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Sagrada Escritura

Módulo 1: Antigo Testamento


Aula 15: Os Macabeus
 Conferir no livro do aluno: páginas 298-304

I – Introdução PTOLOMEUS
(LÁGIDAS)
ALEXANDRE, O
PERSAS (559-331 a.C.)
GRANDE (336-323 a.C.)
SELÊUCIDAS

ANTÍOCO IV
(175-164 a.C.)

 O domínio persa foi bom para o povo de Israel. Mas o reino não poderia durar para sempre. Em 331
a.C. foram derrotados por Alexandre, o Grande. O mundo se “helenizou” da noite para o dia. O
grego passou a ser a língua oficial do império. Sua religião e sua cultura certamente começou a
influenciar os povos sob o seu domínio.
 Após a morte de Alexandre, o Grande, o seu grande império foi dividido entre quatro dos seus
generais, porque ele morreu jovem e os seus dois filhos eram muito novos. Após alguns anos de
disputa, duas dinastias emergem como dominantes: a dos Ptolomeus (lágidas) e a dos Selêucidas.
 Reconstrução do Templo e confusão com os Samaritanos
1. Ageu 1, 2.4. 8
2. Povo infiel após a reconstrução, ricos explorando os que se escravizavam por dívidas, e
ofereciam as piores ofertas a Deus
 Zc 7, 9-10

II – Jerusalém, no meio do fogo


 Os Ptolomeus governavam a região do Egito, sendo Cleópatra a última e mais famosa desta dinastia.
 Os Selêucidas governaram o antigo império persa.
 Como sempre, a Palestina ficou no meio. A princípio pertenceu aos Ptolomeus, mas depois passou
para as mãos dos Selêucidas.
 Desde os persas, até aproximadamente o ano 175 a.C., os judeus podiam seguir com os seus costumes
e religião tranquilamente. Foi neste período, entre 300 e 130 a.C., que se realizou a tradução para o
grego do AT, por obra da comunidade judaica da Alexandria, no Egito. Esta tradução ficou conhecida
como a Septuaginta ou Bíblia dos Setenta.
 Eis que emerge um novo rei dos Selêucidas: Antíoco IV (175-164 a.C.).
 Ele gostava de se autoproclamar Epífanes (do grego “Deus se manifesta”). Tinha sobre si uma opinião
muito maior do que na realidade os seus súditos tinham dele. Eles o chamavam de Epímanes (do grego
“fora de sua mente”, um louco).
 A maior ambição de Antíoco IV era que todo o seu reino se helenizasse. Impôs que a cultura grega e
a sua religião fossem implantadas em todas as províncias. Judá não foi uma exceção. Ele passou a
definir também quem seria o sumo sacerdote de Jerusalém. Quem oferecia mais dinheiro eram quem
recebia este cargo.
 Começou a haver muita influência sobre o povo e vários foram esquecendo da Lei de Moisés.

III – A gota d’água: a profanação do Templo


 A corrupção dos sacerdotes e de vários judeus nos costumes pagãos, a distração nas atividades pagãs
em descuido da religião, preocupavam o resto fiel de Israel. Mas a gota d’água foi quando Antíoco
converteu o Tempo de Jerusalém no templo de Zeus (Júpiter).
 Aquilo foi muito mais que uma mudança de nome e a inserção de uma estátua de Zeus: o Templo foi
profanado e nele foram introduzidas várias práticas pagãs, muitas delas imorais: encheu o Templo de
prostitutas e oferecia sacrifícios impuros sobre o altar.1
 A partir deste momento, qualquer um que praticasse o judaísmo estava em perigo de morte. Muitos
dos fiéis desafiaram Antíoco IV e pagaram um alto preço: foram mortos ou torturados.
 2 Mc 6, 3-5

IV – Assombroso êxito dos Macabeus


 No princípio a resistência era individual e desorganizada. Eis que surge uma família que portou o
estandarte da revolta. Um sacerdote ancião chamado Matatias e seus cinco filhos, fogem aos
montes e começam a organizar a resistência, levando consigo todos os que estavam descontentes com
esta situação. Eles foram conhecidos como os Macabeus (=martelo) ou os Asmoneus2.
 Parecia um esforço inútil: umas centenas de homens teriam muita dificuldade em derrotar o maior
império daquela época.
 Contra todo prognóstico negativo, a revolta teve êxito. Confiando em Deus, os filhos de Matatias
começaram a conquistar pouco a pouco os territórios. Judas Macabeu, o soldado mais capaz dos
filhos, obteve êxito em muitas batalhas. Em 3 anos conseguiram purificar e reedificar o Templo. As
famílias judias celebram até os dias de hoje este acontecimento na festa de Hanukkah (das luzes)3.
 Após a morte de Judas Macabeu, os seus irmãos continuaram tendo muitas vitórias, obrigando os reis
pagãos a negociarem com eles. Finalmente com Simão, o último dos irmãos, por volta de 140 a.C.,
Israel consegue independência.
 Este seria o cumprimento das profecias? Para muitos dos fiéis judeus era o que parecia. Israel estava
reunida novamente e estava livre do jugo dos opressores. Tudo o que faltava para completar as
profecias era um rei da descendência de Davi....

V – Os dois livros dos Macabeus e sua importância doutrinária


1
Ver 2 Mac 6, 3-6.
2
O Reino dos Macabeus / Asmoneus vai desde aproximadamente 140 a.C. até 37 a.C., quando o romano Herodes, o Grande,
conquista definitivamente este território.
3
Hanukkah é uma palavra hebraica que significa “dedicação”. Também escreve-se Chanuká, Chanukah ou Hannukah. Esta
festa foi instituída no dia 25 do mês de Kislev (novembro-dezembro) de 164 a.C. por Judas Macabeu e seus irmãos, para
celebrar a reedificação do Templo (1 Mac 4,59). Judas ordenou que se purificasse o Templo, que se construísse um novo altar
no lugar do que estava contaminado e que fizessem novos vasos sagrados. Quando se acendeu o fogo novamente sobre o altar
e se acenderam as lâmpadas dos candelabros, a dedicação do altar celebrou-se durante oito dias entre sacrifícios e canções (cf.
1 Mac 4,36)
 1 Macabeus: após o relato da situação difícil (Mac 1,1-2,70), narra os feitos de Judas Macabeu (166-
160 a.C.), os de Jônatas (160-142 a.C.) e de Simão (142-134 a.C.). O livro parece ter sido escrito
próximo ao reinado de João Hircano (134-104 a.C.), em hebraico, na Palestina.4
 2 Macabeus: relata a história entre os anos 175 a 160 a.C. A finalidade do autor é confirmar a fé dos
leitores na Providência de Deus para com o seu povo. Quase toda a história versa sobre o Templo de
Jerusalém.5

Importância doutrinária:
1. “Israel” é o resto fiel: Para os autores dos livros dos Macabeus, o nome “Israel” não se refere a todo
aquele que tem sangue judaico, mas ao povo que era fiel a Deus, uma minoria. (1 Mac 1,51-53).
Muitos ofereceram sacrifícios, mas “Israel” se escondeu. Este também é o significado de “Israel”, que
São Paulo usa com frequência no Novo Testamento (veja por exemplo Rm 9,6-8 e Gl 3,28-28).
Israel é figura da Igreja.
2. Ressurreição dos corpos para a vida eterna: esta doutrina é professada pelos mártires antes de
serem entregues à morte (2 Mac 7,9.11.14.23). No tempo em que foram escritos os livros dos
Macabeus, muitos judeus já acreditavam na ressurreição dos mortos (Alguns ainda não acreditavam,
mesmo no tempo de Jesus. Era o caso dos saduceus, por exemplo.) e não mais no xeol. Desta fé,
podemos ver 3 elementos no segundo livro dos Macabeus:
a. Depois da morte, os homens serão julgados por Deus (2 Mac 6,26)
b. Os que foram fiéis aos mandamentos de Deus terão como recompensa a vida eterna (2
Mac 7,9)
c. Os maus não terão a recompensa eterna (2 Mac 7,14)
3. Purgatório póstumo e sufrágio pelos defuntos: quando Judas Macabeu viu que alguns dos seus
soldados foram mortos porque estavam portando amuletos pagãos, pediu a Deus que perdoasse os
seus pecados (conferir em 2 Mac 12, 40-46). Por sua firme fé na ressurreição, Judas fez o que pode
para expiar o pecado dos seus soldados que morreram. Isto quer dizer que ainda podemos ajudar os
defuntos com nossas orações, algo que está na base da doutrina cristã sobre o Purgatório. 6
4. A intercessão dos santos pelos seus irmãos peregrinos na terra (2 Mac 15, 11-16): Onias e
Jeremias, já falecidos, aparecem a Judas Macabeu como intercessores em favor dos irmãos militantes.
Esta concepção de que a morte não interrompe a comunhão entre os membros do povo de Deus e
não impede a oração de uns pelos outros será desenvolvida posteriormente na teologia cristã.
5. Mas vale morrer mártir que apostatar: Como os santos de Deus esperam receber a vida eterna
como recompensa, preferiam perder esta vida do que afastar-se de Deus. A apostasia, negar a fé em
Deus, nunca vale a pena, por mais atrativa que os tiranos quisessem fazê-la. Quando comparamos a
brevidade desta vida com a eternidade, percebemos que não há nada na terra que mereça arriscar
perder a vida eterna junto a Deus.7
6. Deus é providente e amoroso: os padecimentos não são um castigo e sim a correção de um pai
amoroso, para que os seus filhos deixem o pecado e voltem para Ele. (1 Mac 7, 32-33)

4
Mais detalhes no livro do aluno, pgs. 299-300.
5
Mais detalhes no livro do aluno, pgs. 300-303.
6
Conferir também no Catecismo da Igreja Católica, 1032.
7
Conferir 2 Mac 7,12. 36 e o Catecismo da Igreja Católica, 297
Promessas Não Cumpridas
1. Is 60, 11
2. Sf 3, 19-20
a. Muros fechados
b. Judeus odiados.

VI – Apêndices
A - Reino Asmoneu (Macabeus) – 165 A 37 a.C.
B – Árvore genealógica dos Macabeus8

8
Os asmoneus que governaram estão em letra maiúscula. O ano que aparece abaixo do nome, corresponde à data de sua morte.

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