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Jorge Augusto Peculas Modesto
Resumo: Este artigo tem por objetivo, desenvolver uma metodologia da prática do violão na
educação básica. Constatou-se na observação de métodos editados no Brasil, abordagens
especificas para se desenvolver uma técnica instrumental, teoria musical e repertório relacionados ao
violão. Entendemos que, para levar o violão à sala de aula do ensino regular, deve-se ter em vista um
método lúdico, de simples leitura musical. Procuraremos demonstrar isso, através da praticidade da
tablatura rítmica, das vantagens que dispõe o ensino coletivo instrumental e ideais de ritmo,
relacionados a percussão corporal de Dalcroze. A metodologia para este fim é a pesquisa
bibliográfica, em diálogo com autores como TOURINHO (1998), BRAZIL (2013), e outros.
Abstract: This paper aims to develop a guitar practice methodology in basic education. It was found
in observation methods edited in Brazil, specific approaches to develop, an instrumental technique,
musical theory and repertoire related to the guitar. We understand that, to take the guitar to the regular
classroom teaching, it should be borne in mind a playful method of simple musical reading. Seek to
demonstrate this through the convenience of rhythmic tablature, the advantages available to the
musical collective teaching and ideals rate related to body percussion Dalcroze. The methodology for
this purpose is the literature in dialogue with authors such as TOURINHO (1998), BRAZIL (2013), and
others.
Introdução
Existem muitas formas de ensinar música na educação básica, uma delas, com
instrumento musical. Queremos neste artigo, propor a inserção do violão na educação
básica. Segundo Tourinho o violão oferece diversas facilidades para que isso aconteça:
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!Licenciatura plena em Música e Pós-Graduação em Educação Musical pela UCAM. Professor de Música e
violão das instituições: Pró-Arte, Instituto Saber e Escola Municipal Leonel Azevedo.!
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aprendizado e habilidade possam conviver na mesma classe durante um
semestre letivo. (TOURINHO, 2008: 7).
Espera-se que o ensino de música na educação básica, seja menos exigente nos
quesitos, técnicos e teóricos, dando ênfase a prática musical. Pensando desta forma, será
bem-vinda, toda metodologia que possa facilitar a aprendizagem da música. Esse
pensamento, está de acordo com diretrizes da nova educação, uma educação musical
menos tecnicista, que defende um foco em mecanismos que possibilitem um acesso mais
imediato com a prática musical.
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Outra realidade desses métodos mais tradicionais de violão, é um ensino voltado a
uma prática professor/aluno, não tendo um enfoque para aula coletiva. Na visão de diversos
autores como Cruvinel, Brazil e Tourinho, este tipo de ensino coletivo, seria uma forma
eficaz e significativa, para a educação musical nas escolas. Principalmente porque, a
metodologia do ensino coletivo de instrumento musical, não propõe uma especificidade de
alunos. Sua principal ideologia é, o uso do instrumento, mais para ensinar música através
dele, do que formar virtuoses conforme afirma Santana:
Cruvinel, além de destacar esse modelo de ensino coletivo para música nas escolas,
incentiva a invenção de metodologias para este fim.
Ainda não encontramos métodos de violão, que trate do ensino coletivo e atividades
musicais lúdicas. Encontramos apenas artigos tais como: O ensino do violão – estudo de
uma metodologia criativa para infância de Eliane Leão Figueiredo e Flavia Maria Cruvinel,
escrito em 2001. Neste artigo, as autoras iniciam falando da falta de material e da rica
possibilidade do ensino de violão em grupo
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música, contribuindo de forma bastante significativa neste processo.
(CRUVINEL; FIGUEIREDO, 2001: 87).
Outro artigo que encontramos foi: Propostas e atividades para a iniciação musical e
nn2014. Neste artigo, Fidalgo adota uma maneira de ensino, baseado também em vivencias
direta do aluno com a música, explorando características do som do instrumento,
movimentos corporais para desenvolvimento do ritmo e leitura relativa.
Outro trabalho que evidencia nossa ideia, para formação de um possível método de
violão de ensino coletivo e vivencias musicais para educação básica, está baseado no artigo
de William Carvalho: Música nas escolas: uma proposta a partir do ensino coletivo do violão
popular.
Neste artigo, é proposto um método de aula coletiva, em um processo lúdico com o
corpo, para aprendizagem rítmica, enfoque no canto e do violão para acompanhamento. “O
material reportado neste relato de experiência, pretende envolver os alunos com a música,
com base em exercícios rítmicos utilizando o corpo e a execução do instrumento”.
(CARVALHO, 2014: 3). Nesta abordagem, ele explora como fidalgo, as possibilidades de
vivencia musical corporal, para depois consolidá-las no instrumento.
(....) método aqui descrito oferece aos alunos a possibilidade de tocar com
prazer o instrumento por permitir a vivência corporal do ritmo e a
coordenação das práticas. A adição do violão ocorre em um segundo
momento, a partir do qual o aluno já tem posse da compreensão rítmica
musical, ou seja, dos tempos fortes e fracos da música e pode compreender
as entradas corretas em cada estrofe. Posse essa obtida pelo uso corporal
como um instrumento de percussão. (CARVALHO, 2014: 2).
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Existem diversas vantagens positivas, para o ensino coletivo musical, principalmente
para iniciantes. O que é mais evidente nesta prática é: a democratização do ensino
instrumental, pois pode atingir um maior número de pessoas. Também é um ensino lúdico,
pelo próprio ambiente interativo e social que propõe.
Por último, falando da falta de material para esta área, mais recentemente Marcelo
Brazil em seu artigo, Material didático em aulas coletivas de violão, como fonte de motivação
e de crença em auto eficácia, de 2013, evidencia esta problemática dizendo:
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Em sua monografia, Ensino coletivo de violão: diferentes escritas no aprendizado de
iniciantes, Teixeira comenta sobre a tentativa de Vieira, em contribuir com material voltado
para prática coletiva de violão, mas faz uma crítica falando sobre a prioridade na leitura de
partitura para iniciantes.
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Sistema de notação que utiliza letra, algarismos ou outros sinais, em
vez da nota em pauta musical. O princípio básico da tablatura reside
na indicação, por meio de letras ou cifras dispostas em diagramas,
de como o executante deve proceder para produzir determinada
nota, ou acorde, em seu instrumento. Indicações adicionais
mostram a duração de cada nota. (SADIE, 2001: 924).
Fonte: autor
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perfeitamente os ritmos envolvidos nas frases melódicas. Esse tipo de grafia
difere da partitura que descreve cada detalhe exatamente com divisões
matemáticas dos tempos rítmicos. (TEXEIRA, 2008: 32)
Para introduzir um fator que possa dar mais precisão a tablatura difundida hoje,
queremos voltar um pouco na história, para chegar à tablatura rítmica, que foi usada na
escrita para violão, por aproximadamente duzentos anos.
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Exemplo de tablatura numérica para vihuela do livro "Orphenica Lyra" de Miguel de Fuenllana (1554). Números
em vermelho (no original) indicam a parte vocal.
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nos métodos atualmente. Este sistema de notação para a escrita do violão, durou
aproximadamente duzentos anos. Foi somente no final do século XVIII, que foi publicado o
primeiro método para violão, usando a partitura convencional, como nos diz Dudeque (1994:
53). O método de Fernando Ferandière, Arte de tocar guitarra española por música (1799),
foi o primeiro tratado a ensinar o guitarrista, ler música no pentagrama em vez de ensinar-
lhe na tablatura.
Como vimos, alguns professores têm usado a tablatura, obtendo bons resultados.
Mas também vimos que esses professores embora utilizem a tablatura, ainda não
mencionam a tablatura rítmica, como um possível recurso didático. O que em nossa
proposta, seria um diferencial. Em nosso presente trabalho, Violão na educação básica:
através do Ensino Coletivo, da Rítmica Dalcroziana e Tablatura Rítmica, propormos a partir
da grande facilidade da tablatura, também a adição das figuras com seus valores para
indicar o ritmo.
Como vimos, a tablatura facilita a execução do som, no que diz respeito a produção
da altura feita no violão. Com a adição das figuras (tablatura rítmica), se obtém a duração do
som, outra característica imprescindível para execução musical. Com a duração do som, se
consegue um meio de promover maior precisão, para o trabalho em aula coletiva de música.
Para preparar um melhor entendimento do ritmo e escrita das figuras rítmicas, um fator
lúdico, pode ser relevante para atingir este objetivo. Baseado nas idéias do educador
musical suíço Dalcroze, que defende uma vivencia prévia corporal, uma sensibilização
auditiva e motora, antes da intelectualizarão do ritmo, descomplicando seu aprendizado.
As sensações que podemos extrair do nosso corpo são sensacionais. Fazer o ritmo
com o corpo, possibilita um melhor aprendizado musical e instrumental.
Com uma preparação para a escrita do ritmo, que serão utilizadas na tablatura
rítmica, este aprendizado pode ser preparado com as atividades propostas por Dalcroze.
Dalcroze, percebeu, que uma série de atividades lúdicas, poderiam ser feitas através da
ação corporal, minimizando a dificuldade que seus alunos possuíam para aprendizagem do
ritmo.
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Ao realizar exercícios a fim de que seus alunos tomassem consciência das
diferenças do ritmo e dinâmica através da própria experiência corporal,
Dalcroze estimulava a inteligência cinestésica-corporal, contribuindo para o
equilíbrio, força e presteza da resposta corporal ao comando cerebral. Estes
estímulos revertem para música reconhecimento da duração dos tempos e
intensidades sonoras. (ENDELER; CAMPOS, 2007: 4).
Esses exercícios e atividades em grupo, realizado pelo os alunos com palmas, batidas dos
pés e estalos por exemplo, podem fazer toda a diferença no aprendizado do ritmo. Nos
exemplos a seguir, podemos demonstrar isso e como pode servir de base para um método
de violão para educação básica.
Fonte: autor
Fonte: autor
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Fonte: autor
Conclusão
Concluímos que, as propostas feitas nesta pesquisa, podem servir de base para
criação de um método de violão, para educação básica. Isto através das atividades rítmicas
de Dalcroze, tablatura rítmica e com foco em uma proposta de ensino coletivo. Também
concluímos que, uma das questões didáticas que propomos para este método, a tablatura
rítmica, possa como foi um fato evidente de evolução histórica na escrita, da tablatura para
partitura. A tablatura rítmica pode servir não apenas para o aluno da educação básica, mas
ao mesmo tempo, podendo ser um meio de transição mais tênue para leitura convencional.
Isto porque, as figuras usadas na tablatura rítmica, são as mesmas usadas na partitura, não
sendo essas figuras rítmicas, sinais descartados com um fim si mesmos, mas podendo ser
usadas em toda leitura convencional.
Referência bibliográfica
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