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> Prof. Bernardo Loeb ae a, Patho wbrinc othe Imperfeigées em sélidos im (As propriedades de alguns materisis sto profundamente influenciadas pela presenga de imperfeiedes. Consequentemente ¢ importante ter conkecimento sobre os tipos de impereigces que ‘existem € o que elas representam ao afetar o comportamento dos materiais . Por exemplo; as propriedades mecanicas dos metas puros experimentam alteragdes significatives Guando estes so ligados, isto 6 quando dtomos de impurezas sto introduzidos- por exemplo, a Prata de lei 92,5% de Ag e 7,5% de Cu que é muito mais dura que a prata pura. Introdugio: Até agora tem sido admitido que em uma escala atOmica, existe uma ordem perfeita ao longo das deliberadamente moldadas pela intodugto de quantidades ou nimeros controladvs de teten ve especificos. Por “defeito cristalino” designamos uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais de suas dimensdes na ordem de um diémetro atOmico. A classificagao de imperfeigdes cristalinas é feita frequentemente de acordo com a geometria ou dimensionalidade do defeito. Varios tipos diferentes de imperfeigdes serio discutidos neste capitulo; os defeitos Pontuais, os defeitcs lineares, assim comO 0s defeitos interfaciais ou contomos de grios que sio bidimensionais, Ac impurezas nos -Defeitos Pontuais Lacunas e auto intersticiais O mais simples dos defeitos pontuais é 0 da lacuna, ou sitio vago da rede cristalina, onde um sitio aie gorrsimente deveria estar ocupado, ests com um dtomo faltando, Todos os lige, cristalinos foutém lacunas, A nevessidade da existéncia de lncunes 6 explicada utlisento oon Pritcipios da ‘ermodindmicg; essenciaimente a presenca de lacunas aumentando a entropia de um cristal, Entropia = desordem: Ontiinero de lacunas em equilibrio Nv para uma dada quantidade de material dependeda temperatura, aumentando em fungo da temperatura de acordo com a seguinteexpressé ) Nv=Nexp QUT) (1) —> Nv Nex Onde N ¢ 9 nitmero total de sitios atémicos, Qu & a enetgia necesséria para a formagao de uma lacuna, T ¢ a temperatura absoluta em graus Kelvin, eK é a : \9 a constante de Boltzmann ou dos gases que € 1,38 x 10 *¥/stomo -K on 8,62 x 10 ev/atomo-K, dependendo das unidades de Qv. essa forma o nimero de lacunas aumenta exponencialmente em fungto da temperatura, isto 6 a medida que o valor de T aumenta na equagao (1), © mesmo acontece com a expresso exp (- QwKT), Para a maioria dos metas a fraglo de lagunas Nv/N a uma temperatura imediatamente inferior & temperatura de fusto ¢ da ordem de 10-“isig, um sitio da rede eristalina em cada 10,000 sitios en’ vvagos. ‘Um auto interstical 6 um étomo do cristal que se encontra comprimido no interior de um sitio intersticil, que é um pequeno espago vazio, que sob cirscunstincias ordindrias na ocupado. Este tipo de defeito, junto com o de lacunas, esta represertado na figura abaixo. Em metais um auto intersticial introduz. distorgdes relativamente grandes na rede cristalina circunvizinha, pois o étomo € substancialmente maior do que a posiglo interstcial na qual ele esta situado. Consequentemente @ formagdo deste dafeito nao ¢ tio provavel como o da lacuns, e existe sémente em concentragbes muito reduzidas. » tome imlechicial Ex: Caleule o nimero de facunas em equilibrio por nf’ de Cu a 1000°C.A energia para a formagao de uma lacuna € de 0.9 eviétomo. Sabendo- Atomos/n? Ento o n° de lacunas é: Nv=N exp (QT) = 8,0x 10" “stomos/nt ) ) exp €0,9 ev/KT) , como estamos calculando em ey/k"é 8,62 x 10'8v e T que é 0 graus Kelvin a 1000°C, & 1000 +27 1273 °K af 3 e Logo temos, 8,0 x 10 dtomos/ni exp(@,9ev/8,62 x 10 ev/K 1273), Resolvendo a equagao acima, teremos que P ede 8,0 x io e que N € o ritmero de sitios atémicos do Cu porn as 2{ 2) Nv *2,2x 10 lacunas/in | g NY Impurezas em sélidos Um metal puro que consiste em apenas um tipo de dtomo é simplesmente impossivel,pois impurezas ou dtomos estranhos estarfio sempre presentes, e alguns iro existir como defeitos cristalinos pontuais. Na realidade mesmo com técnicas relativamente sofisticadas, é dificil refinar metais até uma pureza superior a 99,999%. Neste nivel os dtomos de impurezas estaraio presentes em cada m® do material, em uma ordem de 10” a 10° dtomos/m? Os metais mais familiares,ndo so altamente puros, 20 contrario sao ligas nas quais os atomos de impureza foram adicionados intencionalmente para conferir caracteristicas espectficas ao material. Normalmente, a formagaio de ligas é utilizada em metais para aumentar a sua resisténcia mecinica e a sua resistencia A corrosao. Por exemplo; a prata de lei é uma liga com 92,5% de Ag e 7,5% de Cu. Em condig6es de ambiente normal, a prata pura é altamente resistente a corrosio, mas muito macia, logo baixa resistencia mecnica, o que é resolvido com a adigéio de 7,5% de Cu e a formagao da liga de prata de lei, ¢ onde a resisténcia & corrosto no diminui apreciavelmente. A adigdo de Stomos de impureza a um metal iré resultar na formagao de uma solugaio solida, ou uma nova segunda fase (quando nao se misturar) , que depende dos tipos de impurezas, de suas concentragées ¢ da temperatura da liga. A presente discussi0 refere-se 4 nogdo de uma solugdo sélida, assim o tratamento da formago de uma nova fase ficara para um outro capitulo Varios termos relacionados a impurezas e solugdes sdlidas merecem ser mencionados. Com relagdo as ligas, temos 0 soluto e 0 solvente. Solvente representa 0 elemento ou o composto, que esta presente em maior quantidade, ¢ os atomos de solvente podem ser chamados de dtomos hospedeiros. E 0 termo soluto usado para indicar um elemento cu composto que esti presente em menor concentragao, Solugdes Sdlidas Uma solugdo sélida se forma quando a medida que os dtomos de soluto sdo adicionados ao material hespedeiro (solveute), a estrutura cristalina & mantida, & nenhuma nova estrutura € formada, Talvez seja titi! desenvolver uma analogia com ma solugiio liquida, Se dois liquidos sohiveis um no outro (como a agua e ¢ Alco!) 0 combinados, forma-se uma solugéio liquida a medida que as moléculas se misturam, © a sua composigéo se mantern homogénea ao longo de toda a sua extensdo, Uma solugao sélida também ¢ homogénea em termos de composigao; os &tomos de impureza esto distribuidos aleatoriamente e uniformemente no interior do sélido. Defeitos pontuais, devidos a presenga de impurezas so encontrados em solugdes sdlidas ¢ elas podem ser do tipo substitucional ou intersticial, No caso de defeitos substitucionais,os atomos do soluto ou étomos de impurezas tomam o lugar dos dtomos hospedeiros ou os substituem, figura abaixo: Existem varias caracteristicas dos dtomos de soluto e do solvente, que determinam 0 grau o qual o primeiro se dissolve no segundo, que sao estes: 1) Fator do tamanho atémico: Quantidades apreciaveis de um soluto podem ser acomodadas neste tipo de solugao solida, sémente quando a diferenga dos raios atémicos do soluto ¢ do solveate for menor que 15%. De outra forma, os étemos de soluto iro criar distorgdes substanciais na rede cristalina e uma nova fase ir se criar. 2) Estrutura cristalina: Para que a solubilidade dos sélidos seja apreciavel, as estruturas cristalinas para os metais de ambos os tipos de tomos devem ser os mesmos 3) Eletronegatividade: Quanto mais eletro positive for um metal ¢ mais eletro negativo o outro, maior é a tendéacia que cles venham a formar um composto intermetélico, em lugar de uma solugdo sélida substituciona! 4) Valéncias: Sendo iguais todos os demais fatores, um metal tera uma maior tendéncia de dissolver um outro metal de maior valencia do que um de menor valencia. O cobre ¢ o niquel formam um exemplo de solugo sélida substitucional. Esses dois elementos so completamente soliveis um no outro, em qualquer proporgao. Com relagdo as regras mencioaadas anteriormente, que governam o grau de solubilidade 5 Deve-se mencionar que os quatro ramos acima mencionados sao fortemente interligados. Por ex; os tratamentos termomecdnicos séo decorrentes de uma combinagao de I e I. A conceituagao fenomenologica significou um grande avango, na medida em que ela considera que os fendmenos fundamentais como difusdo, deformagio plastica, diagrama de fases, e termodinamica dos sélidos sao similares nos metais e ligas como um todo.Nos curriculuns de eng. Metalirgica, as disciplinas do tipo metalografia e tratamento térmico dos metais ferrosos e dos metais n&o ferrosos, siderurgia e metalurgia extrativa dos metais convivem com as disciplinas fenomenolégicas como diagrama de fases cristalografia, difragdo de raios X, transferéncias de fases, fisico quimica metalirgica e corrosio. Segundo uma definigao deciéneia dos materiais, temos que: “A_ciéncia dos materiais se ocupa com as relacSes entre _as_propriedades ¢ as ai iS. A microestrutura dos materiais cristalinos é na maioria dos casos constituidas de fases cristalinas como contomos de grios, contornos de sub-griios, contornos de maclas, defeitos de empilhamento, interfaces, discordancias e defeitos puntiformes. Muitas propriedades como limite de escoamento, limite de resisténcia, tenacidade a fratura, resisténcia ao desgaste e resisténcia 4 corrosdo sao fortemente dependentes da microestrutura, Outras propriedades como ponto de fusio, médulo de elasticidade, densidade e ceficiente de dilatagio térmica, so fracamente dependentes da microestrutura. Estas propriedades sio mais dependentes da distribuigio eletrénica, do tipo de ligago quimica predominante e da estrutura cristalina. A partir deste momento, passaremos a estudaras caracteristicas gerais dos metais, iniciando-sepela estrutura metélica. ie Binliografia consultada: Ciéncia e Engenharia dos Materiais — Autor —William D. Callister,Jr Princfpios de Ciéncia e Engenharia dos Materiais ~ William F. Smitth

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