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O Banquete

 É uma narrativa contada por Apolodoro sobre a visão de Aristodemo do banquete


realizado por Ágaton, que era um discurso sobre os elogios a Eros e discursos
filosóficos sobre o amor
 O Banquete é composto de três partes essenciais: os discursos de Fedro, de Pausânias,
de Ágaton, de Aristófanes e de Erixímaco
 Fedro era jovem retórico, aprendiz de Hípias de Elis
 Pausânias era ateniense corrupto
 Ágaton era mestre do banquete
 Apolodoro e Aristodemo eram discípulos de Sócrates
 Aristófanes era comediante das ‘’nuvens’’ e criticava Sócrates e Alcibíades
 Erixímaco, o pedante, era filho de Ecumeno e médico como o pai
 neste diálogo, Platão se mostra, digo, mostra as suas opiniões sobre o amor a partir de
Sócrates e da figura misteriosa da mulher, que teria ensinado Sócrates
 No primórdio do livro, observamos que Aristodemo é convidado para participar do
banquete de Ágaton por Sócrates, porém, quando chegam no portão da casa de
Ágaton, Aristodemo descobre que Sócrates já não estava mais ao seu lado e que
Ágaton não o teria convidado, pois seus escravos não o teriam encontrado
 Erixímaco, logo depois da chegada de todos, pede para com que todos bebam o
quanto quiserem, mas alertando que embebedar-se só traz mal à saúde, já que
segundo seus estudos, não faria o contrário

O DISCURSO DE FEDRO

 Fedro tem para si de que Eros é o deus mais velho de toda a história e para ele
devemos respeito, está apoiado na sabedoria de Hesíodo, que acreditava que: o Caos,
Geia, e por fim Eros, eram os deuses primordiais
 Acusilau compartilhava da opinião de Hesíodo e acreditava que por serem deuses
primordiais, mereciam toda honra e respeito
 O essencial seria formar um estado em que seus componentes todos fossem amantes,
sendo assim, ninguém, sob qualquer aspecto iria trair um ao outro
 Vale lembrar de Alceste, a filha de Pélias, que foi a única a escolher morrer em lugar de
seu marido, sobressaindo-se do amor do pai e mãe dele
 Porém, os deuses não honraram com tanta sabedoria a Orfeu, que, ao tocar a cítara
para os deuses em busca de sua amada que vagava perdida no reino de Hades, não se
sacrificou em prol de seu amor, sendo condenado a tê-lo preso em todo o limbo do
inferno
 Porém, os deuses honraram Aquiles, filho de Tétis, que mesmo avisado pela sua mãe
de que iria morrer se fosse matar Heitor, ou, se não o fizesse, voltaria velho demais,
Aquiles se sacrifica para vingar seu amigo Pátrocolo
 Não se dá crédito a Ésquilo que dizia que Pátroclo era amado por Aquiles e não o
contrário, já que o último foi um grande e intangível herói
 Ficou claro, pelos atos de coragem realizados de que, aquele que se sacrifica em prol
daquilo que ama, é o verdadeiro herói

O DISCURSO DE PAUSÂNIAS
 Pausânias começa o discurso rebatendo o elogio de Fedro, ao afirmar que como
existem duas Afrodites (Urânia e Paudemiana), devem haver dois Eros, um que
represente as coisas celestes e outro que represente as mundanas
 Isso é dito devido ao fato de que juntos, Eros e Afrodite formam o amor em si
 O amor a crianças deveria ser proibido e foi justamente o amor desenfreado de
Paudemiana que favoreceu a queda moral da civilização, quando o corpo foi posto em
grau maior que a alma
 Em regiões de Esparta, na Élida e na Beócia a conquista de adolescentes com
presentes foi sempre bem vista
 Diferente da região da jônia em que o povo é regido pelos bárbaros que o amor
pelos jovens é mal visto
 O medo e pavor de jônia com esse amor vem devido ao fato dos bárbaros
temerem esse amor, já que o amor sincero entre Aristogíton e Harmódio foi o
suficiente para acabar com a tirania
 A evolução do amor favorece uma relação mais desenvolvida, porém, é uma súplica de
alguns dos lados, coisas essa que pode ser bem vista, ou não
 Para os amores que visam o corpo ao espírito, sempre deve ser mal vista
 Para os amores que visam o espírito ao corpo, deve ser bem vista
 A proposta de favores e presentes ao seu amado não é de todo ruim, mas isso pode
corromper aquele que é amado a permanecer com aquele que ama devido seus
agrados, por isso, dar-se numa relação não é ruim, mas em certas partes essenciais
 Porém, esse concebimento de favores só pode ser dado quando ambos os lados
desejam ajudar-se
 Aquele que se entrega em prol daquele que julgava ser rico comete uma ação terrível,
porém, aquele que se entrega a um outro, por acha-lo repleto de virtudes, quando na
verdade não o é, configura num erro de certo, mas que é uma ação bela, aquele que
lhe falta virtudes, lhe falta tudo e aquele que se entrega por amor aquele que as
possui, é, certamente dotado do amor de Eros celestial
 Terminado o discurso de Pausânias teria chegado a vez de Aristófanes, mas, acometido
por uma crise de soluços teve de pedir para Erixímaco falar em seu lugar, em troca de
Aristófanes falar no dele

DISCURSO DE ERIXÍMACO

 A medicina é a utilização do amor de maneira devida, estabelecendo o amor mútuo no


corpo, para com que ele se mantenha como tal, é fundada a partir de Asclépio (ou
Esculápio), segundo Ágaton e Aristófanes
 A música é a ciência do amor e da concórdia em sua relação rítmica
 A música é uma ciência simples, porém, torna-se complexa quando, ao através da
relação rítmica tenta influenciar o homem, assim nota-se a presença dos dois deuses,
o Eros voltado a Paudemiana e Eros voltado a Urânia
 Também vale notar que os prazeres de cada Eros devem ser devidamente controlados,
para com que um não sobressaia o outro, principalmente na culinária
 Vale lembrar que em todas as ciências as coisas estão voltadas para o amor e para a
concórdia
 O próprio tempo e as estações estão voltados de acordo com os dois Eros, o celeste
que propaga a paz e boa colheita com seu bom tempo, o segundo que propaga as
geadas e mau tempo, assim, torna-se o mundo equilibrado com os dois amores,
equilibrado através de forças exacerbadas de cada um que se sobrepõem entre si
 Vale lembrar que Eros celestial sabe de tudo e a tudo a ele pertence, sendo o deus que
nos faz sair do pecado, somente caímos nele, pela nossa devoção involuntária ao Eros
anárquico

DISCURSO DE ARISTÓFANES

 Antigamente existiam três sexos: o sexo masculino (dos quais eram descendentes de
Hélio), o sexo feminino (dos quais eram descendentes de Geia) e por último, do sexo
andrógino (dos quais eram descendentes de Selene
 Disso vale lembrar que os corpos dos seres humanos eram ‘’duplos’’, isto é,
partilhavam de quatro olhos, duas bocas [...]
 Esses homens com seus corpos redondos eram extremamente corajosos e tentaram
atacar o céu, como Homero nos conta, sobre Elfiates e Otos
 Foi então, com a revolta dos homens, que os deuses do Olimpo depois de muito
pensarem, veio Zeus com a ideia de cortar os homens ao meio e, se caso continuassem
com as insolências, iriam caminhar sobre um só pé
 Assim foi feito, sendo Apolo responsável pela cura dos homens
 Sendo então todo o mundo curado, foram viradas as cabeças em direção ao que
chamamos ventre e foi deixado o umbigo como meio de lembrar o castigo que nos foi
dado
 Junto com a separação, veio o desejo eterno da procura de um par, e, quando era
feito, os humanos se abraçavam até a sua morte, sem sequer procriar, Zeus, então,
decidiu colocar os órgãos progenitores na frente, para com que a espécie fosse
alastrar-se
 Os homens que são loucos pelas mulheres faziam parte do andrógino de antigamente,
os homens que amam os homens são divisão do sexo antigo masculino e a mesma
coisa para as mulheres que amam a si mesmas
 Esse desejo que o homem possui de ter com o outro homem, mas mesmo assim possui
uma mulher, na maioria dos casos o faz devido a opinião pública e, por isso tem filhos,
mas não deseja se separar daquele que realmente ama
 O desejo de todo o homem seria ser fundido por Hefesto de tal maneira que se
tornasse uno novamente, inclusive em sua morte, Eros seria o deus que nos guia
durante toda essa jornada

DISCURSO DE ÁGATON

 Eros é o deus mais novo devido ao fato do amor e a beleza sempre fugir da velhice
 Eros também é o deus mais delicado e estabelece as relações mais rápidas possíveis,
sendo, portanto, o deus mais rápido
 Eros é temperante por dominar suas paixões, além disso é pacífico, pois em nenhum
guerra será ocasionado o amor realmente
 Foi Eros quem encadeou Ares, o deus também é o responsável da poesia, pois incita
aquele que ama utilizar as artes a seu favor
 Eros é o deus mais solene e inventor de todas as coisas que propicia a paz, foi ele
quem serviu de inspiração para Apolo criar a arte da música, do divino e da medicina,
foi ele responsável pelas músicas das Musas, foi ele responsável pela a arte de
governar os deuses de Zeus
 Foi devido a Eros que, nascido depois de Anankê, a paz entre os deuses foi
estabelecida

PEQUENO DEBATE ENTRE ÁGATON E SÓCRATES

 A pessoa que deseja, deseja algo forçosamente, que não está à sua disposição, o que
não possui, o que não tem, o que lhe falta
 Se alguém deseja o que já tem, deseja então, a permanência do que já tem
 Segue-se que Eros é amor à beleza e que, consequentemente não a possui

DISCURSO DE SÓCRATES

 Fica aqui claro a presença do meio-termo entre um diálogo entre Sócrates e de


Diotima, onde, não acreditam em Eros ser deus (Sócrates influenciado pela a
argumentação da mulher), mas que seria um intermédio entre deuses e homens, uma
espécie de gênio

O MITO DO NASCIMENTO

 Poros, o filho de Mértis e Pênia, a pobreza estavam juntos durante o nascimento de


Afrodite, o jovem, quando dormiu, foi desejado que fosse o pai do filho de Pênia (que
o havia desejado enquanto o deus dormia)
 Sendo assim nascido Eros, que ficou associado com Afrodite por nascer no mesmo
dia e que, a procura, devido procurar a beleza
 Eros oscila entre a pobreza e riqueza de sua mãe e pai, sendo um gênio que anda a
filosofar, mas só o faz por ciência de que não sabe, pois se não a tivesse sequer
filosofaria
 Todos os homens amam o que é bom e o amar é desejo de possuir aquilo que é bom
 A procriação é algo de imortal num ser mortal e esse aspecto divino a configura como
boa, por isso, desejamos procriar, isso, de maneira instintiva, e, aqueles que fogem da
procriação tendem a sofrer dores que são ocasionados devido tentarem fugir de sua
própria natureza
 A procriação torna a mortalidade imortal, fazendo com que o ser humano faça
sobreviver a sua espécie, passando não somente de um aspecto corporal, mas
espiritual, pois aquele que procria sofre alteração em seus ânimos de maneira certa
 Porém, existem aqueles que desejam criar mais pelo o espírito do que pelo o corpo e
assim nascem as poesias
 Assim, fica anotado que é muito mais estável aquele que se relaciona pela alma do que
pelo o corpo, sendo assim, a procriação mais virtuosa e digna
> isso se dá mediante as relações da alma que uma pessoa possui com outra, o
ensino, por exemplo, torna-se algo mais estável do que as relações carnais
 A economia e a justiça são dois meios de procriação engedrados no Estado e na
Família
 Aquele que deseja amar, começará somente com um corpo que desejará amor, para
com que depois, perceba que seus corpos estão unidos por um laço de amor que liga
todos os outros e, somente assim perceberá que o amor pelos os outros é igual ao
amor que possui pelo o objeto e, assim, amará a todos
> então, chegará o momento que o ser passará de todas as belezas inferiores e
conhecerá a beleza em si, de acordo com sua forma absoluta e suprema
 então, quando esse homem conseguir alcançar a Beleza absoluta não mais achará belo
o que é inferior, mas somente o que é absoluto e não mais será escondido em sombras
de virtudes, mas terá ela mesma e assim será abençoado com a verdadeira virtude e
alegria pelos deuses, pois seu objeto de amor teria encontrado

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