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01/08/2019

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
TRF – 4ªREGIÃO
PROFª. ADRIANA MENEZES

CASO 01 CASO 01
André Luís foi segurado contribuinte individual e recolheu contribuição Desamparada, Cláudia requereu perante o INSS, em 28/03/2019, o
previdenciária para o RGPS no período de 01/08/1992 a 01/12/2009. A benefício de pensão por morte pelo falecimento de André Luís, tendo o
partir daí não mais exerceu atividade remunerada e não mais recolheu benefício sido negado pela perda da qualidade de segurado no dia do
contribuição previdenciária. óbito.
Em fevereiro de 2015, André Luís foi acometido de uma doença grave Cláudia, então, ingressou com ação judicial em face do INSS, postulando
que o deixou inválido. Requereu aposentadoria por invalidez perante o a concessão da pensão por morte e o pagamento das parcelas vencidas
INSS, mas teve o benefício negado. desde o óbito de André Luís.
Em 04 de janeiro de 2019, André Luís completou 65 anos de idade e em Com base nas informações apresentadas, responda:
03 de março desse mesmo ano faleceu em razão de falência múltipla a) Foi correto o indeferimento do pedido de André Luís quanto à
dos órgãos, deixando sua esposa Cláudia, de 58 anos, com quem esteve aposentadoria por invalidez? Justifique a sua resposta.
casado há mais de 20 anos. b) O pedido de Cláudia deve ser julgado procedente? Justifique a sua
resposta.

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Lei nº 8.213 - Art. 42:

“A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


RESOLUÇÃO quando for o caso, a carência exigida, será devida
ao segurado que, estando ou não em gozo de
auxílio-doença, for considerado incapaz e
insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á
paga enquanto permanecer nesta condição.

MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE


SEGURADO
Art. 102. A perda da qualidade de segurado
importa em caducidade dos direitos Art. 15. Mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições:
inerentes a essa qualidade.
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de
benefício;

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PRORROGAÇÕES DO PERÍODO DE GRAÇA


II - até 12 (doze) meses após a cessação das
Lei n. 8.213/91: Art. 15. § 1º O prazo do inciso II
contribuições, o segurado que deixar de exercer
será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses
atividade remunerada abrangida pela Previdência
se o segurado já tiver pago mais de 120
Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
contribuições mensais sem interrupção que
remuneração;
acarrete a perda da qualidade de segurado.

André Luís não teve direito à aposentadoria por PENSÃO POR MORTE
invalidez porque não ostentava a qualidade de
segurado na data que iniciou a invalidez.
O último recolhimento feito ao RGPS por André Luís
foi na competência de dezembro de 2009.
A invalidez iniciou-se em fevereiro de 2015.
André Luís perdeu a qualidade de segurado em
dezembro de 2011.

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RESOLUÇÃO
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto em caducidade dos direitos inerentes a essa
dos dependentes do segurado que falecer, qualidade.
aposentado ou não, a contar da data:
§1º A perda da qualidade de segurado não
I - do óbito, quando requerida em até cento e prejudica o direito à aposentadoria para cuja
oitenta dias após o óbito, para os filhos menores de
concessão tenham sido preenchidos todos os
dezesseis anos, ou em até noventa dias após o
óbito, para os demais dependentes; requisitos, segundo a legislação em vigor à época
em que estes requisitos foram atendidos.

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado


§2º Não será concedida pensão por morte aos que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta),
dependentes do segurado que falecer após a perda se mulher.
desta qualidade, nos termos do art. 15 desta Lei, Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime
salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos
de carência, ressalvado o disposto no art. 26:
aposentadoria na forma do parágrafo anterior. II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de
serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais.

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Lei 10.666/2003 –Art. 3º... Decreto nº 3.048/99 – Art. 13...


§ 1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a § 5º A perda da qualidade de segurado não será
perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias
considerada para a concessão desse benefício, por tempo de contribuição e especial.
desde que o segurado conte com, no mínimo, o §6º Aplica-se o disposto no §5º à aposentadoria
tempo de contribuição correspondente ao exigido por idade, desde que o segurado conte com, no
para efeito de carência na data do requerimento do mínimo, o número de contribuições mensais exigido
benefício. para efeito de carência na data do requerimento do
benefício.

Portanto, não teria direito à aposentadoria por


invalidez porque não ostentava a qualidade de
Embora não tivesse mais a qualidade de segurado, segurado na data em que se tornou inválido.
André Luís ao completar 65 anos poderia se
aposentar por idade:
A esposa de André Luís tem direito à pensão por
morte porque, embora, não já tivesse perdido a
- Idade mínima e carência cumpridas. qualidade de segurado, no momento do óbito havia
preenchido as condições para se aposentar por
idade.

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CASO 2 CASO 2
José das Couves casou-se com Maria Rocha e com ela teve Antes mesmo de se recuperar e ter o auxílio-doença
02 filhos, Lucas e Leandro. cessado, José das Couves veio a falecer em virtude daquela
Há cinco anos o casou divorciou-se e ficou determinado por doença do trabalho.
decisão judicial que José das Couves iria pagar alimentos Estava empregado há 15 anos na mesma empresa quando
para a ex-esposa durante 10 anos. começou a receber o benefício por incapacidade.
Depois de divorciado, José das Couves casou-se com Joana. José das Couves tinha pais vivos que dele dependiam
Casados há 01 ano, não tiveram filhos. economicamente.
José das Couves estava empregado na empresa Flor de Liz Na data do óbito de José das Couves, sua esposa contava
Ltda., auferindo R$ 5.500,00 reais mensais, quando foi com 35 anos, sua ex-esposa, com 45 anos e seus filhos com
acometido de uma doença do trabalho que o levou a 12 e 14 anos.
receber o benefício de auxílio-doença por 3 meses.

CASO 2
Diante da situação retratada, responda e justifique se
alguém terá direito de receber pensão por morte de José das RESOLUÇÃO
Couves.

Em caso positivo, quem será o beneficiário de pensão por


morte, informando o valor, a data de início de pagamento e
a duração do benefício.

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“Art. 74. A pensão por morte será devida ao II - do requerimento, quando requerida após o
conjunto dos dependentes do segurado que falecer, prazo previsto no inciso anterior; (Incluído
aposentado ou não, a contar da data: (Redação pela Lei nº 9.528, de 1997)
dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
I - do óbito, quando requerida em até cento e
oitenta dias após o óbito, para os filhos menores de III - da decisão judicial, no caso de morte
dezesseis anos, ou em até noventa dias após o presumida. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
óbito, para os demais dependentes; 1997).”

• Na data do seu falecimento, José das Couves


mantinha a qualidade de segurado do RGPS? 1ª Classe: cônjuge, companheiro (a) e filho, não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que possui
deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.

Art. 15, I, Lei nº 8.213/91:


DEPENDENTES 2ª Classe: os pais.
Mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições: 3ª Classe: o irmão, não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 anos ou inválido ou que possui deficiência
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de intelectual ou mental ou com deficiência grave.
benefício;

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DEPENDENTES
• Dependentes aptos a receber pensão por morte:
Art. 17. A perda da qualidade de dependente
- Cônjuge; ocorre:
I - para o cônjuge, pela separação judicial ou
divórcio, enquanto não lhe for assegurada a
- Filhos melhores de 21 anos; prestação de alimentos, pela anulação do
casamento, pelo óbito ou por sentença judicial
- ex-cônjuge???? transitada em julgado;

• Com a morte de José das Couves, segurado do RGPS, Pensão por morte - renda mensal inicial (RMI)
seus dependentes terão direito à pensão por morte.
• Sua esposa e filhos menores de 21 anos terão direito à O valor inicial da pensão por morte será:
pensão por morte de José das Couves por serem I − igual ao valor da aposentadoria percebida, se
dependentes de 1ª classe do RGPS. o segurado falecido era aposentado;
• A ex-esposa, Maria Rocha, receberá pensão por morte
pelo fato de José das Couves lhe pagar pensão alimentícia II − 100% do valor da aposentadoria por invalidez
após o divórcio. que o segurado falecido teria direito na data do
• Os pais de José das Couves não terão direito de receber óbito, se ele não era aposentado.
pensão por morte do filho porque pertencem à 2ª classe de
dependentes e já existem dependentes de 1ª classe.

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• A pensão por morte será devida: PERDA DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE


(combinação com o art. 77, §2º, da Lei nº 8.213/91)
- a partir da data do óbito, quando requerida em
até cento e oitenta dias após o óbito, para os filhos - Filho, pessoa a ele equiparada ou irmão: ao completarem
menores de dezesseis anos, ou em até noventa 21 anos, salvo se inválido ou com deficiência;
dias após o óbito, para os demais dependentes;
•Os filhos Lucas e Leandro terão direito à pensão por morte
- a partir da data do requerimento, quando o do pai até completarem 21 anos.
benefício for requerido após os prazos acima; •Receberão o benefício a partir da data do óbito se
requererem até 180 dias da data do óbito.

- A esposa de José das Couves, Joana, terá direito de


receber pensão por morte durante 15 anos.

- Maria Rocha, ex-esposa de José das Couves, terá


direito de receber pensão por morte por apenas 05
anos. Embora, tivesse 45 anos na data do óbito do
segurado, ela tinha pensão alimentícia temporária por
10 anos. Como já recebeu por 05 anos, a pensão por
morte será paga por mais 05 anos.

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CASO 3
- Lei nº 8.213/91 - Art. 76... José e Luzia, ambos segurados do RGPS, são casados e não
têm filhos.
§ 3º Na hipótese de o segurado falecido estar, na data
Recentemente, obtiveram a guarda judicial do menor
de seu falecimento, obrigado por determinação judicial
Eduardo, sobrinho de Luzia.
a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-
O casal cuida da criança e tem por ela um amor imensurável.
companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte Todo o sustento de Eduardo é suportado pelo casal.
será devida pelo prazo remanescente na data do óbito,
Mas, estão preocupados com o futuro de Eduardo,
caso não incida outra hipótese de cancelamento especialmente se eles vierem a falecer.
anterior do benefício.

CASO 3 RESOLUÇÃO
Com o conhecimento que você possui sobre a legislação
previdenciária, Eduardo terá direito à pensão por morte “Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto
caso José e/ou Luzia venham a falecer? dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
Qual é a posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça (...)
no caso de pensão por morte para menor sob guarda?

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RESOLUÇÃO

1ª Classe: cônjuge, companheiro (a) e filho, não emancipado, de


Lei nº 8.213/91 – Art. 16...
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que possui
§2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho
deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.
mediante declaração do segurado e desde que comprovada a
dependência econômica na forma estabelecida no
DEPENDENTES 2ª Classe: os pais.
Regulamento.
3ª Classe: o irmão, não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 anos ou inválido ou que possui deficiência Não há previsão na legislação previdenciária para que o
intelectual ou mental ou com deficiência grave. menor sob guarda judicial seja enquadrado como dependente
do RGPS.

• Posição recente do STJ:


CASO 4
“O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de
pensão por morte do seu mantenedor, comprovada sua Leonardo e Clarissa foram casados por 05 anos e se
dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do divorciaram em 03/05/2015.
Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do Clarissa renunciou ao direito de receber pensão alimentícia e
instituidor da pensão seja posterior à vigência da Medida o divórcio foi homologado.
Provisória nº. 1.523/96, reeditada e convertida na Lei nº. Em 2017, como Clarissa não conseguia trabalho e não tinha
9.528/97. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei condições de se manter, Leonardo passou a depositar a
especial do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. quantia de R$ 2.500,00 todo mês na conta corrente de sua ex-
8.069/90), frente à legislação previdenciária. REsp 1.411.258- esposa e a pagar-lhe plano de saúde.
RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Seção, DJ
11/10/2017, DJe 21/02/2018. (Tema 732 – Informativo nº
619).

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CASO 4
Considerando que Leonardo era segurado da previdência social,
tendo falecido em 04/01/2019, Clarissa requereu o benefício RESOLUÇÃO
de pensão por morte na agência do INSS.
O benefício foi indeferido sob o motivo de perda da qualidade
de dependente, vez que a requerente não teve direito à pensão
alimentícia com o divórcio.
Diante do caso apresentado, disserte sobre a decisão proferida
pelo INSS, se correta ou não, à luz da legislação previdenciária e
da jurisprudência. Justifique a sua resposta.

PENSÃO POR MORTE - BENEFICIÁRIOS


PENSÃO POR MORTE
1ª Classe: cônjuge, companheiro(a) e filho não
Art. 74, Lei nº 8.213/91: emancipado de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido ou que tenha deficiência
“A pensão por morte será devida ao conjunto dos
intelectual ou mental ou com deficiência grave.
dependentes do segurado que falecer, aposentado
DEPENDENTES 2ª Classe: os pais.
ou não (...)”
3ª Classe: o irmão não emancipado de qualquer
condição, menor de 21 anos ou inválido ou que
tenha deficiência intelectual ou mental ou com
deficiência grave.

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DEPENDENTES
Súmula nº 336, STJ: A mulher que renunciou aos
Art. 17. A perda da qualidade de dependente alimentos na separação judicial tem direito à
ocorre: pensão previdenciária por morte do ex-marido,
I - para o cônjuge, pela separação judicial ou comprovada a necessidade econômica
divórcio, enquanto não lhe for assegurada a superveniente.
prestação de alimentos, pela anulação do
casamento, pelo óbito ou por sentença judicial
transitada em julgado;

CASO 05 CASO 05
Pedro foi empregado da empresa TX LTDA há mais de 35 Inconformado com a decisão administrativa, Pedro ingressou
anos e teve sua aposentadoria por tempo de contribuição com ação perante a Vara do Juizado Especial Federal de sua
concedida em 03/05/2017. cidade, pleiteando a concessão do referido acréscimo desde a
Recebia regularmente o benefício quando, em data da entrada do requerimento administrativo.
novembro/2017 foi acometido de uma doença grave que fez
paralisar os membros inferiores. Passou a necessitar de Após a citação, o réu, por meio da Procuradoria Geral Federal,
assistência diária de cuidadores e, por isso, requereu a apresentou contestação e requereu a improcedência do
concessão de acréscimo de 25% sobre o valor da sua pedido do autor.
aposentadoria. O INSS negou seu pedido por falta de
previsão legal.

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CASO 05
RESOLUÇÃO
Você, como analista judiciário, analise a situação e responda,
justificando sua resposta:
Deve o pedido de João ser julgado procedente?
Qual é a posição do STJ sobre o tema e o do STF?

1. Abrangência da norma do artigo 45 da Lei nº 8.213/1991 - Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado
acréscimo que só se aplica à aposentadoria por invalidez: que necessitar da assistência permanente de outra pessoa
será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
O adicional de 25% na aposentadoria por invalidez está
previsto no artigo 45 da Lei nº 8213/91. Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
A leitura do dispositivo permite concluir que para o segurado a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o
ter direito ao adicional de 25% somente pode estar limite máximo legal;
aposentado por invalidez, inexistindo previsão legal para a b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem
concessão em outra modalidade de benefício. for reajustado;
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo
incorporável ao valor da pensão.

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STJ - RECURSO REPETITIVO 22/08/2018


Extensão do acréscimo às demais aposentadorias
A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Adicional de 25% deve ser pago a todo aposentado que
Juizados Especiais Federais - TNU, por 6 votos a 5, estendeu o precise da ajuda permanente de terceiros
auxílio-acompanhante à aposentadoria por idade: A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
“TNU fixa tese para concessão de 25% aos aposentados por seguindo o voto-vista da ministra Regina Helena Costa, que
idade que dependem de assistência permanente de outra lavrará o acórdão, decidiu por maioria de cinco a quatro que,
comprovada a necessidade de auxílio permanente de
pessoa terceira pessoa, é devido o acréscimo de 25% em todas as
Publicação: 17/03/2015 Processo nº 0501066- modalidades de aposentadoria pagas pelo Instituto Nacional
93.2014.4.05.8502”. do Seguro Social (INSS). A assistência é prevista no artigo
Este entendimento da TNU foi confirmado na sessão de 18 45 da Lei 8.213/1991 apenas para as aposentadorias por
de fevereiro de 2016, no julgamento do processo 5000107- invalidez e se destina a auxiliar as pessoas que precisam da
25.2015.4.04.7100. ajuda permanente de terceiros.

Ao julgar recurso repetitivo (Tema 982) sobre o - STF suspende todos processos sobre extensão do
assunto, a seção fixou a seguinte tese: auxílio-acompanhante garantida pelo STJ.

"Comprovada a necessidade de assistência INSS conseguiu decisão na 1ª turma ao relatar


permanente de terceiro, é devido o acréscimo de impacto de R$ 7,5 bilhões ao ano com a extensão do
25%, previsto no artigo 45 da Lei 8.213/1991, a benefício.
todas as modalidades de aposentadoria.”
Terça-feira, 12 de março de 2019

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O ministro Fux ponderou no voto que o STJ, a mercê


A 1ª turma do STF suspendeu todos os processos da grave crise da Previdência, criou esse percentual
individuais ou coletivos, em qualquer fase, que de benefício. Para o relator, o caso é “peculiar e
versem sobre a extensão do auxílio-acompanhante grave”.
para os segurados aposentados por invalidez às “Todo o fundamento do acórdão do TRF e do STJ ao
demais espécies de aposentadoria do regime geral invés de se basearam no art. 45, pura e
da Previdência Social. simplesmente, se utilizaram de princípios
normativos da Constituição, como a dignidade da
pessoa humana e a isonomia.”

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ CASO 6


Josué, desempregado há 06 meses após ter trabalhado numa
Em termos de repercussão econômica, a informação empresa por 15 anos, envolveu-se com o tráfico de
do Ministério da Fazenda é no sentido de que essa entorpecentes e foi preso em fevereiro de 2019.
utilização imoderada desse adicional leva a Cumprirá pena em regime fechado por 09 anos, deixando sua
benefício de R$ 7,15 bilhões ao ano, no ano em que esposa de 30 anos e seu filho de 05 anos em dificuldade
se discute a reforma da Previdência. Realmente essa financeira. Seu casamento já perfaz o total de 10 anos e sua
benesse judicial me pareceu extremamente esposa é aposentada por invalidez.
exagerada.”
Processo: Pet 8.002

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CASO 6 CASO 6
A última contribuição de Josué teve como base de Terão os dependentes de Josué direito ao benefício de auxílio-
reclusão, visto que ficaram sem condições de manter o seu
cálculo valor igual ao limite máximo do salário de sustento?
contribuição.
Analise o caso e responda à luz da legislação previdenciária
Mas, no momento que foi recolhido à prisão não vigente no momento do recolhimento à prisão.
contribuía para a previdência social. A média dos
salários de contribuição apurados no período de doze
meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão de
Josué é igual a R$ 1.000,00.

RESOLUÇÃO § 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se segurado de


Art. 80, Lei nº 8.213/91: baixa renda aquele que, na competência de recolhimento à
prisão tenha renda, apurada nos termos do disposto no § 4º,
O auxílio-reclusão será devido nas condições da pensão por de valor igual ou inferior àquela prevista no art. 13 da Emenda
morte, respeitado o tempo mínimo de carência estabelecido no Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, corrigido
inciso IV do caput do art. 25, aos dependentes do segurado de pelos índices aplicados aos benefícios do RGPS.
baixa renda recolhido à prisão em regime fechado, que não
receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de § 4º A aferição da renda mensal bruta para enquadramento
auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade, do segurado como de baixa renda ocorrerá pela média dos
aposentadoria ou abono de permanência em serviço. salários de contribuição apurados no período de doze meses
anteriores ao mês do recolhimento à prisão.

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Valor estabelecido como baixa renda para o ano de


1ª Classe: cônjuge, companheiro(a) e filho não
2019 – Portaria ME nº 09/2019: R$ 1.364,43 emancipado de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido ou que tenha deficiência
➢ no caso do auxílio-reclusão a média dos salários de intelectual ou mental ou com deficiência grave.
contribuição apurados no período de doze meses
DEPENDENTES
anteriores ao mês do recolhimento à prisão deverá 2ª Classe: os pais.
ser inferior ou igual a R$ 1.364,43. 3ª Classe: o irmão não emancipado de qualquer
condição, menor de 21 anos ou inválido ou que
tenha deficiência intelectual ou mental ou com
deficiência grave.

De acordo com a legislação previdenciária, os


dependentes de Josué terão direito ao benefício de 3 – José havia cumprido a carência mínima de 24
auxílio-reclusão porque:
contribuições mensais;
4 – Preso em regime fechado;
1 – Josué pode ser considerado segurado de baixa
renda; 5 – quando preso era segurado do RGPS e vai
2 – a média dos salários de contribuição apurados no continuar nessa continuação por até 12 meses após
período de doze meses anteriores ao mês do o livramento.
recolhimento à prisão de Josué é inferior ao fixado por
Portaria do Ministério da Economia como de baixa
renda.

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CASO 7
• A esposa terá direito ao benefício de auxílio-reclusão Geraldo trabalhou por 25 anos exposto ao agente nocivo ruído
até cessar sua invalidez, caso não ocorra antes outra acima de 85 db, de forma permanente, não ocasional e nem
causa de cessação do benefício. intermitente.
Requereu aposentadoria especial perante o INSS, mas teve seu
• O filho receberá o benefício de auxílio-reclusão até pedido negado. O perfil profissiográfico previdenciário – PPP e
completar 21 anos, caso não ocorra antes outra causa o laudo técnico das condições ambientais do trabalho – LTCAT
informaram que houve a utilização de EPI eficaz, capaz de
de cessação do benefício. reduzir a exposição ao ruído a 83 db.

• Dividirão em partes iguais o valor do benefício.

CASO 7 Aposentadoria Especial


Diante do caso apresentado e de acordo com o Lei 8.213/91:
que dispõe a legislação previdenciária e o
posicionamento da jurisprudência superior,
responda de maneira fundamentada: “Art. 57. A aposentadoria especial será devida,
uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao
a) O ato do INSS foi correto? segurado que tiver trabalhado sujeito a condições
b) Tem possibilidade de Geraldo reverter a especiais que prejudiquem a saúde ou a
situação com o ingresso de ação judicial? integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos,
conforme dispuser a lei.”

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Art. 57. ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL


§ 3º A concessão da aposentadoria especial
dependerá de comprovação pelo segurado,
perante o Instituto Nacional do Seguro Social–
INSS, do tempo de trabalho permanente, não
ocasional nem intermitente, em condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante o período mínimo TEMPUS REGIT ACTUM
fixado.

Súmula nº 09, TNU: O uso de Equipamento de Com relação ao posicionamento do Supremo


Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a Tribunal Federal (ARE 664335/SC – STF),
insalubridade, no caso de exposição a ruído, não continua prevalecendo a tese que já vinha
descaracteriza o tempo de serviço especial sendo adotada pela TNU na Súmula nº 09.
prestado.

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EFICÁCIA DO EPI – ENTENDIMENTO DO STF


2ª TESE (STF): “Na hipótese de exposição do
1ª TESE (STF): “O direito à aposentadoria especial trabalhador a RUÍDO acima dos limites legais de
pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a tolerância, a declaração do empregador no âmbito
agente nocivo a sua saúde, de modo que se o EPI do PPP, no sentido da eficácia do EPI, não
for realmente capaz de neutralizar a nocividade, descaracteriza o tempo de serviço especial para a
não haverá respaldo à concessão constitucional de aposentadoria” (ARE 664335 RG).
aposentadoria especial” (ARE 664335 RG).

CASO 8
O INSS agiu de forma equivocada. Maurício, 66 anos de idade, aposentado por idade com o valor
de um salário mínimo, é casado com Judite, 65 anos.
O segurado tem direito à aposentadoria O casal vive numa casa muito modesta com o filho Caio, de 20
especial. anos e que possui deficiência mental, desde o nascimento,
considerada de longo prazo.
A renda familiar é composta apenas pelo aposentadoria de
Maurício.

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CASO 8 CASO 8
Diante da situação hipotética apresentada e, considerando o c) Caso o INSS negue o benefício para Judite e Caio e eles
disposto na Lei nº 8.742/93 e na jurisprudência do STF e STJ, resolvam ajuizar ação para obterem o BPC-LOAS, quem deve
responda de modo fundamentado aos questionamentos que se figurar no polo passivo da ação, visto não se tratar de um
seguem: benefício previdenciário?
a) Considerando o disposto na LOAS, é possível que o INSS d) Caso Caio consiga receber o BPC poderá exercer atividade
conceda o BPC para Judite e Caio? remunerada sem prejuízo do recebimento do benefício?
b) Qual é o posicionamento do STJ em relação à apuração da e) Caso Judite consiga receber o BPC e faleça, poderá seu
renda familiar para a concessão do BPC/LOAS? esposo receber pensão por morte?

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de § 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é
um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os
idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto,
comprovem não possuir meios de prover a própria os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os
manutenção nem de tê-la provida por sua família. menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.

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§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação § 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da


continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal
tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.

STJ: • Estatuto do Idoso:


REsp 1797465 / SP – 21/3/2019 A Terceira Seção do STJ, ao Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos,
apreciar o REsp 1.112.557/MG, submetido à sistemática do que não possuam meios para prover sua subsistência, nem
art. 543-C do CPC/1973, firmou a compreensão de que o de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
critério objetivo de renda per capita mensal inferior a 1/4 mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei
(um quarto) do salário mínimo previsto no art. 20, § 3°, da Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº
Lei 8.742/93 não é o único parâmetro para aferir 6.214, de 2007)
hipossuficiência, podendo tal condição ser constatada por Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer
outros meios de prova. membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere a LOAS.

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No dia 10 de agosto de 2011, no julgamento da petição Em 25/02/2015: REsp 1.355.052, decidiu em repetitivo a 1ª
7.203, a 3ª Seção do STJ firmou entendimento no sentido de Seção do STJ que aplica-se o parágrafo único do art. 34 do
admitir que também o benefício previdenciário no valor de Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), por analogia, a pedido
um salário mínimo recebido por maior de 65 anos deve ser de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a
afastado para fins de apuração da renda mensal per capita fim de que benefício previdenciário recebido por idoso, no
objetivando a concessão de benefício de prestação valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo
continuada. da renda per capita prevista no art. 20, § 3º, da Lei
8.742/1993.

“(...) 4. A inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34,


parágrafo único, da Lei 10.741/2003. O Estatuto do Idoso dispõe,
no art. 34, parágrafo único, que o benefício assistencial já • Exclusão dos benefícios assistenciais recebidos por
concedido a qualquer membro da família não será computado deficientes e de previdenciários, no valor de até um salário
para fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a mínimo, percebido por idosos.
LOAS. Não exclusão dos benefícios assistenciais recebidos por
deficientes e de previdenciários, no valor de até um salário
mínimo, percebido por idosos. Inexistência de justificativa
plausível para discriminação dos portadores de deficiência em
relação aos idosos, bem como dos idosos beneficiários da
assistência social em relação aos idosos titulares de benefícios
previdenciários no valor de até um salário mínimo. (...)”
Rec. Ext. 567.985 e 580.963, julgados conjuntamente em 17 e 18
de abril de 2013

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Nas ações judiciais, a legitimidade passiva é do


INSS. Decreto n. 6.214/2007

- Ilegitimidade passiva da União. Art. 3o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS


A autarquia previdenciária teve a delegação da é o responsável pela operacionalização do Benefício
União para processar os requerimentos de BPC- de Prestação Continuada, nos termos deste
LOAS. Regulamento.
Cuida da concessão, manutenção, revisão e
cessação do benefício.

Lei nº 8.742/1993
Lei nº 8.742/1993
§ 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade
Art. 21-A. O benefício de prestação empreendedora de que trata o caput deste artigo e, quando
for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-
continuada será suspenso pelo órgão desemprego e não tendo o beneficiário adquirido direito a
concedente quando a pessoa com deficiência qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a
exercer atividade remunerada, inclusive na continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem
necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação
condição de microempreendedor individual. da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim,
respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21.

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Lei nº 8.742/1993 Lei nº 8.742/1993


Art. 20
§ 2o A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz § 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser
não acarreta a suspensão do benefício de prestação acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito
continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento da seguridade social ou de outro regime, salvo os da
concomitante da remuneração e do benefício. assistência médica e da pensão especial de natureza
indenizatória.

“(...) 1. O benefício de renda mensal vitalícia, instituído pela CASO 9


Lei nº 6.179/74 e posteriormente substituído pela Lei nº Ricardo estava empregado no Supermercado ABC Ltda, em
8.742/93, é inacumulável com qualquer benefício Porto Alegre, há 03 meses, quando sofreu um acidente de
previdenciário, ressalvado o direito à opção. 2. Havendo moto. Terá que se afastar do trabalho por 04 meses, no
elementos que permitam o entendimento de pretensão de mínimo, para se recuperar.
conversão de amparo assistencial em aposentadoria rural Está preocupado com a situação porque acha que não terá
por idade, esta sim, cumulável com pensão por morte de direito a benefício previdenciário, vez que conta com apenas 03
rurícola, impõe-se a reabertura da instrução probatória, para contribuições ao RGPS.
melhor aplicação do direito à espécie. (...)” (TRU 1ª Região, Diante do caso apresentado, responda aos questionamentos
processo 0031222-68.2007.4.01.3300, de 10/4/2012). abaixo, justificando sua resposta.

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CASO 9
a) Ricardo terá direito a algum benefício previdenciário? Se
positivo, qual? RESOLUÇÃO
b) Se houver benefício devido, qual será a renda mensal inicial
e a partir de quando passará a ser devido?
c) Se no período que Ricardo estiver afastado do trabalho,
ocorrer algum evento que leve à morte, seus dependentes
terão direito à pensão por morte?

Lei nº 8.213 - art. 59: Requisitos

“O auxílio-doença será devido ao segurado Qualidade de segurado


que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar
Carência -
incapacitado para o seu trabalho ou para a
sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)
Fato gerador –
dias consecutivos.

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RENDA MENSAL INICIAL (RMI)


ISENÇÕES DE CARÊNCIA
BENEFÍCIO RMI
Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de:
a) acidente de qualquer natureza ou causa;
b)doença profissional ou do trabalho e de doenças ou Auxílio-doença 91% do salário de benefício
afecções graves especificadas em lista elaborada pelos
Ministérios da Saúde e da Previdência Social*, atualizada a
cada 03 anos, de acordo com os critérios

SALÁRIO DE BENEFÍCIO
* O valor do auxílio-doença não poderá exceder a
Para o auxílio-doença: média aritmética simples dos últimos doze salários de
➢ consiste na média aritmética simples dos contribuição, inclusive no caso de remuneração
maiores salários de contribuição variável, ou, se não alcançado o número de doze, a
correspondentes a 80% de todo o período média aritmética simples dos salários de contribuição
contributivo. existentes.

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MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE


O auxílio-doença será devido:
SEGURADO
- a partir do 16º dia da incapacidade, quando Art. 15. Mantém a qualidade de segurado,
empregado; independentemente de contribuições:

- a partir da data do requerimento, se I - sem limite de prazo, quem está em gozo


requerido após o 30º dia do afastamento da de benefício;
atividade, para todos os segurados.

CASO 10 CASO 10
Edith recebe pensão por morte de seu marido falecido no valor a) É possível reservar de cota de pensão por morte do filho enquanto
corre ação de investigação de paternidade contra o segurado?
de R$ 2.000,00.
Foi surpreendida com uma ação judicial de investigação de
paternidade de um suposto filho de seu marido. b) Como fica a situação desse filho até a sentença final para
reconhece-lo como filho do segurado?
Está preocupada em ter que dividir o benefício com o filho.
Diante da situação apresentada, responda, justificando suas c) Caso o filho seja reconhecido, terá ele direito ao benefício de
respostas. pensão por morte?

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Art. 74
§ 3º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da § 4º Julgada improcedente a ação prevista no
condição de dependente, este poderá requerer a sua
habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, § 3º, o valor retido, corrigido pelos índices
exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros legais de reajustamento, será pago de forma
dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o proporcional aos demais dependentes, de
trânsito em julgado da decisão judicial que reconhecer a
qualidade de dependente do autor da ação. acordo com as suas cotas e o tempo de
duração de seus benefícios.

CASO 11
1ª Classe: cônjuge, companheiro (a) e filho, não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que possui Jorge era empregado de um banco comercial há 30 anos e foi
deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave. demitido.
Sem boas condições financeiras, passou a contribuir pelo
DEPENDENTES 2ª Classe: os pais. regime de inclusão previdenciária com 11% sobre o valor de 01
salário mínimo. Vem contribuindo dessa forma há 05 anos.
3ª Classe: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, Agora, quer se aposentar por tempo de contribuição.
menor de 21 anos ou inválido ou que possui deficiência
intelectual ou mental ou com deficiência grave.
Diante do caso apresentado, analise se Jorge poderá ser
aposentado por tempo de contribuição.

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APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


Constituição Federal, Art. 201, § 7º, I: Carência mínima:

“É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência 180 contribuições mensais.


social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I – 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30


(trinta) anos de contribuição, se mulher. ”

RESTRIÇÃO Lei 8.212/91:


Art. 21. § 2º No caso de opção pela exclusão do
Lei 8.213/91:
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de
Art. 18... contribuição, a alíquota de contribuição incidente
3º O segurado contribuinte individual, que trabalhe por sobre o limite mínimo mensal do salário de
conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou contribuição será de:
equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na
forma do § 2º do art. 21 da Lei no 8.212/91, NÃO farão jus à
aposentadoria por tempo de contribuição. (Incluído pela LC
123/06)

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I - 11%, no caso do segurado contribuinte individual, II - 5%:


ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe por a) no caso do microempreendedor individual, de que
conta própria, sem relação de trabalho com empresa trata o art. 18-A da LC 123/06; e
ou equiparado e do segurado facultativo, observado b) do segurado facultativo sem renda própria que se
o disposto na alínea b do inciso II deste parágrafo; dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no
âmbito de sua residência, desde que pertencente a
família de baixa renda.

§ 3o O segurado que tenha contribuído na forma do § 2o deste


CASO 12
artigo e pretenda contar o tempo de contribuição Maria das Graças é professora em uma escola particular há 26
correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por anos.
tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de
contribuição a que se refere o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de Durante esse tempo dedicou-se ao ensino na educação infantil,
julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensal tendo assumido o cargo de direção da escola por 05 anos.
mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite Maria conta, hoje, com 55 anos idade, e quer se aposentar por
mínimo mensal do salário-de-contribuição em vigor na tempo de contribuição.
competência a ser complementada, da diferença entre o
percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos Clara, irmã de Maria das Graças, é médica e já contribui para o
juros moratórios de que trata o § 3o do art. 5o da Lei no 9.430, RGPS há 33 anos. Tem 52 anos de idade e também quer se
de 27 de dezembro de 1996. aposentar.

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CASO 12 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


Diante da situação apresentada, responda aos
questionamentos, fundamentando suas respostas. Constituição Federal, Art. 201, § 7º, I:
a) Maria das Graças e Clara já preencheram os requisitos para
a aposentadoria por tempo de contribuição? “É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência
b) O valor de suas aposentadorias teria a aplicação do fator social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
previdenciário?
c) Caso elas se aposentem, podem continuar trabalhando sem I – 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30
prejuízo do recebimento do benefício? (trinta) anos de contribuição, se mulher. ”

No caso dos professores que se dedicam exclusivamente ao


FATO GERADOR
ensino infantil, fundamental e médio, o tempo de
contribuição exigido para se aposentar é reduzido em 05
anos, sendo:

− 30 anos de contribuição para o professor; e


− 25 anos de contribuição para a professora.

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STF: A jurisprudência do STF é no sentido de uma vez que “as funções de direção,
que “a função de magistério NÃO se coordenação e assessoramento pedagógico
circunscreve apenas ao trabalho em sala de integram a carreira do magistério, desde que
aula, abrangendo também a preparação de exercidos, em estabelecimentos de ensino
aulas, a correção de provas, o atendimento básico, por professores de carreira,
aos pais e alunos, a coordenação e o excluídos os especialistas em educação,
assessoramento pedagógico e, ainda, a
direção de unidade escolar”,

Renda mensal inicial (RMI)


fazendo jus aqueles que as desempenham
ao regime especial de aposentadoria O valor inicial da aposentadoria por tempo
estabelecido nos arts. 40, § 5º, e 201, § 8º, de contribuição corresponde a 100% do
da CF” salário de benefício, calculado pela média
aritmética simples dos maiores salários de
(ADI 3.772/DF, Tribunal Pleno, 27/03/2009) - contribuição correspondentes a 80% de todo
(AI 455717 AgR, Segunda Turma, julgado em o período contributivo, multiplicada pelo
04/06/2013) fator previdenciário.

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O segurado que preencher o requisito para a Mulheres (soma do Homens (soma do


aposentadoria por tempo de contribuição tempo de contribuição tempo de contribuição Ano do requerimento
e da idade) e da idade)
poderá optar pela não incidência do fator
previdenciário, no cálculo de sua 86 96 2019 a 2020
aposentadoria, quando o total resultante da
soma de sua idade e de seu tempo de 87 97 2021 a 2022
contribuição, incluídas as frações, na data de 88 98 2023 a 2024
requerimento da aposentadoria, for de 89 99 2025 a 2026
acordo com a seguinte tabela: 90 100 a partir de 2027

Pode o segurado retornar à atividade remunerada


• No caso dos professores que se dedicam exclusivamente ao sem perder o benefício da aposentadoria e deverá
magistério da educação infantil, ensino fundamental e contribuir em relação à nova atividade. Se for
médio: empregado, empregado doméstico ou trabalhador
avulso poderá ter direito ao salário-família.

O aposentado que retornar a exercer atividade terá


direito ao salário-maternidade em relação à nova
atividade.

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CASO 13 Lei nº 8.213/91 – Art. 59 ...


Sebastião estava em gozo de benefício de auxílio-doença quando, ao § 2º Não será devido o auxílio-doença para o segurado
envolver-se com o tráfico de drogas ilícitas, foi preso. recluso em regime fechado.
Daí, responda: § 3º O segurado em gozo de auxílio-doença na data do
recolhimento à prisão terá o benefício
a) Sebastião, na condição de preso em regime fechado, poderá suspenso.
continuar recebendo o auxílio-doença, visto que ele continua
incapacitado para o exercício do trabalho? § 4º A suspensão prevista no § 3º será de até sessenta dias,
contados da data do recolhimento à prisão, cessado o
b) Se ele for solto logo, 30 dias após a data de sua prisão, terá direito benefício após o referido prazo.
ao auxílio-doença? § 5º Na hipótese de o segurado ser colocado em liberdade
c) Se ele continuar preso por cerca de 07 anos, terá direito de ficar antes do prazo previsto no § 4º, o benefício será
recebendo o benefício de auxílio-doença? restabelecido a partir da data da soltura.

CASO 14 Lúcia entendeu que estaria sendo lesada porque se fossem


Lúcia era empregada da empresa XYZ Porto Alegre Ltda e recebia computadas as verbas referidas, teria um aumento no seu
mensalmente o valor de R$ 2.000,00. Recebia, também, o valor de R$ salário de contribuição e, consequentemente, um aumento no
800,00 de auxílio-alimentação, R$1.000,00 de comissão sobre vendas valor de seus benefícios previdenciários.
e R$ 400,00 de auxílio-transporte, depositados em sua conta salário.
Assim, diante de toda a documentação relativa às parcelas que
Um belo dia, verificou que os dados constantes no CNIS não traziam não estavam informadas como salário de contribuição, Lúcia
todas as parcelas de salário de contribuição que lhe eram devidas. requereu ao INSS que fosse feita a alteração no CNIS dos salários
Identificou que a empresa havia declarado como sua remuneração
somente o valor de salário de R$ 2.000,00, não tendo havido
de contribuição
recolhimento de contribuição previdenciária sobre as parcelas pagas à de R$ 2.000,00 para R$ 4.200,00.
título de auxílio-alimentação, vale-transporte e comissão sobre
vendas.

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Diante da negativa da autarquia previdenciária, Lúcia ajuizou Considerando o caso acima relatado, as disposições das Leis nº
ação em face do INSS no Juizado Especial Federal de sua cidade, 8.212 e 8.213, ambas de 1991 e a
postulando a concessão judicial de obrigação de fazer, para jurisprudência do STF/STJ, responda de modo fundamentado, se
considerar os o pedido de Lúcia poderá ser julgado procedente.
valores de R$ 800,00 de auxílio-alimentação, de R$ 400,00 de
auxílio-transporte e de R$ 1000,00 de comissão sobre vendas,
como salário de contribuição.

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
Lei 8.212/91: Lei 8.212/91:
Art. 28. Entende-se por salário de contribuição: Art. 28...
I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os
em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos fins desta Lei, exclusivamente:
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os
o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua programas de alimentação aprovados
forma, inclusive gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição abril de 1976;
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na
sentença normativa forma da legislação própria;

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01/08/2019

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
STJ - AgInt no REsp 1719071 – 18/9/2018 Súmula 67 TNU
Pacífico o entendimento jurisprudencial deste Tribunal
Superior pela incidência da O auxílio-alimentação recebido em pecúnia
contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro por segurado filiado ao Regime Geral da
proporcional ao aviso prévio
indenizado em razão da natureza remuneratória, como Previdência Social integra o salário de
também sobre o auxílio-alimentação pago em pecúnia e com contribuição e sujeita-se à incidência de
habitualidade. contribuição previdenciária.

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
RE 478410/SP, Relator(a): Min. EROS GRAU 1. Pago o benefício de que se cuida neste recurso
extraordinário em vale-transporte ou em moeda, isso não afeta o
Julgamento: 10/03/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
caráter não salarial do benefício.
RECURSO EXTRORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO 2. A admitirmos não possa esse benefício ser pago em dinheiro
PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. VALE TRANSPORTE. MOEDA. sem que seu caráter seja afetado, estaríamos a relativizar o curso
legal da moeda nacional (...)
CURSO LEGAL E CURSO FORÇADO. CARÁTER NÃO SALARIAL
DO BENEFÍCIO. ARTIGO 150, I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 6. A cobrança de contribuição previdenciária sobre o valor pago,
CONSTITUIÇÃO COMO TOTALIDADE NORMATIVA. em dinheiro, a título de vales-transporte, pelo recorrente aos seus
empregados afronta a Constituição, sim, em sua totalidade
normativa. Recurso Extraordinário a que se dá provimento.

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01/08/2019

RESOLUÇÃO CASO 15
O pedido deverá ser julgado parcialmente procedente: Augusto e César mantêm união estável há 07 anos. Ambos são
segurados de baixa renda do RGPS. Augusto é empregado de
Procedente em relação às verbas de auxílio-alimentação e uma loja de calçados há 06 meses (sua primeira inscrição) e
comissão sobre vendas; César contribui como segurado facultativo há 6 anos.
Improcedente em relação à verba de vale-transporte. Adotaram uma criança de 08 anos, constando como pais na
certidão de nascimento de Clarissa.
César tem 40 anos e Augusto 25 anos de idade.

CASO 15 Lei nº 8.213/91


Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou
Diante dos dados apresentados, responda, justificando sua
obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-
resposta: maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
a) Em razão da adoção de Clarissa, os segurados têm direito de § 1º O salário-maternidade de que trata este artigo será pago
receber salário-maternidade? diretamente pela Previdência.
b) Qual seria o valor do benefício e sua duração?
c) Com a adoção de Clarissa, terão direito a salário-família? Por
que?

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01/08/2019

Salário-maternidade - Adoção ou guarda judicial para fins de


§ 2o Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe adoção: benefício será pago por 120 dias, independentemente
biológica e o disposto no art. 71-B, não poderá ser concedido o da idade da criança.
benefício a mais de um segurado, decorrente do mesmo
É indispensável que conste na nova certidão de nascimento da
processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou
criança o nome do segurado ou da segurada adotante.
companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de
Previdência Social. Em todos os casos, o salário-maternidade será pago
diretamente pela Previdência Social.

Renda mensal inicial (RMI)


Carência mínima – salário-maternidade Benefício não é calculado pela técnica de salário de benefício.
10 contribuições mensais para: CI, facultativo, segurado especial. Para o empregado = valor da última remuneração.
Para o contribuinte individual, segurado facultativo e desempregado
Isenção para: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso. = 1/12 da soma dos 12 últimos salários de contribuição, apurados em
período de cálculo não superior a 15 meses.

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01/08/2019

SALÁRIO-FAMÍLIA REQUISITOS
Baixa renda = ter salário de contribuição menor ou igual a R$
Segundo a Lei nº 8.213/91, o salário-família é devido somente 1.364,43 (Portaria ME nº 09/2019).
ao empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso
de baixa renda com filhos menores de 14 anos ou inválidos. O segurado deverá apresentar:
− a certidão de nascimento do filho ou documentação
relativa ao equiparado;
− atestado de vacinação obrigatória até os seis anos de
idade; e
− comprovação de frequência escolar a partir dos sete anos
de idade.

O salário-família não exige carência mínima de contribuições. O empregado receberá o benefício da empresa que será
Será pago: a partir da data da apresentação da documentação reembolsada quando for efetuar o recolhimento das
exigida (certidão de nascimento do filho, comprovante da contribuições previdenciárias.
frequência escolar, atestado de vacinação).
Será pago no seu valor integral, exceto nos meses de admissão A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante
e demissão do empregado e empregado doméstico. 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as cópias
das certidões correspondentes, para fiscalização da
Previdência Social.

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01/08/2019

CASO 16 CASO 16
Renato da Silva, exerce atividade agropecuária, na condição de Com os dados apresentados, responda:
produtor rural, numa área de 03 módulos fiscais na região do a) Renato, de fato, tem direito à aposentadoria por idade?
Mato Grosso do Sul, há cerca de 30 anos. b) Caso ele ajuíze ação judicial sem prévio requerimento
Exerce a atividade rural em regime de economia familiar com administrativo, como deverá ser o julgamento do seu
sua esposa e não tem empregados permanentes. pedido? Qual a posição adotada pelo STF, nesse caso?
Em 03 de junho de 2019, completou 60 anos de idade e c) Supondo que Renato tivesse 30 anos de efetivo exercício
resolveu se aposentar por idade. Com receio de ver negado o rural, mas já não mais explorasse a atividade rurícola há 10
seu pedido perante o INSS, está pensando em ajuizar ação anos, vindo completar 60 anos de idade quando já estava
judicial, sem passar pelo requerimento administrativo. “na cidade”, sem estar na qualidade de segurado na DER
terá ele direito de se aposentar por idade?

APOSENTADORIA POR IDADE


II – sessenta e cinco anos de idade, se
Constituição Federal, Art. 201, § 7º, II: homem, e sessenta anos de idade, se
mulher, reduzido em cinco anos o limite para
É assegurada aposentadoria no regime geral os trabalhadores rurais de ambos os sexos e
de previdência social, nos termos da lei, para os que exerçam suas atividades em
obedecidas as seguintes condições: regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal”.

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LEI 8.213/91 LEI 8.213/91


Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao § 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste
segurado que, cumprida a carência exigida nesta artigo, o trabalhador rural deve comprovar o
Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de efetivo exercício de atividade rural, ainda que
idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. de forma descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do
§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos benefício, por tempo igual ao número de
para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso meses de contribuição correspondente à
de trabalhadores rurais, respectivamente carência do benefício pretendido, computado
homens e mulheres, referidos na alínea a do o período a que se referem os incisos III a VIII
inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI do § 9o do art. 11 desta Lei.
e VII do art. 11.

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Art. 11, VII: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário,
possuidor, assentado, parceiro ou meeiro
outorgados, comodatário ou arrendatário
VII – como segurado especial: a pessoa física
rurais, que explore atividade:
residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia 1. agropecuária em área de até 4 (quatro)
familiar, ainda que com o auxílio eventual de módulos fiscais;
terceiros, na condição de:

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LEI 8.213/91
De acordo com o §5º, do artigo 9º, do RPS,
entende-se como regime de economia Art. 11, §7º: O grupo familiar poderá utilizar-se de
empregados contratados por prazo determinado
familiar a atividade em que o trabalho dos
ou de trabalhador de que trata a alínea g do
membros da família é indispensável à própria inciso V do caput, à razão de no máximo 120
subsistência e ao desenvolvimento (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em
socioeconômico do núcleo familiar e é períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por
exercido em condições de mútua tempo equivalente em horas de trabalho, não
dependência e colaboração, sem a utilização sendo computado nesse prazo o período de
de empregados permanentes. afastamento em decorrência da percepção de
auxílio-doença.

PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO


“(...)2. A concessão de benefícios previdenciários 4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento
depende de requerimento do interessado, não se ou manutenção de benefício anteriormente concedido,
caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser
prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, formulado diretamente em juízo – salvo se depender da
que a exigência de prévio requerimento não se confunde análise de matéria de fato ainda não levada ao
com o exaurimento das vias administrativas. conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses
casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento
3. A exigência de prévio requerimento administrativo não ao menos tácito da pretensão. (...)”
deve prevalecer quando o entendimento da
Administração for notória e reiteradamente contrário à RE N. 631.240-MG RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO
postulação do segurado.

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PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

Exige-se, em regra, o prévio requerimento Dispensa-se o prévio requerimento administrativo


administrativo como condição para a nas seguintes hipóteses:
propositura da ação judicial contra o INSS, A) Tese jurídica notoriamente rejeitada pelo INSS;
sob pena de extinção do processo sem o B) Negativa comprovada de protocolo do pedido
julgamento do mérito por carência de administrativo;
interesse-necessidade de agir. C) Nas ações de revisão de benefício previdenciário,
salvo se depender de dilação probatória a cargo do
segurado ou de seu dependente;

No caso do segurado especial, a regra do artigo 3º, §1º, da Eis a tese repetitiva firmada pelo STJ - 1ª Seção:
Lei 10.666/2003 é incompatível com o seu regime jurídico,
sendo necessária a manutenção da qualidade de segurado “tese delimitada em sede de representativo da
especial quando completada a idade mínima (60 e 55 anos controvérsia, sob a exegese do artigo 55, § 3º
de idade, homem e mulher, respectivamente) e a carência de combinado com o artigo 143 da Lei 8.213/1991, no
180 meses de exercício de atividade rural para a concessão sentido de que o segurado especial tem que estar
da aposentadoria por idade. laborando no campo, quando completar a idade
mínima para se aposentar por idade rural, momento
em que poderá requerer seu benefício.

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Se, ao alcançar a faixa etária exigida no artigo 48, § 1º, da Lei Súmula 54, TNU –
8.213/1991, o segurado especial deixar de exercer atividade
rural, sem ter atendido a regra transitória da carência, não Para a concessão de aposentadoria por
fará jus à aposentadoria por idade rural pelo idade de trabalhador rural, o tempo de
descumprimento de um dos dois únicos critérios legalmente
previstos para a aquisição do direito. Ressalvada a hipótese
exercício de atividade equivalente à carência
do direito adquirido em que o segurado especial preencheu deve ser aferido no período imediatamente
ambos os requisitos de forma concomitante, mas não anterior ao requerimento administrativo ou à
requereu o benefício”. data do implemento da idade mínima.

CASO 17
CASO 17
Flávia mantinha união estável com Natália há mais de 10 anos.
Numa discussão que tiveram, Flávia atirou em Natália, que veio Natália deixou 02 filhos do primeiro relacionamento que manteve com
a óbito. José. Maurício, de 14 anos, possui deficiência mental e Andreia, de 22
anos que estava curso de graduação em Medicina na data do óbito da
Flávia foi processada pela morte da companheira e condenada servidora.
pelo crime de homicídio doloso. A sentença judicial transitou em Diante da situação apresentada, responda às perguntas, fundamentando
julgado. as respostas.
Natália era servidora púbica há 12 anos e se orgulhava de estar
exercendo cargo público da União. Não aderiu ao regime de
previdência complementar dos servidores públicos federais.

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CASO 17 RESOLUÇÃO
1- Quem terá direito à pensão por morte de Natália? E qual a Lei nº 8.112/90:
duração do benefício?
Art. 217. São beneficiários das pensões:
I - o cônjuge;
2 – Como será calculado o valor da pensão, sabendo que II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de
Roberta não era aposentada? fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida
judicialmente;
3 – Terá incidência de contribuição previdenciária sobre os III - o companheiro ou companheira que comprove união
proventos de pensão por morte dos dependentes de Natália? estável como entidade familiar;

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica
seguintes requisitos: do servidor; e

a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; VI - o irmão de qualquer condição que comprove
b) seja inválido; dependência econômica do servidor e atenda a um dos
c) tenha deficiência grave; ou requisitos previstos no inciso IV.
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do
regulamento;

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RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
§1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:
os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos
incisos V e VI.
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado
§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o
pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado
inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI.
a morte do servidor;
§ 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho
mediante declaração do servidor e desde que comprovada
dependência econômica, na forma estabelecida em
regulamento.

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a Terá direito à pensão da servidora pública Natália apenas o
qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união filho menor de 21 anos.
estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir
benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual Como possui deficiência mental, receberá a pensão por morte
será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. até ser afastada sua deficiência, ainda que ultrapasse os 21
anos de idade.
A filha de 22 anos não terá direito à pensão por morte da
servidora porque a maioridade previdenciária do filho ocorre
quando ele completa 21 anos, não se prorrogando pela
pendência de curso universitário.

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CASO 17 RESOLUÇÃO
Lei nº 10.887/2004:
2 – Como será calculado o valor da pensão, sabendo que Natália
não era aposentada? Art. 2o Aos dependentes dos servidores titulares de cargo
efetivo e dos aposentados de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, falecidos a partir da data de
publicação desta Lei, será concedido o benefício de pensão por
morte, que será igual:

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
I - à totalidade dos proventos percebidos pelo aposentado na
II - à totalidade da remuneração do servidor no cargo
data anterior à do óbito, até o limite máximo estabelecido para efetivo na data anterior à do óbito, até o limite máximo
os benefícios do regime geral de previdência social, acrescida estabelecido para os benefícios do regime geral de
de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este limite; previdência social, acrescida de 70% (setenta por cento)
ou da parcela excedente a este limite, se o falecimento
ocorrer quando o servidor ainda estiver em atividade.

Parágrafo único. Aplica-se ao valor das pensões o limite


previsto no art. 40, § 2o, da Constituição Federal.

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RESOLUÇÃO
RESOLUÇÃO
Lei nº 10.887/2004:
Art. 5º - Os aposentados e os pensionistas de qualquer dos
3 – Terá incidência de contribuição previdenciária sobre os Poderes da União, incluídas suas autarquias e fundações,
proventos de pensão por morte? contribuirão com 11% (onze por cento), incidentes sobre o
valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões
concedidas de acordo com os critérios estabelecidos no art.
40 da Constituição Federal e nos arts. 2o e 6o da Emenda
Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, que supere
o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social.

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO

Terá direito à pensão da servidora pública Natália apenas o O valor da pensão será equivalente à totalidade da
filho Maurício. remuneração da servidora no cargo efetivo na data anterior à
Receberia a pensão por morte até completar 21 anos de idade, do óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
mas na condição de pessoa com deficiência mental, terá direito do regime geral de previdência social, acrescida de 70%
ao benefício até que seja afastada a deficiência. (setenta por cento) da parcela excedente a este limite.

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RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
Caso o dependente seja portador de doença
Incidirá contribuição previdenciária sobre o valor da incapacitante a contribuição previdenciária
pensão que superar o limite máximo estabelecido incidirá apenas sobre o valor da pensão que
para os benefícios do regime geral de previdência superar o dobro do limite máximo estabelecido
social. para os benefícios do regime geral de
previdência social.
Valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS no ano
de 2019: R$ 5.839,45

CASO 18 CASO 18
Josivaldo é Auditor Fiscal do Estado de Santa Catarina desde o Diante da situação apresentada, responda as seguintes
ano de 2001, sofrendo desde então o desconto de contribuição perguntas:
previdenciária sobre o valor total do seu salário para o regime a) existe tratamento constitucional para tal situação?
próprio de previdência dos servidores de SC.
b) existe posicionamento de Tribunal Superior?
Em 10 de fevereiro de 2019 pediu vacância do cargo de auditor
e, no mesmo dia, tomou posse no cargo de Auditor da Receita
Federal
A União e a FUNPRESP-EXE inseriram Josivaldo no novo regime
previdenciário, com limitação ao teto do RGPS nos descontos do
RPPS federal, com base em parecer da consultoria jurídica da
AGU.

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RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
desde que instituam regime de previdência complementar para 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder
os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a no que couber, por intermédio de entidades fechadas de
serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite previdência complementar, de natureza pública, que
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela somente na modalidade de contribuição definida. (Redação
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o No final do ano de 2017, em sessão administrativa, o STF se
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que posicionou: SERVIDORES DO STF ORIUNDOS DE ESTADOS E
tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do MUNICÍPIOS TÊM DIREITO AO REGIME PRÓPRIO DE
ato de instituição do correspondente regime de previdência PREVIDÊNCIA.
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de O STF decidiu que os servidores oriundos de estados, do
15/12/98) Distrito Federal e dos municípios que ingressaram no STF
depois da criação do regime complementar de previdência dos
servidores públicos e da instituição do Fundo de Previdência
dos Servidores do Judiciário da União (Funpresp-Jud) têm
direito ao regime previdenciário próprio anterior, sem limitação
ao teto do Regime Geral de Previdência Social.

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RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
A exigência é que tenham sido ocupantes titulares de cargos efetivos “Em - nenhum de seus vinte e um parágrafos, se indica, de
nos entes federativos e que não tenha havido descontinuidade no forma veemente, que esses servidores deverão ser tratados
serviço público – ou seja, desde que o servidor tenha saído do poder diferenciadamente a depender do ente federativo a que se
público local e entrado imediatamente no STF. encontrem vinculados”, afirmou. “Pelo contrário: após indicar,
O relator do processo administrativo, ministro Dias Toffoli, explicou na cabeça do artigo 40, que estava a se referir aos servidores da
que o artigo 40 da Constituição da República, ao instituir, para os União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o
servidores titulares de cargos efetivos, um regime de previdência de texto constitucional somente volta a se referir aos indivíduos
caráter contributivo e solidário mediante contribuição do ente atingidos pela norma como ‘servidores públicos’, o que permite
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, o faz, de compreender que em momento algum o legislador pretendeu
maneira indistinta, para os integrantes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
fazer distinção entre entes da Federação para esse fim.

RESOLUÇÃO
“Não se afigura nada razoável que, após diversos recolhimentos
em porcentagem sobre seu vencimento para o regime próprio
do ente de origem, o servidor dos estados, do Distrito Federal
ou dos municípios que venha a tomar posse em cargo público
no Supremo Tribunal Federal, em que pese o regramento
previsto na Constituição, veja seus proventos de aposentadoria
limitados ao teto do regime geral”, explicou. A decisão foi por
maioria.
Processo REsp 1671390 / PE RECURSO ESPECIAL 2017/0110037-8 Relator(a)
Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento 08/08/2017 Data da Publicação/Fonte 12/09/2017

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