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Crenças Fundamentais
Crenças Fundamentais
CRENÇAS FUNDAMENTAIS
DOS ADVENTISTAS DO
SÉTIMO DIA - MOVIMENTO DE REFORMA
IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil
Direitos Reservados
T08 6000 08
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
dos Adventistas
do Sétimo Dia –
Movimento de
Reforma
1ª Edição
São Paulo
238.671
Sumário
Prefácio .................................................................................................... 6
I. A Divindade ........................................................................................ 10
A. O Pai .......................................................................................... 12
B. O Filho ....................................................................................... 12
C. O Espírito Santo ......................................................................... 19
II. As Santas Escrituras ......................................................................... 23
III. Leis divinas ...................................................................................... 25
A. A lei moral de Deus .................................................................... 25
B. A lei cerimonial .......................................................................... 28
IV. O Sábado .......................................................................................... 29
V. Origem do mal e queda de Lúcifer ..................................................... 40
VI. A criação .......................................................................................... 43
VII. O plano da redenção ....................................................................... 45
A. Graça, fé e obras ........................................................................ 46
B. Justiça imputada e justiça comunicada ...................................... 47
C. Parte desempenhada pelas pessoas ............................................ 51
D. Perfeição cristã ........................................................................... 53
E. Não há segunda chance .............................................................. 54
VIII. Batismo ......................................................................................... 55
IX. A cerimônia da comunhão ............................................................... 59
A. Lava-pés ..................................................................................... 59
B. Santa Ceia .................................................................................. 60
X. O santuário ....................................................................................... 63
XI. As mensagens dos três anjos ........................................................... 66
XII. Aquele outro anjo ........................................................................... 71
XIII. O dom de profecia ......................................................................... 77
XIV. Casamento ..................................................................................... 79
XV. A família cristã ................................................................................ 84
XVI. Temperança cristã .......................................................................... 87
XVII. Separação do mundo ................................................................... 97
XVIII. Dever para com as autoridades civis ........................................ 104
XIX. O selamento ................................................................................ 107
XX. A igreja de Deus ........................................................................... 111
XXI. Mordomia .................................................................................... 126
XXII. A segunda vinda de Cristo ......................................................... 130
XXIII. Origem, natureza e destino das pessoas ................................... 134
XXIV. O milênio .................................................................................. 138
XXV. A nova Terra ............................................................................... 141
Prefácio
Cristo, “a verdadeira Luz, que a verdade, seja qual for a maneira
alumia a todo homem, estava che- por que se apresente. Muitas ve-
gando ao mundo. Estava Ele no zes, os que seguem os passos dos
mundo, e o mundo foi feito por in- reformadores são forçados a reti-
termédio dEle, e o mundo não O rar-se da igreja que amam, a fim de
conheceu. Veio para o que era Seu, declarar o ensino positivo da Pa-
e os Seus não O receberam. Mas, lavra de Deus. E muitas vezes os
a todos quantos O receberam, aos que estão à procura da luz, pelos
que crêem no Seu nome, deu-lhes mesmos ensinos são obrigados a
o poder de se tornarem filhos de deixar a igreja de seus pais, a fim
Deus; os quais não nasceram do de prestar obediência.” – O Dese-
sangue, nem da vontade da carne, jado de Todas as Nações, p. 232.
nem da vontade do homem, mas “Os primeiros cristãos eram
de Deus.” (João 1:9-13). povo peculiar. Sua conduta
Ao longo dos séculos, a verda- irrepreensível e fé invariável eram
de sofreu triste desprezo nas mãos reprovação contínua a perturbar a
de seus mantenedores. paz dos pecadores. Ainda que
“Como a luz e a vida dos ho- poucos, sem riqueza, posição ou
mens foi rejeitada pelas autorida- títulos honoríficos, constituíam
des eclesiásticas nos dias de Cris- terror para os malfeitores onde
to, assim tem sido rejeitada em quer que seu caráter e doutrina
todas as gerações subseqüentes. fossem conhecidos.” – O Grande
Freqüentemente se tem repetido a Conflito, p. 46.
história da retirada de Cristo da Assolados por angústia e pesar,
Judéia. Quando os reformadores os primeiros cristãos perceberam
pregavam a Palavra de Deus, não que o paganismo estava invadin-
tinham idéia nenhuma de separar- do a igreja. Por algum tempo, bus-
se da igreja estabelecida. Porém, caram corrigir esses males, mas
os guias religiosos não toleravam não obtiveram sucesso.
a luz, e os que a conduziam eram “Depois de conflito longo e te-
forçados a buscar outra classe, an- naz, os poucos fiéis decidiram-se
siosa da verdade. Em nossos dias, a dissolver toda união com a igre-
poucos dos professos seguidores ja apóstata, caso ela ainda recusas-
da Reforma são movidos pelo es- se libertar-se da falsidade e da ido-
pírito dela. Poucos estão à escuta latria. Viram que a separação era
da voz de Deus, prontos a aceitar necessidade absoluta se desejavam
6
Capítulo I
A Divindade
“Assim diz o Senhor, Rei de Is- Alguns dos atributos da Divin-
rael, seu Redentor, o Senhor dos dade:
exércitos: Eu sou o Primeiro, e Eu
sou o Último, e fora de Mim não há • Eternidade: Salmos 90:2;
Deus.” Isaías 44:6. “Olhai para Isaías 40:28; Romanos 1:20.
Mim, e sereis salvos, vós, todos os • Imortalidade: 1 Timóteo
confins da Terra; porque Eu sou 1:17; 6:15 e 16.
Deus, e não há outro.” Isaías 45:22. • Invisibilidade ao pecador: 1
A Bíblia fala sobre um só Deus João 4:12; 1 Timóteo 1:17.
(Deuteronômio 6:4; 1 Coríntios • Onipresença (presente em
8:4). Em Hebreus, o termo “Deus” todo lugar): Salmos 139:7-12;
é usado freqüentemente na forma Jeremias 23:24.
plural (Elohiym, no lugar da forma • Onisciência (sabe de todas as
singular Elowahh). De acordo com coisas): 1 Samuel 16:7; Salmos
as Escrituras, a Divindade 139:2-4; Hebreus 4:13; 1 João
(Gênesis 1:1 e 26; Atos 17:29; 3:20.
Colossenses 2:9) compreende três • Onipotência (Todo-Podero-
Dignitários divinos – o Pai, o Filho so): Jó 37:23; 38:1-41; 42:2; Sal-
e o Espírito Santo –, agindo juntos mos 33:6-9; Mateus 19:26.
como Um (Isaías 48:16 e 17; • Imutabilidade: Salmos 33:11;
Mateus 3:16 e 17; 28:19; João Malaquias 3:6; Tiago 1:17.
14:16 e 26; 15:26; 2 Coríntios • Santidade: Levítico 19:2;
13:14; Efésios 2:18; Judas 20 e 21). Josué 24:19; Salmos 99:9; 1 Pedro
Nossa fé na existência de Deus 1:16.
é baseada na evidência que Ele • Justiça: Esdras 9:15; Jeremias
mesmo proveu. A mão de Deus 23:6; Daniel 9:7; Salmos 7:9.
está presente em todo lugar — na • Misericórdia: Êxodo 34:6;
natureza, no curso da História, em Salmos 103:8; Lamentações de
nossa experiência pessoal, e acima Jeremias 3:22; Miquéias 7:18.
de tudo, em Sua Palavra, a Bíblia. • Bondade: Êxodo 33:19; Sal-
Isso pode ser percebido por toda mos 34:8; Mateus 19:17; Roma-
pessoa que deseja ver a evidência nos 2:4.
por si própria (Jó 11:7; 2 Crônicas • Verdade: Deuteronômio
15:2; Jeremias 29:13; Mateus 5:8; 32:4; Salmos 31:5; Isaías 65:16.
Romanos 1:20; 1 Coríntios 2:14 e • Amor: João 3:16; 1 João 4:7-
15). 11.
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12
22
Capítulo II
As Santas Escrituras
As Escrituras Sagradas, escri- Pedro 1:10-12; 1 Tessalonicenses
tas por um Deus de amor, expli- 2:13).
cam a origem, a queda e a reden- Através do ministério do Espí-
ção da humanidade. Contêm a rito Santo, a Bíblia é auto-
toda-suficiente revelação da von- explicativa e não necessita de
tade de Deus para as pessoas. É qualquer tradição ou catecismo
nossa única regra infalível de fé e humano para sua interpretação
prática sob a guia do Espírito San- (Isaías 28:10; 34:16; 2 Pedro 1:19
to (João 5:39; Salmos 89:34 (cf. e 20). Se vivemos em harmonia
Mateus 22:29; João 7:17); Lucas com as Santas Escrituras, as pro-
24:44 e 45; Salmos 119:104 e 105; messas e bênçãos do Senhor são
Isaías 8:20; 2 Timóteo 3:15). nossas (Lucas 11:28; Mateus 4:4;
A Bíblia (Antigo e Novo Testa- 7:21, 24 e 25; João 6:63; 8:31).
mentos) é a autoridade para nos “Toda a Bíblia é manifestação
ensinar e corrigir, mostrando-nos de Cristo. O Salvador desejava fi-
a diferença entre certo e errado xar a fé de Seus seguidores na
(Marcos 12:24; Atos 17:11; 2 Ti- Palavra. Quando Sua presença vi-
móteo 3:16 e 17; Tiago 1:22 e 23; sível fosse retirada, a palavra de-
1 Pedro 1:22 e 23). Assim, nossa via ser-lhes a fonte de poder.” – O
posição individual perante Deus e Desejado de Todas as Nações, p.
nosso relacionamento mútuo de- 390.
vem ser baseados em um “Assim “A Bíblia é a mais admirável de
diz o Senhor” (Mateus 7:12; João todas as histórias, pois é produção
8:32; 16:13; 17:17; 2 Tessalonicen- de Deus, e não da mente finita.
ses 2:13). Faz-nos remontar através dos sé-
A presença de Cristo com os culos ao início de todas as coisas,
homens de Deus no tempo do apresentando a história de tempos
Antigo e do Novo Testamentos, à e cenas que de outro modo jamais
medida que foram movidos pelo teriam sido conhecidos. Revela a
Espírito Santo, é a origem da Pa- glória de Deus na operação de Sua
lavra escrita de Deus (2 Pedro providência para salvar o mundo
1:21; 2 Timóteo 3:16; Lucas 16:29 caído. Apresenta na linguagem
e 31; João 5:46 e 47). Provas da mais simples o imenso poder do
inspiração divina da Bíblia são evangelho, o qual, sendo recebido,
encontradas na própria Bíblia (1 despedaçaria as algemas que pren-
23
24
Capítulo III
Leis divinas
A Bíblia apresenta leis morais, Desde a criação, a lei moral foi
cerimoniais e outras. Os escritores parte essencial do plano de Deus,
dos livros do Novo Testamento não tão imutável quanto Ele próprio.
são sempre específicos. Porém, A lei cerimonial tinha por objeti-
compreendemos a qual lei se refe- vo responder ao propósito particu-
rem de acordo com o contexto. lar do plano de Cristo pela salva-
“Deus deu conhecimento cla- ção da espécie humana. O sistema
ro e definido de Sua vontade a Is- típico de sacrifícios e ofertas foi
rael por preceitos especiais, mos- estabelecido de forma que, através
trando o dever das pessoas para desses serviços, o pecador pudes-
com Deus e com o próximo. A se discernir a grande Oferta, Cris-
adoração devida a Deus foi defi- to. Porém, os judeus estavam tão
nida claramente. Foi estabelecido cegos pelo orgulho e pecado que
um sistema especial de ritos e ce- apenas poucos deles poderiam
rimônias, que asseguraria a Seu enxergar além das mortes de ani-
povo a lembrança de Deus, e que mais como expiação do pecado.
serviria como divisa para guardar Assim, quando Cristo, a quem es-
e proteger da violação os Dez sas ofertas prefiguravam, veio, não
Mandamentos. puderam discerni-lO.
O povo de Deus, a quem Ele A lei cerimonial era gloriosa.
chama de Seu tesouro peculiar, foi Era a provisão feita por Jesus Cris-
privilegiado com um sistema du- to em conselho com Seu Pai, para
plo de leis: moral e cerimonial. O auxiliar na salvação do homem.
primeiro aponta de volta à criação Todo o arranjo do sistema típico
a fim de manter na lembrança o foi estabelecido em Cristo. Adão
Deus vivo que criou o mundo, viu Cristo prefigurado no animal
cujas reivindicações estão ligadas inocente sofrendo a penalidade da
a todas as pessoas em toda transgressão à lei de Jeová.” – The
dispensação, e que existirá em to- Review and Herald, 6 de maio de
dos os tempos e até à eternidade. 1875.
O outro foi dado em virtude da
transgressão humana da lei moral, A. A LEI MORAL DE
cuja obediência consistiu em sa- DEUS
crifícios e ofertas que apontaram Expressão do caráter de Deus
à redenção futura. Cada um deles A lei de Deus – padrão de toda
é distinto. justiça, expressão de Sua mente,
25
Capítulo IV
O Sábado
Depois de o Senhor haver com- dos, nada foi removido da Lei de
pletado as obras da criação, des- Deus, mas foram dados preceitos
cansou no sétimo dia. Então o adicionais para ir ao encontro do
abençoou e santificou, para bene- homem em seu estado caído.” –
fício do homem, a fim de mantê- The Signs of the Times, 10 de ju-
lo santo e cessar todo trabalho nho de 1880.
secular. Assim, o Sábado foi insti- “O Sábado não se destinava
tuído como memorial das obras do meramente a Israel, mas ao mun-
Criador. Este é o dia do Senhor do. Fora tornado conhecido ao
(Gênesis 2:1-3; Marcos 2:28; homem no Éden. Como os demais
Êxodo 20:8-11; 16:23; Isaías 56:2; preceitos do Decálogo, é de imu-
58:13). O Sábado também é sinal tável obrigatoriedade. Dessa lei de
do descanso espiritual de Deus, no que o quarto mandamento é par-
qual Ele quis que Adão e seus des- te, declara Cristo: ‘Até que o Céu
cendentes tomassem parte. Por- e a Terra passem, nem um jota
tanto, o Sábado é para nós sinal do nem um til se omitirá da lei, sem
descanso que encontramos em que tudo seja cumprido.’ (Mateus
Cristo (Hebreus 3:18 e 19; 4:1-4, 5:18). Enquanto Céus e Terra du-
9-11 (cf. Mateus 11:28 e 29)). rarem, continuará o Sábado como
“A lei de Deus existia mesmo sinal do poder do Criador. E quan-
antes da criação do homem. Os do o Éden florescer novamente na
anjos eram regidos por ela. Sata- Terra, o santo e divino dia de re-
nás caiu por haver transgredido os pouso será honrado por todos de-
princípios do governo divino. De- baixo do Sol. ‘Desde um Sábado
pois que Adão e Eva foram cria- até ao outro’, os habitantes da
dos, Deus tornou-lhes conhecida nova Terra glorificada irão ‘adorar
Sua lei, que não foi escrita nessa perante Mim, diz o Senhor’ (Isaías
ocasião, mas a eles repetida por 66:23).
Jeová. Nenhuma outra das institui-
O Sábado do quarto manda- ções dadas aos judeus tendia a
mento foi instituído no Éden. Os distingui-los tão completamente
princípios incorporados ao das nações circunvizinhas quanto
decálogo existiam antes da queda, o Sábado. Era intenção do Senhor
e eram adequados às condições que a observância desse dia os
dos seres santos. Após a queda, designasse como adoradores Seus.
esses princípios não foram muda- Seria sinal de sua separação da
29
tiva de mudar o Sábado. Isso mos- Após descansar nesse dia, Deus o
tra que tal tentativa nunca foi fei- abençoou e santificou (Gênesis
ta entre os primeiros cristãos. Se 2:3). Então o separou como Seu
alguns dos líderes houvessem ten- Sábado, dia santo de descanso,
tado fazer algo tão sério, todo o li- memorial da Sua criação (Marcos
vro de Atos estaria inflamado de 2:27). Também fez dele o sinal
referências ao conflito causado (Êxodo 31:17) de fidelidade entre
pela tentativa de afastamento. o homem e Ele próprio, o único
Portanto, silêncio completo nessa Deus verdadeiro.
questão prova que os primeiros A verdadeira guarda do Sába-
cristãos não conheceram inovação do, em conformidade com a santa
nesse ponto (Atos 15:1-6, 23-29). lei de Deus, pode unicamente ter
lugar quando Seu propósito origi-
Na nova Terra nal no estabelecimento do Sába-
Na Terra feita nova, os remidos do do sétimo dia for compreendi-
virão adorar o Senhor Sábado do claramente, e quando o amor a
após Sábado. O Sábado continu- Deus no coração for supremo.
ará a ser memorial da criação e da Guardando santo o Sábado, de
redenção de Deus por toda a eter- acordo com as instruções de Deus
nidade (Isaías 66:22 e 23). em Sua Palavra, confirmamos nos-
sa relação e fidelidade a Ele como
Mantendo santo o Sábado nosso Deus, Criador e Pai Celes-
“Lembra-te do dia do Sábado, tial.
para o santificar. Seis dias traba-
lharás, e farás todo o teu trabalho; Bênçãos da guarda do Sábado
mas o sétimo dia é o Sábado do Quando Deus abençoou, san-
Senhor teu Deus. Nesse dia não tificou e separou o sétimo dia da
farás trabalho algum, nem tu, nem semana como Seu santo dia de
teu filho, nem tua filha, nem o teu Sábado, também prometeu aben-
servo, nem a tua serva, nem o teu çoar e santificar todos os que o
animal, nem o estrangeiro que está observassem de acordo com Suas
dentro das tuas portas. Porque em instruções (Ezequiel 20:12).
seis dias fez o Senhor o céu e a Ter- “Então te deleitarás no Senhor,
ra, o mar e tudo o que neles há, e e Eu te farei cavalgar sobre as al-
ao sétimo dia descansou; por isso turas da Terra, e te sustentarei com
o Senhor abençoou o dia do Sába- a herança de teu pai Jacó; porque
do, e o santificou.” Êxodo 20:8-11. a boca do Senhor o disse.” Isaías
O quarto mandamento da lei 58:14.
de Deus confirma a validade do O quarto mandamento proíbe
sétimo dia da semana como o Sá- no Sábado todo tipo de trabalho
bado que Deus ordenou no Éden. secular que possa ser realizado em
32
39
Capítulo V
40
42
Capítulo VI
A criação
A Bíblia ensina que o Univer- to bom” (Gênesis 1:31; Salmos
so e as várias formas de vida foram 8:1, 3 e 9; Eclesiastes 7:29).
criados por Deus por meio de Cris- O Universo, o mundo, o ho-
to, independentemente de coisas mem, o reino animal e o vegetal
visíveis e invisíveis, e que “a cria- são sistemas altamente organiza-
ção de Deus é reservatório de dos que não poderiam vir à exis-
meios feitos para que Ele os em- tência por acaso. Tudo que reve-
pregue imediatamente”, de acor- la “propósito” calculado (por
do com Seu propósito (Hebreus exemplo, temos mente para pen-
11:3; Salmos 33:6 e 9; Gênesis sar, olhos para ver, ouvidos para
1:1; 2:7; Jó 26:7-14; 38:36; Isaías ouvir etc.) veio das “mãos” de
45:18; Colossenses 1:16). Temos uma Inteligência, Poder oniscien-
alguma compreensão do Deus in- te e onipotente, ao qual chama-
visível pelas coisas visíveis que mos Deus. A natureza revela cla-
criou (Romanos 1:19 e 20; Salmos ramente um desenho. Onde há
19:1). Deus criou este mundo em desenho, há um desenhista. Uma
seis dias literais (Gênesis 1:31; pessoa certamente necessitaria de
2:1; Hebreus 1:2; João 1:3; Jó muita fé para crer que o tremor ou
38:4-7; Êxodo 20:11). a rotação de um tambor gigante
As pessoas não podem enume- contendo milhões de peças de
rar as estrelas. Porém, na onisci- metal, durante longo período de
ência de Deus, elas estão todas tempo, produziria relógios, má-
contadas e chamadas por nome quinas de escrever e computado-
(Salmos 147:4 e 5; Isaías 40:26; Jó res. Ou que uma explosão numa
9:9). gráfica produziria uma enciclopé-
Deus não é apenas o Criador, dia. Então, de quanto maior fé ela
mas também o Sustentador das necessitaria para crer que o ho-
coisas que trouxe à existência. mem aconteceu de vir à existên-
Também fez, e ainda faz, provisão cia por si mesmo, como resulta-
para sustentar Suas criaturas com do da interação inconsciente, sem
alimento (Isaías 40:12; 42:5; sentido e desorientada de terra–
Mateus 5:45; Atos 17:24-28; água–vento–fogo e nada mais?
Gênesis 1:29 e 30; Salmos 65:9- Portanto, se alguém não crê em
13; Mateus 6:25-30). Deus, automaticamente acredita
Quando as obras da criação que uma chance cega e impoten-
foram completadas, tudo era “mui- te é capaz de formar coisas alta-
43
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Capítulo VII
O plano da redenção
Em razão do pecado, o homem dores”, é nossa grande esperança
foi separado de Deus, a Fonte de (Lucas 15:1; João 3:15; 1 Timóteo
vida. A menos que permita a si 1:15; 1 Coríntios 15:3; 1 Tessaloni-
mesmo a provisão feita para sua censes 5:9 e 10; Tito 3:3-8).
restauração, deve sofrer a morte “Em vez de cuidarmos em esta-
eterna (extinção) (Isaías 59:2 (cf. belecer nossa própria justiça, acei-
João 1:4); Romanos 5:12; 6:23 tamos a justiça de Cristo. Seu san-
(primeira parte)). Porém, não pre- gue expia nossos pecados. Sua
cisa perecer, a menos que escolha obediência é aceita em nosso favor.
isso. Pode encontrar o caminho de Então o coração renovado pelo
volta a Deus e desfrutar vida eter- Espírito Santo produzirá os ‘frutos
na por meio de Cristo (João 6:35, do Espírito’. Mediante a graça de
40, 47 e 48; 14:6). Cristo, viveremos em obediência à
Ao morrer na cruz por nossos lei de Deus, escrita em nosso cora-
pecados, Cristo nos redimiu da ção. Tendo o Espírito de Cristo,
sentença de morte pronunciada andaremos como Ele andou.” –
pela santa lei de Deus, que trans- Patriarcas e profetas, p. 372.
gredimos. Mais do que isso. Cris- “O coração orgulhoso esforça-
to nos comunica poder divino, a se por alcançar a salvação. Porém,
unir-se aos esforços humanos. tanto nosso título ao Céu quanto
Assim, pela fé em Cristo (ao acei- nossa idoneidade para ele encon-
tarmos Sua vida e morte em nos- tram-se na justiça de Cristo. O
so favor, e ao nos colocarmos sob Senhor nada pode fazer para a res-
a guia de Seu Espírito) e por arre- tauração do homem enquanto ele,
pendimento e regeneração, rea- convicto de sua própria fraqueza
vemos o que foi perdido por nos- e despido de toda presunção, não
sos primeiros pais. se entrega à guia divina. Pode en-
O plano da redenção foi moti- tão receber o dom que Deus está
vado pelo amor de Deus em favor à espera de conceder. Coisa ne-
da humanidade caída. Nosso Sal- nhuma é recusada à alma que sen-
vador fez provisão completa te a própria necessidade. Ela tem
(Gênesis 3:15; Isaías 12:2; 45:22). ilimitado acesso Àquele em quem
A acusação dos fariseus contra habita a plenitude.” – O Desejado
Cristo, “Este Homem recebe peca- de Todas as Nações, p. 300.
45
53
54
Capítulo VIII
Batismo
Em razão de haver somente um e arrependido é batizado em nome
Deus, um Senhor, um Espírito, do Pai, do Filho e do Espírito San-
uma fé, uma esperança e um cor- to, mostra que aceitou o chamado
po, só pode haver um símbolo (um para sair do reino das trevas e en-
tipo de batismo, por imersão) para trar no reino da luz. Seus pecados
representar o começo da nova foram perdoados. Está firmado em
vida, nossa identificação com es- Cristo, pôs-se sob a guia do Espí-
ses grandes fatos do cristianismo rito Santo e está pronto a unir-se
e nossa aceitação no corpo de à igreja visível de Cristo na Terra.
Cristo, a igreja (Mateus 3:13-16; Portanto, o batismo é sinal da en-
Efésios 4:3-6). trada no reino espiritual de Cristo
O batismo é sinal exterior que (Mateus 28:19 e 20; Colossenses
aponta a uma limpeza espiritual 1:13; 1 Pedro 2:9; 3:21; 1 João 1:9;
interior, purificação do pecado Gálatas 3:27; 1 Coríntios 12:13;
pelo sangue de Cristo já experi- Atos 2:47).
mentada pelo cristão que aceitou A Bíblia não instrui sobre ba-
Jesus como Salvador pessoal. Sem tismo infantil. Só podem ser
esse relacionamento com Cristo, o batizados os que alcançaram ida-
batismo, como qualquer outro de em que tenham responsabilida-
rito, é meramente forma exterior de, pois as seguintes condições
sem sentido. A morte e o sepulta- devem ser cumpridas: fé em Jesus
mento do “velho homem”, assim Cristo como Salvador pessoal
como a ressurreição do “novo ho- (Marcos 16:16; Romanos 10:13 e
mem” com Cristo, para nova vida 14; Atos 8:12, 36 e 37; 18:8); ins-
nEle, são representados por essa trução completa na verdade
ordenança (Marcos 16:16; Atos (Mateus 28:19 e 20; Atos 8:35);
2:38; 22:16; Romanos 6:3-9; arrependimento (Atos 2:38); con-
Colossenses 2:12 e 13; 1 Pedro versão – boa consciência diante de
3:21; Efésios 4:22-24). Deus (1 Pedro 3:21).
O batismo é aliança com Deus, “O batismo é rito muito impor-
pela qual o candidato declara pu- tante e sagrado. Importa com-
blicamente que renunciou ao preender bem seu sentido. Simbo-
mundo e decidiu se tornar súdito liza arrependimento pelo pecado
do reino de Cristo (Efésios 2:19; e começo de vida nova em Cristo
Colossenses 3:1-3; Hebreus 8:10- Jesus. Não deve haver nenhuma
12). Quando o pecador confiante precipitação na administração
55
58
Capítulo IX
A cerimônia da comunhão
A. LAVA-PÉS
moração de Sua humilhação.” – O
No último encontro com os dis- Desejado de Todas as Nações, p.
cípulos no cenáculo, antes de Seu 650.
sofrimento, Cristo tinha muita “O objetivo dessa cerimônia é
coisa para dizer-lhes. Esse solene trazer à lembrança a humildade de
acontecimento, que está registra- nosso Senhor e as lições que deu
do em João, capítulos 13 a 16, foi ao lavar os pés de Seus discípulos.
a última páscoa, símbolo de Sua Há nas pessoas disposição de se
morte pelos pecados do mundo. estimarem superiormente aos seus
Antes que os emblemas do cor- irmãos, de agir para si próprias, de
po e do sangue de Cristo fossem servir a si mesmas, de buscar o
distribuídos entre os discípulos, mais alto lugar. E freqüentemente
Cristo lavou os pés deles. “Pelo ato pensamentos maus e amargura de
de nosso Senhor, essa cerimônia espírito levantam-se sobre meras
humilhante tornou-se ordenança ninharias. Essa ordenança, que
consagrada.” – O Desejado de To- precede a Ceia do Senhor, deve
das as Nações, p. 650. O propósito lançar fora esses mal-entendidos,
dessa ordenança, que recai sobre levar as pessoas para longe de seu
todo cristão, é levar os participan- egoísmo, fazê-las descer de suas
tes a examinar o próprio coração, muletas de auto-exaltação para a
ver as próprias raízes de amargu- humildade de espírito que as leva-
ra e outros defeitos de caráter e rá a lavar os pés de seus irmãos.
remover mal-entendidos entre ir- [...]
mãos (João 13:1-17). A ordenança do lava-pés tem
“Essa ordenança é o preparo sido especialmente apreciada por
designado por Cristo para o servi- Cristo. Nessas ocasiões, o Espírito
ço sacramental. Enquanto orgu- Santo está presente para testemu-
lho, desinteligência e luta por su- nhar e pôr um selo em Sua orde-
perioridade forem nutridos, o nança. Ele está lá para convencer
coração não pode entrar em asso- e enternecer o coração. Ele atrai os
ciação com Cristo. Não estamos irmãos juntamente, e fá-los um só
preparados para receber a comu- coração. São levados a sentir que
nhão de Seu corpo e de Seu san- Cristo realmente está presente a
gue. Por isso, Jesus indicou que se fim de remover o refugo acumula-
observasse primeiramente a come- do para separar dEle os corações
59
62
Capítulo X
O santuário
O Senhor instruiu os israelitas tos e vivos, dever ser examinada,
a construir um santuário, ou unicamente os que tiverem confes-
tabernáculo, que era um tipo da sado e deixado seus pecados terão
ministração celestial (Êxodo 25:8; o nome mantido no livro da vida,
Salmos 77:13). Era composto de sendo seus pecados apagados do
um pátio com altar de ofertas quei- livro memorial (Daniel 7:9-14; 1
madas e uma pia para os sacerdo- Pedro 4:17 e 18).
tes lavarem-se antes de adentra- Quando Cristo, através dos
rem o santuário. O tabernáculo méritos de Seu próprio sangue,
continha dois compartimentos: o remover o registro dos pecados de
lugar santo e o lugar santíssimo. Seus filhos fiéis ao término da pro-
O serviço dos sacerdotes ligados vação humana (Apocalipse 22:11
ao santuário era representação da e 12), colocará esses pecados so-
obra de Cristo, nosso grande bre Satanás, o bode expiatório,
Sumo Sacerdote, no verdadeiro que, na execução do juízo, deve
tabernáculo “que o Senhor fun- sofrer a responsabilidade final por
dou, e não o homem” (Hebreus todos os pecados que incitou os
8:1-5; 9:19-28). santos a cometer (Levítico 16:8-
Na ascensão ao Céu, Cristo 10, 21 e 22).
começou Seu ministério interces- “Como povo, devemos ser es-
sor no lugar santo do santuário tudantes diligentes da profecia.
celestial, onde, durante mais de Não devemos sossegar sem que
mil e oitocentos anos, ofereceu os entendamos claramente o assun-
méritos de Seu sangue como ex- to do santuário, apresentado nas
piação por todos os pecados con- visões de Daniel e de João. Esse
fessados (João 1:29; Romanos 5:8- assunto verte muita luz sobre nos-
11; 8:34). De acordo com a sa atitude e nossa obra atual, e dá-
profecia de Daniel 8:14, em 1844 nos prova irrefutável de que Deus
Cristo adentrou o lugar santíssimo nos dirigiu na experiência passa-
para purificá-lo das transgressões da. Explica nosso desapontamen-
dos pecadores arrependidos. Essa to de 1844, mostrando-nos que o
obra também é chamada de juízo santuário a ser purificado não era
de investigação (Apocalipse 11:18 a Terra, como supuséramos, mas
e 19; 20:12; 22:12). Apesar de a que então Cristo entrou no lugar
vida de todos os que têm o nome santíssimo do santuário celestial,
escrito no livro da vida, entre mor- e ali realiza a obra final de Sua
63
65
Capítulo XI
66
sétimo dia, que é o selo do Deus ções dos lábios de Cristo. Essas
vivente e sinal especial entre Ele lições não perderam força em ne-
e Seu povo (Mateus 5:17-20; nhum particular.
Lucas 16:17; Tiago 2:10-12). A primeira e a segunda mensa-
(c) Sustentação da fé de Jesus, gens foram dadas em 1843 e 1844.
que é o evangelho eterno, e fé em Encontramo-nos agora sob a pro-
Seu poder para salvar absoluta- clamação da terceira. Porém, todas
mente todos os que O aceitam as três mensagens ainda devem ser
como Salvador pessoal (Gálatas proclamadas. É simplesmente tão
2:20; Hebreus 7:25; 1 João 1:9; essencial agora como antes que
2:1-6; Efésios 2:8). elas sejam repetidas aos que estão
“Que constitui a fé de Jesus, buscando a verdade. Pela pena e
que faz parte da mensagem do ter- pela palavra, devemos fazer soar a
ceiro anjo? O ato de Jesus tornar- proclamação, mostrando-lhes a
Se o Portador de nossos pecados ordem e a aplicação das profecias
para que pudesse tornar-Se o Sal- que nos trazem a mensagem do
vador que perdoa nossos pecados. terceiro anjo. Não pode haver ter-
Ele foi tratado como nós merece- ceira sem primeira e segunda.” –
mos ser tratados. Veio ao nosso Idem, vol. 2, p. 104 e 105.
mundo e levou nossos pecados “A profecia declara que o pri-
para que pudéssemos levar Sua meiro anjo faria o anúncio a ‘toda
justiça. A fé na capacidade de Cris- nação, e tribo, e língua, e povo’. A
to para salvar-nos ampla, comple- advertência do terceiro anjo, que
ta e totalmente é a fé de Jesus.” – faz parte da mesma tríplice men-
Mensagens escolhidas, vol. 3, p. sagem, deve ser não menos difun-
172. dida. É representada na profecia
“A proclamação das mensagens como sendo proclamada com
do primeiro, segundo e terceiro grande voz, por um anjo voando
anjos foi colocada pela Palavra da pelo meio do céu. Impor-se-á à
Inspiração. Nem uma cavilha, atenção do mundo.” – O Grande
nem um alfinete devem ser remo- Conflito, p. 450.
vidos. Nenhuma autoridade hu- “Os três anjos de Apocalipse
mana tem mais direito de mudar 14 são representados como voan-
a colocação dessas mensagens do do pelo meio do céu, o que simbo-
que teria de substituir o Antigo liza a obra dos que proclamam a
Testamento pelo Novo. O Antigo primeira, segunda e terceira men-
Testamento é o evangelho em figu- sagens angélicas. Todas estão re-
ras e símbolos. O Novo Testamen- lacionadas entre si. As evidências
to é o corpo, ou substância. Um é da verdade eterna e inalterável
tão essencial quanto o outro. O dessas importantes mensagens,
Antigo Testamento apresenta li- tão significativas para a igreja que
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70
Capítulo XII
“Deus ainda tem um povo em nada com sua glória. A luz aumen-
Babilônia. [...] Esses fiéis devem ta e brilha para todas as nações da
ser chamados a sair. [...] Essa é a Terra. Deve ir avante como luz que
razão de ser o movimento simbo- arde. Será recebida com grande
lizado pelo anjo descendo do Céu, poder, até que seus raios dourados
iluminando a Terra com sua gló- tenham caído sobre toda língua,
ria e clamando fortemente com todo povo e toda nação sobre a
grande voz, anunciando os peca- face de toda a Terra. Deixai-me
dos de Babilônia. Em relação com perguntar-vos: Que estais fazendo
sua mensagem, ouve-se a chamada: a fim de vos preparardes para essa
‘Sai dela, povo Meu’. À medida que obra? Estais construindo para a
essas advertências juntam-se à eternidade? Deveis lembrar-vos
terceira mensagem angélica, ela de que o anjo representa o povo
cresce até um alto clamor.” – The que tem essa mensagem a procla-
Spirit of Prophecy, vol. 1, p. 422. mar ao mundo. Estais entre esse
“Deus tem filhos honestos en- povo?” – The Review and Herald,
tre os adventistas nominais e as 18 de agosto de 1885.
igrejas caídas. Antes que as pragas “A questão da mais vital impor-
sejam derramadas, pastores e tância para este tempo é: ‘Quem
povo serão chamados a sair dessas está ao lado do Senhor? Quem se
igrejas. Alegremente receberão a unirá ao anjo em dar a mensagem
verdade. Satanás sabe disso. An- da verdade ao mundo? Quem re-
tes que o alto clamor da terceira ceberá a luz que deve encher toda
mensagem angélica seja ouvido, a Terra com sua glória?’” – Idem,
ele suscitará despertamento nes- 5 de novembro de 1889.
sas corporações religiosas, a fim de
que os que rejeitaram a verdade Preparação para a angústia de
pensem que Deus está com eles. Jacó
Espera enganar os honestos e levá- “Ao se aproximarem os mem-
los a pensar que Deus ainda tra- bros do corpo de Cristo do perío-
balha pelas igrejas. Porém, a luz do de luta final, ‘o tempo da an-
brilhará. Todos os honestos deixa- gústia de Jacó’, crescerão em
rão as igrejas caídas e tomarão Cristo e partilharão grandemente
posição ao lado dos remanescen- de Seu Espírito. À medida que a
tes.” – Primeiros escritos, p. 261. terceira mensagem se avoluma e se
“A mensagem do terceiro anjo torna alto clamor e que a obra fi-
deve ir para além-mar, despertar as nal é acompanhada de grande po-
pessoas e chamar-lhes a atenção der e glória, o fiel povo de Deus
para os mandamentos de Deus e participa dessa glória. É a chuva
a fé de Jesus. Outro anjo une a voz serôdia que os vivifica e fortalece
ao terceiro anjo, e a Terra é ilumi- para passar pelo tempo de angús-
75
76
Capítulo XIII
O dom de profecia
Após a ascensão de Cristo, de- Os dons do Espírito devem ser
pois de os discípulos terem-se en- restaurados ao remanescente fiel
tregado inteiramente a Deus, me- antes da segunda vinda de Jesus (1
diante fé e oração, e após terem Coríntios 1:7 e 8).
alcançado união perfeita, o Espí- Em cumprimento da promessa
rito Santo foi derramado em ple- de Deus, o dom de profecia foi
nitude sobre eles (Lucas 24:49; restaurado à igreja verdadeira nes-
Atos 2:1-4). Então, dons espiritu- tes últimos dias (Joel 2:28; Atos
ais foram-lhes confiados, para se- 2:14-21; Apocalipse 12:17 (cf.
rem usados em prol do bem comum Apocalipse 19:10)). Pouco depois
da igreja e para o avançamento da do segundo grande desaponta-
obra de Deus. Os dons concedidos mento em 1844, Ellen G. White foi
aos primeiros cristãos, pelo Espí- chamada por Deus ao ministério
rito, incluíram apostolado, palavra profético entre os primeiros adven-
de sabedoria e de conhecimento, tistas. Sua obra passou no teste de
fé, cura, profecia, discernimento Isaías 8:20 e de Mateus 7:16 e 20.
de espíritos, milagres, línguas, in- O propósito principal dos escri-
terpretação de línguas, ensino, tos de Ellen G. White é trazer ho-
administração e caridade (amor mens e mulheres de volta à negligen-
puro em ação) (Amós 3:7; 1 Corín- ciada Palavra de Deus, imprimindo
tios 12:7-11 e 28; Efésios 4:7, 8 e no coração as verdades já reveladas
11; 1 Pedro 4:10 e 11). na Bíblia, e guardar os cristãos de
Embora tenha advertido a igre- desviarem-se dessas verdades.
ja a procurar “com zelo os maiores “Nela [na Palavra], Deus pro-
dons”, o apóstolo Paulo enfatizou meteu dar visões nos ‘últimos
“um caminho sobremodo excelen- dias’, não para nova regra de fé,
te” – a caridade (1 Coríntios 12:31; mas para conforto do Seu povo e
13:1-8 e 13). Então, acrescentou: para corrigir os que se desviam da
“Procurai com zelo os dons espiri- verdade bíblica.” – Mensagens es-
tuais, mas principalmente o de pro- colhidas, vol. 3, p. 29.
fetizar.” (1 Coríntios 14:1). A segu- “Nos tempos antigos, Deus fa-
ra palavra da profecia é a base da lou aos homens pela boca de Seus
nossa fé (Provérbios 29:18; Oséias profetas e apóstolos. Nestes dias,
12:10 e 13; 2 Crônicas 20:20; Ele lhes fala por meio dos Teste-
Mateus 10:41; 1 Tessalonicenses munhos do Seu Espírito. Ainda
5:19-21; 2 Pedro 1:19-21). não houve tempo em que falasse
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78
Capítulo XIV
Casamento
Deus viu que permanecer só 128:1-6; Provérbios 5:18; 31:10-
não era bom para o homem 31).
(Gênesis 2:18). Portanto, estabele- b. Supre as necessidades soci-
ceu a instituição do casamento e ais das pessoas (Gênesis 2:18).
enunciou a lei do matrimônio para c. Eleva a natureza física, inte-
todos os filhos de Adão até o fim lectual e moral dos seres humanos
do tempo. O próprio Deus deu a (Provérbios 18:22; 19:14; 1 Pedro
Adão uma esposa como compa- 3:1 e 7).
nheira. “Ordenou que homens e d. Assegura a sobrevivência e a
mulheres se unissem em santo multiplicação da espécie humana
matrimônio, para constituir famí- de maneira moral e salutar
lias cujos membros, coroados de (Gênesis 1:27 e 28).
honra, fossem reconhecidos como Tem sido propósito de Deus
membros da família celestial.” – A desde o início que o voto do casa-
ciência do bom viver, p. 356. De mento ligasse mutuamente ambas
acordo com o plano de Deus, no as partes por vínculos vitalícios,
relacionamento matrimonial todo indissolúveis (Mateus 19:6; Mar-
homem deve considerar a esposa cos 10:11 e 12; Lucas 16:18). Por-
como sua segunda pessoa, “osso tanto, o divórcio não está em har-
dos seus ossos e carne da sua car- monia com a vontade de Deus
ne” (Gênesis 2:18, 23 e 24; Mar- (Malaquias 2:14-16). Em caso de
cos 10:6-8; Efésios 5:28 e 29; separação, ambos devem perma-
Colossenses 3:19). necer solteiros até a morte de um
Apesar de degradada pelo pe- dos cônjuges, ou até que se recon-
cado, essa instituição divina deve ciliem (Romanos 7:1-3; 1
ser restaurada à sua condição ori- Coríntios 7:10-15, 39 (Mateus
ginal entre o povo de Deus antes 5:32 e 19:9 são explicados em ou-
da segunda vinda de Jesus (Atos tras passagens, mostrando que
3:20 e 21; Marcos 10:5-9). estes dois versos não sancionam
Quando o casamento é condu- nem advogam o divórcio ou o
zido de acordo com a vontade de novo casamento.)).
Deus: Cristãos devem unir-se em
a. Preserva a pureza moral de matrimônio unicamente com os
homens e mulheres e assegura a fe- da mesma fé. Casamento com des-
licidade da humanidade (Hebreus crente (não-membro) é pecado
13:4; 1 Coríntios 7:2-9; Salmos sério e separação de Cristo (Êxodo
79
ada com Deus, sendo sua vida es- sentar a família do Céu.” – O mai-
condida com Cristo em Deus. Ó, or discurso de Cristo, p. 65.
que amor, que amor prodigioso!
Este é meu ensino de pureza mo- Imoralidade Sexual
ral.” – Exaltai-O!, p. 297. Todas as práticas sexuais imo-
“A graça de Cristo, e ela somen- rais, como homossexualismo,
te, pode tornar essa instituição [o lesbianismo, bestialidade [prática
casamento] o que Deus designou com animais] e incesto são conde-
que fosse: um meio para a bênção nadas na Palavra de Deus como
e reerguimento da humanidade. abominação (Romanos 1:26, 27; 1
Assim, as famílias da Terra, em sua Coríntios 6:9 e 10; Levítico 18:6-
união, paz e amor, podem repre- 24; Judas 7).
83
Capítulo XV
A família cristã
Após criar Adão e Eva, Deus os lidade nesta vida e graduá-los para
uniu como marido e mulher, aben- a escola de cima (Deuteronômio
çoou-os e então lhes disse: 6:4-9; Salmos 128:1-6).
“Frutificai e multiplicai-vos; Uma obra especial de restaura-
enchei a Terra e sujeitai-a.” ção na família foi profetizada para
(Gênesis 1:28). Era propósito de acontecer antes da segunda vinda
Deus que a Terra fosse povoada de Cristo (Malaquias 4:5 e 6).
com seres criados à Sua própria
imagem, compondo famílias que O marido e pai
trariam glória a Ele e se tornariam O marido cristão, como pai e
membros da família maior, no Céu sacerdote da família, é protetor,
(Isaías 45:18; Efésios 3:14 e 15). instrutor, guia e provedor dela
Apesar de o propósito original de (Gênesis 3:19; 1 Coríntios 11:3).
Deus haver sido posto de lado Essa é a função atribuída a ele por
como resultado do pecado huma- Deus. Ele é responsável pelo bem-
no, seu cumprimento final é certo estar espiritual, mental e físico de
(Romanos 8:28; Apocalipse 21:3 sua família (Efésios 6:4; 5:28-31 e
e 5). 33; 1 Timóteo 5:8; 1 Pedro 3:7).
A família é o princípio da soci- Em conjunto com a esposa,
edade. A família cristã é aquela em deve ensinar os filhos a amar e
que Deus é reconhecido como obedecer a Deus, e criá-los para
objeto supremo de adoração. Ele utilidade nesta vida e na vida por
é Cabeça, Protetor, Guia e Instru- vir, de acordo com as instruções
tor de famílias assim. A família dadas na Bíblia. Como sacerdote
cristã é a menor unidade orgânica na família, o pai é o chefe respon-
da igreja de Deus na Terra (Mateus sável pela instrução e o treinamen-
18:20). Também é escola onde to religioso dos filhos. Também é
seus membros são professores e o dirigente dos cultos de adoração
alunos que compartilham conhe- matutinos e vespertinos (Gênesis
cimento e aprendem uns com os 18:19; 35:2-4; Josué 24:15;
outros. A Palavra de Deus, junta- Colossenses 3:21).
mente com o livro da natureza,
deve ser a principal fonte de ins- A esposa e mãe
trução na escola da família. O ob- A esposa cristã, como mãe, é a
jeto da empresa familiar deve ser principal instrutora dos filhos na
preparar seus estudantes para uti- família, especialmente em seus
84
tenros anos. Tem grande e impor- lhos e/ou profissões que possam
tante responsabilidade em instruí- ajudar a promover Seu reino e
los e educá-los de acordo com as apressar a vinda de Cristo
instruções dadas na Palavra de (Levítico 19:32; 2 Reis 2:23 e 24;
Deus. Juntamente com o marido, Salmos 78:2-7; Provérbios 22:6;
é responsável pelo bem-estar espi- Efésios 6:1-3; Colossenses 3:20).
ritual, mental e físico, e por desen- “Deus criou o homem para Sua
volver nos filhos caráter em seme- própria glória, para que, depois de
lhança divina para o tempo e a testada e provada, a família huma-
eternidade. Enquanto o pai é o na pudesse tornar-se uma com a
“laço de união da família” 1, a mãe família celestial. Era o propósito
é a gerenciadora do lar (Provérbi- de Deus repovoar o Céu com a
os 31:10-31; Efésios 5:22-24, 33; família humana, caso se mostras-
1 Tessalonicenses 5:23; 1 Timóteo se obediente a toda Palavra Sua.
5:4; Tito 2:4 e 5). Adão devia ser provado, para ver
se seria obediente, como os anjos
Os filhos na família fiéis, ou desobediente.” – The SDA
Os filhos são herança do Se- Bible Commentary (E. G. White
nhor (Salmos 127:3-5; Provérbios Comments), vol. 1, p. 1.082.
17:6). São o futuro da sociedade “Nos tempos primitivos, o pai
e da igreja de Deus na Terra. Fo- era o governador e sacerdote da
ram confiados a pais e mães com família. Exercia autoridade sobre
o objetivo de serem instruídos e os filhos, mesmo depois que estes
educados por eles para se torna- tinham a própria família. Os des-
rem membros da família de Deus cendentes eram ensinados a
acima, e membros úteis da socie- considerá-lo como chefe, tanto em
dade enquanto aqui na Terra (Sal- assuntos religiosos quanto secula-
mos 144:12; Isaías 8:18). Os filhos res. Abraão esforçou-se por perpe-
devem aprender a amar, honrar e tuar esse sistema de governo pa-
respeitar seus pais e a obedecer- triarcal, já que o mesmo favorecia
lhes como apropriado no Senhor a conservar o conhecimento de
(Êxodo 20:12). Devem também Deus. Era necessário ligar os mem-
aprender a amar e a obedecer a bros da casa conjuntamente, para
Deus, e a respeitar ministros, pro- ser edificada barreira contra a ido-
fessores, autoridades e todos os latria que se havia tornado tão es-
outros a quem Deus delegou au- palhada e profundamente estabele-
toridade. Os filhos devem ser edu- cida. Abraão procurou por todos
cados e motivados a preparar-se os meios ao alcance guardar os
para se tornarem coobreiros de domésticos de seu acampamento
Deus na Terra, aprendendo traba- de se misturarem com os gentios
1. Nota do tradutor: no original em inglês, houseband, termo de onde foi derivado o vocábulo husband, que significa ma-
rido.
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86
Capítulo XVI
Temperança cristã
A temperança cristã está rela- para se tornarem fortes e resisten-
cionada a todas as facetas de nos- tes, para que ao chegar o dia da
sa vida aqui na Terra. Reconhece competição pudessem exigir de
a relação íntima entre os aspectos suas forças o máximo de rendi-
espirituais, mentais e físicos de mento. Quão mais importante é
nosso ser. A condição do corpo que o cristão, cujos interesses eter-
afeta a mente, e a condição da nos estão em jogo, coloque apeti-
mente afeta não apenas o corpo, tes e paixões em sujeição à razão
mas também o relacionamento e à vontade de Deus! Jamais deve
espiritual com Deus. A verdadei- permitir que sua atenção seja des-
ra temperança pode ser definida viada por entretenimentos, luxos
como o dispensar inteiramente ou comodidades. Todos os hábitos
tudo que seja prejudicial e fazer e paixões devem ser postos sob a
uso judicioso do que for salutar. O disciplina mais estrita. A razão,
princípio geral sobre temperança iluminada pelos ensinos da Pala-
em todas as coisas foi esboçado na vra de Deus e guiada por Seu Es-
Palavra de Deus pelo apóstolo pírito, tem de tomar as rédeas do
Paulo (1 Coríntios 10:31; 2 Pedro controle. [...]
1:5-8). Paulo apresenta a diferença
entre a coroa de louros fenecíveis
Lição dada pelos atletas gregos recebida pelo vencedor nas corri-
“Referindo-se a essas corridas das e a coroa de glória imortal que
[gregas] como figura da milícia será dada ao que corre vitoriosa-
cristã, Paulo deu ênfase à prepa- mente a carreira cristã. ‘Eles o fa-
ração necessária para o sucesso zem’, declara, ‘para alcançar uma
dos contendores na maratona – a coroa corruptível.’ (1 Coríntios
disciplina preliminar, o regime de 9:25). Para alcançar prêmio pere-
abstenção alimentar, a necessida- cível, os corredores gregos não
de de temperança. ‘E todo aquele fugiam a qualquer esforço ou dis-
que luta’, declarou Paulo, ‘de tudo ciplina. Nós lutamos por prêmio
se abstém.’ (1 Coríntios 9:25). Os infinitamente mais valioso, a pró-
corredores punham de lado toda pria coroa da vida eterna. Quão
condescendência que tendesse a mais cuidadosa deveria ser nossa
diminuir-lhes as faculdades físi- luta, e quão maior nossa disposi-
cas. Mediante disciplina severa e ção para o sacrifício e a renúncia!”
contínua, treinavam os músculos – Atos dos apóstolos, p. 311 e 312.
87
“Eis que vos tenho dado todas trasladação ao Céu. Quanto me-
as ervas que produzem semente, nos estimulante o regime, tanto
as quais se acham sobre a face de mais facilmente podem as paixões
toda a Terra, bem como todas as ser dominadas. A satisfação do pa-
árvores em que há fruto que dê ladar não deve ser considerada
semente; ser-vos-ão para man- sem levar em conta a saúde física,
timento.” (Gênesis 1:29). intelectual ou moral.” – Testemu-
“Cereais, frutas, nozes e verdu- nhos para a igreja, vol. 2, p. 352.
ras constituem o regime dietético Os que insistem em que o co-
escolhido por nosso Criador.” – A mer carne não é proibido na Bí-
ciência do bom viver, p. 296. blia, ainda que seja desaprovado
“Quando se abandona a carne, (Provérbios 23:20; Romanos
deve-se substituí-la com varieda- 14:21; cf. Tiago 4:17), devem en-
de de cereais, nozes, verduras e tender que “não foi assim desde o
frutas, que serão nutritivos e ao princípio” (Mateus 19:8), e que
mesmo tempo apetitosos.” – Idem, assim não será quando a obra de
p. 316. restauração estiver completa
“Tem-me sido mostrado repeti- (Atos 3:21) e quando todas as coi-
damente que Deus está tentando sas forem feitas novas (Apocalipse
trazer-nos de volta, passo a passo, 21:5).
a Seu desígnio original – que os “No tempo do fim, toda insti-
homens possam subsistir com os tuição divina deve ser restaurada.”
produtos naturais da terra.” – – Profetas e reis, p. 678.
Conselhos sobre o regime alimen-
tar, p. 380. No reino de glória
“Os princípios morais, estrita- Na Terra renovada, depois de
mente observados, tornam-se a os maus haverem sido destruídos,
única salvaguarda do ser humano. mesmo os animais carnívoros se-
Se já houve tempo em que o regi- rão todos herbívoros, como o eram
me alimentar devesse ser da mais no princípio (Gênesis 1:30; Isaías
simples qualidade, esse tempo é 11:4-9; 65:25; Ezequiel 47:12).
agora. Não devemos pôr carne di-
ante de nossos filhos. Sua influên- Tratamento de enfermidades
cia é reavivar e fortalecer as mais Somos propriedade de Deus
baixas paixões, tendendo a amor- pela criação (Gênesis 1:27; 2:7) e
tecer as faculdades morais. Cere- pela redenção (1 Coríntios 6:19 e
ais e frutas preparados sem gordu- 20). Do pó, o homem foi feito à
ra, e no estado mais natural imagem de Deus. Esse mecanismo
possível, devem ser o alimento vivo consiste de três componentes
para as mesas de todos os que pro- – corpo, alma e espírito –, gover-
fessam estar-se preparando para a nados por leis naturais específicas.
93
96
Capítulo XVII
Separação do mundo
Separação do mundo significa “Requer-se dos seguidores de
separar-se de suas idéias, teorias, Cristo que se separem do mundo
hábitos, práticas, associações e não toquem em nada impuro, e
mundanas e tudo que seja contrá- têm a promessa de serem filhos e
rio à Palavra de Deus (João 17:15 filhas do Altíssimo, membros da
e 16; 2 Coríntios 6:14-18; Tiago família real. Porém, se as condi-
4:4; 1 João 2:15-17; Apocalipse ções não são atendidas, não alcan-
18:4). çarão, não podem alcançar o cum-
“Há uma linha divisória distin- primento da promessa.” – Idem,
ta, traçada pelo próprio Deus, en- vol. 2, p. 441.
tre a igreja e o mundo, entre os que “E tão logo surja em alguns o
observam Seus mandamentos e os desejo de imitar as modas do mun-
que quebrantam Seus preceitos. do, não sendo tal desejo imediata-
Não se unem uns aos outros.” – mente subjugado, com a mesma
Testemunhos para a igreja, vol. 5, rapidez Deus deixará de
p. 602. reconhecê-los como filhos. São fi-
“Deus testará a fidelidade de lhos do mundo e das trevas.” –
Seu povo. Muitos dos erros come- Idem, vol. 1, p. 137.
tidos pelos professos servos de “Jesus está para vir. Encontra-
Deus são resultado de seu amor- rá Ele um povo em harmonia com
próprio, do desejo de aprovação e o mundo? Reconhecê-los-á como
sede por popularidade. Cegados Seu povo, que purificou para Si?
por tudo isso, não compreendem Ó, não! Ninguém senão os puros
que são agentes das trevas, e não e santos Ele há de reconhecer
da luz. ‘Pelo que saí do meio de- como Seus.” – Mensagens aos jo-
les, e apartai-vos, diz o Senhor; e vens, p. 128 e 129.
não toqueis nada imundo, e Eu Reforma do vestuário
vos receberei’ (2 Coríntios 6:17). Uma das condições pelas quais
Essas são as condições sob as Deus promete nos aceitar como
quais podemos ser reconhecidos Seu povo é separação do mundo
como filhos de Deus: separação do (Mateus 6:24; Tiago 4:4; 2 Pedro
mundo e abandono das coisas que 1:4). Como os filhos de Israel fo-
enganam, seduzem e enredam.” – ram solicitados a usar um cordão
Testemunhos para a igreja, vol. 5, azul como sinal de distinção entre
p. 12 e 13. eles e as nações idólatras ao redor,
97
hoje a igreja de Deus deve obser- sentiram que não estavam proce-
var os princípios da reforma do dendo bem em se permitirem ser
vestuário (Números 15:37-41). Os escravos da moda; mas quando
cristãos devem se vestir modesta, vêem alguns que fazem elevada
salutar e ordenadamente, com profissão de piedade vestindo-se
bom gosto, representando assim da mesma maneira que os munda-
os princípios do reino celestial. nos, fruindo a sociedade dos frívo-
“Para proteger o povo de Deus los, entendem que não pode haver
da influência corruptora do mun- mal em tais coisas.” – Testemu-
do, bem como para promover a nhos para a igreja, vol. 4, p. 641.
saúde física e moral, a reforma do “Há sobre nós, como um povo,
vestuário foi introduzida entre um terrível pecado – termos per-
nós. Não foi planejada para ser mitido que os membros de nossa
jugo de escravidão, mas bênção. igreja se vistam de maneira incoe-
Não para aumentar o trabalho, rente com sua fé. Precisamos er-
senão para poupá-lo. Não para guer-nos imediatamente e fechar
acrescentar gasto com vestuário, a porta contra as seduções da
mas para poupar gastos. Faria dis- moda. A menos que façamos isso,
tinção entre o povo de Deus e o nossas igrejas se tornarão desmo-
mundo. Dessa forma, serviria de ralizadas.” – Ibidem, p. 648.
barreira contra suas modas e lou- A Bíblia põe ênfase na modés-
curas. Aquele que conhece o fim tia e no respeito-próprio, proibin-
desde o princípio, que compreen- do modas e costumes extravagan-
de nossa natureza e necessidades tes e imodestos do mundo para
– nosso compassivo Redentor –, homens e mulheres. Apesar de em
viu nossos perigos e dificuldades, tempos passados a moda ser geral-
e condescendeu em dar-nos adver- mente problema relacionado às
tência e instrução oportunas mulheres, infelizmente, à medida
atinentes a nossos hábitos de vida, que nos aproximamos do fim, nes-
até mesmo na escolha apropriada se ponto Satanás destrói mesmo a
da alimentação e do vestuário.” – experiência de alguns homens.
Conselhos sobre saúde, p. 598 e Cortes de roupa apertados, aber-
599. turas, shorts e tecidos transparen-
“Nossas palavras, ações e ves- tes (expondo a nudez), calçados
tidos são diariamente pregadores insalubres, jóias, e seguirem-se
vivos, juntando com Cristo ou es- tendências modernas por amor à
palhando. Isso não é coisa insig- moda é nocivo à experiência cris-
nificante para ser passada por alto tã, e proibido na Palavra de Deus.
com um gracejo. A questão do Através disso, exercemos influên-
vestuário exige séria reflexão e cia negativa sobre outros, e tería-
muita oração. Muitos incrédulos mos que responder a Deus por le-
98
que vão à Sua presença a fim de lado do Senhor, para sair do mun-
adorá-lO. Que impressões isso há do e serem separados e não toca-
de causar sobre os incrédulos e os rem em coisa imunda. Ao darem
jovens, que têm discernimento evidência de que compreendem
perspicaz e estão prontos a tirar plenamente sua posição, devem
suas conclusões? ser aceitos. Porém, quando mos-
No entender de muitos, não há tram que seguem os costumes,
maior santidade na casa de Deus modas e sentimentos do mundo,
do que em qualquer outro local deve-se lidar fielmente com eles.
dos mais comuns. Muitos Se não sentem a responsabilidade
adentram a casa de Deus sem ti- de mudar seu procedimento, não
rar o chapéu, e com roupa suja e devem ser conservados como
em desalinho. Essas pessoas não membros da igreja. O Senhor de-
reconhecem que ali vão encontrar- seja que os que compõem Sua
se com Deus e os santos anjos. igreja sejam mordomos fiéis e ver-
Uma reforma radical a esse respei- dadeiros da graça de Cristo.” –
to é necessária em todas as nossas Testemunhos para ministros e
igrejas. Os próprios pastores pre- obreiros evangélicos, p. 128.
cisam ter idéias mais elevadas e “A moda está deteriorando o
revelar maior sensibilidade nesse intelecto e carcomendo a
sentido. É um aspecto da obra que espiritualidade de nosso povo. A
tem sido muito negligenciado. Por obediência à moda está penetran-
causa de sua irreverência na atitu- do em nossas igrejas adventistas
de, no traje, na postura, e sua fal- do sétimo dia, e fazendo mais que
ta de verdadeiro espírito de ado- qualquer outro poder para separar
ração, Deus muitas vezes tem de Deus nosso povo. [...] as regras
afastado Seu rosto dos que se de nossa igreja são muito deficien-
acham reunidos para adorar.” – tes. Todas as manifestações de or-
Testemunhos para a igreja, vol. 5, gulho no vestuário, proibidas na
p. 498 e 499. Palavra de Deus, devem ser moti-
Os seguidores de Cristo, sabe- vo suficiente para disciplina na
dores de que Deus tomou o ves- igreja. Caso haja continuação em
tuário como um tipo de justiça face de advertências, apelos e ame-
(Apocalipse 19:8), não podem ser aças, perseverando a pessoa em
desordenados e desleixados no seguir sua vontade perversa, isso
vestir. poderá ser considerado como pro-
“Deve-se compreender se os va de que o coração não foi abso-
que professam ser convertidos es- lutamente levado à semelhança
tão simplesmente tomando o com Cristo. O eu, e unicamente o
nome de adventistas do sétimo dia eu, é objeto de adoração, e um
ou se estão assumindo posição ao professo cristão assim induzirá
100
103
Capítulo XVIII
106
Capítulo XIX
O selamento
Durante o tempo do fim, uma plenamente, a guarda do Sábado
obra especial de selamento come- é sinal de santificação, assim como
çou com a proclamação do evan- de distinção. Identifica-nos como
gelho eterno como revelado nas adoradores do Deus verdadeiro e
mensagens dos três anjos nos distingue dos filhos da deso-
(Apocalipse 14:6-12). Cento e bediência (Ezequiel 20:12 e 20;
quarenta e quatro mil servos de Êxodo 31:16-18; Ezequiel 9:4-6).
Deus são selados na fronte com o A marca da besta é contrafação
selo do Deus vivo (Apocalipse 7:1- do selo de Deus. Dois poderes re-
4; 14:1 (cf. Êxodo 34:5-7)). Os ligiosos-políticos apóstatas princi-
que permitem ao Espírito Santo pais (Apocalipse 13:3, 4, 8, 11-17)
guiá-los em toda a verdade rece- estão para controlar o assim cha-
bem o selo de Deus (João 16:13; mado mundo cristão com leis hu-
2 Coríntios 1:21 e 22; Efésios manas em conflito com a lei de
1:13), que é sinal de reconheci- Deus. Então os que obedecem a
mento (Ezequiel 20:20; 2 Timóteo Deus sofrerão perseguição feroz (a
2:19). ira do dragão). Por outro lado, os
Todos os crentes fiéis que mor- que desobedecem a Deus recebe-
reram na fé da mensagem do ter- rão a marca da besta (contrafação
ceiro anjo, guardando o Sábado, do Sábado, ou seja, o domingo).
são parte dos cento e quarenta e Juntamente com a besta, sofrerão
quatro mil e se erguerão na ressur- as conseqüências de sua escolha
reição especial, antes da vinda de nas sete últimas pragas (a ira de
Cristo (Apocalipse 14:13; Daniel Deus) (Apocalipse 14:9-11; 15:1;
12:2). Estarão entre os santos vi- 16:1, 2, 10 e 11).
vos por ocasião de Sua vinda. Uma comparação entre Apocali-
À medida que o caráter de pse 6:12-17 e Apocalipse 14:14-16
Deus, revelado em Sua lei, é im- (cf. Mateus 13:39) revela que a
presso sobre os corações pelo Es- mensagem do selamento, que in-
pírito Santo, eles são santificados clui advertência contra a marca da
na verdade (Isaías 8:16; Jeremias besta, pertence ao tempo do fim,
31:33; 2 Coríntios 3:3; 2 iniciado em 1844.
Tessalonicenses 2:13; João 17:17 Para maiores detalhes, queira
(cf. Salmos 119:142)). Quando consultar o livro O selamento do
essas condições são encontradas povo de Deus.
107
110
Capítulo XX
A igreja de Deus
Em todas as eras, desde o co- ra, “coluna e esteio da verdade” (1
meço do mundo, a igreja de Deus Timóteo 3:15).
tem sido constituída de pessoas Referindo-Se a Si mesmo, Cris-
fiéis (Gênesis 4:26; 1 Pedro 2:9; to disse: “Sobre esta Rocha
Atos 2:47; 1 Coríntios 1:2). Por edificarei Minha igreja.” Essa Ro-
intermédio desses embaixadores cha é o próprio Cristo (1 Samuel
escolhidos, Seus porta-vozes, Ele 2:2; Isaías 44:8; 1 Coríntios 3:10
tem falado aos filhos dos homens, e 11; Mateus 7:24 e 25; 24:35; 1
revelando-lhes a “múltipla sabe- Pedro 1:25).
doria de Deus” (Ezequiel 33:7-9; “Edificamos sobre Cristo medi-
Atos 20:28). Por meio da igreja, ante o obedecer à Sua Palavra.” –
o evangelho trouxe luz e verdade O maior discurso de Cristo, p.
a todas as pessoas, mostrando- 149.
lhes o caminho de volta a Deus e “A Palavra de Deus é a única
a Seu reino glorioso (2 Coríntios coisa estável que nosso mundo
5:18-20; Atos 16:17). conhece. É o firme fundamento.”
“Durante séculos de trevas es- – Idem, p. 148.
pirituais, a igreja de Deus tem O reino de Deus na Terra é es-
sido como cidade edificada sobre tabelecido sobre dois princípios
um monte. De século em século, básicos – amor a Deus e amor aos
através de gerações sucessivas, semelhantes. Esses princípios são
as doutrinas puras do Céu têm enunciados claramente na Palavra
sido desdobradas dentro de seus de Deus (Mateus 22:36-40; Lucas
limites.” – Atos dos apóstolos, p. 10:25-28; Mateus 7:12).
12. Enquanto os cristãos permane-
cem sobre esse fundamento, as
A fundação portas do inferno não podem pre-
Deus é verdade. Cristo é a ver- valecer contra eles, porque a pre-
dade. Seu Espírito Santo é a ver- sença de Cristo é com eles. Porém,
dade. Seu evangelho é a Palavra da os que se afastam do fundamento
Verdade. Sua lei é a verdade (Deute- da verdade não podem reivindicar
ronômio 32:4; João 14:6; 16:13; 1 a presença de Cristo. Assim, a igre-
João 5:6; Efésios 1:13; Salmos ja de Cristo na Terra é sucessão de
119:142). Portanto, todos os que cristãos verdadeiros (2 Timóteo
são gerados através da Palavra da 2:19; Mateus 16:16-18; Jeremias
Verdade formam a igreja verdadei- 11:4; João 8:31; Lucas 12:32; Ro-
111
do.” – The Review and Herald, 29 Deus têm o dever de tentar esfor-
de abril de 1884. ços com ela, buscando induzi-la ao
arrependimento. Caso se renda à
Disciplina eclesiástica influência do Espírito de Deus,
a. É baseada na ordenança dando evidência do arrependi-
dada por Jesus em Mateus 18:15 mento, confessando e renuncian-
e 16. É responsabilidade de todo do ao pecado, por mais grave que
membro da igreja dar exortação tenha sido, deve merecer o perdão
em amor, bem como recebê-la, de e ser de novo recebida na igreja.
acordo com as verdades recebidas Aos seus irmãos compete
na Palavra de Deus – especialmen- encaminhá-la pela vereda da jus-
te dos ministros do evangelho tiça, e tratá-la como desejariam ser
(Provérbios 15:31 e 32; 10:17; 2 tratados em seu lugar, olhando por
Timóteo 4:2; Tito 1:9; 2:15). si mesmos para que não sejam do
b. Apesar de termos a respon- mesmo modo tentados.” – Obrei-
sabilidade de nos exortar mutua- ros evangélicos, p. 501.
mente, devemos lembrar que toda “Sentis, quando um irmão erra,
admoestação, para ser efetiva e que sois capazes de dar vossa vida
duradoura, deve ser dada clara- para salvá-lo? Se assim é, podeis
mente e em espírito de amor. aproximar-vos dele e exercer-lhe
“Olha por ti mesmo, para que tam- influência sobre o coração. Sois a
bém tu não sejas tentado.” pessoa indicada para visitá-lo.” –
(Gálatas 6:1; Apocalipse 3:19). Testemunhos para a igreja, vol. 1,
Esse espírito de amor é a atitude p. 166.
manifestada na disposição de de- “Devemos cooperar nessa
por a vida para o erro, enquanto obra. ‘Se algum homem chegar a
se lhe dá reprovação (João 13:34; ser surpreendido nalguma ofensa,
15:12 e 13). [...] encaminhai o tal.’ (Gálatas
c. A disciplina da igreja, ao con- 6:1). A palavra aqui traduzida ‘en-
trário da exclusão, coloca restri- caminhar’ significa colocar no lu-
ções sobre o membro por um tem- gar, como se faz com um osso des-
po, enquanto ele considera a locado. Quão sugestiva é essa
própria condição e dá passos para figura! Aquele que cai em erro ou
corrigir seus caminhos (Hebreus pecado coloca-se fora do lugar em
12:5-12). relação a tudo que o cerca. Pode
“Quando a pessoa que errou se compenetrar-se do erro, e encher-
arrepende e se submete à discipli- se de remorso. Porém, não pode
na de Cristo, cumpre dar-lhe ou- restabelecer-se a si mesmo. Está
tra oportunidade. E mesmo que se em confusão e perplexidade, ven-
não arrependa e venha a ficar co- cido e desamparado. Deverá ser
locada fora da igreja, os servos de reclamado, curado e restabelecido.
119
res finitos não antecipa. Sementes crisia que tem existido na igreja.
do mal são espalhadas na mente e Isso deveria provocar reflexões
no coração dos que ouvem, e por parte daqueles que têm tenta-
quando eles estiverem sob tenta- do ser semelhantes a Cristo no
ção, essas sementes germinarão e caráter. Essas coisas devem ser
trarão fruto, e a mesma triste ex- consideradas.” – Testemunhos
periência se repetirá. Pois, pensa para a igreja, vol. 5, p. 645 e 646.
o tentado, esses pecados não po-
dem ser tão ofensivos; afinal, os Advertência especial
que fizeram confissão, cristãos de “No processo de assassínio, o
longa data, não fazem essas mes- acusado não devia ser condenado
mas coisas? Assim, a confissão pelo depoimento de uma só teste-
aberta desses pecados secretos na munha, mesmo que as evidências
igreja se demonstrará um cheiro circunstanciais fossem fortes con-
de morte, e não de vida. tra ele. A instrução do Senhor era:
Não deve haver movimento al- ‘Todo aquele que matar alguém,
gum descuidado e indiscriminado será morto conforme o depoimen-
sobre esse assunto, para evitar que to de testemunhas; mas uma só
a causa de Deus seja desacredita- testemunha não deporá contra al-
da aos olhos dos descrentes. Se guém, para condená-lo à morte.’
eles ouvirem confissões de condu- (Números 35:30). Foi Cristo que
ta indigna feitas por aqueles que deu a Moisés aquelas determina-
professam ser seguidores de Cris- ções para Israel. Quando Ele este-
to, será trazida vergonha sobre a ve em pessoa com Seus discípulos
causa. [...] na Terra, ao ensinar-lhes como tra-
Há certas confissões que de- tar os que erram, o grande
vem ser feitas perante uns poucos Ensinador repetiu a lição de que
escolhidos, e reconhecidas pelo o testemunho de um só homem
pecador em profunda humildade. não deve livrar ou condenar. As
O assunto não deve ser conduzi- idéias e opiniões de um homem
do de tal forma que o mau hábito não devem resolver questões con-
seja transformado em virtude, e o trovertidas. Em todos esses assun-
pecador se orgulhe de seus maus tos, dois ou mais devem estar as-
feitos. Se houver coisas de natu- sociados, e juntos encarar a
reza ignominiosa que devam vir responsabilidade, ‘para que pela
perante a igreja, que sejam boca de duas ou três testemunhas
trazidas diante de umas poucas toda palavra seja confirmada’
pessoas selecionadas antecipada- (Mateus 18:16).” – Patriarcas e
mente para ouvi-las. Que não se profetas, p. 516.
exponha a causa de Deus ao “Deus compreende a perversi-
reproche tornando pública a hipo- dade do coração humano. Inimi-
124
125
Capítulo XXI
Mordomia
De acordo com Salmos 24:1, sedento, vestido para o nu. É pro-
tudo pertence ao Senhor (1 Crô- teção para o opresso e meio para
nicas 29:11 e 12). Sejam grandes socorrer o enfermo. Porém, o di-
ou pequenas nossas posses, são nheiro não é de mais valor do que
nossas unicamente em confiança. a areia, a não ser que o empregue-
Portanto, a Deus devemos prestar mos para prover às necessidades da
contas de nossa vida, força, habi- vida, para bênção de outros e para
lidades, tempo, talentos, oportuni- o desenvolvimento da obra de Cris-
dades e meios (1 Coríntios 4:1 e to.” – Parábolas de Jesus, p. 351.
2; Mateus 25:14-30). “Entreguemo-nos num sacrifí-
“Os homens [...] parecem pen- cio vivo, dando a Jesus tudo o que
sar que têm o direito de fazer com temos. É Seu; somos-Lhe posses-
seus meios o que bem lhes aprou- são adquirida. Os que recebem
ver, não importando o que o Se- Sua graça, que contemplam a cruz
nhor tenha ordenado ou qual seja do Calvário, não questionarão so-
a necessidade de seus semelhan- bre a proporção em que dar, mas
tes. Esquecem-se de que tudo o sentirão que a mais rica oferta é
que reclamam como seu simples- demasiado mesquinha, completa-
mente lhes foi entregue em confi- mente desproporcionada, ante a
ança.” – Conselhos sobre mordo- grande dádiva do Filho unigênito
mia, p. 112. do infinito Deus. Pela abnegação,
“O dinheiro não nos foi dado até mesmo o mais pobre achará
para honrarmos e glorificarmos a meios de obter algo que devolver
nós mesmos. Como mordomos fi- a Deus.” – Conselhos sobre mor-
éis, devemos usá-lo para a honra domia, p. 200.
e glória de Deus. [...] Tudo quan-
to possuímos é do Senhor, e Lhe Mordomos fiéis e sábios
somos responsáveis pelo uso que Um mordomo fiel e sábio é cui-
fazemos. No uso de cada centavo dadoso com o que Deus lhe deu
deve ser visto se amamos a Deus (Mateus 24:45-47; 2 Tessalonicen-
sobre todas as coisas e ao próxi- ses 3:10-13; Provérbios 11:24 e 25).
mo como a nós mesmos. Ainda que acreditemos que Je-
O dinheiro é de grande valor, sus virá em breve, também recebe-
porque pode realizar grande bem. mos instrução de que “se alguém
Nas mãos dos filhos de Deus, é ali- não cuida dos seus, e especialmen-
mento para o faminto, água para o te dos da sua família, tem negado
126
Capítulo XXII
130
133
Capítulo XXIII
Origem, natureza e
destino das pessoas
Deus formou o homem como excluir Deus da soberania do Uni-
alma vivente, agente moral livre, verso que degradam o homem e o
feito à imagem de Deus, criado despojam da dignidade de sua ori-
para Sua glória (Gênesis 1:26-28; gem. Aquele que estabeleceu os
2:7; Salmos 8:4-6; Isaías 43:7). mundos estelares nos altos céus e
Não era dotado de imortalidade com perícia delicada coloriu as flo-
natural e incondicional. Unica- res do campo, Aquele que encheu
mente pela obediência a Deus e o a Terra e os céus com as maravilhas
comer da árvore da vida poderia de Seu poder, vindo a coroar Sua
ele perpetuar a existência obra gloriosa a fim de pôr em seu
(Gênesis 2:9, 16 e 17). Devido à meio alguém para ser o governador
sua desobediência, perdeu o aces- da linda Terra, não deixou de criar
so à árvore da vida, distanciou-se um ser digno das mãos que lhe de-
da glória do Criador e foi separa- ram vida. Conforme é dada pela
do da fonte da vida. O pecado inspiração, a genealogia de nossa
trouxe morte a Adão e a todos os espécie remonta sua origem não a
seus descendentes (Gênesis 3:19, uma linhagem de germes, moluscos
22-24; Eclesiastes 12:7; Isaías e quadrúpedes a se desenvolverem,
59:2; Romanos 5:12 e 17; Ezequiel mas ao grande Criador. Posto que
18:4; Romanos 6:23). formado do pó, Adão era ‘filho de
Deus’ (Lucas 3:38).” – Patriarcas
Feito à imagem de Deus e profetas, p. 45.
“Deus criou o homem à Sua
própria imagem. Não há mistério Imortalidade condicional
aqui. Não há lugar para a suposi- “A imortalidade, prometida ao
ção de que o homem evoluiu, por homem sob condição de obediên-
meio de graus de desenvolvimen- cia, foi perdida pela transgressão.
to morosos, das formas inferiores Adão não poderia transmitir à sua
da vida animal ou vegetal. Tal en- posteridade aquilo que não pos-
sino rebaixa a grande obra do Cri- suía. Não poderia haver esperan-
ador ao nível das concepções es- ça nenhuma para a humanidade
treitas e terrenas do homem. Os decaída se, pelo sacrifício de Seu
homens são tão persistentes em Filho, Deus não houvesse trazido
134
“Para Seus filhos crentes, Cris- que vivam. A mesma forma surgi-
to apresenta a morte como um rá, mas livre de doenças e qualquer
sono. A vida deles está escondida defeito. Vive novamente levando
com Cristo em Deus. Até que soe a mesma individualidade de carac-
a derradeira trombeta, os que mor- terísticas, de forma que amigo re-
rem dormirão nEle.” – O Deseja- conheça amigo. Não há lei de
do de Todas as Nações, p. 527. Deus na natureza que mostre que
“Cristo tornou-Se uma mesma Deus retorna partículas de maté-
carne conosco, a fim de nos poder- ria idênticas às que compuseram
mos tornar um espírito com Ele. É o corpo antes da morte. Deus dará
em virtude dessa união que havemos aos justos mortos um corpo que O
de ressurgir do sepulcro – não so- agradará. Paulo ilustra o assunto
mente como manifestação do poder pela semente lançada no campo. A
de Cristo, mas porque, mediante a semente plantada decai, mas vem
fé, Sua vida se tornou nossa. Os que à tona nova semente. A substân-
vêem a Cristo em Seu verdadeiro cia natural no grão que decai nun-
caráter e O recebem no coração têm ca se levanta como antes, mas
vida eterna. É por meio do Espírito Deus lhe dá um corpo como Lhe
que Cristo habita em nós. Recebido apraz. Material excelente compo-
no coração pela fé, o Espírito de rá o corpo humano, pois é nova
Deus é o princípio da vida eterna.” criação, novo nascimento.” – The
– Idem, p. 388. SDA Bible Commentary (E. G.
“Nossa identidade pessoal é White Comments), vol. 6, p.
preservada na ressurreição, ainda 1.093.
que não composta das mesmas
partículas de matéria ou substân- O destino dos maus
cia material idas para a sepultura. Depois de os maus serem jul-
As obras fantásticas de Deus são gados (Apocalipse 20:4), sofrem a
mistério para as pessoas. O espí- segunda morte (destruição, exter-
rito, o caráter das pessoas, retorna mínio, extinção ou aniquilação),
para Deus, a fim de ser preserva- que lhes será aplicada ao fim do
do. Na ressurreição, todos terão o milênio – os mil anos de
próprio caráter. Em Seu próprio Apocalipse 20 (Apocalipse 20:9,
tempo, Deus conclamará os mor- 14 e 15; Malaquias 4:1 e 3; Salmos
tos, dando novamente o fôlego de 37:9, 10, 20 e 38; Obadias 15 e
vida e ordenando aos ossos secos 16).
137
Capítulo XXIV
O milênio
Começa à segunda vinda de todas as suas transgressões, se-
Jesus, quando os justos mortos gundo todos os seus pecados’,
serão ressuscitados (1 Tessaloni- pondo-os sobre a cabeça do bode
censes 4:13-16). Então os vivos (Levítico 16:21). Semelhante-
maus serão destruídos (2 Tessalo- mente, ao ser completada a obra
nicenses 1:7 e 8; Isaías 11:4; de expiação no santuário celestial,
Jeremias 25:31-33). Os justos se- na presença de Deus e dos anjos
rão levados para o Céu (João 14:1- do Céu e do exército dos remidos,
3). Satanás será confinado. serão então postos sobre Satanás
Durante o milênio, a Terra per- os pecados do povo de Deus. De-
manecerá em estado de desolação, clarar-se-á ser ele o culpado de
sem habitantes humanos. Portan- todo o mal que os fez cometer. E
to, Satanás será “preso” por uma assim como o bode emissário era
cadeia de circunstâncias por mil enviado para uma terra não-habi-
anos (Isaías 24:22; Jeremias 4:23- tada, Satanás será banido para a
26; Apocalipse 20:2 e 3). Terra desolada, que se encontrará
Enquanto os santos reinarem como deserto despovoado e hor-
com Cristo no Céu, durante mil rendo.” – O Grande Conflito, p.
anos, julgarão os ímpios (1 658.
Coríntios 6:2 e 3; Apocalipse “A Terra tinha a aparência de
20:4). deserto solitário. Cidades e vilas,
derrubadas pelo terremoto, jaziam
Desolação da Terra em montões. Montanhas tinham
“Ocorre agora o acontecimen- sido removidas de seus lugares,
to prefigurado na última e solene deixando grandes cavernas. Pe-
cerimônia do dia da expiação. dras enormes, lançadas pelo mar
Quando se completava o ministé- ou arrancadas da própria terra,
rio no lugar santíssimo, e os peca- estavam espalhadas por toda a sua
dos de Israel eram removidos do superfície. Grandes árvores ti-
santuário em virtude do sangue da nham sido desarraigadas, e se es-
oferta pelo pecado, o bode emis- palhavam pela terra. Aqui deve ser
sário era então apresentado vivo a morada de Satanás com seus
perante o Senhor. Na presença da anjos maus durante mil anos. Aqui
congregação, o sumo sacerdote estará ele circunscrito, para errar
confessava sobre ele ‘todas as ini- para cá e acolá, sobre a superfície
qüidades dos filhos de Israel, e revolvida da Terra, e para ver os
138
140
Capítulo XXV
A nova Terra
Depois de a Terra haver sido incorruptível, incontaminável, e
purificada por fogo ao fim do mi- que se não pode murchar’
lênio, será cumprida a promessa (Gálatas 3:19; 1 Pedro 1:4), a sa-
dada aos nossos antepassados es- ber, a Terra livre da maldição do
pirituais, referente à Nova Terra pecado. Pois ‘o reino, e o domínio,
(Gênesis 12:7; 17:7 e 8; Êxodo e a majestade dos reinos, debaixo
6:5-8; Atos 7:2 e 5; Romanos 4:13; de todo o céu, serão dados ao povo
Hebreus 11:9, 10, 13-16, 39; dos santos do Altíssimo’ (Daniel
13:14). Esta Terra será remida e 7:27). ‘Os mansos herdarão a Ter-
restaurada à sua condição origi- ra, e se deleitarão na abundância
nal, edênica. Todas as coisas serão de paz.’ (Salmos 37:11).” – Patri-
feitas novas (Isaías 11:1-11; arcas e profetas, p. 169 e 170.
32:16-18; 35:4-8; 65:17-25; Sal- “‘E a ti, ó torre do rebanho,
mos 37:11 e 29; Miquéias 4:8; monte da filha de Sião, a ti virá;
Mateus 5:5; 2 Pedro 3:13; sim, a ti virá o primeiro domínio.’
Apocalipse 22:1-5; Daniel 2:35 e (Miquéias 4:8). Chegado é o tem-
44; 7:27 (cf. Apocalipse 11:15)). po para o qual homens santos têm
“A herança que Deus prometeu olhado com anseio desde que a
a Seu povo não está neste mundo. espada inflamada vedou o Éden ao
Abraão não teve possessão na Ter- primeiro par – tempo ‘para a re-
ra, ‘nem ainda o espaço de um pé’ denção da possessão de Deus’
(Atos 7:5). [...] A dádiva a Abraão (Efésios 1:14). A Terra, dada ori-
e sua semente incluirá não sim- ginariamente ao homem como seu
plesmente a região de Canaã, mas reino, traída por ele às mãos de
a Terra toda. Assim diz o apósto- Satanás e tanto tempo retida pelo
lo: ‘A promessa de que havia de ser poderoso adversário, foi recupera-
herdeiro do mundo não foi feita da pelo grande plano da redenção.
pela lei a Abraão, ou à sua poste- Tudo que se perdera pelo pecado
ridade, mas pela justiça da fé.’ foi restaurado. ‘Assim diz o Senhor
(Romanos 4:13). A Bíblia ensina [...] que formou a Terra, e a fez; Ele
claramente que as promessas fei- a estabeleceu, não a criou vazia,
tas a Abraão devem cumprir-se mas a formou para que fosse ha-
por meio de Cristo. Todos os que bitada.’ (Isaías 45:18). O propósi-
são de Cristo são ‘descendência de to original de Deus na criação da
Abraão, e herdeiros conforme a Terra é cumprido ao fazer-se ela a
promessa’ – herdeiros de ‘herança morada eterna dos remidos. ‘Os
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Conclusão
À medida que o caro leitor se ça.” – Parábolas de Jesus, p. 312.
assenta diariamente aos pés de Je- À medida que o amigo leitor se
sus e O aceita como a Garantia de submete ao Seu controle, o Salva-
vida eterna, experimentará o que dor leva-lhe os pensamentos e as
não pode ser descrito em palavras ações para longe deste mundo. Ain-
– um novo nascimento. da que outros possam não compre-
“Pelo que, se alguém está em ender essa experiência, você come-
Cristo, nova criatura é; as coisas ve- çará a ver que já não vive mais para
lhas já passaram; eis que tudo se fez si mesmo, mas para Ele, que entre-
novo.” 2 Coríntios 5:17. gou Seu tudo por você. Esse é o
“Ao nos sujeitarmos a Cristo, mistério que o mundo em pecado
nosso coração se une ao Seu, nossa não consegue entender. Porém, isso
vontade imerge em Sua vontade, pode ser compreendido por aqueles
nosso espírito se torna um com Seu “a quem Deus quis fazer conhecer
espírito, nossos pensamentos são quais são as riquezas da glória des-
levados cativos a Ele. Vivemos Sua te mistério entre os gentios, que é
vida. Isso é o que significa estar Cristo em vós, a esperança da gló-
trajado com as vestes de Sua justi- ria” (Colossenses 1:27).
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