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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FABIO HENRIQUE

TODO DIA SERÁ DIA DE eSOCIAL


Estudo de caso da empresa Cia Alfa Industrial, Importadora e
Exportadora S/A

Santo Antônio da Platina - PR


2016
FABIO HENRIQUE

TODO DIA SERÁ DIA DE eSOCIAL


Estudo de caso da empresa Cia Alfa Industrial, Importadora e
Exportadora S/A

Trabalho de Ciências Contábeis apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas de Contabilidade Empresarial e Trabalhista,
Noções de Direito e Matemática Financeira, Metodologia
Científica, Seminário Interdisciplinar e Educação a
Distância.

Orientadores: Prof. Katia Aparecida

Santo Antônio da Platina - PR


2016
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 eSociaL...............................................................................................................4
2.1.1 Fundamentação Legal....................................................................................5
2.1.2 Impactos positivos e negativos.......................................................................6
2.1.3 Acessibilidade e informações contempladas pelo eSocial.............................7
2.2 AQUISIÇÃO DE SOFTWARE............................................................................9
2.2.1 Propostas........................................................................................................9
2.2.2 Vencedora.......................................................................................................9
2.3 EXEMPLO DE FIGURA...................................................................................10
2.4 EXEMPLO DE QUADRO.................................................................................10
2.5 EXEMPLO DE TABELA....................................................................................11
3 CONCLUSÃO......................................................................................................12
REFERÊNCIAS...........................................................................................................13
APÊNDICES................................................................................................................14
APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados.....................15
ANEXOS.....................................................................................................................16
ANEXO A – Título do anexo........................................................................................17
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1 INTRODUÇÃO

Na busca por fazer uma gestão mais criteriosa das tributações dos
impostos e das informações prestadas, o Governo Federal institui o E-Social, um
dos pilares do programa de escrituração digital conhecido como SPED - Sistema
Público de Escrituração Digital, e que trás novas tendências e obrigações aos
contribuintes e empregadores.
Em face desta nova realidade, iremos abordar o caso da empresa
Cia Alfa Industrial, Importadora e Exportadora S/A, que possui faturamento na casa
de 90 milhões, e emprega em média 1.000 funcionários, alocados entre seus cinco
estabelecimentos, sendo uma matriz e quatro filiais. Sofreu dano de R$ 100.000,00
(cem mil reais), prejuízo causado por irregularidades apresentada pelo software da
empresa Software Beta Ltda, contratada para viabilizar a implantação do E-Social,
após vencer certame oferecendo melhores condições que a empresa concorrente
Software Alfa Ltda.
Com base nesse contexto, este trabalho busca expor uma visão
geral e sintética do programa E-Social, avaliando as necessidades,
obrigatoriedades, implantação e gestão nos processos por ele abrangidos, bem
como busca oferecer suporte à empresa Cia Alfa Industrial, Importadora e
Exportadora S/A nas ocorrências acima descritas.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 eSOCIAL

Devido às mudanças tecnológicas, o giro de informações ocorre de


forma tão rápida que muitos sistemas precisaram e continuam em constante
evolução a procura de melhorar e simplificar a forma de agrupamento destas
informações, para além de agilizar o processo, organizar de forma efetiva a vida da
sociedade em geral, de encontro a estas necessidades o Governo Federal institui o
Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas o eSocial, definido da seguinte forma:

O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das informações


referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e
trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação,
armazenamento e distribuição, constituindo ambiente nacional...(DECRETO
8373, 2014, art. 2)

Ou seja, a idéia principal do Governo Federal com este projeto é


unificar as informações das obrigações que o contribuinte e empregador têm que
repassar aos órgãos do governo, para que assim os entes possam ter acesso a
estas informações em um único local, diferente do que acontece hoje em dia, aonde
cada ente tem sua informação em um canal diferente, com esta informação sendo
validada individualmente por um PVA ( programa validador de Escrituração Fiscal
Digital).
Portanto podemos dizer que o eSocial não é uma nova obrigação
trabalhista e sim somente uma nova forma de apresentar as informações
trabalhistas já existentes, através de um canal único de captação.

2.1.1 Fundamentação Legal


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As primeiras instruções quanto ao eSocial vieram no Ato


Declaratório Executivo SUFIS nº 5, de 17 de julho de 2013, que aprovou e divulgou o
leiaute do sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Ficais,
Previdenciárias e Trabalhistas o eSocial.
No dia 11 de Dezembro de 2014 a Presidência da república publicou
o decreto 8.373/2014, que instituiu o eSocial e criou o comitê gestor do eSocial para
deliberar sobre o projeto e sobre os prazos.
Assim desde 24 de fevereiro de 2015, o comitê gestor vem
publicando versões do Manual de Orientação do eSocial, sendo que a ultima versão
publicada data de 03 de outubro de 2016. Estes manuais trazem orientações ao
empregador para a forma de cumprimento de suas obrigações, o que está sendo
instituído por meio do novo sistema e estabelece regras de preenchimento, de
validação, leiautes, tabelas e instruções gerais para o envio de eventos.
As resoluções publicadas pelo comitê gestor do eSocial, também
compõe outro normativo que dentre outras decisões, estabelece os prazos para
utilização compulsória do eSocial. Do microempreendedor individual que tenha um
empregado às multinacionais, terão de usar o sistema, que a princípio, entraria em
vigor em 16 de setembro de 2016, mas por diversas razões o módulo não alcançou
o que se esperava, sendo necessários alguns ajustes, até que por fim, o comitê
gestor apresenta em 31 de agosto de 2016, novo cronograma, definindo prazos da
seguinte forma:

I - em 1º de janeiro de 2018, para os empregadores e contribuintes com


faturamento no ano de 2016 acima de R$78.000.000,00 (setenta e oito
milhões de reais); e
II - em 1º de julho de 2018, para os demais empregadores e contribuintes.
(RESOLUÇÃO 2, 2016, art. 2)

Apesar de parecer um prazo longo, temos que considerar a


dificuldade que será enfrentada pelas empresas, principalmente as empresas com
alto número de empregados, pois não poderão ocorrer divergências ou atrasos nas
informações enviadas, sob pena de multa.
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2.1.2 Impactos positivos e negativos

Hoje em dia um empregador tem inúmeras obrigações trabalhistas


para serem informadas aos entes da união, estas obrigações são informadas
separadamente, cada uma para seu ente da federação em um determinado
endereço ou por um determinado programa validador.
Porem desta forma ocorre que muitas destas informações se
repetem ou divergem, e acabam causando algumas conseqüências danosas não só
para o Governo, mais também para as empresas. Erros no processamento da GFIP,
ou no envio das informações geram para empresa, além de uma falta de controle um
passivo financeiro desnecessário, levando a empresa a arcar com multas, e ainda
fazer o correto envio destas informações.
Deste modo, um dos aspectos positivos da concentração de
informações, é se evitar os erros dos cruzamentos de dados, outro ponto positivo
será a redução da quantidade de obrigações, que permitirá ao empregador operar
com transparência e segurança jurídica, evitando os passivos fiscais e trabalhistas
desnecessários acima mencionados. Teremos uma grande diminuição dos arquivos
e papéis na empresa, uma vez que toda informação estará armazenada e disponível
para todos os órgãos participantes do projeto, como: Caixa Econômica Federal,
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Ministério da Previdência – MPS,
Ministério do Trabalho e Emprego – TEM e Secretaria da Receita Federal do Brasil –
RFB.
Figura 1 - Caminho das informações.

Fonte: Elaborado pelo autor.


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Para o ente público, terá simplificado o cumprimento das obrigações


principais e acessórias, para redução de custos e da informalidade, aprimorando a
qualidade das informações da seguridade social e das relações de trabalho,
aumentando a arrecadação através da diminuição da inadimplência, da incidência
de erros, da sonegação e da fraude, tudo isso com maior agilidade no acesso às
informações, tornando a fiscalização mais efetiva com o cruzamento de dados e
auditoria eletrônica.
De negativo teremos apenas demanda de investimentos às
empresas, que além de arcar com a compra de programa específico, terão que
enfrentar a complexidade deste novo módulo, no que se refere a proporcionar
treinamento e capacitação para funcionários responsáveis pela alimentação do
sistema, trata-se, porém de uma fase na qual as empresas deverão se adequar a lei.

2.1.3 Acessibilidade e informações contempladas pelo eSocial

Ao discorrermos sobre a quantidade de informações e a forma como


elas serão prestadas ao Governo Federal, veremos duas situações: As plataformas
diferenciadas de atendimento para este serviço, onde existira um programa de
atendimento a quem tem suporte de informática e um software de RH próprio,
fazendo o envio destas informações via Web Service autenticados com assinatura
digital. E outra plataforma que será um mecanismo da Web para o pequeno
empregador que precisa estar sendo mais bem orientado. Os órgãos públicos e as
empresas que não se enquadram nas que poderão utilizar o código de acesso,
estão obrigadas a autenticar as informações através de certificado digital, como
descrito no Manual de Orientações do eSocial 2.2 (2016, p. 20), “Os eventos que
compõem o eSocial devem ser transmitidos mediante autenticação e assinatura
digital utilizando-se certificado digital válido no âmbito da Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira –ICP-Brasil.” Ainda quanto ao certificado digital, este deverá
pertencer ao representante legal ou ao procurador.
As empresas precisam possuir serviços web de conexão e transmitir
através de arquivos XML. Somente um grupo de empresa e/ou contribuinte poderá
utilizar de código de acesso, como alternativa ao certificado digital, e estes estão
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classificados como segue:

a) o Microempreendedor Individual – MEI com empregado, o segurado


especial e o empregador doméstico;
b) a Micro e pequena empresa optante pelo Simples Nacional que possua
até 03 empregados, não incluídos os empregados afastados em razão de
aposentadoria por invalidez; e
c) o contribuinte individual equiparado à empresa e o produtor rural pessoa
física que possuam até 07 empregados, não incluídos os empregados
afastados em razão de aposentadoria por invalidez. (MOS, 2016, p. 20)

Os órgãos públicos estarão obrigados a utilizar certificação digital,


mesmo que optem pelo uso do portal para envio de informações.
Ao efetuar a transmissão será emitido um protocolo de envio, depois
de validar as informações sairá um recibo de entrega ou de erro, quando houver. O
cumprimento da obrigação será comprovado por este recibo de entrega, por isso é
muito importante seu controle e armazenamento.
As informações transmitidas ao eSocial estarão divididas em quatro
grupos de eventos: iniciais, de tabelas, periódicos e não periódicos.

Os eventos iniciais dizem respeito à identificação básica do


empregador, contribuinte ou órgão publico.
Nos eventos de tabela teremos a complementação do evento inicial,
trata-se de informações específicas, que ficarão armazenadas no sistema para
validação de eventos do eSocial, são informações relacionadas folha de pagamento,
processos administrativos e judiciais, lotações, relação de cargos e funções, jornada
de trabalho, horário contratual, ambientes de trabalho e outras necessárias para
verificação da integridade dos eventos periódicos e não periódicos.
Os eventos periódicos têm periodicidade definida previamente, como
informações de folha de pagamento, contribuição previdenciária e do imposto de
renda.
Sem data definida para acontecer, os eventos não periódicos,
ocorrem da ligação entre o empregador e o empregado como, por exemplo, a
admissão, o aumento salarial o fim do vinculo trabalhista entre outros.

2.2 SISTEMA DE SOFTWARE

A empresa Cia Alfa Industrial, Importadora e Exportadora S/A


pesquisou e adquiriu sistema para gerenciamento de informações, com as seguintes
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especificações: Sistema ERP com controle integrado e permanente das


informações, implantação Sistema nos cinco estabelecimentos, 220 horas de
treinamento, suporte 24 horas por dia, de segunda a sexta e atualizações do sistema
gratuita pelo período de 24 meses.
As empresas consultadas foram Software Beta Ltda e Software Alfa
Ltda com propostas iguais quanto às características do sistema, no entanto, se
diferenciaram pelas propostas de pagamento.

2.2.1 Análise da proposta efetuada pela empresa Software Alfa Ltda

Nesta primeira proposta para aquisição do software, pede-se o valor


de duzentos mil reais, parcelados em doze meses com taxa de 2,1% ao mês, sem
entrada. Portanto trata-se do tipo de financiamento com forma de prazo postecipada,
uma vez que nas, “Postecipadas: os pagamentos ocorrem no fim de cada período,
ou seja, a primeira prestação tem um prazo de carência, por exemplo, carência de
30 dias após o contrato.” (DAMBROWSKI, MOZER, SAMPAIO E DE LA TORRE,
2014, p. 128, grifo do autor).
Depois de confirmado o tipo de financiamento, tendo extraído e
classificado os dados e utilizando da calculadora HP12C, encontramos o valor das
parcelas conforme demonstrado abaixo:

PV (Valor Presente) = 200.000


n (Período) = 12 meses
i (Taxa) = 2,1% (na forma centesimal = 0,021)
PMT (Valor da Parcela) = 19.028,25

Agora utilizando a fórmula aplicada a prestações postecipadas para


encontrar o valor das prestações:

PMT = PV *
10

PMT= 200.000 *

PMT= 200.000 *

PMT= 200.000 *

PMT= 200.000 *

PMT= 200.000 * 0,0950

PMT= 19.003,89

Uma vez encontrado o valor da parcela, podemos através da


calculadora HP12C, calcular o valor futuro ou montante a ser pago pelo sistema:

PMT (Valor da Parcela) = 19.003,89


n (Período) = 12 meses
i (Taxa) = 2,1% (na forma centesimal = 0,021)
FV (Valor Futuro) = 256.319,94

Também encontraremos o valor futuro ou montante, utilizando a


seguinte fórmula aplicada a prestações postecipadas:

FV = PMT *

FV = 19,003,89 *
11

FV = 19,003,89 *

FV = 19,003,89 *

FV = 19,003,89 *

FV = 19,003,89 * 13,4857

FV = 256.280,75

2.2.2 Análise da proposta efetuada pela empresa Software Beta Ltda.

A segunda proposta consiste no pagamento de duzentos mil reais


em seis prestações mensais iguais, vencendo a primeira, três meses após a compra,
com a taxa de juros de 2% ao mês. Temos então o tipo de financiamento na forma
diferida, assim definido:

Diferida: quando o primeiro pagamento ou recebimento não ocorre no


primeiro período, nesse caso tem um prazo de carência que pode ser
postecipado, quando o primeiro movimento ocorre num período após o
término da carência ou diferimento ou antecipado, quando o primeiro
movimento coincide com o final da carência ou diferimento.
(DAMBROWSKI, MOZER, SAMPAIO E DE LA TORRE, 2014, p. 129, grifo
do autor).

Tendo extraído e classificado os dados, utilizando à calculadora


HP12C, encontramos o valor das parcelas conforme demonstrado abaixo:

PV (Valor Presente) = 200.000


n (Período) = 6 meses
i (Taxa) = 2% (na forma centesimal = 0,02)
PMT (Valor da Parcela) = 35.023,81
12

Agora encontrando o valor das prestações utilizando a fórmula


aplicada a prestações diferidas:

PV= PMT

200.000 = PMT

200.000 = PMT

200.000 = PMT

200.000 = PMT

200.000 = PMT * 5,7104

PMT =

PMT = 35.023,81

Podemos através da calculadora HP12C, encontrar o valor futuro, ou


seja, o montante almejado pela empresa Software Beta Ltda:

PV (Valor Presente) = 200.000


n (Período) = 6 meses
i (Taxa) = 2,% (na forma centesimal = 0,02)
FV (Valor Futuro) = 225.232,48
13

Do mesmo modo chegamos ao valor futuro ou montante, utilizando


da fórmula aplicada a prestações diferidas:

FV= PV

FV= 200.000

FV= 200.000

FV= 200.000 * 1.1262

FV= 225.240,00

2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS

O programa de software adquirido da empresa Software Beta Ltda,


apresentou algumas irregularidades, como falhas na transmissão de informações ao
eSocial, acarretando o dano de cem mil reais a empresa contratante, Cia Alfa
Industrial, Importadora e Exportadora S/A.
Trata-se de responsabilidade civil contratual objetiva, se não
vejamos que para configurar uma relação de consumo é necessário que exista
consumidor e fornecedor, conforme o art. 2º do CDC caput dispõe de forma clara,
trazendo conceito objetivo de consumidor: "consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final". Assim
temos por um lado a empresa Software Beta Ltda que vende um produto e/ou
serviço e em contrapartida recebe da empresa Cia Alfa Industrial, Importadora e
Exportadora S/A o valor pecuniário por este acordado, estabelecendo uma relação
de consumo. É objetiva, porque a obrigação de reparar o dano neste caso possui
previsão legal, amparada pelo Código de Defesa do Consumidor. Quanto à
responsabilidade civil objetiva, temos a seguinte definição:

Isso significa que você só pode buscar a reparação de um dano, com base
na responsabilidade objetiva, se houver previsão na lei, isto é, a lei deve
expressamente prever que o caso se trata de reparação objetiva, ou se o
dano decorrer de um risco inerente à atividade econômica. (FRANÇA,
MARTINS, BATISTUTE E TESTA, 2014, p. 133).
14

Sendo assim, o fornecedor de software ou instalador coloca a


disposição do consumidor um produto como outro qualquer, onde o usuário deste
produto é o consumidor final, se enquadrando na esfera das relações de consumo,
logo as disposições legais pertinentes amparam a empresa que dela se utiliza,
responsabilizando o prestador por todos os danos causados nesta relação
consumerista.
No caso em tela, a empresa escolhida para prestação de serviços
mais vantajosa, não obteve sucesso devido ao fato da má prestação de serviços,
ficando caracterizado na relação de consumo um vício no produto adquirido, aonde
veio causar dano de grande monta.
Ficou evidente, que a má prestação dos serviços pela empresa
contratada, caracteriza o não cumprimento de suas obrigações nos moldes do
contrato, podendo ser totalmente responsabilizada pelos danos materiais advindos
desta má prestação de serviço, nos termos dos artigos 14 e 20 do Código de Defesa
do Consumidor, que dispõe:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos. (BRASIL, 1990, p. 4)
...

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade


que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: (BRASIL, 1990,
p. 5)

Diante dos fundamentos acima mencionados, estamos diante da


responsabilidade civil da contratada Software Beta Ltda nos moldes do Código de
Defesa do Consumidor, como prestador de serviços responde, por força do artigo 14
do CDC, independente da existência de culpa, sendo isentado desse ônus apenas
se provar a inexistência do defeito ou se ocorreu culpa exclusiva do consumidor, que
não é o caso em tela. Há mais, tratando-se de hardware/Software, por força do
artigo 12 do diploma citado, responde o fabricante, importador, construtor, o
fornecedor em geral, pela reparação dos danos causados por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação
15

ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou


inadequadas sobre sua utilização e riscos.
16

3 CONCLUSÃO

São vários os desafios que as empresas terão pela frente com a


entrada em vigor do eSocial, e para tanto é preciso se preparar para que isso ocorra
com o menor impacto possível dentro da organização, a mudança do sistema de
informações ao Governo Federal, irá ocorrer sim, e será necessário atualizar os
sistemas de gestão de folha de pagamento e os demais que serão afetados pelo
eSocial, porem a maior mudança que ocorrera com a entrada em vigor do eSocial
será a mudança cultural, pois todo dia será dia de eSocial, teremos informações
repassadas em tempo real, assim, dificultando as empresas burlar o sistema, ou
seja, irá mudar o jeito e a forma como a organização executa seus processos e
rotinas internas, isso afetara o departamento de recursos humanos, desde antes da
admissão do funcionário, passando pelos afastamentos possíveis que ele venha a
sofrer, pela sua remuneração e chegando ao seu desligamento.
Quanto às empresas que apresentaram suas propostas de venda
para aquisição do sistema software para gerenciamento de informações, concluímos
que a melhor proposta fora da empresa Software Beta Ltda, uma vez que esta
divergiu da concorrente ao conceder carência de três meses a uma taxa de juros de
0,1% menor, demonstrando no resultado final, ou montante a ser pago, uma
diferença vantajosa para contratante qual seja a empresa Cia Alfa Industrial,
Importadora e Exportadora S/A.
Por fim, podemos resguardar o direito da empresa Cia Alfa Industrial,
Importadora e Exportadora S/A, que vivencia uma relação de consumo, eis que,
apesar de ser empresa esta é consumidora final da relação é de hipossuficiência do
consumidor em comparação ao fornecedor, merecendo sim ser protegida pelo
código de defesa do consumidor, e para concluirmos, há de se observar, que em
relação à reparação do dano, seja material ou moral, cabe ao judiciário formular tal
valor na liquidação de sentença, vez que de pronto a empresa contratante teve um
perecimento de cem mil reais mais outros encargos que serão formulados no final de
uma possível ação judicial, onde esta pena além de ser pecuniária e de
ressarcimento deverá ser em razão da teoria do desestímulo, segundo a qual, o
critério na fixação do quantum indenizatório deve obedecer à proporcionalidade da
lesão causada.
17

REFERÊNCIAS

MACEDO, Luiz Cláudio Pereira de. Responsabilidade Civil do


Fabricante/Fornecedor de Software, 2002. Disponível
em:<https://jus.com.br/artigos/3275/responsabilidade-civil-do-fabricante-fornecedor-
de-software>. Acesso em: 20 de out. 2016.

BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do


Consumidor. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em: 20
de out. de 2016.

FRANÇA, Julcileia Martini; MARTINS, Maria de Fátima; BATISTUTE, Jossan;


TESTA, Janaina Carla da Silva Vargas. Noções de Direito. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A, 2014.

DAMBROWSKI, Adrian; MOZER, Merris; SAMPAIO, Helenara Regina; DE LA


TORRE, Jose Alfredo Pareja Gómez. Matemática Financeira e Comercial.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2014.

BRASIL. Manual de Orientação do eSocial, Versão 2.2 de Setembro de 2016.


Dispõe sobre orientações ao empregador/contribuinte/órgão público para a nova
forma de cumprimento de suas obrigações, mediante a utilização do eSocial.
Disponível em:<
www.esocial.gov.br/doc/MOS_Manual_Orientacao_eSocial_v2.2.pdf>. Acesso em
15 de out. de 2016.

BRASIL. Resolução Comitê Diretivo do eSocial nº 2, de 30 de agosto de 2016.


Dispõe sobre o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Disponível em:<
http://www.esocial.gov.br/doc/Resolucao_Comite_Diretivo_do_eSocial_002_2016.pdf
>. Acesso em 15 de out. de 2016.

BRASIL. Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014.


Institui o Sistema deEscrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas – eSocial e dá outras providências. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm>.
Acesso em 15 de out. de 2016.

http://www.esocial.gov.br/ Acesso em 15 de out. de 2016.

http://www.esocial.gov.br/doc/PerguntaseRespostas_versao_2_final.pdf Acesso em
15 de out. de 2016.

http://www.esocial.gov.br/CronogramaEsocial.aspx Acesso em 15 de out. de 2016.

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