaliada a possibilidade de se conduzir alguma alteração antes de implementá-lo

fisicamente.

Figura 3 | Elementos do projeto físico e documentação

Projeto Físico
Projeto da Obra Civil.

Determinação das tecnologias


utilizadas.

Equipamentos de conexão (descrição


das funções).

Seleção de dispositivos.

Rotina de testes.

Documentação
Topologia.

Cabeamento (diagrama).

Cabeamento (normatização).

Plano de endereçamento de IP´s.

Configurações dos
equipamentos (Diagrama).

Configuração do servidor
(Diagrama).

Fonte: elaborada pelo autor.

Já que estamos tratando de projetos, Lacerda et al. (2021) apresenta que, embora se trate da implementação de

uma rede que, possivelmente, só exista no papel, testá-la é um procedimento a ser feito virtualmente, pois, na
fase de projeto, existem apenas os conceitos e parâmetros básicos, além disso, eventualmente, é preciso
incorporar etapas adicionais, capazes de fomentar as necessidades específicas do projeto.
Existe uma importante diferenciação quanto ao término do projeto, pois, se o caso for de redes virtuais, lógicas,
o projeto costuma terminar na fase de documentação; já se o projeto for de uma rede física, será necessário

construir as fases seguintes. Dessa forma, existem pontos básicos para a condução de projetos de redes de
computadores, como: a compreensão do fluxo de ações e a sequência de passos que serão dados a fim de se
desenvolver e implementar a rede. Além disso, devem ser respeitados os parâmetros dos protocolos, assim

como as características dos equipamentos que farão parte da rede. A documentação deve registar os fatores
que especificam a forma física da rede, a distribuição dos componentes nos diferentes espaços da empresa e
sua estrutura de cabeamento e topologia, a fim de que seja uma referência nos momentos de manutenção

corretiva ou preventiva e para que seja analisada a aderência do que foi entregue e o que foi planejado.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante! No vídeo desta aula, vamos compreender melhor a importância do desenvolvimento dos

projetos de redes pela ótica de suas diferentes etapas e de como cada etapa contribui para o resultado. Além
disso, serão apresentadas as etapas do modelo e as vantagens da aplicação do modelo de desenho de projetos
de rede top-down.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
A forma física de conexão dos dispositivos de uma rede, o denominado cabeamento estruturado, é muito
importante. São diversas normativas e certificações que enaltecem o trabalho de quem se dedica à tarefa

de conectar fisicamente os computadores de uma rede com os demais recursos, e o artigo Projeto de

cabeamento estruturado na infraestrutura de rede da escola de engenharia, apresenta o caso de uma


empresa e como são solucionados problemas não previstos em projeto.

Aula 3

PROJETO LÓGICO: TOPOLOGIA E ENDEREÇAMENTO


Nesta aula, vamos compreender os diversos conceitos a respeito da topologia das redes e de
como cada tipo diferente, barramento, anel, árvore, malha e estrela;

27 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula, vamos compreender os diversos conceitos a respeito da topologia das redes e de como cada tipo
diferente, barramento, anel, árvore, malha e estrela; apresentam suas aplicações distintas e uma forma muito

mais prática de se manter o melhor desempenho possível da rede, bem como serão abordados os principais

serviços que o usuário de um computador conectado a uma rede pode usufruir.

Ao assimilar os temas propostos para esta aula, você se sentirá muito mais confiante para diagnosticar os

melhores caminhos para o projeto.

O desafio está feito, estudante; você está preparado? 

TOPOLOGIA DE REDES

Neste momento, imagine que é preciso conectar 5 computadores e uma impressora a um roteador de internet.

Essa pequena rede não dá muita margem para criatividade, ou seja, para que todos os computadores tenham
acesso à impressora e à internet, não existindo muitas opções, por se tratar de uma rede simples. Esse é um

caso em que a topologia da rede será simples de implementar, em que canaletas poderão levar os cabos dos

computadores a um hub ou switch, que, por sua vez, poderá ficar próximo à impressora, ao roteador e ao
modem de internet. No entanto, quando o projeto de rede inclui centenas de computadores e, até mesmo,

andares diferentes, prédios diferentes, existirão diversas formas de se abordar a implementação da rede,

portanto, diferentes topologias.

Dessa forma, a topologia de uma rede faz a descrição de como os componentes, como computadores,

impressoras, servidores e outros serão conectados, seja fisicamente, seja via software. Complementando esse
argumento, Dantas (2010, apud BAY; BLUNING, 2016. p. 34) afirma que a topologia representa a forma como os
enlaces de comunicação e seus diversos dispositivos serão interligados para a transmissão de seus sinais pela

rede.

De forma geral, a completa topologia de uma rede será representada pela soma das topologias física e lógica,

assim, a topologia física apresenta a distribuição física dos componentes e seus meios de transmissão, como o

tipo de cabo que utiliza (metálico, fibra ótica); no entanto, para a topologia lógica, temos o registro do formato
de comunicação dos dispositivos apresentados na topologia física.

Existem diversos modelos de topologia de redes, como: ponto a ponto, barramento, estrela, anel e malha, mas
vale ressaltarmos que, em um projeto de rede, poderá existir distinção entre o modelo aplicado à topologia

lógica e o modelo aplicado à topologia física. De acordo com Dantas (2010 apud BAY; BLUNING 2016, p.34),

como exemplo das redes de topologia mista, temos o modelo de rede Token Ring, que apresenta o modelo de
topologia em anel para sua porção lógica e o modelo em estrela para sua topologia física.

A fim de diferenciarmos e conceituarmos as topologias, temos que a topologia de barramento ou bus, além de
ser o modelo pioneiro, distribui todos os equipamentos em um mesmo backbone (centralizador de dispositivos

e comunicação). A topologia do tipo barramento é pouco utilizada; no seu lugar, as empresas usam o modelo

em estrela. O problema central da topologia de barramento está nas falhas, pois, assim como em uma ligação
elétrica em série, se um computador falha, a comunicação da rede toda é interrompida, dessa forma, no

modelo estrela, cada dispositivo se conecta diretamente ao backbone ou a um equipamento distribuidor, como

o switch. A figura a seguir apresenta uma visão simplificada das topologias mais comuns:

Figura 1 | Tipos de topologia de redes

Fonte: adaptada de Bay e Bluning (2016, p.36).

Para a topologia em anel, um computador será conectado a dois outros computadores, seus vizinhos, que, por

sua vez, serão conectados a outros dois computadores, até que se forme um círculo fechado. Esse modelo

apresenta o detalhe da informação trafegar em apenas uma direção, como caminha o ponteiro de um relógio
mecânico.

A topologia em árvore pode ser considerada uma derivação do modelo de barramento, mas com a ampliação
do uso dos hubs e/ou switches, em que existe um nó principal seguido por ramificações iniciadas por hubs e/ou

switches. Como podemos observar, o modelo apresenta a mesma possibilidade de falhas do modelo de
barramento, mas, nesse caso, a maioria das falhas não desabilita a rede por completo.

Com a topologia em malha, temos a evolução do modelo em anel, mas que, nesse caso, os computadores não

são conectados apenas aos seus vizinhos e sim aos outros nós da rede, formando o desenho de uma malha,
quando observados em seu projeto.

SERVIÇOS DE REDE

O primeiro pensamento que surge quando consideramos um projeto de rede é a questão da interconectividade

entre os diversos computadores e como esse recurso demanda outros equipamentos, cabeamento etc. Mas os
projetos de rede por si só promovem uma série de serviços aos seus membros, principalmente no que diz

respeito à gestão da própria rede e de seus recursos. O fato é que apenas conectar os computadores em rede

nunca foi o suficiente, pois, no exemplo de um grupo de pesquisadores, a conexão em rede entre eles
representa apenas a facilidade em transitar arquivos e resultados; dessa forma, eles precisam de outros

serviços que fomentem a colaboração para a pesquisa.


Tratar de serviços de rede é uma forma adicional de se pensar em redes, ou seja, trabalhar com os diversos

benefícios que oferecem aos computadores e a outros dispositivos conectados. Dispositivos e computadores

podem ter certas funcionalidades, e quando inseridos em uma rede, possibilitam que tais funções sejam
compartilhadas, ampliando as possibilidades de acesso a recursos, aos membros da rede.

Vale ressaltarmos que a forma com que as redes se tornam capazes de se tornar hubs de serviços se dá por
meio do uso de sistemas operacionais especificamente desenhados para esses ambientes e que são aplicados

aos servidores da rede em questão. De acordo com Werner (2020), em sistemas compostos por SO´s (Sistemas

Operacionais) de Rede e servidores, as funções de comunicação são otimizadas, assim como o gerenciamento
do processo. O uso do SO específico se deve ao fato de que os SO´s comuns não são capazes de acessar certas

funcionalidades por meio da rede, como o escalonamento, a eliminação e, até mesmo, a criação de processos, a

gestão do sistema, entre outras atribuições.

Figura 2 | Principais serviços oferecidos nas redes

Fonte: elaborada pelo autor.

Por meio do advento do protocolo de internet TCP/IP — notoriamente, o protocolo mais utilizado na rede

mundial de computadores —, tornou-se viável o compartilhamento de serviços nas diversas redes de


computadores. O TCP/IP, rapidamente, tornou-se o principal protocolo de comunicação, permitindo que uma

gama cada vez maior de dispositivos ofertasse e consumisse serviços da rede. Atualmente, um bom exemplo de

serviços oferecidos em rede por dispositivos diversos são os televisores smart, que, por smart, podemos
compreender que possuem sistema operacional, embora simplificado, e acesso à internet para o consumo de

diversos recursos ligados ao entretenimento. De acordo com Werner (2020), esses dispositivos estão integrados

ao protocolo TCP/IP, assim como os aparelhos de telefonia móvel conhecidos como smartphones, em que
ambos são capazes de acessar diversos recursos, como os serviços em nuvem.

Em relação à configuração da rede e seus serviços, cada serviço será alocado em uma porta específica antes de
ser disponibilizado ao usuário, para que possa ser descoberto pelos outros hosts da rede. A separação dos

serviços se dará pela definição da porta lógica, que será usada para o processo de input e output (entrada e

saída) de dados. Um exemplo da configuração de portas é o recurso do FTP, que é o meio pelo qual os
desenvolvedores enviam arquivos para armazenamento online e que usa a porta 21 do protocolo TCP/IP. 

ENDEREÇAMENTO DE REDES

Na comunicação oral, o emissor da mensagem começa a falar o que deseja na expectativa de que sua

mensagem seja compreendida e ofereça certa reação, como uma resposta também oral, por exemplo, mas a
comunicação nas redes de computadores não pode ter essa incerteza: as mensagens dos computadores

conectados em rede são pacotes que executam funções em uma aplicação e dela esperam resposta. Dessa

forma, o endereçamento nas redes de computadores é um processo muito preciso, feito em escala e que
precisa ser muito rápido e confiável. De certa forma, o endereçamento funciona como as encomendas feitas em

sites da internet: o endereço da residência é assim fixado para fazer a padronização de sua comunicação com

os sistemas de comércio eletrônico etc.

Imagine uma entrega de produto sendo feita sem a identificação do destinatário. Dificilmente o produto será

entregue, devido à quantidade de endereços possíveis, assim sendo, fica mais fácil compreender a atuação do
endereçamento na rede, uma vez que garante a entrega segura dos pacotes que possui em sua logística.

Portanto, além do endereço IP no pacote, os diferentes dispositivos de rede necessitam estar devidamente
identificados, permitindo que a comunicação ocorra da forma prevista em projeto. Para Soares, Lemos e

Colcher (1995 apud MAITINO NETO, 2017), são dois os parâmetros de identificação que computadores e muitos

dispositivos como modens precisam para estar oficialmente conectados em rede com outros dispositivos.

Algumas comparações apresentam o endereço IP de um computador como sendo sua carteira de identidade

digital, pois transformam cada ser (componente, computador) em algo único, para que possa ocorrer a
comunicação, pois sistemas não funcionariam se não fossem capazes de receber comandos e enviar

informações. De acordo com Comer (2017 apud MAITINO NETO, 2017), o que identifica cada equipamento e

computador de uma rede é o denominado endereço físico, um endereço de hardware MAC (Media Access
Address); dessa forma, assim que um computador de rede envia sua mensagem, ela deve acompanhar o IP a
qual a mensagem se destina. A estrutura do endereço IP apresenta uma sequência numérica de 32 bits ou 4

grupos de 8 bits e pode ser subdividida em 2 porções, em que a primeira identifica a rede da qual o computador
faz parte e a segunda porção do endereço IP identifica o dispositivo dentro de sua rede, a depender da classe

optada.

No quadro a seguir, estão listadas as classes de um endereçamento:

Quadro 1 | Composição de um endereço IP

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Classe A Rede . Host . Host . Host

Classe B Rede . Rede . Host . Host

Classe C Rede . Rede . Rede . Host

Fonte: Maitino Neto (2017, p. 67).

Existe uma forma bastante prática de se trabalhar com os endereços IP de forma que a rede ganhe em

gerenciamento e velocidade: a utilização das sub-redes. O endereço IP assume 3 formas distintas: estático,

configurável e dinâmico. Com o modelo estático, cada dispositivo recebe tal endereço por seu fabricante e não
pode modificá-lo; de acordo com Maitino Neto (2017), o tipo de endereço IP configurável serve para uso do

administrador da rede, que realiza o procedimento quando o equipamento está disponível na rede; por fim, o

endereço IP dinâmico possui sua criação baseada em um processo automático, quando o dispositivo se
encontra disponível na rede.

Assim como no modelo de endereço IP configurável, o endereço IP dinâmico pode apresentar conflito com o IP
de outro computador da rede, dessa forma, nesse terceiro modelo, o endereço IP é examinado contra

repetições até que se encontre um endereço IP livre.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante.

No vídeo desta aula, trataremos dos principais problemas que o endereçamento IP pode causar e como tais

problemas podem ser resolvidos. Como complemento, abordaremos os principais serviços de nuvem e quais
são suas portas lógicas, bem como reuniremos as melhores práticas para o processo de endereçamento IP.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Neste Saiba mais, recomendamos a leitura de um artigo oferecido pela Microsoft, denominado

Compreender os conceitos básicos de endereçamento TCP/IP e sub-redes, e de um belo glossário que vai
ajudar você a compreender, com mais facilidade, as nuances de cada local e valor.

Aula 4

PROJETO LÓGICO: SEGURANÇA E ENDEREÇAMENTO


Estudante, nesta aula, vamos compreender que até mesmo os processos de gerenciamento de
rede devem ser concebidos dentro de uma metodologia de projetos, ou seja.

28 minutos
INTRODUÇÃO

Estudante, nesta aula, vamos compreender que até mesmo os processos de gerenciamento de rede devem ser
concebidos dentro de uma metodologia de projetos, ou seja, existe um projeto para o processo de

gerenciamento de redes e deve ser desenhado em conjunto com o próprio projeto de rede; além disso, também

serão apresentados os principais protocolos que farão parte do projeto e, por fim, os detalhes do processo de
desenvolvimento da segurança de uma rede.

Ao final deste estudo, você será capaz de se aprofundar nos projetos para a criação da melhor segurança de
redes possível, levando em conta o comportamento do usuário e os requisitos que devem ser atendidos. 

Bons Estudos!

PROJETO DE GERENCIAMENTO

O processo de gerenciamento de redes faz uso de alguns dos conceitos mais comuns na administração

científica, como quando se afirma que esse processo, para ser efetivamente eficiente, deve contar com o uso

das melhores práticas e com todas as informações oriundas de seu hardware e software. Nesse sentido, temos
o complemento de Lacerda (2021), quando afirma que, em se tratando de sistemas, o gerenciamento está

repleto de procedimentos, atividades destinadas a implementar, operar e manter as redes de computadores e

fomentar tais processos por meio dos seus diversos recursos de hardware e software.

Existe certa dualidade de pensamento em relação à interferência dos processos de gerenciamento no projeto

de uma rede. Por um lado, podemos afirmar que o gerenciamento não influencia na construção do projeto, em
sua idealização, mas é notório que o processo de gerenciamento tende a ser facilitado quando a rede é

construída levando-se em consideração as suas necessidades.

Claro que a influência do gerenciamento no projeto não possui analogia com a criação de estradas em número
suficiente para atender aos semáforos desejados, o que soa como uma errônea inversão de ordem. O que isso

significa é que o projeto deve considerar os processos de gestão nos quais a rede vai se submeter quando ativa.

Um exemplo são os equipamentos de rede gerenciáveis. Ao se considerar a gestão durante o processo de

concepção do projeto de rede, tais elementos físicos são corretamente mensurados e configurados, permitindo

o melhor gerenciamento e a melhor segurança. Assim, existem indicadores que são elencados no projeto que
vão exigir sua própria infraestrutura lógica/física e que o projeto ofereça subsídio.

Figura 1 | A ligação cíclica entre projeto e gerenciamento de redes

Fonte: elaborada pelo autor.


O objetivo do projeto se aproxima muito mais das necessidades de gerenciamento do que do desenho, às vezes
estéril, do projeto em si. Assim, a definição das métricas de desempenho indicam as necessidades da rede e,

com isso, ditam mudanças nos projetos.

Uma vez considerado o gerenciamento no projeto de uma rede, temos alguns processos que devem ser

igualmente promovidos pelos recursos disponíveis, como o processo de gerenciamento proativo da rede, que

permite avaliar a integridade da rede em tempo real, com vistas a detecção de problemas e, até mesmo, um
cuidado mais intensivo com o desempenho geral.

A ISO (Organization for Standardization), mais uma vez, contribui para a segurança e o desempenho das redes
de computadores ao oferecer seu modelo de gestão de redes em processos distintos de gerenciamento de

falhas, de configurações, de contabilização, de desempenho e de segurança. Nesse sentido, o processo de

gerenciamento de falhas possui, em seu escopo, a estrutura de detecção, registro e isolamento, para promover
o diagnóstico e, consequentemente, as formas de se reagir aos eventos. De acordo com Lacerda (2021),

também fazem parte os seguintes tipos de gerenciamento:

Gerenciamento de Contabilização: trata-se da especificação, do registro e do controle do uso dos recursos da

rede por seus usuários, de forma a validar ou restringir cotas de uso de tais recursos;

Gerenciamento de Desempenho: quantifica, mede, informa e analisa o desempenho, permitindo seu controle
dos diversos componentes de uma rede visando a melhora de seu desempenho.

Por fim, o gerenciamento de segurança, que também foca o que fazem os usuários da rede, deve controlar
esses acessos em relação à política de segurança da respectiva empresa. Um reforço a esse processo é a sua

atuação com as chaves criptografadas e com a avaliação dos diversos logs que armazena.

SELEÇÃO DE PROTOCOLOS PARA O PROJETO DE REDES

De forma geral, podemos afirmar que os protocolos de rede são as normas que viabilizam a conexão entre os
computadores e outros equipamentos que constituem uma rede corporativa. A ideia central por parte dos

protocolos é estabelecer uma linguagem comum entre componentes construídos em linguagem distinta, por

exemplo, bem como repartir aquilo que está para ser transmitido em uma rede, de forma a criar pequenos
pacotes que serão transmitidos à rede e, ao chegarem no destino, voltarão a ser um arquivo completo. Dessa

forma, trataremos de alguns desses protocolos.

O primeiro protocolo é o NAT (Network Address Translation), utilizado em computadores conectados a redes

públicas como forma de lhes permitir acesso à internet. Esse protocolo permite que computadores com seu

endereço IP privado tenham acesso à internet, pois o NAT faz a coordenação do tráfego desses endereços IP´s
privados para os endereços públicos comuns na rede de computadores. Para Medeiros (2018), o NAT traduz o

endereço IP privado dos diferentes hosts de uma rede, habilitando-os a receber a rede pública.

Figura 2 | Elementos dos protocolos de rede

Fonte: elaborada pelo autor.

Pensando em gerenciamento, o protocolo STP (Spanning Tree Protocol) evita a ocorrência de redundâncias em

redes comutadas. Assim, o STP identifica a redundância e estabelece o melhor caminho, elegendo-o como

caminho primário da rede. De acordo com Filipetti (2017 apud MEDEIROS, 2018), esse protocolo está localizado
na camada de enlace de dados, a camada 2 do modelo OSI, homologado pela IEEE 802.1d (grupo de estudos

para protocolos de rede) e que atua evitando laços (loops) ao encontrar redundâncias. O processo de envio das
informações necessárias para a descoberta dos laços em redundâncias é o BPDU ou Bridge Protocol Data Unit.

Outro protocolo importante e conhecido entre os que atuam com o gerenciamento de redes é o DHCP (Dynamic
Host Configuration Protocol), pois é capaz de automatizar a alocação de endereço IP. Um dos recursos do DHCP
é a possibilidade de um host receber um único IP, embora não se constitua de IP fixo, ou o contrário: definir que

o host receba sempre um IP provisório, temporário. Sendo localizado na camada de distribuição, o DHCP
oferece a possibilidade de uma melhor gestão da distribuição dos endereços IP na rede.

Outro protocolo importante é o VLAN (Virtual Local Network), que representa a mitigação da questão geográfica
em redes de computadores, permitindo a mitigação dos problemas relacionados à criação de redes locais que

necessitariam estar divididas, localizadas em ambientes distintos.

O problema de uma rede que necessita ser fragmentada é o fato de que, para o hardware e parte do software,

se uma rede está em dois andares diferentes, por exemplo, são duas redes. Dessa forma, o VLAN permite

integrar sub-redes distantes em uma única rede lógica. E conforme Cisco (2018 apud Medeiros, 2018), esse
protocolo permite criar agrupamentos lógicos de estações e dispositivos de rede, mesmo que não estejam

fisicamente em uma mesma rede local.

Até mesmo o processo de gerenciamento de redes apresenta seus protocolos, como no caso do VTP (Virtual

Trunking Protocol), que permite o gerenciamento das VLAN´s. Esse protocolo atua promovendo modificações
nas configurações VLAN da rede, portanto, ajuda na sua implementação.

Entre as ações de gerenciamento do protocolo VTP estão, segundo Oppenheimer (2012 apud MEDEIROS, 2018),

a renomeação, exclusão e até a adição de novas VLAN´s, de forma automática, em dispositivos como os
switches. De certa forma, podemos perceber o VTP como um automatizador de tarefas, uma vez que reduz a
necessidade de algumas intervenções nos dispositivos como roteadores, switches etc.

PROJETO DE SEGURANÇA

Todos os recursos somados para que uma rede se torne realidade e que sejam oferecidos desempenho,

recursos computacionais, compartilhamento e muitas outras benfeitorias fazem com que estes sejam
altamente atrativos a ataques maliciosos, invasões hackers e a toda sorte de violações. Dessa forma, o projeto

de uma rede deve atentar-se ao seu componente segurança, seguindo os mesmos preceitos que esse tema
carrega nos demais departamentos da empresa. O mundo está cada vez mais digital, ou seja, dentro de poucas

décadas, os aspectos físicos e virtuais da vida serão difíceis de se diferenciar, portanto, é preciso que a vida

digital seja tão bem protegida quanto a vida virtual.

Quanto às decisões que são tomadas no que diz respeito à escolha da topologia, dos equipamentos, da

infraestrutura de cabeamento, estão aquelas sobre como e onde estarão os diferentes dispositivos de

segurança do projeto. O universo online apresenta grandes desafios no desenvolvimento de segurança da rede
de um novo projeto, pois existem as nuvens públicas, a proximidade entre usuários e seus dados e as nuvens

privadas, com sua elevada segurança, mas acompanhadas de uma configuração desafiadora.

Assim como tradicionalmente ocorre em um projeto, a segurança de uma rede é desenhada numa sequência

lógica de etapas, a começar pelo reconhecimento e identificação dos ativos de rede, como os diversos

dispositivos de hardware, softwares variados e, até mesmo, os segredos industriais. Esse processo também
inclui classificar quais desses componentes necessitam de maior ou menor proteção.

O segundo passo, segunda Lacerda (2021), determina que seja feita a análise dos riscos de segurança que
podem afetar a rede. Vale ressaltarmos que tais riscos vão muito além da possibilidade de ataques hackers e

devem levar em conta as ações internas da própria organização. Uma das formas mais comuns de um usuário

de uma rede comprometer sua segurança é instalar, de forma não autorizada, um software desconhecido, que
inclui, em seu código, algum vírus ou spyware, mas uma vez compreendidos os riscos, é possível trabalhar com

os requisitos de segurança e atuar no trio CID:

Confidencialidade: criar políticas que permitam que apenas o pessoal autorizado tenha acesso a determinados

arquivos.

Integridade: permitir que apenas o pessoal autorizado modifique dados.

Disponibilidade: o acesso aos dados deve ser garantido ininterrupto.

Um momento importante desse processo ocorre com o desenvolvimento do plano de segurança. Já que os

requisitos de segurança da rede são conhecidos, é preciso criar um plano que permita ao gerenciamento de
rede respeitar os parâmetros definidos na etapa anterior que analisou e sinalizou tais pontos. A criação de uma
solução de rede segura depende de certa expertise, com isso, a seguir serão apresentados alguns dos

procedimentos que podem ser utilizados:

Figura 3 | Técnicas de segurança para implementação de rede

Fonte: adaptada de Lacerda (2021, p.106).

Para que um plano de segurança promova, de fato, um ambiente seguro a uma rede de computadores

corporativa, é preciso que esteja acompanhado de sua política de segurança. Muito além de um importante

documento, a política de segurança apresenta as regras que guiarão a conduta correta da rede para seus
usuários, bem como quais são os recursos disponíveis à gestão da rede para o tratamento de problemas e

situações de violação dessa rede. Por fim, temos o desenvolvimento dos procedimentos de segurança, que são

necessários para a correta e eficiente aplicação da política de segurança da empresa. Outros parâmetros
encontrados no procedimento de segurança são os processos a serem conduzidos em caso de falhas da

segurança, as definições de configurações e as regras de login e senha.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante. No vídeo desta aula, vamos fazer uma varredura nas formas mais comuns de ataque a uma
rede de computadores e seus possíveis danos; trataremos, também, da forma de ataque a redes e sistemas que

mais tem preocupado as empresas, por, ardilosamente, esquivar-se de sistemas e mecanismos de segurança, o

social hack.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
No universo corporativo, ainda existe muita reatividade, ou seja, medidas são tomadas e a segurança é
aprimorada apenas quando algo acontece. Mas pensar dessa forma pode fazer com que a empresa sofra

perda de ativos de elevado valor, bem como a confiança de clientes e investidores.

O peso, seja financeiro, seja na reputação, pode ser compreendido no artigo Maiores ataques hackers da

história.  

REFERÊNCIAS
4 minutos

Aula 1

LACERDA, P. S. P de et al. Projeto de rede de computadores. Porto Alegre: SAGAH, 2021.

Aula 2

LACERDA, P. S. P. de et al. Projeto de rede de computadores. Porto Alegre: SAGAH, 2021.


Aula 3

BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: UNIASSELVI, 2016.

MAITINO NETO, R. Gestão de projetos de infraestrutura. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,

2017.

WERNER, J. Infraestrutura de redes de computadores. Indaial: UNIASSELVI, 2020.

Aula 4

BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: UNIASSELVI, 2016.

LACERDA, Paulo Sérgio Pádua de... [et al.]. Projeto de Rede de Computadores. – Porto Alegra: SAGAH, 2021.

MAITINO NETO, R. Gestão de projetos de infraestrutura. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,

2017.

MEDEIROS, Felipe Rodrigues de. Implementação de Projeto Físico e Lógico de uma Rede de Computadores

Aplicado a uma Empresa de TI. - João Pessoa, 2018. Disponível em: https://bdtcc.unipe.edu.br/wp-

content/uploads/2019/02/Projeto-de-REDES.pdf. Acesso em:15/04/2021.

WERNER, J. Infraestrutura de redes de computadores. Indaial: UNIASSELVI, 2020.


Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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