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Camila Anjos - Cleusa Souza - Et Al PDF
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RESUMO: Aproveitando o tema meio-ambiente, apresentado como proposta de projeto integrador pela 20ª
GERED para as escolas, durante o 4º bimestre do ano letivo de 2010, a Escola de E. F. Prefeito “Osny
Pereira”, com o apoio dos bolsistas PIBID, direcionou os trabalhos sobre o destino do lixo no município de
Jaguaruna/SC. O objetivo foi conscientizar os alunos quanto à coleta seletiva do lixo e o seu reaproveitamento.
Como resultado temos: melhor conscientização dos alunos sobre a coleta seletiva e melhor reutilização de
materiais recicláveis, venda do lixo reciclável e, ainda, maior relação do tema com os conteúdos realizados em
sala de aula. Os meios envolvidos elogiaram a iniciativa e solicitaram à escola que continuasse com o projeto e
expandindo para as famílias. E a escola assim o fez, desenvolvendo, um grandioso projeto no primeiro bimestre
letivo de 2011.
1. Introdução
Este projeto teve início na Escola de Ensino Fundamental Prefeito Osny Pereira no 4º
bimestre do ano letivo de dois mil e dez a partir do tema meio ambiente proposto pela
GERED (20ª Gerência Regional de Educação de Tubarão) e se expandiu ao primeiro bimestre
do ano letivo de dois mil e onze. A partir daí foi observado que os alunos não conheciam
algumas técnicas de tratamento do lixo, tais como: aterro sanitário, incineração, compostagem
e coleta seletiva, incluindo o lixo eletrônico. Por necessidade da escola e a pedido do poder
público e entidades envolvidas, foi dado continuidade ao projeto envolvendo toda escola.
Desta forma, o projeto desenvolvido, tendo como título “As práticas educacionais na coleta
seletiva do lixo” teve importância no que diz respeito à aprendizagem adquirida pelos alunos
sobre a coleta, separação e reutilização do lixo, objetivando: conscientizar os alunos quanto à
coleta seletiva do lixo e o seu aproveitamento; expandir essa conscientização para as
comunidades; desenvolver habilidades artísticas através de material reciclável; desenvolver a
integração dos alunos nas oficinas; proporcionar habilidades como pensar, compreender,
emitir juízos e valores sobre a coleta seletiva; produzir material didático a partir do material
reciclável; produzir frases, textos e gráficos sobre o lixo no município; oportunizar melhor
conhecimento por meio de saída de campo e entrevista com entidades. Para que tais objetivos
fossem alcançados foram realizadas algumas saídas de campo, entrevistas a órgãos públicos,
oficinas de reaproveitamento de materiais coleta seletiva e atividades em sala de aula
relacionando o tema do projeto ao conteúdo que o professor desenvolve em sala de aula.
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Somos sabedores que o lixão de Jaguaruna/SC foi desativado no ano de 2004 por uma
ação exigida pela Promotoria Estadual obrigando todos os municípios do estado a oferecerem
um destino adequado aos lixões. No referido ano o prefeito assinou ajuste e conduta se
responsabilizando com o destino do lixão de Jaguaruna, fechando o mesmo.
Com o intuito de mostrar ao aluno o que é um aterro sanitário, como é feita a coleta
seletiva do lixo e também conhecer o destino do lixo de Jaguaruna, uma palestra foi realizada
com um engenheiro ambiental objetivando explicar o processo da coleta, da composição de
um aterro e do descarte de lixo. A participação dos alunos foi essencial com perguntas
diversificadas e curiosas.
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planeja desenvolver algum tipo de projeto em relação a diminuição ou reciclagem dos lixos
gerados em Jaguaruna?
Reposta: A CDL tentou junto com a prefeitura viabilizar um projeto de reciclagem,
mas não teve resultado. Hoje, o CDL de Jaguaruna recolhe apenas os lixos eletrônicos que é
feito em particular por uma empresa da cidade de Tubarão/SC.
2- A CDL já procurou o poder público para buscar soluções quanto ao destino dos
lixos gerados no município de Jaguaruna?
Reposta: Sim, mas não obteve êxito.
3- Qual sua opinião quanto ao volume de lixo gerado em Jaguaruna e os custos ao
município ao transportá-lo para outro lugar?
Resposta: O lixo está normal e o preço vale o transporte, mas deveria diminuir o lixo
para diminuir o custo com transporte.
4- Qual sua opinião quanto a implantação da coleta seletiva do lixo no nosso
município? Será que teria beneficio a famílias carentes?
Reposta: Deveria ser feita a coleta seletiva em Jaguaruna e acho que beneficiaria
várias pessoas. Precisamos fazer uma sociedade e Jaguaruna melhor com a reciclagem.
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4. Montagem de panfletos
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8. Apresentação no SIMFOP
A coleta do lixo eletrônico aconteceu com todas as séries. Os alunos trouxeram para a
escola alguns materiais eletrônicos como: pilhas, baterias, celulares, etc. O lixo eletrônico foi
recolhido pelos bolsistas. O objetivo da coleta do lixo eletrônico foi conscientizar os alunos
que existem locais adequados para o depósito desse tipo de material. Afinal, o lixo eletrônico
torna-se prejudicial quando depositado no meio-ambiente. E, conscientes disto, algumas
frases referentes ao lixo eletrônico foram espalhadas pelo pátio da escola a fim de mostrar os
malefícios que ele pode provocar:
“O Brasil produz cerca de 850 milhões de pilhas por ano. Cada habitante consome em
média 5 pilhas por ano” (WEISS, 2009, p. 20).
“O revestimento da pilha leva de 100 a 500 anos para se decompor. É altamente
tóxica, sendo que os metais pesados como chumbo, mercúrio, zinco e manganês causam
diversos males ao meio ambiente e ao corpo humano” (WEISS, 2009, p. 20).
“O mercúrio, quando digerido pode prejudicar o cérebro, fígado e o desenvolvimento
dos pêlos, causando também irritabilidade, tremores, distorção de visão e audição, e
problemas de memória” (WEISS, 2009, p. 20).
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“[...] as pilhas não podem ser jogadas no lixo, mas devem ser devolvidas em pontos
nas lojas onde foram adquiridas” (WEISS, 2009, p. 20).
No início do projeto foi pedido aos alunos de séries iniciais do ensino fundamental que
trouxessem garrafas PET, com o objetivo de diminuir o lixo doméstico e reaproveitar esse
lixo confeccionando jogos e lembranças de Páscoa para todos os alunos de séries iniciais.
Após a coleta, os estagiários confeccionaram as cestinhas de Páscoa, que foram distribuídas
entre os alunos do terceiro ao quinto ano.
Os alunos do primeiro ano receberam lembranças com um modelo diferente, também
confeccionado utilizando as garrafas PET e tecidos.
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O acúmulo de lixo vem aumentando e somos os grandes responsáveis por isso, pois
levamos todos os dias para casa uma quantidade de embalagens de produtos que consumimos,
e a cada vez que vamos ao supermercado acabamos levando sacolas plásticas para casa, as
quais mais tarde acabam indo para o lixo. Com este pensamento, acatamos a ideia de
confeccionar bolsas retornáveis para presentearmos as mães na festa em sua homenagem
realizada pela escola. Os alunos do sexto ao oitavo ano participaram das oficinas em contra
turno, sobre a supervisão e acompanhamento dos estagiários PIBID e as supervisoras. Os
retalhos utilizados para a decoração das bolsas foram doados por uma confecção de uma
comunidade do município de Jaguaruna/SC.
No dia da homenagem, as mães foram presenteadas com as bolsas retornáveis em uma
embalagem também confeccionada pelos alunos utilizando garrafas PET. O objetivo foi
incentivar o uso das bolsas retornáveis ao invés de sacolas plásticas.
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Como proposta das ações a serem postas em prática foi realizada com os alunos, em
dois períodos, os quais eles não teriam aula, visto que seria o conselho de classe, a
reutilização do papel em forma de oficina. Os alunos, neste caso, foram os responsáveis,
juntamente com o auxílio de um bolsista, pela preparação do papel reciclado. Os
procedimentos voltou-se para a reciclagem do papel utilizado na escola e coletado pelos
alunos. Assim, eles rasgaram os papéis, colocaram-nos no liquidificador com água e puseram
a mistura homogênea em uma bacia com uma grande quantidade de água para, então,
mergulhar a tela, também feita com material reaproveitado (ferro e meia-calça), no conteúdo
depositado na bacia e, logo, com o auxílio de um colega, foi retirado o excesso de água e, em
seguida, foi passada a folha de papel produzida para um pano, que ficou secando. Desta
forma, os alunos puderam aprender que o papel que muitas vezes é jogado fora, pode ser
reutilizado. E, além da reciclagem, a sexta série também esteve reutilizando o papel de outra
forma, através da confecção de cartazes na disciplina de Ciências.
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Alguns materiais recolhidos na coleta seletiva do lixo, como por exemplo: caixinhas
de leite e garrafas PET foram reutilizados com o objetivo de confeccionar jogos didáticos para
serem utilizados pelos professores em sala de aula.
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Projetos como estes são uma boa alternativa para a contextualização de conteúdos
em sala de aula, para tanto utilizamos o tratamento da informação e o Excel. A atividade foi
desenvolvida com alunos 7ª série com a mediação da professora.
A partir das pesquisas e entrevistas realizadas anteriormente pelos alunos foram
levantados dados quanto à produção de lixo no município, surgiu então à necessidade de
organizá-los de forma mais clara, para poderem interpretá-los. Para tanto foram instigados a
construir tabelas e gráficos de vários tipos.
Para trabalhar com o conteúdo dividimos a sala em grupos e selecionamos algumas
questões para cada grupo referentes ao tema. Então levamos a turma ao laboratório de
informática. Para que pudessem construir os gráficos. Explicamos a utilidade de softwares na
matemática e também como usá-los.
No final da atividade realizaram a leitura e análise dos dados nas tabelas e gráficos
oralmente e de forma escrita. E a partir daí confeccionaram cartazes com os gráficos para que
estes ficassem expostos na escola e a apresentação para as turmas.
Através deste trabalho comprovamos que o projeto focado nas práticas educacionais
na coleta seletiva é uma alternativa viável para uso em conteúdos na sala de aula, pode fazer a
ponte entre o cotidiano e outras áreas do conhecimento. Dando assim, suporte a Matemática
para que possa desempenhar sua função no desenvolvimento de capacidades cognitivas, na
estruturação do raciocínio lógico e conseqüentemente a sua aplicação.
Para que atividades como essas possam dar certo, precisamos lembrar que o aluno não
é uma tábua rasa, ele possui uma bagagem de conhecimentos. É a partir deste conhecimento,
que ele vai interagir com as novas situações, para se apropriar do conhecimento específico. É
importante que a pesquisa parta da curiosidade, do aluno. Porque a motivação é própria do
indivíduo, que é desafiado a questionar, pensar, formular questões que tenham significado,
para desenvolver a competência de resolver os problemas diários.
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Referências
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