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COMUNICAÇÕES VIA

SATÉLITE

Fernando Pereira Paula Queluz

Instituto Superior Técnico


Sistemas de Telecomunicações
Estrutura de um Sistema de Comunicação
Comunicação
Via Sat élite
Satélite

Estação
de Terra Estação
de Terra

Interface Terrestre

Rede Terrestre Rede Terrestre

Interface de Utente Utente Sistemas de Telecomunicações


Comunica ções Via Sat
Comunicações élite: Servi
Satélite: ços
Serviços

‘ Telecomunicações
z Comunicações pessoais
z Difusão

‘ Posicionamento (GPS -Global Positioning System)

‘ Detecção remota
z Estudo da Terra
z Meteorologia
z Apoio à agricultura
z Espionagem

Sistemas de Telecomunicações
Serviços M
Serviços óveis, Fixos e de Difusão
Móveis,

Serviços móveis por satélite (Mobile


Satellite Services, MSS), p.e. INMARSAT Serviços fixos por satélite (Fixed Satellite
Services, FSS), p.e. INTELSAT,
EUTELSAT

Serviços de difusão por satélite


(Broadcast Satellite Services, BSS), p.e.
EUTELSAT, ASTRA

Sistemas de Telecomunicações
Competindo com o Cabo/Fibra Óptica …
Óptica

Sistemas de Telecomunicações
Comunica ções Via Sat
Comunicações élite
Satélite

‘ Vantagens
z Ligações a grande distância utilizando um único repetidor (o satélite).
z Vastidão da zona de cobertura (continente, país, ou região de um país).
z Ausência de condutas, postes ou outros requisitos logísticos.
z Cobertura de zonas de difícil acesso, onde instalações fixas são
impraticáveis ou onde as infra-estruturas de telecomunicações são
inexistentes.
z Comunicações móveis sem fios, independentemente da localização
(aéreas, marítimas ou pessoais); serviços únicos de apoio à navegação e à
aeronáutica.
z Baixo custo por receptor adicionado.

‘ Desvantagens
z Grande atraso introduzido (~ 300 ms por salto, para os satélites GEO)
z Custo do satélite e do seu lançamento.
z Difícil manutenção.
Sistemas de Telecomunicações
Breve Resenha Histórica (1)
Histórica

‘ 1945 – Arthur C. Clarke sugere, num artigo publicado na revista Wireless


World, a possibilidade de comunicações “globais” através do uso de 3 satélites
em órbita geoestacionária;
‘ 1954 – A Lua é utilizada como repetidor passivo, mantendo-se um serviço
regular para transmissão de voz entre o Haway e Maryland, no período 1956-
1962;
‘ 1957 – É lançado o Sputnik I, o primeiro satélite Russo, com órbita a 950 km
de altura. Manteve-se operacional durante 62 dias. EUA “aceleram” programa
espacial;
‘ 1958 – É lançado o Explorer I, o primeiro satélite americano. Manteve-se
operacional durante 5 meses;
‘ 1964 – Estabelece-se a International Telecommunications Satellite
(INTELSAT), organização internacional na qual Portugal esteve representado
através da Marconi.
‘ 1965 – É lançado o primeiro satélite da INTELSAT, conhecido como Early
Bird ou Intelsat I;
‘ (...) Sistemas de Telecomunicações
Breve Resenha Histórica (2)
Histórica

‘ A concorrência Rússia-EUA levou à


intensificação das investigações e ao
lançamento de novos satélites. Em
1975, existem várias redes de satélites
para comunicações comerciais:
INTELSAT, MARISAT,
INMARSAT, ....
‘ (...)
‘ 1998 – Aparecem as primeiras redes
de satélite com cobertura global:
IRIDIUM (66 satélites) e
GLOBALSTAR (48 satélites).
Torna-se possível a comunicação
entre quaisquer dois pontos da
Terra, utilizando terminais
portáteis.
Sistemas de Telecomunicações
Projecto de um Satélite
Satélite

‘ O lançamento de um satélite em órbita geoestacionária implica que este deva ser


acelerado até uma velocidade de 3070 m/s numa órbita equatorial a 42242 km do
centro da Terra.
‘ Existem essencialmente 2 tecnologias para lançar um satélite:
z Foguetões, tipo Ariane (Europa)
z Veículos tripulados, tipo Space Shuttle (EUA)

‘ O custo e as limitações do lançamento levam a que este seja normalmente feito usando
2 passos. A latitude do local de lançamento determina a inclinação da órbita de
transferência e logo o gasto de energia na correcção da inclinação.
‘ O peso do satélite determina fortemente o seu tempo de vida e a sua capacidade de
transmissão. A forma do satélite é fortemente determinada pelo esquema de correcção
da órbita e pela área mínima de painéis solares.
‘ O Space Shuttle tem as vantagens e desvantagens de um veículo tripulado: intervenção
no espaço, limitações físicas no lançamento, veículo recuperável, maior capacidade de
transporte.
‘ A duração dos eclipses do satélite pode atingir 70 minutos por dia o que põe problemas
à potência de emissão no satélite. Sistemas de Telecomunicações
Evolu ção das Comunica
Evolução ções Via Sat
Comunicações élite
Satélite

Peso,
Tamanho

Sistemas de Telecomunicações
Evolu ção dos Sat
Evolução élites INTELSAT
Satélites

Sistemas de Telecomunicações
Bandas de Frequência Utilizadas

‘ As bandas de frequência a utilizar nas comunicações por satélite são


definidas pela ITU-R e atribuídas aos vários serviços pela WARC
(World Administrative Radio Conference), um sub-grupo da ITU-R.

‘ As bandas de frequência do espectro radioelétrico mais favoráveis


para as comunicações via satélite, situam-se entre 1 GHz e 10 GHz, já
que:
z a absorção pelos gases da atmosfera, ou pela chuva, tem pouca
importância nesta faixa de frequências;
z o ruído, quer galáctico quer produzido pelo Homem, é mais intenso para
frequências mais elevadas;
z bom desenvolvimento tecnológico para estas frequências (tecnologia
madura);
z atenuação em espaço livre inferior à verificada para frequências mais
elevadas.

Sistemas de Telecomunicações

Nome da Banda Gama de Frequência ‘ O elevado número de serviços


HF-band 1.8-30 MHz terrestres na faixa 1-10 GHz e a
VHF-band 50-146 MHz ocupação desta faixa por vários
P-band 0.230-1.000 GHz serviços de satélite, conduziu à
UHF-band 0.430-1.300 GHz
utilização de bandas de
frequências superiores aos 10
L-band 1.530-2.700 GHz
GHz, existindo actualmente
S-band 2.700-3.500 GHz
serviços comerciais nas bandas
C-band Downlink: 3.700-4.200 GHz Ku e Ka.
Uplink: 5.925-6.425 GHz
X-band Downlink: 7.250-7.745 GHz ‘ De notar que, devido às
Uplink: 7.900-8.395 GHz
limitações de potência no
Ku-band (Europe) Downlink: FSS: 10.700-11.700 GHz satélite, o percurso descendente
DBS: 11.700-12.50 0 GHz
Uplink: FSS: 14.000-14.800 GHz; é mais crítico que o ascendente,
DBS: 17.300-18.100 GHz justificando que lhe sejam
Ku-band (America) Downlink: FSS: 11.700-12.200 GHz usualmente atribuídas bandas
DBS: 12.200-12.700 GHz de frequências mais baixas que
Uplink: FSS: 14.000-14.500 GHz
DBS: 17.300-17.800 GHz as utilizadas para o percurso
Ka-band Roughly 18-31 GHz
ascendente.

Sistemas de Telecomunicações
Órbitas T
Órbitas ípicas para Sat
Típicas élites de
Satélites
Comunica ção
Comunicação

‘Órbitas ≈ circulares:
z GEO – geostationary Earth
orbit ( 36 000 km de altitude)
z MEO – medium Earth orbit (
10 000 a 20 000 km de
altitude)
z LEO – low Earth orbit (700 a
900 km de altitude)

‘Órbitas elípticas:
z HEO – high elliptical orbit

Sistemas de Telecomunicações
Cinturas de Van Allen

Sistemas de Telecomunicações
Características das Ó
Características rbitas GEO, LEO e
Órbitas
HEO

Sistemas de Telecomunicações
AÓrbita (versão simplificada para óórbitas
Órbita rbitas circulares)

Considerando que estão em presença a Terra e o satélite, deve ter-se em


conta

‘ FORÇA DE ATRACÇÃO entre 2 corpos (Lei de Newton)

fa = k M m / r2
onde k é a constante de gravitação, M a massa da Terra, m a massa do
satélite e r a distância entre os 2 centros de massa (raio da órbita)

‘ FORÇA CENTRÍFUGA provocada pelo movimento de rotação

fc = m ω2 r
onde ω é a velocidade angular da órbita (rad. s-1)

Sistemas de Telecomunicações
AÓrbita (versão simplificada para óórbitas
Órbita rbitas circulares)

Para que a órbita seja estável, é necessário que as 2 forças em presença se


equilibrem ou seja

fa = fc
o que implica que

r3 = k M / ω 2
ou

r3 (km) = 5075, 6277 T 2 (hora)

⇒ r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora)


que corresponde ao enunciado da 3ª Lei de Kepler: o cubo do raio da
órbita é proporcional ao quadrado do respectivo período.
Sistemas de Telecomunicações
Sat élite Geos
Satélite íncrono
Geosíncrono

Um satélite diz-se geosíncrono quando tem um período orbital igual ao


período de rotação da Terra ou seja T = 23 h 56 min 4.1 s.

‘O período de rotação da Terra vale


ω = (360o + α) / 24 com α = 360o /365.25 => T = 360o / ω ≈ 23.9345 h

Como r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora) então:

T= 12 h ⇒ r = 26604 km ⇒ Alt. = 22231 km

T= 23.9345 h ⇒ r = 42154 km ⇒ Alt. = 35781 km

T= 24 h ⇒ r = 42231 km ⇒ Alt. = 35858 km

Sistemas de Telecomunicações
Sat élite Geoestacion
Satélite ário
Geoestacionário

‘ No contexto das órbitas possíveis, tem especial interesse para as


Telecomunicações a órbita geoestacionária que
z É geosíncrona ou seja tem uma duração igual ao período de rotação da
Terra
z É equatorial ou seja situa-se no plano do Equador

‘ Os satélites com órbita geoestacionária têm a propriedade de,


observados a partir da Terra, parecerem imóveis no espaço.

Sistemas de Telecomunicações
Ângulo de fogo da antena de Terra

O ângulo de fogo com que a estação de Terra ‘olha’ o satélite deve ser
superior a 0o (Intelsat especifíca ϕ > 5o) para que:
z A Terra não obstrua a visão do satélite
z O percurso na atmosfera seja minimizado
z A contribuição da presença da Terra no ruído do receptor na estação de Terra
seja limitada

⎡ cos(l ) − rT / r ⎤
ϕ = arctan ⎢ ⎥
⎣ sin(l ) ⎦

ϕ : ângulo de fogo
l : latitude da estação
rT : raio da Terra
r : raio da órbita

Sistemas de Telecomunicações
Cobertura da Terra por Sat élite
Satélite

‘ Um satélite em órbita geoestacionária pode comunicar com estações de


Terra situadas numa zona correspondente à intersecção de um cone com
vértice no satélite e semiabertura de θ = 8.7o e a própria Terra.
z Zona coberta na Terra entre 81.32o N e 81.32o S.
z Se se excluirem as zonas polares, é possível com 3 satélites em órbitas
geoestacionárias cobrir praticamente toda a superfície da Terra. Sistemas de Telecomunicações
Cobertura da Terra por Sat élite: INMARSAT
Satélite:

Sistemas de Telecomunicações
Sistemas de Telecomunicações
Rede Intelsat

Sistemas de Telecomunicações
10 -02 @ 3590 E
10-02

Sistemas de Telecomunicações
Ku -band Spot 1
Ku-band

Sistemas de Telecomunicações
Especifica ções ((Intelsat)
Especificações Intelsat)

Sistemas de Telecomunicações
Parâmetros Relevantes
‘ Satélite – Potência Isotrópica Equivalente Radiada ou Equivalent Isotropic
Radiate Power (EIRP)

EIRP = Ps + Gs [dBm, dBW]

equivale à potência radiada por uma antena isotrópica


z INTELSAT especifica um EIRP de 52.5 dBm ou 53/64 dBm (cobertura global ou
regional) para INTELSAT III e IV quando a antena receptora é iluminada por um
campo incidente (fluxo do vector de Poynting) de –40.1 ou –43.7 dBm/m2,
respectivamente.

‘ Estação de Terra - Factor de Mérito (G/T)

(G/T) = 10 log10 (g/Teq) [dB/K]

onde Teq é a temperatura equivalente de ruído da estação de Terra e g é o


ganho da antena da estação de Terra.
z INTELSAT especifica um G/T mínimo de 40.7 dB/K (a 4 GHz e ϕ = 5o o que, para
T ≈ 60 K, implica antenas com ganhos da ordem dos 58-60 dB ou seja um
Sistemas de Telecomunicações
diâmetro da ordem dos 25 m).
Temperatura equivalente de ruído
ruído

‘Considere-se o quadripolo Ti
g, Bw, F
onde si ,ni so ,no
z g – ganho de potência
z BW – largura de banda equivalente de ruído
z F – factor de ruído
z Ti – temperatura da fonte de ruído (térmico) na entrada

‘Tem-se
z so=g si
z ni = k Ti BW (k=1.38×10-23 J/K – constante de Boltzman)
z no=g ni+nint onde nint é o ruído gerado pelo quadripolo
z F = (s/n)i / (s/n)o = 1+ nint /(gni) = 1+ nint /(gk Ti BW )=1+Te /Ti

F=1+ Te /Ti , onde Te é a temperatura equivalente de ruído do quadripolo

e Te= nint /(gkBW )


Sistemas de Telecomunicações
Temperatura equivalente de ruído ((cont.)
ruído cont.)

‘ F=1+ Te /Ti : factor de ruído; Fo=1+ Te /To : factor de ruído padrão

‘ Como no=g ni+nint ⇒ no=g k Ti BW + g k Te BW = g k BW (Ti +Te)

ideal
Ti Ti
g, Bw, F g, Bw

Te
Associação em cadeia de quadripolos

ideais
Ti g1 g2 g3
Ti g1, F1 g2, F2 g3, F3

Te 2 Te 3
Tcadeia= Te1 + +
g1 g1 g 2
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura Equivalente de Ruído da
Ruído
Estação de Terra
Estação
‘ Para avaliar o desempenho da ligação no percurso descendente, é necessário
calcular o ruído térmico total introduzido pela cadeia de elementos activos e/ou
passivos da estação receptora, bem como o ruído térmico captado pela antena.
Para isso, define-se a Temperatura equivalente de ruído da estação, Teq

g Pré -
Guia Receptor
amplificador

Ta
F, T er , Bw , gc
z Ta – temperatura de ruído captada pela antena
z F – factor de ruído da cadeia de quadripolos que constituem a estação
z Ter – temperatura equivalente de ruído da cadeia de quadripolos, referida aos terminais de
entrada da cadeia
z Bw – largura de banda equivalente de ruído da cadeia
z (s/n)i, (s/n)o– relação sinal-ruído à entrada e à saída da cadeia
(G/T) = 10 log10 (g/Teq) (dB
(dB/K)
/K)
z g – ganho, em recepção, da antena da estação de Terra
z gc – ganho da cadeia Factor de mémérito
z Teq = (Ta + Ter) – temperatura equivalente de ruído da estação de Terra
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura Equivalente de Ruído da
Ruído
Estação de Terra
Estação
‘ Por definição de factor de ruído: F = (s/n)i / (s/n)o = 1 + Ter/Ta

pelo que no = (so/si) ni (1+ Ter/Ta) = gc k Ta Bw (1+ Ter/Ta) = g k (Ta + Ter) Bw

ou no = gc k Teq Bw
Nota: k=1.38×10-23 J/K – constante de Boltzman

‘ A temperatura equivalente de ruído da estação é Teq=Ta+Ter e o ruído na


recepção, referido aos terminais de entrada, pode ser calculado por:

N = k Teq Bw

‘ O parâmetro (G/T) = 10 log10 (g/Teq) (dB/K)

permite caracterizar o desempenho da estação de Terra, sendo designado


por Factor de Mérito da estação.

Sistemas de Telecomunicações
O Percurso Ascendente - Uplink

‘ O percurso ascendente é o percurso entre a estação de Terra emissora e o satélite,


receptor. Este percurso é menos crítico que o percurso descendente e por isso
funciona normalmente a uma frequência mais elevada, p.e. 6/4 GHz ou 14/11 GHz.

‘ A densidade de potência colocada no satélite pela estação de Terra é

S= PT + GT – 10 log10 (4 π d2) = PT + GT – Lfs + 10 log10 (4 π / λ2)


‘ Do ponto de vista do ruído, o satélite comporta-se como um simples amplificador
com um certo ganho e factor de ruído.

‘ Para cada satélite e gama de frequência, a INTELSAT especifica a densidade de


potência a colocar no satélite, p.e. –40.1 dBm/m2 para INTELSAT III.

Sistemas de Telecomunicações
Especifica ções ((Intelsat)
Especificações Intelsat)

Sistemas de Telecomunicações
O Percurso Descendente - Downlink

‘ O percurso descendente é o percurso entre o satélite emissor e


a estação de Terra, receptora. Este percurso é o mais crítico
devido às limitações de potência no satélite.

‘ A relação sinal-ruído na estação de Terra vem

C/N=PS + GS + GT – Lfs - 10 log10 (KTeqBw)=EIRP + G/T - Lfs - 10 log10 (KBw)


‘ A atenuação do percurso é normalmente calculada para a situação mais
desfavorável ou seja para os ângulos de fogo mais baixos. A INTELSAT
especifica um ângulo de fogo mínimo de 5o para o qual se tem d=41118 km.
‘ Sendo EIRP e G/T especificados pela INTELSAT para cada gama de frequência,
C/N fica essencialmente dependente da largura de banda.
‘ Nas comunicações via satélite, o desvanecimento deixa de ser importante devido
ao ângulo com que se atravessa a atmosfera mas a atenuação da chuva continua
a ser relevante.
‘ Para ligações via satélite digitais, a qualidade de referência é normalmente uma
taxa de erros de 10-6.
Sistemas de Telecomunicações
Relação C/N Global do Sistema
Relação

‘ A relação sinal-ruído do sistema global, (c/n)T, e que determina a taxa de erros


binários (BER) na estação de Terra, pode-se relacionar com as relações sinal-ruído
para cada um dos percursos considerados de forma independente:
−1
c ⎡ c c ⎤
( )T = ⎢( ) −a1 + ( ) −d1 ⎥
n ⎣ n n ⎦

z (c/n)a – relação sinal-ruído no percurso ascendente;


z (c/n)d – relação sinal-ruído no percurso descendente, calculada como atrás
exposto, i.e., de forma independente do percurso ascendente;
z (c/n)T – relação sinal-ruído global na estação de Terra, i.e., considerando o
efeito combinado dos dois percursos.
‘ Uma vez que a relação sinal-ruído do sistema resulta do “paralelo” das relações
sinal-ruído em cada um dos percursos, o desempenho global do sistema é
normalmente condicionado pelo percurso com a relação sinal-ruído mais baixa.

Sistemas de Telecomunicações
Porquê o paralelo das relações c/n ?
relações

z na – potência do ruído introduzido no


percurso ascendente
z pra – potência do sinal recebido no
pra ; na
percurso ascendente
z nd – potência do ruído introduzido no g gS
percurso descendente
z prd – potência do sinal recebido no
lfs
percurso descendente
z nT – potência do ruído total na estação de
Terra prd ; nT
gT
z g – ganho do amplificador do satélite
R
z gS – ganho da antena emissora do satélite
z gT – ganho da antena receptora da estação
de Terra
z lfs – a atenuação em espaço livre no
percurso descendente
Sistemas de Telecomunicações
‘ Relação sinal-ruído no percurso ascendente:
c p
( ) a = ra
n na
‘ Potência de sinal recebido no percurso descendente:
g S gT
prd = pra g =
l fs
g S gT
= pra gL, com L =
‘ Relação sinal-ruído no percurso descendente: l fs
c p p gL
( ) d = rd = ra
n nd nd
c p pra gL
( )T = rd = =
‘ Relação sinal-ruído do sistema global: n nT na gL + nd
1
= =
(na gL + nd ) /( pra gL)
1
= =
na / pra + nd / pra gL
−1
⎡ c c ⎤
= ⎢( ) −a1 + ( ) −d1 ⎥
⎣ n n ⎦
Sistemas de Telecomunicações
Saída da Terra

Saída do
satélite

N íveis de
Níveis
Potência de
Sinal
Link Power Budget

Exemplo para um
satélite INTELSAT
Chegada
ao satélite

Chegada à Terra

Sistemas de Telecomunicações
O Sistema de Comunica ções
Comunicações

‘ O sistema de comunicações é a
componente principal de um
satélite de comunicações ainda
que possa não constituir a parcela
maior em termos de peso e
volume.

‘ O sistema de comunicações é
basicamente constituído por uma
ou mais antenas e um conjunto de
receptores e emissores que
recebem, amplificam e
retransmitem os sinais.

‘ As unidades básicas de recepção-


emissão são conhecidas como
transpositores (transponders). INTELSAT V

Sistemas de Telecomunicações
10 -02 @ 3590 E
10-02

Sistemas de Telecomunicações
Ku -band Spot 1
Ku-band

Sistemas de Telecomunicações
O Sistema de Comunica ções
Comunicações

‘ O sistema de comunicações é a
componente principal de um
satélite de comunicações ainda
que possa não constituir a parcela
maior em termos de peso e
volume.

‘ O sistema de comunicações é
basicamente constituído por uma
ou mais antenas e um conjunto de
receptores e emissores que
recebem, amplificam e
retransmitem os sinais.

‘ As unidades básicas de recepção-


emissão são conhecidas como
transpositores (transponders). INTELSAT V

Sistemas de Telecomunicações
Arquitectura de um Transpositor

Transpositor (transponder)

Translacção
Front end de Amplificador
frequência

fa fd

G ≈ 80 – 100 dB
(vários andares de amplificação)

Existem vários transpositores por satélite, cada um a operar numa


fracção da banda disponível. Por exemplo, o INTELSAT IV tem 12
transpositores de 36 MHz cada.

Sistemas de Telecomunicações
O Acesso M últiplo
Múltiplo

‘ O acesso múltiplo corresponde à possibilidade de um elevado número de


estações de Terra comunicarem simultaneamente através do mesmo satélite.

‘ O acesso múltiplo influencia todos os blocos do sistema, determina a sua


capacidade e flexibilidade e é fundamental para o seu custo e rentabilidade.

‘ O problema básico em questão é como permitir a um grupo variável no


tempo de estações o uso simultâneo dos recursos do satélite de modo a
optimizar:
z Capacidade do satélite Como a optimização
z Utilização do espectro simultânea de todas
z Potência do satélite estas variáveis é
impossível, trata-se de
z Interconectividade
encontrar o
z Flexibilidade compromisso possível
z Adaptabilidade a ‘misturas’ de tráfego entre elas !
z Custo
z Aceitação do utente Sistemas de Telecomunicações
Técnicas de Acesso M
Técnicas últiplo
Múltiplo

Existem 3 técnicas principais de acesso múltiplo:


‘ Acesso múltiplo por divisão na frequência (Frequency Division Multiple Access,
FDMA) – todas as estações usam o satélite ao mesmo tempo mas cada uma usa
uma gama de frequência diferente (comum em transmissão analógica).
‘ Acesso múltiplo por divisão no tempo (Time Division Multiple Access, TDMA)
– as estações transmitem à vez (numa dada gama de frequência) usando os
‘slots’ no tempo que lhe foram atribuídos (comum em transmissão digital).
‘ Acesso múltiplo por divisão no código (Code Division Multiple Access, CDMA)
– várias estações transmitem simultaneamente na mesma frequência sinais
‘espalhados no espectro’, codificados ortogonalmente; a recuperação de um
sinal implica o conhecimento do código usado para ‘espalhar’ o sinal no
espectro.

Estas técnicas de repartição de recursos podem ser aplicadas de modo fixo ou


‘on demand’, dependendo das condições de tráfego.

Sistemas de Telecomunicações
FDMA, TDMA e CDMA

Sistemas de Telecomunicações
FDMA

Sistemas de Telecomunicações
TDMA

Sistemas de Telecomunicações
CDMA

Sistemas de Telecomunicações
CDMA ((cont.)
cont.)

Sistemas de Telecomunicações
Exemplo (Exercício 6.4)
(Exercício

Uma rede de comunicações via satélite interliga várias estações terrenas, cada uma com
capacidade para 30 canais telefónicos, e ocupa um transpositor de um satélite geo-
estacionário com largura de banda de 30 MHz. A distância Terra-satélite é de 40000
km e a frequência da portadora no percurso descendente é de 12 GHz. Em cada
estação, a transmissão é digital com modulação 8-PSK.

a) Supondo que as estações de Terra usam FDM como técnica de acesso múltiplo ao
satélite, calcule o factor de excesso de banda máximo admissível para os filtros,
supostos de Nyquist, para que seja possível interligar 38 estações terrenas.

b) Calcule a potência isotrópica equivalente radiada pelo satélite, sabendo que o factor de
mérito das estações terrenas é de 40 dB/K e que a taxa de erros binários no percurso
descendente é de 10-6.

c) Qual a variação na relação sinal-ruído (C/N) referida à entrada do receptor da estação


terrena se se usasse TDM em vez de FDM como técnica de acesso múltiplo ? Justifique.

Sistemas de Telecomunicações
Conclusões

‘ Os satélites têm vindo a assumir um papel cada vez mais


variado em termos de serviços prestados, p.e. comunicações
fixas, móveis e de difusão. Este papel tem variado ao longo do
tempo e dependerá sempre das alternativas terrestres, guiadas
ou não guiadas, que existirem em cada momento (e das suas
características).

‘ Os satélites permitem facilmente coberturas vastas e em zonas


de difícil acesso mas têm a desvantagem do atraso devido às
grandes distâncias percorridas.

‘ A tecnologia para lançamento de satélites é cara e complexa mas


existem cada vez mais países capazes de o fazer.

Sistemas de Telecomunicações
Bibliografia

‘ Principles of Communications Satellites, Gary D. Gordon,


Walter L. Morgan, John Wiley & Sons, 1993

‘ The Satellite Communication Applications Handbook,


Bruce R. Elbert, Artech House, 1997

Sistemas de Telecomunicações

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