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NA CONCURSOS

CONCURSO
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QUEM SOMOS

A Domina Concursos, especialista há 8 anos no desenvolvimento e


comercialização de apostilas digitais e impressas para Concurso Públicos, tem
como foco tornar simples e eficaz a forma de estudo. Com visão de futuro,
agilidade e dinamismo em inovações, se consolida com reconhecimento no
segmento de desenvolvimento de materiais para concursos públicos. É uma
empresa comprometida com o bem-estar do cliente. Atua com concursos
públicos federais, estaduais e municipais. Em nossa trajetória, já
comercializamos milhares de apostilas, sendo digitais e impressas. E esse
número continua aumentando.

MISSÃO

Otimizar a forma de estudo, provendo apostilas de excelência, baseados nas


informações de editais dos concursos públicos, para incorporar as melhores
práticas, com soluções inovadoras, flexíveis e de simples utilização e
entendimento.

VISÃO

Ser uma empresa de Classe Nacional em Desenvolvimento de Apostilas para


Concursos Públicos, com paixão e garra em tudo que fazemos.

VALORES

• Respeito ao talento humano


• Foco no cliente
• Integridade no relacionamento
• Equipe comprometida
• Evolução tecnológica permanente
• Ambiente diferenciado
• Responsabilidade social
PROIBIDO CÓPIA

Não é permitida a revenda, rateio, cópia total ou parcial sem autorização da


Domina Concursos, seja ela cópia virtual ou impressa. Independente de manter
os créditos ou não, não importando o meio pelo qual seja disponibilizado: link
de download, Correios, etc…

Caso houver descumprimento, o autor do fato poderá ser indiciado conforme


art. 184 do CP, serão buscadas as informações do responsável em nosso banco
de dados e repassadas para as autoridades responsáveis.
Conhecimentos básicos
“É melhor você tentar algo,
vê-lo não funcionar e
aprender com isso, do que
não fazer nada.”
Mark Zuckerberg
COMPUTAÇÃO NA NUVEM

Computação Na Nuvem

Computação Na Nuvem - Cloud Computing

Computação Em Nuvem

O conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) refere-se à utilização


da memória e da capacidade de armazenamento e cálculo
de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet, seguindo o
princípio da computação em grade.

O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser acessados de qualquer lugar do
mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas ou de armazenar
dados. O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet - daí a alusão à
nuvem. O uso desse modelo (ambiente) é mais viável do que o uso de unidades físicas.

Num sistema operacional disponível na Internet, a partir de qualquer computador e em qualquer lugar,
pode-se ter acesso a informações, arquivos e programas num sistema único, independente de
plataforma. O requisito mínimo é um computador compatível com os recursos disponíveis na Internet.
O PC torna-se apenas um chip ligado à Internet — a "grande nuvem" de computadores — sendo
necessários somente os dispositivos de entrada (teclado, rato/mouse) e saída (monitor).

Corrida Pela Tecnologia

Empresas como Amazon, Oracle, Google, IBM e Microsoft foram as primeiras a iniciar uma grande
ofensiva nessa "nuvem de informação" (information cloud), que especialistas consideram uma "nova
fronteira da era digital". Aos poucos, essa tecnologia vai deixando de ser utilizada apenas em
laboratórios para ingressar nas empresas e, em breve, em computadores domésticos.

O primeiro serviço na Internet a oferecer um ambiente operacional para os usuários—antigamente,


disponível no endereço www.webos.org—foi criado por um estudante sueco, Fredrik Malmer,
utilizando as linguagens XHTML e Javascript.

Em 1999, foi criada nos EUA a empresa WebOS Inc., que comprou os direitos do sistema de Fredrik
e licenciou uma série de tecnologias desenvolvidas nas universidades do Texas, Califórnia e Duke.

Tipologia

Atualmente, a computação em nuvem é dividida em sete tipos:

IaaS - Infrastructure as a Service ou Infraestrutura como Serviço (em português): quando se utiliza
uma percentagem de um servidor, geralmente com configuração que se adeque à sua necessidade.
(p. Ex.: Softlayer)

PaaS - Plataform as a Service ou Plataforma como Serviço (em português): utilizando-se apenas
uma plataforma como um banco de dados, um web-service, etc. (p.ex.: IBM Bluemix, Windows Azure
e Jelastic).

DaaS - Development as a Service ou Desenvolvimento como Serviço (em português): as


ferramentas de desenvolvimento tomam forma na computação em nuvem como ferramentas
compartilhadas, ferramentas de desenvolvimento web-based e serviços baseados em mashup.

SaaS - Software as a Service ou Software como Serviço (em português): uso de um software em
regime de utilização web (p.ex.: Google Docs , Microsoft SharePointOnline).

CaaS - Communication as a Service ou Comunicação como Serviço (em português): uso de uma
solução de Comunicação Unificada hospedada em Data Center do provedor ou fabricante
(p.ex.: Microsoft Lync).

EaaS - Everything as a Service ou Tudo como Serviço (em português): quando se utiliza tudo,
infraestrurura, plataformas, software, suporte, enfim, o que envolve T.I.C. (Tecnologia da Informação
e Comunicação) como um Serviço.

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

DBaas - Data Base as a Service ou Banco de dados como Serviço (em português): quando utiliza a
parte de servidores de banco de dados como serviço.

SECaaS - Security as a Service - ou Segurança como Serviço (em português): Se utiliza


ferramentas de segurança como serviço.

Serviços Oferecidos

Os seguintes serviços atualmente são oferecidos por empresas:

Servidor Cloud

Hospedagem de Sites em Cloud

Load Balancer em Cloud

Email em Cloud

Característica De Computação Em Nuvem

Provisionamento dinâmico de recursos sob demanda, com mínimo de esforço;

Escalabilidade;

Uso de "utility computing", onde a cobrança é baseada no uso do recurso ao invés de uma taxa fixa;

Visão única do sistema;

Distribuição geográfica dos recursos de forma transparente ao usuário.

Modelo De Implantação

No modelo de implantação, dependemos das necessidades das aplicações que serão


implementadas. A restrição ou abertura de acesso depende do processo de negócios, do tipo de
informação e do nível de visão desejado. Percebemos que certas organizações não desejam que
todos os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no seu ambiente de computação
em nuvem. Segue abaixo a divisão dos diferentes tipos de implantação:

Nuvem Privada

As nuvens privadas são aquelas construídas exclusivamente para um único usuário (uma empresa,
por exemplo). Diferentemente de um data center privado virtual, a infraestrutura utilizada pertence ao
usuário, e, portanto, ele possui total controle sobre como as aplicações são implementadas na
nuvem. Uma nuvem privada é, em geral, construída sobre um data center privado.

Nuvem Pública

Uma nuvem é chamada de "nuvem pública" quando os serviços são apresentados por meio de uma
rede que é aberta para uso público. Serviços de nuvem pública podem ser livres. Tecnicamente pode
haver pouca ou nenhuma diferença entre a arquitetura de nuvem privada e pública, entretanto,
considerações de segurança podem ser substancialmente diferentes para os serviços (aplicações,
armazenamento e outros recursos) que são disponibilizados por um provedor de serviços para um
público e quando a comunicação é afetada sobre uma rede não confiável. Geralmente, provedores de
serviços de nuvem pública como a Amazon AWS, Microsoft e Google possuem e operam a
infraestrutura em seus centros de dados e o acesso geralmente é feito por meio da Internet. A AWS e
a Microsoft também oferecem serviços conectados diretamente chamados "AWS Direct Connect" e
"Azure ExpressRoute" respectivamente. Tais conexões necessitam que os clientes comprem ou
aluguem uma conexão privada ao um ponto de troca de tráfego oferecido pelo provedor de nuvem.

As aplicações de diversos usuários ficam misturadas nos sistemas de armazenamento, o que pode
parecer ineficiente a princípio. Porém, se a implementação de uma nuvem pública considera questões
fundamentais, como desempenho e segurança, a existência de outras aplicações sendo executadas

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na mesma nuvem permanece transparente tanto para os prestadores de serviços como para os
usuários.

Nuvem Híbrida

Nas nuvens híbridas temos uma composição dos modelos de nuvens públicas e privadas. Elas
permitem que uma nuvem privada possa ter seus recursos ampliados a partir de uma reserva de
recursos em uma nuvem pública. Essa característica possui a vantagem de manter os níveis de
serviço mesmo que haja flutuações rápidas na necessidade dos recursos. A conexão entre as nuvens
pública e privada pode ser usada até mesmo em tarefas periódicas que são mais facilmente
implementadas nas nuvens públicas, por exemplo. O termo computação em ondas é, em geral,
utilizado quando se refere às nuvens híbridas.

Vantagens

A maior vantagem da computação em nuvem é a possibilidade de utilizar softwares sem que estes
estejam instalados no computador. Mas há outras vantagens:

Na maioria das vezes o usuário não precisa se preocupar com o sistema operacional e hardware que
está usando em seu computador pessoal, podendo acessar seus dados na "nuvem computacional"
independentemente disso;

As atualizações dos softwares são feitas de forma automática, sem necessidade de intervenção do
usuário;

O trabalho corporativo e o compartilhamento de arquivos se tornam mais fáceis, uma vez que todas
as informações se encontram no mesmo "lugar", ou seja, na "nuvem computacional";

Os softwares e os dados podem ser acessados em qualquer lugar, basta apenas que haja acesso à
Internet, não são mais restritos ao ambiente local de computação, nem dependem da sincronização
de mídias removíveis.

o usuário tem um melhor controle de gastos ao usar aplicativos, pois a maioria dos sistemas de
computação em nuvem fornece aplicações gratuitamente e, quando não gratuitas, são pagas
somente pelo tempo de utilização dos recursos. Não é necessário pagar por uma licença integral de
uso de software;

diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura física de redes locais cliente/servidor, bem


como da instalação dos softwares nos computadores corporativos, pois esta fica a cargo do provedor
do software em nuvem, bastando que os computadores clientes tenham acesso à Internet;

a infraestrutura necessária para uma solução de computação em nuvem é bem mais enxuta do que
uma solução tradicional de hospedagem ou alojamento, consumindo menos energia, refrigeração e
espaço físico e consequentemente contribuindo para a preservação e o uso racional dos recursos
naturais.

Desvantagens

A maior desvantagem da computação em nuvem vem fora do propósito desta, que é o acesso a
internet. Caso você perca o acesso, comprometerá todos os sistemas embarcados.

Velocidade de processamento: caso seja necessário uma grande taxa de transferência, se a internet
não tiver uma boa banda, o sistema pode ser comprometido. Um exemplo típico é com mídias digitais
ou jogos;

Assim como todo tipo de serviço, ele é custeado.

Gerenciamento da segurança da informação na nuvem

Sete princípios de segurança em uma rede em nuvem:

Acesso privilegiado de usuários - A sensibilidade de informações confidenciais nas empresas

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obriga um controle de acesso dos usuários e informação bem específica de quem terá privilégio de
administrador, para que então esse administrador controle os acessos

Compliance com regulamentação - As empresas são responsáveis pela segurança, integridade e a


confidencialidade de seus próprios dados. Os fornecedores de computação em nuvem devem estar
preparados para auditorias externas e certificações de segurança.

Localização dos dados - A empresa que usa cloud provavelmente não sabe exatamente onde os
dados estão armazenados, talvez nem o país onde as informações estão guardadas. O fornecedor
deve estar disposto a se comprometer a armazenar e a processar dados em jurisdições específicas,
assumindo um compromisso em contrato de obedecer os requerimentos de privacidade que o país de
origem da empresa pede.

Segregação dos dados - Geralmente uma empresa divide um ambiente com dados de diversos
clientes. Procure entender o que é feito para a separação de dados, que tipo de criptografia é segura
o suficiente para o funcionamento correto da aplicação.

Recuperação dos dados - O fornecedor em cloud deve saber onde estão os dados da empresa e o
que acontece para recuperação de dados em caso de catástrofe. Qualquer aplicação que não replica
os dados e a infra-estrutura em diversas localidades está vulnerável a falha completa. Importante ter
um plano de recuperação completa e um tempo estimado para tal.

Apoio à investigação - A auditabilidade de atividades ilegais pode se tornar impossível na


computação em nuvem uma vez que há uma variação de servidores conforme o tempo onde estão
localizados os acessos e os dados dos usuários. Importante obter um compromisso contratual com a
empresa fornecedora do serviço e uma evidência de sucesso no passado para esse tipo de
investigação.

Viabilidade em longo prazo - No mundo ideal, o seu fornecedor de computação em nuvem jamais
vai falir ou ser adquirido por uma empresa maior. A empresa precisa garantir que os seus dados
estarão disponíveis caso o fornecedor de computação em nuvem deixe de existir ou seja migrado
para uma empresa maior. Importante haver um plano de recuperação de dados e o formato para que
possa ser utilizado em uma aplicação substituta.

Desenho entre os documentos - Nuvem do Google com a face sorrindo ironicamente que irritou aos
engenheiros do Google

Revelações Da Vigilância Pela NSA

Em outubro de 2013 a imprensa publicou, com base nos documentos revelados por Edward
Snowden, que através do Programa MUSCULAR, o GCHQ britânico e a NSA secretamente invadiram
os principais enlaces de comunicação dos centros de processamento de dados do Yahoo! e
do Google ao redor do mundo, tendo acesso aos dados da nuvem de ambos

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Um dos slides de uma apresentação da NSA sobre o programa mostra como este funciona e
apresenta um rosto com um sorriso indicando o sucesso da NSA em invadir os sistemas alvo. Em
palestra em abril de 2014, o jornalista Barton Gellman disse que quando os engenheiros do Google
viram o slide, responderam furiosamente ao ataque ao sistema do Google. Foi também este slide um
dos fatores importantes em convencer o jornal Washington Post da necessidade e importância de
publicar os documentos revelados por Edward Snowden .

Dúvidas

Arquitetura em nuvem é muito mais que apenas um conjunto (embora massivo)


de servidores interligados. Requer uma infraestrutura de gerenciamento desse grande fluxo de dados
que incluem funções para aprovisionamento e compartilhamento de recursos computacionais,
equilíbrio dinâmico do workload e monitoração do desempenho.

Embora a novidade venha ganhando espaço, ainda é cedo para dizer se dará certo ou não. Os
arquivos são guardados na web e os programas colocados na nuvem computacional - e não nos
computadores em si - são gratuitos e acessíveis de qualquer lugar. Mas a ideia de que 'tudo é de
todos e ninguém é de ninguém' nem sempre é algo bem visto.

O fator mais crítico é a segurança, considerando que os dados ficam “online” o tempo todo.

Sistemas Atuais

Os sistemas operacionais para Internet mais utilizados são:

Google Chrome OS: Desenvolvido pela Google, já incorporado nos Chromebooks, disponíveis desde
15 de junho de 2011. Trabalha com uma interface diferente, semelhante ao do Google Chrome, em
que todas as aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e sincronizados com sua conta do Google,
sem necessidade de salvá-los no computador, já que o HD dos dois modelos
de Chromebooks anunciados contam com apenas 16gb de HD.

Joli Os: desenvolvido por Tariq Krim, o ambiente de trabalho chamado jolicloud usa tanto aplicativos
em nuvem quanto aplicativos offline, baseado no ubuntu notebook remix, já tem suporte a vários
navegadores como google chrome, safari, firefox, e está sendo desenvolvido para funcionar no
android.

YouOS: desenvolvido pela empresa WebShaka, cria um ambiente de trabalho inspirado nos sistemas
operacionais modernos e utiliza a linguagem Javascript para executar as operações. Ele possui um
recurso semelhante à hibernação no MS-Windows XP, em que o usuário pode salvar a área de
trabalho com a configuração corrente, sair do sistema e recuperar a mesma configuração
posteriormente. Esse sistema também permite o compartilhamento de arquivos entre os usuários.
Além disso, possui uma API para o desenvolvimento de novos aplicativos, sendo que já existe uma
lista de mais de 700 programas disponíveis. Fechado pelos desenvolvedores em 30 de julho de 2008;

DesktopTwo: desenvolvido pela empresa Sapotek, tem como pré-requisito a presença do utilitário
Flash Player para ser utilizado. O sistema foi desenvolvido para prover todos os serviços necessários
aos usuários, tornando a Internet o principal ambiente de trabalho. Utiliza a linguagem PHP como
base para os aplicativos disponíveis e também possui uma API, chamada Sapodesk, para o
desenvolvimento de novos aplicativos. Fechado para desenvolvedores;

G.ho.st: Esta sigla significa “Global Hosted Operating SysTem” (Sistema Operacional Disponível
Globalmente), tem como diferencial em relação aos outros a possibilidade de integração com outros
serviços como: Google Docs, Meebo, ThinkFree, entre outros, além de oferecer suporte a vários
idiomas;

eyeOS: Este sistema está sendo desenvolvido por uma comunidade denominada EyeOS Team e
possui o código fonte aberto ao público. O objetivo dos desenvolvedores é criar um ambiente com
maior compatibilidade com os aplicativos atuais, MS-Office e OpenOffice. Possui um abrangente
conjunto de aplicativos, e o seu desenvolvimento é feito principalmente com o uso da linguagem PHP.

iCloud: Sistema lançado pela Apple em 2011, é capaz de armazenar até 5 GB de fotos, músicas,

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documentos, livros e contatos gratuitamente, com a possibilidade de adquirir mais espaço em disco
(pago).

Ubuntu One: Ubuntu One é a suíte que a Canonical (Mantenedora da distribuição Linux Ubuntu) usa
para seus serviços online. Atualmente com o Ubuntu One é possível fazer backups, armazenamento,
sincronização e compartilhamento de arquivos e vários outros serviços que a Canonical adiciona para
oferecer mais opções e conforto para os usuários.

IBM Smart Business: Sistema da IBM que engloba um conjunto de serviços e produtos integrados em
nuvem voltados para a empresa. O portfólio incorpora sofisticada tecnologia de automação e
autosserviço para tarefas tão diversas como desenvolvimento e teste de software, gerenciamento de
computadores e dispositivos, e colaboração. Inclui o Servidor IBM CloudBurst server (US) com
armazenamento, virtualização, redes integradas e sistemas de gerenciamento de serviço embutidos.

Dropbox: Dropbox é um sistema de armazenamento em nuvem que inicia-se gratuitamente com 2gb
e conforme indica amigos o espaço para armazenamento de arquivos cresce até 50gb. Também tem
opções pagas com maior espaço.

OneDrive: Serviço de armazenamento em nuvem da Microsoft com 5gb free e com a possibilidade de
adquirir mais espaço. Tem serviços sincronizados com o windows 8, windows phone e Xbox.

No Brasil

No Brasil, a tecnologia de computação em nuvem é muito recente, mas está se tornando madura
muito rapidamente. Empresas de médio, pequeno e grande porte estão adotando a tecnologia
gradativamente. O serviço começou a ser oferecido comercialmente em 2008 e em 2012, ocorreu
uma grande adoção.

A empresa Katri foi a primeira a desenvolver a tecnologia no Brasil, em 2002, batizando-a IUGU.
Aplicada inicialmente no site de busca de pessoas físicas e jurídicas Fonelista. Durante o período em
que esteve no ar, de 2002 a 2008, os usuários do site puderam comprovar a grande diferença de
velocidade nas pesquisas proporcionada pelo processamento paralelo.

Em 2009, a tecnologia evoluiu muito,[carece de fontes] e sistemas funcionais desenvolvidos no início da


década já passam de sua 3ª geração, incorporando funcionalidades e utilizando de tecnologias como
"índices invertidos" (inverted index).

No ambiente acadêmico o Laboratório de Redes e Gerência da UFSC foi um dos pioneiros a


desenvolver pesquisas em Computação em Nuvem publicando artigos sobre segurança, IDS
(Intrusion Detection Systems) e SLA (Service Level Agreement) para computação em nuvem. Além
de implantar e gerenciar uma nuvem privada e computação em nuvem verde.

Nuvens Públicas

Existem pouco menos de 10 empresas ofertantes do serviço em nuvens públicas (que podem ser
contratadas pela internet em estrutura não privativa e com preços e condições abertas no site) com
servidores dentro do Brasil e com baixa latência. A maioria utiliza tecnologia baseada
em Xen, KVM, VMWare, Microsoft Hypervisor.

O Que É Cloud Computing? Entenda A Sua Definição E Importância

Mover os aplicativos para a nuvem. Gerenciar os sistemas na nuvem. Armazenar os arquivos na


nuvem. Hoje em dia parece que tudo acontece "na nuvem". Mas o que é exatamente este conceito
nebuloso? A resposta rápida: a nuvem é algum lugar do outro lado da sua conexão de internet. Um
lugar onde você pode acessar aplicativos e serviços, e onde os seus dados são armazenados de
forma segura.

Cloud computing, ou computação em nuvem, revolucionou a forma como as empresas e as pessoas


consomem tecnologia por três motivos:

Não é necessário nenhum esforço da sua parte para gerenciar ou dar manutenção em aplicativos.

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A nuvem é efetivamente infinita em tamanho, portanto você não precisa se preocupar em ficar sem
capacidade.

Você pode acessar aplicações e serviços baseados na nuvem de qualquer lugar -- tudo o que você
precisa é de um dispositivo conectado à internet.

Uma Breve História De Cloud Computing

As raízes da Internet estão na década de 60, mas a sua relevância para os negócios só começou a
ser percebida no início dos anos 90. A World Wide Web nasceu em 1991 e, em 1993, um browser
chamado Mosaic foi lançado, permitindo que os usuários visualizassem páginas de texto com
gráficos. Isso fomentou a criação dos primeiros websites corporativos e, não surpreendentemente, a
maior parte deles era de empresas de computação e tecnologia.

Conforme as conexões de Internet se tornaram mais rápidas e confiáveis, um novo tipo de empresa,
chamada de ASP (Application Service Provider ou provedor de serviços de aplicações), começou a
surgir. Os ASPs gerenciavam aplicações de negócios já existentes para os seus clientes. Estas
empresas adquiriam poder computacional e adminstravam as aplicações para seus clientes que
então pagavam uma taxa mensal para acessar as aplicações por Internet.

Mas não foi até o final da década de 90 que cloud computing como conhecemos hoje começou a
surgir. Foi neste período que a Salesforce introduziu no mercado sua aplicação de CRM desenhada
especificamente para:

ser executada na "nuvem";

ser acessada pela Internet por meio de um navegador web;

ser usada por um alto volume de clientes simultaneamente com custo baixo.

Desde então a nuvem cresceu sem parar. Em 2013, o investimento mundial em serviços baseados na
nuvem chegou a 47 bilhões de dólares. E este número está projetado para dobrar e ultrapassar os
100 bilhões de dólares em 2018 conforme as empresas aumentem seus investimentos em serviços
na nuvem como a fundação de seus produtos novos e mais competitivos.

Curiosidade: desde os anos 80, quando a internet ainda nem pensava em se tornar o que é hoje, as
pessoas já faziam muitos downloads. Esse jargão da tecnologia significa, em uma tradução livre, algo
como “descarregar para baixo”; ou seja, desde os primórdios da computação, as pessoas traziam
seus arquivos "de cima". Afinal, o que sempre esteve no nível mais alto sempre foram as nuvens.

Como Funciona A Computação Na Nuvem?

Muitas pessoas ainda acham que o conceito de cloud computing é algo difícil de entender e
complicado. Porém, praticamente tudo que você consome atualmente na Internet — redes sociais,
armazenamento de arquivos, streaming de vídeo e música — provém de aplicativos e serviços
baseados na nuvem.

A ideia de guardar arquivos em uma “entidade tecnológica” chamada nuvem surge do fato de que não
se sabe exatamente onde os dados estão sendo armazenados ou processados. Eles podem estar em
um servidor aqui mesmo no Brasil, do outro lado do mundo, no Japão, ou ainda nos dois locais ao
mesmo tempo, um sendo cópia de segurança do outro. O verdadeiro advento é conseguir acessar
esses dados pela internet, de qualquer lugar do mundo, mesmo que estejam armazenados a
quilômetros de distância.

Como eles não estão em lugar fixo (como um servidor local na empresa, por exemplo), é possível que
várias pessoas, de diversos locais, consigam interagir com aquele conteúdo guardado na nuvem,
desde que tenham acesso autorizado e autenticado para tal. A atualização desses arquivos e
processos também acontece em tempo real, já que estão conectados a internet, além da criação de
backups periódicos.

Ainda existe a opção de adaptar os serviços disponibilizados na nuvem de acordo com a


necessidade. Um exemplo comum e bem recorrente deste tipo de ação é aumentar o processamento

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de uma loja de comércio eletrônico quando ocorre alguma promoção ou data comemorativa. Desta
forma, a empresa não fica limitada em momentos esporádicos e, ao mesmo tempo, não tem os
custos de muitos servidores e computadores locais, que ficariam sem uso na maior parte do tempo.

CRM Na Nuvem E Sua Importância

Se o Pequeno Príncipe fosse um empreendedor moderno, provavelmente ele saberia muito bem
como usar técnicas de CRM — afinal, ele sabe bem a importância de cativar as pessoas com quem
ele se relaciona. Um dos fundamentos de CRM é coletar o maior número de informações sobre o
cliente (incluindo seus contatos diretos com o negócio) e centralizá-los em um sistema para que se
forme um panorama individual sobre o consumidor, permitindo um tratamento personalizado para a
resolução de seus problemas. Se um procedimento assim já é eficiente quando é limitado a um
servidor físico, ele se torna ainda mais eficaz quando está conectado à nuvem.

A capacidade de acesso remoto viabilizada por cloud computing permite ao CRM ter uma
versatilidade imensa, principalmente quando se tem uma equipe fragmentada para usufruir dessas
informações, como uma equipe de vendas. As informações de cada cliente podem ser acessadas por
notebooks ou aplicativos móveis, por exemplo, enquanto o funcionário está viajando ou fazendo uma
visita, dando flexibilidade ao processo como um todo.

É sempre bom lembrar que a nuvem permite ser aumentada ou reduzida de acordo com as
exigências da sua empresa, permitindo o acesso de pequenas e médias empresas a esses sistemas
de gerenciamento de clientes sem gastar muito, reduzindo custos e focando o potencial humano no
que realmente importa: os consumidores e sua relação com o negócio. Além disso, por já estar na
nuvem, ela consegue integrar-se a outros sistemas cloud facilmente, característica fundamental de
um software dessa linha.

Qual A Utilidade Da Nuvem Para Os Negócios?

Existem diversos benefícios de cloud computing para as empresas. Redução de investimentos em


infraestrutura, menor necessidade de equipes especialistas que não sejam relacionados ao seu
negócio e flexibilidade de crescimento são alguns deles.

A ideia não é apenas colocar arquivos na internet e acessá-los de qualquer local e de qualquer
dispositivo, por exemplo. Estar na nuvem significa transformar algo que ficaria restrito a um servidor
e/ou espaço físico em algo que pode se construir de forma colaborativa, por meio do conhecimento e
das ações de diversas pessoas. Centralizar o sistema de sua empresa nesse sistema tem, como
consequência direta, a integração das diferentes áreas da empresa e o aumento da eficácia dos
projetos, consequências da transformação digital.

A computação na nuvem também é útil para cortar gastos e transformar um capital que ficaria parado
como servidores quebrados ou inutilizados em investimento em outras áreas. Tudo na nuvem é
contratado como serviços, de softwares básicos a infraestruturas completas de TI. Você paga apenas
pelo que você usa, sem gastos adicionais com manutenção e afins, possibilitando uma implantação
mais fácil, independente do tamanho ou das pretensões da sua empresa.

Aliás, desapegar do físico não é sinônimo de perder a segurança dos seus dados — ao contrário do
que se pensa, é provável que eles fiquem mais protegidos e mais fáceis de serem recuperados.
Enquanto os backups de um sistema convencional, muitas vezes, são feitos em mídias físicas, que
precisam ser novamente carregadas manualmente, algumas técnicas de nuvem são capazes de fazer
isso automaticamente e de forma criptografada. Outro exemplo, se acontece algum problema em um
servidor em um ponto do globo, os usuários são automaticamente redirecionados para acessar uma
cópia em outro ponto.

As 7 Vantagens Da Opção Pela Nuvem

Pague Apenas Pelo Que Usar

Como todos os sistemas de cloud computing são vendidos como serviços, você vai pagar apenas
pela quantidade de armazenamento e processamento que utilizar; ou seja, nada mais de custos com
verdadeiras parafernálias computacionais que podem ficar paradas por um bom tempo até que a

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demanda apareça. Seja você gerente de uma pequena empresa ou de uma multinacional, a nuvem
vai se adaptar ao seu negócio — e, claro, vai cobrar o justo por isso.

Tenha O Melhor Sem Pagar A Mais Por Isso

Comprar a licença de uma nova versão de um software essencial para a empresa ou trocar os
servidores antigos por algo mais moderno: ao usar a nuvem, esses e outros gastos ficam por conta
do fornecedor. Você terá sempre as últimas atualizações de programas e hardware a sua disposição
para usar, sem precisar sequer se preocupar com isso.

Aumente Ou Diminua Conforme A Necessidade

Diferente de outras estratégias de TI, a computação na nuvem não é voltada a um único tipo de
empresa. Um mesmo serviço será eficiente tanto para pequenas, quanto grandes corporações,
graças ao poder de elasticidade da cloud computing. Você pode dobrar o processamento em horários
de pico ou reduzir à metade nos meses mais fracos de vendas, por exemplo, com o simples apertar
de botão.

Acesse De Qualquer Lugar Do Mundo

Esqueça a ideia de ter que estar em um local físico determinado para acessar as informações de que
precisa. Com o advento da nuvem, todos os dados são acessíveis pela internet e podem ser
acessados de qualquer computador, notebook, tablet ou smartphone, desde que estejam conectados
a rede. Sua empresa estará sempre disponível, na palma da sua mão, flexibilizando ainda mais todas
as partes do seu negócio.

Centralize Sua Empresa Em Único Lugar

É difícil lidar com vários softwares diferentes, cada um com diferentes tipos de autenticação, formas
de acesso e, principalmente, modos de integração entre si. Com todos dentro da nuvem, é mais fácil
compor um sistema integrado, que consegue se relacionar ao ponto de dar as informações
necessárias para que a empresa consiga desempenhar bem as suas funções.

Saiba O Que Está Acontecendo

Como quase todos os sistemas na nuvem são automatizados, eles também armazenam várias
métricas sobre o que e, principalmente, como os serviços estão sendo utilizados. Essas informações
são essenciais para repensar as estratégias que a empresa vem tomando em seus processos
internos e, claro, são a base para possíveis mudanças de rota e de mentalidade, que levarão a uma
melhoria no negócio como um todo.

Recupere-Se Mais Rápido De Catástrofes

Muitas vezes, o ato de fazer cópias de segurança com qualidade e garantia é algo bem complicado —
e usá-las no momento que mais precisa delas é ainda mais conturbado. Os servidores dos
fornecedores de serviços de cloud computing, geralmente, são bem mais preparados para isso do
que a sua empresa. Além disso, se ocorre algum problema em um deles, seus acessos pela rede são
redirecionados rapidamente a outro, deixando tudo funcionando de novo.

Como Começar A Investir Em Cloud Computing?

Ótimo, então você já entendeu que a nuvem não é um bicho de sete cabeças, além de conhecer a
sua história, seu funcionamento e suas vantagens. Se seu próximo passo é levar agora a sua
empresa para o mundo da computação em nuvem.

Como tudo que precisa ser bem-feito, é necessário começar com um planejamento. Afinal, quais são
as prioridades que a sua empresa tem? São esses serviços essenciais que precisam ser privilegiados
nos primeiros investimentos com computação na nuvem.

Também é bom decidir quais sistemas você vai buscar na implantação; ou seja, você vai querer
softwares (SaaS), plataformas de desenvolvimento (PaaS) ou infraestruturas inteiras de TI (IaaS)

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como serviços na nuvem? Outra decisão importante de se tomar nos primeiros passos com essa
metodologia é decidir se você quer uma nuvem pública (totalmente acessada pela Internet), uma
nuvem privada (todos os benefícios da cloud computing em uma rede fechada) ou, ainda, uma nuvem
híbrida.

Depois disso, a ideia é encontrar o provedor de computação na nuvem que consegue atender melhor
às necessidades de sua empresa. Não no quesito tamanho, claro — já falamos bastante sobre a
elasticidade da nuvem —, mas quanto aos recursos e funções que você procura. Uma boa
criptografia e demais metodologias de segurança são pontos muito importantes nessa contratação,
assim como serviços de backup eficientes e, claro, um suporte técnico que esteja sempre disponível
para resolver eventuais problemas.

De toda forma, é sempre bom encarar a nuvem, no primeiro momento, como um ambiente de
experimentação e testes. Veja como a sua empresa reage ao usar tais sistemas, como eles podem
ser ainda mais melhorados e modificados para refletir a realidade do seu negócio e, assim, consolide,
aos poucos, ela como um dos pilares do seu sucesso.

O Que É Cloud Computing (Computação Nas Nuvens)?

A expressão cloud computing começou a ganhar força em 2008, mas, conceitualmente, as ideias
por trás da denominação existem há muito mais tempo. Também conhecida no Brasil
como computação nas nuvens ou computação em nuvem, a cloud computing se refere,
essencialmente, à noção de utilizarmos, em qualquer lugar e independente de plataforma, as mais
variadas aplicações por meio da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas em
computadores locais.

Mas o que exatamente isso quer dizer? Por que o conceito é tão importante nos dias de hoje? Quais
os seus benefícios? Há riscos associados? Com linguagem simples e abordagem introdutória, este
texto responde essas e outras perguntas relacionadas.

Entendendo A Cloud Computing (Computação Nas Nuvens)

Estamos habituados a armazenar arquivos e dados dos mais variados tipos e a utilizar aplicações de
maneira on premise, isto é, instaladas em nossos próprios computadores ou dispositivos. Em
ambientes corporativos, esse cenário muda um pouco: é relativamente comum empresas utilizarem
aplicações disponíveis em servidores que podem ser acessadas por qualquer terminal autorizado.

A principal vantagem do on premise está no fato de ser possível, pelo menos na maioria das vezes,
utilizar as aplicações mesmo sem acesso à internet ou à rede local. Em outras palavras, é possível
usar esses recursos de maneira off-line.

Por outro lado, no modelo on premise, todos os dados gerados ficam restritos a um único
equipamento, exceto quando há compartilhamento em rede, coisa que não é muito comum no
ambiente doméstico. Mesmo no ambiente corporativo, essa prática pode gerar algumas limitações,
como a necessidade de se ter uma licença de determinado software para cada computador, por
exemplo.

A evolução constante da tecnologia computacional e das telecomunicações está fazendo com que o
acesso à internet se torne cada vez mais amplo e rápido. Esse cenário cria a condição perfeita para a
popularização da cloud computing, pois faz com que o conceito se dissemine no mundo todo.

Com a cloud computing, muitos aplicativos, assim como arquivos e outros dados relacionados, não
precisam mais estar instalados ou armazenados no computador do usuário ou em um servidor
próximo. Esse conteúdo passa a ficar disponível nas nuvens, isto é, na internet.

Ao fornecedor da aplicação cabe todas as tarefas de desenvolvimento, armazenamento, manutenção,


atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar com nenhum desses
aspectos, apenas em acessar e utilizar.

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

Nuvens representam uma abstração de recursos computacionais na internet - Imagem


por OpenClipart

Um exemplo prático dessa nova realidade é o Office Online, da Microsoft, serviço que dá acesso a
recursos básicos de edição de textos, apresentações de slides, entre outras funcionalidades, de
maneira completamente on-line. Tudo o que o usuário precisa fazer é criar uma conta e utilizar um
navegador de internet compatível, o que é o caso da maioria dos browsers da atualidade.

Algumas Características Da Cloud Computing

Tal como já informado, uma das vantagens da cloud computing é o acesso a aplicações a partir da
internet, sem que estas estejam instaladas em computadores ou dispositivos específicos. Mas, há
outros benefícios significativos:

- Na maioria dos casos, o usuário pode acessar as aplicações independente do seu sistema
operacional ou do equipamento usado;

- O usuário não precisa se preocupar com a estrutura para executar a aplicação - hardware,
procedimentos de backup, controle de segurança, manutenção, entre outros;

- Compartilhamento de informações e trabalho colaborativo se tornam mais fáceis, pois todos os


usuários acessam as aplicações e os dados do mesmo lugar: a nuvem;

- Dependendo do fornecedor, o usuário pode contar com alta disponibilidade: se um servidor parar de
funcionar, por exemplo, os demais que fazem parte da estrutura continuam a oferecer o serviço;

- O usuário pode contar com melhor controle de gastos. Muitas aplicações em cloud computing são
gratuitas e, quando é necessário pagar, o usuário só o faz em relação aos recursos que usar ou ao
tempo de utilização. Não é necessário, portanto, pagar por uma licença integral de uso, tal como é
feito no modelo tradicional de fornecimento de software;

- Dependendo da aplicação, o usuário pode precisar instalar um programa cliente em seu computador
ou dispositivo móvel. Mas, nesses casos, todo ou a maior parte do processamento (e até mesmo do
armazenamento de dados) fica por conta das "nuvens".

Note que, independente da aplicação, com a cloud computing o usuário não necessita conhecer toda
a estrutura que há por trás, ou seja, ele não precisa saber quantos servidores executam determinada
ferramenta, quais as configurações de hardware utilizadas, como o escalonamento é feito, onde está
a localização física do data center, enfim. O que importa é saber que a aplicação está disponível nas
nuvens.

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

Software As A Service (SAAS)

Intimamente ligado à cloud computing está o conceito de Software as a Service (SaaS) ou, em bom
português, Software como Serviço. Em sua essência, trata-se de uma forma de trabalho em que o
software é oferecido como serviço, assim, o usuário não precisa adquirir licenças de uso para
instalação ou mesmo comprar computadores ou servidores para executá-lo. Nessa modalidade, no
máximo, paga-se um valor periódico - como se fosse uma assinatura - somente pelos recursos
utilizados e/ou pelo tempo de uso.

Para entender melhor os benefícios do SaaS, suponha que uma empresa que tem 20 funcionários
necessita de um software para gerar folha de pagamento. Há várias soluções prontas para isso no
mercado, no entanto, a empresa terá que comprar licenças de uso do software escolhido e,
dependendo do caso, até mesmo hardware para executá-lo. Muitas vezes, o preço da licença ou
mesmo dos equipamentos pode resultar em custo alto e não compatível com a condição de porte
pequeno da empresa.

Se, por outro lado, a companhia encontrar um fornecedor de software para folha de pagamento que
trabalha com o modelo SaaS, a situação pode ficar mais fácil: essa empresa poderá, por exemplo,
oferecer esse serviço por meio de cloud computing e cobrar apenas pelo número de funcionários e/ou
pelo tempo de uso. Com isso, o contratante paga um valor baixo pelo uso da aplicação. Além disso,
hardware, instalação, atualização, manutenção, entre outros, são tarefas que ficam por conta do
fornecedor.

Também é importante levar em conta que o intervalo entre a contratação do serviço e o início de sua
utilização é extremamente baixo, o que não aconteceria se o software tivesse que ser instalado nos
computadores do cliente - este só precisa se preocupar com o acesso ao serviço (no caso, uma
conexão à internet) ou, se necessário, com a simples instalação de algum recurso mínimo, como um
plugin no navegador de internet de suas máquinas.

Oracle e HP são dois exemplos de companhias que oferecerem soluções em SaaS: HP SaaS; Oracle
SaaS.

PaaS, DaaS, IaaS e TaaS

No mercado também há conceitos derivados do SaaS que são utilizados por algumas companhias
para diferenciar os seus serviços. São eles:

- Platform as a Service (PaaS): Plataforma como Serviço. Trata-se de um tipo de solução mais
amplo para determinadas aplicações, incluindo todos (ou quase todos) os recursos necessários à
operação, como armazenamento, banco de dados, escalabilidade (aumento automático da
capacidade de armazenamento ou processamento), suporte a linguagens de programação,
segurança e assim por diante;

- Database as a Service (DaaS): Banco de Dados como Serviço. O nome já deixa claro que essa
modalidade é direcionada ao fornecimento de serviços para armazenamento e acesso de volumes de
dados. A vantagem aqui é que o detentor da aplicação conta com maior flexibilidade para expandir o
banco de dados, compartilhar as informações com outros sistemas, facilitar o acesso remoto por
usuários autorizados, entre outros;

- Infrastructure as a Service (IaaS): Infraestrutura como Serviço. Parecido com o conceito de PaaS,
mas aqui o foco é a estrutura de hardware ou de máquinas virtuais, com o usuário tendo inclusive
acesso a recursos do sistema operacional;

- Testing as a Service (TaaS): Ensaio como Serviço. Oferece um ambiente apropriado para que o
usuário possa testar aplicações e sistemas de maneira remota, simulando o comportamento destes
em nível de execução.

Exemplos De Aplicações Em Cloud Computing

Os termos cloud computing e computação nas nuvens são relativamente recentes, como você já
sabe, mas se analisarmos bem, veremos que a ideia não é, necessariamente, nova. Serviços de e-
mail, como Gmail e Yahoo! Mail; "discos virtuais" na internet, como Dropbox ou OneDrive; sites de

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

armazenamento e compartilhamento de fotos ou vídeos, como Flickr e YouTube. Todos são exemplos
de recursos que, de certa forma, estão dentro do conceito de computação nas nuvens.

Note que todos os serviços mencionados não são executados no computador do usuário, mas este
pode acessá-los de qualquer lugar, muitas vezes sem pagar licenças de software. No máximo, paga-
se um valor periódico pelo uso do serviço ou pela contratação de recursos adicionais, como maior
capacidade de armazenamento de dados, por exemplo.

Abaixo há uma breve lista de serviços que incorporam claramente o conceito de cloud computing:

- Google Apps: este é um pacote de serviços que o Google oferece que conta com aplicativos de
edição de texto, planilhas e apresentações, ferramenta de agenda, comunicador instantâneo
integrado, e-mail com o domínio próprio (por exemplo, contato@infowester.com), entre outros. Todos
os recursos são processados pelo Google. O cliente precisa apenas criar as contas dos usuários e
efetuar algumas configurações. O Google Apps oferece pacotes pagos cujos valores variam de
acordo com o número de usuários;

- Amazon: a Amazon é um dos maiores serviços de comércio eletrônico do mundo. Para suportar o
volume de vendas no período de Natal, a empresa montou uma gigantesca estrutura de
processamento e armazenamento de dados que acabava ficando ociosa na maior parte do ano. Foi a
partir daí que a companhia teve a ideia de "alugar" esses recursos, iniciativa que resultou em serviços
como Simple Storage Solution (S3) para armazenamento de dados e Elastic Compute Cloud (EC2)
para uso de máquinas virtuais;

- Netflix: serviço que dá acesso a filmes, seriados e documentários a partir de um pequeno valor por
mês. Não é necessário efetuar download das produções, tudo é feito por streaming. Além disso, o
usuário pode assistir cada item do acervo quantas vezes quiser e, caso interrompa a reprodução do
vídeo, pode continuar mais tarde de onde parou;

- Aprex: brasileiro, o Aprex oferece um conjunto de ferramentas para uso profissional, como
calendário, gerenciador de contatos, lista de tarefas, armazenamento de arquivos, blog, serviço de e-
mail marketing, apresentações, entre outros. Tudo é feito pela Web e, no caso de empresas, é
possível até mesmo inserir logotipo e alterar o padrão de cores das páginas;

- Evernote: serviço para criação e armazenamento de notas e informações variadas que funciona
como um abrangente banco de dados. Inclui ferramentas para compartilhamento, edição,
organização e localização de dados. Há opções de contas gratuitas e pagas.

Nuvem Privada (Private Cloud)

Até agora, tratamos a computação nas nuvens como um sistema composto de duas partes: o
provedor da solução e o utilizador, que pode ser uma pessoa, uma empresa ou qualquer outra
organização. Podemos entender esse contexto como um esquema de nuvem pública. No entanto,
especialmente no que diz respeito ao segmento corporativo, é possível também o uso do que se
conhece como nuvem privada.

Do ponto de vista do usuário, a nuvem privada (private cloud) oferece praticamente os mesmos
benefícios da nuvem pública. A diferença está, essencialmente, nos "bastidores": os equipamentos e
sistemas utilizados para constituir a nuvem ficam dentro da infraestrutura da própria corporação.

Em outras palavras, a empresa faz uso de uma nuvem particular, construída e mantida dentro de
seus domínios. Mas o conceito vai mais além: a nuvem privada também considera a cultura
corporativa, de forma que políticas, objetivos e outros aspectos inerentes às atividades da companhia
sejam respeitados.

A necessidade de segurança e privacidade é um dos motivos que levam uma organização a adotar
uma nuvem privada. Em serviços de terceiros, cláusulas contratuais e sistemas de proteção são os
recursos oferecidos para evitar acesso não autorizado ou compartilhamento indevido de dados.
Mesmo assim, uma empresa pode ter dados críticos por demais para permitir que outra companhia
responda pela proteção e disponibilização de suas informações. Ou, então, a proteção oferecida pode
simplesmente não ser suficiente. Em situações como essas é que o uso de uma nuvem privada se
mostra adequado.

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

Uma nuvem privada também pode oferecer a vantagem de ser "moldada" com precisão às
necessidades da companhia, especialmente em relação a empresas de grande porte. Isso porque o
acesso à nuvem pode ser melhor controlado, assim como a disponibilização de recursos pode ser
direcionada de maneira mais eficiente, aspecto capaz de impactar positivamente a rotina corporativa.

Empresas como Microsoft, IBM e HP oferecem soluções para nuvens privadas. As organizações
interessadas devem, todavia, contar com profissionais ou mesmo consultoria especializada na criação
e manutenção da nuvem, afinal, uma implementação mal executada pode interferir negativamente no
negócio.

Os custos de equipamentos, sistemas e profissionais da nuvem privada poderão ser elevados no


início. Por outro lado, os benefícios obtidos a médio e longo prazo, como ampla disponibilidade,
agilidade de processos e os já mencionados aspectos de segurança compensarão os gastos,
especialmente se a implementação for otimizada com virtualização, padronização de serviços e afins.

Nuvem Híbrida (Hybrid Cloud)

Para a flexibilização de operações e até mesmo para maior controle sobre os custos, as organizações
podem optar também pela adoção de nuvens híbridas. Nelas, determinadas aplicações são
direcionadas às nuvens públicas, enquanto outras, normalmente mais críticas, permanecem sob
responsabilidade de sua nuvem privada. Pode haver também recursos que funcionam em sistemas
locais (on premise), complementando o que está nas nuvens.

Perceba que nuvens públicas e privadas não são modelos incompatíveis entre si. Não é preciso abrir
mão de um tipo para usufruir do outro. Pode-se aproveitar o "melhor dos dois mundos", razão pela
qual as nuvens híbridas (hybrid cloud) são uma tendência muito forte nas corporações.

A implementação de uma nuvem híbrida pode ser feita tanto para atender a uma demanda contínua
quanto para dar conta de uma necessidade temporária. Por exemplo, uma instituição financeira pode
integrar à sua nuvem privada um serviço público capaz de atender a uma nova exigência tributária.
Ou então, uma rede de lojas pode adotar uma solução híbrida por um curto período para atender ao
aumento das vendas em uma época festiva.

É claro que a eficácia de uma nuvem híbrida depende da qualidade da sua implementação. É
necessário considerar aspectos de segurança, monitoramento, comunicação, treinamento, entre
outros.

Esse planejamento é importante para avaliar inclusive se a solução híbrida vale a pena. Quando o
tempo necessário para a implementação é muito grande ou quando há grandes volumes de dados a
serem transferidos para os recursos públicos, por exemplo, seu uso pode não ser viável.

Cuidados Para Evitar Problemas

Há uma quantidade imensa de serviços nas nuvens. No meio corporativo, há opções que atendem de
pequenas empresas a companhias que figuram entre as mais valiosas do mundo. Tamanha
diversidade exige cuidados para evitar que as vantagens se transformem em prejuízo ou desperdício
de recursos.

Uma dessas medidas é a avaliação precisa de necessidades, do contrário, uma organização pode
contratar serviços cuja capacidade está acima do necessário, gerando custos indevidos.

Outra é a desativação de recursos contratados no tempo certo. Se uma empresa utiliza serviços que
cobram por hora, por exemplo, é importante desativar a ferramenta durante períodos em que não há
demanda (como em feriados).

Nesse sentido, se uma companhia possui uma nuvem privada, precisa monitorar o consumo de
recursos para identificar as situações em que a capacidade da estrutura pode ser diminuída. Se o não
fizer, haverá equipamentos consumindo recursos como energia e largura de banda
desnecessariamente.

A contratação de serviços também deve ser bem analisada. Nem sempre a solução mais barata é a
melhor. Se os usuários necessitarem de um longo tempo de treinamento ou o serviço exigir migração

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COMPUTAÇÃO NA NUVEM

para um plano de acesso à internet com mais capacidade, por exemplo, os custos adicionais podem
acabar extrapolando o orçamento.

Esses são apenas alguns dos cuidados necessários. Dependendo do que se espera do modelo de
cloud computing, outras medidas podem ser mandatórias. Em alguns casos, pode ser conveniente
até mesmo a contratação de uma empresa especializada para assessorar a escolha e a
implementação de uma solução.

Um Pouco Sobre A História Da Cloud Computing

Computação nas nuvens não é um conceito claramente definido. Não estamos tratando de uma
tecnologia pronta que saiu dos laboratórios pelas mãos de um grupo de pesquisadores e
posteriormente foi disponibilizada no mercado. Essa característica faz com que seja difícil identificar
com precisão a sua origem. Mas há alguns indícios bastante interessantes.

Um deles remete ao trabalho desenvolvido por John McCarthy. Falecido em outubro de 2011, o
pesquisador foi um dos principais nomes por trás da criação do que conhecemos comointeligência
artificial, com destaque para a linguagem Lisp, até hoje aplicada em projetos que utilizam tal
conceito.

Além desse trabalho, John McCarthy tratou de uma ideia bastante importante no início da década de
1960: computação por tempo compartilhado (time sharing), onde um computador pode ser
utilizado simultaneamente por dois ou mais usuários para a realização de determinadas tarefas,
aproveitando especialmente o intervalo de tempo ocioso entre cada processo.

Perceba que, dessa forma, é possível aproveitar melhor o computador (na época, um dispositivo
muito caro) e diminuir gastos, pois o usuário paga somente pelo tempo de uso do equipamento, por
exemplo. É, de certa forma, uma ideia presente na computação nas nuvens.

Quase que na mesma época, o físico Joseph Carl Robnett Licklider entrou para a história ao ser um
dos pioneiros da internet. Isso porque, ao fazer parte da ARPA (Advanced Research Projects
Agency), lidou com a tarefa de encontrar outras utilidades para o computador que não fosse apenas a
de ser uma "poderosa calculadora".

Nessa missão, Licklider acabou sendo um dos primeiros a entender que os computadores poderiam
ser usados de maneira conectada, de forma a permitir comunicação de maneira global e,
consequentemente, o compartilhamento de dados. Seu trabalho foi determinante para a criação
da Intergalactic Computer Network, que posteriormente deu origem à ARPANET, que por sua vez
"abriu as portas" para a internet.

Embora possamos associar várias tecnologias, conceitos e pesquisadores ao assunto, ao juntarmos


os trabalhos de John McCarthy e J.C.R. Licklider podemos ter uma grande ajuda na tarefa de
compreender a origem e a evolução da cloud computing.

Por Que Uma Nuvem?

Ao consultar livros de redes, telecomunicações e afins, repare bem: é provável que você encontre
desenhos de nuvens usados para fins de abstração. Nesse sentido, a ilustração representa uma rede
de algum tipo cuja estrutura não precisa ser conhecida, pelo menos não naquele momento.

Se a intenção em determinado capítulo é explicar como funciona uma tecnologia de comunicação que
interliga duas redes de computadores, por exemplo, não é necessário detalhar as características de
cada uma delas. Assim, o autor pode utilizar uma nuvem - a abstração - para indicar que há redes ali.

A computação nas nuvens simplesmente absorveu essa ideia, até porque o desenho de uma nuvem,
no mesmo contexto de abstração, passou também a representar a internet.

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GOOGLE G SUITE

Google G Suite

O Google G Suite For Education até então conhecido como Google Apps For Education é uma plata-
forma educacional colaborativa que possibilita às escolas, professores e estudantes extrapolarem a
sua criatividade no uso da tecnologia em sala de aula.

A colaboração é o ponto chave, ou seja é possível que diversos estudantes possam efetivamente rea-
lizar o trabalho produzindo textos, desenhos, tabelas, mapas e imagens ao mesmo tempo, mesmo
que estejam em espaços físicos distintos.

A geração que hoje está em sala de aula tem uma grande familiaridade com a interação e com o tra-
balho conjunto. O objetivo da plataforma G Suite For Education é poder aproveitar essa familiaridade
e esse desejo que os estudantes têm de estar conectados e interagindo para conectá-los com o de-
sejo de aprender.

Por exemplo, se você tiver instalado no seu celular o Aplicativo QrCode, poderá ler o código que se
encontra ao lado e entender um pouquinho melhor como acontece o trabalho colaborativo em sala de
aula.

As ferramentas do G Suite For Education podem ser utilizadas em computadores, notebooks, tablets
ou celulares. Todas rodam diretamente na internet (na nuvem do Google), sendo possível a realiza-
ção de diversas atividades no computador de modo off line também.

As ferramentas mais conhecidas são: Google Docs (editor de texto colaborativo), Google Slide (apre-
sentação de slide colaborativa), Google Sheets (planilha colaborativa), agenda colaborativa, drive co-
laborativo, Google Desenho, Google Fotos, Google My Maps, Editor de Textos Colaborativo, Google
Classroom (sala de aula online), Google Hangout e inúmeras extensões e complementos que amplifi-
cam a eficiência das mesmas em sala de aula.

Dessas ferramentas, a preferida dos professores com certeza é o Google Classroom.

O Google Classroom possibilita ao professor a criação de uma sala de aula virtual, onde é possível
ao professor disponibilizar materiais didáticos através de arquivos que estejam no seu drive, em qual-
quer formato, ou anexos do próprio computador, vídeos a partir do Youtube, qualquer link que remeta
a outros objetivos educacionais ou mesmo links que levem o estudante para dentro de trilhas de obje-
tos de aprendizagem de outras plataformas de conteúdo de aprendizagem digital.

Através do endereço google.com/edu você pode ter acesso de forma rápida as principais ferramen-
tas que a Google disponibiliza hoje e que podem ser utilizadas para a educação.

Em termos educacionais o principal motivo para a adoção do G Suite For Education é o fato de ele
ser uma plataforma que impulsiona a criatividade de todos os professores, estudantes, gestores e de-
mais usuários que estarão envolvidos. Por se constituir numa ferramenta colaborativa e sem rotinas
fechadas e definidas, ela permite que o professor construa a sua forma de trabalhar e, possibilita le-
var todo o poder da interatividade e dos recursos dos smartphones para a sala de aula. Por isso
mesmo, tão importante quanto a adoção da ferramenta é o entendimento da necessidade da mu-
dança no processo pedagógico, iniciando pela atividade de capacitação que precisa ser diferenciada,
vivenciada e realizada em cima de contextos pedagógicos que visam o aprender a aprender.

Os desafios para os quais os profissionais precisam ser preparados envolvem principalmente o traba-
lho em equipe, o uso da tecnologia e a colaboração.

E é nesse ponto que a ação dos próprios educadores faz a diferença. Comunidades de práticas volta-
das ao uso de tecnologias educacionais estão ganhando espaço e gerando diferenciais importantes
na adoção das tecnologias.

Com o intuito de aproximar os recursos tecnológicos do mundo educacional o Google instituiu um


time de educadores que estão empoderando os professores no uso dos recursos educacionais, são
os Google Innovators.

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GOOGLE G SUITE

Para a constituição desse time de educadores que está espalhado no Brasil todo, o Google buscou
congregar educadores inovadores, apaixonados pela educação, com ações concretas da adoção de
tecnologias e metodologias ativas.

São professores que estão em sala de aula de todos os níveis, seja em escolas públicas e particula-
res, como professores, gestores ou consultores educacionais e que identificam formas criativas e dife-
rentes de levar os recursos até aqui apresentados para além da sala de aula.

O trabalho desenvolvido pela Google Innovator Maidi Dalri é focada na capacitação docente com
um olhar para o trabalho conjunto das tecnologias colaborativas e das competências socioemocio-
nais.

Esse trabalho, aliado aos recursos tecnológicos que o G Suite For Education oferece estão alinha-
dos com a aprendizagem em rede, que acontecem na conexão entre pessoas e fontes de conheci-
mento, permitem que os professores desenvolvam atividades pedagógicas centradas no estudante,
trabalhando com metodologias ativas, envolvendo os estudantes de forma direta e saborosa na pro-
dução do conhecimento.

O G Suite for Education é uma solução que foi desenvolvida para com o objetivo de aperfeiçoar o en-
sino e envolver os alunos. Professores e alunos de escolas e universidades podem usar as ferramen-
tas simultaneamente e os dados são salvos na nuvem.

A partir disso, os alunos e professores podem acessar os conteúdos de qualquer lugar e através de
qualquer dispositivo.

As ferramentas trazem a segurança do Google, mantendo os arquivos blindados em um servidor pró-


prio. Uma plataforma criada para facilitar a interação total de professor e aluno. Lá os alunos poderão
tirar dúvidas diretamente com os professores online e conversarem entre si, tudo em tempo real.

Além disso, através da própria plataforma, o professor pode enviar aos alunos temas para trabalhos
em grupo, questões de testes, criar, compartilhar e corrigir tarefas, enviar figuras para artes, exercí-
cios, montar questões de cada matéria e muito mais.

Os estudantes podem estudar da maneira que puderem e onde quiserem. Simples, prático e de fácil
usabilidade.

Vantagens do G Suite for Education

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GOOGLE G SUITE

A maior vantagem do G Suite for Education é que todas as ferramentas são totalmente gratuitas. O
Google Suite é grátis para todas as escolas e universidades com suporte 24 horas, 7 dias por se-
mana sem custo algum.

Outra grande vantagem é a colaboração simplificada. Todos podem acompanhar o mesmo conteúdo
e podem compartilhar qualquer conteúdo que tenham interesse. Tudo armazenado de forma segura
na nuvem.

E a outra vantagem é que a plataforma comporta as principais ferramentas que os alunos e professo-
res precisam para ter uma educação de qualidade. Além disso, a plataforma é compatível com qual-
quer dispositivo até mesmo com celular.

Todos os aplicativos da plataforma são sincronizados com uma conta Google, sendo necessário ape-
nas criar uma conta para poder usufruir de todos os benefícios do G Suite.

Quais são as principais ferramentas do G Suite for Education?

O G Suite for Education chama muita atenção pela quantidade de aplicativos reunidos em uma só
plataforma. Através de uma conta, você poderá acessar os seguintes aplicativos:

1 – Google Classroom

Ferramenta essencial para o professor se reunir com os alunos, compartilhar tarefas e solucionar dú-
vidas. Logo falaremos mais sobre esta ferramenta.

2 – Gmail

É o e-mail da Google. Através dele o professor pode enviar para todos os alunos as notas das pro-
vas, notificação de eventos e newsletter da escola ou universidade. Além disso, a versão escola não
tem anúncios.

3 – Google Docs

Outra ferramenta essencial que traz o Word online, Excel online e o PowerPoint online. Através des-
tas ferramentas, os alunos poderão realizar trabalhos e exercícios facilmente. E tudo isso ficará salvo
seguramente em pastas na nuvem.

4 – Google Drive

O Google Drive é um aplicativo de armazenamento e compartilhamento. Ele traz capacidade de


50GB para armazenar qualquer tipo de conteúdo, vídeo, áudio e documentos.

5 – Google Agenda

Agora o calendário é compartilhado com todos os alunos. O professor pode planejar reuniões, pales-
tras e trabalhos em grupo. E tudo isso é sincronizado com a conta Google, os alunos receberão auto-
maticamente as notificações da agenda.

6 – Websites

O G Suite também disponibiliza gratuitamente uma ferramenta para a criação de um website próprio
para a turma ou até mesmo um projeto escolar. Não é necessário grande conhecimento em progra-
mação, já que a ferramenta é simples de mexer.

7 – Hangouts

O professor pode montar uma sala de aula virtual no Google Classroom e conversar cara a cara com
os alunos através do app Hangouts. Existe a possibilidade de conversar por chat através de mensa-
gens de texto ou então agendar uma reunião em grupo através de videoconferência.

8 – Google Vault

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GOOGLE G SUITE

O Google Vault é como se fosse um cofre para guardar e preservar informações e arquivos mais im-
portantes. Você pode organizar como quiser, gerenciar os arquivos, exportar e-mails importantes,
contas e ainda gerar relatórios.

Conheça o Google Classroom

O Google classroom é uma das ferramentas mais importantes do G Suite para educação. Com ape-
nas alguns cliques, o professor pode criar várias turmas para personalizar as aulas.

Ao adicionar o aluno em uma turma, automaticamente ele recebe um código para participar do grupo.
Também existe a possibilidade de importar um grupo de alunos diretamente do Grupos do Google.

O professor poderá criar facilmente as tarefas e questões de testes, pode gerenciar todas as tarefas e
ainda tem o controle de quem está fazendo ou quem já concluiu as tarefas. Um incentivo para que os
alunos mantenham sempre as tarefas em dia.

Além disso, o professor tem opção de enviar e anexar qualquer tipo de arquivo de apoio nas tarefas,
vídeos explicativos, imagens ou documentos para auxiliar a pesquisa do aluno.

O Google ainda oferece uma gama de materiais e conteúdo educacional para facilitar ainda mais a
vida dos professores em elaborar provas e para ajudar os alunos a terem mais conhecimentos.

Como usar o G Suite for Education – passo a passo

Para que todos os usuários se sintam confiante e saibam utilizar todas as funcionalidades da plata-
forma, o Google disponibiliza também de maneira gratuita um treinamento completo para professores,
gestores, alunos e administradores do setor de TI das escolas e Universidades.

E não é só isso. Após o usuário finalizar o treinamento, o Google oferece uma certificação para que o
profissional se destaque ainda mais no mercado de trabalho. São duas opções de certificado: O certi-
ficado Educador Nível 1 e o Educador Nível 2.

Os educadores podem se especializar nas duas opções, sendo o Nível 1 de conteúdo básico e es-
sencial. O Nível 2 contém técnicas mais avançadas e profissionais.

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FERRAMENTAS MICROSOFT OFFICE
(VERSÕES 2013 E/OU 2016)

Ferramentas Microsoft Office (versões 2013 e ou 2016)

A Microsoft finalmente lançou a versão final do Office 2016 para o público, e várias novidades interes-
santes estão embarcadas no pacote. O que fica mais evidente é a pequena remodelação visual, que
traz cores mais sólidas e efeitos de transição mais consistentes. Contudo, usando o novo pacote de
aplicativos no dia a dia, você logo percebe que muitas melhorias internas foram adicionadas.

Mas será que esse conjunto de ajustes torna o Office 2016 uma boa oferta? Além desse “polimento”
estético e funcional, a Microsoft adicionou algumas ferramentas novas que podem ser bem interessan-
tes para usuários mais frequentes de Word, Excel e PowerPoint em particular. Confira nossas impres-
sões a seguir.

Design

A linguagem visual não mudou muito em relação à versão anterior. Apesar disso, muitos ícones foram
redesenhados para combinar melhor com o estilo do Windows 10, e algumas opções de personalização
foram adicionadas.

O esquema de cores ainda é o mesmo para cada programa, mas agora tudo está com uma aparência
mais sólida, e aqueles efeitos bregas que ainda estavam presentes no 2013 se foram definitivamente.

A Microsoft abraçou de vez o minimalismo no design do Office 2016, e dá para notar que vários peque-
nos detalhes ficaram mais coloridos. Tudo agora tem um ar moderno e bastante agradável aos olhos.
Ainda assim, se você mexer mais a fundo, nas configurações nas janelinhas de controle de impressão,
vai notar que nem tudo mudou.

A melhoria mais importante, entretanto, talvez seja a possibilidade de escolher entre uma interface para
toque e outra para mouse e teclado. Uma é mais compacta e mostra mais opções na tela, enquanto a
outra é mais econômica e espaçada para ser manejada com menos precisão.

Novas Ferramentas

Cada aplicativo da suíte recebeu um pequeno pacote de novidades, mas algumas foram disseminadas
em quase todos os programas. O “Diga-me” ou “O que você deseja fazer…”, por exemplo, está em
vários deles e permite ao usuário pesquisar funções do Office como se estivesse em um buscador
comum.

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FERRAMENTAS MICROSOFT OFFICE
(VERSÕES 2013 E/OU 2016)

Provavelmente, essa será a primeira nova função que você vai notar, já que fica no topo da janela junto
das seções de ferramentas dos editores. Ali é procurar pesquisar por palavras-chaves e encontrar fun-
ções dos programas que tenham alguma relação.

Se você pesquisar “formatação”, por exemplo, um dos resultados dessa busca será o Pincel de Forma-
tação, que permite selecionar linhas e copiar toda a sua formatação para seções do texto que estão
configuradas de modo diferente.

Nos editores de texto, planilhas e apresentações, você ainda tem a função “Compartilhar”, que possi-
bilita trabalhar de forma sincronizada no mesmo documento com várias pessoas.

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FERRAMENTAS MICROSOFT OFFICE
(VERSÕES 2013 E/OU 2016)

Isso já era uma realidade no Google Docs e no próprio Office Online, mas agora funciona nos progra-
mas nativos para Windows. Trata-se de um avanço considerável para o novo Office, pois oferece um
trabalho colaborativo mais dinâmico, porém precisa melhorar seu tempo de latência.

Em nossos testes, notamos que o que seus colegas escrevem no documento demora um pouco a
aparecer na sua tela, que pode causar algumas confusões em determinadas situações. Mesmo assim,
isso não deve ser um empecilho muito presente no seu cotidiano.

Os novos apps do Office 2016 ainda receberam várias melhorias na sua integração com o OneDrive e
também com o Skype.

O salvamento de documentos na nuvem está bem mais simples de se realizar, especialmente se você
tem o Windows 10 instalado no seu PC para acompanhar o Office. O Skype, por sua vez, funciona
como meio de comunicação com as pessoas durante a edição colaborativa de documentos.

Alguns truques do Windows 10 também foram incorporados ao Office 2016, como o Windows Hello e
a Cortana. O primeiro é o acumulado de identificadores biométricos que podem ou não estar presentes
na sua máquina, como leitores de digitais, íris etc. Essa segunda, a assistente digital da Microsoft,
infelizmente ainda não está disponível no Brasil.

Word e Excel

Por serem as ferramentas mais importantes do Office, Word e Excel receberam atenção especial da
Microsoft, e quase todas as novidades gerais integradas ao novo pacote estão presentes neles.

Eles receberam uma função chamada “Pesquisa Inteligente”, que permite selecionar e pesquisar pala-
vras na web através do Bing e receber resultados prontamente de forma bem concisa, bem similar ao
que você vê quando procura conceitos no Google.

Ademais, o editor de planilhas está mais organizado, com um sistema de seleção de fórmulas mais
intuitivo visualmente. Dessa maneira, até usuários que sabem pouco sobre o programa podem fazer
cálculos minimamente avançados.

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FERRAMENTAS MICROSOFT OFFICE
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No Word e no Excel, temos ainda vários modelos pré-prontos de documentos que podem ser úteis no
dia a dia. Dê uma conferida para ver se encontra algo interessante para você.

Desempenho

No geral, a nova suíte apresentou um desempenho consideravelmente superior quando comparada


com o Office 2013.

É possível notar isso em animações e transições, que ficaram bem mais fluidas, e a velocidade de
processamento geral dos programas do pacote está realmente melhorada. Isso fica mais evidente
quando você usa o Windows 10, SO para o qual o Office 2016 foi criado.

Um exemplo desse avanço seriam os menus, que abrem mais rápido, e as letras no Word, agora apa-
recem na tela com mais naturalidade quando você começa a digitar.

Esses dois pontos foram melhorias que a desenvolvedora tentou implementar no 2013, mas que aca-
baram não se concretizando definitivamente naquela oportunidade. No geral, a impressão é de que a
Microsoft fez mais alterações por dentro do que por fora em todo o pacote.

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FERRAMENTAS MICROSOFT OFFICE
(VERSÕES 2013 E/OU 2016)

Mesmo assim, notamos em nossos testes que a primeira inicialização do Word pode ser mais demorada
que o normal logo depois que você liga o PC. Isso foi especialmente estranho tendo em vista que o
desempenho geral melhorou bastante.

Vale a pena atualizar?

Mesmo considerando as “mudanças pequenas”, com certeza vale a pena atualizar o seu Office para
essa nova versão, não importa qual delas você esteja usando no momento. O Office 2016 é basica-
mente aquilo que o 2013 deveria ter sido, com muita estabilidade, bom desempenho, design elegante
e ferramentas práticas.

Esse lançamento é o melhor trabalho da Microsoft na sua suíte de aplicativos para produtividade: você
tem o “Diga-me”, a possibilidade de editar documentos de forma colaborativa, e a integração com outros
serviços da empresa nunca foi tão profunda.

A Microsoft está tentando oferecer mais comodidade em um pacote de produtividade sempre focado
nisso mesmo: produtividade. Agora, você pode produzir e ter alguns mimos. Resta saber se eles vão
ser mesmo usuais no dia a dia das pessoas.

Vale destacar também que o novo Office está praticamente igual no Windows, no Android e no iOS.
Isso sem falar na compatibilidade com o Continuum em futuros smartphones da própria Microsoft.

Se você já tem uma assinatura anual do Office 365, é possível fazer a atualização de graça. Se esse
não é o seu caso, dá para pagar R$ 26 por mês e instalar todos os programas do pacote em até cinco
computadores, Windows ou Mac. Por fim, também é possível adquirir a licença completa do Office
2016.

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MS EXCEL 2016

MS Excel 2016

O pacote Microsoft Office 2016 inclui aplicativos que nos possibilitam criar e gerenciar todos os tipos
de arquivos com os quais precisamos trabalhar de maneira eficaz, em casa, no trabalho ou na escola.
Os aplicativos são o Microsoft Word, Excel, Outlook, PowerPoint, Access, OneNote e Publisher. Você
pode comprá-los como parte de um pacote com vários aplicativos ou adquirir a maioria deles individu-
almente.

Com os aplicativos do Office 2016, é fácil encontrar as ferramentas necessárias rapidamente e, já que
foram projetadas como um pacote integrado, você verá que as habilidades aprendidas em um aplicativo
também podem ser usadas nos outros.

Essa flexibilidade não se restringe ao computador pessoal. Além da tradicional edição do Excel para
computadores desktop, você também pode usar o Excel Online junto com o Microsoft OneDrive (que
antes se chamava SkyDrive).

Excel 2016

A versão do Excel 2016 para computadores desktop é instalada diretamente no computador. Ela inclui
todos os recursos existentes no Excel 2016. Você pode comprar o Excel 2016 como parte de um con-
junto de aplicativos do Office, como um programa separado ou como parte do pacote de assinatura do
Office 365 que permite a instalação das versões desktop de aplicativos do Office tanto para PCs quanto
para Macs pela Internet.

Excel Online

Profissionais da área de informação precisam que seus dados estejam dispo- níveis a qualquer mo-
mento e não apenas quando estão usando seus computadores pessoais. Para que profissionais em
trânsito possam acessar seus dados, a Microsoft desenvolveu o Office Online, que inclui versões online
do Excel, Word, PowerPoint, Outlook e OneNote. O Office Online está disponível como parte da assi-
natura do Office 365 ou gratuitamente como parte do serviço em nuvem do OneDrive.

Você pode usar o Excel Online para editar arquivos armazenados em sua conta do OneDrive ou em
um site do Microsoft SharePoint. O Excel Online exibe os arquivos do Excel 2010 e de versões poste-
riores como aparecem na versão do aplicativo para desktop e inclui todas as funções usadas para
resumir dados. Você também pode visualizar e manipular Tabelas Dinâmicas, adicionar gráficos e for-
matar dados para transmitir seu significado claramente.

Também é possível usar o Excel Online para compartilhar pastas de trabalho online, incorporá-las como
parte de outra página Web e criar pesquisas na Web que salvem as respostas dos usuários diretamente
em uma pasta de trabalho do Excel na conta do OneDrive.

Após abrir um arquivo usando o Excel Online, você pode optar por continuar editando-o em seu nave-
gador ou abri-lo na versão para desktop. Quando ele for aberto na versão do aplicativo para desktop,
qualquer alteração salva será gravada na versão do arquivo da conta do OneDrive. Essa prática signi-
fica que você sempre terá acesso à versão mais recente de seu arquivo, não importa onde e como o
acesse.

Quando este texto foi escrito, o Office Online era compatível com o Microsoft Edge, Internet Explorer 7
e posterior, Firefox 3.5 e posterior e Chrome 3 e posterior para Windows. Você também pode usar o
Office Online em um Mac se tiver o Safari 4 ou posterior e no Linux com o Chrome 3 ou posterior.

Excel Mobile

Além de fornecer versões do Excel 2016 para PC, Mac ou uso online, a Microsoft também mantém
versões do Excel para muitas plataformas móveis. Se você tem um tablet com Windows, pode aprovei-
tar as vantagens dos aplicativos do Office 2016, que requerem o Windows 7 ou posteriores. Os aplica-
tivos Office Mobile (Word Mobile, Excel Mobile, PowerPoint Mobile e OneNote Mobile) pedem o Win-
dows 10.

No caso de outras plataformas, o Office para iPad e o Office para iPhone requerem o iOS 7.0 ou pos-
terior. Se você possui um dispositivo Android, o Office para Android pode ser instalado em tablets e

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MS EXCEL 2016

telefones que executem o Android KitKat 4.4 ou posterior e tenham um processador baseado em ARM
ou Intel x86.

O Excel 2016 inclui todos os recursos mais úteis existentes nas versões anteriores do aplicativo. Se
você usava uma versão anterior, vai querer conhecer os novos recursos da versão atual, que são:

Diga-me O Excel 2016 é um aplicativo rico e poderoso; logo, pode ser difícil lembrar tudo que você
pode fazer. Se quiser procurar instruções sobre como executar uma ação, insira o que deseja fazer na
nova caixa Diga-me na Faixa de Opções e pressione a tecla Enter para obter as in- formações neces-
sárias.

Novos tipos de gráficos O Excel 2016 introduz seis novos tipos de gráficos: cascata, histograma, Pareto,
caixa e caixa estreita, treemap e explosão solar. Todos melhoram o recurso de resumo de dados e
transmitem informações significativas sobre seu negócio.

Segmentação de dados com seleção múltipla as segmentações de da- dos fornecem uma referência
visual a filtros aplicados a tabelas do Excel e Tabelas Dinâmicas. No Excel 2013, era preciso usar as
teclas Ctrl e Shift para selecionar vários valores. No Excel 2016, você pode clicar no botão Seleção
Múltipla da barra de título de Segmentação de Dados para habilitar as seleções sem usar a tecla Ctrl
ou Shift.

Inserção de fórmulas matemáticas No Excel 2016, Word 2016 e PowerPoint 2016, você já pode inserir
uma fórmula matemática em um arquivo usando uma caneta stylus ou o dedo em um dispositivo sen-
sível ao toque. A inserção de notação matemática diretamente suplementa o Equation Editor interno e
pode economizar um tempo significativo.

Ideias do Office As ideias ajudarão a aprender mais sobre o conteúdo por meio de fontes como o Bing
Snapshot, Wikipédia, busca de imagens do Bing e o dicionário Oxford.

Crie Pastas de Trabalho

Sempre que você precisar reunir e armazenar dados que não estejam relacionados com nenhum dos
outros dados já existentes, crie uma nova pasta de trabalho. A nova pasta de trabalho padrão do Excel
tem uma planilha, embora seja possível adicionar mais planilhas se você quiser. Quando o Excel é
aberto, ele exibe a tela de inicialização.

Crie novas pastas de trabalho na tela de inicialização

Você pode clicar em um dos modelos internos disponíveis no Excel ou criar uma pasta de trabalho em
branco, e então começar a inserir dados nas células da planilha ou abrir uma pasta de trabalho exis-
tente. Após inserir valores em uma pasta de trabalho, salve o que inseriu.

Ao salvar um arquivo, você substitui a cópia anterior dele. Se fez mudanças que deseja salvar, mas
também quer manter uma cópia do arquivo no estado em que se encontrava anteriormente, salve seu
arquivo com um novo nome ou em uma nova pasta.

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MS EXCEL 2016

Utilize também os controles da caixa de diálogo salvar como para informar outro formato para o novo
arquivo e um local diferente no qual a nova versão deve ser gravada. Por exemplo, se você estiver
trabalhando com um colega que precise de dados salvos no formato de arquivo do Excel 97-2003, pode
salvar um arquivo nesse formato de dentro da caixa de diálogo salvar como.

Se quiser trabalhar com um arquivo que criou anteriormente, você poderá abri-lo exibindo a página
Abrir do modo Backstage.

Após criar um arquivo, você pode adicionar informações para encontrá-lo mais facilmente quando usar
a caixa de pesquisa do Windows.

Cada categoria de informação, ou propriedade, armazena informações específicas sobre o arquivo.

No Windows, você pode procurar arquivos com base em seu autor ou título, ou por palavras-chave
associadas ao arquivo.

Atribua propriedades que ajudem a localizar pastas de trabalho em seu servidor

Além de definir valores de propriedades na página Informações do modo Backstage, você pode exibir
a caixa de diálogo Propriedades para selecionar uma das categorias personalizadas existentes ou criar
a sua.

Também é possível editar suas propriedades ou excluir alguma que você não queira mais.

Quando terminar de modificar uma pasta de trabalho, você deve salvar suas alterações e, em seguida,
fechar o arquivo.

Para criar uma nova pasta de trabalho

Execute uma das seguintes ações:

Se o Excel não estiver aberto, inicie-o e, em seguida, na tela de inicialização, clique duas vezes em
Pasta de trabalho em branco.

Se o Excel já estiver aberto, clique na guia Arquivo da Faixa de Opções, clique em Novo para exibir a
página Novo do modo Backstage e clique duas vezes em Pasta de trabalho em branco.

Se o Excel já estiver aberto, pressione Ctrl+N.

Para salvar uma pasta de trabalho com um novo nome ou em um novo local

Exiba o modo Backstage e clique em Salvar como.

Na página Salvar como do modo Backstage, clique na pasta em que deseja salvar a pasta de trabalho.

Na caixa de diálogo salvar como, na caixa Nome do arquivo, insira um novo nome para a pasta de
trabalho.

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MS EXCEL 2016

Salve uma nova versão de seu arquivo usando a caixa de diálogo salvar como

Para salvar o arquivo em um formato diferente, na lista Tipo, clique em um novo tipo de arquivo.

Se necessário, use os controles de navegação para passar para uma nova pasta.

Clique em Salvar.

Ou

Pressione F12.

Na caixa de diálogo Salvar como, na caixa Nome do arquivo, insira um novo nome para a pasta de
trabalho.

Para salvar o arquivo em um formato diferente, na lista Tipo, clique em um novo tipo de arquivo.

Se necessário, use os controles de navegação para passar para uma nova pasta.

Clique em Salvar.

Para abrir uma pasta de trabalho existente

Exiba o modo Backstage e clique em Abrir.

Ou

Pressione Ctrl+A.

Na página Abrir do modo Backstage, execute uma das seguintes ações:

Clique em um arquivo na lista Recente.

Clique em outro local na lista de navegação e selecione o arquivo.

Clique no botão Procurar, use a caixa de diálogo Abrir para localizar o arquivo que deseja abrir, clique
no arquivo e depois em Abrir.

Para definir valores para propriedades do documento

Exiba o modo Backstage e, se necessário, clique em Informações.

Na página Informações do modo Backstage, no grupo Propriedades, clique no texto Adicionar proprie-
dade ao lado de um rótulo.

Insira um valor ou uma série de valores (separados por vírgulas) para a propriedade.

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MS EXCEL 2016

Clique em um espaço em branco na página Informações.

Para criar uma propriedade personalizada

Na página Informações do modo Backstage, no grupo Propriedades, clique em Propriedades e em


Propriedades Avançadas.

Na caixa de diálogo Propriedades de nome do arquivo, clique na guia

Personalizar.

Defina propriedades personalizadas para suas pastas de trabalho

Na lista Nome, clique em um nome de propriedade existente.

Ou

Na caixa Nome, insira um nome para a nova propriedade.

Clique na seta Tipo e, em seguida, clique em um tipo de dado.

Na caixa Valor, insira um valor para a nova propriedade.

Clique em Adicionar.

Clique em OK.

Para fechar uma pasta de trabalho

Execute uma das ações a seguir:

Exiba o modo Backstage e clique em Fechar.

Pressione Ctrl+W.

Modifique pastas de trabalho

Você pode usar pastas de trabalho do Excel para registrar informações sobre atividades empresariais
específicas. Cada planilha da pasta representará uma subdivisão da atividade.

Para exibir uma planilha específica, clique em sua guia (também chamada de guia da planilha) na barra
de guias (imediatamen- te abaixo da grade de células).

Também é possível criar novas planilhas, caso precise.

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MS EXCEL 2016

Exiba e crie planilhas sem sair da janela principal do aplicativo

Quando você criar uma planilha, o Excel atribuirá a ela um nome genérico, como Plan2, Plan3 ou Plan4.
Ao decidir que tipo de dado deseja armazenar, mude o nome da planilha para algo mais descritivo.
Você também pode mover e copiar planilhas dentro de e entre pastas de trabalho. Mover uma planilha
dentro de uma pasta de trabalho altera sua posição, enquanto mover uma planilha para outra pasta de
trabalho a remove da pasta de trabalho original. Copiar uma planilha mantém a planilha original em sua
posição e cria uma segunda cópia no novo local, seja dentro da mesma pasta de trabalho, seja em
outra pasta.

Mova ou copie planilhas dentro de e entre pastas de trabalho

Quando a planilha estiver na pasta de trabalho de destino, você poderá alterar sua posição dentro da
pasta, ocultar sua guia na barra de guias sem excluir a planilha, reexibir sua guia ou alterar a cor da
guia da planilha.

Se você achar que não precisa mais de determinada planilha, como aquela que criou para armazenar
algumas figuras em caráter temporário, pode exclui-la rapidamente.

Para exibir uma planilha

1. Na barra de guias, no canto inferior esquerdo da janela do aplicativo, clique na guia da planilha que
deseja exibir.

Para criar uma nova planilha

1. Próximo à barra de guias, no canto inferior esquerdo da janela do aplicativo, clique no botão Nova
planilha.

Para renomear uma planilha

Clique duas vezes na guia da planilha que deseja renomear.

Insira um novo nome para a planilha.

Pressione Enter.

Para mover uma planilha dentro de uma pasta de trabalho

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MS EXCEL 2016

Clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja copiar e, em seguida, clique em
Mover ou copiar.

Na caixa de diálogo Mover ou copiar, use os itens da área Antes da planilha para indicar onde quer que
a nova planilha apareça.

Clique em OK.

Ou

1. Na barra de guias, no canto inferior esquerdo da janela do aplicativo, arraste a guia da planilha para
o novo local.

Para mover uma planilha para outra pasta de trabalho

Abra a pasta de trabalho para a qual deseja mover uma planilha de outra pasta de trabalho.

Na pasta de trabalho de origem, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja
mover e, em seguida, em Mover ou copiar.

Na caixa de diálogo Mover ou copiar, clique na seta Para pasta e selecione a pasta de trabalho aberta
para a qual deseja mover a planilha.

Usando os itens da área Antes da planilha, indique onde quer que a planilha que foi movida apareça.

Clique em OK.

Para copiar uma planilha dentro de uma pasta de trabalho

Clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja copiar e, em seguida, clique em
Mover ou copiar.

Na caixa de diálogo Mover ou copiar, marque a caixa de seleção Criar uma cópia.

Usando os itens da área Antes da planilha, indique onde quer que a nova planilha apareça.

Clique em OK.

Ou

1. Mantenha a tecla Ctrl pressionada e arraste a guia da planilha para um novo local da barra de guias.

Para copiar uma planilha para outra pasta de trabalho

Abra a pasta de trabalho na qual deseja adicionar a cópia de uma planilha de outra pasta de trabalho.

Na pasta de trabalho de origem, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja
copiar e, em seguida, clique em Mover ou copiar.

Na caixa de diálogo Mover ou copiar, marque a caixa de seleção Criar uma cópia.

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MS EXCEL 2016

Copie planilhas para outras pastas de trabalho sem excluir a planilha original

Clique na seta Para pasta e selecione a pasta de trabalho aberta em que deseja criar uma cópia da
planilha.

Usando os itens da área Antes da planilha, indique onde quer que a nova planilha apareça.

Clique em OK.

Para ocultar uma planilha

1. Clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja ocultar e, em seguida, em
Ocultar.

Para reexibir uma planilha

Clique com o botão direito do mouse em qualquer guia de planilha visível e, em seguida, em Reexibir.

Na caixa de diálogo Reexibir, clique na planilha que deseja reexibir.

Clique em OK.

Para alterar a cor da guia de uma planilha

Clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja alterar e aponte para Cor da Guia.

Altere a cor da guia de uma planilha para destacá-la

Clique em uma cor na paleta de cores.

Ou

Clique em Mais cores, use as ferramentas da caixa de diálogo Cores para selecionar uma cor, e clique
em OK.

Para excluir uma planilha

Clique com o botão direito do mouse na guia da planilha que deseja excluir e, em seguida, clique em
Excluir.

Se o Excel exibir uma caixa de diálogo de confirmação, clique em Excluir.

Mescle e dívida células

A maioria das planilhas do Excel contém dados sobre um assunto específico. Uma das melhores ma-
neiras de informar o conteúdo de uma planilha é usando um título.

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MS EXCEL 2016

Mescle e centralize o conteúdo das células para criar títulos eficazes

Por exemplo, considere uma planilha em que o texto Centros de Distribuição pareça se estender por
três células, B2:D2, mas na verdade está dentro da célula B2. Se você a selecionar, o Excel realçará
sua borda, obscurecendo o texto. Se quiser combinar as células B2:D2, você pode mesclá-las em uma
única célula.

Planilha com o título principal contido dentro de uma célula mesclada

Quando você clicar no botão Mesclar e Centralizar, aparecerá uma lista de opções. Além de mesclar
células, a opção Mesclar e Centralizar pode combinar as células selecionadas em uma única célula e
centralizar o texto dentro da célula mesclada. É bastante recomendável o uso da opção Mesclar e
Centralizar para textos de títulos, como no caso de uma lista de dados em que o título se estende por
mais de uma coluna. Você também pode mesclar as células de várias linhas ao mesmo tempo usando
Mesclar através.

Mescle células em várias linhas usando Mesclar através

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MS EXCEL 2016

Se você quiser dividir as células mescladas novamente em suas células individuais, sempre é possível
desfazer a mesclagem.

Para mesclar células

Selecione as células que deseja mesclar.

Na guia Página Inicial, no grupo Alinhamento, clique na seta (e não no botão) Mesclar e Centralizar e
depois em Mesclar Células.

Para mesclar e centralizar células

Selecione as células que deseja mesclar.

Clique na seta (e não no botão) Mesclar e Centralizar e, em seguida, clique em Mesclar e Centralizar.

Para mesclar células em várias linhas usando Mesclar através

Selecione as células que deseja mesclar.

Clique na seta (e não no botão) Mesclar e Centralizar e depois em Mesclar através.

Para dividir células mescladas em células individuais

Selecione as células que deseja dividir.

Clique na seta (e não no botão) Mesclar e Centralizar e depois em Des- fazer Mesclagem de Células.

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PLANILHAS GOOGLE

Planilhas Google

O Planilhas Google (ou Spreadsheet Google) é a plataforma da Google para manipulação e armaze-
namento online de planilhas, tabelas e gráficos.

Funciona em nuvem, possibilitando o acesso de qualquer lugar a qualquer hora e salvando as suas
alterações automaticamente, funcionando offline também quando necessário.

A ferramenta é gratuita e está disponível tanto para uso na Web como em aplicativos iOS e Android
para smartphones e tablets.

Qual a diferença entre o Planilhas Google e o Microsoft Excel?

A principal diferença entre o Planilhas Google e o Microsoft Excel era a utilização em nuvem pela fer-
ramenta do Google. Entretanto, agora a Microsoft também oferece esse serviço por meio do One Drive.

Dessa forma, o Planilhas Google permite a edição simultânea com outras pessoas em tempo real, con-
versar pelo chat dos arquivos e receber feedback direcionado pelos comentários.

Em consequência, outras diferenças relacionadas às duas plataformas são a maior presença de mo-
delos prontos no Planilhas Google, além de funções e de fórmulas mais específicas das áreas de es-
tatística e finanças.

O Planilhas Google também apresenta uma vasta seleção de tabelas e gráficos para as apresentações,
além de gerenciar e processar grandes quantidades de dados, possibilitando a criação de várias plani-
lhas em um mesmo documento.

Por outro lado, o Microsoft Excel suporta mais colunas que o Planilhas Google, são 16 mil contra ape-
nas 26. Também é a melhor opção para configurações avançadas de VBA e criação de dashboards.

Por fim, o Planilhas Google é gratuito para uso individual, enquanto o Microsoft Excel exige uma assi-
natura do Office 365. Para uso corporativo, o Google oferece planos de acordo com o tamanho e a
necessidade de sua empresa.

Quais são as funcionalidades do Planilhas Google?

O Planilhas Google oferece uma gama de funcionalidades para a sua área de trabalho. Confira a seguir
algumas delas:

Apresentação de informações

A principal função do Planilhas Google é a apresentação de informações importantes. Elas podem ser
dispostas em linhas, colunas, tabelas e gráficos, além de poderem ser filtradas de acordo com suas
preferências e categorias.

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PLANILHAS GOOGLE

Além disso, a plataforma também apresenta a opção de preenchimento automático de informações, o


chamado Smart Fill. Essa detecção de padrão da informação resulta em maior produtividade ao usuá-
rio.

Organização em cores

As Planilhas Google podem ser organizadas por cores, selecionando uma cor específica ou uma escala
de cores em degradê ou alternadas para facilitar a sua visualização e apresentação.

Utilização de fórmulas e de funções para cálculos

As fórmulas e funções são utilizadas para facilitar e automatizar o trabalho do usuário e de sua equipe.
Dessa forma, algumas funções comuns são:

CONVERTER (valor; unidade_inicial; unidade_final): converte um valor numérico em uma unidade de


medida diferente;

DESVPAD.P (valor1; [valor2; ...]): calcula o desvio padrão com base em um conjunto de dados;

DIVIDE (dividendo; divisor): retorna um número dividido por outro. Equivalente ao operador "/";

GOOGLETRANSLATE (texto; idioma_original; idioma_de_destino): traduz texto entre idiomas.

IMAGE (url; modo): insere uma imagem em uma célula.

MÉDIA: retorna o valor médio numérico em um conjunto de dados, ignorando o texto;

MENOR (dados; n): retorna o enésimo menor elemento de um conjunto de dados, onde n é definido
pelo usuário.

SE (expressao_logica; valor_se_verdadeiro; valor_se_falso):retorna um valor se uma expressão lógica


for verdadeira e outro se for falsa.

SOMA (valor1; valor2): retorna a soma de uma série de números e/ou de células.

TAXAJURO (número_de_períodos, valor_atual, valor_futuro): retorna a taxa de juros necessária para


que um investimento atinja um determinado valor em um número de períodos indicado.

Criação de atalhos e utilização de macros

Caso você realize atividades repetitivas em suas planilhas, é possível padronizá-las e criar atalhos.

Para isso, você pode conferir os atalhos da Google já existentes por meio de Ctrl + / ou de outras
empresas por meio do Ajuda - Atalhos do teclado - Ativar atalhos de planilha compatíveis.

Através dos macros, você pode gravar ações que você faz de forma repetitiva e depois dar play na
gravação para repetir essa tarefa. É só acessar Tools - Macros - Record Macro.

Criação de tabelas e de gráficos dinâmicos

O Planilhas Google permite a criação de tabelas e de gráficos dinâmicos de acordo com as informações
que serão apresentadas.

Para criar uma tabela, você deve selecionar as colunas desejadas (elas devem conter um cabeçalho),
clicar em Inserir - Tabela Dinâmica e Adicionar valores de linhas e colunas que você deseja visualizar.

Por conseguinte, para criar um gráfico, basta selecionar as células desejadas, clicar em Inserir - Grá-
fico, selecionar o Tipo e clicar em Concluído. Você também pode editar a legenda, o título e a cor.

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PLANILHAS GOOGLE

Você pode salvar a imagem de um gráfico em .png ou em .pdf. Basta clicar nos três pontinhos do canto
direito superior da imagem e em “Fazer Download”.

Interação com outros produtos Google

O Planilhas Google também pode ser conectado a outros produtos da Google, como o Documentos
Google e o Apresentações Google, conectando suas tabelas e gráficos e apresentando-nos em tempo
real.

Já o processo contrário pode ser realizado por meio do Google Data Studio, do Google Analytics e do
Google Forms, por exemplo, exportando esses dados coletados para as planilhas selecionadas.

Utilização de complementos

O Google permite a utilização de complementos de terceiros em suas ferramentas. Para obter ou ativar
algum deles, basta ir em Complementos - Obtenha complementos - Instalar no complemento desejado.

Alguns exemplos de complementos para o Planilhas Google são:

Supermetrics: extrai dados de diversas fontes como Google Analytics e AdWords, criando relatórios
programados;

PDFFiller: extrai dados das planilhas e adiciona em pdfs preenchíveis;

ImportFromWeb: extrai dados da web e redireciona-os para as planilhas;

TemplateGallery: oferece templates prontos para suas planilhas;

Power Tools: expande as funções do Google Planilhas para as suas necessidades.

Edição de arquivos do Microsoft Excel

O Planilhas Google também tem a função de editar arquivos do Microsoft Excel, podendo tanto con-
vertê-los para a ferramenta como vice-versa.

Para isso, basta upar o arquivo em seu Google Drive e ao abrí-lo, selecionar a opção “abrir com Plani-
lhas Google”.

Também é possível apenas importar os dados de uma planilha do Microsoft Excel para uma planilha
do Planilhas Google. Basta clicar em Arquivo - Importar e selecionar um documento compatível.

Os formatos aceitos pela plataforma são:

.xlsx

.xls

.xlsm

.xlt

.xltx

.xltxm

.ods

.csv

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PLANILHAS GOOGLE

.TXT

.tsv

.aba

Como criar uma planilha no Planilhas Google?

Para criar uma planilha, você deve primeiramente ter uma conta do Google para criar, editar, salvar e
compartilhar arquivos.

Em seguida, você deve abrir a tela inicial em sheets.google.com e clicar em Novo.

Depois de criada, você pode adicionar as informações que julgar necessárias e realizar edições de
texto, números e fórmulas.

Para adicionar qualquer informação, basta clicar duas vezes na célula desejada e adicionar ou editar o
texto.

A aba superior apresenta opções de formatação para o texto de sua tabela: negrito, itálico, sublinhado,
tachado, tamanho, cor e fonte, alinhamentos (à esquerda, à direita e centralizado; acima, ao meio e
abaixo) e rotação.

Em relação à célula, também são apresentadas as seguintes opções: cor de preenchimento, cores
alternadas, estilo e cor da borda, ajuste do texto e mescla de células.

Modelos Prontos

Caso você não queira criar uma planilha praticamente do zero, você pode selecionar um dos modelos
do Google.

Você pode acessá-los na página inicial do Google Sheets e escolher o que melhor se encaixa com o
objetivo de sua planilha.

Alguns dos modelos disponíveis são calendário, lista de tarefas e orçamento mensal e anual.

Formatação Condicional

O Google Planilhas também dá a opção de configurar a formatação condicional para tabelas.

Para isso, você deve selecionar o intervalo desejado, clicar em Formatar - Formatação Condicional e
qual a condição para a regra, selecionando se será classificado em apenas uma cor ou em uma escala
de cores.

Depois, toque em Salvar.

Para remover uma regra, toque em Remover.

Como disponibilizar planilhas?

O Google Planilhas permite a opção de disponibilizar e compartilhar planilhas com uma equipe, além
da edição simultânea e em tempo real.

Essas pessoas podem editar, inserir comentários ou apenas visualizar o conteúdo dos documentos.

Na ausência de uma fonte de Internet, também é possível trabalhar offline no Google Planilhas. Basta
ativar a extensão Documentos Google Off-line.

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WORD 2016

Word 2016

O Word 2016 é projetado para ajudar você a criar documentos de qualidade profissional. O Word tam-
bém pode ajudá-lo a organizar e redigir documentos de maneira mais eficaz.

Ao criar um documento no Word, você pode optar por começar com um documento em branco ou
deixar que um modelo faça a maior parte do trabalho. A partir daí, as etapas básicas de criação e
compartilhamento de documentos são as mesmas. Além disso, as ferramentas poderosas de edição e
revisão do Word podem ajudar você a trabalhar com outras pessoas para deixar o seu documento
incrível.

Iniciar um Documento

Geralmente, é mais fácil criar um novo documento usando um modelo do que começar com uma página
em branco. Os modelos do Word estão prontos para serem usados com temas e estilos predefinidos.
Tudo o que você precisa fazer é adicionar o seu conteúdo.

Cada vez que você inicia o Word, é possível escolher um modelo a partir da galeria, clicar em uma
categoria para ver mais modelos ou pesquisar outros modelos online.

Para analisar melhor qualquer modelo, clique nele para abrir uma visualização grande.

Se você preferir não usar um modelo, clique em Documento em branco.

Abrir um documento

Sempre que você iniciar o Word, verá uma lista dos documentos usados mais recentemente na coluna
esquerda. Se o documento que você está procurando não estiver lá, clique em Abrir Outros Documen-
tos.

Se você já estiver no Word, clique em Arquivo > Abrir e navegue até o local do arquivo.

Ao abrir um documento criado em versões anteriores do Word, você vê Modo de Compatibilidade na


barra de título da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar
o documento para usar os recursos do Word 2016.

Salvar um documento

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WORD 2016

Para salvar um documento pela primeira vez, faça o seguinte:

Na guia Arquivo, clique em Salvar como.

Navegue até o local em que você gostaria de salvar seu documento.

Observação: Para salvar o documento em seu computador, escolha uma pasta em Este Computa-
dor ou clique em Procurar. Para salvar o seu documento online, escolha um local online em Salvar
como ou clique em Adicionar um local. Quando as suas pastas estão online, você pode compartilhá-
las, fornecer comentários e trabalhar em conjunto nelas em tempo real.

Clique em Salvar.

Observação: O Word salva automaticamente no formato de arquivo .docx. Para salvar seu documento
em um formato diferente de .docx, clique na lista Salvar como tipo e selecione o formato do arquivo
desejado.

Para salvar seu documento à medida que você continua a trabalhar nele, clique em Salvar na Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Ler documentos

Abra seu documento no Modo de Leitura para ocultar a maioria dos botões e das ferramentas, assim
você pode se concentrar em sua leitura sem distrações.

Abra o documento que você deseja ler.

Observação: Alguns documentos são abertos automaticamente no Modo de Leitura, como documen-
tos protegidos ou anexos.

Clique em Exibição > Modo de Leitura.

Para mover-se de uma página para outra em um documento, siga este procedimento:

Clique nas setas nas laterais esquerda e direita das páginas.

Pressione as teclas page down e page up ou a barra de espaços e o backspace no teclado. Você
também pode usar as teclas de seta ou rolar a roda de seu mouse.

Se você estiver usando um dispositivo sensível ao toque, toque nos lados esquerdo ou direito com seu
dedo.

Dica: Clique em Exibição > Editar Documento para editar novamente o documento.

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WORD 2016

Controlar alterações

Quando você estiver trabalhando em um documento com outras pessoas ou você mesmo estiver edi-
tando um documento, ative a opção Controlar Alterações para ver cada mudança. O Word marca todas
as adições, exclusões, movimentações e mudanças de formatação.

Abra o documento a ser revisado.

Clique em Revisão e no botão Controlar Alterações, selecione Controlar Alterações.

Controlar alterações no Word

Observação: Se um documento tiver sido compartilhado com você para revisão, talvez você não con-
siga desativar o Controle de Alterações. Se você quiser editar o documento sem controlar alterações,
precisará salvar uma cópia ou pedir à pessoa que a enviou para compartilhá-lo novamente com o modo
de revisão desativado.

Ativar e desativar o recurso Controlar Alterações

No Analise guia, selecionarAlterações de percurso.

Quando o recurso Controlar Alterações está ativado, a seção é realçada. As exclusões são marcadas
com tachado e as adições são marcadas com um sublinhado. Alterações de diferentes autores são
indicadas com cores diferentes.

Quando o recurso Controlar Alterações está desativado, a seção não é realçada. O Word para de mar-
car alterações, mas os sublinhados coloridos e tachados ainda estão no documento.

Dica: Você também pode adicionar um indicador Controlar Alterações à barra de status. Clique com o
botão direito do mouse na barra de status e selecione Controlar Alterações.

Exibir alterações controladas

Observação: Quando um documento está no modo de Edição ou Revisão, você pode selecionar uma
alteração controlada para exibir a alteração completa e sugerida de um colaborador em um cartão
exibido. Passe o mouse sobre o botão Aceitar ou Rejeitar para ver uma visualização do que essa ação
faria com o documento final.

Escolher quais alterações acompanhar

Você pode optar por acompanhar apenas suas próprias alterações ou as alterações de todos.

Para acompanhar apenas suas próprias alterações – Na guia Revisão , selecione Controlar Alterações
> Apenas Minhas.

Para acompanhar as alterações de todos - Na guia Revisão , selecione Controlar Alterações > Para
Todos.

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WORD 2016

Dica: para usar uma senha para impedir que outras pessoas desativem o Controle de Alterações – Na
guia Revisão, selecione Controlar Alterações >Bloqueio.

Escolha como você deseja ver as alterações no documento

Você pode escolher o tipo de marcação que deseja ver.

Na guia Revisão, selecione Acompanhamento.

Selecione Todas as Marcações para a lista suspensa a ser exibida.

Selecione uma das opções a seguir.

A Marcação Simples exibe as alterações controladas com uma linha vermelha na margem.

Todas as marcações exibem alterações controladas com cores diferentes de texto e linhas para cada
revistor

Nenhuma Marcação oculta a marcação para mostrar o documento com alterações incorporadas

Original exibe o documento original sem alterações controladas e comentários exibidos. No entanto, as
alterações controladas ou os comentários no documento que não foram aceitos, foram rejeitados ou
foram excluídos permanecem no documento.

Escolher a maneira como as alterações de controle são exibidas

Você pode escolher os tipos de revisões que são exibidas e a maneira como elas são exibidas. Se
você optar por mostrar revisões como balões, elas serão exibidas nas margens do documento. Se você
optar por exibi-los diretamente dentro do documento em linha. As revisões de linha exibem todas as
exclusões com tachado em vez de dentro de balões.

Na guia Revisão, selecione Acompanhar >Mostrar Marcação.

Selecione Balões e selecione o tipo de exibição desejado.

Mostrar revisões em balões

Mostrar todas as revisões embutidas

Mostrar Somente Formatação em Balões

Observação: Se você quiser ver as alterações controladas em balões, deverá estar em modo de exibi-
ção layout de impressão ou modo de exibição de layout da Web.

Exibir alterações por tipo de edição

Na guia Revisão, selecione Controlar Alterações >Mostrar Marcação.

Selecione o tipo de edição.

Inserções e exclusões

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WORD 2016

Formatação

A marca de seleção ao lado do item indica que ele está selecionado.

Observação: Mesmo que você oculte um tipo de marcação desmarcando-o no menu Mostrar Marca-
ção, a marcação será exibida automaticamente sempre que o documento for aberto por você ou por
um revistor.

Exibir alterações por revisores

Em Examinar >Acompanhamento, selecione Mostrar Marcação.

Selecione Pessoas Específicas.

Marque para desmarcar todas as caixas de seleção, exceto aquelas ao lado dos nomes dos revisores
cujas alterações você deseja mostrar.

Observação: Para marcar ou desmarcar todas as caixas de seleção de todos os revisores na lista,
selecione Todos os Revisores.

Navegar pelas alterações controladas na seção do menu Alterações

Você pode navegar de uma alteração controlada para outra.

Em Examinar > Alterações, selecione Avançar para exibir a próxima alteração controlada.

Em Examinar > Alterações, selecione Anterior para exibir a alteração controlada anterior.

Aceitar ou rejeitar alterações controladas

Há várias maneiras de resolver alterações controladas. O método mais proficiente é identificar o co-
mentarista e responder à alteração controlada por meio da exibição do cartão quando você clica na
alteração marcada. O cartão exibe o nome do comentário e a opção de aceitar ou rejeitar a sugestão.

Aceitar ou rejeitar alterações controladas em sequência usando o menu principal

Você pode resolver a alteração controlada do ensino desde o início do documento até o final do docu-
mento em sequência.

Selecione Examinar > Alterações> Avançar.

Selecione Aceitar ou Rejeitar. A próxima alteração sequencial controlada é realçada para sua revisão
e ação.

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WORD 2016

Observação: Você também pode aceitar ou rejeitar alterações controladas individuais usando os menus
suspensos dos menus principais. Esse método geralmente é usado como uma abordagem metodical
para examinar as alterações controladas.

Aceitar alterações usando o menu principal

Em Examinar> , selecione Aceitar.

Selecione uma das opções.

Aceitar e mover para Avançar

Aceitar esta alteração

Aceitar Todas as Alterações

Aceitar todas as alterações e parar o acompanhamento

Rejeitar alterações usando o menu principal

Em Examinar > Alterações, selecione > Rejeitar.

Selecione uma das opções.

Rejeitar e Mover para Avançar

Rejeitar Esta Alteração

Rejeitar Todas as Alterações

Rejeitar todas as alterações e parar o acompanhamento

Aceitar ou rejeitar alterações em um documento com um clique com o botão direito do mouse

Trabalhando em um documento, você pode clicar com o botão direito do mouse em uma alteração
controlada para aceitar ou rejeitar a alteração. Usar o método de clique com o botão direito do mouse
exibe uma opção de menu de faixa e uma opção de menu suspenso.

Aceitar alterações em linha com a opção de faixa de clique com o botão direito do mouse

Clique com o botão direito do mouse em uma alteração controlada no documento para examinar uma
única sugestão.

Na faixa, selecione uma das opções a seguir.

Aceitar > Aceitar e Mover para Avançar

Aceitar > aceitar esta alteração

Aceitar > aceitar todas as alterações

Aceitar > aceitar todas as alterações e parar o acompanhamento

Aceitar e mover para Avançar

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WORD 2016

Aceitar alterações em linha com a opção de menu suspenso com o botão direito do mouse

Clique com o botão direito do mouse em uma alteração controlada no documento para examinar uma
única sugestão.

No menu suspenso, selecione uma das opções a seguir.

Aceitar Inserção (ou Aceitar Exclusão)

Rejeitar Inserção (ou Rejeitar Exclusão)

Aceitar ou rejeitar todas as alterações controladas ao mesmo tempo no menu principal

Aceitar todas as alterações controladas

Em Examinar >, selecione Aceitar.

Selecione uma das opções.

Aceitar todas as alterações mostradas

Aceitar Todas as Alterações

Aceitar todas as alterações e parar o acompanhamento

Rejeitar todas as alterações controladas

Em Examinar> , selecione Rejeitar.

Selecione uma das opções.

Rejeitar todas as alterações mostradas

Rejeitar Todas as Alterações

Rejeitar todas as alterações e parar o acompanhamento

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WORD 2016

Observação: Quando o recurso Examinar>Acompanhamento>Mostrar Marcação> Pessoas Específi-


cas >Todos os Revisores estiver selecionado, as opções Aceitar Todas as Alterações Mostradas e Re-
jeitar Todas as Alterações Mostradas não serão exibidas.

Imprimir o documento

Tudo em um só lugar, você pode ver a aparência de documento quando for impresso, definir as opções
de impressão e imprimir o arquivo.

Na guia Arquivo, clique em Imprimir.

Siga este procedimento:

Em Imprimir, na caixa Cópias, digite o número de cópias desejadas.

Em Impressora, verifique se a impressora desejada está selecionada.

Em Configurações, as configurações padrão da impressora estão selecionadas para você. Para alterar
uma delas, apenas clique na configuração que você deseja alterar e selecione uma nova configuração.

Quando você estiver satisfeito com as configurações, clique em Imprimir.

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GOOGLE DOCS

Google Docs

Google Docs (nomenclatura mais usada) é o processador de texto do Google baseado em navegador.
Com este app, você pode criar, editar e compartilhar documentos online, assim como acessá-los de qual-
quer computador com conexão à Internet.

Entretanto, muitos ainda se perguntam como o Google documento consegue conquistar novos usuários...

A resposta é simples, seu diferencial está presente na colaboração compartilhada. Isto porque o Google
Docs foi um dos primeiros processadores de texto a oferecer edição de documentos online compartilhada.

Com este app online, as pessoas começaram a perceber como é incrivelmente fácil compartilhar docu-
mentos entre plataformas e trabalhar com eles em tempo real a partir de uma janela do navegador.

Seus colaboradores nem mesmo precisam de uma conta do Google para visualizar ou editar os docu-
mentos que você compartilha com eles.

Além disso, os complementos do Google Docs permitem expandir suas funcionalidades assim como adi-
cionarem recursos ausentes.

Como usar o Google Documento

Você pode usar o Google documento da mesma forma que usaria os documentos do Word.

Logo, você pode:

Criar (novos) documentos.

Usar modelos.

Compartilhar documentos.

Como criar um documento Google

Para criar seu primeiro documento é necessário ter uma conta Google.

Com 85% de participação nas buscas da internet, o Google é o buscador mais usado no mundo, logo,
é quase impossível que alguém não tenha uma conta Google.

Desse modo, acesse docs.google.com e faça login com sua conta Google.

Uma vez na página inicial do Google Docs, você pode criar um documento em branco ou escolher um
modelo.

Dica: com o documento Google aberto, você também pode ir para Arquivo> Novo> Documento ou Ar-
quivo> Novo> Com base em um modelo para fazer o mesmo.

Lembre-se, você também pode alterar muitos aspectos do documento, incluindo a orientação da página.

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GOOGLE DOCS

Como Salvar um Documento Google

Em todo produto ou serviço que uso, o que prende minha atenção são os detalhes que poucas pessoas
notam. São eles que me fazem fechar ou não um contrato.

O Google Docs começou a ganhar valor quando descobri que todo meu trabalho pode ser salvo automa-
ticamente.

Logo, para profissionais que escrevem mais de vinte mil palavras (me incluo neste time) por semana, este
recurso se tornou muito valioso.

Entretanto, surge uma alarmante curiosidade em saber onde esses documentos são salvos.

Afinal, não existe um botão “Salvar” no Google documento.

Você já percebeu?

Veja bem, todo seu trabalho é salvo no Google Drive, componente de armazenamento online e “gratuito”
do pacote de apps do Google.

Como fazer download do Google Docs

Note, o Google armazena seus documentos no Google Drive.

Logo, para fazer download de um Documento Google para o seu computador, vá para Arquivo> Fazer
download como e escolha o formato de arquivo desejado.

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GOOGLE DOCS

Como enviar um documento do Google por e-mail

Veja bem, em algum momento, você vai sentir a necessidade de enviar algum documento do Google por
e-mail, como:

Proposta comercial;

Contrato;

Documentos administrativos...

Todo esse processo é simples e você pode fazer isso diretamente do documento.

Para realizar esta ação, vá para Arquivo> Enviar este arquivo por e-mail e escolha o formato de arquivo
que deseja anexar e preencha os detalhes padrão do e-mail.

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GOOGLE DOCS

Como compartilhar um documento Google

Considerando que seus documentos não precisam ser enviados por e-mail, não hesite em compartilhá-
lo.

Isso porque o compartilhamento permite que todos vejam e trabalhem na mesma versão do documento,
logo, você evita criar cópias conflitantes ou duplicar seu trabalho.

Sem se tornar repetitivo com o estimado leitor ou leitora, mas recordando um importante ponto, o desti-
natário não precisa de uma conta do Google para visualizar ou editar o documento.

Logo, para compartilhar um documento Google de dentro do documento, clique no botão Compartilhar no
canto superior direito.

Agora você tem algumas opções:

#Ponto 1 - Clique no botão Copiar Link. Essa ação permite que este link seja copiado para sua área de
transferência.

Note que este recurso informa que qualquer pessoa na internet, pode editar seu documento.

Mas não fique preocupado, é possível ajustar o nível de acesso a estes documentos para editar ou co-
mentar.

Uma vez ajustado essas ações, clique em Copiar link para atualizar a cópia em sua área de transferência.

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GOOGLE DOCS

No mesmo menu, você também pode desativar a opção de compartilhamento de link, o que significa que
apenas pessoas específicas podem acessar o documento.

#Ponto 2 - Insira os nomes ou endereços de e-mail do(s) destinatário(s) que você pretende compartilhar
seu documento.

Como rastrear alterações no Google Docs

É comum realizarmos alterações frequentes em um documento, afinal, a ideia é construir (sempre) um


arquivo admirável.

Entretanto, quando compartilhado com o time de colaboradores esses registros, é importante que você
tenha uma boa interpretação de como anda essas alterações.

Histórico da Versão

De modo automático, o Google docs rastreia o histórico das versões do seu documento.

Você pode conferir em Arquivo> Histórico da versão> Ver histórico da versão para expandir um menu
que lista todas as alterações que o Google rastreou para o seu documento.

Com isso, você pode verificar quando as alterações foram feitas, quem as fez e ter a segurança que todas
essas informações estão destacadas no documento.

Ainda assim, você pode nomear a versão atual para reverter facilmente as alterações feitas posterior-
mente.

Vá para Arquivo> Histórico da versão> Nomear a versão atual, insira um nome e clique em Salvar.

Como alternativa, acesse o menu do histórico de versões e clique na data ou nome de uma versão para
renomear. No menu de histórico de versões, você pode habilitar uma configuração para mostrar apenas
as versões nomeadas

Modo de Sugestão

O Google Docs oferece suporte a três modos diferentes:

Edição

Sugestão

Visualização

A Edição é o modo padrão. Para alternar para um modo diferente, clique em Exibir> Modo ou clique no
ícone de caneta na extremidade direita do menu de ferramentas.

Dica: para controlar as alterações individuais, use o modo Sugestão.

Ao fazer alterações no modo de Sugestão, você verá um comentário no lado direito do documento, com
a opção de aceitar ou rejeitar a sugestão.

Você também pode escrever uma resposta para discutir cada mudança.

Todas as alterações feitas neste modo são rastreadas individualmente na respectiva versão do docu-
mento no histórico de versões.

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Conhecimentos específicos
“Camuflar um erro seu é
anular a busca pelo
conhecimento. Aprenda
com eles e faça novamente
de forma correta.”
Nara Nubia Alencar
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Princípios E Diretrizes Do Sistema Único De Saúde

Durante os últimos anos o processo de implantação e consolidação do Sistema único de Saúde-SUS,


desde sua concepção na Constituição Federal, em 1988, vem sendo objeto de inúmeros instrumentos
normativos, como forma de regulamentar esse sistema e colocar em prática os objetivos, diretrizes e
princípios do mesmo.

A Constituição Federal que é considerada o marco jurídico inicial, onde “nasce o SUS”, traz em seus
artigos 196 ao 200, o “registro do SUS”, o artigo 198 da CF, traz em seu texto as Diretrizes e alguns
dos princípios do SUS, conforme podemos verificar abaixo:

“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;

III - participação da comunidade.”

Uma vez constituído o SUS, houve a necessidade de regulamentação, o que aconteceu em 1990, com
a promulgação das duas Leis Orgânicas da Saúde (LOS):

1. Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

2. Lei 8.142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.

Os Princípios do SUS

Os princípios e diretrizes do SUS estão na Constituição Federal de 1988, regulamentados e “reafirma-


dos” no capítulo II, artigo 7º da lei 8.080/90.

“CAPÍTULO II

Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no
artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios.

I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

II - Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e servi-
ços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema;

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a


orientação programática;

VIII - participação da comunidade;

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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;

b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

X - Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.”

Os princípios do sus são cobrados em provas. Muitos certames utilizam em questões a divisão teórica
dos princípios:

1- Doutrinários (universalidade, integralidade e equidade*);

2- Organizativos: todos os outros que constam no art. 7 desta lei.

No total são 13 princípios/diretrizes. Falarei um pouco, dos mais importantes:

A universalidade é um princípio finalístico, ou seja, é um ideal a ser alcançado, indicando, portanto,


uma das características do sistema que se pretende construir e um caminho para sua construção. Para
que o SUS venha a ser universal é preciso se desencadear um processo de universalização, isto é, um
processo de extensão de cobertura dos serviços, de modo que venham, paulatinamente, a se tornar
acessíveis a toda a população.

Para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem entre
a população e os serviços. A primeira delas, a barreira jurídica, foi eliminada com a Constituição Fe-
deral de 88, na medida em que universalizou o direito à saúde, e com isso, eliminou a necessidade do
usuário do sistema público colocar-se como trabalhador ou como “indigente”, situações que condicio-
navam o acesso aos serviços públicos antes do SUS.

Universalidade

A noção de integralidade diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde, preven-
ção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a sistematização do conjunto de práticas
que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o atendimento das necessidades
de saúde. A integralidade é (ou não), um atributo do modelo de atenção, entendendo-se que um “mo-
delo de atenção integral à saúde” contempla o conjunto de ações de promoção da saúde, prevenção
de riscos e agravos, assistência e recuperação.

Um modelo “integral”, portanto, é aquele que dispõe de estabelecimentos, unidades de prestação de


serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, à produção de ações de saúde que vão desde as
ações inespecíficas de promoção da saúde em grupos populacionais definidos, às ações específicas
de vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de riscos e danos, até ações
de assistência e recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações para a detecção precoce de doen-
ças, sejam ações de diagnóstico, tratamento e reabilitação.

O princípio da equidade, mais um dos princípios finalísticos do SUS e, atualmente, o tema central em
todos os debates sobre as reformas dos sistemas de saúde no mundo ocidental. A noção de equidade
diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de modo a se alcançar a igualdade
de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma
dada sociedade.

O ponto de partida da noção de equidade é o reconhecimento da desigualdade entre as pessoas e os


grupos sociais e o reconhecimento de que muitas dessas desigualdades são injustas e devem ser
superadas. Em saúde, especificamente, as desigualdades sociais se apresentam como desigualdades
diante do adoecer e do morrer, reconhecendo-se a possibilidade de redução dessas desigualdades, de
modo a garantir condições de vida e saúde mais iguais para todos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

A descentralização da gestão do sistema implica na transferência de poder de decisão sobre a política


de saúde do nível federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS).

Esta transferência ocorre a partir da redefinição das funções e responsabilidades de cada nível de
governo com relação à condução político administrativa do sistema de saúde em seu respectivo terri-
tório (nacional, estadual, municipal), coma transferência, concomitante, de recursos financeiros, huma-
nos e materiais para o controle das instâncias governamentais correspondentes.

A regionalização e a hierarquização dos serviços, dizem respeito à forma de organização dos estabe-
lecimentos (unidades de unidades) entre si e com a população usuárias.

- A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de saúde,
que leva em conta a divisão político- administrativa do país, mas também contempla a delimitação de
espaços territoriais específicos para a organização das ações de saúde, subdivisões ou agregações do
espaço político-administrativo.

- A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das unidades
segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede que
articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de referência
(SR) e contrarreferência (CR) de usuários e de informações.

O processo de estabelecimento de redes hierarquizadas pode também implicar o estabelecimento de


vínculos específicos entre unidades (de distintos graus de complexidade tecnológica) que prestam ser-
viços de determinada natureza, como por exemplo, a rede de atendimento a urgências/emergências,
ou a rede de atenção à saúde mental.

A integração entre as ações promocionais, preventivas e curativas diz respeito à possibilidade de se


estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as várias alternativas de
intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história (natural) social”, abarcando
intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde.

Cabe registrar a distinção entre “integralidade” e “integração”, termos que por vezes se confundem no
debate acerca da organização dos serviços de saúde. Se a integralidade, como posto anteriormente, é
um atributo do modelo, algo que o modelo de atenção à saúde “deve ser”, a integração é um processo,
algo “a fazer” para que o modelo de atenção seja integral.

Nesse sentido, a integração envolve duas dimensões: uma dimensão “vertical”, proporcionada pelo
estabelecimento da hierarquização dos serviços (SR e CR), que permite a produção de ações de dis-
tinta complexidade (primária, secundária, terciária) em função da natureza do problema que se esteja
enfrentando, e uma integração “horizontal”, que permite a articulação, no enfrentamento do problema,
de ações de distinta natureza (promoção, prevenção, recuperação).

Regionalização Da Assistência À Saúde

A regionalização no Sistema Único de Saúde constitui estratégia prioritária para garantir o direito à
saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais, promover a equidade e a integralidade da atenção,
racionalizar os gastos, otimizar os recursos e potencializar o processo de descentralização.

A regionalização oferece os meios para melhorar a coordenação e integração do cuidado em saúde e


os custos e proporciona escala mais adequada e maior participação dos cidadãos no processo de
tomada de decisão.

Contudo, a regionalização, apesar dos benefícios, apresenta desafios, tais como as dificuldades para
integrar e coordenar as ações e serviços, em diferentes espaços geográficos, com distintas gestões e
gerências para atender as necessidades de saúde e demandas da população na escala, qualidade e
custos adequados. Para isso, requer a existência de sistemas de informação em tempo real para ori-
entar a tomada de decisão e a busca constante de alternativas para otimizar recursos e organizar a
gestão compartilhada.

A Regionalização Da Saúde Na Regulamentação Do SUS

Constituição Federal – Art. 198

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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II –Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços as-
sistenciais;

III - participação da comunidade.

Lei nº 8.080/1990 – Art. 7º

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198
da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: [...] a) ênfase na descentralização
dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; [...]..

NOB-SUS 01/93 – Item g da Introdução – Portaria GM/MS n. 545/1993 Item g)

A regionalização deve ser entendida como uma articulação e mobilização municipal que leve em con-
sideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta de serviços e,
acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se consorciar ou estabelecer
qualquer outra relação de caráter cooperativo.

NOB-SUS 01/96 – Item 4 – Portaria GM/MS n. 2203/1996

A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida
em um conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada e disciplina-
dos segundo subsistemas, um para cada município – o SUS-Municipal – voltado ao atendimento inte-
gral de sua própria população e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abrangências esta-
dual e nacional.

NOAS-SUS 01/2001 e NOAS-SUS 01/2002

[...] para o aprofundamento do processo de descentralização, deve-se ampliar a ênfase na regionaliza-


ção e no aumento da equidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais com todos
os níveis de atenção, não necessariamente confinados aos territórios municipais e, portanto, sob res-
ponsabilidade coordenadora da SES. [...].

1. Estabelecer o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde


e de busca de maior equidade. [...]

2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização – PDR como instrumento de ordenamento do processo


de regionalização da assistência em cada estado [...].

Pacto pela Saúde – Item 2, Diretrizes para a Gestão do SUS, Pacto de Gestão, Portaria GM/ MS n.
399/2006

A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão
e deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde e os processos de negociação e
pactuação entre os gestores.

Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização


– PDR –, o Plano Diretor de Investimentos – PDI – e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção
à Saúde – PPI [...].

Decreto federal n° 7.508/11

Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infra-
estrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e
a execução de ações e serviços de saúde (art. 2°, I)

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PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

O Decreto estabelece a Comissão Intergestores Regional e delibera sobre todos os aspectos operaci-
onais de serviços de saúde na região (aloca recursos financeiros na região; distribui serviços, acompa-
nha o desenvolvimento e a produção de serviços da rede, aclara o plano de saúde para as regiões).

O pressuposto da região é a organização da rede de atenção, o Decreto define quais são os compro-
missos com e dos municípios de cada região em termos de saúde.

Objetivos da Regionalização

1. Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde cuja complexidade e con-
tingente populacional transcendam a escala local/municipal.

2. Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e promover a equidade.

3. Garantir a integralidade na atenção à saúde por meio da organização de redes de atenção à saúde
integradas.

4. Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e municípios para exercerem


papel de gestores e organizando as demandas nas diferentes regiões.

5. Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganhos em escala nas ações e serviços
de saúde de abrangência regional.

Os Gestores do SUS em Cada Esfera de Governo

A nova concepção do sistema de saúde, descentralizado e administrado democraticamente com a par-


ticipação da sociedade organizada, prevê mudanças significativas nas relações de poder político e na
distribuição de responsabilidades entre o Estado e a sociedade e entre as distintas esferas de governo
– nacional, estadual e municipal –, cabendo aos gestores setoriais papel fundamental na concretização
dos princípios e das diretrizes da reforma sanitária brasileira.

O processo de descentralização em saúde no Brasil envolve não apenas a transferência de serviços,


mas também de responsabilidades, poder e recursos da esfera federal para a estadual e a municipal.

Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é importante definir quem são
os gestores do Sistema Único de Saúde e o que são as funções gestoras no SUS.

Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados para o desenvolvi-
mento das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito esta-
dual, o Secretário de Estado da Saúde, e no municipal, o Secretário Municipal de Saúde.

A atuação do gestor do SUS efetiva-se por meio do exercício das funções gestoras na saúde. As fun-
ções gestoras podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes e práticas de gestão,
necessários para a implementação de políticas na área da saúde”.

Definir o papel e as atribuições dos gestores do SUS nas três esferas de governo significa identificar
as especificidades da atuação no que diz respeito a cada uma dessas macro funções gestoras, de
forma coerente com a finalidade de atuação do Estado em cada esfera governamental, com os princí-
pios e os objetivos estratégicos da política de saúde, e para cada campo da atenção na saúde (promo-
ção da saúde, articulação intersetorial, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do traba-
lhador, assistência à saúde, entre outros).

Esse processo tem sido orientado pela Legislação do SUS e pelas Normas Operacionais que, ao longo
do tempo, têm definido as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para
que estados e municípios possam assumir suas funções no processo de implantação do SUS.

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DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Decreto nº 1.171, de 22 de Junho de 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e
ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n°
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
deral, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em


sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares
de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administra-


ção Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e su-
plentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

ANEXO

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I

Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maio-
res que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finali-
dade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se,
como consequência, em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

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DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particu-
lar de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos ter-
mos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrá-
ria aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o es-
forço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio pú-
blico, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento
e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligên-
cia, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atenta-
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudên-
cia no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas
e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a
grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritaria-
mente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espé-
cie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evi-
tar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e con-


tato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;

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DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações in-
dividuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometi-
mento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que


visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segu-
rança coletiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho or-
denado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse pú-
blico, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas fun-
ções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão


onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdiciona-
dos administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer viola-
ção expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

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DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquica-
mente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê-
mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II

DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público,
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profis-
sional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe-
cer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, po-
derá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência
a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou repre-
sentações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta,
cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou
função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qual-
quer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas. (Re-
vogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro
de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen-
tar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou ato
que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito su-
mário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conheci-
mento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. (Revogado pelo Decreto
nº 6.029, de 2007)

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DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão de


Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo
Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por
exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Comis-
são, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e provi-
dências. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua aprecia-
ção ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos interessa-
dos, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o
fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo
o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da Presidência da Repú-
blica. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamenta-
ção constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética do
servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código,
cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras
profissões; (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indireta-
mente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado.

XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar posse
ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um
compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética
e de todos os princípios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes. (Revo-
gado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

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HIBRIDIZAÇÃO

Hibridização

A hibridação de DNA-DNA geralmente refere-se a uma técnica biológica molecular que determina o
grau de semelhança genética entre combinações de sequências de DNA. Esta técnica geralmente é
usada para determinar a distância genética entre duas espécies. Quando várias espécies são compa-
radas dessa forma os valores semelhantes permitem que as espécies sejam dispostas em uma árvore
filogenética; isto é o que torna possível a realização do sistema molecular.

Charles Sibley e Jon Ahlquest, pioneiros desta técnica, usada hibridização DNA-DNA para examinar
as relações filogenéticas de pássaros (a taxonomia de Sibley-Ahlquist) e primatas. Os críticos argu-
mentam que esta técnica não é muito precisa para a comparação de espécies muito próximas, uma
vez que qualquer tentativa para determinar diferenças entre os grupos de ortólogos entre organismos
é denominado pela hibridação de sequências parólogo dentro do genoma de um organismo. O sequen-
ciamento de DNA e comparações computacionais de sequências de hoje é geralmente o método para
determinar a distância genética, embora a técnica ainda seja usada em microbiologia para identificar
as bactérias.

O método desenvolvido por Sibley e Ahlquist, compara uma amostra identificada depois que é hibridi-
zada contra a sua própria fusão após hibridizado com o DNA não identificado de outro organismo. Para
ser comparado o DNA das duas espécies; é extraído, purificado e clivado em pequenos fragmentos
(por exemplo 600 a 800 par de bases). O DNA de um organismo é identificado para ser comparado um
ao outro. A união fica incubada para permitir que as cadeias de DNA se separem e se restabeleçam
formando um DNA híbrido de dupla-hélice.

As sequências hibridizadas com um alto grau de similaridade vão ficar mais firmes e por isto é neces-
sário mais energia para separá-las: por exemplo, elas separam a uma temperatura mais alta do que
com animais de diferentes vertentes. Um processo conhecido como Desnaturação do DNA. O DNA é
formado com fios de origem animal. Para avaliar o perfil de desnaturação da hibridização do DNA, o
DNA dupla-hélice é ligado a uma coluna e a mistura é aquecida em passos pequenos. A cada passo a
coluna é lavada; as sequências se dissolvem e ficam sozinhas e fora da coluna. As temperaturas em
que o DNA identificado se solta da coluna, reflete o nível de semelhança entre as sequências (e a auto-
hibridação que serve como um controle). Estes resultados são combinados para determinar o grau de
semelhança genética entre os organismos.

Através dos livros de Sherlock Holmes muitas pessoas tiveram seu primeiro contato com as ciências
forense e sonharam em seguir carreira como investigadores. Embora não seja o primeiro detetive a
aparecer nas histórias de ficção, o personagem de Sir Arthur Conan Doyle é indiscutivelmente o mais
conhecido mundialmente. Seu nome está no Guinness Book e um museu foi criado em sua homenagem
em Londres, obviamente depois de criarem a rua Baker – famosa Baker Street, endereço de Holmes.
Muitas pessoas acreditavam que o famoso detetive inglês, realmente, existiu.

Holmes, utilizava-se de diversos e arrojados métodos de criminalística em plena Inglaterra Vitoriana,


quando as ciências forenses ainda eram incipientes. O famoso investigador mostrava-se à frente do
seu tempo numa época em que a polícia não considerava manchas de sangue como detalhes relevan-
tes de um crime ou sequer isolava cenas criminais. A criminalística surgiu diante da necessidade de
práticas investigativas que impedissem a condenação de inocentes e garantissem que culpados não
escapassem de punição. Também chamada de ciências forense, por fazer uso de técnicas de várias
áreas científicas, a criminalística tinha como objetivo estabelecer práticas forenses resolutivas e padro-
nizadas para atender tal demanda. Em suas histórias, Sherlock Holmes fez uso de ciências como toxi-
cologia, balística, antropometria, química analítica, entre outros.

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HIBRIDIZAÇÃO

Figura 1: “Um estudo em vermelho”, o primeiro livro de Sherlock Holmes lançado em 1887. O famige-
rado detetive inglês que estimulou o desenvolvimento da criminologia na Europa.

Surgimento da genética forense e do DNA fingerprinting

O genoma dos seres vivos possui regiões com cópias únicas e regiões com sequências repetidas alta-
mente variáveis que geram padrões na forma como o DNA se apresenta. Foi em 1985 que Alec Jeffreys,
da Universidade de Leicester no Reino Unido, concebeu a ideia de DNA fingerprinting ou “impressões
digitais do DNA”. Descoberta essa que teve um grande impacto na ciência e na sociedade.

Jeffreys notou padrões de repetições de sequências nucleotídicas herdáveis dentro do genoma hu-
mano, mas que podiam ter variações de pessoa para pessoa, tornando-se específicas para cada indi-
víduo. Por consequência, sua descoberta se tornou uma das mais notáveis ferramentas para resolução
de crimes, identificação de vítimas de desastres aéreos, para não deixar que inocentes sejam presos
erroneamente e para reduzir o número de suspeitos. Jeffreys utilizou marcadores do tipo VNTR (Vari-
able Number of Tandem Repeats – número variável de repetições consecutivas) para identificar indiví-
duos específicos tanto na área da genética forense como na determinação de parentesco.

A técnica utilizada por Jeffreys foi de Southern Blot, que usa enzimas de restrição para cortar o DNA
em uma região específica. Os fragmentos são separados fazendo-se a eletroforese em gel e os frag-
mentos são transferidos a uma membrana de nitrocelulose. A hibridização desses fragmentos é feita a
sondas específicas marcadas com isótopos radioativos (Figura 2). Essa sonda irá parear com qualquer
sequência de DNA complementar a ela. Portanto, se a sequência procurada não estiver presente na
amostra não haverá o pareamento.

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HIBRIDIZAÇÃO

Figura 2: Ilustração explicando a técnica de Southern Blot.

O primeiro caso do uso do DNA fingerprinting não foi forense, e sim um caso relacionado a um problema
de imigração, que impediu que um garoto fosse deportado. A primeira aplicação em casos forenses
ocorreu no Reino Unido em 1985, na pequena cidade de Narborough, no condado de Leicester, quando
duas garotas foram estupradas, em ocasiões diferentes. Amostras de sêmen foram coletadas das res-
pectivas vítimas e das suas cenas criminais. As autoridades locais forjaram uma campanha de doação
de sangue para conseguir amostras e identificar o agressor. Posteriormente, comparando o DNA en-
contrado nas vítimas com o DNA dos habitantes que foram doar sangue, o estuprador foi identificado.
A partir de 1986 a técnica começou a ser utilizada por laboratórios comerciais dos Estados Unidos e
pelo FBI – Federal Bureau of Investigation – em 1988, e até agora vem sendo utilizada em laboratórios
ligados à elucidação de crimes.

A Figura 3 mostra uma foto, cedida pelo Instituto de Genética Médica da Alemanha, de um gel multiplex,
em que foi usada a técnica de RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism – Polimorfismo no
comprimento de fragmentos de restrição) para gerar o DNA fingerprinting de uma grande família alemã,
levando em consideração que quanto maior o número de bandas iguais que dois indivíduos comparti-
lham, mais próximos eles são.

Figura 3: Impressões digitais de DNA – ou DNA fingerprint – de uma família alemã

A Biologia Molecular Forense é um relevante ramo das ciências forense em franca expansão. Tanto
nos Estados Unidos quanto na Europa, polícia e justiça, utilizam ferramentas moleculares para identi-
ficar vestígios em cenas de crimes desde o fim dos anos 90 do século passado. No Brasil este serviço,
embora incipiente, vem crescendo; e alguns estados da federação já possuem equipamentos e tecno-
logia para este tipo de análise.

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HIBRIDIZAÇÃO

A análise de DNA evoluiu no sentido de se tornar indispensável como parte da rotina para estudos de
casos civis e forenses. Dentre os casos civis, estão os casos de paternidade e prova de óbito. Nos
casos forenses destacam-se cenários de crimes (como estupros e assassinatos) e identificação de
vítimas de desastres (incêndios, explosões, acidentes aéreos, terremotos, tsunamis, entre outros).

Polimorfismos em humanos

Variações nas bases nitrogenadas integrantes das mesmas sequências, de uma mesma região – ou
sítio – do DNA em cromossomos homólogos e de diferentes indivíduos de mesma espécie, podem
caracterizar-se num polimorfismo se a frequência dessas variações for maior que 1% na população,
caso contrário esta é chamada de mutação.

]A análise do DNA permite identificar as variações entre os indivíduos e entre as espécies em suas
sequências de DNA. São dois os níveis os quais tais estudos podem ser feitos: 1) em um patamar mais
refinado, as técnicas de sequenciamento de DNA que permitem que as variações sejam notadas a
cada par de bases. 2) E através do estudo da variação nos sítios identificados pelas enzimas de restri-
ção – este fornece uma visão geral das variações nos pares de bases.

O genoma humano é portador de diversos tipos de polimorfismos que podem ser utilizados na identifi-
cação de indivíduos e estabelecimento de vínculo genético. Os polimorfismos de regiões hipervariáveis
do DNA podem ser de 2 tipos: sequência e comprimento.

Os polimorfismos de sequência são compostos de diferentes nucleotídeos em uma determinada loca-


lização do genoma, como Indels (inserção ou deleção de bases) e SNPs (Single Nucleotide Polymor-
phism – polimorfismo de base única) .

Polimorfismos de comprimento são sequências de nucleotídeos que se repetem, dentre eles os VNTRs
e os STRs (Short Tandem Repeats – repetições curtas em tandem) ou microssatélites.

Logo, estudar as variações genéticas através, por exemplo, de polimorfismos achados nas sequências
de DNA, possibilita-nos entender com mais clareza a diversidade e história das populações humanas.
Além de fornecer um sistema de identificação genética de pessoas.

A genética forense e os SNP colocadas á prova

Em 1888, num intervalo de 3 meses, 5 mulheres foram brutalmente assassinadas na zona leste de
Londres. A cidade ficou apavorada e, desde então, “esses assassinos” foram apelidados pela imprensa
da época como “Jack, o estripador”. Os casos de Jack inspiraram – inspiram – histórias, contos, livros
e talvez seja o primeiro serial killer real a ganhar fama mundo afora. Até hoje ninguém sabe quem Jack
era, se agia sozinho, se os criminosos eram a mesma pessoa, o que motivou suas ações, ou por que
ele parou na quinta vítima.

Os métodos de análise genética forense na época davam os primeiros passos, sequer consideravam
manchas de sangue relevantes e foram incapazes de identificar o(s) assassino(s). Até por isso, era
incomum a prática de guardar objetos ou pertences relacionados a crimes. Porém, do penúltimo femi-
nicídio restou um xale de seda, encontrado próximo ao corpo de Catherine Eddowes, a vítima.

Em 2019, o mundo foi surpreendido com a notícia de que, após mais de 130 anos, o principal suspeito
da polícia da época era, de fato, o criminoso. Mas Jack, o estripador, nunca foi preso ou sequer identi-
ficado.

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HIBRIDIZAÇÃO

Figura 4: Fotos de partes do xale, supostamente um pertence do assassino, encontrado no local do


crime em 1888 no bairro Whitechapel (zona leste de Londres). Com vários ferimentos, Catherine Eddo-
wes foi encontrada com as vísceras a mostra e sem seu rim esquerdo nem seu útero. Duas semanas
após o crime, o recém criado comitê de vigilância de Whitechapel recebeu uma caixa com um pedaço
de rim e uma carta que alegava pertencer a vítima. O suspeito, Aaron Kosminski, já tinha se envolvido
em crimes e era velho conhecido da polícia.

Foi através da análise do material extraído de manchas de origem biológica presentes no xale, que a
hipótese da polícia da época foi confirmada num trabalho científico publicado na revista Journal of
Forensic Sciencies, em 2019, por Jari Louhelainen e David Miller. Assim, o barbeiro de 23 anos e des-
cendente de imigrantes poloneses, Aaron Kosminski, foi confirmado como o Jack do “caso Catherine
Eddowes”.

Para confirmar que os resquícios de sangue de Aaron e Catherine estavam no xale, foi conduzida uma
análise do mtDNA – DNA mitocondrial – entre as amostras colhidas do xale e amostras de descenden-
tes vivos do suspeito e da vítima. Nucleotídeos de polimorfismo único – SNPs informativos de fenótipos
foram usados (a partir das manchas de sêmen presentes no xale) e contribuíram informando algumas
características físicas do assassino que correspondiam ao relato de uma testemunha ocular e com a
aparência de Aaron. O relato era de um homem de olhos e cabelos castanhos, características incomuns
na Inglaterra atual – detalhes ressaltados pelos autores do artigo.

FIGURA 5: Uma imagem histórica da polícia descobrindo uma vítima de assassinato de Jack, o Estri-
pador.

É pouco provável que os resultados deixem os críticos satisfeitos. Importantes detalhes a respeito das
variantes genéticas específicas identificadas e comparadas entre as amostras de DNA não estão no

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HIBRIDIZAÇÃO

artigo. Segundo alegações dos autores, uma lei do Reino Unido – Data Protect Act – os impede de
publicar as sequências genéticas dos familiares vivos de Aaron e Catherine.

Walther Parson, cientista forense do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Innsbruck (Áustria)
alega que as sequências de DNA mitocondrial não representam risco algum de privacidade e deveriam
ter sido incluídas pelos autores no artigo. “Caso contrário, o leitor não pode julgar o resultado. Também
de Innsbruck, o especialista em DNA mitocondrial Hansi Weissensteiner, assim como seu colega, criti-
cou o artigo.

De qualquer modo, não era objetivo confirmar a identidade de Jack e, sim, avaliar o vigente poder
tecnológico e gerar novos métodos para se analisar amostras de origem biológica com mais de 100
anos e presentes em quantidades mínimas. Independente disso, por outro lado, esse estudo científico
se mostrou como a maior e mais avançada investigação sistemática e molecular já feita tentando iden-
tificar o famoso serial killer. E, a despeito das críticas, os resultados são convincentes e impressionam.

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HISTOLOGIA

Histologia

Todos os seres vivos são formados por células, estruturas consideradas as menores unidades morfo-
lógicas e funcionais dos organismos. Alguns seres apresentam apenas uma célula, sendo chamados
de unicelulares; outros, no entanto, apresentam vários conjuntos dessas estruturas, sendo considera-
dos multicelulares. Nos organismos multicelulares, as células com características semelhantes e que
exercem a mesma função geral formam os tecidos. A parte da Biologia que estuda a função dos tecidos
e suas interações recebe o nome de Histologia.

O termo histologia começou a ser utilizado em 1819 por Mayer, que o criou baseando-se na palavra
tecido, do grego histos, proposta anos antes pelo francês Xavier Bichat. Esse último pesquisador de-
nominou de tecido as estruturas macroscópicas encontradas no corpo que apresentavam diferentes
texturas. Segundo Bichat, tínhamos no corpo 21 tipos diferentes de tecidos.

Para que o estudo da histologia fosse possível, foi necessário o uso de equipamentos que possibilitas-
sem a visualização das estruturas microscópicas. Assim sendo, a histologia desenvolveu-se junta-
mente à evolução dos microscópicos. A cada melhoria nesses equipamentos, mais descobertas eram
feitas.

Entre as descobertas que os histologistas realizaram graças ao desenvolvimento do microscópio po-


demos citar os princípios que compõem a teoria celular: as células constituem todas as formas de vida;
são as unidades morfológicas e funcionais dos organismos; e originam-se de outras preexistentes.

Além do uso de microscópio, o desenvolvimento da histologia esteve diretamente relacionado com o


desenvolvimento de técnicas que permitiram o preparo de tecidos mortos e in vivo. Atualmente, o mé-
todo mais utilizado é a preparação de lâminas histológicas permanentes, que são utilizadas para a
análise em microscópios ópticos.

Para a preparação de lâminas histológicas, o histologista deve seguir os seguintes passos: coleta, fi-
xação, processamento, desidratação, diafanização, impregnação, microtomia, colagem do corte à lâ-
mina, coloração e montagem. Para a coleta de amostra, o histologista poderá realizar uma biópsia,
uma cirurgia ampla ou a necrópsia. Feita a coleta, deve-se fixar o material utilizando-se calor, frio ou
produtos químicos chamados de fixadores, tais como o formol e o aldeído glutárico.

Após a fixação, o material é processado, ou seja, passa por técnicas que permitem que ele fique coeso
o suficiente para garantir cortes. Para isso, são utilizados materiais de inclusão, como a parafina. De-
pendendo do produto a ser utilizado para a inclusão, o tecido deve ser desidratado, ou seja, a água
deve ser retirada. Após essa etapa, faz-se necessária a realização do processo de diafanização, que
clarifica o material, tornando-o translúcido. No processo de impregnação, o material deve ser submetido
a técnicas que garantam a total inclusão dos agentes de impregnação, tais como a parafina e o polie-
tileno glicol. No final da impregnação, obtém-se um bloco com tecido no seu interior, que é cortado com
o uso do micrótomo em um processo chamado de microtomia.

O material cortado é então colocado na lâmina para a colagem e passa por técnicas de coloração, que
variam de acordo com o tecido a ser verificado e com a estrutura que se pretende observar. Por fim,
temos a montagem da lâmina, que consiste na retirada da água e na colocação do meio de montagem
e da lamínula para selar o corte.

Com a preparação dessas lâminas, garantiu-se uma grande evolução no estudo da histologia, além de
permitir que o material ficasse em perfeito estado por muito mais tempo. A vantagem do maior prazo
de conservação é que estruturas podem ser analisadas por vários pesquisadores em diferentes mo-
mentos sem que haja perda do material.

Atualmente, pode-se classificar os tecidos dos seres humanos em quatro diferentes grupos utilizando
como critério suas diferenças morfológicas e suas funções no organismo. Esses tecidos são: tecido
epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

O tecido epitelial possui células justapostas com pouco material intercelular. O tecido conjuntivo, por
sua vez, apresenta grande quantidade de substância intercelular. Já o tecido muscular caracteriza-se
pelo sua capacidade de contração. O tecido nervoso, por sua vez, possui a capacidade de transmitir
impulsos nervosos.

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HISTOLOGIA

O tecido epitelial caracteriza-se por apresentar células unidas e com pouca matriz extracelular entre
elas. Nesse tecido, são encontradas células responsáveis pelo revestimento de superfícies e pela se-
creção de substâncias. Essas células possuem formato variado, o qual é, geralmente, acompanhado
pelo núcleo. Em células com formato cúbico, por exemplo, o núcleo tende a ser esférico. Já em células
achatadas, o núcleo apresenta-se também com formato chato.

Outra característica importante do tecido epitelial é o fato de que ele possui dois lados distintos, ou
seja, é polarizado. O lado voltado para o lado de fora do órgão (cavidade) é chamado de superfície
apical. Já a porção voltada para o lado oposto recebe o nome de superfície basal.

Geralmente, a superfície basal está apoiada em tecido conjuntivo, que está relacionado com o forneci-
mento de nutrientes para o tecido epitelial. Como a maioria dos epitélios não apresenta vasos sanguí-
neos, seus nutrientes chegam por meio dos capilares presentes no tecido conjuntivo subjacente.

Outro ponto que merece destaque é o fato de que o tecido epitelial possui algumas especializações
(junções intercelulares), que permitem a adesão e a comunicação entre as células. Além disso, a su-
perfície das células epiteliais pode conter especializações, como microvilosidades (pequenas projeções
do citoplasma), cílios e flagelos. que aumentam a superfície de contato e facilitam a movimentação de
partículas.

→ Funções do tecido epitelial

A epiderme, uma das camadas que formam a pele, é constituída de tecido epitelial.

Por apresentar células bastante unidas, o tecido epitelial atua, principalmente, como uma barreira, ga-
rantindo proteção contra micro-organismos, contra a perda excessiva de água, além de proteção me-
cânica. O tecido epitelial atua ainda na formação de glândulas, as quais exercem diversas funções no
organismo. A glândula sudorípara, por exemplo, produz suor, que permite o controle da temperatura
corpórea.

→ Tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento é responsável por revestir o corpo e as superfícies dos órgãos. Por
esse motivo, está relacionado com a proteção, absorção de substâncias e, até mesmo, com a percep-
ção de certos estímulos.

→ Classificação do tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento pode ser classificado de diferentes formas, de acordo com a quanti-
dade de camadas de células e com o formato celular. No que diz respeito às camadas de células, o
tecido epitelial pode ser dividido em:

Simples: apresenta apenas uma camada de células.

Estratificado: apresenta múltiplas camadas celulares.

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HISTOLOGIA

Pseudoestratificado: apresenta apenas uma camada de células, entretanto, possui um aspecto que dá
a falsa impressão de possuir várias camadas celulares. Isso ocorre porque as células possuem tama-
nhos variados, e a localização do núcleo é diferente em cada célula.

Observe a diferença entre tecido epitelial simples, estratificado e pseudoestratificado.

O tecido epitelial de revestimento pode ser ainda classificado de acordo com o formato das células. De
acordo com essa classificação, temos:

Epitélio cúbico: tecido com células em formato cúbico.

Epitélio colunar: tecido com células alongadas.

Epitélio escamoso: tecido com células achatadas, que lembram azulejos.

Epitélio de transição: tecido com formato de células que varia de acordo com a distensão do órgão no
qual é encontrado. No tecido da bexiga urinária, por exemplo, as células tornam-se mais achadas
quando esse órgão está cheio. Já quando a bexiga está vazia, as células ficam com formato mais
globoso.

Observe os diferentes formatos de células epiteliais.

→ Tecido epitelial glandular

O tecido epitelial glandular forma as glândulas, sendo responsável por secretar substâncias. Vale des-
tacar que as células desse tecido nem sempre estão agregadas formando glândulas complexas. A
célula caliciforme, por exemplo, é uma célula epitelial glandular e é chamada por alguns autores de
células de glândulas unicelulares.

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HISTOLOGIA

As glândulas multicelulares, que são as glândulas propriamente ditas, podem ser classificadas em três
tipos:

Glândula endócrina: São glândulas sem ductos que produzem secreções lançadas diretamente no san-
gue. Como exemplo, podemos citar a tireoide.

Glândula exócrina: São glândulas que possuem ductos e liberam sua secreção em cavidades ou na
superfície do corpo. Como exemplo, podemos citar a glândula sebácea.

Glândula mista: Essa glândula possui uma porção endócrina e uma porção exócrina. Como exemplo,
podemos citar o pâncreas.

Além da divisão desses quatro grupos, podemos classificá-los em outros subtipos, tais como:

Tecido Conjuntivo

De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se por preenchimento dos espaços intercelu-
lares do corpo e a importante interfase entre os demais tecidos, dando-lhes sustentação e conjunto.

Morfologicamente, apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), constituído por uma
parte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa (SFA), e por outra porção fibrosa.

Substância Amorfa: formada principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. Pode assumir con-
sistência rígida, como, por exemplo, no tecido ósseo; e mais líquida, como é o caso do plasma sanguí-
neo.

Fibras: de natureza proteica, distribuem-se conforme o tecido, destacando-se:

Colágeno → fibras mais frequentes do tecido conjuntivo, formada pela proteína colágeno de alta resis-
tência (coloração esbranquiçada);

Elásticas → fibras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, possuindo considerável elastici-
dade (coloração amarelada);

Reticulares → fibras com reduzida espessura, formada pela proteína chamada reticulina, análoga ao
colágeno.

Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e manutenção, toda a diver-
sidade do tecido conjuntivo em um organismo desempenha importante função de defesa e nutrição.

Os principais tipos em vertebrados podem ser subdivididos em dois grupos, a partir de uma classifica-
ção considerando a composição de suas células e o volume relativo entre os elementos da matriz
extracelular: tecido conjuntivo propriamente dito (o frouxo e o denso), e os tecidos conjuntivos especiais
(o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o sanguíneo).

Tecido Conjuntivo Frouxo

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HISTOLOGIA

Caracteriza-se pela abundante presença de substâncias intercelulares e relativa quantidade de fibras,


frouxamente distribuídas. Nesse tecido estão presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo:
os fibroblastos ativos na síntese proteica, os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plas-
mócitos na produção de anticorpos.

Tecido Conjuntivo Denso

Denominado de tecido conjuntivo fibroso, apresenta grande quantidade de fibras colágenas, formando
feixes com alta resistência à tração e pouca elasticidade. É tipicamente encontrado em duas situações:
formando os tendões, mediando a ligação entre os músculos e os ossos; e nos ligamentos, unindo os
ossos entre si.

A organização das fibras colágenas nessa classe de tecido permite distingui-lo em: não modelado,
quando as fibras se distribuem de maneira difusa (espalhadas); e modelado, se ordenadas.

Tecido Conjuntivo Sanguíneo (Reticular)

Esse tecido tem a função de produzir as células típicas do sangue e da linfa. Existem duas variações:
tecido hematopoiético mieloide e tecido hematopoiético linfoide.

Mieloide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular dos ossos
esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), certos tipos
de glóbulos brancos e plaquetas.

Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o timo e as amígda-
las; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos).

Tecido Conjuntivo Adiposo

O tecido conjuntivo adiposo é rico em células que armazenam lipídios, com função essencial de reserva
energética. Em aves e mamíferos (animais homeotérmicos), auxilia na regulação térmica (isolante),
sendo distribuído sob a pele que constitui a hipoderme.

Tecido Conjuntivo Cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, desprovido de vasos sanguíneos e nervos, é formado por células denominadas
condroblastos e condrócitos. O condroblasto sintetiza grande quantidade de fibras proteicas, e com
gradual redução de sua atividade metabólica, passa a ser denominado condrócito.

Tecido Conjuntivo Ósseo

Bem mais resistente que o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é constituído de uma matriz rígida, for-
mada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio e vários tipos de células: osteoblastos, osteó-
citos e osteoclastos.

Os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões onde o tecido ósseo encontra-se em
processo de formação, originando os osteócitos que armazenam cálcio. Os osteoclastos, por sua vez,
são células gigantes que promovem a destruição da matriz óssea.

Tecido adiposo

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HISTOLOGIA

Tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo que se caracteriza por armazenar gordura
em células especializadas, denominadas adipócitos. Ele apresenta grande importância, uma vez que
sua camada é responsável, entre outras funções, por garantir isolamento térmico e ser uma importante
fonte de energia. A seguir ampliaremos nosso conhecimento a respeito do tecido adiposo, aprendendo
um pouco mais sobre suas características e funções.

Características do tecido adiposo

Trata-se de um tipo especial de tecido conjuntivo que se destaca por armazenar uma grande quanti-
dade de gordura. Essa está presente nas chamadas células adiposas ou adipócitos, que formam gran-
des agregados constituintes desse tecido. Vale destacar, no entanto, que essas células podem ser
encontradas também de maneira isolada ou formando pequenos conjuntos no tecido conjuntivo frouxo.

Os adipócitos são células que, como outras células eucariontes, apresentam membrana plasmática,
núcleo e organelas membranosas. A característica mais marcante neles é a presença de gordura no
citoplasma que, muitas vezes, ocupa praticamente toda essa região, movendo o núcleo para um local
mais periférico da célula. Eles são os únicos capazes de armazenar lipídios na forma de triglicerídeos,
sem que nenhuma de suas funções seja prejudicada.

Os adipócitos são células que armazenam gordura e formam o tecido adiposo.

A formação do tecido adiposo ocorre com base nas células do mesênquima (tecido embrionário) indi-
ferenciadas. Como sabemos, os adipócitos são capazes de armazenar gordura em seu citoplasma,
sendo observado no início de sua formação o acúmulo dessa substância em pequenas gotículas. Essas
podem fusionar-se e formar uma única grande gota ou então permanecerem separadas.

Tipos de tecido adiposo

O tecido adiposo dos mamíferos pode ser classificado em dois tipos: tecido adiposo comum ou amarelo
ou unilocular e tecido adiposo pardo ou multilocular. Veja mais sobre eles a seguir:

Tecido comum ou amarelo ou unilocular

Possui células grandes que, quando desenvolvidas, apresentam apenas uma gota grande de gor-
dura, a qual ocupa grande parte da célula. Os adipócitos desse tipo de tecido adiposo podem aumentar
seu tamanho conforme acumulam gordura em seu interior. Essa gordura apresenta carotenos dissolvi-
dos, e, portanto, esse tecido possui uma coloração que varia do branco ao amarelo-escuro, estando
essas variações relacionadas com a dieta.

Esse tecido é altamente vascularizado e apresenta septos de tecido conjuntivo que possuem vasos e
nervos. Fibras de colágeno saem desses septos e garantem a sustentação dos adipócitos. As termina-
ções nervosas, nesse tecido, são encontradas nas paredes dos vasos sanguíneos apresentando ape-
nas alguns adipócitos inervados.

O tecido adiposo unilocular forma o chamado panículo adiposo, que é uma camada de tecido localizada
sob a pele. Quando nascemos, essa camada tem praticamente a mesma espessura em todo o corpo,
entretanto, à medida que crescemos, ela desenvolve-se em algumas áreas e reduz-se em outras.

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HISTOLOGIA

Esse tipo de tecido adiposo apresenta uma série de funções, estando relacionado com reserva de
energia, proteção e sustentação dos nossos órgãos internos, e atuação como isolante térmico.

À esquerda, é possível observar o tecido adiposo multilocular, enquanto, à direita, está presente o
tecido adiposo unilocular.

Tecido adiposo pardo ou multilocular

Apresenta células que, quando desenvolvidas, possuem gotículas de gordura de diferentes tama-
nhos no citoplasma, bem como várias mitocôndrias. Devido à grande vascularização e à grande quan-
tidade de mitocôndrias, esse tecido adquire uma coloração parda. Enquanto no tecido adiposo unilocu-
lar temos células grandes, no tecido adiposo multilocular, essas são pequenas e de formato poligonal.

O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, estando relacionado, portanto, com
a manutenção da temperatura corpórea. Esse tecido nos adultos está presente em apenas algumas
poucas regiões, diferentemente do tipo unilocular, que é encontrado em praticamente todo o corpo.
Uma quantidade maior de tecido adiposo unilocular é observada no recém-nascido. Em animais que
realizam hibernação, ele está presente em grande quantidade; neles, é conhecido como glândula hi-
bernante.

Funções do tecido adiposo

O tecido adiposo armazena lipídios, sendo, portanto, um grande depósito de energia, além disso, ga-
rante proteção contra choques mecânicos e atua no isolamento térmico, evitando a perda excessiva de
calor ou o aumento exagerado de temperatura.

Esse tecido pode ser encontrado também preenchendo algumas partes do nosso organismo, garan-
tindo, desse modo, que os órgãos permaneçam na posição adequada.

Ainda, o tecido adiposo apresenta a capacidade secretora, sendo responsável, por exemplo, pela libe-
ração do hormônio leptina. Esse hormônio atua informando o cérebro sobre a presença de tecido adi-
poso excessivo, levando à supressão do apetite.

Tipos de cartilagem

O tecido cartilaginoso é um tipo de tecido conjuntivo, formado por células jovens denominadas con-
droblastos e as adultas condrócitos, responsáveis pela produção de fibras colágenas e de substância
amorfa, conferindo resistência a esse tecido.

Sua classificação é analisada de acordo com o tipo e a quantidade de fibras presentes, sendo:

Cartilagem fibrosa – com alta concentração em fibras colágenas, abrangendo quase que a totalidade
do espaço intracelular. Esse tipo é normalmente encontrado formando os discos intervertebrais entre
as vértebras da coluna, amortecendo os choques mecânicos e conferindo flexibilidade motora ao orga-
nismo.

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HISTOLOGIA

Cartilagem elástica – possui alto teor de fibras elásticas (elastina) em sua matriz, mas também pouca
quantidade de colágeno. Esse tipo é encontrado no aparelho auditivo, formando o pavilhão externo da
orelha, na laringe e na válvula epiglote.

Cartilagem hialina – forma a grande proporção dos tecidos frouxos do organismo, com quantidade mo-
derada de fibras colágenas, contida, por exemplo, na matriz homogênea encontrada nos discos epifi-
sários, permitindo o crescimento dos ossos. Os principais locais onde a cartilagem hialina é encontrada
no organismo adulto são: fossas nasais, traqueia e brônquios, extremidade ventral das costelas e re-
cobrindo a superfície dos ossos longos

Tecido ósseo

Tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo que se destaca por ser o principal componente dos ossos
do nosso esqueleto. Esse tecido está, portanto, relacionado com a sustentação do corpo, além da
proteção dos órgãos e da locomoção. Exploraremos a seguir o tecido ósseo, conhecendo as célu-
las que fazem parte dele e também seus principais tipos.

Características do tecido ósseo

O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especial, tendo como uma de suas características mais
marcantes a presença de material extracelular calcificado (matriz óssea). Essa matriz é rígida devido à
calcificação mas também é elástica devido à presença de fibras colágenas.

O tecido ósseo é um tecido resistente que forma os nossos ossos.

Além dessa matriz, o tecido ósseo apresenta células especializadas: os osteócitos, os osteoblastos e
os osteoclastos. Os osteócitos são células situadas no interior das lacunas da matriz; os osteoblastos
são células relacionadas à síntese da parte orgânica da matriz e estão localizados na sua periferia; e
os osteoclastos são células móveis, ocorrendo, portanto, em várias partes do tecido.

Matriz óssea

A matriz óssea é muito resistente e apresenta uma porção orgânica e uma porção inorgânica. A porção
inorgânica representa aproximadamente 50% do peso da matriz, sendo formada, em maior quantidade,
por fosfato e cálcio. A parte orgânica, por sua vez, é constituída, principalmente, por colágeno, em es-
pecial o colágeno tipo I.

Células do tecido ósseo

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HISTOLOGIA

O tecido ósseo apresenta três tipos de células especializadas: os osteócitos, osteoblastos e osteoclas-
tos.

Observe os tipos celulares presentes nos ossos.

Osteoblastos: são células cuboides ou ligeiramente alongadas relacionadas com a síntese da porção
orgânica da matriz óssea. Além disso, são responsáveis por produzir osteonectina e osteocalcina,
duas proteínas não colágenas. A osteonectina atua facilitando a deposição do cálcio, enquanto a oste-
ocalcina está envolvida com o controle do processo de mineralização do osso, sendo responsável por
estimular a atividade dos osteoblastos. Quando o osteoblasto fica preso na lacuna após a síntese de
matriz óssea, passa a ser chamado de osteócito.

Osteócitos: são células achatadas com vários prolongamentos citoplasmáticos e que se destacam por
serem o tipo celular mais abundante nesse tecido. Essas células estão no interior da matriz óssea, mais
precisamente no interior das lacunas, estando presente apenas uma célula por lacuna. Dessas lacunas
partem os canalículos, pelos quais os osteócitos podem estabelecer contato com outros através de
seus prolongamentos, sendo possível a transferência de algumas moléculas. Além disso, esses cana-
lículos garantem trocas de substâncias entre os osteócitos e os capilares sanguíneos. Eles são, por-
tanto, essenciais para a nutrição dos osteócitos, uma vez que a matriz calcificada impede a difusão de
substâncias. Os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz óssea, apesar de não
serem responsáveis por uma produção rápida de matriz.

Osteoclastos: destacam-se por serem grandes, apresentarem vários núcleos, serem muito ramificados
e móveis. Essas células estão associadas à reabsorção óssea. Essa função é possível devido à libe-
ração, por essas células, de enzimas que garantem a quebra dos sais minerais e da porção proteica.

Tipos de tecido ósseo

O tecido ósseo pode ser classificado em dois tipos quando analisamos aspectos microscópicos: tecido
ósseo primário ou imaturo e tecido ósseo secundário ou maduro.

Tecido ósseo primário ou imaturo: é o primeiro que aparece na formação do osso, estando presente no
feto, no calo ósseo e em algumas doenças ósseas. Ele apresenta fibras colágenas que estão organi-
zadas em várias direções e possui uma quantidade menor de minerais quando comparado ao tecido
ósseo secundário.

Tecido ósseo secundário ou maduro: surge em substituição ao tecido ósseo primário e contém fibras
colágenas organizadas em lamelas, as quais ficam paralelas umas às outras ou ainda formando cama-
das concêntricas em torno de canais (canais de Havers). As lacunas que apresentam os osteócitos,

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HISTOLOGIA

normalmente, estão localizadas entre as lamelas. Denomina-se sistema de Havers (ou ósteon) um ci-
lindro longo formado por várias lamelas concêntricas, apresentando no centro dele o canal de Havers,
no qual se passam vasos e nervos. Cada canal consegue comunicar-se entre si, com a cavidade me-
dular do osso e com a superfície dessa estrutura, por meio dos canais de Volkmann, os quais atraves-
sam as lamelas ósseas.

Podemos ainda classificar o tecido ósseo em outros dois tipos quando o analisamos macroscopica-
mente. Nesse caso temos o tecido ósseo compacto e o esponjoso, os quais apresentam a mesma
estrutura histológica.

Tecido ósseo compacto: encontrado na região mais periférica dos ossos, caracteriza-se por ser denso
e forte, não apresentando cavidades visíveis.

Tecido ósseo esponjoso: caracteriza-se por possuir uma série de espaços intercomunicantes, que ge-
ram a aparência esponjosa desse tecido.

Tecido muscular

O tecido muscular, originado do mesoderma (folheto embrionário), constitui os músculos, está relacio-
nado ao mecanismo de locomoção e ao processo de movimentação de substâncias internas do corpo,
decorrente à capacidade contrátil das fibras musculares em resposta a estímulos nervosos, utilizando
energia fornecida pela degradação da molécula de ATP.

As células desse tecido são caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a função
de contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos filamentos proteicos de actina
(miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos grossos).

O grau de contração muscular segue, a princípio, dois fatores: o primeiro relacionado à intensidade do
estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas.

Dessa forma, somente ocorrerá contração quando o estímulo nervoso tiver intensidade suficiente para
desencadear em um número significativo de fibras, uma ação de contração mediada por substâncias
neurotransmissoras, emitidas nas sinapses neuromusculares (contato neurônio músculo), sinalizando
o deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos.

Classificação dos tecidos musculares:

Há três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido
estriado cardíaco, cada um com suas particularidades.

- Musculatura lisa (necessariamente com contração involuntária, independente da vontade do indiví-


duo): formada por células mononucleadas com estrias longitudinais. É presente nos órgãos vicerais
internos (esôfago, intestino, vasos sanguíneos e útero), responsável pelo peristaltismo.

- Musculatura estriada esquelética (contração voluntária, dependente da vontade do indivíduo): for-


mada por células multinucleadas com estrias longitudinais e transversais. Forma os músculos, órgãos
ligados à estrutura óssea, permitindo a movimentação do corpo.

- Musculatura estriada cardíaca (contração involuntária): constitui as células binucleadas do miocárdio


(musculatura do coração), unidas por discos intercalares que aumentam a adesão entre as células.
Fator importante para uma contração rítmica e vigorosa, mantendo a circulação do sangue no corpo.

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HISTOLOGIA

Um aspecto interessante com relação às fibras musculares estriadas ocorre em ocasião ao estado
parcial de contratibilidade passiva, da ordem de milionésimos de segundos alternado entre as fibras
musculares. Processo que estabelece uma situação contínua para o tônus muscular (diferente de de-
finição muscular), auxiliando na estabilidade e postura corporal.

Tecido Nervoso

O tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do orga-
nismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira
rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se de um dos tecidos mais especializa-
dos do organismo animal.

O Sistema Nervoso é anatomicamente dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), formado pelo en-
céfalo e pela medula espinha;l e Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos e gânglios
nervosos. Tais tecidos são compostos por neurônios e gliócitos (ou células gliais).

Neurônios

Os neurônios são células responsáveis pelos impulsos nervosos, altamente especializadas, dotadas
de um corpo celular e numerosos prolongamentos citoplasmáticos, denominados neurofibras ou fibras
nervosas.

O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e arredondado. As mitocôndrias são numerosas
e o ergastoplasma é bem desenvolvido. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:

- dendritos (do grego déndron: árvore), ramificações que têm a função de captar estímulos,

- axônio (do grego áxon: eixo), o maior prolongamento da célula nervosa (varia de frações de milímetro
até cerca de 1 metro), transmite os impulsos nervosos.

Gliócitos

Os gliócitos possuem a função de envolver e nutrir os neurônios, mantendo-os unidos. Os principais


tipos de células desta natureza são os astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e células de Schwann.

Os prolongamentos de algumas dessas células enrolam-se nos axônios e formam, ao redor deles, a
bainha de mielina, que atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propa-
gação do impulso nervoso ao longo do axônio.

A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região
de descontinuidade da bainha, o que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) deno-
minada nódulo de Ranvier.

Existem axônios em que as células de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso, há duas
variedades de axônios: os mielínicos e os amielínicos. Em uma fibra mielinizada, temos três bainhas
envolvendo o axônio: bainha de mielina (de natureza lipídica), bainha de Schwann e o endoneuro.

Nervos

As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é envolvido por uma bainha con-
juntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo tam-
bém é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.

Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sis-
tema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espi-
nhal.

Quando partem do encéfalo, são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, deno-
minam-se raquidianos.

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HISTOLOGIA

Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou,
ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do
impulso nervoso, os nervos podem ser:

- sensitivos ou aferentes: quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores até o sistema
nervoso central;

- motores ou eferentes: quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os
órgãos efetores;

- mistos: quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. São os mais comuns no orga-
nismo.

Sinapses

As sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre um neurônio e outro; entre um neu-
rônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula glandular. Logo, as sinapses podem ser
interneurais (entre um neurônio e outro), neuromusculares (entre um neurônio e uma fibra muscular)
ou neuroglandulares (entre um neurônio e uma célula glandular).

Um neurônio não se comunica fisicamente com outro neurônio nem com a fibra muscular, tampouco
com a célula glandular. Existe entre eles um microespaço, denominado espaço sináptico, no qual um
neurônio transmite o impulso nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neuror-
mônios.

Atuação dos neurormônios

Os neurormônios estão contidos em microvesículas presentes nas extremidades do axônio. Quando o


impulso nervoso chega até essas extremidades, as microvesículas liberam o mediador químico para o
espaço sináptico. O neurormônio, então, combina-se com receptores moleculares presentes no neurô-
nio que deverá ser estimulado (ou na fibra muscular ou na célula glandular). Dessa combinação resulta
a mudança na permeabilidade da membrana da célula receptora, fato que desencadeia uma entrada
de íons no interior da célula e a consequente inversão da polaridade da membrana. Surge, então, um
potencial de ação que gera, na célula receptora, um impulso nervoso.

Transmissão do impulso nervoso

Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos,
seguem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula se-
guinte (dendrito – corpo celular – axônio).

O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é de origem elétrica e resulta de alterações
nas cargas elétricas das superfícies externa e interna da membrana celular.

A membrana de um neurônio em repouso apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo
(voltado para fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma da célula).
Quando essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. Essa diferença de

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HISTOLOGIA

cargas elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas es-
tabelecem uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial
de repouso (diferença entre as cargas elétricas através da membrana).

Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da
permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída de po-
tássio dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa membrana, que fica despolari-
zada gerando um potencial de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o
impulso nervoso.

Imediatamente após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu es-
tado de repouso, e a transmissão do impulso cessa.

O estímulo que gera o impulso nervoso deve ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico,
que varia entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização que transforma o poten-
cial de repouso em potencial de ação. Esse é o estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só pro-
voca alterações locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso nervoso.

Qualquer estímulo acima do limiar gera o mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do
neurônio. Assim, não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do aumento do
estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”.

Dessa forma, a intensidade das sensações vai depender do número de neurônios despolarizados e da
frequência de impulsos. Imagine uma queimadura no dedo. Quanto maior a área queimada, maior a
dor, pois mais receptores serão estimulados e mais neurônios serão despolarizados.

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HISTOLOGIA

A transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro ou às células de órgãos efetores é realizada


por meio de uma região de ligação especializada denominada sinapse.

O tipo mais comum de sinapse é a química, em que as membranas de duas células ficam separadas
por um espaço chamado fenda sináptica.

Na porção terminal do axônio, o impulso nervoso proporciona a liberação das vesículas que contêm
mediadores químicos, denominados neuro-transmissores. Os mais comuns são acetilcolina e adrena-
lina.

Esses neurotransmissores caem na fenda sináptica e dão origem ao impulsos nervosos na célula se-
guinte. Logo a seguir, os neurotransmissores que estão na fenda sináptica são degradados por enzimas
específicas, cessando seus efeitos.

No sistema nervoso, verifica-se que os neurônios dispõem-se diferenciadamente de modo a dar origem
a duas regiões com coloração distinta entre si e que podem ser notadas macroscopicamente: a subs-
tância cinzenta, onde estão os corpos celulares, e a substância branca, onde estão os axônios. No
encéfalo (com exceção do bulbo) a substância cinzenta está localizada externamente em relação a
substância branca, e na medula espinha e no bulbo ocorre o inverso.

Os nervos são conjuntos de fibras nervosas organizadas em feixes, unidos por tecidos conjuntivo
denso.

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HISTOLOGIA HUMANA

Histologia Humana

A anatomia humana é bem direta. Se você olhasse para alguns ossos de um esqueleto, você veria uma
massa rígida acinzentada com algumas elevações e depressões. No entanto, se você olhar mais de
perto, verá que a histologia dos ossos é toda uma outra história.

A histologia é a ciência da estrutura microscópica das células, tecidos e órgãos. Também nos ajuda a
entender a relação entre estrutura e função. Examinando, sob um microscópio, uma fina fatia de tecido
ósseo colorido com técnicas especiais de coloração, você verá que esses ossos aparentemente sim-
ples são, na verdade, um pequeno mundo complexo, contendo uma matriz de estruturas com várias
funções diferentes. Neste artigo, apresentaremos o mundo microscópico da histologia.

Fatos importantes sobre a histologia

Teste da tabela

Histologia Microanatomia ou anatomia miscroscópica.


O estudo das células e tecidos, dos seus componentes intracelulares
à sua organização em órgãos e sistemas de órgãos

Estrutura celular Membrana celular, citoplasma, organelas, núcleo

Tecidos Unidade de células com uma estrutura semelhante que, em conjunto,


expressa uma função definida e única.
Epitelial, conjuntivo, muscular, nervoso

Órgãos Unidade de tecidos com um conjunto mais complexo de funções, defi-


nido pela combinação da estrutura e da função dos tecidos constituin-
tes

Sistemas de órgãos Grupo de órgãos unidos por funções semelhantes.


Cardiovascular, nervoso, tegumentare, musculoesquelético, respirató-
rio, digestivo, excretor, endócrino, linfático, reprodutivo

Técnicas histológi- Preparação do tecido, coloração do tecido, microscopia, hibridização


cas

Células E Tecidos

Uma célula é a menor unidade funcional de um organismo. Todas as células do corpo humano são
eucarióticas, o que significa que elas estão organizadas em duas partes: núcleo e citoplasma.

O citoplasma contém subunidades especializadas chamadas organelos, que funcionam como "peque-
nos órgãos". As organelas podem ser membranares (mitocôndrias, aparelho de Golgi, retículo endo-
plasmático) ou não membranares (ribossomos [ribossomas], nucléolos, centríolos).

O núcleo é considerado o cérebro da célula. Ele contém informações sobre cada estrutura e processo
da célula e do organismo, na forma de DNA (ácido desoxirribonucleico). O ADN encontra-se conden-
sado e enrolado em cromossomos (cromossomas). Todas as células são envolvidas por uma mem-
brana semipermeável de duas camadas, que serve como um meio dinâmico para a interação da célula
com o ambiente externo. De forma mais ou menos semelhante à polícia de fronteira, esta membrana
controla tudo o que entra ou sai da célula.

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HISTOLOGIA HUMANA

As células são categorizadas em vários tipos, todos com funções diferentes. Estes tipos incluem células
epiteliais, fibroblastos, neutrófilos, eritrócitos, queratinócitos e condrócitos, entre outros. Principais tipos
de tecidos

As células juntam à matriz extracelular (um fluido gelatinoso) para formar os quatro tipos de tecidos en-
contrados no corpo humano: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Os tecidos se unem em diferen-
tes arranjos para formar os órgãos do nosso corpo. Os órgãos trabalham juntos em sistemas.

Tecido Epitelial

O tecido epitelial pode cobrir as superfícies externas (pele), o interior dos órgãos ocos (intestinos) ou
formar glândulas. É composto por células epiteliais densamente compactadas com uma quantidade
reduzida de matriz extracelular (MEC).

As células situam-se no topo de tecido conjuntivo denso irregular, a membrana basal (MB).O epitélio é
classificado de acordo com a morfologia celular e o número de camadas celulares. Com base na mor-
fologia, as células epiteliais podem ser pavimentosas (escamosas), cúbicas (forma de cubo) ou cilín-
dricas (colunares).

Dependendo do número de camadas, o tecido epitelial é classificado em simples (camada única) ou es-
tratificado (múltiplas camadas). Em conjunto, isso nos dá os vários tipos de tecidos epiteliais, como
epitélio pavimentoso (escamoso) simples, epitélio cúbico estratificado, epitélio cilíndrico (colunar) pseu-
doestratificado e muitos mais. São possíveis subclassificações adicionais, com base nas especializa-
ções celulares.

Tecido Conjuntivo

O tecido conjuntivo liga, separa e suporta os órgãos do corpo. Consiste em algumas células e uma
matriz extracelular abundante. A MEC contém diferentes fibras proteicas (colágeno [colagénio], reticu-
lares, elásticas) embutidas na substância fundamental.

Dependendo do tipo de células presentes (fibroblastos, osteócitos, eritrócitos) e da disposição da MEC,


o tecido conjuntivo pode ser classificado como tecido conjuntivo propriamente dito ou tecido conjuntivo
especializado.O tecido conjuntivo propriamente dito é ainda subdividido em tecido conjuntivo laxo, en-
contrado principalmente em órgãos internos como o estroma tecidual de suporte, e tecido conjuntivo
denso, que pode ser regular (tendões, ligamentos) ou irregular (derme da pele, cápsulas de órgãos).

O tecido conjuntivo especializado inclui o sangue, reticular, cartilagem, osso e tecido adiposo. Um ter-
ceiro tipo de tecido conjuntivo é o tecido embrionário (fetal); este é um tipo de tecido primitivo presente
no embrião e no cordão umbilical.

Tecido Nervoso

O tecido nervoso é constituído por células (neurônios e células gliais) e matriz extracelular. A MEC do
tecido nervoso é rica em substância fundamental, com poucas ou nenhumas fibras proteicas. Os neu-
rônios são células especializadas que contêm um corpo (soma) e um ou mais processos (dendritos,
axônios).

Com base no número de processos, os neurônios são classificados em multipolares, bipolares e uni-
polares. Os processos neuronais formam conexões (sinapses) entre si e com outros tipos de células,
de modo a trocar sinais elétricos.As células gliais, como os astrócitos, os oligodendrócitos, as células
de Schwann e outras, fornecem suporte, nutrição, mielinização e proteção aos neurônios.

Tecido Muscular

O tecido muscular mantém funções de síntese e contráteis. É categorizado como esquelético, cardí-
aco ou liso. Com base nas suas propriedades funcionais, este é descrito como voluntário (esqueléticas)
ou involuntário (músculo cardíaco e liso).

Apesar das suas diferenças, todos eles têm uma coisa em comum: células musculares alongadas es-
pecializadas, chamadas fibras musculares.

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HISTOLOGIA HUMANA

Essas células contêm filamentos contráteis (miofibrilas) chamados actina (fina) e miosina (espessa).
Em microscopia de luz, o músculo esquelético e o cardíaco parece estriado devido ao arranjo paralelo
dos seus filamentos contráteis em unidades repetitivas chamadas sarcômeros. O tecido muscular liso
parece não-estriado devido ao arranjo menos ordenado dos seus filamentos.

As células musculares têm um tipo especializado de retículo endoplasmático liso chamado retículo sar-
coplasmático, que armazena íons (iões) de cálcio. Todas essas características dão aos músculos a
capacidade de contrair e executar várias funções, como o movimento das extremidades (músculo es-
quelético), peristaltismo do trato gastrointestinal (músculo liso) e os batimentos cardíacos (músculo
cardíaco).

Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular consiste no coração e vasos sanguíneos (artérias, arteríolas, capilares, vê-
nulas e veias). Este sistema fornece sangue oxigenado do coração para os tecidos e traz de volta
sangue desoxigenado dos tecidos para o coração e os pulmões. A nível histológico, o coração e os
vasos sanguíneos consistem em três camadas:

Camada endotelial - tecido epitelial formado por células pavimentosas (escamosas) simples (endoteli-
ais). No coração, essa camada é denominada endocárdio.

Camada muscular - músculo liso nos vasos sanguíneos; músculo cardíaco (miocárdio) no coração.

Camada externa - tecido conjuntivo frouxo (adventícia) nos vasos sanguíneos; camada epitelial pavi-
mentosa (mesotelial) no coração (epicárdio). O epicárdio é revestido por uma camada adicional de
células mesoteliais chamada pericárdio.

O miocárdio é formado por células musculares cardíacas estriadas (cardiomiócitos). Em um corte lon-
gitudinal, os cardiomiócitos parecem ramificados, unidos por junções especializadas chamadas de dis-
cos intercalados, que permitem trocar rapidamente impulsos elétricos e o funcionamento como um sin-
cício.

Os cardiomiócitos contêm filamentos de actina e miosina, tal como outras células musculares, mas
possuem algumas propriedades estruturais e funcionais especiais. Você sabia que existem cardiomió-
citos especiais em seu coração que geram impulsos espontaneamente para iniciar os batimentos car-
díacos? E sabia que alguns cardiomiócitos têm a capacidade de secretar hormônios (hormonas) que
regulam a pressão arterial?

Sistema Tegumentar

O sistema tegumentar consiste na pele e seus anexos. A pele é composta pela epiderme (epitélio) e
pela derme (tecido conjuntivo). A epiderme é um epitélio pavimentoso (escamoso) estratificado quera-
tinizado, constituído principalmente por queratinócitos.

A derme é uma camada de tecido conjuntivo que contém fibras de colágeno (colagénio), vasos sanguí-
neos, linfáticos e terminações nervosas. Inferiormente à derme, encontra-se uma camada de tecido
subcutâneo (hipoderme). Esta camada contém tecido conjuntivo, composto principalmente de adipóci-
tos.

Podem encontrar-se células especializadas (melanócitos, células de Merkel, células de Langerhans) e


terminações nervosas livres dentro da epiderme, proporcionando pigmentação, proteção e sensa-
ção.Os anexos da pele são derivados da epiderme. Estes incluem os folículos pilosos, as glândulas da
pele e as unhas.

Os folículos pilosos são invaginações da epiderme que contêm células em proliferação rápida e quera-
tinizadas, responsáveis pela produção e crescimento do pelo. As glândulas da pele incluem as glându-
las sudoríparas (apócrinas e écrinas) e as glândulas holócrinas sebáceas, ambas importantes na regu-
lação da temperatura corporal.

As unhas são placas de proliferação de células queratinizadas que, de modo semelhante aos cabelos,
contêm queratina dura. A pele é um meio de interação com o meio ambiente e uma barreira, prote-
gendo-nos de micróbios e produtos químicos externos, mudanças de temperatura e desidratação.

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HISTOLOGIA HUMANA

Você sabia que a única coisa que impede que toda a água em seu corpo vaze pela sua pele são
as junções apertadas entre os queratinócitos? Esta é a razão pela qual pessoas com queimaduras
extensas ficam em risco de vida.

Sistema Musculoesquelético

O sistema musculoesquelético consiste em tecidos duros (ossos, articulações, cartilagem) e tecidos


moles (músculos, tendões, ligamentos). O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especializado
que contém células (osteoblastos, osteócitos, osteoclastos), fibras (colágeno [colagénio] tipo I) e matriz
extracelular mineralizada.

Os ossos articulam com outros ossos por meio de articulações, que podem ser sinoviais, fibrosas ou
cartilaginosas, as quais são estabilizados por ligamentos, bandas fibrosas flexíveis formadas por tecido
conjuntivo denso regular.

As únicas articulações livremente móveis são as articulações sinoviais, nas quais as superfícies articu-
lares adjacentes são cobertas por cartilagem hialina, um tipo macio de cartilagem rica em glicoproteí-
nas, proteoglicanos e colágeno (colagénio) tipo II.O músculo esquelético consiste em células muscula-
res longas, de forma cilíndrica, com múltiplos núcleos localizados perifericamente e um citoplasma pre-
enchido por miofibrilas.

Múltiplas células musculares são ligadas por tecido conjuntivo, formando fascículos, e vários fascículos
se juntam para formar um ventre muscular. O músculo liga-se ao osso através de tendões: feixes de
tecido conjuntivo denso regular constituído por muitas fibras de colágeno (colagénio) tipo I.

Todos esses componentes trabalham juntos para dar movimento ao corpo. Quando um músculo se
contrai, o seu tendão transmite a força para o osso, puxando-o e causando movimento na articulação
sinovial associada.

Sistema Respiratório

O sistema respiratório é constituído pelos pulmões e por uma série de vias de passagem (cavidades
nasais, seios paranasais, laringe, traqueia e brônquios) que ligam os alvéolos ao ambiente externo.

A maior parte do trato respiratório é revestida por mucosa respiratória (epitélio cilíndrico pseudoestrati-
ficado ciliado, com células caliciformes produtoras de muco). Isso aprisiona e remove qualquer poeira
inalada, bactérias ou substâncias inorgânicas. A cavidade nasal contém epitélio olfativo especializado,
proporcionando o sentido do olfato.

As cordas vocais encontram-se alojadas na laringe, sendo formadas por duas pregas de mucosa, cada
uma contendo um ligamento de suporte (ligamento vocal) e um músculo esquelético (músculo vocal).
Estas vibram para produzir som à medida que o ar passa através delas.

Os alvéolos são o principal local das trocas gasosas. Os capilares pulmonares entram em contato pró-
ximo com os alvéolos, formando a barreira alvéolo-capilar. As camadas da barreira alvéolo-capilar são
constituídas por pneumócitos tipo I, membrana basal e células endoteliais dos capilares.

A barreira é permeável ao oxigênio, dióxido de carbono e outros gases, permitindo a ocorrência de


trocas gasosas. Os pneumócitos tipo II também são importantes porque secretam surfactante, que
impede o colapso dos pulmões. Os pulmões são totalmente revestidos externamente por pleura, uma
fina camada epitelial feita de células pavimentosas (escamosas) com uma fina camada subjacente de
tecido conjuntivo.

Sistema Digestório (Digestivo)

O sistema digestivo é composto pelo canal alimentar e seus órgãos associados (língua, dentes, glân-
dulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar).

O canal alimentar é um tubo que se estende do esôfago ao ânus, que serve de canal para a comida e
a água serem digeridas, os seus nutrientes absorvidos e as porções indigestas excretadas. Ele consiste
na boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.

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HISTOLOGIA HUMANA

Cada órgão do sistema digestivo tem propriedades que o tornam especializado para o seu papel na
digestão, absorção e excreção de alimentos. Por exemplo, o epitélio cilíndrico (colunar) simples do
fundo do estômago contém células parietais especiais que secretam HCl para decompor as proteínas
da carne.

Os ácinos serosos pancreáticos secretam enzimas digestivas que destroem gorduras, carboidratos e
proteínas. Tudo o que é absorvido através do trato digestivo passa pelos capilares sinusoides especi-
ais do fígado antes de ir para qualquer outro lugar.

Isso ocorre porque o fígado, entre muitas outras coisas, é a principal máquina de desintoxicação do
corpo. Você sabia que os alcoólatras crônicos têm muito maiores concentrações de retículo endoplas-
mático liso em seus hepatócitos? É por isso que os médicos devem ter cuidados extra ao prescrever
medicamentos para essas pessoas.

Sistema Urinário

O sistema urinário inclui os rins, ureteres, bexiga e uretra. Os rins eliminam os resíduos e controlam o
pH do plasma, os eletrólitos e o volume do fluido extracelular. Assim, são essenciais para manter a
homeostasia do corpo. A unidade funcional básica do rim é o néfron (nefrónio). Em um nível microscó-
pico, um néfron (nefrónio) consiste em um corpúsculo renal e uma série de túbulos.

O corpúsculo renal contém o glomérulo, um tufo de capilares fenestrados que cria um ultrafiltrado de
sangue. O glomérulo contém algumas células interessantes, tais como células mesangiais que pos-
suem propriedades de suporte e fagocíticas; as células justaglomerulares que secretam renina, que
atua, em um sentido amplo, para ajudar a regular nossa pressão sanguínea; podócitos que controlam
a permeabilidade da membrana de filtração; e muitos mais.

Uma vez formada a urina a partir do ultrafiltrado, ela viaja através da via excretora de tubos, os quais
são revestidos por epitélio de transição, com exceção de algumas partes da uretra. Aprenda mais sobre
a histologia do rim com os materiais seguintes.

Sistema Endócrino

O sistema endócrino é um conjunto de tecidos que secretam hormônios (hormonas) diretamente na


corrente sanguínea. Esses hormônios (hormonas) regulam vários processos, como o metabolismo, o
crescimento e a pressão arterial.

Tem um papel semelhante ao do sistema nervoso, trabalhando em conjunto com ele para manter a
homeostasia do corpo.O sistema endócrino é dividido em grandes glândulas endócrinas (por exem-
plo, tireoide, ovários, suprarrenais) e células secretoras de hormonas individuais encontradas em mui-
tos órgãos do corpo (por exemplo, no tecido adiposo, no trato gastrointestinal ou no sistema cardiovas-
cular).

Este último constitui o sistema neuroendócrino difuso (SNED). Pode dizer-se que os mestres das glân-
dulas endócrinas são a hipófise (glândula pituitária) e o hipotálamo, pois regulam todos os outros órgãos
endócrinos por meio do mecanismo de feedback homeostático. Histologicamente, embora haja algu-
mas exceções, as células endócrinas geralmente têm uma origem epitelial. Aprenda mais sobre a his-
tologia da glândula tireoide com a unidade de estudo seguinte.

Sistema Linfático

O sistema linfático consiste em uma rede de vasos e órgãos linfoides. Está relacionado com o sistema
circulatório e ao sistema imunitário. Os vasos linfáticos drenam a linfa (líquido intersticial) de todos os
espaços extracelulares do corpo. Eles devolvem esse fluido ao coração, passando-o pelos órgãos lin-
foides.

Os órgãos linfoides primários (a medula óssea e o timo) produzem linfócitos (células B e T), enquanto
que os órgãos linfoides secundários (tecidos linfoides difusos, nódulos linfáticos, linfonodos [gânglios
linfáticos] e baço) ajudam a livrar o corpo de toxinas, resíduos e outros materiais indesejáveis.

A histologia do baço e dos linfonodos (gânglios linfáticos) mostra uma rede encapsulada de fibras, na
qual as células do sistema imune se encontram.

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HISTOLOGIA HUMANA

Os linfonodos (gânglios linfáticos) encontram-se distribuídos ao longo dos vasos linfáticos, filtrando a
linfa à medida que ela passa. O baço, por outro lado, filtra o sangue. Ambos respondem imunologica-
mente a material estranho no fluido que passa por eles.

Os tecidos linfoides difusos e os nódulos linfáticos são acumulações não encapsuladas de tecido lin-
foide, encontradas em locais como os tratos alimentar, respiratório e geniturinário. Alguns nódulos
linfáticos conhecidos incluem as amígdalas, as placas de Peyer e o apêndice vermiforme. Do mesmo
modo que o baço e os gânglios linfáticos, as células do sistema imunológico nesse tecido podem montar
uma resposta imune contra material estranho invasor.

Sistema imunitário

As principais células efetoras do sistema linfático são as células do sistema imunológico.

Linfócitos - linfócitos T, linfócitos B, células NK.

Células de suporte - Macrófagos, monócitos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos e outros.

Os linfócitos T e B são “nascidos e criados” no timo e na medula óssea, respetivamente. Após a matu-
ração, eles são libertados no sangue, linfa e em órgãos linfoides secundários, onde trabalham ao lado
de células de suporte do sistema imunológico para realizar uma vigilância detalhada de potenciais
ameaças.

Ao responder a uma ameaça externa, as células do sistema imunológico podem ativar a inflamação não
específica ou progredir para uma resposta imune específica.

Sistema Reprodutor Masculino

Os órgãos reprodutores masculinos consistem nos genitais internos (testículos, ductos genitais e glân-
dulas genitais acessórias) e nos genitais externos (pênis e escroto). As glândulas genitais acessórias
incluem a próstata, as vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais. Juntos, esses órgãos permitem
a reprodução e as relações sexuais.Os testículos produzem gâmetas masculinos (espermatozoides)
através do processo de espermatogênese.

Eles são organizados em lóbulos, com cada lóbulo contendo um parênquima de túbulos seminíferos e
um estroma de tecido conjuntivo.

O epitélio germinativo (espermatogênico), com células espermatogênicas e células de suporte (de Ser-
toli), forma os túbulos contorcidos, enquanto que as pequenas células intersticiais (de Leydig) circulares
se encontram no tecido conjuntivo entre os túbulos. As células intersticiais produzem testosterona, um
hormônio (hormona) que regula a espermatogênese.

As células de Sertoli impedem o sistema imunológico de atacar e destruir os espermatozoides. Os es-


permatozoides passam do testículo para o epidídimo e para o ducto (canal) deferente revestidos por
epitélio através de ductos eferentes, e depois para o ducto ejaculatório, que se funde com a uretra. As
células dos ductos e glândulas genitais produzem secreções para apoiar esse processo.

Sistema Reprodutor Feminino

De forma muito semelhante ao masculino, o sistema reprodutor feminino também é projetado para a
reprodução e o prazer sexual.

Consiste nos genitais internos (vagina, útero, tubas [trompas] uterinas, ovários) e nos genitais externos
ou vulva (monte púbico, grandes e pequenos lábios, clitóris, vestíbulo, bulbo do vestíbulo e glândulas).O
ovário é na verdade um órgão homólogo ao testículo masculino, originando os gâmetas (óvulos) e
hormônios (hormonas) esteroides (estrogênio, progesterona).

Ao visualizar a anatomia microscópica do ovário, podemos ver que ele consiste de um epitélio germi-
nativo superficial (cápsula), folículos ováricos (córtex) e tecido conjuntivo (cápsula, córtex medular). O
revestimento epitelial das tubas (trompas) uterinas e do útero desempenham papéis importantes no
transporte e na implantação de um óvulo fertilizado (ovo ou zigoto). Há muito mais para saber sobre o
sistema reprodutivo feminino. Continue aprendendo com esses recursos.

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HISTOLOGIA HUMANA

Tecidos Fetais

Os tecidos fetais são classificados em dois tipos: mesênquima e tecido conjuntivo mucoide (mucoso).
O mesênquima dá origem a todos os tipos de tecido conjuntivo. Consiste em pequenas células mesen-
quimatosas fusiformes e substância fundamental com fibras colágenas (colagenosas) e reticulares es-
parsas.

As células mesenquimatosas são células indiferenciadas, o que significa que elas são capazes de se
diferenciar em qualquer tipo de células do tecido conjuntivo (fibroblastos, osteoblastos, adipócitos, entre
outros).

O tecido conjuntivo mucoide é um tecido fetal presente no cordão umbilical. Consiste em células me-
senquimatosas e substância fundamental muito esparsas, com uma abundância de ácido hialurônico.
Essa substância fundamental, também conhecida como geleia de Wharthon, dá isolamento e proteção
aos vasos sanguíneos do cordão umbilical.

Ferramentas

As ferramentas para estudar histologia estão se tornando mais diversas todos os dias. A ferramenta
mais usada atualmente para examinar células, tecidos e órgãos é a microscopia ótica (de luz). Para
uma visão ainda mais detalhada, pode ser usada a microscopia eletrônica. Outros métodos incluem a
histoquímica, a imunocitoquímica, as técnicas de hibridização, a cultura de tecidos e muitos outros.

Preparação Dos Tecidos

O primeiro passo na preparação de tecido para microscopia ótica é a fixação. Aqui, o tecido de interesse
é imerso em uma solução fixadora. Isso a preserva no mesmo estado em que estava quando estava
no corpo e, assim, impede que ele se degrade. Em seguida, o tecido é incorporado com cera de para-
fina, que torna o tecido duro o suficiente para permitir secções finas. O tecido é seccionado finamente
o suficiente para que a luz passe através dele. Essas secções são então montadas em uma lâmina de
vidro, usando um meio de montagem como um adesivo.

Coloração Dos Tecidos

Após a preparação, o tecido é corado. Como os tecidos são normalmente incolores, a aplicação de um
corante na secção de tecido permite que as células e seus componentes sejam vistos sob um micros-
cópio. A técnica mais comum é a coloração com hematoxilina e eosina (H&E). Outras técnicas de co-
loração, como o tricromo de Masson, o azul alciano, a coloração de reticulina e outras são algumas
vezes usadas para mostrar componentes teciduais específicos não observados em uma coloração
H&E.

Microscópio Ótico

A microscopia ótica, também conhecida como microscopia de luz, usa a luz do espetro visível e com-
bina-a com várias lentes para criar uma imagem ampliada. O produto é o poder de ampliação da obje-
tiva (4x, 10x, 20x, 40x ou 100x), multiplicado pelo poder das lentes oculares (10x). Como os tecidos
são relativamente incolores, as propriedades de ampliação do microscópio óptico não são suficientes
para a visualização adequada de uma amostra; portanto, as técnicas de coloração descritas acima são
acopladas à microscopia ótica.

Microscópio Eletrônico

A microscopia eletrônica (ME) é uma forma mais moderna de microscopia que fornece uma ampliação
muito maior e imagens de alta resolução. A ME funciona emitindo feixes paralelos de elétrons (eletrões)
na direção da amostra de tecido. Existem dois tipos de ME: microscopia eletrônica de transmissão, que
requer secções muito finas de tecido, e microscopia eletrônica de varredura, que usa pedaços maiores
de tecido e produz imagens tridimensionais.

Hibridização In Situ

A hibridização in situ é um modo de localização e quantificação de sequências de DNA ou RNA. Isso é


feito pelo uso de uma sonda de nucleotídeos complementar, que contém um marcador radioativo ou

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HISTOLOGIA HUMANA

fluorescente. Este método baseia-se na capacidade do DNA ou RNA de cadeia simples fundir-se com
uma cadeia complementar e construir um híbrido que é então detetado devido ao marcador. Essa téc-
nica é usada para determinar a localização de sequências específicas de DNA ou RNA em células ou
cromossomos (cromossomas), tornando-a útil para vários fins de pesquisa e diagnóstico.

Técnica De Blotting

A técnica de blotting é um método de localização e quantificação de proteínas, DNA e RNA. Uma téc-
nica comumente usada é o Western blot, no qual as proteínas são separadas umas das outras com
base no peso molecular, usando eletroforese em gel.

As proteínas são então expostas a anticorpos artificiais marcados, que se ligam à proteína de interesse
e catalisam uma reação quimioluminescente, na qual é emitida luz como resultado de uma reação
química que permite a visualização da proteína. Outras técnicas de blotting incluem: Southern blot,
Western blot, Far-Western blot, Southwestern blot, Eastern blot, Far-Eastern blot, Northern blot, Re-
verse Northern blot e Dot blot.

Tipos De Tecidos

Os principais tipos de tecidos são o epitelial e o conjuntivo presentes em todos os animais. Os verte-
brados também possuem os tecidos muscular e nervoso.

Tecido Epitelial

É um tecido de revestimento formado por células bem próximas e unidas, que funcionam como barreira
contra agentes infecciosos e evitam a perda d’água e ressecamento. Em algumas estruturas sua função
é de secreção de substâncias.

O tecido epitelial cobre as as áreas externas do corpo e internamente órgãos e cavidades. O epitélio
pode ser composto por uma única camada de células ou por várias, que podem ser cúbicas ou acha-
tadas.

Tecido Conjuntivo

É um tecido de ligação que atua na sustentação e preenchimento das estruturas do corpo, além do
transporte de substâncias.

Pode ser classificado de acordo com o material e o tipo de células que o compõem, cujas funções são
determinadas. São eles:

Tecido Conjuntivo propriamente dito (frouxo ou denso): sua matriz extracelular é abundante e rica em
fibras colágenas, reticulares e elásticas, além de moléculas que atuam no papel de nutrir outros tecidos.
Estão presentes diversos tipos de células, tais como: fibroblastos, macrófagos, linfócitos, adipócitos,
entre outras.

Tecido Hematopoiético: também denominado hemocitopoiético, é responsável pela formação das cé-
lulas sanguíneas e componentes do sangue. Está presente na medula óssea, no interior de alguns
ossos.

Tecido Cartilaginoso: composto especialmente por fibras colágenas, esse é o tecido que compõe
as cartilagens. Ajuda a dar sustentação e absorve impactos nos ossos. Tecido Adiposo: constituído de
adipócitos, esse tecido atua como isolante térmico e como reserva de energia. Tecido Ósseo: tecido
rico em fibras colágenas e minerais que o tornam rígido, atuando na sustentação do corpo.

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HISTOLOGIA ANIMAL

Histologia Animal

A histologia é o ramo da Biologia que estuda os tecidos, sua origem embrionária, sua diferenciação
celular, estrutura e funcionamento.

Os animais são seres multicelulares, ou seja, constituídos por um grande número de células que tra-
balham de forma integrada. A vantagem disso é que podem dividir e desempenhar funções diferencia-
das, conferindo eficiência ao organismo.

Essa quantidade e variedade de tipos celulares permite o surgimento dos tecidos corporais.

O tecido corresponde a um grupo de células semelhantes e altamente integradas que desempenham


uma determinada função.

Origem do Tecido Animal

Para iniciar o estudo dos tecidos animais, vamos entender como eles são formados.

Todos os tecidos do corpo de um animal são originados através dos folhetos germinativos,tecidos em-
brionários.

Os folhetos germinativos representam um conjunto de lâminas celulares, denominados de ecto-


derma, mesoderma e endoderma.

De acordo com os folhetos germinativos, os animais podem ser classificados em diblásticos e triblásti-
cos. A única exceção são as esponjas que não apresentam folhetos.

No mais, apenas os cnidários são diblásticos, possuem somente ectoderme e endoderme. Todos os
outros grupos de animais são triblásticos.

Por tanto, é a partir dos folhetos germinativos que originam-se os tecidos, órgãos e sistemas dos orga-
nismos.

Ectoderme

A ectoderme é o folheto mais externo que reveste o embrião. Da ectoderme origina-se a epiderme e
seus anexos, unhas, pêlos, garras, algumas glândulas e penas. Além dos epitélios de revestimento das
cavidades nasais, bucal e anal.

A partir da ectoderme também são formadas todas as estruturas do sistema nervoso, o encéfalo, ner-
vos, gânglios nervosos e medula espinhal.

Mesoderme

A mesoderme localiza-se na porção mediana, entre a ectoderme e mesoderme. A partir da mesoderme


formam-se os músculos, ossos e cartilagens.

A mesoderme também origina os componentes do sistema cardiovascular, como: coração, vasos san-
guíneos, tecido linfático e tecido conjuntivo. E os componentes do sistema urogenital, como: rins, be-
xiga, uretra, órgãos genitais e gônadas.

Endoderme

É o folheto germinativo mais interno. A partir da endoderme origina-se o revestimento do tubo digestório
e das estruturas glandulares associadas à digestão.

Também forma os pulmões. Em peixes e anfíbios, origina as brânquias.

Tipos de Tecido Animal

Nos animais vertebrados existem quatro tipos principais de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscu-
lar e nervoso.

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HISTOLOGIA ANIMAL

Tecido Epitelial

Os tecidos epiteliais desempenham uma variedade de funções, conforme sua localização no orga-
nismo.

As suas células são justapostas, com pouca ou nenhuma matriz intercelular.

Suas funções estão relacionadas com proteção, revestimento, secreção de substâncias e percepção
sensorial.

É dividido em dois tipos principais: o epitélio de revestimento e o epitélio glandular.

Tecido Conjuntivo

Os tecidos conjuntivos unem e sustentam os outros tecidos do corpo.

Apresenta variados tipos de células com formas e funções específicas.

As células estão espaçadas e imersas em uma matriz intercelular, de consistência gelatinosa, que elas
próprias produzem e secretam.

O tecido conjuntivo pode ser classificado em tecidos conjuntivos propriamente ditos e tecidos conjunti-
vos especiais.

O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser do tipo frouxo ou denso.

Os tecidos conjuntivos especiais são os seguintes:

Adiposo - responsável por garantir alimento de reserva e servir de isolante térmico.

Cartilaginoso - constitui as cartilagens do corpo.

Ósseo - formador dos ossos que compõe o esqueleto dos vertebrados.

Hematopoiético - produz o sangue e a linfa.

Tecido Muscular

O tecido muscular é responsável pelos movimentos do corpo.

As suas células são alongadas e altamente contráteis, chamadas de fibras.

O tecido muscular permite o movimento das estruturas ligadas a ele, como os ossos. Além disso, auxilia
na postura e nos movimentos relacionados a respiração, fala e digestão.

Os tecidos musculares podem ser classificados em: estriado esquelético, cardíaco e liso.

Tecido Nervoso

O tecido nervoso está presente no encéfalo, medula espinhal e nervos.

Suas células possuem formato diferenciado. São representadas pelos neurônios e células da glia.

É o tecido que forma o sistema nervoso. Sua característica principal é a passagem de informação de
um neurônio a outro, através dos impulsos nervosos.

Todos os seres vivos são formados por células, estruturas consideradas as menores unidades morfo-
lógicas e funcionais dos organismos. Alguns seres apresentam apenas uma célula, sendo chamados
de unicelulares; outros, no entanto, apresentam vários conjuntos dessas estruturas, sendo considera-
dos multicelulares. Nos organismos multicelulares, as células com características semelhantes e que
exercem a mesma função geral formam os tecidos. A parte da Biologia que estuda a função dos tecidos
e suas interações recebe o nome de Histologia.

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HISTOLOGIA ANIMAL

O termo histologia começou a ser utilizado em 1819 por Mayer, que o criou baseando-se na palavra
tecido, do grego histos, proposta anos antes pelo francês Xavier Bichat. Esse último pesquisador de-
nominou de tecido as estruturas macroscópicas encontradas no corpo que apresentavam diferentes
texturas. Segundo Bichat, tínhamos no corpo 21 tipos diferentes de tecidos.

Para que o estudo da histologia fosse possível, foi necessário o uso de equipamentos que possibilitas-
sem a visualização das estruturas microscópicas. Assim sendo, a histologia desenvolveu-se junta-
mente à evolução dos microscópicos. A cada melhoria nesses equipamentos, mais descobertas eram
feitas.

Entre as descobertas que os histologistas realizaram graças ao desenvolvimento do microscópio po-


demos citar os princípios que compõem a teoria celular: as células constituem todas as formas de vida;
são as unidades morfológicas e funcionais dos organismos; e originam-se de outras preexistentes.

Além do uso de microscópio, o desenvolvimento da histologia esteve diretamente relacionado com o


desenvolvimento de técnicas que permitiram o preparo de tecidos mortos e in vivo. Atualmente, o mé-
todo mais utilizado é a preparação de lâminas histológicas permanentes, que são utilizadas para a
análise em microscópios ópticos.

Para a preparação de lâminas histológicas, o histologista deve seguir os seguintes passos: coleta, fi-
xação, processamento, desidratação, diafanização, impregnação, microtomia, colagem do corte à lâ-
mina, coloração e montagem. Para a coleta de amostra, o histologista poderá realizar uma biópsia,
uma cirurgia ampla ou a necrópsia. Feita a coleta, deve-se fixar o material utilizando-se calor, frio ou
produtos químicos chamados de fixadores, tais como o formol e o aldeído glutárico.

Após a fixação, o material é processado, ou seja, passa por técnicas que permitem que ele fique coeso
o suficiente para garantir cortes. Para isso, são utilizados materiais de inclusão, como a parafina. De-
pendendo do produto a ser utilizado para a inclusão, o tecido deve ser desidratado, ou seja, a água
deve ser retirada. Após essa etapa, faz-se necessária a realização do processo de diafanização, que
clarifica o material, tornando-o translúcido. No processo de impregnação, o material deve ser submetido
a técnicas que garantam a total inclusão dos agentes de impregnação, tais como a parafina e o polie-
tileno glicol. No final da impregnação, obtém-se um bloco com tecido no seu interior, que é cortado com
o uso do micrótomo em um processo chamado de microtomia.

O material cortado é então colocado na lâmina para a colagem e passa por técnicas de coloração, que
variam de acordo com o tecido a ser verificado e com a estrutura que se pretende observar. Por fim,
temos a montagem da lâmina, que consiste na retirada da água e na colocação do meio de montagem
e da lamínula para selar o corte.

Com a preparação dessas lâminas, garantiu-se uma grande evolução no estudo da histologia, além de
permitir que o material ficasse em perfeito estado por muito mais tempo. A vantagem do maior prazo
de conservação é que estruturas podem ser analisadas por vários pesquisadores em diferentes mo-
mentos sem que haja perda do material.

Atualmente, pode-se classificar os tecidos dos seres humanos em quatro diferentes grupos utilizando
como critério suas diferenças morfológicas e suas funções no organismo. Esses tecidos são: tecido
epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

O tecido epitelial possui células justapostas com pouco material intercelular. O tecido conjuntivo, por
sua vez, apresenta grande quantidade de substância intercelular. Já o tecido muscular caracteriza-se
pelo sua capacidade de contração. O tecido nervoso, por sua vez, possui a capacidade de transmitir
impulsos nervosos.

Além da divisão desses quatro grupos, podemos classificá-los em outros subtipos, tais como:

→ Tecido epitelial

Tecido epitelial de revestimento;

Tecido epitelial glandular.

→ Tecido conjuntivo

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HISTOLOGIA ANIMAL

Tecido conjuntivo propriamente dito;

Tecido adiposo;

Tecido cartilaginoso;

Tecido ósseo;

Tecido hematopoético.

→ Tecido muscular

Tecido muscular estriado esquelético;

Tecido muscular estriado cardíaco;

Tecido muscular não estriado.

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TÉCNICAS DE DESIDRATAÇÃO, INCLUSÃO,
CORTES HISTOLÓGICOS E COLORAÇÃO DE MATERIAL BIOLÓGICO

Técnicas De Desidratação, Inclusão, Cortes Histológicos e Coloração De Material Biológico

A técnica histológica visa a preparação dos tecidos destinados ao estudado à microscopia de luz. O
exame ao microscópio é feito geralmente por luz transmitida, o que significa que a luz deve atravessar
o objeto a ser examinado. Assim, é necessária a obtenção de fragmentos dos tecidos que serão cole-
tados em lâminas muito finas e transparentes.

Visão Geral do Processamento de Tecidos

Os tecidos a serem processados para estudo ao microscópio devem ser preparados de modo a pre-
servar sua estrutura original ao máximo possível. Entretanto, isso não é possível e todos os preparados
apresentam artefatos, que são alterações produzidas nas células pelas técnicas utilizadas. Podemos
resumir os passos das técnicas histológicas com a seguinte sequência: fixação dos tecidos, desidrata-
ção, inclusão, microtomia (corte em fatias finas), coloração e montagem de lâminas. Essas etapas se-
rão descritas adiante.

Obtenção Do Material E Fixação

Uma boa preparação histológica se inicia com o uso correto das técnicas de obtenção do material. Os
cuidados devem ser observados já no sacrifício dos animais de laboratório para o estudo histológico
de seus tecidos. Em se tratando de animais de laboratório o sacrifício pode ser obtido através de téc-
nicas como, traumatismo brusco, intoxicação (overdose de anestésico) e perfusão/imersão.

Objetivos da fixação

A fixação paralisa o metabolismo celular e preserva as estruturas do tecido para os tratamentos poste-
riores. A fixação evita a autólise celular, impede a proliferação de microorganismos, leva ao endureci-
mento do tecido para que resista ao tratamentos posteriores. O fixador deve causar o mínimo de dano
ao tecido e produzir o mínimo de artefatos. A escolha adequada da solução fixadora irá variar de acordo
com o material que irá ser usado para a inclusão. A solução de glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato
0,1M, pH 7,4 ou a solução “formalina neutra tamponada” (NBF) são comumente usadas.

Os fixadores preservam a estrutura dos tecidos ao interagirem com os grupos aminos das proteínas,
através de pontes de hidrogênio. O glutaraldeído possui dois grupos aldeídos um em cada extremidade
de sua estrutura molecular que podem estabelecer pontes de hidrogênio entre as proteínas. As molé-
culas de formaldeído, no entanto, possuem apenas um grupamento aldeído, sendo um fixador menos
eficiente para alguns tipos de proteínas.

A técnica da perfusão para lavagem e fixação do tecido.

Usando anestesia profunda, em ratos e camundongos por exemplo, uma técnica que resulta em boas
preparações consiste na perfusão cardíaca. Este método simula o funcionamento do sistema circula-
tório, uma vez que injeta os vasos do espécime com soluções químicas e perfunde os tecidos. O pro-
cesso consiste inicialmente na retirada da circulação sanguínea através de lavagem feita com uma
solução salina de pH neutro. Posteriormente, processa-se então a fixação através da injeção de solu-
ção fixadora. Em ambos os casos, as soluções são impulsionadas nos vasos através de tubos que se
conectam à uma bomba peristáltica e à um grande vaso do animal a ser perfundido, com o arco aórtico
por exemplo.

Neste ponto, é importante regular a pressão de injeção da solução, que não pode exceder a pressão
do sangue, pois de outro modo, artefatos por fixação são produzidos. Outro fator importantíssimo para
que a técnica da perfusão seja bem sucedida é a ausência de sangue coagulado nos vasos. Para evitar
esse imprevisto, é conveniente administrar heparina diluída a 1:50 (Liquenine) ao animal 10 minutos
antes da etapa de sacrifício. A filtração criteriosa das soluções também é um cuidado que evita a obs-
trução dos pequenos vasos e o consequente iimpedimento do fluxo da solução através dos tecidos.

A Técnica de Fixação por Imersão

Além da perfusão cardíaca, pode-se também recorrer à fixação por imersão, ainda muito utilizada. O
volume de fixador empregado deve ser 15 a 20 vezes maior que o volume do fragmento de tecido a ser
fixado. O fixador inicia a sua ação da periferia para o centro do material. As porções periféricas do
material são primeiramente fixadas em relação as suas porções mais internas. A boa penetração de

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TÉCNICAS DE DESIDRATAÇÃO, INCLUSÃO,
CORTES HISTOLÓGICOS E COLORAÇÃO DE MATERIAL BIOLÓGICO

qualquer fixador está diretamente relacionada ao tamanho e espessura do material. Entretanto, de


acordo com o tipo de tecido, com a fixação de um encéfalo, por exemplo, a fixação por imersão seria
um método condenável, devido à dificuldade de penetração da solução. Para estes casos sugere-se
recorrer ao método da perfusão.

Protocolo Soluções

Desidratação, Inclusão e Microtomia

Objetivos

Para a observação ao microscópio de luz a espessura da secção do tecido presente em uma lâmina
deve ser delgada o suficiente para que possa ser atravessado por um raio de luz. Para tal os tecidos
devem ser criteriosamente preparados para receber um meio endurecedor, ou seja meio de inclusão.
Desta forma será possível a obtenção de cortes delgados, obtidos no processo de microtomia.

Tipos de inclusões e a importância da desidratação

A inclusão pode ser feita utilizando a parafina (mais comumente usada) e as resinas plásticas, como o
glicol metacrilato. Após a fixação com as soluções aquosas de glutaraldeído ou formalina, os tecidos
devem ser desidratados, uma vez que a água presente nos tecidos não é miscível em substancias
apolares como a parafina e as resinas de inclusão. A desidratação será feita através de imersão numa
bateria de soluções alcoólicas em concentrações graduais e crescentes. A graduação pode ser iniciada,
se necessário, a partir de 50% e terminando finalmente em álcool absoluto. A graduação nas concen-
trações é imprescindível para que ocorra a desidratação homogênia dos tecidos, evitando que ocorram
danos na estrutura tecidual.

Algumas particularidades podem ser citadas quanto ao material de inclusão. Caso de parafinas, o te-
cido deve ser tratado com uma substância de transição. A inclusão em parafina é precedida pelo uso
de substâncias químicas como o xilol, este miscível tanto em álcool quanto em parafina. Após a remo-
ção do álcool, o tecido passa por uma infiltração em parafina líquida, está mantida em estufa a 56°C
(ponto de fusão) e posteriormente o mesmo é transferido para o molde contendo parafina líquida. Em
poucos minutos a parafina endurecerá e obter-se-á portanto, o "bloco" de parafina contento o fragmento
do tecido em seu interior. No caso da inclusão em resina como o glicol metacrilato, o tecido é infiltrado
com uma resina de infiltração por uma noite, e então incluído no molde contendo a resina ainda líquida,
sendo que esta endurece após algumas horas. Como no caso da parafina, após o endurecimento,
obtém-se um bloco de resina que contém o fragmento de tecido em seu interior. Os blocos serão a
partir desta etapa levados para a microtomia e consequente obtenção das secções, que serão então
coletadas em lâminas de vidro. No caso de inclusão em parafina, após a microtomia, o tecido é tratado
com xilol novamente para remoção da parafina e rehidratado, para que possa ser submetido à colora-
ção.

Protocolo de inclusão para parafina e metacrilato

Coloração

Objetivo da coloração

Os cortes de tecidos apresentam-se incolores após a microtomia. A coloração visa contrastar as estru-
turas teciduais. A ação da maioria dos corantes se baseia na interação entre os radicais ácidos ou
básicos dos elementos químicos dos mesmos com os dos tecidos. No entanto existem outros tipos de
corantes, como será descrito adiante.

Corantes Ácidos e Básicos

Eosina e Hematoxilina: A hematoxilina é um corante básico que carrega uma carga positiva na porção
da molécula que irá conferir cor ao tecido. Corantes básicos reagem com componente aniônicos das
células e tecidos, os quais incluem grupos fosfatos, ácidos nucléicos, grupos sulfatos de glicosamino-
glicanas e grupos carboxila das proteínas. A habilidade de grupos aniônicos reagirem com corantes
básicos é chamada basofilia, estruturas celulares que se coram com corantes básicos são denomina-
das basófilas. Estruturas celulares que podem ser coradas com corantes básicos incluem heterocro-
matina, nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem. A hematoxilina cora geralmente

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TÉCNICAS DE DESIDRATAÇÃO, INCLUSÃO,
CORTES HISTOLÓGICOS E COLORAÇÃO DE MATERIAL BIOLÓGICO

as estruturas em azul. Corantes ácidos reagem com componentes catiônicos das células e tecidos.
Quando usados juntamente com corantes básicos como a hematoxilina, coram o citoplasma, filamentos
citoplasmáticos e fibras extracelulares. A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa.

Outros exemplos: corantes ácidos: fucsina ácida, azul de anilina e orange G; básicos: azul de metileno,
verde metil e azul de toluidina.

Outras técnicas de coloração

Hematoxilina e eosina são corantes adequados para evidenciar características estruturais, mas eles
não são capazes de revelar todos componentes celulares. Outras técnicas de coloração são disponí-
veis para evidenciar diferentes componentes.

Coloração pela prata – Algumas substâncias intra e extracelulares promovem a redução do nitrato de
prata que formam precipitados negros em estruturas como fibras reticulares dos linfonodos, por exem-
plo.

Associação de corantes - É a somatória de corantes diferentes, como o Tricrômico de Gomori, que usa
verde luz, cromotropo 2R e hematoxilina

Após a coloração as lâminas são montadas ou seja, os fragmentos são protegidos pela cobertura com
lamínulas de vidro. Esta é colada na lâmina através de substâncias selantes como por exemplo o En-
tellan. Após a secagem, as lâminas podem ser observadas ao microscópio de luz.

Coloração Azul De Toluidina

Colocar as lâminas em água destilada por 10 min

Azul de toluidina Merk ..................................2 min

Água corrente................................................5 min

Obs: Pode-se fazer uma lâmina teste para ver a coloração. Aumentar e diminuir o tempo de acordo
com os resultados.

Coloração Pas

Preparo de Soluções

• Ácido Periódico:

Ac. Periódico...................................1g

200 ml de água destilada

• HCl 1N:

HCl 37%...........................................80,4ml

Água destilada................................919,6ml

• Água Sulfurosa:

Metabissulfito de sódio 10%...................36ml

HCl 1N.............................................30ml

Completar para 600ml com água destilada e Dividir em 3 frascos de 200ml cada

• Reativo de Schiff

Fucsina Básica.................................2g

HCl 1N..........................................20ml

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Metabissulfito de Sódio....................2g

Carvão Ativado.................................4g

Água destilada............................400ml

Técnica para preparar o Schiff:

Ferver a água destilada em um balão volumétrico ou erlemeyer

Remover do calor e adicionar a fucsina básica lentamente agitando (aprox. 5min)

Deixar esfriar para 50°C e adicionar o HCl. Filtrar

Esfriar para 25°C e adicionar o metabissulfito. Agitar bem (aprox. 1hora).

Envolver o recipiente em papel alumínio ou saco preto.

Deixar no escuro overnight.

No dia seguinte, adicionar o carvão e filtrar imediatamente. O filtrado deve se tornar incolor.

Técnica Pas Metacrilato

Colocar as lâminas em água destilada por 10 minutos. Durante esse tempo, preparar o ácido periódico.

Ac. Periódico........................15 min

Água destilada.................. ...10 min

Reagente de Schiff..............45 min

Água Sulfurosa I ...................5 min

Água Sulfurosa II ...................5 min

Água Sulfurosa III ..................5 min

Lavar as lâminas em água corrente por 20 minutos.

Deixá-las na hematoxilina de Myers por 35 minutos.

Lavar novamente em água corrente por 10 minutos.

Secar e montar.

Tempo estimado: 3 horas

Obs: O tempo incubação no reagente de Schiff pode variar segundo a intensidade de coloração dos
cortes.

Técnica Pas Parafina

Xilol I.........10 min

Xilol II........10 min

Xilol III.......10 min

Álcool absoluto I............1 ou 2 min

Álcool absoluto II.................10 min

Álcool 95%............................5 min

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Álcool 85%............................5 min

Álcool 70%............................5 min

Água Corrente.......................5 min

Ácido Periódico 0,5%..........15 min

Lavar em água corrente........5 min

Reativo de Schiff.................20 min (olhar se corou bem, caso não; deixar mais tempo)

Água Sulfurosa I...................5 min

Água Sulfurosa II..................5 min

Água Sulfurosa III.................5 min

Lavar em água corrente......20 min

Hematoxilina.........................5 min

Lavar em água corrente......30 min

Álcool 70%............................5 min

Álcool 85%............................5 min

Álcool 95%............................5 min

Absoluto I..............................5 min

Absoluto II............................10min

Absoluto III...........................15min

Xilol I.......................................5 min

Xilol II.....................................10min

Xilol III....................................15min

Coloração de Hematoxilina e Eosina em Parafina

Preparo de soluções:

• Solução saturada de ácido pícrico

Ac. Pícrico............................... 1,3g

Água destilada........................ 100ml

• Preparo da Eosina (fórmula Maristane)

Eosina amarelada.............................1,0g

Álcool Absoluto.................................10 ml

Bicromato de potássio.......................0,5 g

Água destilada...................................80ml

Solução saturada de ac. Pícrico.......10 ml

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Dissolver a eosina em 10 ml de álcool absoluto.

Dissolver o bicromato em 80 ml de água e adicionar as soluções de ácido pícrico e de eosina.

Etapas

Xilol I........................10 min

Xilol II.......................10 min

Xilol III......................10 min

Álcool absoluto...1 ou 2 min

Álcool absoluto.........10 min

Álcool 95%.................5 min

Álcool 85%.................5 min

Alcool 70%.................5 min

Água corrente.............5 min

Hematoxilina.............20 min

Água Corrente..........20 min

Eosina.........................1 min

Álcool 85%.................mergulhar

Álcool 95%..............3 a 5 min

Álcool Absoluto.........10 min

Alcool Absoluto.........10 min

Álcool Absoluto.........15 min

Xilol I...........................5 min

Xilol II..........................5 min

Xilol III.........................5 min

Montar as lâminas

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

Preparo de Solução e Titulação

Preparar 250 ml de solução de hidróxido de sódio (naoh) 0,5 n.ao longo dos experimentos constituir
baterias de tubo de ensaio e através destas observar o comportamento dos indicadores em meio
ácido ou alcalino.

Construir uma curva de titulação através do volume gasto de hidróxido de sódio (naoh), sendo a abs-
cissa o volume gasto de base e a ordenada o ph da solução.

Determinar a concentração desconhecida do ácido clorídrico (hcl), com a titulação do mesmo através
da utilização de hidróxido de sódio (naoh) e a utilização do indicador fenolfateína 1%.

Introdução teórica

Tipos de solução

Uma solução é qualquer sistema monofásico composto por dois ou mais componentes, sendo o so-
luto, o disperso e o solvente, o dispergente.

As soluções são classificadas quanto ao estado físico, a condutibilidade elétrica e à proporção de so-
luto e solvente.

Segundo carvalho:

A solução é diluída quando a proporção de soluto é pequena e relação à do solvente [...] A solução é
concentrada quando à proporção do soluto é grande em relação à do solvente. [...] A concentração é
saturada quando contém o máximo de soluto dissolvido a uma dada temperatura estável na presença
do soluto não dissolvido. [...] A solução é supersaturada quando contém maior quantidade de soluto
que a respectiva solução saturada à mesma temperatura.

Ao realizar experimentos com determinadas substâncias é necessário isolar certa porção dessa subs-
tância, isso é chamado sistema.

Os sistemas são classificados como homogêneo e heterogêneo, sendo o primeiro o que apresenta as
mesmas propriedades e o segundo é aquele que não apresenta as mesmas propriedades.

As misturas não têm fórmulas próprias, elas existem quando duas ou mais substâncias são reunidas
em um mesmo espaço sem que suas características sejam alteradas, ou seja, desde que não haja
uma transformação química.

Elas são classificadas como: misturas homogêneas e heterogêneas. Estas constituem os sistemas
heterogêneos e aquelas os sistemas homogêneos.

Ácidos e bases

Segundo arrhenius: ácidos são substâncias que em solução aquosa, originam como íons positivos
apenas os cátions h+. E as bases são eletrólitos que em solução aquosa fornecem como íons negati-
vos exclusivamente os ânions hidroxila oh-. De modo idêntico aos ácidos, as bases podem ser classi-
ficadas conforme sua basicidade, isto é, segundo o número de íons oh- que são produzidas por molé-
culas, bases monobásicas e polibásicas.

De acordo com as idéias de huckel e debye: substâncias como hcl, hno3, h2so4 e outras, não sofrem
dissociação iônica, que é o que afirma arrhenius, mas, sim cátions h 3o+. E as bases podem provir das
dissociações iônicas ou da ionização de substâncias moleculares.

Segundo brönsted e lowry: ácido é toda substâncias que pode doar prótons. Base é toda substâncias
que pode capturar prótons. Uma vez que o processo de ganho e perda de prótons é reversível, o
ácido, ao perder um próton, converte-se numa base, enquanto a base, ao ganhar um próton, con-
verte-se num ácido. Um ácido e sua base correspondente formam um sistema conjugado represen-
tado por:

Ácido  base + prótons

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

De acordo os estudos de lewis: ácido é uma substância que contem um íon ou molécula capaz de re-
ceber um dos pares de elétrons solitários de uma base para originar uma ligação covalente. A base é
uma substância que contem um íon ou molécula com um ou mais pares de elétrons solitários, capa-
zes de originar uma ligação com outro íon ou molécula.

Indicadores

Os indicadores são segundo vogel:

O indicador é uma substância que varia de cor conforme a concentração hidrogeniônica. Normal-
mente, é um ácido orgânico fraco ou uma base fraca em solução muito diluída. O indicador, ácido-
base, não dissociado, apresenta uma cor diferente do produto dissociado.

Indicador Solução básicaSolução ácida

Tornassol Azul Vermelho

Vermelho de metilaAmarelo Vermelho

Metil orange Amarelo Vermelho

Fenolftaleína Vermelho Incolor

Azul de bromotimol Azul Amarelo

Timolftaleína Azul Incolor

Fonte: rozenberg,i.m.química geral, são paulo: edgard blucher ltda, 2002

O “indicador universal” pode ser formado através da mistura de outros indicadores, é utilizado para
indicar num só teste, o ph aproximado de uma solução, o que nenhum outro indicador é capaz. Seu
preparo segundo bogen: dissolvendo 0,2 g de fenolftaleína, 0,4 g de vermelho de metila, 0,6 g de di-
metilazobenzeno, 0,8 g de azul de bromotimol e 1g de azul de timol em 1 l de etanol absoluto. A solu-
ção deve ser neutralizada, adicionando-se uma solução diluída de hidróxido de sódio (naoh) gota-
gota, até atingir uma coloração amarela pura. Esse indicador universal apresenta diferentes colora-
ções em função do ph da solução. Conforme o quadro abaixo:

Ph 2 4 6 8 10 12

CorVermelhoLaranjaAmarelaVerdeAzulPúrpura

O ph pode ser determinado de várias formas, sendo elas: com a utilização de papéis indicadores, de-
terminação calorimétrica, determinação potenciométrica.

Segundo vogel:

Pequenas tiras de papel de filtro devem ser impregnadas com a solução utilizada, e secas. Tais tiras
de papel indicador podem ser guardadas por bastante tempo. Para fazer o teste, deve-se mergulhar
uma tira de papel na solução e observar sua coloração [...] Comparando a cor da tira, após a imersão
na solução, com as cores exibidas no cartão colorido, determina-se facilmente o ph aproximado.
Numa escala de 1 a 11, com precisão de 0,5 a 1.0 unidades de ph.

Curva de titulação

Uma curva de titulação é que no diagrama cartesiano, mostra como varia o ph de uma solução de
ácido (h+) quando a ela se adiciona quantidades de base (oh-) ou vice –versa.

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

Segundo rozenberg:

A forma da curva é consequência da escala logarítmica em que se define o ph. A quantidade de naoh
necessária para elevar o ph de 1 para 2 é 10 vezes a usada para elevar o ph de 2 para 3; esta última
é 10 vezes a necessária para elevar o ph de 3 para 4, e assim por diante. [...] A adição de pequenas
quantidades de base produz variações apreciáveis de ph. Ao contrário, as soluções ácidas de ph <3
não sofrem variações sensíveis de ph por adição pequenas quantidades de álcali, isto é, tais solu-
ções revelam características de tampão.

Titulação

As reações de neutralização são importantes em procedimentos de laboratório conhecidos como titu-


lação ácido-base.

Segundo russel:

A concentração molar de um ácido em uma solução aquosa é determinada pela adição vagarosa de
uma solução básica de concentração conhecida na solução do ácido. [...]. A solução da base é usual-
mente transferida por um tubo de medição chamado bureta, e a adição desta solução é interrompida
no ponto em que o número de mols de íons h+ do ácido é igual ao número de mols de íons oh- da
base, que foram misturados. Denominados de ponto de equivalência, geralmente observado por uma
mudança de cor do composto, por uma pequena quantidade de indicador antes adicionada.

Procedimentos experimentais

Métodos

Preparação de mistura homogênia - solução

Tendo calculado a massa de hidróxido de sódio (p.a) necessária para o preparo de uma solução de
250ml na concentração de 0,5n, obteve-se uma massa de 5,0g. Utilizando uma balança semi-analí-
tica, introduziu sobre ela um béquer, feito a tara, em seguida com uma espátula colocou-se o hidró-
xido de sódio (naoh), e obteve-se 5,01g. Em seguida dissolveu-se esse soluto em uma quantidade de
água destilada menor que a desejada na capela. Transferiu-se com o auxílio de um funil e um bastão
a solução para o balão volumétrico de 250ml. Seguindo todo o procedimento de lavagem das vidra-
rias utilizadas com o objetivo de não haver nenhuma perda de soluto.

Na sequência completou-se com água destilada até o menisco utilizando uma pisseta, finalizou-se o
procedimento com a agitação a fim de homogeneizar a solução.

Função dos indicadores

Preparou-se duas baterias de 3 tubos de ensaio contendo cada um 2ml de água destilada.

À 1º bateria adicionou-se em cada tubo de ensaio 3 gotas de ácido clorídrico (hcl)1n, e a outra bateria
adicionou-se também em cada tubo de ensaio 3 gotas de hidróxido de sódio (naoh)1n.

Observou-se a mudança de cor, através da adição de um indicador em cada tubo, sendo os indicado-
res: fenolftaleína 1%, timolftaleína 1% e alaranjado de metila. Após isso, adicionou-se gotas de ácido
clorídrico (hcl) nos tubos contendo hidróxido de sódio (naoh) e hidróxido de sódio (naoh) nos tubos
contendo ácido clorídrico (hcl) e observou-se as mudanças de coloração nos tubos de ensaio.

Curva de titulação

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

Com o auxilio da proveta mediu-se 25ml de ácido clorídrico 0,5n e transferiu-se para um erlenmeyer
de 100ml, encheu-se a bureta com solução de hidróxido de sódio 0,5n, preparada na 1º parte do ex-
perimento. Titulando-o gota a gota mantendo sempre em agitação a solução de ácido e de acordo
com a tabela cedida nos procedimentos mediu-se o ph da solução a cada volume pedido utilizando o
papel universal.

Titulação – determinação da concentração de um ácido

Também usando uma proveta mediu-se 25ml de solução ácido clorídrico com concentração desco-
nhecida, transferiu-se para um erlenmeyer 100ml e adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína.

Fez-se ambiente com a solução de hidróxido e encheu-se a bureta com a solução de hidróxido de só-
dio (naoh)0,5n preparada na 1º parte do experimento. Titulou-se gota a gota a solução de ácido, sob
constante agitação até o ponto de viragem (rosa). Anotando o volume gasto de solução básica, para
assim encontrar a concentração do ácido.

Resultados e discussão

Preparação de mistura homogênea - solução

De acordo com a fórmula, temos que:

N= m.  0,5 = m. M = 5 g

Mm. V 40. 0,25

X1

Sendo:

N= normalidade

Mm= massa molar

X = fator característico

V= volume

Na balança semi-analítica, pesou-se 5.01g.

Logo, a concentração encontrada foi de 0,501n.

Função dos indicadores

Nos três tubos com água destilada e solução de hidróxido de sódio observou-se o seguinte comporta-
mento dos indicadores:

- solução de hidróxido de sódio (naoh)

Com alaranjado de metila apresentou coloração amarela.

Com timolftaleína 1% apresentou coloração azul.

Com fenolftaleína 1% apresentou coloração rósea.

Nos três tubos com água destilada e solução de ácido clorídrico observou-se o seguinte comporta-
mento dos indicadores:

- solução de ácido clorídrico (hcl)

Com alaranjado de metila apresentou coloração vermelha.

Com timolftaleína 1% apresentou coloração incolor.

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

Com fenolftaleína 1% apresentou coloração incolor.

Adicionou-se gotas de ácido clorídrico (hcl) nos tubos com solução alcalina com a finalidade de fazer
a viragem da solução.

-6 gotas de hcl e a coloração passa a ser vermelha.

-4 gotas de hcl e a coloração passa a ser incolor.

-6 gotas de hcl e a coloração passa a ser incolor.

Adicionou-se hidróxido de sódio (naoh) nos tubos contendo solução ácida com a finalidade de fazer a
viragem da solução.

-2 gotas de naoh e a coloração passou a ser amarela.

-2 gotas de naoh e a coloração passou a ser azul.

-1 gota de naoh e a coloração passou a ser rósea.

Curva de titulação

De acordo com os valores de ph encontrados na titulação e colocados na tabela acima, temos a


curva da titulação abaixo.

Sendo as coordenadas, y, os valores de ph e os valores da abscissa, x, o volume de naoh gasto.

Titulação

Feita a titulação do hcl de concentração desconhecida, temos que o volume gasto de naoh, 0,5 n,
igual a 19,55 ml 0,

Efetuando os cálculos segundo a equação:

N1. V1 = n2. V2

N1. 25 = 0.5. 19,55

N1 = 0,391n

Sabe-se que a estequiometria da equação é de 1:1

Ou seja,

Hcl + naoh  nacl + h2o

É necessário 1 mol de base para neutralizar 1 mol de ácido, e, consequentemente o mesmo volume.
Depois de titular os 25 ml de hcl foi gasto um volume inferior de base, o que significa que a concen-
tração da base é maior. Isso foi provado com os cálculos.

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

Como a base tinha concentração igual a 0,5n o ácido apresentava a concentração de 0,391n.

Preparação e padronização de soluções

Em um laboratório, uma das atividades mais comuns é o preparo de soluções. Dessa forma, é impor-
tante que o estudante saiba que existem alguns tipos diferentes de soluções. Este é o nosso objetivo
neste artigo.

Para começar, suponha que você realiza duas misturas de duas substâncias. A primeira mistura é re-
alizada com açúcar e água, e a segunda, com água e óleo de cozinha (conforme esquema abaixo):

Pode-se notar que não há distinção de fases no béquer 1, o que pode caraterizar a solução como ho-
mogênea. O béquer 2, com água e óleo, pode ser classificado como heterogêneo, pois há distinção
de (nesse caso) duas fases - sendo considerado uma mistura bifásica.

Dessa forma, em uma mistura homogênea (ou aparentemente homogênea) existe, uma substância
que se apresenta em maior quantidade (solvente) e outra em quantidade menor (soluto), a qual se
encontra dispersa na anterior. Assim tem-se uma fase dispersora e uma fase dispersa. No exemplo
anterior, no béquer 1, o açúcar é o soluto e a fase dispersa; a água é o solvente e a fase dispersora.

Você já deve ter percebido que as dispersões consistem em sistemas nos quais uma substância está
disseminada, sob forma de pequenas partículas, em outra substância. Através disto é possível reali-
zar a classificação geral da solução.

Uma solução, onde o tamanho das partículas dispersas está entre 0 ~ 1 nanômetros (nm), a solu-
ção é dita verdadeira. Quando o tamanho das partículas dispersas na solução está entre 1 ~ 100 nm,
a solução é dita coloidal. Acima de 100 nm a solução é considerada uma suspensão.

Dentro do conceito de solução verdadeira (dispersão homogênea), pode-se classificar a solução con-
forme seu coeficiente de solubilidade.

solução saturada:

São as soluções que atingem o coeficiente de solubilidade, isto é, quando o soluto está dissolvido no
solvente em quantidade tal que, se adicionamos mais quantidade de soluto, esse excesso não mais
se dissolve.

não-saturada:
são aquelas que a quantidade de soluto não atinge o coeficiente de solubilidade.

Supersaturada:

São aquelas em que a quantidade de soluto supera o coeficiente de solubilidade original, ou seja, o
soluto está dissolvido numa quantidade acima da saturação, mas sem precipitar (é uma situação me-
taestável).

Observação: ao aumentar a temperatura de uma mistura (de reação necessariamente endotérmica),


será deslocado o equilíbrio da equação na direção dos produtos, aumentando suas respectivas con-
centrações, e, portanto, aumentando temporariamente o kps (coeficiente de solubilidade). Quanto
maior o kps, maior a solubilidade. Dessa forma, consegue-se solubilizar temporariamente uma quanti-
dade maior de soluto do que o normal.

Ainda dentro do conceito de solução verdadeira, abordaremos as soluções preparadas em laborató-


rio, que são comumente chamadas de soluções comuns e soluções padrão.

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

preparo de solução comum:

No preparo de soluções comuns não é necessário a utilização de vidraria volumétrica (que possui
maior exatidão), usa-se geralmente béqueres para dissolver e balões volumétricos ou provetas para
avolumar.

Exemplo: preparo de 100 ml de uma solução comum de 0,1 mol/l de naoh (sólido).

Sabe-se que o hidróxido de sódio tem 40 gramas por mol e geralmente 97% de pureza. Dessa forma,
como é preciso preparar uma solução 0,1 mol/l e sabendo que 1 mol de naoh tem 40 gramas, 0,1 mol
tem 4 gramas.

Entretanto, como só é necessário 100 ml de solução, é necessário mais uma conta. Se em 1 litro
(1000 ml) eu preciso de 4 gramas, em 100 ml eu preciso de 0,4 (basta dividir por 10).

Entretanto, este valor obtido seria para caso a substância fosse 100% pura. Sabe-se que a pureza é
de 97%, então é necessário pesar um pouco a mais para compensar essa pequena falta de pureza.
Vale ressaltar que como esta solução é uma solução comum, não é necessária tanta exatidão, por-
que ela terá, necessariamente, que ser padronizada depois. Até porque o naoh é altamente higroscó-
pico (absorve umidade), o que atrapalha sua pesagem.

Quando se faz uma regra de três com porcentagem, onde você quer um resultado maior do que o
que você já tinha, é necessário fazer uma regra de três invertida. 0,4 gramas x 100 = 40 gramas. 40
gramas dividido por 97 é aproximadamente 0,4124 gramas (utilizei as 4 casas decimais da balança
analítica). Finalmente, após todas essas contas descobrimos que para preparar a solução que preci-
samos é necessário pesar 0,4124 gramas de naoh, dissolver em uma quantidade de água destilada
inferior a 100 ml (como por exemplo 50 ml), em um béquer, e transferir para um balão volumétrico de
100 ml ou, se não for necessário tanta exatidão, pode-se utilizar uma proveta onde o volume será
ajustado até a marca de 100 ml.

Como curiosidade, a concentração percentual desta solução, definida através da massa da substân-
cia dividida pela massa total da mistura, multiplicado por 100, é de (aproximadamente) 0,4%. Entre-
tanto, não é costume chamar esta solução de naoh 0,4%, pois esta designação é mais comum com
números inteiros.

Padronização:

É importante notar que, para a utilização destas soluções comuns em análises, é necessária a padro-
nização da solução, ou seja, titulá-la com uma substância considerada padrão (que você sabe a con-
centração real), para que a partir da relação estequiométrica das duas substâncias, seja possível cal-
cular a concentração real da solução comum preparada.

Para a titulação da solução de naoh preparada, utiliza-se uma amostra da solução (ex.: 20 ml), colo-
cada na bureta. No erlenmeyer, é pesado 0.2042 gramas (para preparação de 10 ml de solução 0,1
m) de biftalato de potássio (hidrogenoftalato de potássio, khc8h4o4). Então, são colocadas algumas
poucas gotas de fenolftaleína (incolor em ph ácido e neutro; rosa em ph básico), além de 10 ml de
água destilada, também no erlenmeyer. Ao começar a pingar, a solução que antes era incolor, co-
meça a ganhar uma coloração rósea (que some com a agitação da sua mão). Essa coloração deve

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PREPARO DE SOLUÇÃO E TITULAÇÃO

permanecer na solução (o que indica o aumento do ph), portanto, no momento que isso acontecer, a
bureta deve ser fechada. Por último, é necessário anotar o volume da solução de naoh utilizada.

Pela estequiometria da reação é de se esperar que 10 ml de uma solução 0,1 mol/l de biftalato reaja
com 10 ml da nossa solução de naoh, que teoricamente tem a concentração igual a 0,1 mol/l. Entre-
tanto, foi anotado, pela leitura da bureta, que 8,3 ml da solução de naoh foi utilizada até que a solu-
ção do erlenmeyer se tornou rosa.

Naoh + khc8h4o4 → h2o + knac8h4o4


Dessa forma, a partir dos dados coletados, é necessário fazer o cálculo da concentração real da solu-
ção comum de naoh que preparamos.

M1v1 = m2v2

Onde: m = concentração molar; v = volume (ml); m1 e v1 = dados da solução de naoh; m2 e v2 = da-


dos da solução de biftalato.

M1 x 8,3 ml = 0,1 x 10 ml

M1 = 0,120 mol/l

A partir do cálculo, nota-se que a solução que preparamos de naoh tinha na verdade a concentração
de 0,120 mol/l, acima do que queríamos (0,1 mol/l). Dessa forma, para etiquetar corretamente a solu-
ção também é necessário calcular o fator de correção.

Fator de correção (fc) = concentração encontrada / concentração teórica

Fc = 0,120 mol/l / 0,100 mol/l

Fc = 1,2

(note que o fator de correção não possui unidade)

Finalmente, a solução está pronta e pode ser devidamente utilizada ou armazenada.

Preparo de solução padrão:

No preparo de solução padrão a técnica é um pouco mais diferenciada e exata, porque o reagente é
considerado um padrão primário ou até mesmo secundário. Uma solução padrão primária é prepa-
rada por medidas diretas do peso do soluto (padrão primário) e do volume total da solução. Uma solu-
ção padrão secundária é aquela cuja concentração só pode ser determinada a partir de uma análise
química. As soluções padrões secundárias necessitam de uma padronização com uma solução pri-
mária.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Saúde e Segurança no Ambiente de Trabalho

A segurança e a saúde, quando consideradas no ambiente de trabalho, estão muito próximas se refe-
rentes ao colaborador e às condições em que ele labora. Sobretudo porque ambas apresentam um
objetivo maior comum: a proteção e a promoção do bem-estar do trabalhador como características de
sua qualidade de vida laboral.

No entanto, são ciências diferentes — cada uma com os seus instrumentos de intervenção. Apesar
disso, também são igualmente reguladas pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho.

A Segurança no Trabalho

Quando se fala em segurança no trabalho refere-se às medidas que devem ser adotadas para se pre-
servar o bem-estar do trabalhador e proteger a sua vida de possíveis acidentes no ambiente laboral. A
segurança, portanto, tem natureza preventiva. Esse aspecto de prevenção da segurança no trabalho é
sua característica mais marcante.

Desse modo, a segurança preocupa-se com as instalações para que não apresentem riscos de aciden-
tes.

Da mesma forma, procura orientar os procedimentos adotados no trabalho para que não permitam
situações de risco. Para esse fim, indica o modo mais seguro de se proceder, a ferramenta mais ade-
quada, o equipamento de proteção necessário para aquela atividade.

Essas atribuições de analisar, orientar e decidir sobre segurança no trabalho são restritas ao Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho e ao Técnico em Segurança do Trabalho.

A Saúde no Trabalho

Por sua vez, a saúde no trabalho está diretamente relacionada às possíveis doenças ocupacionais e
profissionais. No entanto, vai muito além das doenças, e visa a preservação da qualidade de vida do
trabalhador, considerando sua saúde física, mental e social.

Por outro lado, deve avaliar a capacidade laborativa do funcionário e as condições de saúde com que
iniciou suas atividades na empresa, assim como quando sair. Esse objetivo é alcançado através da
realização dos exames ocupacionais que ocorrem, principalmente, na sua admissão, na demissão e
na mudança ou retorno de função. Além disso, também conduz exames periódicos de acompanha-
mento de determinados aspectos de saúde.

Essas atribuições são restritas ao Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.

Saúde e Segurança no Trabalho

Saúde e segurança no trabalho atuando juntas se complementam e respondem por garantir um ambi-
ente de trabalho melhor, mais seguro e mais saudável. O resultado é mais qualidade de vida para o
trabalhador e melhor desempenho de suas atribuições. Também resultam menor absenteísmo e, con-
sequentemente, maior produção.

De modo geral, esses dois segmentos estão reunidos no Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho, dentro da empresa, e genericamente conhecido por sua sigla
SESMT.

São os profissionais do SESMT que avaliam, por exemplo, se determinada atividade de um trabalhador
da empresa se enquadra nas previsões normativas para a percepção do adicional de insalubridade ou
de periculosidade.

Por sua vez, profissionais de segurança e saúde no trabalho se congregam com os trabalhadores,
juntamente com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (a famosa CIPA), quando da realiza-
ção da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, todos os anos.

Normas Regulamentadoras - Segurança e Saúde do Trabalho

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância


obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indi-
reta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho


acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações com
a segurança do trabalho.

As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante (clique no link para acessar a respectiva
norma):

NR 01 - Disposições Gerais

NR 02 - Inspeção Prévia

NR 03 - Embargo ou Interdição

NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI

NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional

NR 08 - Edificações

NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 - Máquinas e Equipamentos

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

NR 14 - Fornos

NR 15 - Atividades e Operações Insalubres

NR 16 - Atividades e Operações Perigosas

NR 17 - Ergonomia

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR 19 - Explosivos

NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto

NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR 23 - Proteção Contra Incêndios

NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 25 - Resíduos Industriais

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

NR 26 - Sinalização de Segurança

NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela Portaria


GM n.º 262/2008)

NR 28 - Fiscalização e Penalidades

NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicul-


tura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval

NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria
MTE 191/2008)

NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria
MTE 191/2008)

NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual - EPI(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

Segurança e Saúde no Trabalho:


Uma Questão Mal Compreendida

Acompanhando, há quase 30 anos, a trajetória dos programas de Segurança do Trabalho concebidos


e implementados no Brasil, observou-se a falta de consistência e desenvoltura encontradas nos demais
segmentos das gestões empresariais, sobretudo, no que se refere à organização da produção.

Essa impressão é fruto de vivências técnico-pedagógicas estabelecidas não só com operários em


quase todos os ramos de atividades econômicas, mas também com profissionais dos serviços Especi-
alizados de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, e que passam pelas médias gerências até
os mais elevados escalões de empresas, em diversas regiões do País.

Na Fundacentro, teve-se a oportunidade de acompanhar e, na maioria das vezes, de participar, direta


ou indiretamente, de grande parte das tentativas de concepção e desenvolvimento de um sistema de
gestão de segurança que garantisse o trato da questão da saúde/segurança do trabalhador nas em-
presas, com a importância que o tema merece.

Desde a experiência frustrante com o Mapa de Riscos – que não produziu os resultados esperados –,
resolveu-se reunir informações, entrevistar pessoas, estudar programas de segurança e saúde do tra-
balhador de empresas, realizando coleta sistemática de informações que se levasse a entender melhor
as razões do insucesso das diversas iniciativas de criação de um sistema eficaz de gestão de segu-
rança do trabalho, já que as existentes nunca se apresentaram como ideais. A consistência desses
dados permitiu aventar algumas idéias, opiniões e conclusões, exportar a seguir.

Tentar-se-á elucidar que dificuldades interferem no sucesso dessas iniciativas, impedindo-as de romper
as barreiras que as situam em segundo plano nas organizações.

O ponto de partida para essa empreitada é a definição de alguns elementos que compõem os progra-
mas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – SST, nas empresas brasileiras, que constituirão
o objeto dessa observação. Em função da importância, em especial para a implementação dos referidos
programas, irá se tratar de três elementos que, no entender, são decisivos para o sucesso ou insucesso

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

desses programas. Daí a necessidade de compreendê-los melhor. Trata-se, entre outros, dos três ele-
mentos básicos de qualquer programa de gestão – no caso específico, da segurança e saúde no tra-
balho –, que formam os pilares nos quais se sustentam as ações dos programas, quais sejam:

- aspectos culturais ou a forma como as partes interessadas – trabalhadores, empregadores, profissi-


onais do ramo e governo – vislumbram e abordam a questão;

- conteúdos técnicos ou ferramentas utilizadas na identificação e controle dos riscos do trabalho;

- aspectos ligados aos resultados.

Em função do que se pretende debater no presente artigo, abordar-se-á os aspectos culturais.

Aspectos Culturais:
Vieses e Acertos

O que se segue objetiva levantar e analisar algumas questões, consideradas críticas, sobre o jeito de
SER e de AGIR da maioria das empresas brasileiras quando o assunto é segurança e saúde no traba-
lho. O texto procura ainda indagar: onde se está e para aonde provavelmente se irá?

Dos diversos elementos que compõem um programa de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho –
SST, os três aqui apontados – cultura, ferramentas e objetivos –, se avaliados conforme a importância,
sem dúvida, os aspectos culturais representam, de longe, o que há de mais significativo, facilitando,
inibindo ou inviabilizando seu sucesso.

Por mais elaborado que seja um programa de SST e por melhores que sejam as ferramentas por ele
disponibilizadas para o diagnóstico e a solução dos riscos do trabalho, se não houver disposição e
participação compromissada de todos os envolvidos em suas ações, especialmente do corpo gerencial
da empresa, os resultados por ele produzidos serão limitados, tanto do ponto de vista quantitativo,
quanto qualitativo.

Pior do que os parcos resultados na correção dos riscos do trabalho é o baixo desempenho na manu-
tenção das medidas corretivas porventura implementadas.

No entanto, em função dos traços da cultura de SST ainda predominante na maioria das empresas
brasileiras, mesmo nas de grande porte, a questão da segurança e saúde no trabalho não é tratada
como deveria ser, tanto por parte da empresa – na pessoa de seus prepostos – , como por parte dos
trabalhadores.

Esse mesmo ponto de vista pode ser observado pelas falas de trabalhadores e de prepostos dos em-
pregadores, colhidas nas empresas por meio de questionários aplicados com essa finalidade. Os prin-
cipais problemas ainda existentes na maioria das empresas, que dificultam e, em certas circunstâncias,
até mesmo inviabilizam a implementação dos programas de SST, segundo o que se pode levantar,
são:

Envolvimento da Alta Direção da Empresa

Não é praxe, no Brasil, o envolvimento direto da alta direção das empresas com as questões da segu-
rança e saúde no trabalho, salvo quando da ocorrência de acidentes graves, que, além de danos ma-
teriais, provocam ranhuras na imagem de suas empresas, atingindo-os de forma direta.

De maneira não muito diferente, seus prepostos, gerentes de todos os escalões, por não se conside-
rarem ou não terem sido considerados pelo empregador como responsáveis diretos pela promoção da
segurança e saúde no trabalho, esquivam-se, de todas as formas possíveis, de assumir o papel de
gestores e responsáveis pelos programas de SST – diga-se de passagem, caros – propostos, às vezes,
pelo próprio empregador.

É certo que essa postura vem declinando, sobretudo nas grandes empresas, nos últimos anos, mas
não a ponto de já ter amadurecido uma nova experiência em que as questões da segurança e saúde
no trabalho sejam consideradas como parte integrante do sistema produtivo, recebendo dos dirigentes
das empresas o mesmo valor conferido aos itens de produção, por exemplo, e administradas por quem
dispõe de poderes para intervir nos processos produtivos – o corpo gerencial da empresa.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Programas de SST Orientados para O Atendimento à Legislação

Os programas de segurança e saúde no trabalho, em função da cultura dominante na maioria das


empresas, são concebidos e orientados normalmente para o atendimento à legislação que dispõe sobre
a matéria.

Programas fundamentados nesse princípio são, em geral, pobres e de baixo desempenho, por várias
razões, mas, principalmente, porque privilegiam as situações de risco que se apresentam em franco
desacordo com a Lei e que podem transformar-se em objeto de fiscalização pelo Ministério do Trabalho
e Emprego ou gerar algum tipo de passivo, de natureza trabalhista ou reparatória, em detrimento de
outras que podem ser muito mais nocivas à saúde do trabalhador, mas não facilmente perceptíveis.

Outro aspecto negativo dos denominados programas "legalistas", que combinados com a abordagem
reducionista ou "minimizadora" dos riscos do trabalho reforçam seu lado negativo, é o fato de que não
há cobertura total de fiscalização pelo Ministério do Trabalho e Emprego em razão do reduzido número
de auditores fiscais para cobrir o universo de empresas onde existem trabalhadores expostos, cotidia-
namente, aos riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho.

Sem contar, o que é pior, a postura assumida por muitos gerentes de empresas, que acreditam ser o
cumprimento das notificações do Ministério do Trabalho e Emprego a forma de restabelecer a confor-
midade legal da empresa em relação aos instrumentos legais regulamentadores da segurança e saúde
do trabalhador, postura que restringe ainda mais as ações de segurança do trabalho na empresa. Essa
estreiteza de visão, além de comprometer a segurança dos trabalhadores, é extremamente nociva a
todos os envolvidos com os processos de trabalho na empresa por ser absolutamente equivocada.

Para ser isso verdade, seria necessário ao auditor fiscal avaliar, na empresa fiscalizada, todos os itens
de SST em desacordo com as normas legais vigentes e transfomá-los em notificações. A inviabilidade
desse princípio não esbarra apenas em questões de natureza técnica, mas, principalmente, na missão
da fiscalização.

O "Ato Inseguro" Como Causa Preponderante dos Acidentes do Trabalho

Ainda em relação aos traços da cultura de SST predominante na maioria das empresas brasileiras,
outro aspecto relevante que contribui negativamente para o baixo desempenho da maioria dos atuais
programas de SST é o estabelecimento do nexo causal dos acidentes, tomando-se como base o com-
portamento dos trabalhadores.

Relacionar o comportamento do trabalhador com a prevenção ou a ocorrência de acidentes no trabalho


– não importando se o impacto for uma intoxicação aguda ou uma fratura óssea ou coisa do mesmo
gênero – não é tarefa difícil nem mesmo para os leigos no assunto, quanto mais para quem milita no
ramo da promoção da segurança e saúde do trabalhador. Tal fato, todavia, não ocorre quando se pre-
tende elucidar os determinantes do comportamento dos indivíduos, o que, em última instância, é o que
interessa a quem lida com a gestão da segurança no trabalho.

É sabido que quantidade apreciável dos acidentes do trabalho ocorridos, no Brasil ou em qualquer
parte do mundo, origina-se no comportamento das vítimas. Quanto a isso, não há nenhuma dúvida; o
que é mal interpretado ou às vezes compreendido erroneamente, de propósito, é por que as pessoas
se expõem, de maneira passiva, sem os devidos cuidados, a uma condição de risco que possa lesá-
las ou matá-las.

Afora os equívocos ou as intenções que os orientam, a alteração do comportamento do trabalhador em


relação ao que se qualifica como o corretamente esperado não deixa de ser um sério agravante na
exposição aos riscos ocupacionais, sobretudo, quando eles não são tão conhecidos, qualificados e
avaliados corretamente. E, pior, controlados de modo inadequado ou nem mesmo controlados.

A incidência de acidentes relacionados ao cometimento de erros no trabalho não é pequena no universo


dos acidentes registrados e estudados. Milhares de trabalhadores morrem ou mutilam-se todos os anos
no Brasil e em outras partes do mundo, em decorrência de acidentes do trabalho cujas causas vão
desde a precariedade das condições físicas do ambiente onde o trabalho se realiza, às diversas formas
de distorções em sua forma de organização até os comportamentos inadequados dos trabalhadores,
traduzidos em erros comprometedores na execução de suas tarefas. A inclusão do comportamento dos

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

trabalhadores no conjunto dos fatores causais de acidentes do trabalho, quando cabível, de forma al-
guma significa debitar aos trabalhadores acidentados a culpa pelos acidentes e, consequentemente,
pelos danos deles decorrentes, incluindo invalidez e morte.

Na arte de prevenir acidentes, o comportamento do trabalhador, como foi expresso na ação do aci-
dente, ainda que tenha sido a causa preponderante, é de importância secundária, às vezes até irrele-
vante. O que deve ser levado em conta – e, por todos os meios possíveis, valorizados e cuidadosa-
mente estudados – são os determinantes do comportamento, ou seja, o que o motivou: o que havia de
errado no ambiente, nas relações de trabalho e ainda na vida do trabalhador que interferiam, direta ou
indiretamente, no relacionamento dele com o todo de seu trabalho, definindo posturas traduzidas em
atitudes corretas ou equivocadas.

A figura do "Ato Inseguro" – que tanto serviu e continua, em alguns ambientes, servindo para respon-
sabilizar e até mesmo para culpar trabalhadores pelos acidentes sofridos – não serviu para outra coisa
senão para ocultar e/ou mascarar, em algumas empresas, sinais de agravos à saúde do trabalhador e,
da mesma forma, distorções na organização do trabalho do que propriamente às finalidades para as
quais se propunha, que era estabelecer nexo entre os acidentes ocorridos e suas reais causas. O
questionamento em relação à figura do "Ato Inseguro" não se refere ao comportamento do trabalhador,
expresso no cometimento de erros no trabalho, mas à parcialidade com que foi utilizado na definição
causal dos acidentes.

O erro na execução do trabalho, embora indesejável, é passível de ocorrer, e todos, indistintamente,


nele podem incorrer. Não é, por conseguinte, o erro, como erro, que interessa a quem lida, com espírito
construtivo, com a prevenção de acidentes, mas as causas do erro, não importando sua clarividência
– se visíveis ou ocultas, se imediatas ou remotas.

A abordagem da segurança do trabalho valendo-se do raciocínio de que o trabalhador erra ao executar


suas tarefas porque é displicente, indisciplinado, negligente, imperito ou simplesmente imprudente –
princípios nos quais se fundamentam as teses do "Ato Inseguro" – é tão nociva à gestão da segurança
no trabalho quanto o é a crença de que o trabalhador, por sua conta e risco, nunca erra. E, quando
erra, é porque foi induzido ao erro por motivos totalmente alheios não apenas a sua condição de traba-
lhador, mas também de humano.

Ambas as linhas de raciocínio falham e em nada contribuem para a segurança no trabalho porque, de
um lado, constrói-se a idéia de um trabalhador anárquico, irresponsável e indisciplinado em relação ao
cumprimento de normas de trabalho – normas, na maioria das vezes, elaboradas por quem não está
diretamente envolvido com os processos de trabalho e, por desconhecimento, não define o que deve
ser rígido ou flexibilizado nas normas. Daí a explicação da "desobediência", parcial ou total, do traba-
lhador a seu cumprimento.

De outro lado, retrata-se um trabalhador, em todos os sentidos, duplamente vitimado. Vitimado em


relação aos impactos do acidente ou da doença, o que é absolutamente verdadeiro, e vitimado em
relação a suas causas, nas quais, ele, na condição de cidadão e de sujeito, com sua cultura e seu jeito
de ser em todas as relações de trabalho, parece não existir.

E, se existe, é desprovido de autodeterminação quanto a seus atos, ainda que na defesa da saúde e
da vida. Não há dúvida que qualquer julgamento, premeditado ou não, acerca da causalidade aciden-
tária, que tome como base os extremos dos dois pontos de vista aqui mencionados, é suscetível de
falhas, uma vez que desvia o ponto de atenção e de análise das condições ambientais nas quais o
trabalho realiza-se e dos elementos fundamentais de sua organização.

Comportamento do Trabalhador e Sua Relação com A Organização do Trabalho

É certo que o trabalhador age, de um lado, orientado pelos ditames da empresa; de outro, em função
das condições de trabalho, mas também, e principalmente, pela consciência da realidade na qual ele
está inserido.

Daí não ser correto supor que o comportamento do trabalhador, decorrente ou não das circunstâncias
já mencionadas, não contribui para a ocorrência dos acidentes no trabalho – isso entendendo que o
que se pretende com a investigação não é culpar o trabalhador pelo acidente, mas, pura e simples-
mente, estabelecer nexo entre o acidente e seus determinantes causais.

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DO TRABALHO

Um modelo de gestão de segurança do trabalho que permite relacionar a ocorrência de acidentes do


trabalho ao comportamento do trabalhador, definindo-o como displicente, imperito, negligente e/ou im-
prudente, na definição causal dos acidentes, sem considerar as condições físicas do ambiente laboral
e, principalmente, seus elementos determinantes na organização formal ou informal, certamente, estará
tratando a questão da SST de forma superficial, parcial e, o que é pior, às vezes, inconsequente.

Embora, por essa via, a análise pode privilegiar o comportamento da vítima, desvinculado dos fatores
que o tenham determinado, em detrimento da investigação científica que procura, isenta de parciali-
dade, desvendar e correlacionar os determinantes causais dos acidentes.

A definição da causa dos acidentes do trabalho pela via do "Ato Inseguro" não peca apenas por privi-
legiar o comportamento do trabalhador como causa preponderante dos acidentes do trabalho, em de-
trimento da qualidade dos ambientes e de sua organização, mas, sobretudo, por supor que os erros
cometidos pelo trabalhador na execução de suas tarefas derivam-se, pura e simplesmente, de suas
próprias limitações, não guardando, por isso, qualquer relação com a forma de ser e de agir da em-
presa.

Essa estreiteza de imaginação ou imaginação intencional, combinada com o extremo de supor que o
comportamento do trabalhador, não importando as razões que o determinem, não deve ser abordado
como causa de acidente – porque ele, em todos os sentidos, deve ser visto e tratado como vítima –
não apenas empobrece qualquer iniciativa na área de gestão de SST, mas concorre para reforçar as
teses que sustentam não ser a segurança do trabalho problema de gestão da produção, mas problema
relacionado à qualidade da mão-de-obra da empresa.

Daí a preocupação em se reforçarem as práticas de treinamento em prevenção de acidentes, desvin-


culadas dos processos produtivos, acreditando que a capacitação do trabalhador para fazer segurança
seja a solução mais produtiva na prevenção de acidentes, o que nem sempre ocorre. O treinamento
em prevenção de acidentes produz excelentes resultados, não há dúvidas, quando associado à melho-
ria contínua dos ambientes e da organização do trabalho.

Outro aspecto negativo na abordagem do acidente do trabalho com base no comportamento do traba-
lhador, na visão do "Ato Inseguro", reside no equívoco de se supor que o trabalhador comete erros no
trabalho simplesmente porque, em determinado momento, decide, por conta própria, como se compor-
tar no trabalho, improvisando condições alternativas para a realização das tarefas, ignorando procedi-
mentos normativos previamente definidos para o mesmo – procedimento ou prática padrão.

Afirmar que o trabalhador decide por conta própria como se comportar em relação às normas que
orientam o trabalho, sem considerar as variáveis que o envolve, revela não apenas uma inversão de
papéis, mas, sobretudo, uma demonstração clara da forma como o trabalho é organizado naquele am-
biente, bem como as incongruências de seus sistemas de controle.

A organização da produção e o que dela decorre: fazer o quê, por quê, como, onde e especialmente
por quem, sempre foi tarefa indelegável da empresa e não dos trabalhadores. Não se concebe que o
trabalhador, em nenhuma empresa brasileira, em face da cultura do trabalho ainda predominante no
Brasil, disponha de poderes para decidir, individualmente, como deve comportar-se no trabalho, inde-
pendentemente das determinações normativas impostas pela empresa. O que se afigura como mais
provável, nesse particular, são as falhas de controle que a empresa exerce sobre o trabalho em decor-
rência de deficiências em seu sistema de organização, em especial em relação à organização formal
do trabalho.

Inserção dos Trabalhadores nos Programas: Treinamento

Ainda em relação aos aspectos culturais vinculados à segurança e saúde do trabalhador, ao longo dos
anos em que se lidou com essa questão, constatou-se algo, de certa forma, paradoxal, porém verda-
deiro e importante: tão nefastas quanto as doenças e os acidentes do trabalho são as formas escolhidas
por algumas empresas para com eles lidar. O enfrentamento dessa questão, por sua complexidade e
multicausalidade, não passa apenas pelo treinamento específico de trabalhadores para fazer segu-
rança, independentemente das condições físicas onde o trabalho se realiza.

Acredita-se até que treinar trabalhadores para o estrito cumprimento de normas – em ambientes agres-
sivos, desfavoráveis à vida, onde a organização do trabalho em nada favorece o seu exercício correto
– sem lhes oferecer as condições necessárias e abertura para discutir, ponderar e propor medidas de

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

melhorias, tanto no ambiente quanto na organização do trabalho, é exacerbar o estado de angústia que
caracteriza a exposição, consciente, a riscos potencialmente capazes de gerar danos à saúde.

Isso porque, uma coisa é expor-se a uma situação de risco à saúde e/ou à integridade física, sem saber
o que isso significa; outra, bem diferente, é ter consciência do problema e ter que a ele expor-se sem
condições para agir. Nesse caso, o dano não se restringe apenas àquele provocado pelo risco em
questão, mas, também, pelo sofrimento de natureza mental de não poder proteger-se. Oferecer essa
condição ao trabalhador, na expectativa de que ela seja um caminho alternativo para a solução do
problema acidentário, além de não representar solução alguma, aprofunda ainda mais o fosso que
separa os propósitos da empresa em relação ao tema do engajamento voluntarioso e compromissado
dos trabalhadores.

Nada mais danoso a qualquer programa de gestão de SST do que o constrangimento sofrido por tra-
balhador submetido a treinamento específico de segurança promovido pela própria empresa, mas que,
ao tentar praticar as lições aprendidas, é impedido de fazê-lo, ora por decisão de suas chefias imedia-
tas, sem justificativas convincentes para tal, ora por impedimento das próprias condições de trabalho.
No caso da segunda hipótese, o conflito está intimamente relacionado ao fato de o conteúdo do treina-
mento não ter considerado as peculiaridades do ambiente e do trabalho. Em todos os sentidos, a ocor-
rência desse fato pode ser debitada à desvinculação da SST dos processos produtivos e da própria
organização do trabalho. Iguais a isso, ou pior, são determinadas posturas assumidas, de forma con-
tundente, por alguns gerentes ao reivindicarem direitos legalmente instituídos para proteger trabalha-
dores, habitual e permanentemente, expostos a agentes nocivos à saúde, como os adicionais de insa-
lubridade e periculosidade. E, da mesma forma, a aposentadoria especial.

Paradoxos da SST: Adicionais de Insalubridade e Aposentadoria Especial

Quanto à última afirmativa, não nos parece que o gerente não deva reivindicar, por razões éticas, di-
reitos decorrentes da exposição a riscos do trabalho ou a redução do tempo para aposentadoria,
quando cabíveis, mesmo porque a concessão desses "benefícios" depende da aplicação da legislação
pertinente. A questão é que essa postura, principalmente advinda dos gerentes, reforça, ainda mais,
as teses que vinculam a segurança do trabalho à monetarização da saúde dos trabalhadores por meio
de pagamento de adicionais de insalubridade, em detrimento da melhoria das condições de trabalho.

Quanto a essa afirmação, testemunhou-se diversas iniciativas, por parte de algumas empresas, cujo
propósito era a eliminação de determinadas condições insalubres passíveis disso, seguidas da supres-
são do adicional de insalubridade constante da folha de pagamento dos trabalhadores e por eles ter-
minantemente rejeitadas. É imprescindível para quem deseja, de modo imparcial, aprofundar no as-
sunto, questionar os motivos que ainda direcionam uma parcela considerável de trabalhadores a tal
posicionamento.

O que foi possível observar, por meio de pesquisas realizadas em diversas empresas de ramos de
atividades diferentes, é que, nas categorias de trabalhadores em que o salário é por demais reduzido,
os trabalhadores não abrem mão do referido adicional, por ser ele parte considerável de seus ganhos
– como o são, da mesma forma, as horas extras. Já nas categorias em que os salários são mais ele-
vados, o pleito pelo adicional de insalubridade associa-se à idéia de que por meio dele se assegura, na
Previdência Social, a obtenção da aposentadoria especial.

Quanto ao primeiro posicionamento, a despeito da desumanidade que o caracteriza, embora inaceitá-


vel, é perfeitamente compreensível; já o segundo trata-se de desinformação, uma vez que a aposenta-
doria especial, hoje, depende da efetiva comprovação técnica de que a condição de trabalho é prejudi-
cial à saúde do trabalhador, seguida do pagamento de seu respectivo custeio. De qualquer forma,
independentemente das razões alegadas, a monetarização da saúde não deveria, em hipótese alguma,
por razões humanas e morais, ser objeto de negociações que não objetivassem sua supressão. Evi-
dentemente, essa supressão não se restringe à figura jurídica da insalubridade, mas, sobretudo, às
condições de trabalho que a ensejam.

Todavia, a opinião é que, entre se expor a uma condição agressiva à saúde sem nada receber e tendo
como única alternativa a ela se expor, o melhor será fazê-lo; no entanto, por isso recebendo.

Entre os diversos aspectos negativos da cultura brasileira relacionada à segurança do trabalho, a mo-
netarização da saúde – pelo nefasto adicional de insalubridade – e a redução do tempo de serviço para

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

a aposentadoria, sem o devido custeio feito pelas empresas,2 representam o que há de pior. Conven-
cer os trabalhadores de que melhor do que quaisquer ganhos monetários decorrentes da exposição
aos riscos no trabalho são as medidas saneadoras desses riscos é tarefa difícil, por vários motivos,
mas, principalmente pelo fato de os trabalhadores, ao longo do tempo, terem associado, de forma er-
rônea, a concessão da aposentadoria especial à percepção do adicional de insalubridade.

Ordenamento Formal do Trabalho e Os Conflitos de Poder

Outro aspecto importante, fruto dos traços da cultura ainda predominante nas empresas, que interfere,
de maneira negativa, no desempenho da gestão da segurança e saúde do trabalhador, é o dualismo
vivenciado cotidianamente pelos trabalhadores no cumprimento do ordenamento formal do trabalho. O
fosso que ainda separa o discurso formal do trabalho (normas escritas) da diversidade de formas prá-
ticas – nem sempre conforme o que está escrito – de realização das tarefas, por parte dos trabalhado-
res, relaciona-se, possivelmente, a três fatores distintos:

- condições de trabalho nem sempre compatíveis com as exigências contidas nos procedimentos es-
critos;

- deficiência na capacitação técnica dos trabalhadores para a correta execução das tarefas conforme
prescrições normativas;

- duplicidade de orientação sobre como realizar as tarefas.

Dos três fatores enumerados, sem nenhuma dúvida, a duplicidade de orientação é a que mais confunde
os trabalhadores no exercício de seu trabalho. A maioria dos trabalhadores brasileiros aprendeu a tra-
balhar seguindo orientações orais – ordens – de suas chefias imediatas. Poucas eram as ordens escri-
tas passadas aos trabalhadores, o que difere da atualidade, em que praticamente todas as atividades
são normalizadas, seguem prescrições sobretudo contidas nos programas de qualidade. No dia-a-dia
das empresas, o que se verifica, na prática, porém, é uma espécie de rito de passagem das formas
antigas de comando, orientadas por meio da fala imperativa, dos encarregados para uma comunicação
formal, conformada por normas de procedimentos escritos. Com isso, o gerente que exercia um papel
caracteristicamente de mando transforma-se, aos poucos, numa espécie de facilitador.

O problema é que essa experiência é recente demais e tanto os gerentes quanto os trabalhadores
ainda não se adaptaram suficientemente a ela a ponto de fazê-la funcionar sem conflitos, em especial,
nas relações de comando.

Outro fator relevante que não pode ser desprezado na compreensão do fenômeno (teoria e prática),
em razão de sua importância, é a dificuldade de estabelecerem parâmetros entre a realização de uma
atividade prática, por um ou mais trabalhadores, reproduzindo experiências acumuladas ao longo do
tempo, sem orientação formal, e a realização da mesma atividade conforme prescrições formalizadas.

Isso porque, uma coisa é a realização de uma atividade de maneira informal, em que a aprendizagem
dá-se por experimentações, ou seja, por tentativas que envolvem erros e acertos; outra coisa, muito
diferente, é a realização da mesma atividade segundo prescrições formais. Em decorrência disso, ve-
rificam-se ainda, e com razoável frequência, conflitos entre trabalhadores e supervisores no ordena-
mento dos trabalhos. Há momentos em que trabalhadores defrontam-se, sem saber como agir, com
conflitos surgidos entre eles e suas chefias imediatas em relação a que ou a quem obedecer, seguir os
procedimentos escritos determinados pela própria empresa, ou acatar as ordens de suas respectivas
chefias – ordens que, muitas vezes, passam ao largo das determinações formais.

As origens desses conflitos estão nas dificuldades de transformarem, em curto prazo, as experiências
construídas e vivenciadas ao longo de gerações em relações formalizadas, em que prevalece não o
que se verbaliza oralmente, mas o que está escrito.

Postura das Chefias em Relação à SST

Como ilustração das dificuldades de lidar com questões de segurança e saúde dos trabalhadores nas
empresas, com base na visão de seus gestores, aqui são retratadas algumas falas recolhidas por in-
termédio de pesquisas em seis grandes empresas mineiras, dos ramos de metalurgia, siderurgia, mi-
neração e serviços, realizadas nos anos de 1995 e 1996. Ressalte-se que os mesmos itens abordados
na época foram objeto de estudos no ano de 2001 e os resultados obtidos, comparados à primeira

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

pesquisa, não sofreram alterações substanciais, como se imaginava que acontecesse em face da mo-
vimentação, ocorrida no mesmo período, em decorrência da implantação dos programas de qualidade
e meio ambiente apoiados nas séries ISO 9000 e 14000.

Tanto a primeira quanto a segunda pesquisa foram elaboradas com 30 perguntas, seguidas de seis
alternativas de respostas que afirmaram ou negavam o que estava sendo perguntado, e o entrevistado
pôde escolher até três alternativas de respostas, com ordem crescente de afirmação ou de negação.

Resumo da Fala dos Gerentes: O Que Pensam e o Que Fazem

Entre os trinta itens abordados nas duas pesquisas, elegeu-se dez para apoiar os comentários que
serão feitos a seguir.

Foi tomado como referência apenas os itens que obtiveram mais de 60% de respostas afirmativas entre
os 312 gerentes entrevistados. Denominou-se gerentes todos os ocupantes de cargo que tivessem,
direta ou indiretamente, a função de mando e/ou de facilitador do trabalho de outrem, como: gerente
técnico, supervisor, encarregado e líder de equipes.

Os itens são os seguintes:

- Os gerentes que trabalham de forma direta com riscos potencialmente capazes de gerar danos à
saúde dos trabalhadores não dispõem do conhecimento necessário para com eles lidar de modo ade-
quado.

- Os gerentes que convivem com riscos, mesmo sabendo de sua existência, não assumem o compro-
misso de corrigi-los pelo simples fato de ser essa uma tarefa de competência do SESMT.

- Os gerentes que lidam com os riscos podem saber de sua existência, mas não se esforçam para
corrigi-los porque suas chefias superiores não lhes dão apoio para as ações necessárias.

- A situação de risco é mantida porque sua existência não atrapalha; se atrapalha, não impede a reali-
zação do trabalho.

- A exposição, por longo tempo, a determinada condição de risco, sem o controle devido, termina indu-
zindo as pessoas a enxergá-la como normal e aceitável.

- A situação de risco é mantida porque ninguém toma qualquer providência para corrigi-la.

- A situação de risco é mantida porque todas as preocupações e recursos são voltados prioritariamente
para o atendimento às finalidades do negócio.

- A situação de risco é mantida porque as gerências das áreas alegam não dispor de recursos (orça-
mentários e de mão-de-obra) para sua solução.

- A situação de risco é mantida em razão da descrença das pessoas com ela envolvidas, por falta de
respostas às inúmeras solicitações de correção.

- A situação de risco é mantida e, às vezes, agrava-se em função da indefinição do trabalhador em


relação a quê ou a quem obedecer – se aos procedimentos escritos ou às ordens dos supervisores.

Como contribuição ao tema e em contrapartida às impressões colhidas dos gerentes, foram enumera-
das – conforme a seguir – 20 considerações extraídas da fala de 1.372 trabalhadores, de cinco ramos
de atividades econômicas diferentes, por ocasião da última pesquisa. Ressalte-se que todas as afirma-
ções aqui resumidas foram recolhidas do conjunto de respostas que obtiveram mais de 50% de afirma-
ção. As constatações são as que se seguem:

- A segurança no trabalho é mais importante no discurso da direção da empresa do que propriamente


nas áreas onde ela deveria, de fato, ser realizada.

- A Segurança do Trabalho, na prática, só adquire importância nos momentos de crise (quando ocorre
acidente grave que pode comprometer principalmente a imagem da empresa).

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

- O fosso que separa o discurso (SST como valor) da prática (o que efetivamente é feito) constitui o
mais importante obstáculo no desenvolvimento das ações de SST na empresa.

- A forma errada como sempre se trabalhou, acreditando que se trabalhava correto, dificulta e/ou invi-
abiliza, a curto prazo, a prática de procedimentos corretos.

- As tarefas são descritas (Tarefa Padrão – TP ou Procedimento Operacional Padrão – POP) com base
no que é desejável, no que às vezes é necessário. Não são consideradas, porém, pelo menos como
deveria, as dificuldades que os trabalhadores encontram na execução das tarefas conforme prescritas.

- O treinamento para o cumprimento das TPs é, em geral, inadequado, porque não leva – ou pouco
leva – em conta a realidade do ambiente de trabalho e as dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores
para o pronto atendimento aos padrões estabelecidos.

- A empresa expressa por meio das TPs o que ela deseja. Na prática, as condições de trabalho ofere-
cidas ao trabalhador dificultam ou não lhe permitem o cumprimento do que está prescrito na tarefa.

- O trabalhador sabe que o que é mais importante para a empresa não é como o trabalho está sendo
executado – embora o correto fosse o desejável, ou seja, o que está escrito nos procedimentos – mas
o resultado dele advindo (a produção).

- O trabalhador não é cobrado pela forma como desenvolve seu trabalho, mas pelos resultados. Disso
resulta o fato de os supervisores não verem ou fingirem que não vêem o cometimento de "erros" na
execução da tarefa.

- Supervisão ambígua. O supervisor é cônscio do trabalho a ser desenvolvido (consta nos procedimen-
tos). Sabe operacionalizar conforme prescrito; no entanto, faculta-lhe fazer com base nas experiências
consolidadas ao longo do tempo, porque compreende que o mais importante para a empresa não é
como fazer, mas fazer (a produção é prioridade).

- Ambiguidade entre o que se determina e o que é executável. O trabalhador encontra dificuldade


enorme em definir ao que ou a quem obedecer – se a prescrição das tarefas ou a fala do supervisor.

- O trabalhador, às vezes, prefere, de forma silenciosa, correr o risco oferecido pela atividade a correr
o risco de ser mal-entendido, taxado de medroso e frouxo pelos colegas ou mesmo pela chefia em caso
de reclamação ou de recusa ao trabalho.

- É consenso entre trabalhadores e supervisores que, se o risco de determinada tarefa é considerado


leve ou moderado, é preferível a ele expor-se para agilizar a execução da tarefa do que executar con-
forme o prescrito, gastando-se mais tempo em sua execução.

- O trabalhador, embora sabendo (consta nos procedimentos) que pode recusar-se a executar tarefa
perigosa sem a prevenção devida, prefere executá-la em desobediência à norma pelo fato de desco-
nhecer qual seria a reação da empresa (sua chefia) em face de sua recusa.

- A avaliação inadequada do risco (minimizar ou exagerar) dificulta a tomada de decisões corretas em


relação a seu controle, especialmente por parte das chefias.

- Por não ser a segurança parte integrante das atividades produtivas, quem cria ou mantém a situação
de risco (chefias das áreas operacionais) não se sente responsável por sua correção.

- Por ser a produção prioritária, seus responsáveis sempre alegam não dispor de recursos para a cor-
reção de situações de risco, ainda que o recurso seja apenas o comprometimento.

- A segurança do trabalho é exigida pelas chefias, desde que não interfira nos cronogramas de produ-
ção.

- Grande parte das situações de riscos poderia ser resolvida se houvesse interesse e comprometimento
da chefias em resolvê-las.

- Uma dificuldade importante do trabalhador no enfrentamento dos riscos do trabalho reside nas fre-
quentes alterações de funções para atendimento às demandas de trabalho, por causa do reduzido
número de trabalhadores.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

A definição de fatores culturais como obstáculos ao avanço das questões da saúde e segurança no
trabalho nas empresas constitui problema não apenas nos países onde as relações entre capital e
trabalho ainda se encontram em estágios atrasados. Mesmo nas economias altamente desenvolvidas,
o problema existe e manifesta-se, em alguns pontos, tal como ocorre no Brasil e em outros países em
vias de desenvolvimento.

Como exemplo, vale apresentar uma relação de 15 itens, elaborada por Hale e Glendon (1997), com a
qual o leitor poderá fazer uma comparação e elaborar suas conclusões:

- limitação de recursos para remoção do perigo;

- ultrapassagem dos limites das tarefas ou atribuições dos profissionais;

- aceitação dos perigos como inevitáveis;

- influência do clima social;

- tradição na indústria;

- falta de competência técnica para remoção do perigo;

- incompatibilidade de demandas (produção, custos, qualidade versus segurança);

- dependência do trabalhador;

- falta de autoridade para fazer alguma coisa;

- situações contingentes;

- gestão ou gerenciamento de fatores do sistema de segurança;

- sobrecarga de tarefa;

- práticas, políticas e regras das empresas;

- falta de informação (quebra de comunicação);

- inexistência de obrigação legal.

Comparando os itens aqui apresentados e os dos pesquisadores holandeses, Hale e Glendon, verifi-
cou-se que há enorme semelhança entre eles. A justificativa da escassez de recursos para solucionar
problemas pertinentes à segurança do trabalho não relaciona-se propriamente à sua falta, mas à im-
portância que se dá ao emprego.

Hale e Glendon (1997) verificaram que tal alegação para corrigir situações de risco no trabalho não
procedia apenas das médias e pequenas empresas holandesas, mas também das grandes, com inclu-
são das estatais. E mais, que o fenômeno não se verificava apenas na Holanda, mas em todos os
países da União Européia por eles visitados.

Outro item da listagem holandesa que despertou atenção foi o que se refere à falta de autoridade para
decidir sobre a intervenção no ambiente de trabalho, isto é, na correção dos riscos. Contudo, a pesquisa
de Hale e Glendon (1997) não define de quem é a falta de poder para intervir nas condições de trabalho,
se dos trabalhadores ou dos gerentes das áreas de riscos.

Outro fator importante não elucidado pelos autores é o que se refere aos aspectos de gerenciamento
da segurança do trabalho. Como esse gerenciamento é conduzido, se separado dos processos produ-
tivos, como é o caso brasileiro, ou se integrado a todo o complexo produtivo e de responsabilidade das
chefias das áreas.

De acordo com o que foi visto até aqui, pode-se afirmar, sem receio de cometer injustiças, que o juízo
que os trabalhadores fazem dos aspectos de sua segurança e saúde no trabalho relaciona-se, intima-
mente, aos conteúdos e à maturidade dos programas de segurança e saúde desenvolvidos nas em-
presas nas quais trabalham.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Nas empresas em que os programas de SST são concebidos e implementados para o estrito cumpri-
mento das exigências legais sobre a matéria, a representatividade dos trabalhadores em relação a eles
certamente se limitará ao que lhes é exigido por parte da empresa.

É pouco provável que os trabalhadores de uma empresa que não vislumbra a segurança do trabalho
como valor agregado a seu negócio, que não apresentam seus programas de SST alinhados ao sistema
produtivo – promovendo a melhoria contínua das condições e procedimentos de trabalho e investindo
pesadamente na educação dos trabalhadores e de seu corpo gerencial para o correto exercício do
trabalho – possam enxergar a segurança do trabalho como valor que se equipara a outros itens relaci-
onados diretamente ao negócio, como produção, por exemplo.

As experiências demonstram que a participação dos trabalhadores nos programas de SST vincula-se
intimamente à cultura da empresa relacionada com o tema e sobretudo ao conjunto de ações que ela
desenvolve, em especial na área de educação, para incorporá-los aos seus programas. Nas empresas
em que os programas de segurança desvinculam-se das atividades produtivas, organizados e imple-
mentados pelas equipes de segurança (o SESMT), é comum trabalhadores associarem as ações de
segurança do trabalho com o vivenciado no cotidiano – como, por exemplo, uso de equipamentos de
proteção individual (EPI) e realização de exames médicos, principalmente os periódicos.

Fora isso, restam as atividades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, que também
são de seu conhecimento. Num ambiente dessa natureza, dificilmente os trabalhadores associam as
ações de segurança à promoção da qualidade de vida ou algo que possa melhorar o seu relaciona-
mento com o próprio trabalho, diferentemente das empresas em que os programas de segurança do
trabalho são abordados como parte integrante dos processos produtivos, e as ações de segurança são
concebidas e implementadas como parte integrante do próprio negócio da empresa.

A importância da adoção de programas dessa natureza, entre outras vantagens, está no ganho de não
ser preciso desenvolver ações em duplicidade para abordar o mesmo conteúdo, que são os aspectos
produtivos. Isso sem contar com uma vantagem maior: a possibilidade de convencer os trabalhadores
de que para fazer segurança não é necessário desenvolver ações específicas para tal, basta incluir
essa preocupação nos procedimentos de trabalho e transformá-la em ações concretas que possam ser
avaliadas e medidas.

A Legislação de Saúde do Trabalhador Aplicável e Vigente no Brasil

Hodiernamente, em nosso ordenamento jurídico, a segurança, higiene e medicina do trabalho, foi al-
çada a matéria de direito constitucional, sendo direito social indisponível dos trabalhadores, ou melhor,
direito público subjetivo dos trabalhadores, exercerem suas funções em ambiente de trabalho seguro e
sadio, cabendo ao empregador tomar as medidas necessárias no sentido de reduzir os riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII do art. 7º).

O direito à saúde, ao trabalho, à segurança e à previdência social está previsto no art. 6º da Constituição
da República. Os arts. 196 a 200 da Carta Constitucional dispõem que a Saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantir e promover a efetividade desse direito, mediante políticas, ações e serviços
públicos de saúde, organizados em um sistema único, que podem ser complementados por outros
serviços de assistência à saúde prestados por instituições privadas. Tais ações e serviços são de rele-
vância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fisca-
lização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.

Nos termos dos incisos II e VIII do art. 200 da CF/88, compete ao sistema único de saúde, entre outras
coisas, executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalha-
dor; e colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. O art. 225 da Magna
Carta assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de
vida. O meio ambiente de trabalho também encontra proteção jurídica nesse dispositivo constitucional,
especificamente no inciso V do §1º, que dispõe, in verbis:

"§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

(...)

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que com-


portem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;"

(nota: regulamentado pela Lei n° 8.974, de 05.01.95)

A interpretação sistemática do disposto nos arts. 6º, 7º, XXII, 196 a 200 e art. 225, §1º, V da Constituição
da República não deixa dúvidas de que a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho foram
também alçados a direito social de natureza constitucional e cujo cumprimento é imposto por lei ao
empregador, conforme se verifica das prescrições dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela
Lei 6.514/77) e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88 , que tratam das normas regulamentares relativas à
segurança e medicina do trabalho urbano e rural, respectivamente, sendo certo que a efetividade do
direito requer a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir e fiscalizar o cumprimento da lei.

Ninguém discute que as normas regulamentadoras de medicina e segurança no trabalho, estabelecidas


em lei ou em Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego são plenamente aplicáveis aos trabalha-
dores e às empresas, sujeitos à relação de emprego regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho,
instituída pelo Decreto-lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943.

Neste estudo, tentarei demonstrar que nosso ordenamento jurídico autoriza a exegese de que tais nor-
mas também possam ser aplicáveis e exigíveis a outras relações de trabalho, tais como trabalhadores
avulsos, trabalhadores rurais não sujeitos à relação de emprego (parceiros rurais), sociedades coope-
rativas e servidores públicos civis.

Alcance das Normas de Medicina e Segurança do Trabalho

Primeiramente, importa ressaltar que o direito social previsto no inciso XXII do art. 7° da Magna Carta,
a saber, o direito dos trabalhadores urbanos e rurais à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança, constitui-se em um dos direitos e garantias fundamen-
tais do indivíduo, eis que o capítulo II - dos direitos sociais - está contido no Título II - Dos Direitos e
Garantias Fundamentais - da Constituição da República Federativa do Brasil.

E, nos expressos termos do §1° do art. 5° da CF, "as normas definidoras dos direitos e garantias fun-
damentais têm aplicação imediata".

O e. jurista José Afonso da Silva leciona que "por regra, as normas que consubstanciam os direitos
fundamentais democráticos e individuais são de eficácia contida e aplicabilidade imediata, enquanto as
que definem os direitos sociais tendem a sê-lo também na Constituição vigente, mas algumas, especi-
almente as que mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta.

"Então, [prossegue o jurista], em face dessas normas, que valor tem o disposto no §1° do art. 5°, que
declara todas de aplicação imediata? Em primeiro lugar, significa que elas são aplicáveis até onde
possam, até onde as instituições ofereçam condições para seu atendimento. Em segundo lugar, signi-
fica que o Poder Judiciário, sendo invocado a propósito de uma situação concreta nelas garantida, não
pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o direito reclamado, segundo as instituições exis-
tentes".

Em outra passagem da mesma obra, afirma o e. jurista, citando doutrina de Gomes Canotilho: "Por
conseguinte, todas as normas que reconhecem direitos sociais, ainda quando sejam programáticas,
vinculam os órgãos estatais, de tal sorte que "o Poder Legislativo não pode emanar leis contra estes
direitos e, por outro lado, está vinculado à adoção das medidas necessárias à sua concretização; ao
Poder Judiciário está vedado, seja através de elementos processuais, seja nas próprias decisões judi-
ciais, prejudicar a consistência de tais direitos; ao poder executivo impõe-se, tal como ao legislativo,
atuar de forma a proteger e impulsionar a realização concreta dos mesmos direitos"([2]).

No que diz respeito à integração das normas constitucionais que encerram direitos e garantias funda-
mentais, deve-se dar especial atenção ao disposto no §2° do art. 5° da Magna Carta, in verbis:

§2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte."

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Do texto acima, extrai-se que o constituinte expressamente estabeleceu que outros direitos e garantias
estabelecidos em tratados internacionais firmados pelo Brasil também têm aplicação imediata, tão logo
incorporado ao nosso ordenamento jurídico interno.

As normas internacionais de trabalho são de dois tipos: convenções e recomendações; são criadas no
seio da Organização Internacional do Trabalho, através de seu parlamento, a Conferência Internacional
do Trabalho, constituído por 4 delegados para cada Estado Membro, sendo 1 representante dos traba-
lhadores, 2 do governo e 1 dos empregadores.

As convenções distinguem-se das recomendações, porque as convenções, uma vez ratificadas, cons-
tituem fonte formal de direito, gerando direito subjetivos individuais, principalmente nos países onde
vigora a teoria do monismo jurídico e desde que não se trate de diploma meramente promocional ou
programático. Já as recomendações e as convenções não ratificadas constituem fonte material de di-
reito, porquanto servem de inspiração e modelo para a atividade legislativa nacional, os atos adminis-
trativos de natureza regulamentar, os instrumentos de negociação coletiva, de laudo de arbitragem ou
de decisões normativas dos tribunais do trabalho, dotados do poder normativo, quando apreciam con-
flitos coletivos de interesse.

A convenção, após ter sido aprovada pelo Congresso Nacional (art. 49, I, da CF), mediante Decreto
Legislativo, está em condições de ser ratificada por ato soberano do Chefe de Estado. Uma vez ratifi-
cada a convenção, incorpora-se ao nosso ordenamento jurídico interno e entra em vigor um ano após
a data da ratificação. A convenção internacional equipara-se hierarquicamente à lei federal, conforme
se depreende do art. 105, III, a) da CF.

A Constituição brasileira de 1988 adotou a teoria do monismo jurídico, em virtude da qual o tratado
ratificado complementa, altera ou revoga o direito interno, desde que se trate de norma de aplicação
imediata, ou seja, que a matéria nela versada trate de direitos e garantias fundamentais (§1° do art. 5°
da CF).

Ora, a saúde, o trabalho e a segurança são direitos sociais insertos no art. 6° da Lei Maior. O inciso
XXII do art. 7° estatui que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Segundo a classificação de José
Afonso da Silva, tal dispositivo constitucional se enquadraria dentre as normas de eficácia limitada e
aplicabilidade indireta, na medida em que depende de uma norma integradora.

Tais normas, quando do advento da Constituição, já existiam e estão inseridas nos arts. 154 e s. da
Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei 6.514/77. Há ainda regulamentando
essas normas legais as Portarias n°3.214/78 e 3.067/88, emitidas com fulcro no art. 155, I, da CLT, que
aprovaram as Normas Regulamentadoras das ações e serviços em matéria de saúde, higiene e segu-
rança no trabalho urbano e rural - são as NRs e NRRs.

Portanto, o direito fundamental e social à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança, previsto no inciso XXII do art. 7° da Magna Carta, já está devidamente
integrado e regulamentado nas normas supracitadas, e, assim, em plena condição de aplicabilidade
imediata.

A plena aplicabilidade dessas normas aos trabalhadores regidos pela relação jurídica de emprego es-
tabelecida na CLT é questão pacífica na doutrina. Procurarei, nas linhas seguintes, demonstrar que
nosso direito positivo autoriza a exegese de que tais normas também possam ser aplicáveis e exigíveis
a outras relações jurídicas de trabalho.

Em matéria de meio ambiente de trabalho, o Brasil ratificou as convenções 148, 152, 155 e 161. A
Convenção 148, que trata da Contaminação do Ar, Ruído e Vibrações, foi ratificada em 14.01.82 e
promulgada através do Decreto n° 93.413, de 15.10.86. A convenção 152, que trata da Segurança e
Higiene dos Trabalhos Portuários, foi ratificada em 17.05.90 e promulgada pelo Decreto nº 99.534, de
19.09.90. A Convenção 155, que trata da Segurança e Saúde dos Trabalhadores, foi ratificada em
18.05.92 e promulgada pelo Decreto n° 1.254/94. A Convenção 161, que trata dos Serviços de Saúde
do Trabalho, foi ratificada em 18.05.90 e promulgada através do Decreto n° 127, de 22.05.91.

Conforme já acima afirmado, a convenção, uma vez ratificada, insere-se no ordenamento jurídico pátrio
com força de lei federal. Assim, vem ela complementar, alterar ou revogar o direito interno, conforme
seja o caso.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Assim, passaremos a analisar o conteúdo das convenções 155 e 161, por tratarem de forma geral a
questão da segurança e saúde no trabalho, e porque tais convenções foram ratificadas após a promul-
gação da Vigente Carta Constitucional, para verificar o alcance jurídico de suas normas.

A Convenção 155 dispõe, em seu art. 1°, que ela se aplica a todas as áreas de atividade econômica,
facultando ao Estado Membro, após consulta prévia às organizações sindicais de empregadores e tra-
balhadores interessadas, excluir total ou parcialmente da sua aplicação determinadas áreas de ativi-
dade econômica. O art. 2 diz que ela se aplica a todos os trabalhadores das áreas de atividade econô-
mica abrangidas, facultando, da mesma forma, a exclusão parcial ou total de categorias limitadas de
trabalhadores que apresentariam problemas particulares para sua aplicação. O art. 3 define algumas
expressões utilizadas no texto da norma:

a) a expressão "áreas de atividade econômica" abrange todas as áreas em que existam trabalhadores
empregados, inclusive a administração pública;

b) o termo "trabalhadores" abrange todas as pessoas empregadas, incluindo os funcionários públicos;

c) a expressão "local de trabalho" abrange todos os lugares onde os trabalhadores devem permanecer
ou onde têm que comparecer, e que estejam sob o controle, direto ou indireto do empregador;

d) o termo "regulamentos" abrange todas as disposições às quais a autoridade ou as autoridades com-


petentes tiverem dado força de lei;

e) o termo "saúde", com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de afecções ou de doenças,
mas também os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com
a segurança e a higiene no trabalho.

Outros dispositivos desta convenção estabelecem a obrigatoriedade de adoção de um política nacional


em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e do meio ambiente de trabalho, com o objetivo
de prevenir os acidentes e os danos à saúde decorrentes do exercício do trabalho, reduzindo ao mínimo
possível as causas dos riscos inerentes ao meio-ambiente de trabalho.

Estabelece que as ações que devem ser empreendidas a nível nacional, e.g. a inclusão das questões
de segurança, higiene e meio ambiente de trabalho em todos os níveis de ensino e treinamento, e a
nível de empresa e.g. exigir dos empregadores todas as medidas necessárias para garantir o local de
trabalho higiênico e seguro, bem como a segurança na operação do maquinário e equipamentos que
estiverem sob seu controle, entre outras medidas.

A convenção 161, que trata dos Serviços de Saúde do Trabalho, em seu art. 1, apresenta as seguintes
definições:

a) a expressão "serviços de saúde no trabalho" designa um serviço investido de funções essencial-


mente preventivas e encarregado de aconselhar o empregador, os trabalhadores e seus representantes
na empresa em apreço, sobre:

i) os requisitos necessários para estabelecer e manter um ambiente de trabalho seguro e salubre, de


molde a favorecer uma saúde física e mental ótima em relação ao trabalho;

ii) a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhadores, levando em conta seu estado de sani-
dade física e mental;

b) a expressão "representantes dos trabalhadores na empresa" designa as pessoas reconhecidas como


tal em virtude da legislação ou da prática nacional.

O art. 2. estabelece a obrigatoriedade de o Estado Membro definir, pôr em prática e reexaminar perio-
dicamente uma política nacional coerente com relação aos serviços de saúde no trabalho.

O art. 3. dispõe que "Todo membro se compromete a instituir, progressivamente, serviços de saúde no
trabalho para todos os trabalhadores, entre os quais se contam os do setor público, e os cooperantes
das cooperativas de produção, em todos os ramos da atividade econômica e em todas as empresas;
as disposições adotadas deverão ser adequadas e corresponder aos riscos específicos que prevale-
cem nas empresas.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

O art. 5 da referida convenção elenca as funções que devem ser atribuídas aos serviços de saúde,
dentre as quais, destacamos:

- identificar e avaliar os riscos para a saúde, presentes nos locais de trabalho;

- prestar assessoria no planejamento e na organização do trabalho, inclusive sobre a concepção dos


locais de trabalho, a escolha, a manutenção e o estado das máquinas e equipamentos, bem como
sobre o material utilizado no trabalho;

- prestar assessoria nas áreas da saúde, da segurança e da higiene no trabalho, da ergonomia e,


também, no que concerne aos equipamentos de proteção individual e coletiva;

- acompanhar a saúde dos trabalhadores em relação com o trabalho;

- organizar serviços de primeiros socorros e de emergência; participar da análise de acidentes de tra-


balho e das doenças profissionais.

Destacamos essas funções, porque elas são compatíveis e correlatadas com as funções e atribuições
dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT - NR-
4) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, e com as finalidades do Programa de Prevenção
dos Riscos Ambientais (PPRA - NR-9) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO - NR-7).

O art. 6 estabelece a forma como devem ser instituídos os serviços de saúde no trabalho: pela via da
legislação; por intermédio de convenções coletivas ou de outros acordos entre empregadores e traba-
lhadores interessados; c) por todos os demais meios aprovados pela autoridade competente após con-
sultas junto a organizações representativas de empregadores e trabalhadores interessados.

O art. 9 e s. estabelece as condições de funcionamento.

Em suma, de todo o exposto, podemos concluir com total segurança que nossa legislação interna,
consubstanciada na Lei 6.514/77 e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88, atendem, de modo geral, às
determinações das supra analisadas convenções, ao menos no que diz respeito aos trabalhadores e
empregadores sujeitos ao regime jurídico da CLT.

No que diz respeito aos demais trabalhadores: autônomos, avulsos, servidores públicos civis e traba-
lhadores organizados em cooperativas, as convenções internacionais supra citadas expressamente
determina que esses também sejam contemplados e protegidos. No entanto, a situação desses traba-
lhadores em relação à efetiva proteção da sua saúde e segurança no trabalho ainda se encontra em
área cinzenta do nosso direito.

Nas linhas seguintes tentarei tornar menos obscura a proteção jurídica da saúde desses trabalhadores,
à vista dos preceitos constitucionais, convenções internacionais e legislação nacional vigentes no país.

Servidores Públicos Civis

A vigente Carta Constitucional estendeu aos servidores públicos civis alguns direitos sociais assegura-
dos aos trabalhadores urbanos e rurais.

O §2° do art. 39, em sua redação original, dispunha in verbis:

"§2° Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7°, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, SVIII,
XIX, XX, XXII, XXIII e XXX."

Destaca-se propositadamente os incisos XXII e XXIII por terem pertinência ao tema ora tratado, os
quais prevêem os seguintes direitos:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

Em relação aos servidores públicos civis da União, a matéria é citada no Titulo VI - Da Seguridade
Social do Servidor - da Lei 8.112/90, no seu art. 185, I, h), que dispõe, in verbis:

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

"Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:

I - quanto ao servidor:

(...)

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;"

O capítulo II do citado Titulo VI trata dos diversos benefícios do servidor público civil, nada dispondo
todavia sobre a forma como se efetivará a garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
satisfatórias. O parágrafo único do art. 184 da Lei 8.112/90 estabelece que os benefícios serão conce-
didos nos termos e condições definidos em regulamento.

Não tenho notícia de que esta matéria esteja regulamentada de modo específico para a Administração
Pública Federal.

Conforme acima afirmado, as normas relativas à saúde, higiene e segurança no trabalho estão regula-
mentadas nos arts. 154 e s. da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei
6.514/77, e nas Portarias expedidas por órgãos competentes do Ministério do Trabalho.

Todavia, o art. 7° da CLT dispõe, in verbis:

"Art. 7°. Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for, em cada caso, expres-
samente determinado em contrário, não se aplicam:

(...)

c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos extranumerários
em serviço nas próprias repartições;

d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos ao regime próprio de proteção ao
trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos." (grifei)

Parece-nos que o supra citado dispositivo legal encontra-se parcialmente revogado, ao menos no que
diz respeito à aplicação das normas relativas à Medicina e Segurança do Trabalho constantes da CLT.

Com efeito, a Constituição da República ao adotar a teoria do monismo jurídico em relação à ordem
jurídica internacional e nacional, admitiu a automática inserção na ordem jurídica interna das normas
de tratados internacionais aprovadas pelo Congresso Nacional, com força de lei ordinária (art. 5°, §2°
c/c art. 49, I e art. 105, III a). Assim, a ratificação das Convenções 148, 152, 155 e 161 e a inclusão do
inciso XXII do art. 7° dentre os direitos assegurados aos servidores públicos civis importa na expressa
autorização de aplicabilidade dos preceitos relativos à medicina e segurança do trabalho constantes
das citadas Convenções, da CLT e das Portarias 3.214/78 e 3.067/78 do MTb, aos servidores públicos
civis.

Tal exegese decorre do fato de que às normas constitucionais devem ser atribuídas o máximo de efi-
cácia jurídica possível, pelo que o intérprete e aplicador da lei tem de afastar as dificuldades para
concretizar os dispositivos da Lei Maior. Assim, enquanto não houver lei que complete certos disposi-
tivos simplesmente enunciados pela Constituição, tem-se de aplicar o instituto deferido para outros
sujeitos ou situações, tal com ele já está em vigor, conforme afirma o saudoso jurista e prof. Valentim
Carrion, in Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 23a edição, pp. 44. São Paulo. Saraiva,
1998.

Tal interpretação se impõe de maneira mais acentuada, na medida em que a E.C. nº 19 retirou dos
servidores públicos o direito ao adicional de remuneração para as atividades penosas, insalbures ou
perigosas. Assim, mais se reforça a nossa tese de que a esses servidores devem ser aplicadas as
normas relativas à medicina e segurança no trabalho previstas na CLT.

Outra razão lógica para tal aplicabilidade decorre do fato de que, com a edição da E.C. nº 19, os entes
federados poderão admitir trabalhadores tanto pelo regime estatutário como pelo regime celetista, para
laborarem nos respectivos órgãos da administração pública direta ou indireta. Sendo assim, parece-
nos que não se coaduna com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do valor

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DO TRABALHO

social do trabalho, da igualdade de todos perante a lei, da isonomia de tratamento e do direito de todos
à saúde, a coexistência de trabalhadores, a serviço de um mesmo órgão da administração pública
direta ou indireta, sendo que os celetistas teriam direito à proteção de sua saúde no trabalho, através
das ações e serviços de saúde previstos nas normas regulamentares estabelecidas na CLT e nas Por-
tarias do MTB, e aos estatutários tal direito não fosse assegurado.

Trabalhadores Avulsos

Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a
diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do sindicato da cate-
goria ou do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei 8.630, de 25.02.93. Pelo regulamento dos
benefícios da Previdência Social (art. 6°, VI, do Decreto n° 2.172, de 05.03.97) são considerados tra-
balhadores avulsos: o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e
conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; o trabalhador em alvarenga (embarcação para
carga e descargo de navios); o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive
carvão e minério; o amarrador de embarcação; o ensacador de café, cacau, sal e similares; o carrega-
dor de bagagem em porto; o prático de barra em porto; o guindasteiro; o classificador, o movimentador
e o empacotador de mercadorias em portos; outros assim classificados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.

A Constituição da República, em seu art. 7°, inciso XXXIV, assegura a igualdade de direitos entre o
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Em decorrência dessa iso-
nomia de direitos, os trabalhadores avulsos, além de outros direitos, gozam do direito à redução dos
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII).

Com o advento da Lei 8.630/93, que regulamenta a exploração dos portos organizados e o trabalho
portuário, os sindicatos dos trabalhadores portuários deixaram de ser o administrador do fornecimento
da mão-de-obra destes trabalhadores, função essa que passou à responsabilidade do órgão gestor de
mão-de-obra, que deve ser constituído, em cada porto organizado. Àqueles sindicatos cabem a repre-
sentação e a defesa dos interesses individuais e coletivos da categoria, a fim de entabular negociação
coletiva e firmar acordos ou convenções coletivas, por exemplo.

No que diz respeito à saúde e segurança no trabalho portuário, o art. 3º da Lei 6.514/77, que deu nova
redação a todos os artigos do Capítulo V - Da Medicina e da Segurança no Trabalho, do Título II da
CLT, já dispunha, in verbis:

"Art. 3º - As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às
entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas
categorias profissionais."

Complementando a proteção da saúde dos trabalhadores portuários, giza o art. 9° da Lei 9.719, de
27.11.98, in verbis:

"Art. 9° - Compete ao órgão gestor de mão-de-obra (OGMO), ao operador portuário e ao empregador,


conforme o caso, cumprir e fazer cumprir as normas concernentes a saúde e segurança do trabalho
portuário.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho estabelecerá as normas regulamentadoras de que trata o


caput deste artigo."

A lei 8.630/93 estabeleceu a possibilidade de os operadores portuários contratarem diretamente os


trabalhadores portuários por prazo indeterminado mediante relação de emprego. Neste caso, a respon-
sabilidade pelo cumprimento das normas de saúde e segurança recai diretamente sobre o operador
portuário empregador.

Com relação ao trabalhador portuário avulso, o art. 19 da Lei 8.630/93 giza que compete ao órgão
gestor de mão-de-obra zelar pelas normas de saúde, higiene e segurança.

A supracitada lei estabelece ainda a competência do Ministério do Trabalho e do INSS para observar
o cumprimento das normas e condições gerais de proteção ao trabalho portuário.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

A repartição das competências em relação às medidas de segurança e saúde no trabalho portuário


encontra-se devidamente regulamentada na NR-29, sendo certo que tal norma alcança todos os traba-
lhadores portuários, com ou sem vínculo de emprego, bem como impõe a obrigação de os operadores
portuários, empregadores, tomadores de serviços e o OGMO cumprirem e fazerem cumprir a NR-29
no que tange à prevenção dos riscos de acidentes do trabalho e doenças profissionais nos serviços
portuários.

Sociedades Cooperativas

Nos termos do art. 3° da Lei 5.764/71, as sociedades cooperativas são constituídas por pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade eco-
nômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. As cooperativas são constituídas para prestar ser-
viços aos associados, de forma a proporcionar-lhes melhores condições de trabalho e renda, para pro-
moção de sua ascensão social e econômica.

Os trabalhadores que se unem voluntariamente para trabalharem sob a forma do sistema do coopera-
tivismo são considerados pela legislação previdenciária, como autônomos, posto que, na verdadeira
relação cooperativista, a relação jurídica entre os associados é societária, ou seja, os cooperados são
os donos do empreendimento.

Conforme acima verificado, a Convenção 161, que trata dos serviços de saúde do trabalho, determina
a instituição dos serviços de saúde no trabalho para todos os trabalhadores, entre os quais se contam
os do setor público, e os cooperantes das cooperativas de produção, em todos os ramos da atividade
econômica e em todas as empresas.

Diante deste dispositivo legal e considerando que a finalidade precípua das sociedades cooperativas é
a prestação de serviços aos cooperados, para que estes logrem melhores condições de trabalho, é
cediço que às sociedades cooperativas deve incidir a obrigatoriedade de colocar à disposição dos seus
cooperados os serviços de saúde, de que trata a Convenção 161, os quais estão regulamentados nas
NRs 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,
NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, NR-7 - Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO e NR-9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais entre outras cor-
relatas e interdependentes.

Caso se trate de cooperativa que exerça atividade de natureza rural, ou seja, agricultura ou pecuária,
aplicam-se a elas as normas regulamentares relativas ao trabalho rural, tais como, NRR-2 - Serviço
Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (SEPATR) e NRR-4 - Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes de Trabalho Rural (CIPATR).

A se pensar que tais serviços de saúde não devem ser assegurados ao trabalhador autônomo organi-
zado em cooperativa, que vantagem teria o trabalhador autônomo ou eventual, em se unir a outros da
mesma classe de profissão, se, ainda assim, estaria totalmente afastado de um dos mais importantes
direitos sociais dos trabalhadores, a saber: o direito à saúde, higiene e segurança no trabalho.

É claro que aquelas normas deverão ser aplicadas e interpretadas, levando em conta que os trabalha-
dores beneficiados e a cooperativa, de certa forma, se confundem, posto que esta age no interesse
exclusivo daqueles. Portanto, os custos de tais serviços devem ser suportados pelos fundos sociais de
que trata o art. 28 da Lei 5.764/71.

Há ainda as cooperativas formadas por trabalhadores portuários avulsos, registrados na forma da Lei
8.630/93, que podem, nos termos do art. 17 da citada lei, se estabelecerem como operadores portuários
para a exploração de instalações portuárias, dentro ou fora dos limites da área do porto organizado.
Neste caso, a cooperativa, enquanto operadora portuária, deverá observar o disposto no art. 9° da Lei
9.719, de 27.11.98, e as disposições da NR-29 acima referidas.

Por derradeiro, é importante ressaltar que, neste tópico, estamos nos referindo às verdadeiras socie-
dades cooperativas, que operam segundo os princípios do cooperativismo. As fraudoperativas, ou seja,
as cooperativas fraudulentas, que somente se utilizam da nomenclatura cooperativa, com o nítido in-
tuito de fraudar os direitos sociais dos trabalhadores, uma vez que funcionam como verdadeiras em-
presas comerciais, devem ser tratadas como as empresas em geral, posto que os trabalhadores, ditos
"cooperados", são, na realidade, empregados.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Trabalhadores Rurais Sem Vínculo Empregatício

O caput do art. 7° da Magna Carta estabeleceu igual tratamento jurídico entre o trabalhador urbano e
o rural. Todavia, é certo que muitos dos direitos inseridos nos diversos incisos do referido artigo dizem
respeito aos trabalhadores urbanos e rurais com vínculo empregatício. No entanto, não se pode perder
de vista que as normas de proteção da saúde e segurança do trabalhador são de ordem pública, isto
é, de interesse público, geral da sociedade, devendo portanto ser observadas sempre que as condições
de trabalho ofereçam risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, independentemente da na-
tureza jurídica da relação de trabalho.

Partindo dessa premissa maior é que devem ser interpretadas as normas que tratam da proteção à
saúde do trabalhador e dos benefícios previdenciários decorrentes de doenças do trabalho ou acidente
do trabalho.

Assim devem ser interpretados os arts. 1º, 13 e 17 da Lei 5.889/73, que dispõem, in verbis:

"Art. 1º As relações de trabalho rural serão reguladas por esta Lei e, no que com ela não colidirem,
pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943."

"Art. 13. Nos locais de trabalho rural serão observadas as normas de segurança e higiene estabelecidas
em portaria do Ministro do Trabalho."

"Art. 17. As normas da presente Lei são aplicáveis, no que couber, aos trabalhadores rurais não com-
preendidos na definição do art. 2°, que prestem serviços a empregador rural."

O art. 2° mencionado define quem é o empregado rural. Portanto, a lei determina expressamente que
suas disposições são aplicáveis aos trabalhadores rurais sem vínculo de emprego, que estejam a ser-
viço de empregador rural, que, nos termos do art. 3°, é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não,
que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através
de prepostos e com auxílio de empregados.

A lei pretende, ao nosso ver, alcançar, e efetivamente alcança, outros trabalhadores rurais, sem vínculo
de emprego, tais como o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, e o assemelhado, que exerçam
suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar. Ora, a interpretação conjunta
desses três dispositivos legais, não deixa dúvidas de que, em todos os locais de trabalho rural, inde-
pendentemente da natureza jurídica da relação de trabalho rural existente, devem ser observadas as
normas de medicina e segurança estabelecidas em portarias do Ministério do Trabalho, as quais têm
fundamento nos arts. 154 e s. da CLT. Portanto, esses dispositivos legais da CLT e as referidas porta-
rias aplicam-se a todos os locais de trabalho rural.

A responsabilidade pelo cumprimento de tais normas regulamentares rurais (NRRs), ao nosso ver, recai
sobre o empregador rural, se assim se puder qualificar o empreendedor rural, ou sobre o proprietário
(sujeito do contrato) do prédio rústico, objeto do contrato de arrendamento, meação ou parceria rural,
na medida em que, nos termos do art. 21 da Convenção 155 e art. 12 da Convenção 161 da OIT, as
medidas de segurança e higiene e de acompanhamento da saúde do trabalhador não devem implicar
em nenhum ônus financeiro para os trabalhadores.

Ademais, nos termos do inciso VII do art. 11 da Lei 8.213/91, os trabalhadores rurais citados no item
anterior (produtor, parceiro, meeiro e arrendatário) são considerados segurados especiais, os quais
gozam dos direitos e benefícios decorrentes de acidente de trabalho, por força do art. 19 da Lei
8.213/91, sendo a empresa (leia-se empresário) responsável pela adoção e uso das medidas coletivas
e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, ex vi do §1º do antes citado art. 19.

O Problema da Fiscalização

A Constituição estabelece, em seu art. 21, XXIV, que compete à União organizar, manter e executar a
inspeção do trabalho. A fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho é de
incumbência das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, nos termos do art. 626 da CLT.
Vale notar que a Constituição e a Lei fazem menção à inspeção do trabalho e proteção ao trabalho.
Logo, imprópria se mostra a restrição da atuação do Ministério do Trabalho em fiscalizar apenas o
trabalho subordinado (relação de emprego).

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DO TRABALHO

Por outro lado, as ações e serviços públicos de saúde, nos termos do art. 198 da Carta Magna, integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único de saúde, descentralizado, com
direção única em cada esfera de governo. O art. 200 da CF dispõe in verbis:

Art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar


da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

(...)

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho."

A Lei 8.080/89, que regula, em todo o território nacional, o conjunto das ações e serviços públicos de
saúde, que constitui o Sistema Único de Saúde, define no §3° do art. 6° o conjunto de atividades que
envolve a saúde do trabalhador, dentre as quais se encontra a participação na normatização, fiscaliza-
ção e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas
(inciso VI).

Por sua vez, o art. 159 da CLT prevê a possibilidade de delegação a outros órgãos federais, estaduais
ou municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, de atribuições de fiscalização
ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes do Capítulo relativo à
Segurança e Medicina do Trabalho.

O art. 154 da CLT estabelece ainda que a observância, em todos os locais de trabalho, do disposto
neste capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios
em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções co-
letivas de trabalho.

Deve-se ainda atentar para o fato de que o Brasil é signatário da Convenção n° 81, que trata da Inspe-
ção do Trabalho na Indústria e no Comércio, que em seu art. 5°, a) giza:

"Art. 5 - A autoridade competente deverá tomar medidas apropriadas para favorecer:

a) a cooperação efetiva entre os serviços de inspeção, de uma parte, e outros serviços governamentais
e as instituições públicas e privadas que exercem atividades análogas, de outra parte."

O art. 9 da Convenção n° 155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores, dispõe:

"O controle da aplicação das leis e dos regulamentos relativos à segurança, a higiene e o meio-ambi-
ente de trabalho deverá estar assegurado por um sistema de inspeção das leis ou dos regulamentos."

E o art. 16 da Convenção 161- Serviços de Saúde no Trabalho arremata:

"Art. 16 - A legislação nacional deverá designar a autoridade ou autoridades encarregadas de supervi-


sionar o funcionamento do serviços de saúde no trabalho e prestar-lhes assessoramento, uma vez
instituídos."

Desta forma, verifica-se que encontra amparo constitucional e infra-constitucional a atuação dos órgãos
públicos do sistema único de saúde na fiscalização dos serviços de saúde do trabalhador realizados
nas instituições e empresas públicas e privadas. Todavia, a Lei 8.080/90 não atribui amplo poder de
polícia a tais órgãos, posto que não gozam do poder de impor sanções às empresas que não cumprem
as respectivas normas relativas aos serviços medicina e segurança no trabalho. No entanto, mediante
convênio entre o órgão do Ministério do Trabalho e a Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde pode-
se delegar a atribuição de fiscalização das normas do capítulo de Medicina e Segurança no Trabalho,
incluindo o poder de autuar as empresas recalcitrantes.

Desta forma, a fiscalização e controle dos serviços de saúde e segurança do trabalhador, que devem
ser assegurados a todos trabalhadores não sujeitos à relação de emprego, pode e deve ser exercida

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

de forma ampla e irrestrita pelos agentes de fiscalização do Ministério do Trabalho, e mediante convê-
nio, pelos demais órgãos públicos federais, estaduais ou municipais do sistema único de saúde, para
atuar na fiscalização das normas de medicina e segurança do trabalho, nos termos do art. 159 da CLT.

Consequências da não observância das normas relativas à Medicina e Segurança no Trabalho

Consequências do descumprimento das normas legais, convencionais, contratuais e regulamentadoras


de segurança, higiene e medicina do trabalho. O empregado dispõe de cinco comportamentos juridica-
mente tutelados:

a) reclamar perante a CIPA e/ou SESMT (item 5.18.c da NR-5 e item 9.4.2 da NR-9);

b) apresentar denúncia da irregularidade ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego ou do


Ministério Público do Trabalho (inciso XXXIV, a do art. 5° da Magna Carta - direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder);

c) requerer judicialmente as providências para eliminação ou neutralização do agente agressivo (neste


caso, a ação coletiva - ação civil pública - é mais recomendável e eficaz), ou a indenização por danos
materiais e morais sofridos em decorrência de acidente de trabalho, através de ação individual;

d) interromper a prestação dos serviços (jus resistente do empregado - item 3.1.1 da NR-3 c/c art. 161,
§6° da CLT);

e) postular a rescisão indireta do contrato de trabalho com fulcro no art. 483 da CLT.

Em caso de acidente de trabalho, além da indenização a que tem direito pela legislação previdenciária,
paga pela Previdência Social (teoria da responsabilidade objetiva), pode o empregador postular o pa-
gamento de indenização por danos materiais ou morais, em havendo a concorrência de dolo ou culpa
do empregador quando da ocorrência do acidente de trabalho (teoria da responsabilidade civil subje-
tiva), conforme se depreende do inciso XXVIII do art. 7° e do inciso X do art. 5° da Magna Carta.

A responsabilidade civil alcança não só o real empregador, bem como todos aqueles que, de alguma
forma, possa ter contribuído para a ocorrência do acidente. Assim, no caso de terceirização de serviços,
podem responder civilmente pelos danos causados ao trabalhador o empregador e o tomador dos ser-
viços. Tal responsabilidade, embora subjetiva, ou seja, dependente da prova de culpa, é solidária nos
termos do art. 1518 e seu parágrafo único do C.C.

Dano Moral Coletivo

A violação das normas trabalhistas de medicina e segurança no trabalho configura um dano ao meio
ambiente de trabalho, sendo certo que a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança constitui-se em direito social dos trabalhadores urbanos e rurais, nos
exatos termos do inciso XXII do art. 7° da Magna Carta e obrigação do empregador, ex vi dos arts. 154
e seguintes da CLT.

A violação dessas normas colocam em risco a vida, a saúde e a integridade física dos trabalhadores,
que também fazem parte do meio ambiente de trabalho, posto que a sua força de trabalho é um dos
principais meios de produção, que se encontram à disposição e sob a direção do empregador.

A proteção à saúde se estende também ao meio ambiente de trabalho, conforme se verifica do disposto
no art. 200, inciso VIII da Magna Carta:

"Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho."

Ademais, o descuido do meio ambiente de trabalho, mediante a violação das normas supracitadas,
pode ainda caracterizar-se como infração penal, nos termos dos arts. 14 e 15 da Lei 6.938/81 e arts.
14 a 17 da Lei 7.802/89.

Convém enfatizar que, para a caracterização do dano moral coletivo nesta hipótese, não é imprescin-
dível que haja o efetivo dano à vida, à saúde ou à integridade física dos trabalhadores, basta que se
verifique o desrespeito às normas trabalhistas de medicina e segurança do trabalho e o descuido das

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SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

condições e serviços de higiene, saúde e segurança que integram o meio ambiente de trabalho, para
sua configuração. Não se trata de reparação de dano hipotético, mas sim de se atribuir à reparação um
caráter preventivo, pedagógico e punitivo, pela ação omissiva ou comissiva do empregador, que repre-
sente séria violação a esses valores coletivos (direita à vida, à saúde, à segurança no trabalho) e que
possa advir em dano futuro, não experimentado ou potencializado, em razão do acentuado e grave
risco de sua efetiva concretização, diante da concreta violação das supracitadas normas trabalhistas.

Responsabilidade Penal

A inobservância das normas de segurança, higiene medicina do trabalho, a par de se constituir em


contravenção penal, nos termos do §2° do art. 19 da Lei 8.213/91, pode configurar o crime do art. 132
do C.P. ("Expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção de três meses
a um ano, se o fato não constitui crime mais grave"). Recentemente, este dispositivo foi acrescentado
de parágrafo único pela Lei 9.777, de 29.12.98, com a seguinte redação:

"Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de


outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais."

Os acidentes de trabalho podem ainda ter repercussões no direito penal, mediante a tipificação dos
crimes de homicídio, lesão corporal ou os crimes de perigo comum, previstos nos arts. 250 a 259 do
Código Penal, por conduta dolosa ou culposa do empregador ou dos responsáveis.

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SAÚDE DO TRABALHADOR

Saúde do Trabalhador

O campo da Saúde do Trabalhador (ST) no Brasil é resultante de um patrimônio acumulado no âmbito


da Saúde Coletiva, com raízes no movimento da Medicina Social latino-americana e influenciado sig-
nificativamente pela experiência operária italiana.

O avanço científico da Medicina Preventiva, da Medicina Social e da Saúde Pública, durante os anos
60/70, ampliou o quadro interpretativo do processo saúde-doença, inclusive em sua articulação com o
trabalho. Essa nova forma de apreender a relação trabalho-saúde e de intervir no mundo do trabalho
introduz, na Saúde Pública, práticas de atenção à saúde dos trabalhadores, no bojo das propostas da
Reforma Sanitária Brasileira.

Configura-se um novo paradigma que, com a incorporação de alguns referenciais das Ciências Sociais
- particularmente do pensamento marxista - amplia a visão da Medicina do Trabalho e da Saúde Ocu-
pacional. Algumas publicações referem essa trajetória, sistematizam determinadas práticas ou expõem
diferenças conceituais e metodológicas da Saúde do Trabalhador com a Medicina do Trabalho e a
Saúde Ocupacional.

A apropriação do conceito “processo de trabalho” como instrumento de análise possibilita reformular


concepções ainda hegemônicas que ao estabelecerem articulações simplificadas entre causa e efeito,
numa perspectiva uni ou multicausal, desconsideram a dimensão social e histórica do trabalho e do
binômio saúde/doença. Desse modo, indivíduo e ambiente são apreendidos na sua exterioridade, ig-
norando-se sua historicidade e o contexto que circunstância as relações de produção materializadas
em condições específicas de trabalhar, geradoras ou não de agravos à saúde.

A saúde do trabalhador configura-se como um campo de práticas e de conhecimentos estratégicos


interdisciplinares - técnicos, sociais, políticos, humanos -, multiprofissionais e interinstitucionais, volta-
dos para analisar e intervir nas relações de trabalho que provocam doenças e agravos. Seus marcos
referenciais são os da Saúde Coletiva, ou seja, a promoção, a prevenção e a vigilância.

O tratamento interdisciplinar implica a tentativa de estabelecer e articular dois planos de análise: o que
contempla o contorno social, econômico, político e cultural - definidor das relações particulares travadas
nos espaços de trabalho e do perfil de reprodução social dos diferentes grupos humanos - e o referente
a determinadas características dos processos de trabalho com potencial de repercussão na saúde.

Entre os conceitos e noções extraídos dessas características, encontram-se os classificatórios de risco


- fundamentalmente associados às propriedades materiais e mensuráveis quantitativamente dos obje-
tos, meios e ambientes de trabalho - e os de exigências ou requerimentos, que dizem respeito a com-
ponentes mais qualitativos derivados da organização do trabalho.

Contemporâneo ao Movimento da Reforma Sanitária, o pensamento novo sobre a ST obteve maior


repercussão com a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, em 86. Em dezembro desse
mesmo ano, na I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador foram divulgadas as experiências de
implantação da Rede de Serviços de ST, então em andamento. Essa rede, anterior à promulgação do
SUS, já incorporava princípios e diretrizes que depois seriam consagrados pela Constituição de 88, tais
como a universalidade, a integralidade e o controle social.

A interlocução com os próprios trabalhadores - depositários de um saber emanado da experiência e


sujeitos essenciais quando se visa a uma ação transformadora - é uma premissa metodológica. Já, em
finais dos anos 70, essa premissa foi incorporada no “Modelo Operário Italiano”, tendo como alvo a
mudança e o controle das condições de trabalho nas unidades produtivas.

Antecedentes da Saúde do Trabalhador no Brasil

No caso brasileiro, nos anos de 70, concomitantemente ao acelerado crescimento do número de tra-
balhadores industriais, houve um forte incremento na organização dos trabalhadores em torno da re-
gulamentação da jornada de trabalho e em busca de melhores salários. São também dessa década os
primeiros movimentos em defesa da saúde pela melhoria das condições de trabalho.

Uma iniciativa da assessoria técnica do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde


e dos Ambientes de Trabalho – DIESAT, junto ao Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Petroquími-
cos do ABCD, foi fundamental para que o sindicato propusesse à Secretaria de Estado da Saúde (SES),

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no ano de 84, o Programa de Saúde do Trabalhador Químico do ABC. Uma experiência pioneira com
efetiva participação sindical em sua gestão. Posteriormente, foram criados Programas de Saúde do
Trabalhador (PST) semelhantes na SES de São Paulo e em outros Estados, com diversos níveis de
participação dos trabalhadores, inclusive na realização de ações de vigilância em algumas empresas.

Os PST foram influenciados pela posição da OIT e da própria OMS, quando, em 83, a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicou o Programa de Salud de los Trabajadores e patrocinou um
seminário, realizado, em 84, em Campinas. Nesse seminário, discutiu-se a necessidade de se passar
do conceito de saúde ocupacional para o de saúde dos trabalhadores, com vistas a enfrentar a proble-
mática saúde-trabalho como um todo, numa conjugação de fatores econômicos, culturais e individuais.

Nos primeiros Programas e nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CRST, anteriores
ao advento do SUS, prevalecia a dimensão assistencial. O foco principal dessas estratégias era diag-
nosticar, orientar e acompanhar as patologias decorrentes do trabalho com a perspectiva de criar con-
dições para que a rede pública viesse a se constituir em instância efetiva para assistência à saúde dos
trabalhadores.

Uma mudança de perspectiva encontra-se no relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde
quando apontava que o trabalho em condições dignas e o conhecimento e controle dos trabalhadores
sobre processos e ambientes de trabalho são pré-requisitos para o pleno exercício do acesso à saúde.
E aª CNST incorpora a proposta de que o SUS deve englobar ações e órgãos de ST, na perspectiva
da saúde como direito.

Em termos do marco político normativo do Estado, a ST é situada na perspectiva da saúde como direito
universal, conforme definido pela Constituição Federal de88 e na Lei nº080/90, transcendendo o marco
do direito previdenciário-trabalhista em que a ação de Estado se restringe à regulação da saúde e
segurança.

A própria Lei Orgânica da Saúde determina que as ações de ST devam ser executadas pelo SUS nos
âmbitos de assistência, vigilância, informação, pesquisas e participação dos sindicatos. A Lei estabe-
lece também ser competência da instância federal do SUS participar da definição de normas, critérios
e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de ST de
forma hierarquizada e descentralizada para estados e municípios. A mesma Lei regula também a ne-
cessidade de o Conselho de Saúde estruturar a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador -
CIST.

A Saúde do Trabalhador no SUS – Avanços e Desafios

O percurso de institucionalização da ST no SUS não se constituiu em trajetória linear de implementação


constante e incremental. Com a promulgação da Constituição Federal, em88, à medida que se avan-
çava na inclusão mais orgânica da área de ST no SUS, os desafios para a sua consolidação efetiva
surgiam, muitas vezes, como verdadeiros obstáculos para sua viabilização.

No início dos anos 90, criavam-se novos PST em vários estados e municípios, em todo o país, mas
nem todos se consolidavam, tendo alguns uma vida efêmera. Nesses primeiros anos, os avanços para
a consolidação da área dependiam da superação de vários desafios. Eram muitos os fatores combina-
dos, a serem suplantados.

Alguns deles até hoje permanecem desafiadores, a despeito dos avanços observados. Destacam-se:
a ausência de uma cultura da ST, no âmbito da saúde pública; a dificuldade de utilização de recursos,
mesmo com rubrica própria; um corpo técnico insuficiente com formação específica de atuação; confli-
tos de competência com outras áreas do aparelho de Estado; resistência das vigilâncias tradicionais
(epidemiológica e, principalmente, sanitária) a incorporar o binômio saúde/trabalho em suas práticas; a
percepção da população trabalhadora com viés assistencial e auto excludente como protagonista de
suas práticas; a ausência de metodologias de abordagem condizentes com a concepção da área de
ST; a inconsistência e heterogeneidade de entendimento, da questão da ST, quando não a ausência,
nos dispositivos normativos nas três esferas de governo.

Pouco a pouco, ainda nos anos90, avançava-se e novos desafios surgiam. Na primeira metade da
década, a realização da II Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador - II CNST, em94, ratificou a
determinação constitucional de municipalização das ações.

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Essa proposta coincidia com a ruptura com o modelo securitário, ocorrido no ano anterior, com a IX
Conferência Nacional de Saúde, que estabelecia um novo modelo de gestão do SUS (festejado pelos
que defendiam a Reforma Sanitária). Para a ST a perspectiva era alvissareira, na medida em que as
ações de ST deveriam ser acolhidas e executadas nos municípios.

O desafio não foi plenamente exitoso. Ainda hoje, a dificuldade de se municipalizar as ações de ST é
um entrave para a sua consolidação no SUS. Muitas das propostas da II CNST prenunciavam alguns
dos avanços que viriam, mas também, os desafios que, por certo, trariam. Uma delas, a de participação
paritária das entidades sindicais e organizações populares... na gestão da ST, revelava um avanço
coerente não só com o seu marco conceitual, como também com o princípio constitucional de demo-
cracia participativa do SUS. A rigor, essa proposta jamais foi implementada, salvo em situações de
excepcionalidade em que pouquíssimos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest
exercem sua gestão em articulação com conselhos gestores com alguma participação sindical e popu-
lar.

Naquela primeira metade da década de90, ocorria também a instituição da CIST, vinculada ao CNS.
Seu surgimento obedecia aos artigos2 e3 da Lei Orgânica de Saúde. Durante a 2ª metade da década,
a CIST nacional se consolidou e participou de forma proativa no delineamento de uma política de ST.
De fato, avanços ocorreram, todavia, encetando mais desafios para sua efetiva consolidação.

Alguns exemplos de participação decisiva da CIST nesse período são citados, a seguir. Um deles foi a
Instrução Normativa da Vigilância em Saúde do Trabalhador - Visat no SUS, notável avanço para a
área, embora fosse assinada somente três anos depois de formulada (1988).

Acresça-lhe o enorme desafio até hoje, anos depois de sua promulgação, não ser um instrumento
normativo-metodológico de ação cotidiana das práticas dos Cerest. Também de98, é a Norma Opera-
cional de Saúde do Trabalhador - NOST/SUS, instrumento orientador significativo da gestão, mas pre-
cocemente revogado.

A publicação da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho, em 99, foi um avanço bem-sucedido. Por
força de um dispositivo da Lei Orgânica de Saúde, em seu artigo 6º (parágrafo 3º, inciso VII), foi revista
a listagem obsoleta e reduzida que colocava o Brasil até então num ranking inferior de reconhecimento
oficial de doenças relacionadas ao trabalho, frente à maioria dos países do mundo ocidental.

Fortemente ampliada, a listagem foi exaustivamente detalhada em manual publicado em 2001, tor-
nando-se referência para médicos peritos e profissionais de saúde em geral até hoje. Resta efetuar
nova revisão, pois já se passaram 7 anos e o dispositivo legal determina que a revisão deve ser perió-
dica.

Inclusive, as novas tecnologias e a reestruturação produtiva em permanente marcha produzem novas


modalidades de agravos não contemplados na listagem vigente.

Várias outras propostas foram consignadas, ainda na década de90, com participação da CIST, tais
como o preenchimento de Autorizações de Internação Hospitalar nos casos compatíveis com acidente
de trabalho e a Política de Saúde Ocupacional para o Trabalhador do SUS, inserida na NOB/RH-SUS
- Princípios e Diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS, em 2005.

O ingresso na década de 2000 inicia com a área técnica de ST do Ministério da Saúde, formulando
uma proposta de criação de uma rede de ST que, dois anos depois, seria oficialmente normalizada
como Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - Renast.

Em sua atual formatação institucional, prevista na Portaria nº 2.728, de1 de novembro de 2009, a Re-
nast deve integrar a rede de serviços do SUS por meio de Centros de Referência em Saúde do Traba-
lhador (Cerest).

Na medida da implantação gradual da Renast, com a emissão de três Portarias de 2002 a 2009 oficia-
lizando-a, foi inegável o avanço da área, com a criação de uma identidade comum. O balanço dos
primeiros 20 anos da ST no SUS já denotavam o que se tinha e o que se poderia esperar15,16.

O desafio que se impôs, e que efetivamente não foi ainda superado, era o padrão identitário calcado
na rubrica orçamentária comum aos Cerest de todo o Brasil, independentemente de suas localizações
e das demandas impostas pelo perfil socioeconômico-produtivo.

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Prevaleceu o viés orçamentário de caráter mais pragmático, cujo percurso ao longo dos5 anos, desde
sua implantação, acabou por facilitar o surgimento de soluções de continuidade que, hoje, desafiam os
profissionais dos Cerest a utilizarem os recursos rubricados de ST.

Com a Renast, a área avançou especialmente no aspecto formativo de quadros. A renovação perma-
nente de profissionais, embora ocasione perdas de técnicos bem formados, mantém um preponderante
ingresso de novos profissionais, o que demonstra a vitalidade da área. Caracterizam-se pela procura
constante de cursos de pós-graduação e também pelos cursos básicos de formação para a Visat, junto
aos Cerest das mais distintas regiões do Brasil.

Um desafio que acompanha esse inegável avanço é a aferição da qualidade de algumas modalidades
de formação, especialmente não presenciais, quanto à dissociação da teoria da prática participativa
plural de intervenção sobre o mundo do trabalho. Esses diferentes cursos precisariam ser avaliados
dentro de uma proposta de implementação da PNSTT, indagando-se em que medida seus conteúdos
e suas abordagens pedagógicas estão em sintonia com as necessidades operacionais das diretrizes
dessa política. Os processos formativos devem visar resultados objetivos, de modo a transformar a
realidade mais perene e eficazmente.

A estrutura continental do Brasil, sua diversidade cultural, a ocupação econômica dos territórios e a
imensa variabilidade de seus equipamentos de saúde agregam desafios na esfera do que já é efetiva-
mente considerado como avanço para a área de ST. Cabe destacar os êxitos emblemáticos consegui-
dos nos últimos anos em determinados territórios por Cerest que atuam em estreita articulação inte-
rinstitucional.

Nesses termos, é importante ressaltar o aporte que o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem dado
ao longo dos últimos anos. Frequentemente, o MPT é promotor de articulações intersetoriais, tendo os
Cerest como foco essencial para a formulação de demandas e a adoção de medidas necessárias para
enfrentar problemas em diversos setores produtivos.

São muitos os avanços obtidos, a partir de audiências públicas e de Termos de Ajuste de Conduta
(TAC) firmados com empresas. Questiona-se, no entanto, o risco de judicialização de conflitos sociais,
embora seja indiscutível a função que desempenha, sobretudo frente às atuais limitações e deficiências
de órgãos públicos de fiscalização e vigilância de ST.

Ainda, na linha intersetorial, o papel das instituições acadêmicas, especialmente das universidades
públicas, incluídas a Fiocruz e a Fundacentro, tem sido relevante na formação de quadros. É necessá-
ria, no entanto, uma articulação mais perene, orgânica e institucionalizada que não se limite à contri-
buição de profissionais compromissados na melhoria das condições de trabalho e saúde dos trabalha-
dores.

Quanto à Renast, embora exista uma rotatividade de profissionais dos Cerest, e que provoca descon-
tinuidade de ações em alguns casos, vale lembrar os programas estratégicos de formação-ação reali-
zados em alguns estados, em consonância com as diretrizes de vigilância para categorias de trabalha-
dores consideradas prioritárias. Nessa linha merecem destaque os cursos de formação de Multiplica-
dores de Visat, com apoio do Ministério da Saúde e da Fiocruz, os cursos de pós-graduação lato
e stricto sensu, de caráter multiprofissional, e iniciativas distintas e efetivas de formação continuada.

Possibilitam uma formação crítica às visões tecnicistas e reducionistas ainda prevalentes na área. Tam-
bém o surgimento de algumas propostas institucionais que estimulam a construção e amadurecimento
de equipes de pesquisadores de formações diversas tem demonstrado a potencialidade dessa nova
perspectiva de investigação/ação.

A homologação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, em 2012, constituiu


um passo importante para orientar as ações e a produção científica na área. Enquanto principal refe-
rência normativa de princípios e diretrizes da área de ST, a Política efetivamente pode contribuir, entre
muitos outros aspectos, para superar o distanciamento entre a produção de conhecimentos de setores
da academia e as necessidades de fundamentação na prática dos serviços.

Um desafio é a aferição do processo de formação que se baseie em resultados objetivos, cujo desfecho
do percurso formativo seja a investigação/ação concretizada no mundo real e ombreada com os traba-
lhadores.

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Avanços e Desafios da Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat)

É na Visat que reside a capacidade de transformar a realidade do mundo do trabalho. Com ela se
conhece a realidade da população trabalhadora e os fatores determinantes de agravos à sua saúde,
de modo a intervir sobre eles. O impacto das medidas adotadas subsidia a tomada de decisões dos
órgãos competentes dos governos e, ainda, aprimora os sistemas de informação existentes em ST. A
Visat, além disso, enquanto prática interdisciplinar, multiprofissional, interinstitucional e intersetorial, ao
ultrapassar os limites do setor saúde, embora subordinada a seus princípios, amplia o raio de ação do
SUS, fazendo valer sua concepção original de sistema.

A Visat tem a tarefa de trazer para o contexto dos serviços de saúde a análise da relação da saúde
com o processo de trabalho. Faz parte da natureza complexa e conflituosa da sua ação: explicitar,
observar e intervir nas situações de risco, nas relações de trabalho, e nas formas de resistência e
desgaste da saúde dos trabalhadores.

Dos cerca de 210 Cerest, atualmente habilitados, segundo o último Inventário da Renast 2015/2016,
publicado no Renast Online de 2017, alguns já têm uma experiência acumulada de atuação em conso-
nância com as premissas da Visat. Além disso, observa-se o aumento no registro de agravos relacio-
nados ao trabalho, com milhão de casos registrados e 98% dos municípios mostrando capacidade de
realizar esse registro.

São exemplares os casos que dizem respeito à vigilância da exposição ao benzeno em postos de
combustíveis; as ações de vigilância à saúde do trabalhador canavieiro; as ações articuladas para o
banimento do amianto (hoje exitosa); ações interinstitucionais e negociações para vigilância e preven-
ção de acidentes de trabalho. Iniciativas sobre determinadas situações como o trabalho escravo, o
trabalho infantil, trabalho em condição de precariedade extrema no lixo, no carvão e em territórios de
vulnerabilidade, ainda que focais, devem ser considerados também como avanços da área, posto que
consolidam metodologias de intervenção, apontando para aprimoramentos futuros.

Merecem destaque as pneumoconioses, o câncer relacionado ao trabalho, as intoxicações por agrotó-


xicos e a saúde mental por reforçarem linhas temáticas nacionais de implantação da vigilância articu-
lada entre os Cerest e a Atenção Básica, dentre outras instâncias. No caso da vigilância da saúde
mental, sua transversalidade em todos os sistemas de trabalho aponta ao desafio de se transpor a
visão exclusiva sobre os riscos clássicos nos ambientes de trabalho para passar a focalizar também a
organização do trabalho. Esses temas recorrentes acenam com a possibilidade de construção de pro-
tocolos e ações programáticas de formação para a Visat.

Todas essas iniciativas guardam a premissa da intersetorialidade, interdisciplinaridade e da participa-


ção dos trabalhadores em seu desenvolvimento. A vigilância da saúde das populações do campo, flo-
resta e águas, um dos atuais focos de ação de Visat em diversas regiões, traz uma peculiaridade bem-
vinda para a consolidação da ST. O fato de se articular a vigilância ambiental com a Visat, muitas vezes
em territórios de conflito e vulnerabilidade, possibilita o aprimoramento da pesquisa-ação, marca da
Visat. É crescente o movimento de formação no âmbito da pesquisa-ação, com apoio de grupos aca-
dêmicos envolvidos e comprometidos com os movimentos dos povos tradicionais, comunidades ribei-
rinhas e costeiras, pescadores e pescadoras artesanais, marisqueiras, mulheres artesãs, trabalhadores
em assentamentos, entre tantos, configurando uma vigilância de base territorial integrada e participa-
tiva.

A medida do avanço da ST se delimita pelo tamanho do desafio. No caso da Visat, é essencial resolver
ou, ao menos, atenuar o “conflito de competências” da vigilância da saúde no mundo do trabalho, seja
no interior do sistema de saúde, com a vigilância sanitária, seja para fora, com a fiscalização do traba-
lho. A insensibilidade de agentes públicos para com a missão do SUS de proteger, promover a saúde
e prevenir os danos à saúde do trabalhador é um fato incompreensível sob a determinação constituci-
onal do exercício do SUS na Visat.

Avanços e Desafios do Controle Social

Ao avanço representado pela instituição das CIST, como exigência para a habilitação dos Cerest, da
mesma forma que em outras instâncias de participação dos usuários no setor saúde, a representação
dos trabalhadores nessas comissões constitui-se em desafio permanente para transformar represen-
tação em representatividade.

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O baixo nível de mobilização das organizações da classe trabalhadora repercute na pouca efetividade
das estruturas de controle social para garantir a priorização de ações de atenção em ST nos planos
estaduais e municipais de saúde.

Há uma tendência de se transferir a responsabilidade da participação para as próprias organizações


(sindicatos, associações, movimentos). É um desafio mudar esse equívoco de compreensão. Lidando
com um Estado, cujos sucessivos governos lhes cassam direitos e não lhes dão as respostas adequa-
das às suas necessidades, pouco lhes resta além da reticência e desconfiança. O desafio se situa na
mudança de estratégia de aproximação, acolhimento e reconquista da confiança.

Um desafio adicional é a organização de CIST, geralmente vinculada ao Cerest Regional do município-


sede. Os demais municípios da região, que podem variar de unidades a dezenas, não possuem repre-
sentação do controle social. No último Inventário da Renast havia26 CIST, no Brasil, sendo 27 estadu-
ais e 99 municipais. No levantamento de 2014, dos 209 Cerest habilitados, apenas 34 informaram que
houve participação dos trabalhadores nas ações de Visat. Quanto à participação dos trabalhadores na
elaboração da Programação Anual de Saúde, somente4 a confirmaram.

Redimensionar estruturas de representação impõe-se como tarefa a ser enfrentada no planejamento


futuro da Renast. Algumas iniciativas recentes adquirem importância, como a criação de observatórios
das centrais sindicais e os avanços observados nas reivindicações de atenção à saúde dos trabalha-
dores, especialmente em sindicatos rurais. Outros espaços de articulação como os Fóruns Intersindi-
cais de articulação entre sindicatos, Cerest e instâncias formadoras (acadêmicas) são avanços recen-
tes que reforçam o papel das CIST, não só por ampliar seu território de abrangência, como pela possi-
bilidade de formação qualificada para dirigentes sindicais e trabalhadores em geral.

É evidente que o maior avanço da saúde do trabalhador no Brasil foi seu reconhecimento constitucional
como área contida no âmbito da saúde pública. Mas, a despeito das críticas à sua institucionalização e
ao desenvolvimento de suas ações, ainda insuficientes para dar conta do cenário dramático do mundo
do trabalho em matéria de saúde, no Brasil, são incontáveis seus avanços nesses 30 anos de SUS.

Todavia, as ações nos cotidianos institucionais, às vezes marcadas por disputas e preconceitos técni-
cos institucionais, ocasionam confrontos no campo do fazer, operar. Resta superar esses desafios,
explicitando possibilidades de análise e reflexão sobre os avanços frequentemente interrompidos por
instabilidades e fragilidades do Estado, redutoras do grau de direito à saúde dos trabalhadores e tra-
balhadoras brasileiros.

O campo de saúde do trabalhador anda para frente, embora por caminhos tortuosos marcados pela
reestruturação produtiva e em confronto com a hegemonia do mercado que tritura relações sociais,
como diria Karl Polanyi em seu ‘moinho satânico’.

Embora as práticas sejam implementadas de forma lenta e com muitas limitações de ordem institucional
e de conflitos de concepções, nesses 30 anos de saúde do trabalhador no SUS a constatação dos
avanços possibilita visualizar melhor os desafios.

Desafios, contudo, que ditam rumos, encetam estratégias, infundem desejos criativos, encenam novas
parcerias, induzem a reposicionamentos éticos e fomentam a necessidade de procurar outros conhe-
cimentos ou outras saídas. 30 anos não é pouca coisa, mas também não é muita, quando se pretende
investir na dignidade no trabalho, pela via da saúde do trabalhador. É só o começo.

"O discurso da saúde do trabalhador emerge, do ponto de vista acadêmico, político e institucional na
saúde coletiva, em contraposição à base conceitual e prática das concepções hegemônicas sobre a
relação trabalho-saúde da medicina do trabalho (MT) e da saúde ocupacional (SO). Como parte inte-
grante do campo da saúde oletiva, propõe-se a ultrapassar as articulações simplificadas e reducionistas
entre causa e efeito de ambas as concepções que são sustentadas por uma visão monocausal, entre
doença e um agente específico; ou multicausal, entre a doença e um grupo de fatores de riscos (físicos,
químicos, biológicos, mecânicos), presentes no ambiente de trabalho.

"Em princípio, a identidade do campo de saúde do trabalhador tem como referência a abordagem saúde
ocupacional, ao mesmo tempo que busca superá-la [...]. A saúde do trabalhador agrega, além dessas
[medicina e engenharia de segurança] um amplo espectro de disciplinas. Como campo de saber próprio
da saúde coletiva, está composta pelo tripé epidemiologia, administração e planejamento em saúde e
ciências sociais em saúde, ao que se somam disciplinas auxiliares [...]

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"No âmbito da 'produção de conhecimentos', o campo da saúde do trabalhador tem, como marco defi-
nidor, a compreensão dos vários níveis de complexidade entre o trabalho e a saúde e, como conceito
nucleado, o processo de trabalho [...], extraído da economia política - entendido como o cenário primário
da exploração e da confrontação de classe -, quando adotado em toda a sua extensão teórica tem um
elevado poder explicativo ada gênese dos agravos à saúde em coletivos diferenciados de trabalhado-
res.

"As potencialidades da análise dos processos de trabalho, no entanto vêm condicionadas à adoção do
tratamento interdisciplinar requerido para estabelecer e articular dois planos. O primeiro contempla o
contorno social, econômico, político e cultural, definidor das relações travadas nos espaços econômico,
político e cultural, definidor das relações travadas nos espaços de trabalho e das condições de repro-
dução dos trabalhadores; e o segundo se refere a determinadas características dos processos de tra-
balho com potencial repercussão na saúde, inclusive a subjetividade dos trabalhadores. Campo da
saúde do trabalhador: trajetória, configuração e transformação.

"Em síntese, por Saúde do Trabalhador compreende-se um corpo de práticas teóricas interdisciplinares
- técnicas, sociais, humanas - e interinstitucionais, desenvolvidas por diversos atores situados em lu-
gares sociais distintos e informados por uma perspectiva comum. Essa perspectiva é resultante de todo
um patrimônio acumulado no âmbito da Saúde Coletiva, com raízes no movimento da Medicina Social
latino-americana e influenciado significativamente pela experiência italiana. O avanço científico da Me-
dicina Preventiva, da Medicina Social e da Saúde Pública, durante os anos 60, ao suscitar o questio-
namento das abordagens funcionalistas, ampliou o quadro interpretativo do processo saúde-doença,
inclusive em sua articulação com o trabalho.

Reformula-se o entendimento "das relações entre o social e as manifestações patológicas, a categoria


trabalho aparecendo como momento de condensação, em nível conceitual e histórico, dos espaços
individual (corporal) e social". Na crítica ao modelo médico tradicional, atinge-se a compreensão de que
"a medicina não apenas cria e recria condições materiais necessárias à produção econômica, mas
participa ainda da determinação do valor histórico da força de trabalho e situa-se, portanto, para além
dos seus objetivos tecnicamente definidos".

Bases Teórico-Metodológicas Do Campo Saúde Do Trabalhador

A abordagem das relações trabalho-saúde tem experimentado retrocesso que pode ser observado
quanto à sua apreensão, em termos disciplinares, adotada nas pesquisas; à involução que caracteriza
a proposta programática a qual privilegia o assistencialismo nas ações da rede de saúde do Sistema
Único de Saúde (SUS); ao que se soma a fragilidade do movimento sindical.

As resoluções da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, realizada em novembro de


2005 6, expressam essa situação, o que ensejou este artigo, na busca do resgate das formulações do
campo Saúde do Trabalhador, elaboradas e amadurecidas nos anos 70-1980. Nesses anos consubs-
tanciam-se, a partir desse campo, conhecimentos e práticas que, cotejadas com a abordagem da Sa-
úde Ocupacional, mostram seu reducionismo e simplismo. Frise-se que aquele campo incorporava
abordagens desenvolvidas pelas ciências sociais; considerando contribuição da Medicina Social Latino-
Americana e da Saúde Coletiva.

Assim, aqui se assume que Saúde do Trabalhador é campo de práticas e conhecimentos cujo enfoque
teórico-metodológico, no Brasil, emerge da Saúde Coletiva, buscando conhecer (e intervir) (n)as rela-
ções trabalho e saúde-doença, tendo como referência central o surgimento de um novo ator social: a
classe operária industrial, numa sociedade que vive profundas mudanças políticas, econômicas, soci-
ais.

Ao contrapor-se aos conhecimentos e práticas da Saúde Ocupacional, objetiva superá-los, identifi-


cando-se a partir de conceitos originários de um feixe de discursos dispersos formulados pela Medicina
Social Latino-Americana, relativos à determinação social do processo saúde-doença; pela Saúde Pú-
blica em sua vertente programática e pela Saúde Coletiva ao abordar o sofrer, adoecer, morrer das
classes e grupos sociais inseridos em processos produtivos.

Metodologicamente, é na Arqueologia de Foucault que se busca elementos para compreender o


campo, de marche que envolve enunciados, normas, conceitos, conformando saberes (e práticas) que
postulam estatuto de cientificidade.

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Segundo Foucault: "Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua 'política geral' de verdade: (...) os
tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que
permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sancionam uns e outros;
as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles
que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro".

Tomando também como referência Foucault, pode-se apreender o campo de relações para além da
Arqueologia, o que exige revolver o terreno dos sistemas de conhecimento engendrados e acoplados
a modalidades de poder, através da Genealogia, quando: "... desloca-se a problemática do saber para
o poder. (...) a problemática do saber não é abandonada, todavia o foco se dirige para o regime político
de produção da verdade.

Sob a perspectiva do método genealógico Foucault aponta (...) uma nova analítica do poder que enfa-
tiza suas táticas e estratégias e cuja pertinência não diz respeito à matriz ordem/obediência política,
porém aos processos de assujeitamento, ou seja, à constituição de sujeitos assujeitados" (p. viii, grifo
nosso).

Trata-se, ainda, de constatar a eficácia política de um discurso contra-hegemônico que, ao produzir


conhecimentos e práticas compartilhados com os dominados, visa a elevar sua consciência sanitária,
rompendo com uma rede de relações de poder, que não se situa apenas nos aparelhos de Estado, mas
que perpassa os interesses dos sujeitos nas práticas discursivas e que "... não pode ser mais compre-
endida como totalidade articulada e abstrata, produto da progressiva racionalização das práticas e das
representações sociais.

A sociedade somente pode ser visualizada em seu operar concreto, na imensa e complexa rede
(...) que imbrica instituições aparentemente tão díspares como a (...) o hospital, (...) a fábrica, a escola,
a prisão e institui laços entre o educador, o médico, o jurista, o carcereiro ...".

E, relações de poder conformam a Saúde Ocupacional o que, de formas diferenciadas contribui para a
alienação e desinformação do trabalhador, conferindo maior capacidade de controle do capital sobre
o trabalho, alienação esta derivada da informação restrita e da atuação autoritária dos profissionais de
saúde no trabalho ou fora dele. Para superar tal realidade, busca-se que enunciados, pressupostos,
normas, regras, instituições e sujeitos constroem e compõem o campo contra-hegemônico Saúde do
Trabalhador.

A configuração do campo Saúde do Trabalhador constitui-se por três vetores: a produção acadêmica;
a programação em saúde na rede pública e; o movimento dos trabalhadores, particularmente a partir
dos80, quando seu discurso assume caráter mais propositivo junto ao Estado, ao "... vislumbrar a pos-
sibilidade das classes trabalhadoras influírem mais decididamente na esfera política, deixando de dizer
apenas não, para também indicarem soluções para os problemas sociais, políticos e econômicos".

Consubstancia-se, assim, um campo em construção, que se identifica por referência à Saúde Ocupa-
cional, abordagem esta que incorpora práticas e conhecimentos da clínica, medicina preventiva e epi-
demiologia clássica, mediante a história natural da doença para a análise das doenças e acidentes do
trabalho mediante a tríade "agente-hospedeiro-ambiente", conforme proposto em50 pelo Comitê Misto
de Peritos da Organização Internacional do Trabalho (OIT)/Organização Mundial da Saúde (OMS).

Considera-se, então, que ao cotejar o discurso da Saúde Ocupacional e da Saúde do Trabalhador, que
se propõe interdisciplinar, multiprofissional, aberto à participação inclusive do ponto de vista metodoló-
gico, poder-se-á identificar suas "verdades" e as condições de possibilidade de sua emergência, verifi-
cando como sua formação e prática discursivas consolidam-se, relacionado-as com as práticas extra-
discursivas.

Assim, amplia-se o enfoque, na busca de instrumental que privilegie medidas de prevenção e que, ao
incorporar o conhecimento dos trabalhadores, potencialize lutas pela melhoria das condições de traba-
lho e defesa da saúde.

Nessa empreitada aparecem conflitos e contradições claras de interesse, o que exige que se estabe-
laçam hierarquias e determinações. O aprofundamento dessa questão acopla-se a análises histórico-
sociais que permitam captar seu dinamismo dialético, pois as relações trabalho-saúde situam-se no
entrecruzamento dos desígnios do capital com as possibilidades de transformação social, através da
luta política assumida pelo pólo trabalho em sociedades concretas.

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SAÚDE DO TRABALHADOR

Enunciados, Conceitos, Normas e Regras Da Saúde Ocupacional E Do Campo Saúde Do Traba-


lhador

Para Mendes, é da Medicina Preventiva que emergem bases para enunciação da Saúde Ocupacional
pela OIT/OMS, ao usar termos como prevenção, proteção, riscos, adaptação, visando a intervir na
saúde dos trabalhadores. E, o paradigma da causalidade dos agravos à saúde dá-se pela precedência
das condições de trabalho, numa visão a-histórica e descontextualizada das relações econômicas, po-
lítco-ideológicas e sociais que influem nos nexos entre trabalho e saúde-doença.

Conforme Arouca, a universalidade dos conceitos estabelece-se quando, ao serem elaborados por
grupo de experts institucionais aqui vinculados à OIT/OMS produzem um discurso impermeável às vá-
rias possibilidades de se pensar, no caso, as relações trabalho e saúde-doença, o qual assume duplo
caráter: é estruturado e estruturante. Estruturado porque é um determinado grupo que o fórmula, defi-
nindo um leque de respostas possíveis. Estruturante porque limita a eventualidade de se discutir, por
exemplo, a eficácia e os limites da Saúde Ocupacional.

E, tais limites conceituais constrangem a capacidade interpretativa da realidade. A abordagem das


relações trabalho e saúde-doença parte da idéia cartesiana do corpo como máquina, o qual expõe-se
a agentes/fatores de risco. Assim, as consequências do trabalho para a saúde são resultado da intera-
ção do corpo (hospedeiro) com agentes/fatores (físicos, químicos, biológicos, mecânicos), existentes
no meio (ambiente) de trabalho, que mantêm uma relação de externalidade aos trabalhadores. O tra-
balho é apreendido pelas características empiricamente detectáveis mediante instrumentos das ciên-
cias físicas e biológicas.

Aqui os "limites de tolerância" e "limites biológicos de exposição", emprestados da higiene industrial e


toxicologia, balizam a intervenção na realidade laboral, buscando "adaptar" ambiente e condições de
trabalho a parâmetros preconizados para a média dos trabalhadores normais quanto à suscetibilidade
individual aos agentes/fatores.

Em consequência dessa compreensão, o controle da saúde preconizado pela Saúde Ocupacional re-
sume-se à estratégia de adequar o ambiente de trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho.
Daí deriva a importância dos exames admissionais e periódicos, realizados pelos Serviços Especiali-
zados de Medicina do Trabalho (SEMT) das empresas, na busca para selecionar os mais hígidos,
excluindo aqueles que apresentem algum "desvio" da normalidade.

Os limites epistemológicos dessa abordagem fazem com que à Saúde Ocupacional escape possibili-
dade de considerar e apreender outras relações, como aquelas configuradas pela organização-divisão
do trabalho: o ritmo; a duração da jornada; o trabalho em turnos; a hierarquia; a fragmentação/conteúdo
das tarefas; o controle da produtividade, cujas consequências para a saúde expressam-se como doen-
ças crônico-degenerativas e distúrbios mentais dos coletivos de trabalhadores.

Nesse contexto, a Saúde Ocupacional pouco tem para contribuir, já que atua sobre indivíduos, privile-
giando o diagnóstico e o tratamento dos problemas de natureza orgânica, a partir da visão empirista e
positivista trazida da clínica.

Aqui caberá pouco espaço para a subjetividade do trabalhador, tomado como paciente e objeto da
técnica, estreitando a possibilidade de apreensão das formas de adoecimento no trabalho na contem-
poraneidade, cuja causalidade cada vez mais complexa, envolve a organização do trabalho e sua re-
lação com a subjetividade dos coletivos de trabalhadores.

Tal limite epistemológico impede que a Saúde Ocupacional considere e opere sobre nexos mais com-
plexos, pouco contribuindo na compreensão da causalidade das doenças relacionadas ao trabalho,
especialmente as cardiovasculares, psicossomáticas e mentais, características do adoecimento pelo
trabalho hoje.

Maneira diversa de compreender as relações trabalho e saúde-doença é introduzida pela análise da


determinação social do processo saúde-doença, privilegiando o trabalho. A Medicina Social Latino-
Americana apreende-o através do processo de trabalho, categoria explicativa que se inscreve nas re-
lações sociais de produção estabelecidas entre capital e trabalho.

E, conforme a acepção marxista, aqui o trabalho é, ontologicamente, a ação do homem sobre a natu-
reza para modificá-la e transformá-la e a si mesmo não sendo, portanto, externa ao homem.

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SAÚDE DO TRABALHADOR

Tal ação vai ocorrer sobre o objeto de trabalho, mediante os instrumentos de trabalho, configurando o
próprio trabalho e suas diferentes formas de organização, divisão, valorização, características de cada
formação social e modo de produção, o que imprime um caráter histórico ao estudo das relações tra-
balho-saúde e, consequentemente, do adoecimento pelo trabalho.

Importa, então, desvendar a nocividade do processo de trabalho sob o capitalismo e suas implicações:
alienação; sobrecarga e/ou subcarga; pela interação dinâmica de "cargas" sobre os corpos que traba-
lham, conformando um nexo biopsíquico que expressa o desgaste impeditivo da fluição das potencia-
lidades e da criatividade. A abordagem em Saúde do Trabalhador busca resgatar o lado humano do
trabalho e sua capacidade protetora de agravos à saúde dos trabalhadores, tais como mal-estares,
incômodos, desgastes, para além dos acidentes e doenças.

Na medida em que as classes trabalhadoras constituem-se em novo sujeito político e social, conforme
sugere o campo Saúde do Trabalhador, este incorpora idéia de trabalhador que difere frontalmente da
anterior: passiva, como hospedeiro ou paciente; apreendendo-o como agente de mudanças, com sa-
beres e vivências sobre seu trabalho, compartilhadas coletivamente e, como ator histórico, ele pode
intervir e transformar a realidade de trabalho, participando do controle da nocividade; da definição con-
sensual de prioridades de intervenção e da elaboração de estratégias transformadoras.

Tambellini et al. trazem elementos para pensar a epistemologia do campo quando discutem as relações
trabalho-saúde em abstrato, pela elaboração de grupo multiprofissional de investigadores (da saúde,
ciências sociais, filosofia), cujo objeto as relações capital/trabalho; trabalho/saúde; sociedade/clas-
ses/saúde constrói-se mediante abordagem teórico-conceitual e análise inter(trans)disciplinar.

Os produtos do conhecimento científico derivado dessa abordagem e suas consequências para a sa-
úde contribuem para a elaboração de políticas públicas; ao lado da formulação teórica que permite
maiores níveis de consciência política, bem como novas modalidades de organização do saber, po-
dendo subsidiar ações sociais abrangentes em saúde, mediante prática-teórica cujos agentes são equi-
pes de técnicos, trabalhadores e profissionais da saúde que buscam colocar a técnica a serviço do
pólo trabalho.

A investigação em Saúde do Trabalhador parte das classes, frações de classes e grupos de trabalha-
dores organizados política e economicamente, adotando como instrumentos elementos da Saúde Co-
letiva, da clínica, da epidemiologia aos quais agregam-se ferramentas do planejamento, política, eco-
nomia etc., visando à prevenção e buscando manter os determinantes da saúde sob controle dos tra-
balhadores, ao objetivar a defesa de sua saúde, mediante construção do conhecimento da realidade
mais integrado e participativo. Para aqueles autores, o estudo das relações trabalho e saúde e a cons-
cientização pela informação compartilhada permitem atuação democrática no sistema de saúde dos
profissionais de saúde e dos trabalhadores.

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

Colorações Especiais

Os cortes de tecidos devem ser corados para que possamos distinguir mais facilmente as diferentes
estruturas celulares que têm o mesmo grau de refringência, portanto indistinguíveis quando observadas
ao microscópio óptico.

Os corantes dividem-se quanto à origem em naturais (de origem animal ou vegetal) e artificiais (com-
postos orgânicos da série aromática) obtidos por síntese de corpos extraídos da hulha. Quanto à natu-
reza química os corantes classificam-se em ácidos, básicos e neutros.

Os básicos (derivados da anilina) são sais cujos radicais são alcalinos, ou seja, coram os tecidos de
natureza ácida (ditos basófilos), como os ácidos nucléicos – DNA e RNA – polissacarídeos sulfurosos,
polissacarídeos dos ácidos urônico e siálico, e proteínas que contêm mais radicais do grupo carboxílico
do que do grupo amino.

Os corantes ácidos são sais que apresentam predomínio de ânions (sulfonato ácido de Na e K ou um
ácido carboxílico). Coram os tecidos de natureza alcalina que são constituídos na sua maior parte por
proteínas que contém um excesso de aminoácidos alcalinos – arginina, lisina, hidroxilisina e histidina.

Nos corantes neutros o ânion e o cátion encontram-se corados como por exemplo o picrato do azul de
metileno.

Há ainda os corantes ditos indiferentes que não são ácidos nem básicos nem possuem a capacidade
de formar sais. São geralmente insolúveis na água, mas solúveis no álcool, éter e óleos, por exemplo
os corantes das gorduras: Sudão III.

Colorações Nucleares: Hematoxilina

É uma substância cristalina, incolor ou ligeiramente amarelada extraída do pau de Campêche (Haema-
toxylon compechianum), leguminosa arborescente da América central. Esta substância pode não ter
qualquer poder de coloração, mas após oxidação transforma-se em hemateína. A hemateína é a subs-
tância ativa nas soluções de hematoxilina necessitando de um mordente com o qual forma uma laca
(sal) para que assim possa corar os tecidos.

A base utilizada que serve de mordente pode ser o alumínio ou então um sal de cobre, de ferro, de
cromo, de tungstênio, etc, obtendo-se com todos eles uma excelente coloração nuclear.

A hematoxilina e a hemateína são solúveis no álcool e na glicerina. A hemateína é pouco solúvel na


água ao contrário da hematoxilina.

Existem várias fórmulas de soluções de hematoxilina podendo utilizar-se um método regressivo (por
ex. com a hematoxilina de Harris), ou um método progressivo (hematoxilina de Mayer).

No método regressivo coram-se todas as estruturas tissulares (núcleos, citoplasma tecidos conjuntivos,
etc.) efetuando-se depois uma descoloração controlada até atingir uma coloração nuclear adequada.
No método progressivo só cora-se o núcleo. A intensidade de azul obtem-se lavando as lâminas em
água corrente.

Colorações Citoplasmáticas: Eosinas

Derivadas da bromofluoresceína, as eosinas são sais de sódio ou de potássio. A sua cor depende
sobretudo do número de átomos de bromo fixados ao núcleo da fluoresceína. As eosinas utilizadas em
colorações são derivadas da tetrabromo-fluoresceína, que apresentam fluorescência e tons amarela-
dos ou azulados, são solúveis na água e no álcool.

As eosinas dão colorações difusas, mas quando utilizadas com cuidado consegue-se obter uma gama
de tons que varia do rosa muito claro até ao rosa vivo.

A eosina amarela em solução aquosa a 2% é a mais utilizada nas colorações em conjunto com a he-
matoxilina. O tempo de coloração varia segundo o tecido a corar e o grau de diferenciação que se
pretende, pode variar entre 1 a 7 minutos.

Coloração do glicogênio e mucopolissacarídeos – PAS (periodic acid-Schiff)

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

É uma técnica de coloração muito útil e esteticamente agradável, substituindo em alguns laboratórios
a coloração de rotina (HE). Esta técnica dá uma reação positiva com todos os polissacarídeos comple-
xos, o que inclui o glicogênio, ácido hialurônico, mucoproteínas, glicoproteínas, glicolipídeos e fosfatí-
deos. Assim, serve para demonstrar/detectar o glicogênio, mucinas neutras, membranas basais e evi-
denciar a maior parte de fungos e parasitas.

Resultados: núcleos azuis, substâncias PAS positivas de vermelho a rosa.

Coloração Das Fibras Do Tecido Conjuntivo

Existem algumas colorações para demonstração dos tecidos conjuntivos, a maioria cai na categoria
das colorações tricrômicas. O termo coloração tricrômica é o nome geral para técnicas que evidenciam
o músculo, fibras de colágeno, fibrina e eritrócitos. São utilizados três (3) corantes um dos quais é
usado como corante nuclear.

Uma das colorações mais antigas é o método de van Gieson, com a qual os núcleos ficam azuis escu-
ros a pretos, cartilagem azulada, o colágeno vermelho (fibras de colágeno e membranas basais) e os
outros tecidos amarelos (fibras elásticas, citoplasma das células epiteliais e musculares).
Uma outra coloração tricrômica muito utiliza é a coloração de Masson, com esta técnica, os núcleos
ficam azuis escuros ou pretos, o músculo, os eritrócitos e o citoplasma das células vermelhos e o colá-
geno azul.

Colorações Argentafins E Argirofilicas

A reação argentafim depende da presença no tecido de substâncias, freqüentemente do grupo fenólico


(tais como catecolaminas ou indolaminas), que reduzem os sais de prata (e outros metais) – Fontana-
Masson.
Nas reações argirofilicas é adicionado um agente redutor externo tal como a hidroquinona ou a forma-
lina – Grimelius. Nos dois tipos de colorações obtêm-se grânulos castanhos escuros ou negros e para
os demais tecidos a cor depende do corante de contraste utilizado. Estas colorações são utilizadas
para detectar células neuroendócrinas e melanina.

Coloração Da Substância Amilóide

A coloração com Vermelho do Congo é seguida pela observação com luz polarizada. É a técnica mais
prática para detectar a substância amilóide. A coloração não tem nenhuma especificidade química,
estando dependente da disposição das moléculas.

Nesta técnica a substância amilóide, o tecido elástico e os grânulos eosinofílicos ficam vermelhos, en-
quanto que os núcleos ficam azuis. Estas preparações quando observadas com luz polarizada apre-
sentam birrefringência exibindo uma cor verde maçã para a substância amilóide.

Pigmentos E Minerais

Nos tecidos podemos observar alguns pigmentos que devem ser caracterizados para determinar a
patologia em questão, dentre os vários pigmentos destacamos a melanina, a hemossiderina, a lipofus-
cina e nos minerais o cálcio.

Na reação de Perls para a hemossiderina, o ácido hidrocloridrico separa a proteína do ferro permitindo
que o ferrocianido de potássio se ligue ao ferro na forma férrica e que se forme o ferrocianido férrico
(azul da Prússia). Assim, os tecidos com hemossiderina e alguns óxidos e sais de ferro ficam azuis.

No método de Fontana–Masson para a melanina é utilizada uma solução de prata amoniacal sem ba-
nho redutor. Apenas as substâncias capazes de reduzir diretamente os sais de prata tais como a me-
lanina são evidenciadas. No final os grânulos argentafins e a melanina ficam de cor negra enquanto os
núcleos e o citoplasma variam de rosa a vermelho.

As lipofuscinas são uma mistura heterogênea de pigmentos nos quais se incluem os ceroides. Existem
algumas técnicas que nos permitem evidenciar de alguma forma estes pigmentos, destacamos o mé-
todo de Sudam negro B que deixa o pigmento negro e o método de Zielh-Neelsen modificado ficando
as lipofuscinas de cor margenta.

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

No método de von Kossa para o cálcio, sais de prata são reduzidos para prata metálica negra pelo uso
de luz ou de um revelador fotográfico, obtendo-se no final os sais de cálcio de cor negra.

No entanto, não devemos esquecer que pigmentos por artefato podem surgir e que devem ser distin-
guidos dos pigmentos acima referidos. O mais freqüente é o pigmento de formol que surge sob a forma
de um depósito castanho ou preto nos tecidos fixados em formalina cujo pH é inferior a 6.5. Quando a
fixação é muito prolongada os tecidos fixados em formalina neutralizada acabam por exibir este pig-
mento. A forma de contornar este artefato é extrair o pigmento da preparação antes de aplicar a colo-
ração escolhida.

Colorações Para Microorganismos

Nestas técnicas incluem-se as técnicas para as bactérias gram-positivas e gram-negativas, micobacté-


rias álcool ácido-resistentes, fungos e parasitas.

A coloração de Gram permite a separação das bactérias em gram-positivas, que retêm os complexos
de cristal de violeta-iodina e em gram negativas, que são descoradas pelo álcool ou acetona e coradas
pela safranina ou fucsina (corantes de contraste). No final obtemos as bactérias gram-positivas azuis
escuras e as gram-negativas vermelhas.

O fundamento da técnica de coloração de Ziehl-Neelsen baseia-se na capacidade que alguns microor-


ganismos reterem os corantes complexos básicos (tais como arbolfucsina) após forte descoloração
com ácido-álcool. A resistência aos ácidos depende do elevado conteúdo em lipídeos (ácidos micólicos
e ácidos graxos de cadeias longas) das paredes celulares das micobactérias.

A técnica de PAS, já referida é muito utilizada para evidenciar fungos, no entanto quando estão em
pequena quantidade é preferível optar pelo método de Grocott. O método de Grocott permite-nos evi-
denciar fungos e leveduras. O método baseia-se na redução da prata pelos grupos aldeídos resultantes
da oxidação pelo ácido crômico. No final os fungos são marcados de cor negra. É o método de eleição
para detecção destes microrganismos principalmente quando o seu número é diminuto.

Na demonstração de protozoários a técnica mais popular é a coloração de Giemsa, com este método
os protozoários e outros microorganismos ficam corados de azul escuro, enquanto que o fundo fica
rosa ou azul claro, os núcleos ficam azuis.

Cortes Por Congelação

Os cortes por congelação são utilizados para diagnósticos rápidos, no estudo de gorduras e substân-
cias lipídicas que se perdem quando utilizamos os métodos de parafina.

Coloração De Gorduras

As técnicas que permitem a detecção de gorduras são limitadas visto não poderem ser aplicadas em
material incluído em parafina, pois as gorduras se dissolverem no xilol ou nos outros materiais usados
no processamento, portanto, limitando a sua aplicação aos cortes de congelação.

A técnica de sudão negro B cora os ésteres de colesterol e os triglicerideos de azul escuro e alguns
fosfolipideos de cinza.

COLORAÇÃO SUBSTÂNCIA MARCADA COR

Mucopolissacárides ácidos (mucina –


Alcian blue (pH 2,5) Azul alciano
substância fundamental)

Alcian blue (pH 0,5 e


Sulfato de condroitina da cartilagem Azul alciano
2,5)

Fontana-Masson Melanina Preto

Giemsa Grânulos dos mastócitos Púrpura

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

Grocott Fungos Preto

PAS sem diastase Polissacarídeos (glicogênio) Púrpura

Mucoproteínas contendo polissacárides


PAS com diastase neutros Púrpura
(membrana basal/parede de fungos)

Perls Hemossiderina Azul

· Ésteres de colesterol e os trigliceri-


Ésteres de colesterol, triglicerideos e al-
Sudão III deos = Azul escuro
guns fosfolipideos
· Alguns fosfolipideos = Cinza

Tricrômico de Mas- · Colágeno = Azul


Colágeno e Músculo
son · Músculo = Vermelho

· Verhoeff
· Van Gieson
Fibras elásticas Preto
· Weigert (resorcina-
fucsina)

Vermelho congo Amilóide Laranja (luz polarizada)

Violeta de Genciana Amilóide Violeta (metacromático)

Von Kossa Cálcio Preto

Warthin-Starry Espiroquetas Preto

Colorações especiais descreve um grande número de técnicas de coloração alternativas e procedimen-


tos histoquímicos que são usados em situações em que a coloração de rotina hematoxilina e eosina
(HE) não pode fornecer todas as informações necessárias a um patologista.

Essas técnicas usam uma variedade de métodos de coloração para visualizar mais prontamente os
componentes de um tecido usando microscopia óptica. Em princípio, eles funcionam aproveitando as
reações químicas intra e extracelulares entre os componentes do tecido e os corantes.

Normalmente, utiliza-se de um produto químico ou corante com afinidade para o que estiver sob inves-
tigação, permitindo que tecidos, estruturas ou mesmo microorganismos sejam corados.

Existem centenas de colorações especiais em uso, cada uma com suas próprias propriedades únicas,
que podem ajudar a avaliar certos componentes celulares ou teciduais e até demonstrar a presença de
patógenos. Embora essas colorações tenham um papel muito importante na histologia, elas são melhor
usadas para confirmar um achado suspeito após avaliação das seções de tecido coradas com HE, em
vez de serem usadas isoladamente para fazer um diagnóstico.

Frequentemente na rotina histopatológica são necessárias colorações especiais, também denomina-


das colorações histoquímicas, seja para diagnóstico mais específico, melhor visualização de compo-
nentes teciduais, para descartar diagnósticos diferenciais ou até mesmo melhorar a evidenciação de
agentes etiológicos, por exemplo, que não são morfologicamente distinguíveis pela coloração de rotina,
a Hematoxilina-Eosina (HE).

Mas o que são corantes? Eles são compostos orgânicos aromáticos e ionizáveis, baseados em ben-
zeno. Entretanto, são incolores e necessitam da adição de cromóforos, quanto mais cromóforos, mais
intensa a coloração será. A associação dos compostos aromáticos com os cromóforos resulta em cro-
mógenos e para que se liguem especificamente aos tecidos devem estar associados ao auxocromo
(quadro 1).

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

Dependendo da carga iônica dos corantes, são classificados em ácidos, básicos ou neutros:

Os corantes ácidos possuem auxocromo aniônico, ou seja, carga elétrica negativa e afinidade por com-
ponentes básicos do tecido (catiônico (+)), portanto, cora estruturas acidófilas, como o citoplasma.
Exemplo: eosina.

Os corantes básicos possuem auxocromo catiônico, ou seja, carga positiva e afinidade com compo-
nentes ácidos do tecido (aniônico (-)), portanto, cora estruturas basófilas, como o núcleo. Exemplo:
hematoxilina.

As colorações histoquímicas, em sua maioria, são realizadas a partir do bloco de parafina, portanto, o
material deve ser fixado em formol 10%, clivado (redução das dimensões do material para melhor pe-
netração do formol e acondicionamento em cassete plástico), passar pelo processo histoquímico e
emblocado em parafina. Tais colorações podem ser feitas através de kit específico ou por método ma-
nual, por meio de reagentes.

Muitas são as colorações histoquímicas que podem ser utilizadas como métodos complementares da
rotina anatomopatológica. A seguir veremos mais sobre a utilidade das principais colorações:

Ácido Periódico de Schiff (PAS): glicoproteínas, secreções celulares, fungos (fotomicrografia 1).

Azul da Prússia (Perls): evidencia compostos férricos, hemossiderina.

Azul de Toluidina: evidenciação dos grânulos metacromáticos dos mastócitos (fotomicrografia 2).

Fontana Masson: grânulos melanocíticos dos melanócitos (fotomicrografia 3).

Grocott: corante à base de prata, específico para fungos (fotomicrografia 4).

Picrosirius: colágeno do tipo I e tipo III, através da refringência sob luz polarizada (fotomicrografia 5).

Reticulina: fibras reticulínicas (fotomicrografia 6).

Rodanina: evidenciação do acúmulo de cobre (fotomicrografia 7).

Sudan Black: para gordura, entretanto, utilizado em cortes não parafinados e sim por congelação, pois
substâncias como o xilol utilizado no histotécnico dissolve conteúdo gorduroso.

Tricômico de Masson: evidencia tecido muscular e fibras colágenas (tecido conjuntivo).

Vermelho congo: deposição de amiloide, através da refringência sob luz polarizada (fotomicrografia 8).

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

Ziehl-Neelsen: bacilos álcool-ácido resistentes – Mycobacterium spp. (fotomicrografia 9).

Oil Red O: triglicerídeos e lipídios em secções congeladas, pois substâncias como o xilol utilizado no
histotécnico dissolve conteúdo gorduroso (fotomicrografia 10).

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

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IMUNO HISTOQUÍMICA

Imuno Histoquímica

A imuno-histoquímica (IHQ) é um método de localização de antígenos (e.g. proteínas) em tecidos, ex-


plorando o princípio da ligação específica de anticorpos a antígenos no tecido biológico.

O nome da técnica provém das raízes "imuno", em referência aos anticorpos utilizados no procedi-
mento, e "histo", significando tecido (compare com imunocitoquímica). A coloração imuno histoquímica
é amplamente utilizada no diagnóstico de células anormais, tais como aquelas encontradas em neo-
plasias.

Marcadores moleculares específicos são característicos de eventos celulares particulares, tais como
proliferação ou morte celular (apoptose). IHQ é também amplamente utilizada na pesquisa básica para
compreender a distribuição e localização de biomarcadores e proteínas diferentemente expressas em
diferentes partes de um tecido biológico.

A visualização de uma interação antígeno anticorpo pode ser obtida de diversas formas. Na situação
mais comum, um anticorpo é conjugado a uma enzima, como uma peroxidase, que pode catalisar uma
reação que produzirá coloração.

Alternativamente, o anticorpo pode também ser marcado com um fluoróforo, como fluoresceína, roda-
mina, Flúor DyLight ou Flúor Alexa (ver imunofluorescência).

História

A imunofluorescência é considerada técnica precursora da IHQ por se basear em reações antígeno-


anticorpo, e se caracteriza por usar tecido fresco congelado, microscópio especial e com pobre defini-
ção morfológica. Na virada dos anos 80-90, a imuno-histoquímica ganhou aplicação ampla na patologia
cirúrgica; uma série de desenvolvimentos técnicos criou sistemas de detecção mais sensíveis. A téc-
nica de hibridização facilitou o desenvolvimento da IHQ com a manufatura de anticorpos monoclonais
altamente específicos, idênticos e em abundância.

Os cortes inicialmente congelados deram lugar aos materiais processados na rotina (fixação em forma-
lina e embebição em parafina). A busca por um fixador ideal (preservação antigênica) foi abandonada,
preservando-se praticidade, custo, eficácia para todos marcadores e preservação da morfologia.

Tipos de Anticorpo

Os anticorpos usados para detecção específica podem ser policlonais ou monoclonais. Anticorpos mo-
noclonais são geralmente considerados mais específicos. Anticorpos policlonais são obtidos pela inje-
ção de um antígeno peptídico em animais e, após a estimulação de resposta imune secundária, isola-
mento dos anticorpos a partir do soro.

Portanto, anticorpos policlonais são uma mistura heterogênea de anticorpos que reconhecem diver-
sos epítopos. Anticorpos podem também ser classificados como reagentes primários ou secundários.
Anticorpos primários são produzidos contra um antígeno de interesse e são tipicamente não-conjuga-
dos (não-marcados), enquanto anticorpos secundários são produzidos contra anticorpos primários. As-
sim, anticorpos secundários reconhecem imunoglobulinas de uma espécie particular e são conjugados
à biotina ou a uma enzima como fosfatase alcalina ou uma peroxidase.

Alguns anticorpos secundários conjugados a agentes fluorescentes, como o Flúor Alexa ou Fluor
DyLight, são também frequentemente usados para detecção de proteínas por método IHQ. A concen-
tração da proteína é geralmente medida por análise de densitometria, em que a intensidade da colora-
ção se correlaciona com a quantidade da proteína de interesse.

Preparação de Amostras

No procedimento, dependendo do propósito e da espessura da amostra, cortes finos (cerca de 4-40 μm)
são feitos no tecido de interesse, ou, se o tecido não for muito espesso e for penetrável, é utilizado
inteiro. Os cortes são geralmente realizados através do uso de um micrótomo, e colocados em lâminas.

Lâminas de controle

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IMUNO HISTOQUÍMICA

São amostras preparadas com resultados presumidamente conhecidos, que podem ser produzidos a
partir de espécimes do próprio paciente ou de outros indivíduos. Tal cuidado é elaborado na tentativa
de minimizar as faltas de padronização de processamento e fixação.

Controles internos consistem em tecido (ou células) da mesma secção, ou de secção separada do
mesmo espécime da paciente, como secção-teste. Por exemplo, uma excelente escolha para controle
positivo é a parte de tecido mamário normal da amostra da paciente com suspeita de neoplasia de
mama. A situação ideal seria colocar no mesmo bloco o tecido a ser analisado (“suspeito”) e o tecido
de controle.

O uso de controles externos significa a disponibilização de tecidos (ou linhas de células) derivas de
outras fontes que não o paciente a ser analisado (por definição, não foram sujeitas ao mesmos proce-
dimentos de fixação e processamento). Devem incluir células sabidamente negativas e outras com
níveis baixos e altos de expressão de do antígeno que se está avaliando.

IHQ Direta e Indireta

Há duas estratégias usadas para a detecção imuno-histoquímica de antígenos nos tecidos, o mé-
todo direto e o método indireto. Em ambos os casos, muitos antígenos também necessitam de passos
adicionais de desmascaramento, o que frequentemente faz a diferença entre coloração e não-colora-
ção. Ao contrário da imunocitoquímica, o tecido não precisa ser permeabilizado, pois isso já foi feito
pela lâmina do micrótomo durante a preparação da amostra. Detergentes como Triton X-100 são ge-
ralmente usados na imuno-histoquímica para reduzir a tensão superficial, permitindo que menos rea-
gente seja usado para atingir melhor e maior cobertura da amostra.

Direto

O método direto é um método de coloração de um passo (one-step), e envolve um anticorpo marcado


(e.g. Isotiocianato de Fluoresceína - FITC) conjugado reagindo diretamente com o antígeno na amostra
de tecido. Essa técnica utiliza apenas um anticorpo e o procedimento é, portanto, simples e rápido.
Entretanto, pode sofrer problemas com sensibilidade devido à pequena amplificação de sinal e é menos
comumente utilizado do que os métodos indiretos.

Indireto

O método indireto envolve um anticorpo primário não-marcado (primeira camada) que reagem com o
antígeno do tecido, e um anticorpo secundário marcado (segunda camada) que reagem com o anti-
corpo primário. (O anticorpo secundário deve se produzido contra a IgG da espécie animal em qual o
anticorpo primário foi produzido.) Esse método é mais sensível devido à amplificação de sinal através
de diversas reações de anticorpos secundários com diferentes sítios antigênicos do anticorpo primário.
A segunda camada de anticorpos pode ser marcada com corante fluorescente ou uma enzima.

O método indireto, além de sua grande sensibilidade, também tem a vantagem de que apenas um
número relativamente pequeno de anticorpos secundários conjugados (marcados) precisa ser gerado.
Por exemplo, um anticorpo secundário marcado produzido contra IgG de coelho, que pode ser com-
prado diretamente sem encomenda, é útil com qualquer anticorpo primário produzido em coelhos. Com
o método direto, seria necessário produzir anticorpos marcados customizados contra cada antígeno de
interesse.

Indicações de Imuno-histoquímica

As reações imuno-histoquímicas podem ser utilizadas nas mais diferentes situações dentro de um la-
boratório de patologia cirúrgica. As mais importantes são:

elucidação do tecido de origem de uma neoplasia morfologicamente indiferenciada;

determinação do órgão de origem de uma neoplasia diferenciada;

subtipagem de neoplasias (linfomas);

pesquisa de fatores prognósticos, terapêuticos e índices proliferativos de algumas neoplasias (por


exemplo, hormônios);

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IMUNO HISTOQUÍMICA

identificação de estruturas, organismos e materiais secretados pelas células;

detecção de células neoplásicas metastáticas;

diferenciação entre uma proliferação celular maligna e benigna.

Marcadores imuno-histoquímicos

IHQ é uma técnica excelente de detecção, e tem a extraordinária vantagem de se capaz de mostrar
exatamente onde uma determinada proteína está localizada no tecido examinado. É também uma
forma efetiva de examinar os tecidos.

Isso a tornou uma técnica amplamente utilizada nas neurociências, possibilitando que os pesquisado-
res examinem a expressão de proteínas dentro de estruturas cerebrais específicas. Sua maior desvan-
tagem é que, ao contrário das técnicas de imuno-plotagem (immunoblotting), em que a coloração é
checada contra um peso molecular posteriormente, é impossível mostrar na IHQ que a coloração cor-
responde à proteína de interesse.

Por essa razão, anticorpos primários devem ser bem validados em um Western Blot ou procedimento
similar. A técnica é ainda mais amplamente utilizada no diagnóstico da patologia cirúrgica para tipagem
de tumores (e.g. imunocoloração para e-caderina para diferenciar entre carcinoma ductal in situ (colo-
ração positiva) e carcinoma lobular in situ (não cora).

Pan Citoqueratina: marcador de todos tipos celulares epiteliais e todos carcinomas; também podem ser
expressas em alguns sarcomas;

CD45 (LCA): marcador de leucócitos;

HMB45: marcador de melanoma e nevos azul, de Spitz e juncional, angiomiolipoma;

S100: marcador de células gliais e de Schwann, melanócitos, adipócitos, condrócitos, células de Lan-
gerhans e células reticulares interdigitantes

Vimentina: marcador de células de origem mesenquimal (sarcomas);

Actina: marcador mioepitelial; útil para leiomiossarcoma (positivo), câncer papilar de mama (negativo)
e outros;

Alfafetoproteína (AFP): marcador de tumores de células germinativas (seio endodérmico) e carcinoma


hepatocelular;

BCL-2: é uma oncoproteína; linfoma folicular x hiperplasia reacional, subtipos de linfomas, carcinomas
e sarcomas;

CA 125: Marcador de carcinoma de ovário, vesículaseminal, colo uterino, endométrio, trato gastrintes-
tinal, tireóide e mama;

CEA (antígeno cárcino-embriônico): marcador de antígeno oncofetal - subtipos de adenocarcinoma,


carcinoma hepatocelular (padrão canalicular), negativo no mesotelioma. Não é sítio-específico.

Antígeno prostático específico (PSA): para câncer de próstata;

Receptores de estrogênio e progesterona: marcadores prognósticos em câncer de mama;

CD3 (Pan-T): para identificação de linfomas de células T;

CK7: marcador de epitélios glandulares e transicional - subtipos de carcinomas, ductos biliares;

CD10 (CALLA): marcador de células foliculares e linfoblastos, normais e neoplásicas, além de tumor
do estroma endometrial e carcinoma de células renais;

CD15: marcador de granulócitos maduros, células de Hodgkin e de Reed-Sternberg e diversos adeno-


carcinomas

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IMUNO HISTOQUÍMICA

CD20 (Pan-B): para identificação de linfomas de células B;

CD30 (Ki-1): marcador de linfoma de Hodgkin, linfoma de grandes células anaplásico e carcinoma em-
brionário;

CD117 (proto-oncogene c-KIT): marcador de tumores de estroma gastrointestinal (GIST), alguns carci-
nomas e leucemias, mastócitos;

CK20: tumores gastrointestinais, carcinoma de células transicionais, tumor de células de Merkel;

Cromogranina A: marcador de diferenciação neuroendócrina;

Desmina: marcador de células musculares, estriadas ou lisas - tumores musculares lisos e estriados,
diferenciação muscular em células normais

E-caderina: glicoproteína transmembrana com papel regulador das junções epiteliais - carcinoma duc-
tal x carcinoma lobular de mama

Enolase: marcador de origem neural e neuroectodérmica - tumores neuroendócrinos e melanoma;

Erb-B2/Her-neu: carcinomas da mama, ovário e trato-gastrointestinal. Marcador prognóstico e preditivo


em carcinoma de mama;

KI-67: marcador da proteína nuclear expressa durante todas as fases do ciclo celular, marcador de
proliferação celular;

Proteína P53: marcador da proteína P53, produto do gene supressor tumoral marcador prognóstico.
Presente em grande variedade de tumores;

Racemase: marcador de células neoplásicas no carcinoma de próstata;

TTF-1: marcador de carcinomas de pulmão e tireóide e neoplasias neuroendócrinas.

Diagnóstico por IHQ

Existe uma certa crença de que o estudo imuno-histoquímico teria alguma ligação com testes bioquí-
micos, devido a termos como “dosagem de receptores” e “teste imuno-histoquímico”, mas a IHQ gera
um diagnóstico final. Há diversas variáveis envolvidas na geração de um diagnóstico imuno-histoquí-
mico: dados clínicos, dados morfológicos, fase pré-analítica, fase analítica e fase pós-analítica. Mesmo
excluindo-se todos os fatores técnicos e metodológicos, o diagnóstico IHQ final é, em grande parte,
subjetivo; porém a opinião do patologista deve procurar objetividade, reprodutibilidade (intra e interob-
servador), comparabilidade (interinstitucional), com bom controle de qualidade.

O patologista, frente a um caso de metástase, deve, a partir da morfologia tumoral, solicitar painel imu-
nohistoquímico, levando-se ainda em consideração o sexo, idade e dados clínicos do paciente. A inter-
pretação da imuno-histoquímica deve levar em conta o padrão de marcação e o tipo celular marcado.
Enfatiza-se que, em anatomia patológica, a reação da imuno-histoquímica é um método auxiliar impor-
tante para definir o tipo histológico tumoral, principalmente em neoplasias pouco diferenciadas, porém
ela não pode ser avaliada isoladamente, devendo-se considerar a morfologia histopatológica e dados
clínicos para o diagnóstico final.

Determinação do local de origem de neoplasias muitas vezes é possível e necessário para o manejo
clínico adequado dos pacientes. O primeiro passo na avaliação de um tumor metastático é a determi-
nação da linhagem do tumor (por exemplo, células epiteliais, mesenquimais, melanocíticas). Marcado-
res para a determinação de linhagem devem ser incluídos em um painel; tanto colorações positivas
como negativas são esperadas em diferentes linhagens em estudo. Os marcadores inicialmente avali-
ados utilizados rotineiramente com esse propósito são: AE1/AE3+ (pan-citoqueratina) que, caso posi-
tivo, indica neoplasia de origem epitelial; CD45 (LCA), que é um marcador leucocitário e, quando posi-
tivo, aponta para linfoma; e vimentina, que é um marcador de células de origem mesenquimal, indi-
cando sarcoma quando positivo. Outros marcadores realizados rotineiramente são os marcadores me-
lanocíticos HMB45 e S100, na suspeita de melanoma.

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IMUNO HISTOQUÍMICA

Depois de uma metástase ter sido determinada como um carcinoma, por exemplo, um painel de tecidos
ou órgãos marcadores específicos podem ser usados em uma tentativa de determinar ou sugerir a
origem. Realiza-se então, painel conforme a linhagem do tumor: caso origem epitelial, painel para pes-
quisa do sítio primário com CK7 e CK20; caso origem leucocitária, painel para linfoma e caso origem
mesenquimal, painel para sarcoma.

Fases da análise imuno-histoquímica

Fase pré-analítica: refere-se às operações realizadas antes do material estar disponível para análise,
como as etapas de fixação e processamento do tecido. São exemplos de operações até então ainda
não definidas em relação a manipulação de amostras de tecidos mamários: tempo de isquemia morna
antes de fixar a amostra, tempo para realizar secção e transferência de amostras para blocos, tempos
mínimo e máximo de fixação, tipo de fixador, tipo de processador tissular, temperatura máxima nas
diferentes fases do processamento (incluindo duração da exposição à parafina aquecida).

Fase analítica: refere-se aos aspectos da reação com os componentes da IHQ, que devem estar fun-
cionando propriamente, principalmente o anticorpo primário a ser usado, o sistema de detecção e o cro-
mógeno. Uma queda da “sensibilidade” desses fatores pode levar a uma análise inadequada, com
potenciais resultados falso-negativos.

Terapia direcionada

Uma variedade de rotas moleculares estão alteradas no câncer e algumas dessas alterações podem
ser alvo de terapia. A imuno-histoquímica pode ser usada para avaliar que tumores mais provavelmente
responderão à terapia, pela detecção da presença ou de níveis elevados do alvo molecular.

Inibidores químicos

A biologia tumoral permite um número de potenciais alvos intracelulares. Muitos tumores são hormônio-
dependentes. A presença de receptores hormonais pode ser usada para determinar se um tumor é
potencialmente responsivo à terapia anti-hormonal.

Uma das primeiras terapias foi a antiestrogênica (Tamoxifeno), utilizada para o tratamento do câncer
de mama. Tais receptores hormonais podem ser detectados por IHQ. Imatinib, um inibidor intracelular
da cinase de tirosina, foi desenvolvido para tratar leucemia mielóide crônica, uma doença caracterizada
pela formação de uma cinase de tirosina anormal específica.

Imatinib se provou efetivo em tumores que espressam outras cinases de tirosina, mais notavelmente
KIT. A maioria dos tumores de estroma gastrointestinal (GIST) expressam KIT, o qual pode ser detec-
tado por imuno-histoquímica.

Anticorpos monoclonais

Muitas proteínas mostradas pela IHQ são altamente supra-reguladas (upregulated) em estados pato-
lógicos, sendo potenciais alvos para terapias utilizado anticorpos monoclonais.

Entre os alvos superexpressos, estão os membros da família EGFR (epidermal growth factor receptor),
proteínas transmembrana com um domínio receptor extracelular regulando uma cinase de tirosina in-
tracelular. Anticorpos monoclonais, devido ao seu tamanho, são utilizados contra alvos da superfície
celular.

Desses, HER2/neu (também conhecido como Erb-B2) foi o primeiro a ser desenvolvido. A molécula é
altamente expressa em uma variedade de tipos de células cancerígenas, mais notavelmente câncer de
mama. Como tal, anticorpos contra HER2/neu foram aprovados pela FDA (Food and Drugs Adminis-
tration) para tratamento clínico de câncer sob o nome de Herceptin. Os testes imuno-histoquímicos
disponíveis comercialmente são Dako HercepTest e Ventana.

Similarmente, EGFR (HER-1) é superexpresso em uma variedade de cânceres, incluindo de cabeça e


pescoço e cólon. A imuno-histoquímica é utilizada para determinar os pacientes que poderão ter bene-
fício de anticorpos terapêuticos como Erbitux (cetuximab). Sistemas comerciais para detectar EGFR
por IHQ incluem Dako pharmDx.

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IMUNOFLUORESCËNCIA

Imunofluorescência

Imunofluorescência é definida como uma técnica que possibilita a visualização de antígenos nos teci-
dos ou em suspensões celulares, por meio da utilização de anticorpos específicos, marcados com flu-
orocromo, capazes de absorverem a luz ultra-violeta (UV), emitindo-a num determinado comprimento
de onda, permitindo sua observação ao microscópio de fluorescência (com luz UV).

Dentre os fluorocromos mais comumente utilizados estão:

Fluresceína (FITC);

Rodamina (TRICT).

Após os fluoróforos serem excitados por um determinado comprimento de onda, emitem fótons de luz
fluorescentes a um comprimento de onda superior.

Existem dois tipos distintos de imunofluorescência. São elas:

Imunofluorescência direta;

Imunofluorescência indireta;

Imunofluorescência Direta

Utiliza-se esta técnica, também conhecida como técnica de camada simples, para detecção de antíge-
nos em amostras clínicas utilizando-se anticorpos marcados com fluorocromos.

As etapas deste procedimento compreendem:

Fixação do esfregaço da lâmina;

Tratamento com anticorpo marcado;

Incubação;

Lavagem para remover excesso de anticorpos marcados não ligados;

Visualização no microscópio fluorescente.

As indicações desta técnica são: detecção de vírus, parasitas, antígenos de tumor de amostras ou
monocamadas de células do paciente. É utilizado também na identificação da distribuição de um antí-
geno no interior de um tecido ou compartimento de uma célula.

Imunofluorescência indireta

Utiliza-se este tipo de imunofluorescência, também conhecida como técnica de dupla camada, na de-
tecção de anticorpos no soro do paciente por meio de antígenos fixados em uma lâmina, na qual se
aplica primeiramente um anticorpo específico não fluorescente.

Por fim, coloca-se um anticorpo fluorescente com especificidade marcada contra determinados antíge-
nos do primeiro anticorpo usado para reagir com o antígeno.

Esta técnica tem como vantagem possibilitar uma fluorescência mais evidente, uma vez que os anti-
corpos fluorescentes associam-se somente aos anticorpos primários, além de permite trabalhar com
diversos anticorpos primários específicos para distintos tipos de antígenos, sendo capaz de identificar
qual a classe a qual o anticorpo pertence.

Habitualmente, a imunofluorescência indireta é utilizada na detecção de auto-anticorpos, e também, na


detecção de anticorpos anti-nucleares encontrados no soro de pacientes com lúpus eritematoso sistê-
mico.

De imunofluorescência utiliza anticorpos marcados com corantes fluorescentes para revelar a formação
de imunocomplexos vírus-anticorpo. Os anticorpos marcados são chamados de conjugados. O corante

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IMUNOFLUORESCËNCIA

fluorescente usado mais frequentemente em virologia é o isotiocianato de fluoresceína (FITC), o qual


produz uma fluorescência verde-amarelada.

Imunofluorescência Direta (IF)

É um método utilizado para identificar muitos antígenos virais. Na IF direta, um conjugado de especifi-
cidade conhecido é adicionado a células infectadas por vírus, fixados em uma lâmina de microscópio.

Se o anticorpo é específico para o antígeno, ocorre a formação do complexo que é visualizado pela
fluorescência, observado ao microscópio de fluorescência. Se o conjugado não é específico para o
antígeno, não há formação de imunocomplexos, logo não há fluorescência.

Imunofluorescência indireta (IFI)

Esta técnica é usada para identificar antígeno ou anticorpos. O teste é realizado em duas etapas. Na
primeira etapa, anticorpos não-marcados são adicionados a células infectadas fixadas a uma lâmina
de microscópio. Após incubação, as lâminas são lavadas para remover anticorpos não-ligados. Na
segunda etapa, um anticorpo anti-imunoglobulina conjugado com fluoresceína é adicionado.

O tipo de conjugado é determinado pela espécie do anticorpo usado na primeira etapa. Por exemplo,
se uma imunoglobulina humana é utilizada na primeira etapa, o conjugado anti-imunoglobulina humano
é empregado na segunda etapa.

A técnica de IFI tem vantagem de não ser preciso obter um antissoro conjugado com o corante fluores-
cente para cada tipo de vírus, o que torna o diagnóstico mais barato do que quando se utiliza apenas
a IFD.

Fluorescência

Fluorescência é a propriedade que algumas substâncias possuem de modificar o comprimento de onda


da radiação luminosa que incide sobre elas, emitindo, dessa forma, radiação de coloração distinta do
incidente. Esse fenômeno é particularmente interessante quando a luz incidente está na faixa do ultra-
violeta, invisível ao olho humano, e a luz emitida, no espectro do visível.

Os letreiros luminosos de enorme variedade de cores, formas e movimentos que passaram a enfeitar
a vida noturna dos grandes centros urbanos funcionam com base na fluorescência, fenômeno físico
que revolucionou a iluminação das cidades e possui numerosas aplicações de importância.

A explicação teórica da fluorescência pressupõe que o fóton, quantum de energia eletromagnética (luz),
ao ser absorvido pela molécula de uma substância, excita seus elétrons, fazendo-os saltar para níveis
energéticos superiores. A molécula assim ativada transforma o excesso de energia em movimento,
chocando-se com as moléculas vizinhas.

Dessa forma, o efeito inicial da radiação incidente se propaga em todas as direções. Em certos casos,
esse excesso de energia também é emitido sob forma de radiação, quase sempre com freqüência
inferior, quando o elétron retorna a seu nível energético original, o que dá origem à fluorescência.

Numerosas substâncias apresentam fluorescência, entre elas a fluorita ou fluoreto de cálcio (de onde
provém o nome do fenômeno), os vidros de urânio, o petróleo, as soluções de fluoresceína e eosina,
além de diversos corantes, sulfato de quinino, clorofila, vapores de sódio e mercúrio, iodo e acetona.

O fenômeno da fluorescência constitui a base física do funcionamento das lâmpadas fluorescentes e


de mecanismos tais como o do cintiloscópio, aparelho utilizado na medição de radiações ionizantes.

Fluorescência

A fluorescência é a propriedade de algumas substâncias para refazer, na maioria dos casos, um com-
primento de onda maior e, por conseguinte, de energia mais baixa, a radiação electromagnética rece-
bido, em particular para absorver a radiação na ultravioleta e emitem no visível.

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IMUNOFLUORESCËNCIA

Um exemplo deste processo, vemos em todos os materiais que contêm pigmentos fluorescentes, tais
como na tinta dos marcadores e tintas fluorescentes. As propriedades de um objecto fluorescente, mui-
tas vezes tornam-se evidentes com a utilização de uma lâmpada de Wood, mas, dependendo do ma-
terial pode exigir um comprimento de onda mais curto.

O mecanismo

Uma radiação incidente (no exemplo de uma lâmpada de Wood é luz ultravioleta) excita os átomos da
substância fluorescente, promovendo um electrão para uma energia mais elevada (ver orbital) ligado
menos, mais energia e, portanto, mais “exterior”.

Dentro de algumas dezenas de nanosegundos, os elétrons excitados retornam ao nível anterior em


dois ou mais estágios, ou seja, passando por um ou mais estados excitados de energia intermediária.

Todas, excepto uma decai são, geralmente, não radiativas, enquanto que o último emite luz com um
comprimento de onda maior do que a radiação incidente (e não necessariamente no espectro visível):
esta luz é chamado de “fluorescência”.

A fluorescência é competir com todos os outros processos de decomposição:

Extinção física
Relaxamento vibracional
Conversão interna
Fosforescência
Intersystem travessia
Emissão Auger

Fatores que afetam a fluorescência

Os fatores que determinam o mecanismo mais provável são diferentes: a fase da amostra, o modo com
o qual é fornecida energia à molécula, da natureza do estado electrónico animado e PES , a pressão
(se for uma molécula em fase gasosa ) e a presença de outras espécies químicas que podem promover
ou inibir a têmpera ou a transferência de energia intramolecular. Por exemplo, a fluorescência ocorre
facilmente para os átomos em fase gasosa a baixa pressão. Não havendo níveis de energia de rotação
e vibração num sistema atómico, os mecanismos não-radiativos são altamente improváveis, especial-
mente a baixa pressão.

Além disso, o relaxamento químico (reacções de isomerização, dissociação e outros) não é possível.
A fluorescência é também influenciada pela estrutura da molécula. Por exemplo, as moléculas rígidas
que os sistemas actuais de ligações duplas conjugadas, prestam-se muito bem para a fluorescência:
em moléculas particulares onde existem estruturas aromáticas, em que o fenómeno de ressonância
para as ligações duplas está espalhados por toda a estrutura, se animado originar para p? * transições
p e, assim, facilitar a fluorescência. Temperatura é outro factor que influencia a fluorescência, de facto,
a temperatura depende do estado vibracional da molécula: assim pode promover a conversão interna.

Espectometria de fluorescência

Os átomos ou moléculas que são excitados a altos níveis de energia podem cair a níveis mais baixos,
emitindo radiação (emissão ou luminescência). Para os átomos excitados por uma fonte de energia a
alta temperatura esta emissão de luz é normalmente chamada de emissão atômica e óptica (espec-
troscopia de emissão atômica), e para os átomos excitados com luz, é chamada fluorescência (espec-
troscopia atômica de fluorescência).

A fluorescência atômica é a emissão óptica de átomos na fase de gás que foram excitados a níveis
mais altos de energia por absorção de radiação eletromagnética. A espectroscopia de fluorescência
atômica (AFS) é uma técnica de elementos múltiplos utilizada para a análise de traços de metais em
água de mar, substâncias biológicas e amostras agrícolas. É mais sensível ao zinco, mercúrio e selênio.

Espectometria de fluorescência – Instrumental

A análise de soluções ou sólidos requer que os átomos da substância a ser analisada sejam dissolvidos,
vaporizados e atomizados a uma temperatura relativamente baixa em um tubo quente, chama ou forno

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IMUNOFLUORESCËNCIA

de grafita. Uma lâmpada de cátodo oco ou laser fornece a excitação ressonante para levar os átomos
a níveis de energia mais altos. A fluorescência atômica é dispersa e detectada por tubos monocroma-
dores e fotomultiplicadores, similares ao instrumental da espectroscopia de emissão atômica.

Existem dois tipos de instrumentos de fluorescência: dispersivos e não dispersivos. Um instrumento


dispersivo compõe-se de uma fonte de luz, um atomizador, um analisador, um detector, um processa-
dor de sinal e um dispositivo de leitura.

A fonte ideal para a fluorescência atômica é o laser, mas a fonte mais comum é a lâmpada de descarga
sem eletrodo. Um instrumento não dispersivo é composto por uma fonte de luz, um atomizador e um
detector. Não é necessário um analisador. Quando uma lâmpada de descarga sem eletrodo serve como
fonte de excitação, a radiação emitida é a de um elemento Simples

Um atomizador por chama consiste em um nebulizador que converte a chama em um aerosol que
alimenta o queimador. O melhor sistema para AFS é a combinação de acetileno/ óxido nitroso e hidro-
gênio/ oxigênio e argônio usando uma chama retangular. Para isolar o feixe estreito do comprimento
de onda, utiliza-se um monocromador ou um sistema de filtro de interferência. Um fotomultiplicador
converte a energia de radiação em sinais elétricos.

Os letreiros luminosos de enorme variedade de cores, formas e movimentos que passaram a enfeitar
a vida noturna dos grandes centros urbanos funcionam com base na fluorescência, fenômeno físico
que revolucionou a iluminação das cidades e possui numerosas aplicações de importância.

Fluorescência é a propriedade que algumas substâncias possuem de modificar o comprimento de onda


da radiação luminosa que incide sobre elas, emitindo, dessa forma, radiação de coloração distinta do
incidente. Esse fenômeno é particularmente interessante quando a luz incidente está na faixa do ultra-
violeta, invisível ao olho humano, e a luz emitida, no espectro do visível.

A explicação teórica da fluorescência pressupõe que o fóton, quantum de energia eletromagnética (luz),
ao ser absorvido pela molécula de uma substância, excita seus elétrons, fazendo-os saltar para níveis
energéticos superiores.

A molécula assim ativada transforma o excesso de energia em movimento, chocando-se com as molé-
culas vizinhas. Dessa forma, o efeito inicial da radiação incidente se propaga em todas as direções. Em
certos casos, esse excesso de energia também é emitido sob forma de radiação, quase sempre com
freqüência inferior, quando o elétron retorna a seu nível energético original, o que dá origem à fluores-
cência.

Numerosas substâncias apresentam fluorescência, entre elas a fluorita ou fluoreto de cálcio (de onde
provém o nome do fenômeno), os vidros de urânio, o petróleo, as soluções de fluoresceína e eosina,
além de diversos corantes, sulfato de quinino, clorofila, vapores de sódio e mercúrio, iodo e acetona.
O fenômeno da fluorescência constitui a base física do funcionamento das lâmpadas fluorescentes e
de mecanismos tais como o do cintiloscópio, aparelho utilizado na medição de radiações ionizantes.

Tipos de Espectroscopia

Absorção

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IMUNOFLUORESCËNCIA

Espectroscopia de absorção é uma técnica na qual o poder de um feixe de luz medido antes e depois
da interação com uma amostra é comparada. Técnicas de absorção específica tendem a ser referido
por comprimento de onda da radiação medida, tais como ultravioleta, infravermelho ou espectroscopia
de absorção de microondas. Absorção ocorre quando a energia dos fótons corresponde à diferença de
energia entre dois estados do material.

Fluorescência

Espectroscopia de fluorescência usa fótons de maior energia para excitar uma amostra, que depois
emitem fótons de energia mais baixos. Esta técnica se tornou popular para suas aplicações bioquímicos
e médicos, e pode ser usado para a microscopia confocal, a transferência de energia de ressonância
de fluorescência e as imagens da vida de fluorescência.

Raio X

Quando raios-X de freqüência suficiente (energia) interagem com uma substância, os elétrons shell
interior do átomo está animado para exterior orbitais vazios, ou podem ser completamente removidos,
o átomo ionizante. O interior shell “buraco” será então preenchida por elétrons de orbitais exterior. A
energia disponível nesse processo de excitação é emitida como radiação (fluorescência) ou irá remover
outros menos vinculados elétrons do átomo (efeito Auger). As freqüências de absorção ou de emissão
(energias) são características específicas do átomo.

Além disso, para um átomo específico, pequena freqüência (energia) variações que são característicos
da ligação química ocorrer. Com um aparelho apropriado, esses característicos de raios-X freqüências
ou energias de elétrons Auger podem ser medidos. X-Ray espectroscopia de absorção e emissão é
usado em ciências química e material para determinar a composição elementar e ligação química.

Cristalografia de raios X é um processo de espalhamento; dispersão materiais cristalinos raios-X em


ângulos bem definidos. Se o comprimento de onda do incidente de raios-X é conhecido, o que permite
o cálculo das distâncias entre planos de átomos dentro do cristal. As intensidades dos raios X espalha-
dos dar informações sobre as posições atômicas e permitir que o arranjo dos átomos no interior da
estrutura de cristal para ser calculado. No entanto, a luz de raios-X não é então dispersa de acordo
com seu comprimento de onda, que é fixado em um determinado valor, e difração de raios X não é,
portanto, uma espectroscopia.

Chama

Amostras de solução líquida são aspirados em uma combinação queimador ou nebulizador / queima-
dor, dissolvidos, atomizada e, por vezes animado para um estado superior de energia eletrônica. O uso
de uma chama durante a análise requer combustível e oxidante, normalmente na forma de gases.
Gases combustíveis comuns usados são o acetileno (ethyne) ou hidrogênio. Gases oxidantes comuns
usados são oxigênio, ar, ou óxido nitroso. Estes métodos são muitas vezes capazes de analisar analitos
elemento metálico na parte por milhão, bilhão, ou faixas de concentração, possivelmente menor. De-
tectores de luz são necessários para detectar a luz com as informações provenientes da análise da
chama.

Ultravioleta

Todos os átomos absorvem na região ultravioleta (UV), porque esses fótons são energia suficiente para
excitar elétrons externos. Se a freqüência é alta o suficiente, fotoionização ocorre. Espectroscopia UV
também é usado na quantificação de proteínas e DNA de concentração, bem como a proporção de
proteína para a concentração de DNA em uma solução. Vários aminoácidos encontrados normalmente
em proteína, como triptofano, absorvem a luz na faixa de nm 280 e DNA absorve luz na faixa de 260
nm.

Por esta razão, a proporção de 260/280 nm de absorbância é um bom indicador geral da pureza relativa
de uma solução em termos destas duas macromoléculas. Estimativas razoáveis da concentração de
proteína ou DNA também pode ser feita desse jeito, usando a lei de Beer.

Infravermelho

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Espectroscopia no infravermelho oferece a possibilidade de medir diferentes tipos de inter vibrações


ligação atômica em freqüências diferentes. Especialmente na química orgânica da análise de IR es-
pectro de absorção mostra que tipo de laços estão presentes na amostra. Também é um importante
método para análise de polímeros e componentes como cargas, pigmentos e plastificantes.

Infravermelho próximo (NIR)

A faixa do infravermelho próximo NIR, imediatamente além da faixa de comprimento de onda visível, é
especialmente importante para aplicações práticas por causa da profundidade de penetração muito
maior de radiação NIR na amostra do que no caso de gama média espectroscopia de infravermelho.

Isto permite que as amostras também grande para ser medido em cada varredura por espectroscopia
NIR, e é atualmente empregado para muitas aplicações práticas, tais como: análise de grãos rápida,
diagnóstico médico de biotecnologia farmacêutica / medicamentos, análise genômica, análise proteô-
mica, a pesquisa interactomics, o monitoramento em linha têxtil , análise de alimentos e química de
imagens / imagens hiperespectrais de organismos intactos, plásticos, têxteis, detecção de insetos, la-
boratório forense aplicação detecção de crimes, e várias aplicações militares.

Raman

A espectroscopia Raman utiliza o espalhamento inelástico de luz para analisar os modos de vibração
e rotação das moléculas. O resultado “impressões digitais” são uma ajuda para análise.

Coerente anti-Stokes espectroscopia Raman (CARS)

CARROS é uma técnica recente que tem alta sensibilidade e poderosas aplicações para”in vivo”espec-
troscopia e de imagem.

Ressonância Magnética Nuclear

Espectroscopia de ressonância magnética nuclear analisa as propriedades magnéticas dos núcleos


atômicos determinados para determinar diferentes ambientes eletrônicos locais de hidrogênio, carbono
ou outros átomos em um composto orgânico ou outro composto. Isto é usado para ajudar a determinar
a estrutura do composto.

Fotoemissão

Mössbauer

Transmissão ou de conversão de elétrons (CEMS) modos de espectroscopia Mössbauer investigar as


propriedades dos núcleos de isótopos específicos em diferentes ambientes atômica, analisando a ab-
sorção ressonante de energia característica raios gama conhecido como efeito Mössbauer.

Outros Tipos

Há muitos tipos diferentes de técnicas de análise de materiais sob o rótulo de “espectroscopia”, utili-
zando uma grande variedade de abordagens diferentes para as propriedades do material de sondagem,
tais como absorção, reflexão, emissão de espalhamento, condutividade térmica e índice de refração.

• Espectroscopia acústica

• Auger espectroscopia é um método utilizado para estudar superfícies dos materiais em escala micro.
Ele é frequentemente usado em conexão com microscopia eletrônica.

• Anel cavidade inferior espectroscopia

• Circular Dicroísmo espectroscopia

• Deep-nível espectroscopia transiente mede a concentração e analisa os parâmetros de defeitos ele-


tricamente ativos em materiais semicondutores

• Espectroscopia dielétrica

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• Interferometria de polarização dupla mede a componentes real e imaginária do índice de refração


complexo

• Força espectroscopia

• Transformada de Fourier espectroscopia é um método eficiente para processamento de dados espec-


tros obtidos com interferômetros. Quase todas as técnicas de espectroscopia no infravermelho (como
FTIR) e ressonância magnética nuclear (RMN) são baseados em Fourier transforma.

• Infravermelho transformada de Fourier (FTIR)

• Hadron espectroscopia de estudos do espectro de energia / massa dos hádrons de acordo com a
paridade de spin, e as propriedades de outra partícula. Baryon espectroscopia e meson espectroscopia
são os dois tipos de hádrons espectroscopia.

• Espectroscopia de elétrons inelásticos tunelamento (IETS) usa a mudanças na corrente devido à


interação elétron-vibração inelástica em energias específicas que também pode medir transições opti-
camente proibidas.

• Espalhamento de nêutrons inelástica é semelhante a espectroscopia Raman, mas utiliza nêutrons ao


invés de fótons.

• Laser espectroscopia usa lasers sintonizáveis e outros tipos de fontes de emissão coerente, tais como
osciladores paramétricos ópticos, para excitação seletiva de espécies atômicas ou moleculares.

• Ultra espectroscopia a laser rápida

• Espectroscopia mecânica envolve interações com vibrações macroscópicas, como fônons. Um exem-
plo é a espectroscopia acústica, envolvendo as ondas sonoras.

• Neutron spin echo espectroscopia de medidas dinâmica interna em proteínas e outros sistemas de
matéria mole

• Ressonância magnética nuclear (RMN)

• Espectroscopia fotoacústica medidas as ondas sonoras produzidas na absorção de radiação.

• Espectroscopia fototérmica de calor medidas evoluiu após a absorção de radiação.

• Espectroscopia Raman atividade óptica exploits espalhamento Raman e atividade óptica efeitos para
revelar informações detalhadas sobre os centros quirais em moléculas.

• Terahertz espectroscopia utiliza comprimentos de onda acima de espectroscopia no infravermelho e


abaixo de microondas ou ondas milimétricas medições.

• Time-resolved spectroscopy é a espectroscopia de matéria em situações onde as propriedades estão


mudando com o tempo.

• Espectroscopia no infravermelho termal mede a radiação térmica emitida por materiais e superfícies
e é usado para determinar o tipo de laços presentes em uma amostra, bem como seu ambiente de
rede. As técnicas são amplamente utilizados pelos químicos orgânicos, mineralogistas, e os cientistas
planetários.

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