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Introdução
Gravar informações que podem ser acessadas em qualquer parte do
mundo, utilizar máquinas virtuais, acessar bibliotecas e visitar locais de
forma remota, entre outras possibilidades, tudo por meio da internet, é o
que podemos chamar de estar conectado na nuvem. A computação em
nuvem, ou cloud computing, consiste em acessar aplicações ou arquivos
por meio de páginas da internet ou programas específicos de conexão
remota. Onde quer que você esteja, havendo uma conexão com a internet,
será possível estabelecer acessos. Grandes centros computacionais, como
centros de processamento de dados (data centers), estão espalhados pelo
mundo, para favorecer os diversos tipos de conexões existentes. Além
disso, é possível contar com o compartilhamento entre máquinas de
usuários, que funcionam como uma nuvem.
Assim, a computação em nuvem trouxe flexibilidade aos serviços
computacionais, uma vez que data centers em diversos locais executam a
função de hospedagem e compartilhamento de informações e soluções,
por meio de grandes velocidades de banda larga. Ainda, existe uma faci-
lidade de adaptação dos serviços, de acordo com a carga computacional
14 Evolução tecnológica e paradigmas que permitiram cloud computing
Podemos fazer uma analogia da internet como uma estrutura formada por
várias estradas, onde trafegam veículos (dispositivos) de diversos tamanhos,
carregando pacotes (de dados) de diferentes tamanhos. O aumento do número
de dispositivos somado à virtualização permitiu a inclusão de uma alternativa
de tráfego, denominada utility computing, ou computação como utilidade. Nela,
os fornecedores podem oferecer seus serviços, e cada cliente pagará pelo que
lhe interessar, com base no modelo de informação sob demanda proposto
por McCarthy. De acordo com Bhowmik, (2017), esse modelo apresenta dois
recursos importantes:
Uma vez que o pagamento é calculado conforme o uso, não haverá ne-
cessidade de os clientes se preocuparem com a aquisição ou o gerenciamento
de sistemas, o que gera um grande benefício em relação aos custos. Trata-se
de um processo de cobrança bem semelhante ao dos tradicionais serviços
públicos, como eletricidade, água ou telefone.
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A computação em nuvem não é uma inovação repentina. Ao longo dos anos, ela
amadureceu com o desenvolvimento contínuo em diferentes campos da computação.
Os avanços tecnológicos nas áreas de hardware, software e comunicação de rede
contribuíram para o seu surgimento e a sua evolução.
Computação paralela
Uma técnica oriunda do HPC, a computação paralela funciona com o
trabalho cooperativo entre um conjunto de processadores para resolver
vários cálculos ou um problema específico na área da computação. Sua
principal exigência é que os dispositivos sejam homogêneos; logo, podemos
entender que os supercomputadores, com centenas ou milhares de proces-
sadores, estarão interconectados com outros recursos para desempenhar
suas soluções por meio de bits, instruções, dados ou tarefas. De acordo
com Asanovic et al. (2006), o consumo energético gerado pela computação
paralela é muito alto, devido à grande quantidade de processadores; com
isso, os equipamentos passaram a utilizar processadores multinúcleos. No
Quadro 1, é apresentada uma comparação entre a computação convencional
e a paralela.
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Computação
convencional Computação paralela
Computação distribuída
A computação distribuída é um formato de execução de tarefas computacio-
nais por meio de computadores conectados em rede, admitindo dispositivos
homogêneos ou heterogêneos e trabalhando como um sistema único. Por se en-
contrarem conectados em redes, não importa a distância entre eles para executar
as tarefas. Nesse formato de sistema distribuído, haverá suporte suficiente para
aceitar qualquer modelo de configuração das máquinas conectadas, podendo
existir desde um servidor até estações de trabalho. O objetivo da computação
distribuída é fazer com que essa rede funcione como um único computador.
Esse modelo ou formato de computação oferece vantagens, como:
Sistemas de clusterização
O sistema em cluster trabalha com diversas máquinas conectadas em uma
infraestrutura de rede dedicada, e esse conjunto fará o processamento de
determinada tarefa. O compartilhamento de funções acontece por meio de um
diretório único entre as máquinas. O gerenciamento ocorre pelo tratamento de
mensagens por um software responsável pela comunicação entre os processos
existentes, como o message passing interface, que, por meio de suas rotinas
e comandos, permite que os programas sejam executados em todos os nós
(computadores na rede) simultaneamente. O cluster surgiu também para atender
aos sistemas computacionais de alta performance, em que o conjunto de nós
individuais pode desenvolver grandes tarefas e resolver de forma conjunta
problemas complexos facilmente e rapidamente. Tudo funciona como uma
cooperativa de computadores em redes.
Computação em grade
A computação em grade parte da ideia da utilização de diversos computadores
conectados em rede contínua, mas com esse conjunto de recursos formando
uma estrutura em grade, funcionando como um supercomputador virtual,
que também será utilizado para soluções de grandes problemas em menor
tempo de execução, em comparação a outros formatos. Nesse caso, ocorre o
aproveitamento de recursos de computação, que, por determinado momento,
serão disponibilizados para se unirem na resolução da tarefa. Ou seja, surge
o conceito de aproveitar o poder computacional ocioso para se juntar à força-
-tarefa designada, gerando, dessa forma, um retorno de investimento em cima
de equipamentos que porventura estariam parados ou sem função, sem ficarem
dependentes ou vinculados ao modelo.
O gerenciamento ocorre por meio de um software do tipo middleware, que
fornece serviços e recursos comuns a aplicações. Ele tem o papel de conectar
aplicações, dados e usuários por meio de recursos remotos. Esse formato
se popularizou a partir dos serviços oferecidos por ele, como controle de
acesso, segurança, acesso a dados — como bibliotecas e bancos de dados —,
instalações e manutenções remotas, funcionando em larga escala e por longos
períodos. Ainda, permite a utilização de dispositivos ociosos, sendo uma
solução econômica e que reduz investimentos, permitindo que computadores
com diferentes características se juntem na solução de tarefas.
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Redes de computadores
A arquitetura de redes é o alicerce de todos os modelos citados anteriormente,
além de fazer parte da definição de internet — afinal, esta consiste na rede
mundial de computadores. Por meio da arquitetura de redes, podemos simular
e executar tarefas, operar dispositivos, tomar decisões, participar de encontros,
entre muitas outras oportunidades. A relação entre clientes e servidores é a
realidade para todas as pessoas e negócios, pois todas as ações executadas
na rede passam por algum tipo de servidor, como de redirecionamento, de
localização, de controle, entre outros. Estamos conectados praticamente 24
horas por dia, utilizando ou não algum serviço diretamente. Os smartphones
precisam estar em sintonia com a rede, para sempre atualizarem aplicativos,
correios eletrônicos e demais funções.
Quando falamos de cloud computing, o cenário de economia em infraes-
trutura está relacionado diretamente aos clientes, já que grandes estruturas
devem existir em algumas partes do mundo para garantir toda essa distribuição
de rede. Dessa forma, essas empresas buscam equipamentos que forneçam
espaço e velocidade e suportem boas larguras de banda, para que a rede de
backbone mantenha o grande fluxo de informações atravessando o planeta.
Redes de comunicação trabalham com grande volume e tráfego de dados;
assim, surge o big data, significando o tratamento, o processamento e o
armazenamento dessas informações, exigindo da rede variedade, volume
e velocidade. Ele é importante para as empresas coletarem informações e
analisá-las, identificando, dessa maneira, novas oportunidades de negócios,
de acordo com cada atividade exercida.
Diante dos modelos apresentados, percebemos a evolução da computação
em nuvem e a quantidade de atividades que podem ser desenvolvidas em rede.
Atualmente, diversos dispositivos, como eletrodomésticos, equipamentos de
segurança, brinquedos, carros e outros, já estão saindo de fábrica com soluções
voltadas para a nuvem, como aplicativos de realidade aumentada ou realidade
virtual e de acesso remoto, que permitem a conexão com e entre os objetos
do nosso dia a dia. Surgem também as soluções de Internet das Coisas (IoT,
do inglês Internet of Things), fazendo com que permaneçamos conectados na
nuvem por mais tempo ou o tempo todo.
Segundo Chou (2016), a IoT é vista como a solução atual de acesso a dis-
positivos, que podem ser controlados de qualquer parte por meio da internet.
Nesse sentido, podemos abordar diretamente a relação da IoT com a cloud
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M2M é a técnica usada pela indústria para uma máquina se comunicar com outra
máquina, obtendo informações e realizando transferência de dados. D2D é o serviço
de comunicação ou transmissão direta de dados por proximidade entre dispositivos.
Leituras recomendadas
BUYYA, R.; VECCHIOLA, C.; SELVI, S. T. Mastering cloud computing: foundations and
applications programming. [S. l.]: Morgan Kaufmann, 2013.
ERL, T. SOA: principles of service design. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2007.
MARINOS, A.; BRISCOE, G. Community cloud computing. In: IEEE INTERNATIONAL CON-
FERENCE ON CLOUD COMPUTING, 2009. Proceedings [...]. [S. l.]: Springer, 2009. p. 472–484.
PAPAZOGLOU, M. P. Service-Oriented ComputingResearch Roadmap. In: DAGSTUHL
SEMINAR, 2006, Wadern. Proceedings [...]. Wadern: [s. n.], 2006.
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