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- Abordagem Intermercados
- Hedger
- Trend Follower
- Ciclos e Sazonalidade
- Reconhecimento de Padrões
- Price Action
- Algoritmos – (todos os tipos e que na verdade podem ser uma mistrura de tudo)
Segundo Van Tharp, reconhecido coach de traders, nós não operamos os mercados, mas
sim as crenças que possuímos sobre ele. Pare para pensar sobre o que te motiva comprar
ou vender? Certamente chegará à conclusão que se baseia em alguma crença
pertencente à sua estrutura de pensamento.
Agora, não confunda estilo/conceito com setup. Estilo ou conceito, como esta
apresentado no artigo tem haver com a fundação do racional por trás da forma como
você olha o mercado. O setup em específico é o conjunto de fatores que têm que estar
presentes para definir uma oportunidade. Existem vários setups, mas ficaria muito
extenso nesse artigo e perderíamos o foco central.
São 2 níveis. O primeiro nível (estilo ou conceito) é mais abrangente e o segundo nível
(setup) é especifico.
Eu tenho certeza de que você está com essa pergunta em mente “André, qual é o melhor
estilo ou conceito?”
Essa pergunta é chave e a mais comum de todas. Essa pergunta era unânime nas
palestras que fazíamos tempos atrás.
Minha resposta é: Depende! Depende do tipo de participante que você é. Se for um
trader institucional de mesa proprietária (de um fundo ou banco), muito provavelmente
a análise fundamentalista será o pilar principal se sua tomada de decisão. Obviamente
há possibilidade de unir estilos, mas as crenças primárias deverão ser mais energizadas
nas características exigidas pela abordagem de fundamentos. Já um trader pessoa física,
por exemplo, dificilmente terá sucesso com abordagem fundamentalista, pois, não terá
acesso aos mesmos recursos (contatos e projeções) que os institucionais possuem.
Você reparou que não listamos uma categoria chamada “Analise Técnica”? E sabe por
quê?
Por que na verdade Análise técnica pode ser muita coisa. Quem opera com indicadores
usa analise técnica, quem opera rompimentos também pode ser chamado de Analista
técnico, da mesma maneira que quem opera com Fibonacci. Só que cada um desses
exemplos é uma vertente diferente dentro da Análise Técnica e cada vertente (ou
estilo/conceito) possui um pilar central, ou uma crença central.
Empacotar tudo isso dentro do nome “Analise Técnica”, além de ser um erro de
conceito, pode te gerar um problema de relação com o mercado.
Basicamente dentro do que seria Análise técnica temos o conceito de Padronização, cuja
crença central é identificar padrões de comportamento. Essa crença rege todo o processo
decisório, pois o trader só vai buscar setups que identifiquem padrões. Traders que
operam exclusivamente com candlesticks, e traders que operamexclusivamente
identificando formações gráficas com M, topo triplo, OCO, Pivots e etc são exemplos
traders com crença em padronização.
Ainda dentro da Análise Técnica temos quem opera exclusivamente com Indicadores
Técnicos, cuja crença(mesmo que inconsciente) é de que a manipulação dos dados
(preço e volume) trás informações relevantes para tomada de decisão. Claro que cada
indicador tem uma premissa por trás e também uma crença, mas estou exemplificando o
grupo de pessoas que simplesmente manipulam informação (preço) a fim de identificar
oportunidades no mercado.
Também dentro da AT temos o Price Action (nesse caso seria Análise Gráfica e não
Técnica, mas tudo bem!). De forma bem resumida o trader que olha price action puro,
não se preocupa com o que causa os movimentos, mas se preocupa apenas em entender
a psicologia por trás dos movimentos interpretando preço e volume. Nos EUA esse
conceito é conhecido como operar naked (gráfico pelado). Os adeptos de price action
costumam usar os conceitos de níveis de preço (suporte e resistência), acumulações e
coisas do tipo. Mas diferentemente da simplicidade do senso comum, o bom trader de
price action sabe e entende de psicologia de massa. Entende da briga entre comprados e
vendidos, sabe onde potencialmente vai entrar stops e consegue identificar força real no
mercado baseado no próprio mercado e não simplesmente nas linhas traçadas no
gráfico. O conhecimento transcende o gráfico.
Outra vertente da AT é a ordenações da natureza. Esse nome eu peguei de um livro do
Van Tharp onde ele classifica os traders que matematizam o mercado atrás de fractais,
Fibo, Elliot, e derivados. Não gosto muito de falar sobre isso, pois entendo pouco e
nunca vi ninguém ter consistência de resultados SOMENTE com essa crença em
“matematização”.
Trend Following e Reversão a média são dois princípios que se confundem com AT,
mas na verdade não pertencem à esse grupo. Quem é Trend Follower é seguidor de
tendência, independentemente do prazo dessa tendência. Esse tipo de trader acredita que
existem movimentos de preços e que sua oportunidade esta em capturar esses
movimentos tendenciosos. De novo repare que não estou falando de setup. Setups
usados por Trend Followers seriam Hilo, Médias, VWAP no caso de intraday e
variações ou combinações entre essas métricas.
Temos os demais estilos ou conceitos e que são pouco difundidos entre pessoas físicas.
Geralmente o Hedger não faz o hedge de forma preventiva, pois o hedge custa $. Muitos
traders fazem o hedge quando as cotações atingem o limite da sua MARGEM DE
TOLERÂNCIA ANTES DO HEDGE, ou seja, muitas vezes o que motiva o Hedger a
fazer a operação é o preço atingido no mercado e não uma análise sobre o futuro dos
preços.
Os critérios para esse tipo de operações podem ser fundamentalistas ou estatísticos, mas
via de regra os fundamentalistas fazem mais sentido especialmente nas arbitragens Inter
setoriais onde existe um fator de risco evidente e que beneficia um setor ao mesmo
tempo que prejudica outro.
Repare que a crença central de operar travado é se “escorar na trava”. Geralmente este
trader enxerga uma oportunidade (baseada em qualquer uma dos estilos citados) e se
“protege” (palavra mais adequada que achei) numa conta que é a combinação dos
ativos. Logicamente existem diversas formas e tipos, mas só quis deixar a mensagem de
que existem traders que não mandam ordens direcionais em um único ativo. Saber que
eles existem será essencial para que você identifique essas ordens quando estiver lendo
o fluxo dos mercados.
O Market maker é um player pouco difundido ainda no Brasil. O Market maker nos
EUA costuma deter um estoque x de determinados ativos e é responsável por fornecer
liquidez na tela sendo obrigado a ofertar ordens de compra e venda. O Market Maker
logicamente se mune de automação e costuma receber para fomentar a liquidez,
portanto, seu principal papel não é ganhar $ com exposição no mercado e sim dar lote
(liquidez) em vários níveis de preço. Logicamente que ele se protege e reduz a oferta de
lotes quando percebe movimento agressivo contra suas ofertas. Existem diversos
modelos de Market Maker (mas dá muito pano para manga nesse artigo…)
Tape Reading - SCALPING REATIVO
Análise de Fluxo de Ordens. Esse sim eu gosto de falar e esse sim eu realmente acredito
e opero. Não que eu não acredite em fundamentos, pelo contrário, só que não temos
acesso às mesmas informações dos price makers e, portanto, não temos como concorrer
neste nível. A crença primária atrás de analisar o fluxo das ordens é que o fluxo causa o
preço e que mudança no fluxo precede uma mudança em preço.
E por fim temos os Algoritmos. Aqui temos uma categoria que na verdade nada mais é
do uma forma de automatizar um, ou mais dos estilos ou conceitos apresentados acima.
Um algoritmo nada mais é do que uma receita que mostra passo a passo os
procedimentos necessários para resolução de uma tarefa. Você precisa roteirizar o que
você quer e você só roteiriza em cima de um estilo ou conceito e descrevendo um setup.
O que é importante você saber! É muito importante que saiba que existem dois tipos de
robôs, Os HFTs (High Frequency Traders) e os Low Frequency. Como o próprio nome
diz, os HTFs enviam várias ordens ao mercado (VÁRIAS MESMO). Exigem ambiente
estável e excelente conectividade com a bolsa (eventualmente ficam no Co-location
dentro da própria bolsa). Os low frequency traders podem ser quais algos que enviam
poucas ordens ao mercado. Aqui não estou falando de impacto e tamanho das ordens e
sim de magnitude de envio.
Você já tentou automatizar o seu processo decisório? Se sim sabe que não é tão fácil!
A mensagem que queria deixar desse artigo é que não existe só Análise Técnica e
Análise Fundamentalista por trás dos players envolvidos no mercado. A pessoa física
costuma ter uma falsa crença de que todos estão olhando para o mesmo gráfico e
escolhendo as melhores estratégias enquanto a maior parte dos price makers (que fazem
o mercado andar) está considerando outras variáveis diferentes das suas…
Se você não conseguir se desvencilhar desta falsa crença vai ficar preso no círculo de
tentar achar explicação técnica para as oscilações de preço.
Bom, chegamos ao final deste longo artigo e espero que tenha feito sentido para você e
principalmente que você esteja conseguindo “unir as peças” com os conceitos chave de
cada um.