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1 Atos administrativos .. 1.1 Introdugao. 12 Conceito... 1.3 Conceitos relacionados... 14° Atributos.. 1.5 Requisitos, elementos ou aspectos de validade.. 1.6 Classificagéo.. 1.7 Espécies de atos administrativos 1.8 — Extingéio dos atos administrativos.. Resumo. Questdes de fixac3o Questées comentadas na aula... Gabarito... Referéncias .... au Awn ld meus amigos e minhas amigas. Nesta aula, vamos estudar o seguinte tema: 6 Ato administrativo: conceito; requisitos - perfeicio, validade e eficdcia; atributos; nulidades e sanatéria; exting3o e desfazimento; classificago, espécies e exteriorizacao; atos vinculados e atos discriciondrios; mérito. E isso ai, bons estudos! WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 1 ATOs ADMINISTRATIVOS 1.1 INTRODUGAO O exercicio da funcao executiva da Administrag3o Publica se expressa por meio de uma espécie de ato juridico denominada de ato administrativo. Portanto, o ato administrative é uma espécie do género ato juridico. O antigo Cédigo Civil (1916) denominava de ato juridico o “ato licito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos”. Contudo, 0 novo Cédigo Civil (2002) nao apresenta mais essa definicdo, alinhando-se, portanto, & doutrina moderna’. Nessa linha, 0 ato juridico € a manifestaggo unilateral humana voluntaria que possui uma finalidade imediata — ou direta — de produzir determinada alterag3o no mundo juridico.” Na teoria geral do direito, podemos definir como fato juridico em sentido amplo — fato juridico lato sensu — 0 elemento que dé origem aos direitos dos sujeitos, impulsionando a criacdo da relagdo juridica, concretizada pelas normas juridicas®. Em termos mais simples, é todo acontecimento que possui algum significado para o direito, 0 fato juridico lato sensu abrange: a) fato juridico em sentido estrito — é 0 acontecimento independente da vontade humana, que produz efeitos juridicos. Por exemplo, nascimento, maioridade, decurso do tempo, catdstrofe natural que ocasiona a destruicSo de bens, etc.; b) ato juridico — é 0 evento, dependente da vontade humana, que possua a finalidade de realizar modificagBes no mundo juridico. Nao nos interessa aprofundar o conceito de ato juridico, uma vez que o seu estudo cabe a outras disciplinas. Sabe-se, pois, que ele possui diversas classificagdes e que seu conceito nao é unanime na doutrina. Para a nossa aula, contudo, vamos interpreté-lo como manifestacdo da vontade humana unilateral (por exemplo, promessa de recompensa, uma oferta de aces de uma sociedade anénima, a assinatura de uma nota promisséria), seguindo os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, deixando 0 vocébulo “contrato” para expressar os vinculos juridicos que dependem da manifestagao de vontade de mais de uma pessoa para se aperfeigoar. A partir dai, podemos concluir que 0 ato administrative € uma espécie especifica de ato juridico, caracterizando-se, principalmente, pela finalidade publica. Fato juridico em sentido estrito Fato juridico em sentido amplo | * Para a doutrina moderna, ndo ha mais a necessidade de um objetivo especifico ~ “adquirr, resquardar, transferir, modlificar, € extinguir direitos" -, basta que exista a finalidade de produzir efeitos no mundo juridico (e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 101). Todavia, alguns autores, como Hely Lopes Meirelles (2014, p. 159), preservam, no conceito de ato administrative — conforme veremos adiante -, 0s objetivos especificos previstos no antigo Cédigo Civil. ? Alexandrino e Paulo, 2011. * Diniz, 2012, p. 557. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 1.2 CoNcEITO De acordo com Hely Lopes Meirelles, 0 conceito de ato administrativo é fundamentalmente o mesmo do ato juridico, diferenciando-se por ser uma categoria direcionada & finalidade publica. José dos Santos Carvalho Filho, por outro lado, apresentando uma diferenciaco mais completa, aduz que existem trés pontos fundamentais para a caracterizac3o do ato administrativo: a) € necessério que a vontade emane de agente da Administracdo Publica ou de alguém dotado das prerrogativas desta; b) seu contetido ha de propiciar a produgo de efeitos juridicos com fim publico; c) toda a categoria de atos deve ser regida basicamente pelo direito piiblico. © primeiro ponto € que os atos administrativos devem ser praticados por um agente da Administrag3o Publica (como um servidor piblico) ou por aqueles que estdo dotados das prerrogativas publicas. Dessa forma, os atos administrativos também podem ser praticados por particulares que tenham recebido do Estado, por delegacio, o dever de executé-los, ou seja, os particulares investidos da fungo publica. £ isso que ocorre na concessao, permissdo e autorizac3o de servio publico. No entanto, 0 ato administrativo sé ocorre quando a Administrago Publica ou os particulares estejam atuando com o fim de atender a uma finalidade publica. Neste caso, é necessario que eles estejam investidos das prerrogativas do regime-juridico administrative, agindo em situagdo de verticalidade perante o administrado. Por conseguinte, como o ato administrative ocorre no exercicio das fungdes publicas, eles s3o executados com predominio do direito puiblico. Nesse contexto, podemos analisar as definicdes de alguns de nossos principais doutrinadores: José dos Santos Carvalho Filho: “...] @ exteriorizagéio da vontade de agentes da Administracéo Publica ou de seus delegatarios, nessa condigéo, que, sob regime de direito publico, vise & producto de efeitos juridicos, com o fim de atender ao interesse ptiblico Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “[..] pode-se definir ato administrativo como a declarago do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos juridicos imediatos, com observéncia da lei, sob regime juridico de direito puiblico e sujeita a controle pelo Poder Judicidrio.” Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo é toda manifestagéo unilateral de vontade da Administragéo Publica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigacées aos administrados ou a si propria.” Celso Ant6nio Bandeira de Mello: “Declaragiio do Estado (ou de quem Ihe faca as vezes - como, por exemplo, um concessionério de servigo ptblico), no exercicio de prerrogativas publicas, manifestada mediante providéncias juridicas complementares da lei a titulo de Ihe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por érgaos jurisdicional.” Apesar de alguns pontos divergentes, 0 conceito de ato administrativo, em geral, envolve: a) _manifestaco ou declara¢ao unilateral: Os atos administrativos sdo unilaterais, pois representam apenas a manifestag3o de vontade do Estado. Nesse aspecto, os atos administrativos diferenciam-se dos contratos, pois estes s30 manifestacdes bilaterais de vontade. Por exemplo: quando uma autoridade aplica uma multa de transito, esta é a declaragio da vontade do Estado, que est coibindo uma infrac3o administrativa, pouco importante a vontade do particular que estd sendo multado (certamente, quem recebe uma multa no queria ser multado, rsrs). b) da vontade da Administracao Publica Precisamos destacar dois pontos aqui: a manifestagdo de vontade pode ser de toda a Administragao Publica, n3o sé do Poder Executivo. Assim, o Legislativo e o Judicidrio, quando exercem a fungéo administrativa, também praticam atos administrativos. Isso ocorrera sempre que 0 Judiciario e o Legislativo praticarem atos de gestio do seu patriménio (ex.: licitagdes), ou de gestio de seus recursos humanos (ex.: nomeagao de um servidor). Por exemplo: quando o presidente de uma casa legislativa aplica uma sanc3o disciplinar a um agente publico, ele estard praticando um ato administrativo. No entanto, quando esses poderes agem no exercicio de suas fungdes tipicas (Legislativa e Judicidria), estar3o praticando atos legislativos e judiciais, respectivamente. Dessa forma, devemos saber que o exercicio da atividade estatal engloba trés tipos de atos inconfundiveis entre (i) atos legislativos (elaboracao de normas primérias); (ii) atos judiciais (exercicio da jurisdicio, resolvendo litigios — “disputas” — de forma definitiva); (ili) atos administrativos (exercicio da atividade administrativa).. <) _ oude particulares no exercicio das prerrogativas publicas: Eventualmente, particulares também podem praticar atos administrativos, desde que estejam investidos da funclo publica. Por exemplo: quando um motorista de uma concessionéria de servisos publicos determina que algumas pessoas desembarquem de um énibus coletivo, por estarem prejudicando a prestacao do servico, tal motorista estard investido das prerrogativas piiblicas. d) objetivo direto de produzir efeitos juri WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Os atos administrativos devem produzir efeitos juridicos, ou seja, so medidas que causam um impacto no direito. Vejamos alguns exemplos: 0 ato de nomeacio gera 0 direito ao servidor de tomar posse em cargo puiblico; a aplicagao de suspenséo disciplinar gera 0 efeito de impedir que o servidor exerga as suas funcées por determinado periodo e, ainda, fique alguns dias sem direito percepgio de sua remuneraco; a aplicaglo de uma multa gera um débito (divida) do multado perante a Administrag3o; veremos, no entanto, que alguns atos administrativos nao produzem efeitos juridicos imediatos, como as certidées e os atestados, motivo pelo qual sio atos administrativos em sentido formal, mas no em sentido material (vamos explicar isso logo adiante).. e) _finalidade o interesse publico: Todo ato administrativo deve ter por fim o interesse publico. Se for praticado com finalidade diversa (por exemplo: por fins meramente pessoais), 0 ato ter um vicio de finalidade (desvio de finalidade), motivo pelo qual seré nulo. f) regime juridico de direito public Os atos administrativos s3o praticados numa situacSo de verticalidade entre a Administraco e o particular, em virtude do principio da supremacia do interesse piiblico sobre o particular. Por esse motivo que os atos gozam, em alguns casos, de atributos especiais, como a autoexecutoriedade e a imperatividade. Deve-se anotar, porém, que é imprescindivel que a Administrac3o esteja agindo “na qualidade de Poder Piblico”. Se, por outro lado, a Administrago estiver agindo “como se fosse um particular”, ai no estaremos diante de atos administrativos. Por exemplo: quando um banco ptiblico atua no mercado, concedendo empréstimos a seus clientes, ele ndo estaré agindo na qualidade de Poder Publico, pois esta relac3o em nada se diferencia daquela que os bancos privados firmam com os seus clientes. Por outro lado, quando o banco piblico promove uma licitag3o publica, para assegurar o principio da isonomia, os atos praticados ao longo do procedimento licitatério serio atos administrativos (como a inabilitac3o ou habilitac3o dos licitantes). 8) controle do Poder Judiciario: Vigora no Brasil o principio da inafastabilidade da tutela jurisdico, que dispdes que a lei nao poderd afastar do Poder Judiciario a apreciaclo de les3o ou de ameaca de direito (CF, art. 52, Com efeito, todos os atos administrativos esto subordinados as leis, logo séo passiveis de controle de legalidade. Nessa linha, todos os atos administrativos esto sujeitos 4 controle judicial, sejam atos vinculados ou discricionarios. Neste ultimo caso, todavia, 0 Judicidrio néo poderé controlar o mérito do ato, assunto que vamos explicar com detalhes logo mais. (oo e eles} Ato juridico = ato juridico é 0 evento, dependente da vontade humana, que possua a WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 finalidade de realizar modificagSes no mundo juridico = ato administrative é espécie de ato juridico, porém praticado com fim publico = Administraco (todos os Poderes — funo administrativa) ou delegatarios Ato administrative" "8ime juridico de direito piiblico * producdo de efeitos jui ediatos * controle do Poder Judiciario 1.3 CONCEITOS RELACIONADOS 1.3.1 Atos da Administragao Nem todo ato praticado pela Administracdo Publica € ato administrativo, jé que alguns atos ndo gozam das caracteristicas dos atos administrativos .Por isso, a doutrina utiliza a expresso atos da Administracao para se referir a todos os atos oriundos da Administraco Publica. Nesse contexto, ato da Administraco é um género, que comporta diversas espécies, sendo uma destas os atos administrativos. Segundo Maria Di Pietro, sdo atos da Administracao: a) os atos de direito privado, como a doacio, permuta, compra e venda, locaco; b) 0s atos materiais da Administracio, que néo contém manifestagdo de vontade, mas que envolvem apenas execucio, como a demolicio de uma casa, a apreensio de mercadoria, a realizacio de um servico ¢)_ 0s chamados atos de conhecimento, opiniGo, julzo ou valor, que também no expressam uma vontade € que, portanto, também no podem produzir efeitos juridicos; € 0 caso dos atestados, certiddes, pareceres, votos; d) os.atos politicos, que esto sujeitos a regime juridico-constitucional; e) oscontratos f) 0s atos normativos da Administragio, abrangendo decretos, portarias, resolugdes, regimentos, de efeitos gerais e abstratos; g) os atos administrativos propriamente ditos. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Atos da Administracao ee eM ew Rng Teen ase 1.3.2 Fatos administrativos Este é um tema bem controverso, uma vez que os principais doutrinadores apresentam conceitos diferentes para fato administrativo. Basicamente, fato administrativo pode ter trés sentidos: a) atividade material decorrente de um ato administrativo b) atuacSo administrativa que produz efeitos juridicos indiretamente c) evento da natureza que produz efeitos juridicos ‘Atividade material | —} Decorrente de um ato administrative ‘Atuagao sem o fim de produzir efeitos juridicos: } 4 Produz efeitos juridicos indiretamente Evento da natureza || roduz efeitos juridicos Em uma primeira andlise, 0 fato administrative tem o sentido de atividade material no exercicio da funcao administrativa, que visa a efeitos de ordem pratica para a Administrac3o. S40 exemplos a apreensio de mercadorias, a dispersiio de manifestantes, a limpeza de uma rua. Muitas vezes, o fato administrativo é a consequéncia de um ato administrativo, ou seja, é a operacdo material do ato administrativo. Dessa forma, apés o Estado manifestar a sua vontade, cumpre o dever de executé-la. Por exemplo, a demolicao de um prédio (atividade material — fato administrativo) é resultante da ordem de servico da administracao (manifestagao da vontade - ato administrativo); a edicio de um decreto (ato administrative) pode ter como consequéncia a desapropriac3o de um bem particular (fato administrativo).* Assim, muitas vezes teremos o fato administrativo como a operagio material de um ato administrativo. Entretanto, hd fatos administrativos que nao decorrem de um ato administrativo. Alguns decorrem das chamadas condutas administrativas, isto é, as agdes da Administraco nao formalizadas em um ato administrativo. Por exemplo, a mudanga de um departamento de local no é, por si sé, um ato administrativo. Entretanto, representa uma atuac3o material da Administracao. Exemplos retirados de Alexandrino e Paulo, 2011, p. 419. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Além disso, existem os atos materiais que decorrem dos fendmenos naturais que repercutem na esfera da Administracio. Como exemplos, podemos citar um raio que vier a destruir um bem piiblico ou, ento, uma enchente que inutilizar equipamentos puiblicos. Assim, a partir dos ensinamentos de José dos Santos Carvalho Filho, podemos constatar que os fatos administrativos se subdividem em dois grupos: voluntarios e naturai Os fatos administratives voluntarios podem se materializar por duas maneiras (a) por atos administrativos, que formalizam a providéncia desejada pelo administrador por meio da manifestagao da vontade; (b) por condutas administrativas, que refletem os comportamentos e as aces administrativas. Por outro lado, os fatos administrativos naturais séo aqueles que se originam de fenémenos da natureza, cujos efeitos venham a refletir na orbita administrativa. (a) Os que decorrem de atos administrativos (b) Os que decorrem de condutas Fatos administrativos administrativas Decorrem de fenémenos da natureza Numa segunda definiclo, apresentada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, os fatos administrativos so quaisquer atuagdes da Administragdo que produzam efeitos juridicos, sem que esta seja a sua finalidade imediata. Essas atuagdes nao correspondem a uma manifestacio de vontade da Administracao, porém trazem consequéncias juridicas. Os autores citam como exemplo a colisdo de um veiculo oficial da Administrac3o Publica dirigido por um agente pubblico, nesta qualidade, e um veiculo particular. No caso, a colisdo resultou de uma atuacdo administrativa e produzird efeitos juridicos, porém no se trata de ato administrativo, pois nfo ocorreu uma manifestaco de vontade com a finalidade de produzir efeitos juridicos. Logo, trata-se de um fato administrativo. A atuagio administrativa gerou consequéncias juridicas, todavia néo podemos falar de ato administrativo, j4 que ndo houve manifestacao de vontade direcionada a produzir esses resultados. Uma terceira aplicagdo vem dos ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a doutrinadora, o ato é sempre imputavel ao homem, enquanto o fato decorre de acontecimentos naturais, que independem do homem ou dele dependem apenas indiretamente. Um exemplo de fato € a morte, que é algo natural.” Quando um fato corresponde a algum efeito contido em norma legal, ele é um fato juridico, pois produz efeitos no Direito. Se este fato produzir efeito no Direito Administrativo, trata-se de um fato administrativo. A morte de um servidor € um fato administrativo, pois tem como efeitos Juridicos a vacdncia do cargo e o direito & percep¢3o da pensio DiPietro, 2014. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Dessa forma, Maria Di Pietro sé considera como fato administrativo 0 evento da natureza cuja norma legal preveja algum efeito para o Direito Administrativo. Ainda segundo a autora, se 0 fato no produz efeitos juridicos no Direito Administrativo, ele serd um fato da administracio. Apesar das varias conceituacées, Alexandrino e Paulo apresentam algumas caracteristicas comuns para as definicdes de fato administrativo: = nfo possuem como finalidade a produgio de efeitos juridicos (conquanto, eventualmente, possam decorrer efeitos juridicos deles); = no hé manifestac3o ou declaracio de vontade, com contetido juridico, da administraco publica; = no faz sentido falar em “presungo de legitimidade” de fatos administrativos; = nfo existe revogaco ou anulacdo de fatos administrativo: "no faz sentido falar em fatos administrativos discricionérios e vinculados.” (Cespe - ATA/MIN/2013) A construgao de uma ponte pela administragao publica caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade publica material em cumprimento de / alguma decis3o administrativa. Comentério: segundo o entendimento da banca, em que pese alguns doutrinadores trabalhem de forma distinta, o fato administrativo constitui uma atividade publica material em cumprimento de alguma decistio administrativa. Gabarito: correto. 1.3.3 Siléncio administrativo Até agora falamos sempre de “declaraco”, “manifestacio”, “conduta”, “atuacdo”, Entretanto, ndo falamos como se classifica a “omissio” da Administrac3o que possua efeitos juridicos. Se a Administrag3o simplesmente nfo fizer nada e dessa omissio decorrer um efeito juridico, estariamos falando em “ato administrativo”? Partindo dos ensinamentos de Bandeira de Mello e de Carvalho Filho, o siléncio administrativo, isto €, a omiss’o da Administrac3o quando Ihe incumbe o dever de se pronunciar, quando possuir algum efeito juridico, no poderd ser considerado ato juridico e, portanto, também nao é * Alexandrino e Paulo, 2011, p. 420. ” Os conceitos de “presungio de legitimidade”, revogac0, anulago, vinculac3o e discricionariedade serao discutidos ao longo desta aula WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 ato administrativo. Dessa forma, os autores consideram o siléncio como um fato juridico admi rativo. Por exemplo, se um cidadio requisitar 0 seu direito de obter certid3o em reparticdes piiblicas, para a defesa de um direito seu (CF, art. 52, XXXIV), e a Administragdo nao atender ao pedido dentro do prazo, nao teremos um ato administrativo, pois n3o houve manifestag%io de vontade. Contudo, a omissio, nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o dever funcional do agente pubblico. Além disso, se a omissio gerar algum dano ao cidadio, o Estado poderd ser responsabilizado patrimonialmente. Ainda assim, como nao houve manifestaco, mas ocorreu um efeito juridico, temos somente um fato juridico administrativo. Nesse sentido, vejamos os claros ensinamentos de Carvalho Filho,” Urge anotar, desde logo, que o siléncio néo revela pratica de ato administrativo, eis que inexiste manifestagéo formal de vontade; néo hd, pois, qualquer declaragéio do agente sobre a sua conduta. Ocorre, isto sim, um fato juridico administrativo, que, por isso mesmo, hd de produzir efeitos na ordem juridica. 0s efeitos do siléncio dependem do que esta previsto na lei. Assim, existem hipdteses em que a lei descreve as consequéncias da omissio da Administrag3o e outros em que nao hé qualquer referéncia ao efeito decorrente do siléncio. No primeiro caso ~ quando a lei descrever os efeitos do siléncio -, poderd existir duas situacde (12) a lei prescreve que o siléncio significa manifestaco positiva (anuéncia tacita); (2°) a lei dispde que a omissSo significa manifestac3o denegatéria, ou seja, considera que o pedido foi negado. Por exemplo, o art. 12, § 12, Il, da Lei n? 10.522/2000, descreve que o pedido de parcelamento de divida junto a Receita Federal do Brasil (RFB) ser4 “considerado automaticamente deferido quando decorrido 0 prazo de 90 (noventa) dias, contado da data do pedido de parcelamento sem que a Fazenda Nacional tenha se pronunciado”. Nesse caso, temos uma anuéncia tacita, ou seja, um efeito positivo do siléncio administrativo. Outro exemplo consta no art. 82, pardgrafo Unico, da Lei n° 9.507/1997 (Lei do Habeas Data), que apresenta hipoteses em que o mero decurso do prazo, sem pertinente decisio da Administracao Publica, implica 0 indeferimento do pedido. Aqui, temos um exemplo de efeito negativo do siléncio, isto é, uma manifestacdo denegatéria. Porém, o certo é que, na maior parte dos casos, as leis sequer dispdem sobre as consequéncias da omissdo administrativa. 0 siléncio administrative, quando nao ha previséo legal de suas consequéncias, nao possui efeitos juridicos diretos, sendo necessario recorrer a outras instancias, como 0 Poder Judicidrio, para ter uma decis3o. Nesse caso, seré possivel pleitear uma decisao judicial quando o prazo para a anélise do caso jé tenha se esgotado ou, na falta de prazo definido em lei, depois de decorrido prazo razodvel para a decisSo. Por exemplo: uma pessoa apresentou um requerimento para o Poder Publico e, depois de decorridos varios meses, a autoridade publica nao deferiu nem indeferiu o pedido. Nesse caso, Carvalho Filho, 2014, p. 103. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 ainda que a lei nfo tenha fixado um prazo, j4 decorreu prazo razodvel para o processamento do pedido. Nesse caso, tratando-se de ato vinculado o Poder Judicidrio fixard um prazo para que a Administrago conceda o pedido, nos termos definidos na lei, ou ainda poderd deferir diretamente © pedido (explicar divergéncia). Por outro lado, tratando-se de ato discricionario, 0 juiz nao podera deferir o pedido, mas poder determinar que a Administracio adote uma deciso motivada para o caso. Isso porque, ainda que o resultado seja o indeferimento, o particular tem direito a uma decisfo motivada do Poder Publico. Em resumo, devemos entender que a omissio sé possui efeitos juridicos quando a lei assim dispuser (negando ou concedendo o pedido). Caso nao haja previsio legal das consequéncias, silencia no possuird efeitos juridicos direto. O siléncio administrativo s6 possui efeitos juridicos quando a | concedendo 0 pedido). assim dispuser (negando ou (Cespe — Admin/SUFRAMA/2014) Caso a administracao seja suscitada a se manifestar acerca da construgo de um condominio em area supostamente irregular, mas se tenha mantida inerte, essa auséncia de manifestacao da administracao sera considerada ato administrativo e produzird efeitos juridicos, independentemente de lei ou decisio judicial. Comentario: a auséncia de manifestacdo da administrac3o representa um silencio administrativo, que nao é considerado ato administrativo pela doutrina majoritaria. Ademais, _ osiléncio sé possuird efeitos quando a lei determinar. Dai o erro da questo. | Gabarito: errado. 1.4 ATRIBUTOS 0s atributos, também chamados de caracteristicas, dos atos administrativos sdo as qualidades que 0 diferem dos atos privados. S30, portanto, as caracteristicas que permitem afirmar que o ato se submete o ao regime juridico de direito puiblico. Apesar das divergéncias, existem quatro atributos dos atos administrativos: a) presungao de legitimidade ou veracidade; b) imperatividade; ©) autoexecutoriedad d) tipicidade (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Segundo Alexandrino e Paulo’, os atributos de imperatividade e autoexecutoriedade sao observaveis apenas em alguns tipos de atos administrativos. 1.4.1. Presuncio de legitimidade ou veracidade Apesar de serem tratados em conjunto, legitimidade e veracidade apresentam aspectos distintos. Pela legitimidade pressupde-se, até que se prove o contrario, que os atos foram editados em conformidade com a lei. A veracidade, por sua vez, significa que os fatos alegados pela Administrag3o presumem-se verdadeiros (por exemplo, quando um agente de transito aplica uma multa por ter visto um motorista dirigindo falando ao celular, presume-se que de fato isso ocorreu, cabendo ao motorista provar contrério).. Todavia, é usual utilizar os termos “presungo de legitimidade” ou “presungao de legalidade” para se referir tanto & conformaco do ato com a lei, quanto & veracidade dos fatos alegados. Assim, de agora em diante, vamos tratar a veracidade e legitimidade como um nico atributo, utilizando os termos indistintamente. A presungio de legitimidade decorre de varios fundamentos, em particular pela necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos atos administrativos, uma vez que eles tem como fim atender ao interesse publico, predominando sobre o particular. Imagine se a legitimidade de todos 0s atos administrativos dependesse de avaliag3o prévia do Poder Judicidrio, o desempenho da funcao administrativa se tornaria excessivamente lenta. Por conseguinte, a presuncio de veracidade, gera trés consequéncias: a) enquanto nao se for decretada a invalidade, os atos produzirao os seus efeitos e devem ser, portanto, cumpridos. Assim, enquanto a propria Administrag3o ou 0 Poder Judicidrio n3o jarem o ato, ele deverdé ser cumprido. A Lei 8.112/1990 apresenta uma exceco, permitindo que um servidor deixe de cumprir uma ordem quando for manifestamente ilegal; b) invers&o do 6nus da prova: a presungio de legitimidade ¢ relativa (juris tantum), pois admite prova em contrario. Porém, a decorréncia deste atributo é a inversao do énus da prova, uma vez que caberé ao administrado provar a ilegalidade do ato administrativo; ¢) anulidade sé poder ser decretada pelo Poder Judiciério quando houver pedido da pessoa: aqui, vamos apresentar os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:"” [..] 6 Judicidrio ndo pode apreciar ex officio validade do ato; sobe-se que, em relagto ao ato jurdico privado, o artigo 168 do CC determina que as nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo Ministério Puiblico, ‘quando the couber intervir, e devem ser pronunciades pelo Juiz, quando conhecer do ato ou dos seus efeitos; o mesmo info ocorte em relasdo ao ato administrativo, cuja nulidade sé pode ser decretada pelo Judicdrio a pedido da pessoa interessado; * Alexandrino e Paulo, 2011, p. 464. * DiPietro, 2014, p. 208. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 (Cespe — Agente Administrativo/DPF/2014) Ha presungao de legitimidade e veracidade nos atos praticados pela administracdo durante processo de licitagio. |" Comentario: a presuncSo de legitimidade e veracidade é uma das quatro caracteristicas dos atos administrativos. Além dela, temos ainda a imperatividade, a autoexecutoriedade e a _tipicidade. | Gabarito: correto. (Cespe - AA/Anac/2012) O atributo da presunc3o de legitimidade € o que autoriza a a¢3o imediata e direta da administracao publica nas situagdes que exijam medida urgente. | Comentario: a afirmacao contida na assertiva versa sobre o atributo da autoexecutoriedade. A presungio de legitimidade, por sua vez, se refere & conformagio do ato com a lei, enquanto que a veracidade afirma que os fatos alegados pela Administraco presumem-se verdadeiros. Ll Gabarito: errado. 1.4.2. Imperatividade Pela imperatividade os atos administrativos impéem obrigagées a terceiros, independentemente de concordancia. Com efeito, a imperatividade depende, sempre, de expressa previsao legal. A imperatividade pode ser chamada de poder extroverso do Estado, significando que o Poder Publico pode editar atos que vo além da esfera juridica do sujeito emitente, adentrando na esfera Juridica de terceiros, constituindo unilateralmente obrigagdes. Logico que a imperatividade nao estd presente em todos os atos administrativos, mas tio somente naqueles que imponham obrigacdes aos administrados. Portanto, ndo possuem esse atributo os atos que concedem direitos (concesso de licenga, autorizacao, permissao, admisso) ou os atos enunciativos (certidao, atestado, parecer).!" 1.4.3 Autoexecutoriedade A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata e direta execucio pela Administraco, sem necessidade de ordem judicial. Permite, inclusive, o uso da forca para colocar em pratica as decis6es administrativas. N3o se esté dizendo que a autoexecutoriedade afasta a apreciacSo judicial, algo que seria inadmissivel segundo a Constituicdo Federal (art. 5°, XXXV). Deve-se lembrar que alguns atos administrativos podem gerar graves prejuizos ao administrado. E justamente por isso que o particular possui diversas medidas para socorrer ao Poder Judicidrio buscando as medidas liminares para suspender a eficacia do ato administrativo, tenha ele iniciado ou nao”. Assim, sempre que se sentir prejudicado, o particular poder recorrer ao Poder Judiciario para impedir a execugao do ato administrativo. * pj Pietro, 2014, p. 209. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Dessa forma, a autoexecutoriedade refere-se & possibilidade de a Administraco fazer valer suas decisbes sem ordem judicial, mas nao afasta o direito do administrado de buscar 0 socorro no Poder Judicidrio se achar que seus direitos esto sendo prejudicados indevidamente. A autoexecutoriedade nao esta presente em todos os atos administrativos. Ela existe em duas situacdes: (a) quando estiver expressamente prevista em lei; (b) quando se tratar de medida urgente. Na primeira situaclo, podemos exemplificar com as diversas medidas autoexecutérias previstas para os contratos administrativos, como a possibilidade de retenc3o da causo, a utilizac3o das méquinas e equipamentos para dar continuidade aos servicos pliblicos, a encampagio, etc.; quando se trata do exercicio do poder de policia, podemos mencionar a apreenso de mercadorias, a cassago de licenca para dirigir, etc. ‘As medidas urgentes, por outro lado, ocorrem quando a medida deve ser adotada de imediato, sob pena de causar grande prejuizo ao interesse puiblico. Um exemplo é a destruicdo de um imével com risco iminente de desabamento. Caso se depare com uma situa¢o como essa, a autoridade administrativa podera determinar, de imediato, a demoli © Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello no fala em autoexecutoriedade. Para o doutrinador, existem, na verdade, dois atributos distintos: a exigibilidade e a executoriedade. Pela primeira, a Administrag3o impele o administrado por meios indiretos de coagdo. Por exemplo, se a Administrag3o determinar que o particular construa uma calcada, mas ele se recusar a fazé-la, 0 Poder Publico poderé aplicar-Ihe uma multa, sem precisar socorrer ao Poder Judiciério para isso. A multa é um meio indireto de coag3o, mas n3o obriga materialmente o particular a construir a calcada. Na executoriedade, por outro lado, a Administraclo, por seus préprios meios, compele o administrado. Verifica-se a executoriedade, por exemplo, na dissolugdo de uma passeata, na apreensio de medicamentos vencidos, na interdic3o de uma fabrica, na internac%o compulséria de uma pessoa com moléstia infectocontagiosa em periodo de epidemia, etc. Nesses casos, a Administrag3o poderd utilizar até mesmo a forca para obrigar o particular a cumprir a sua determinacao. Em sintese, a exigibilidade ocorre somente por meios indiretos, enquanto a executoriedade é mais forte, possibilitando a coagdo direta ou material para a observancia da lei. Outro exemplo bem interessante é apresenta pelo Prof. Bandeira de Mello, vejamos:"* Anda um exemplo: a Administrogio pode exigi que 0 odministrado demonstre estar quite com os impostos municipas relativos a um dodo terreno, sem o qué ndo expediré 0 alvaré de construgdo pretendido pelo particular, 0 que demonstra que os impostos sdo exigiveis, mas no pode obrigar coercitivamente, por meios préprios, o contribuinte a pagar os impostos. A fim de obté-o necesstard mover aso judicial. Logo, no exemplo apresentado, os impostos so exigiveis pelos meios indiretos (como exigéncia para expedir o alvard), todavia, se ainda assim o particular se recusar a efetuar 0 pagamento, a Administrago precisaré mover a aco judicial para efetuar a cobranga. * Bandeira de Mello, 2014, p. 424. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 (Cespe - AAmb/IBAMA/2013) O IBAMA multou e interditou uma fabrica de solventes que, apesar de jé ter sido advertida, insistia em dispensar residuos téxicos em um rio préximo a | suas instalagdes. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de seguranca, alegando que a autoridade administrativa no dispunha de poderes para impedir o funcionamento da fabrica, por ser esta detentora de alvara de funcionamento, devendo a interdi¢ao ter sido requerida ao Poder Judiciario. | Em face dessa situaco hipotética, julgue o item seguinte | Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situag3o em questo é o da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder publico obrigar, direta e materialmente, | terceiro a cumprir obrigac3o imposta por ato administrativo, sem a necessidade de prévia intervengo judicial. Comentario: perfeito! A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos “ensejam de imediata e direta execucio pela Administracdo, sem necessidade de ordem judicial. Existe, inclusive, a possibilidade de uso da forca para que as decisdes sejam estabelecidas. Gabarito: correto. 1.4.4 Tipi lade O atributo da tipicidade é descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. De acordo com a doutrinadora, a tipicidade € 0 atributo pelo qual 0 ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Este atributo estd relacionado com o principio da legalidade, determinando que a Administraco sé pode agir quando houver lei determinando ou autorizando. Logo, para cada finalidade que a Administragdo pretenda alcancar, deve existir um ato definido em | Di Pietro apresenta uma dupla aplicac3o da tipicidade: (a) impede que a AdministracSo pratique atos dotados de imperatividade e executoriedade, vinculando unilateralmente o particular, sem que exista previsio legal; (b) afasta a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionario, vez que a lei, ao prever o ato, jd define os limites em que a discricionariedade podera ser exercida. Por fim, a tipicidade s6 existe em relaco aos atos unilaterais, ou seja, nas situages em que hd imposigao de vontade da Administraco. Logo, nao existe nos contratos, que dependem sempre da aceitago do particular. | (Cespe — TJ/TRT 10/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos atributos | da presunco de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 “Comentario: dispensa comentarios. Poderiamos incluir ainda a tipicidade, mas como a questo nao disse que so apenas esses, ndo deixa de estar correta. | Gabarito: correto. 1.5 REQUISITOS, ELEMENTOS OU ASPECTOS DE VALIDADE A doutrina utiliza diversos termos para designar este ponto da nossa aula. Marcal Justen Filho se tefere aos aspectos dos atos administrativos; Maria Sylvia Zanella Di Pietro prefere falar em elementos; por fim, Hely Lopes Meirelles utiliza a designac3o de requisitos dos atos adi istrativos. Independentemente da nomenclatura utilizada, 0 que os autores querem se referir com estes termos € sobre os pressupostos de validade dos atos administrativos. Nas li¢des de Carvalho Filho, isso significa dizer que estar contaminado por vicio de legalidade o ato praticado sem a observancia de qualquer desses pressupostos, sujeitando-o, em regra, & anulagao. Os autores costumam se basear no art. 22 da Lei 4.717/1965 (Lei da Ac3o Popular) para apresentar os seguintes elementos dos atos administrativos: competéncia; finalidade; forma; motivo; e objeto", Esse € posicionamento dominante, prevalecente, portanto, nas bancas de concurso. O art. 2° da Lei da Aco Popular dispde que sdo nulos os atos lesivos ao patriménio nos casos de: © incompeténcia; « vicio de forma; © ilegalidade do objeto; © inexisténcia dos motivos; © desvio de finali Cumpre registrar, porém, que Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Marcal Justen Filho e Celso Anténio Bandeira de Mello preferem utilizar o termo sujeito no lugar da competéncia. Em répidas palavras, podemos definir cada um desses elementos da seguinte forma: a) competéncia: poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas atribuicdes; b) finalidade: 0 ato administrativo deve se destinar ao interesse publico (finalidade geral) e a0 objetivo diretamente previsto na lei (finalidade especffica); <) fon 0 modo de exteriorizacio do ato; "Nesse sentido: Meirelles (2013, p. 161); Carvalho Filho (2014, pp. 106-121); Alexandrino e Paulo (2011, p. 442). WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 d) motivo: situag3o de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica 0 ato; e) objeto: também chamado de contetido, é aquilo que o ato determina, é a alterac3o no mundo juridico que 0 ato se propde a processar, ou seja, 0 efeito juridico do ato. A Prof.2 Maria Di Pietro divide os elementos dos atos administrativos em elementos essenciais € elementos acidentais ou acessérios. So elementos essenciais aqueles que vimos acima, ou seja, competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto. Por outro lado, séo elementos acidentais ou acessérios aqueles que ampliam ou restringem os efeitos juridicos do ato, compreendendo o termo, a condiga0 e o modo ou encargo. Ademais, os elementos acidentais referem-se ao objeto do ato e sé podem existir nos atos discriciondrios, uma vez que decorrem da vontade das partes.”” Portanto, os elementos essenciais existem, obrigatoriamente, em todos os atos administrativos. Os elementos acidentais, por outro lado, podem existir apenas nos atos discricionarios, referindo-se sempre ao seu objeto. Portanto, os elementos essenciais existem, obrigatoriamente, em todos os atos administrativos. Os elementos acidentais, por outro lado, podem existir apenas nos atos discriciondrios, referindo- se sempre ao seu objeto. orate ((ectulateae)5) Soc PN eer} vers Ee Ulery Even acy (TeCom) cous euro ee resi) Para facilitar a compreensio, vamos detalhar cada um desses elementos dos atos administrativos. | (Cespe — AJ/TRT 10/2013) Consoante a doutrina, so requisitos ou elementos do ato _ administrativo a competéncia, 0 objeto, a forma, o motivo e a finalidade. | DiPietro, 2014, p. 212. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Comentario: esses so os requisitos dos atos administrativos. Lembrando que competéncia, finalidade © forma sdo sempre vinculados, enquanto motivo e objeto podem ser 1 discricionarios. Ademais, podemos observar que, em regra, s6 sto mencionados os elementos essenciais dos _atos administrativos, que so os seus requisitos de validade, presentes em todos os atos administrativos. Gabarito: correto. 1.5.1 Competéncia Segundo Hely Lopes Meirelles, a competéncia administrativa é o poder atribuido ao agente para o desempenho especifico de suas fungdes. As competéncias resultam de lei e por ela séo delimitadas. Logo, de forma simples, podemos entender as competéncias como © poder legal conferido aos agentes ptiblicos para o desempenho de suas atribuigdes. Como jé informado, alguns autores preferem utilizar 0 termo “sujeito”, referindo-se ao agente a quem a lei atribui a competéncia legal. Além de ser um poder, a competéncia é um dever, isso porque o agente competente é obrigado a atuar nas condigSes que a lei o determinou. Quem titulariza uma competéncia tem o poder-dever de desempenhé-la. No se pode renunciar a competéncia, tendo em vista a indisponibilidade do interesse public. Portanto, a competéncia € sempre um elemento vinculado do ato administrativo. © Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello faz uma andlise sobre as caracteristicas das competéncias, informando que elas s3o:"° a) de exercicio obrigatério para os érgios e agentes publicos; b) irrenuncidveis, por conseguinte, quem possui as competéncias nao pode abrir mao delas enquanto as titularizar. Admite-se apenas que o exercicio da competéncia seja, temporariamente, delegado. Porém, nesses casos, a autoridade delegante permanece apta a ‘exercer a competéncia e pode revogar a delegacao a qualquer tempo, logo continua com a sua titularidade; ¢) intransferiveis, ou seja, nao podem ser objeto de transa¢ao para repassé-las a terceiros. Aqui, valem as mesmas observacées feitas acima; d) imodificdveis pela vontade do préprio titular, uma vez que os seus limites so estabelecidos em lel. Ninguém pode dilatar ou restringir uma competéncia por sua prépria vontade, devendo sempre observar as determinacées legais; ** Bandeira de Mello, 2014, pp. 149-150. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 e) imprescritiveis, isto é, mesmo que a pessoa fique por um longo tempo sem utilizar a sua competéncia, nem por isso ela deixard de existir. De forma semelhante, Carvalho Filho ensina que a competéncia é inderrogavel, isto €, no se transfere a terceiros por acordo entre as partes (é o mesmo que intransferivel); e improrrogavel, ou seja, no se ganha com o tempo pela simples pratica do ato. A improrrogabilidade significa que a incompeténcia nao se transmuda em competéncia ao longo do tempo. Dessa forma, se um agente nio tiver competéncia para certa funcao, nao poder vir a té-la pela simples auséncia de questionamento dos atos que praticou, a nao ser que a antiga norma seja modificada. Apés essa exposicao inicial, vamos detalhar alguns pontos importantes da competéncia: a delegag3o e a avocacio. 1.5.1.1 Avocagio e delegacao A Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo) é um importante parametro quando se fala em delegaco e avocag3o de competéncias. Apesar de ser uma lei destinada apenas ao Governo Federal, a norma incorporou o pensamento doutrinério e, por conseguinte, é fonte de estudo para qualquer situaca A delegacao de competéncia envolve a transferéncia da execugéo ou da incumbéncia da prestacao do servico, sendo que a titularidade permanece com o delegante, que poderd, a qualquer momento, revogar a delegaco (Lei 9.784, art. 14, §2"”). Nesse contexto, o art. 11 da Lei do Processo Administrativo estabelece que a competéncia é irrenunciavel e se exerce pelos orgios administrativos a que foi atribuida como prépria, salvo os casos de delegacdo e avocac: legalmente admitidos. A delegacao, desde que no exista impedimento legal, pode ocorrer para érgios ou agentes, subordinados ou no, ou seja, € possivel delegar uma atribuicio, ainda que nao haja hierarquia entre o delegante (aquele que delega a atribuicao) e o delegado (aquele que recebe a atribuicdo). Quando existir hierarquia, a delegagao se efetivaré por meio de ato unilateral, efetivando-se independentemente do consentimento ou concordancia do érgio ou autoridade delegada. Por outro lado, se nao houver hierarquia, a delegacao dependera de concordancia do érgao ou agente que recebe a delegaco, ou seja, ocorrera por ato bilateral. Por exemplo, os DETRANs estaduais — que séo autarquias ~ podem delegar competéncias as policias militares ~ érgaos da administrag3o direta dos estados - por meio de convénio para o exercicio das fungdes da policia de transito, inclusive para a aplicag3o de multas."* Dessa forma, conforme dispde a Lei 9.784/1999 (art. 12), um “érgdo administrativo e seu titular podertio, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros érgéios ou titulares, ainda que estes no Ihe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razéo de circunsténcias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial”. E possivel, inclusive, que os orgdos colegiados (tribunais, conselhos, etc.) efetuem delegacao de competéncias aos seus respectivos presidentes (art. 12, pardgrafo Unico). Por exemplo, um ¥ art. 14.[..]§ 200 ato de delegacso 6 revogavel a qualquer ** Furtado, 2012, p. 209. smpo pela autoridade delegante. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 tribunal poderia delegar uma competéncia administrativa, como a homologacio de promocio de um servidor, ao seu respectivo presidente. Dessa forma, podemos concluir que a regra é a possibilidade de delegacio, isto é, s6 nao sera possivel delegar uma competéncia se houver algum impedimento em lei. Nessa linha, 0 art. 13 da Lei estabelece os casos que no podem ser objeto de delegacao: a) a edig&o de atos de carter normativo; b) a deciséo de recursos administrativos — uma vez que os recursos administrativos decorrem da hierarquia e, portanto, devem ser decididos por instancias diferentes, sob pena de perder osentido;"? c) as matérias de competéncia exclusiva do érgio ou autoridade — como a competéncia é exclusiva, se ocorrer delegaco, ocorrerd também uma ilegalidade. Nao podem ser objeto de delegacio (a) a edigdo de atos de caréter normativo; (b) a decisio de recursos administrativos; e (c) as matérias de competéncia exclusiva do érg3o ou autoridade. Ademais, algumas formalidades devem ser observadas para que a delegacio seja efetiva (art. 14): (a) 0 ato de delegacio e sua revogaglo deverSo ser publicados em meio oficial; (b) 0 ato de delegacao deve especificar as matérias e poderes transferidos, os limites da atuac3o do delegado, a duracSo e os objetivos da delegaco e o recurso cabivel, podendo conter ressalva de exercicio da atribuigdo delegada. A Lei dispée, ainda, que as decisdes adotadas por delegacio devem mencionar explicitamente esta qualidade. Por exemplo, se o Presidente da Republica delegar uma atribuicio a um ministro de Estado, quando o ministro editar 0 ato, deverd informar, de forma expressa, que o esta fazendo por meio de delegacio. Além disso, quando ocorre delegaso, considera-se que o ato é praticado pelo delegado. No nosso exemplo, a realizag3o dos atos seré imputada ao ministro de Estado e, portanto, a responsabilidade recaira sobre ele (art. 14, §32). Quanto & avocaco, cujo contetido no foi tao detalhado pela Lei como foi a delegacio, é definida por Hely Lopes Meirelles como “chamar para si fungées originalmente atribuidas a um subordinado””, Dessa forma, a avocaco é o contrario da delegasio, porém com algumas particularidades. Enquanto a delegac3o pode ser feita com ou sem hierarquia, a avocacao sé & possivel se existir hierarquia entre os érgios ou agentes envolvidos. De acordo com a Lei 9.784/1999 (art. 15), seré permitida, “em cardter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocagéio temporéria de competéncia atribuida a érgdo hierarquicamente inferior”. * Dj Pietro, 2014, p. 214. ® Meirelles, 2013, p. 131. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Do dispositivo acima, é possivel perceber que a avocacio é uma medida de exceco, que s6 poderd ocorrer por motivos relevantes, devidamente justificados e somente de forma temporéria. Conforme salienta Meirelles, a avocaco sé deve ser adotada quando houver motivos relevantes, eis que a avocacdo sempre desprestigia o inferior e, muitas vezes, desorganiza o normal funcionamento do servigo. Apesar de ser uma medida de exceco, a Lei 9.784/1999 nao dispde expressamente quando poderd ou nio ocorrer a avocago. A doutrina enfatiza apenas que nao poderd ocorrer avocacio quando a competéncia é exclusiva do subordinado, uma vez que um ato administrative n3o pode se sobrepor & Lei. 15.2 Finalidade A finalidade é o objetivo de interesse publico a atingir. Todo ato administrativo deve ser praticado com o fim publico. Dessa forma, a finalidade é um elemento vinculado do ato administrativo, pois no se concebe a atuacdo dos érgdos e agentes piiblicos fora do interesse publico ou da finalidade expressamente prevista em lei. Nesse contexto, a finalidade divide-se em finalidade geral (sentido amplo) e finalidade especifica (sentido estrito). A finalidade geral é sempre a satisfago do interesse piiblico, pois é nisso que se pauta toda a atuag3o da Administrago Publica. A finalidade especifica, por sua vez, é aquela que a lei elegeu para o ato. Vale dizer novamente, em sentido amplo, a finalidade é sinénimo de interesse piiblico, pois todo ato administrativo deve ser realizado para alcangar o interesse publico. Em sentido estrito, por outro lado, significa a finalidade especifica do ato, que ¢ aquela que decorre da lei. Enquanto a finalidade geral € comum a todos os atos administrativos, a finalidade espectfica difere-se para cada ato, conforme dispuser as normas legais. Por exemplo, a remocao de oficio de servidor publico, prevista na Lei 8.112/1990, possui como finalidade geral o interesse pUblico e como finalidade especifica adequar a quantidade de servidores dentro de cada unidade administrativa. Imagine que um servidor tenha cometido uma infrag3o (por exemplo, faltou injustificadamente ao servic) e, por causa disso, a autoridade competente tenha determinado a sua remoco de oficio para uma localidade distante, com a finalidade de punir o agente publico. Nesse caso, a puni¢&o do agente atende ao interesse publico, pois é interesse da coletividade punir um agente ndo desempenhe suas atribuigdes de maneira correta. Contudo, a finalidade especifica da remogdo de oficio no é a punicSo do agente, mas adequar o quantitativo de servidores em cada unidade. Por consequéncia, o ato ser invalido. Portanto, os atos administrativos, sob pena de invalidagao, devem atender, concomitantemente, a finalidade geral e a finalidade especificamente prevista em lei. 1.5.2.1 Desvio de finalidade Segundo a Lei 4.717/1965, 0 desvio de finalidade “se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente, na reqra de competéncia”. Por “regra de competéncia” devemos entender a lei que atribuiu a competéncia ao agente. Dessa forma, se o ato for praticado com finalidade distinta daquela prevista em lei, teremos a ocorréncia do chamado desvio de finalidade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 A analise do desvio de finalidade deve ocorrer em conjunto com a competéncia. Isso porque, no desvio de finalidade, o agente é competente para desempenhar 0 ato, porém o faz com finalidade diversa. Por consequéncia, 0 ato sofre de vicio insandvel. Trata-se de ato nulo, nao sujeito & convalidagao. Assim como existem dois tipos de finalidade (geral e especifica), existem também dois tipos de desvio de finalidade:”* a) quando o agente busca finalidade distinta do interesse publico (por exemplo, realizar uma desapropriag3o com o objetivo exclusivo de favorecer ou prejudicar alguém); b) quando o agente realiza um ato condizente com o interesse publico, mas com finalidade especifica diferente da prevista em lei (o exemplo da remocio de oficio enquadra-se perfeitamente neste caso). Por fim, vale mencionar podem existir atos realizados com o objetivo de atender aos interesses privados, desde que também atendam as finalidades geral e especifica do ato administrativo. Por exemplo, os atos de permissdo e autorizacao de servico piiblico (atos negociais) atendem os interesses particulares (das pessoas que desejam explorar os servicos), mas sero validos desde que satisfacam os dois sentidos de finalidades mencionadas. 1.5.3 Forma A forma & 0 revestimento exteriorizador do ato administrativo, constituindo um elemento vinculado, pelo menos na doutrina dominante. Podemos analisar a forma em dois sentidos: a) sentido estrito: demonstra a forma como 0 ato se exterioriza, isto €, como a declaracao de. vontade da Administrag3o se apresenta. Fala-se, nesse caso, em forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, resoluco, etc. Por exemplo a licenga para dirigir se apresenta na forma da Carteira Nacional de Habilitag3o - CNH; b) sentido amplo: representa todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formacdo da vontade da Administracdo, incluindo os requisitos de publicidade do ato. Voltando ao exemplo da CNH, 0 sentido amplo representa 0 processo de concessao da licenga (requerimento do interessado, realizac3o dos exames, das provas, dos testes, até a expedicao da Carteira). Dessa forma, podemos perceber que a forma representa tanto a exteriorizago quanto as formalidades para a formaco da vontade da Administracio. 1.5.3.1 Principio da solenidade Os atos administrativos devem ser apresentados em uma forma especifica prevista na lei. Todo ato administrativo, em regra, € formal. Assim, enquanto no direito privado a formalidade é a exceco, no direito publico ela é a regra. A forma predominante é sempre a escrita, mas os atos administrativos podem se apresentar por gestos (p. ex. de guardas de transito), palavras (p. ex. atos de policia de seguranga publica) ou * Alexandrino e Paulo, 2011, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 sinais (p. ex. semaforos ou placas de transito)”. Ressalta-se, contudo, que esses meios sio excegio, pois buscam atender a situacdes especificas. Como exemplo, podemos trazer 0 caso previsto no art. 60, paragrafo Unico, da Lei 8.666/1993, que determina € nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administracao, salve o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor no superior RS 4,000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento. Percebe-se, pois, que a regra é a formalizagio escrita dos atos administrativos, admitindo-se, em carater excepcional, a forma verbal. 1.5.3.2 Vicios de forma Uma vez que a forma dos atos administrativos é definida em lei, a sua inobservancia representa a invalidag3o do ato por vicio de legalidade (especificamente, vicio de forma). No entanto, Carvalho Filho dispe que a mencionada regra deve ser analisada sobre o aspecto da razoabilidade por parte do intérprete. Em algumas situagdes, 0 vicio de forma representaré mera irregularidade sandvel. Isso ocorre quando o vicio nao atinge a esfera de direito do administrado, podendo ser corrigido por convalidaggo. Por exemplo, quando a lei determina que um ato administrativo seja formalizado por uma “ordem de servico”, mas o agente se utilizou de uma portaria, no ha qualquer viola¢io de direito, podendo ser feita a correco deste ato. Contudo, 0 vicio de forma serd insanavel quando afetar 0 ato em seu préprio contetido. Portanto, podem gerar a invalidaco, em decorréncia de vicio da forma, defeitos considerados essenci para a pratica do ato administrativo, inclusive quanto ao procedimento especifico em atos que afetem direitos dos administrados. Por exemplo, uma resolug3o que declare de utilidade publica um imével para fins de desapropriacSo, quando a lei exige decreto do chefe do Poder Executivo (art. 62, DL 3.365/1941); a demissdo de um servidor estavel, sem observar o procedimento disciplinar (CF, art. 41, §12, II); a contratac3o de uma empresa para prestar servicos sem 0 devido procedimento licitatério (CF, art. 37, XXI). Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo chamam a aten¢o que a motivagao — declaraco escrita dos motivos que levaram a prética do ato — integra a forma do ato. Assim, a auséncia de motivagao quando ela é obrigatéria, acarretard a nulidade do ato. 1.5.4 Motivo O motivo, também chamado de causa, é a situa¢ao de direito ou de fato que determina ou autoriza a realizacdo do ato administrative. O pressuposto de do ato é 0 conjunto de requisitos previsto na norma juridica (0 que a lei determina que deva ocorrer para o ato ser realizado). O pressuposto de fato é a concretizacio do pressuposto de direito. Assim, o pressuposto de direito é encontrado na norma, enquanto o pressuposto de fato é a ocorréncia no “mundo real”. Por exemplo, 0 Cédigo de Transito Brasileiro estabelece como uma das hipsteses de aplicacdo de multa dirigir sob a influ€ncia de dlcool ou de qualquer outra substncia psicoativa que determine ® Exemplos de Carvalho Filho, 2014, p. 112. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 dependéncia (CTB, art.165), esse é 0 pressuposto de direito. Se um agente de transito constatar uma pessoa embriagada dirigindo um veiculo automotor em via ptiblica, estaremos diante de um pressuposto de fato. © motivo pode estar previsto em lei, caso em que serd um elemento vinculado; ou pode ser deixado a critério do administrador, quando teremos um ato discricionario. Conforme ensinam Alexandrino e Paulo, quando 0 ato é vinculado, a lei descreve, de forma completa e objetiva, a situag3o de fato, que, uma vez ocorrida no mundo real, determina obrigatoriamente pratica de ato administrative cujo contetido deveré ser o exatamente previsto em ei. Por outro lado, quando se trata de ato discricionério, a lei autoriza a prética do ato, quando ocorrer determinado fato. Caso se constate o fato, a Administra¢3o pode ou nio praticar o ato. Por exemplo, a Lei 8.112/1990 estabelece que, a critério da Administracio, poderSo ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que nao esteja em estagio probatério, licencas para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até trés anos consecutivos, sem remuneracdo (art. 91). Caso 0 agente pubblico apresente o requerimento solicitando a licenca (motivo), a autoridade fard a andlise de conveniéncia e oportunidade, concedendo ou nao a licenga. Em outros casos, a lei faculta que a Administracio escolha ente diversos objetos, conforme a valoragdo dos motivos que se apresentam. Exemplificando, a Estatuto dos Servidores Publicos do Governo Federal prevé a aplicag3o de suspensio em caso de reincidéncia das faltas punidas com adverténcia, nfo podendo exceder de 90 (noventa) dias. Constatada situac3o como essa, a autoridade fard a valorac3o dos motivos (a gravidade da infrac3o, os prejuizos decorrentes, a reputacao do agente piiblico, etc.) poderd escolher a pena a ser aplicada (objeto), limitando-se a no exceder os noventa dias. 1.5.4.1 Teoria dos motivos determinantes Motivo e motivagio sao coisas distintas. Aquele corresponde aos pressupostos de fato e de direito do ato administrativo, enquanto esta se refere 8 exposig30 ou declaraco por escrito do motivo da realizacao do ato. Por exemplo, a lei diz que o motivo para a aplicacio da multa € 0 estacionamento em local proibido. Se o agente de transito fundamentar o ato, escrevendo em seu boletim 0 motivo da aplicacio da multa, estaré motivando 0 ato. A motivacio € obrigatéria em todos os atos vinculados e na maioria dos atos discricionérios. Porém, se o gestor decidir motivar seu ato quando a lei nao obrigou, estard se vinculando motivacao apresentada. Exemplificando: 0 ato de exoneracao de um secretario municipal é discriciondrio do prefeito e nao precisa ser motivado. Caso o prefeito motive a exoneracio do secretério de educacio em decorréncia de falta injustificada por dez dias, e, mais tarde, ficar comprovado que essa falta nao ocorreu e que o motivo da exonerac3o foi outro, o ato estard sujeito a anulacao. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Pedro, servidor de um érgio da administra3o publica, foi informado por seu chefe da possibilidade de ser removido por ato de oficio para outra cidade, onde ele passaria a exercer suas fungdes. Nessa situaclo hipotética, considerando as regras dispostas na Lei n.2 | 8.112/1990, julgue o item subsequente. (Cespe — Analista Judicidrio/TRE-GO/2015) Caso Pedro seja removido por motivac3o fundamentada em situagdo de fato, a validade do ato que determine a remogio fica condicionada & veracidade dessa situag3o por fora da teoria dos motivos determinantes. Comentério: A teoria dos motivos determinantes determina que a validade dos atos administrativos depende da veracidade dos motivos expressos para a sua realizacSo. Assim, quando o ato for motivado, a sua validade depende da veracidade da situaco demonstrada na motivac3o Dessa forma, se uma pessoa for removida alegando se o aumento do volume de trabalho em outra unidade administrativa, mas for comprovado que no ocorreu esse aumento de volume de trabalho, o ato de remosio poderd ser invalidado. Logo, o item esté correto. Gabarito: correto. (Cespe - AnaTA MJ/2013) O motivo do ato administrativo nao se confunde com a motivag3o estabelecida pela autoridade administrativa. A motivacio é a exposi¢io dos motivos e integra a formalizac3o do ato. © motivo é a situaco subjetiva e psicoldgica que corresponde & vontade do agente pubblico. | Comentario: o item comeca muito bem, porém o motivo é o pressuposto de fato e de direito que determina ou autoriza a realizago do ato administrativo, nao se trata se uma situaco subjetiva ou psicolégica. Gabarito: errado. (Cespe - Tec/BACEN/2013) Define-se 0 requisito denominado motivacao como o poder legal conferido ao agente ptiblico para o desempenho especifico das atribuigdes de seu cargo. Comentirio: a definicio de motivag3o se refere & exposiga0 ou declaragao por escrito do motivo da realizacio do ato. | O que foi apresentado na assertiva n3o corresponde a motiva¢3o, mas sim 4 competéncia. Gabarito: errado. 15.5 Objeto O objeto é 0 contetido do ato administrativo. E o que efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é, 0 efeito juridico que 0 ato produz. Vejamos alguns exemplos: na concesso de licenga ao servidor, o objeto é a propria licenga; na emissdo de uma Carteira Nacional de Habilitag3o, o objeto é a licenga para dirigir; na exonerag3o de um servidor, o objeto € a propria exoneracio. Assim como 0 motivo, o objeto pode ser vinculado ou discricionério. Seré vinculado quando a lei estabelecer exatamente o contetido do ato. No caso da licenca paternidade prevista na Lei 8.112/1990, a durag3o é de cinco dias consecutivos. Nao hé margem de escolha, uma vez que 0 WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 motivo (nascimento ou adosio de filhos) e 0 seu objeto (licenca de cinco dias consecutivos) esto expressamente previstos em lei. Por outro lado, a lei pode nao definir exatamente 0 objeto, deixando uma margem de escolha a0, agente. Por exemplo, se uma lei determinar que a Administrac3o poderd aplicar san¢3o ao administrado que infringir uma norma de construgao, estabelecendo a possibilidade de aplicago de multa entre os valores de R$ 500,00 (quinhentos reais) até R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou a aplicagdo de suspensio da obra. Caberd ao agente piblico, respeitando os principios administrativos, decidir pela suspensio ou multa, inclusive quanto ao valor desta ultima. Nesse caso, 0 objeto foi discricionario. Para que um objeto seja valido, ele deve ser licito (conforme a lei); possivel (realizével no mundo dos fatos e do direito) — por exemplo, nao se pode conceder licenga a um servidor falecido, uma vez que este objeto nao é possivel; certo (definide quanto ao destinatario, aos efeitos, ao tempo e ao lugar); e moral (em consonancia com os padrdes comuns de comportamento, aceitos como corretos, justos e éticos).”* 1.5.5.1 Objeto natural e a © objeto do ato administrativo pode ser natural e acidental. ntal e elementos acessorios De acordo com a Prof. Maria S. Z. Di Pietro, 0 objeto natural é 0 efeito juridico que o ato produz, sem necessidade de expressa mengao, pois ele decorre da prépria natureza do ato, tal como definido em lei.”* Por exemplo, o objeto natural de um ato de exoneracio de um servidor é a prépria exonerago, que pde fim ao vinculo funcional entre o servidor e a Administraco Publica. Por outro lado, 0 objeto acidental € 0 efeito juridico que o ato produz em decorréncia de clausulas acessérias apostas ao ato pelo sujeito que o praticou, abrangendo 0 termo, a condicao e o modo ou encargo. Essas cldusulas acessérias acabam ampliando ou restringindo os efeitos juridicos do ato, sendo conhecidas também como elementos acidentais ou acessérios dos atos administrativos. Nesse contexto, o termo indica o dia em que se ‘ou termina a eficacia do ato. Portanto, o termo limita o periodo temporal de eficdcia de um ato. Seria o caso, por exemplo, de uma autorizaglo de uso” para a utilizagio de uma via ptiblica para a realizagio de um evento ao ar livre, sendo fixado 0 inicio da autorizac3o em cinco dias e 0 término em dez dias; assim, a autorizaco terd eficdcia durante esse periodo. © modo ou eneargo, por sua vez, € um 6nus imposto ao destinatério para usufruir do beneficio do ato. Por exemplo, a Unigo poderia doar a um municipio maquinas pesadas para limpeza de ruas localizadas em zona rural, impondo-lhe o dever de realizar a contratacio e o treinamento de pessoal para operac3o das méquinas, sob pena de reversdo dos bens doados (doac3o com encargo). Se o municipio n3o cumprir a exigéncia (contrataco e treinamento de pessoal), a doago poderd ser cancelada. * Dj Pietro, 2014, p. 216. * DiPietro, 2014, p. 216. * Em regra, a autorizaco de uso no possui prazo fixo, dado a sua precariedade, mas ¢ possivel estabelecé-lo em determinadas situagées. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Por fim, a condicSo subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto. A condi¢lo poderd ser suspensiva ou resolutiva. A primeira suspende o inicio da eficdcia do ato — portanto, 0 ato somente produziré os efeitos se a condigSo ocorrer (por exemplo: a Unido poderé doar maquinas pesadas aos municipios, desde que o indice pluviométrico ultrapasse duas vezes a média histérica —se n&o ocorrer a condi¢ao, o ato nao produzird os seus efeitos). A condigo resolutiva, por outro lado, faz cessar a producao dos efeitos juridicos do ato. Dessa forma, se a condi¢o resolutiva ocorrer, 0 ato para de produzir efeitos; mas se ela no ocorrer, 0 ato continuaré produzindo os efeitos normalmente. Por exemplo, um Prefeito Municipal poderia conceder bolsas de estudo para determinados alunos, mas exigir que eles obtenham uma média de sete pontos no semestre; se eles no alcancarem a média, a bolsa é “cortada”. Ademais, a diferenga fundamental entre o termo e a condigo é que aquele pressupée um evento futuro e certo, como um simples decurso temporal (por exemplo: uma autorizaclo que produzira efeitos a partir de dez dias da publicaco); enquanto a condi¢do é um evento futuro e incerto, ou seja, que nfo necessariamente ocorrera. Lembra-se, ademais, que o objeto acidental sé pode ocorrer em atos discricionarios, uma vez que as cldusulas acessérias sdo definidas por quem praticou o ato. Além disso, nem todo ato discricionério possui objeto acidental, pois nem sempre é necessario ou possivel estabelecer as cldusulas acessérias. Em resumo, todo ato administrativo possui objeto natural, mas somente os atos discriciondrios admitem objeto acidental. 1.6 CLassiFIcAcAo Vamos adotar a classificaco de Hely Lopes Meirelles para apresentar a classificagio dos atos administrativos. 1.6.1 Atos gerais e individuais Os atos gerais ou normativos so aqueles que n&o possuem destinatérios determinados. Eles apresentam hipéteses genéricas de aplicacio, que alcancar4 todos os sujeitos que nelas se enquadrarem. Tendo em vista a “generalidade e abstracio” que possuem, esses atos so também chamados de atos normatives. Podemos trazer como exemplos de atos gerais os regulamentos, portarias, resolugées, circulares, instruges, deliberacdes, regimentos, etc. Os atos individuais ou especiais s3o aqueles que se dirigem a destinatérios certos, determinveis. Sao aqueles que produzem efeitos juridicos no caso concreto, a exemplos da nomeagao, demisso, tombamento, licenga, autoriza¢3o, etc. A Prof. Maria Di Pietro apresenta as seguintes caracteristicas dos atos gerais ou normativos quando comparados com os individuais: WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) © ato normativo nao pode ser impugnado, na via judicial, diretamente pela pessoa lesada (somente as pessoas legitimadas no art. 103 da CF podem propor inconstitucionalidade de ato normativo); b) 0 ato normativo tem precedéncia hierérquica sobre o ato individual (por exemplo, existindo conflitos entre um ato individual e outro geral produzidos por decreto, deverd prevalecer 0 ato geral, pois os atos normativos prevalecem sobre os especificos); <) © ato normative é sempre revogavel; ao passo que o ato individual sofre uma série de limitagSes em que ndo seré possivel revogé-los (por exemplo, os atos individuais que geram direitos subjetivos a favor do administrado nao podem ser revogados”*); d) 0 ato normative néo pode ser impugnado, administrativamente, por meio de recursos administrativos, ao contrario do que ocorre com os atos individuais, que admitem recursos administrativos. 1.6.2 Atos internos e externos Os atos internos so aqueles que se destinam a produzir efeitos no interior da Administracio Publica, alcancando seus drgios e agentes. Esses atos, em regra, no geram direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser revogados a qualquer tempo. Também nao dependem de publicaco oficial, bastando a cientificago direta aos destinatérios ou a divulgacao regulamentar da reparticio. Segundo Hely Lopes Meirelles, esses atos vém sendo utilizados de forma errénea para atingir destinatérios externos. Nessas ocasides, a divulgacao externa serd obrigatéria. S%o exemplos de atos internos uma portaria que determina a formacao de um grupo de trabalho, a expedicao de uma ordem de servico interna, etc. Os atos externos, por outro lado, so todos aqueles que alcancam os administrados, os contratantes ou, em alguns casos, os préprios servidores, provendo sobre os seus direitos, obrigagdes, negocios ou conduta perante a Administragio. Esses atos devem ser publicados oficialmente, dado o interesse piiblico no seu conhecimento. Hely Lopes Meirelles assevera que devem se incluir na condico de atos externos aqueles que, apesar de no atingirem diretamente o administrado, possuem efeitos juridicos externos & reparticlo. Incluem-se, ainda, os atos que onerem o patriménio piiblico, vez que no podem permanecer unicamente no interior da Administrag3o, pois repercutem no interesse da coletividade. 1.6.3 Atos de império, de gesto e de expediente Os atos de império s8o aqueles praticados com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos de maneira unilateral e coercitivamente ao particular, independentemente de * Nesse sentido, a Simula 473 do SIF determina que a revogacao dos atos administrativos deve respeitar os direitos adquiridos, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 autorizagdo judicial. Os atos decorrentes do exercicio do poder de policia so tipicos exemplos de atos de império. Os atos de gestdo so aqueles praticados em situacao de igualdade com os particulares, para a conservagao e desenvolvimento do patriménio publico e para a gestdo de seus servicos. Sdo atos desempenhados para a administragao dos servicos publicos. Pode-se elencar a compra e venda de bens, o aluguel de automdveis ou equipamentos, etc. £ 0 tipo de ato que se iguala com o Direito Privado e, por conseguinte, devem ser enquadrados no grupo de atos da administragao e nao propriamente nos atos administrativos. Por fim, os atos de expediente so atos internos da Administracao Publica que se destinam a dar andamentos aos processos e papéis que se realizam no interior das reparticbes publicas. Caracterizam-se pela auséncia de contetido decisério, pelo trémite rotineiro de atividades realizadas nas entidades e érgaos publicos. Temos como exemplo a expedic3o de um oficio para um administrado, a entrega de uma certiddo, o encaminhamento de documentos para a autoridade que pode tomar a decisio sobre o mérito, etc. 1.6.4 Atos vinculados e discricionarios 0s atos vinculados so aqueles praticados sem margem de liberdade de decisio, uma vez que a lei determinou, 0 Unico comportamento possivel a ser obrigatoriamente adotado é sempre aquele em que se configure a situac3o objetiva prevista na lei.”” Nos atos vinculados, no hé margem de escolha ao agente puiblico, cabendo-Ihe decidir com base no que consta na lei. Por exemplo, a concessao de licenga paternidade (Lei 8.112/1990) sera concedida quando nascer o filho ou ocorrer a adogSo pelo agente publico, sendo que a Lei determina a duraco de cinco dias corridos. Ocorrendo os seus pressupostos, a autoridade publica no possui escolha, devendo conceder a licenga de cinco dias. Os atos discriciondrios, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa uma margem de liberdade para © agente puiblico. Enquanto nos atos vinculados todos os requisitos do ato est%io rigidamente previstos (competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discriciondrios ha margem para que o agente faca a valorac3o do motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juizo de conveniéncia e oportunidade. Assim, ha discricionariedade quando a lei dispde que o agente “pode”, ou que “a critério da Administra¢30”, ou ainda quando determina a aplicacao de uma multa “entre X e Y”. Nesses casos, a autoridade deverd analisar os motivos e, em seguida, definir 0 objeto ou contetido do ato administrativo. Na aplicac3o da pena de suspensio, j4 mencionada nesta aula, a autoridade podera suspender o servidor por até noventa dias, ou seja, a autoridade pode aplicar um dia, cinco, dez, ou até mesmo, os noventa dias, conforme o seu juizo privativo de conveniéncia e oportunidade. Além dessas hipéteses em que a lei claramente estabelece uma margem de liberdade, a doutrina menciona que 0 ato ser discriciondrio quando a lei utiliza conceites juridicos indeterminados, deixando para a Administrac3o a possibilidade de apreciar, segundo juizo de conveniéncia oportunidade, se o fato corresponde ao que consta na lei. Por exemplo, quando a lei dispée sobre » Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 420-421. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 uma pena em caso de “falta grave”, mas nfo determina o que é isso, caber ao agente publico, diante de uma irregularidade, enquadré-1a como falta grave ou nao. Assim, vale trazer os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, em que os autores fazem um resumo das duas hipdteses de manifestacao da discricionariedade:”* Em sintese, sequndo a corrente hoje dominante em nossa douttina, existe discricionariedade: 4) quando ale expressamente da & adminisrasdo liberdade para atuar dentro dos limites bem definidos; so as hipdteses em que a propria norma legal explicit, por exemplo, que a administragdo “poderd” prorrogar determinado prazo por “até aquinze dias", ou que, no exercicio do poder dscplinar ou de polcia administratva, 0 ato a ser praticado “poderé” ter como objeto (conte) “esta ou aquela” sancti, e assim por diante; b) quando a lei emprega conceitos juridicos indeterminados na descri¢éo do motivo determinante da pratica de um ato administrativo e, no caso concreto, a administragdo se depara com uma situagéo em que néo existe possibilidade de afirmar, com certezo, seo fato esté ou ndo abrangido pelo conteddo da norma; nessas situacées, a administracdo, conforme 0 seu julzo prvativo de oportunidade e conveniéncia administrativas, tendo em conta o interesse publco, decidics se considera, ou ndo, que 0 fato esta enquadrado no contetide do conceito indeterminado empregade no antecedente da norma e, conforme essa decisdo, praticard, ou ndo, 0 ato previsto no respective consequente. 1.6.5 Simples, complexo e composto Quanto & formaco de vontade, o ato administrativo pode ser simples, complexo e composto. © ato simples é que aquele que resulta da manifestaco de vontade de um Unico érgSo, seja ele unipessoal ou colegiado. No importa o niimero de agentes que participa do ato, mas sim que se trate de uma vontade unitaria. Dessa forma, serd ato administrativo simples tanto o despacho de um chefe de seco como a deciso de um conselho de contribuintes. © ato complexe, por sua vez, € 0 que necessita da conjugagio de vontade de dois ou mais diferentes érgaos ou autoridades. Apesar da conjugaso de vontades, trata-se de ato unico. Dessa forma, 0 ato no serd considerado perfeito com a manifestacao da vontade de um Unico érgdo ou agente. Por conseguinte, o ato também sé poder ser questionado judicialmente apés a manifestaco da vontade de todos os érgaos ou agentes competentes. Também nao se confunde ato complexo com processo administrativo. Este ultimo é formado por um conjunto de atos que sio coordenados e preordenados para um resultado final. Dessa forma, todos os atos intermedidrios desempenhados ao longo do procedimento podem ser impugnados autonomamente, ao passo que 0 ato complexo sé serd atacado como um ato, apés a sua conclusao, Por fim, 0 ato composto é aquele produzido pela manifestacao de vontade de apenas um érgio da Administrag3o, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir seus efeitos juridicos (condigao de exequibilidade). Assim, no ato composto teremos dois atos: o principal e o acessério ou instrumental. Essa é uma diferenca importante, pois o ato complexo é um unico ato, mas que depende da manifestacao de vontade de mais de um érgio administrativo; enquanto o ato composto é formado por dois atos. Cumpre frisar que 0 ato acessério pode ser prévio (funcionando como uma autorizacio) ou posterior (com a funco de dar eficacia ou exequibilidade ao ato principal). ‘Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 423-424, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 1.6.6 Valido, nulo, anulavel e inexistente Quanto & eficacia, o ato administrativo pode ser vélido, nulo, anulavel e inexistente. © ato vilido & aquele praticado com observancia de todos os requisites legais, relatives & competéncia, a forma, 3 finalidade, a0 motivo e ao objeto. © ato nulo, ao contrario, é aquele que sofre de vicio insanavel em algum dos seus requisitos de validade, no sendo possivel, portanto, a sua correcl0. Logo, ele ser anulado por ato da Administrago ou do Poder Judicisr © ato anulavel, por sua vez, é aquele que apresenta algum vicio sandvel, ou seja, que é passivel de convalidacao pela prépria Administrac3o, desde que nao seja lesivo ao patriménio publico nem cause prejuizos a terceiros. Por fim, 0 ato inexistente é aquele que possui apenas aparéncia de manifestacao de vontade da Administracao, mas nao chega a se aperfeicoar como ato administrativo. E 0 exemplo do “ato” praticado por um usurpador de funglo puiblica, sem que estejam presentes os pressupostos da teoria da aparéncia. Exemplo de ato inexistente é aquele praticado por uma pessoa que se passe por auditor da Receita Federal e, com base nisso, lavre um auto de infraco. O ato sera inexistente e, para fins de impugnagio, serd equivalente ao ato nulo. Além disso, Celso Anténio Bandeira de Mello também considera como ato inexistente aqueles juridicamente impossiveis, como a ordem para que um agente cometa um crime. 1.7 ESPECIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Vejamos agora as espécies de atos administrativos: a) atos negociais: so aqueles em que a manifestacdo de vontade da AdministracSo coincide com determinado interesse particular, sio atos em que nao se faz presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do particular. So exemplos: (1) licenga: ato vinculado e definitivo a exemplo das licengas para dirigir e construir; (2) permisso: ato discriciondrio e precario (pode ser revogado a qualquer momento) produzido quando o interesse predominante é 0 publico, como a permissio de servicos piiblicos prevista na CF/88; (3) autorizagao: também é discriciondrio € precério, porém o interesse predominante é o do particular — autorizaclo para explorar servico de taxi; b)_atos enunciativos: € 0 ato pelo qual a Administragdo declara um fato ou profere uma opinigo, sem que tal manifestago, por si s6, produza consequéncias juridicas — certidiio, atestado, visto, parecer, ett c) tos punitivos: so os atos pelos quais a AdministracZo aplica sanBes aos seus agentes e aos administrados em decorréncia de ilicitos administrativos; d) atos normativos: séo os atos gerais e abstratos. Um ato administrativo geral é aquele que tém destinatarios indeterminados, como a portaria que dispde sobre o hordrio de funcionamento de um érgao publico — ela se aplica a todas as pessoas que tiverem interesse em se deslocar ao érgio. O ato abstrato é aquele que se aplica a uma decreto regulamentar sobre o registro de precos dispde sobre situacdes hipotéticas. So WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 exemplos de atos normativos os decretos regulamentares, as instrugSes normativas e as portarias, quando tiverem contetido geral e abstrato; e) atos ordinatérios: s3o atos adm conduta para os agentes publicos, sem causar efeitos externos na esfera administrativa. Decorrem do poder hierérquico, So exemplos: as ordens de servigo, portarias internas, instrugées, avisos, etc. | (Cespe - Técnico Judicidrio/TRE PI/2016) Considere que determinada autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do pedido. Nesse caso, 0 ato _ administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI | a) nao possui presung3o de veracidade. _ b) pode ser editado sob a forma de resolucao. c) considerado, quanto & formacdo da vontade, ato administrativo complexo. " d) classifica-se como ato administrativo meramente enunciativo. e) apresenta vicio de forma. | Comentario: a questo é muito interessante e deve ser analisada com calma. Inicialmente, observa-se que a auséncia de exposico dos fundamentos de fato e de direito constitui falta | de motivac3o. Nessa linha, o art. 50 da Lei 9.784/1999 determina que os atos administrativos aco dos fatos e dos fundamentos juridicos, quando, entre deverao ser motivados, com ins outras coisas, neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Portanto, houve um vicio, uma vez que 0 ato nao fol motivado. sabemos que Agora, a diivida seria em qual elemento de formacao ocorreu 0 vicio. Os elementos de formagio do ato administrativo sio competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto. 0 vicio de competéncia surge quando o ato foi praticado por uma autoridade incompetente, mas n3o hd qualquer informagao nesse sentido no enunciado. 0 vicio de finalidade surge quando um ato é praticado com finalidade diversa daquela prevista juridicamente para ele. Por exemplo, se 0 pedido tivesse sido negado simplesmente "para punir o servidor, ocorreria um vicio de finalidade, uma vez que negar pedidos nao possuem o fim de sancionar um agente piblico. 0 vicio de objeto surge quando o ato € praticado com contetido diverso daquele previsto em lei — por exemplo, a lei permite a imposi¢30 de uma sangao de até 90 dias, mas a autoridade aplica a pena de 120 dias. 0 vicio de motivo, por sua vez, surge quando um ato é praticado com base em um motivo _ que é ilegitimo para dar causa aquele ato, ou ainda quando 0 motivo alegado é inexistente. Por exemplo, um servidor € demitido sob alegacdo de inassiduidade habitual; porém, | comprova-se que o servidor nunca faltou ao expediente — assim, 0 motivo (inassiduidade WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 rativos internos, destinados a estabelecer normas de “ habitual) é inexistente. Ou o servidor sofre a sanclo de demissio, por ter cometido uma _infraco que, na legislacao aplicavel, nao enseja tal penalidade — assim, o motivo ¢ ilegitimo. " Sobra, por fim, 0 vicio de forma, que ocorre quando um ato é praticado com omisso ou observancia incompleta ou irregular das formalidades indispensdveis para a formaco do ato. Por exemplo, a aplicag%o de uma sangio sem observancia do direito de defesa constitui vicio de forma, uma vez que uma formalidade essencial, que é a concessio do direito de defesa, no foi observada. Outro importante exemplo de vicio de forma é a auséncia de motivacio. Note, neste caso, no se est discutindo quais foram os motivos para a pratica do ato, mas. sim a auséncia de apresentagao desses motivos, ou seja, a falta de motivacdo. Portanto, a motivac3o integra a forma do ato. Dessa forma, a auséncia de motiva¢3o constitui vicio de forma, Logo, o gabarito da questo é a opcao E. ‘Vamos analisar as outras op¢des: a) todos os atos administrativos presumem-se legitimos e os seus fundamentos de fato verdadeiros, até que se prove o contrério — ERRADA; b) alguns tipos de resolugées so considerados atos normativos. Todavia, a situacio demonstra um tipico ato de efeitos concretos, motivo pelo qual nao pode ser realizado por meio de resolugdo - ERRADA; c) quanto & formago de vontade, o ato pode ser simples, composto ou complexo. O primeiro decorre da manifestac3o de vontade de um Unico érgio; 0 ato composto resulta da manifestaco de vontade de um Unico érgio, mas que depende da edicSo de um outro ato, ‘meramente instrumental, para produzir os seus efeitos; por fim, 0 ato complexo é aquele que surge da formago de vontade de dois ou mais diferentes drgios. No caso, 0 ato foi praticado por uma Unica autoridade, sem qualquer informacao de manifestacao de outro érgio ou agente, motivo pelo qual considera-se um ato simples ~ ERRADA; d) 0s atos enunciativos so aqueles que possuem a manifestago de uma opinigo, ou juizo de valor, a exemplo dos pareceres. No caso, houve um ato concreto, que no se confunde com um parecer — ERRADA. | Gabarito: alternativa E. 1.8 EXTINCAO DOs ATOS ADMINISTRATIVOS Em respeito ao atributo da presung3o de legitimidade, uma vez em vigor, 0 ato administrativo produzird os seus efeitos, possuindo vicios de legalidade ou nfo, até que ocorra formalmente o seu desfazimento. As formas mais comuns de desfazimento dos atos administrativos slo @ anulagio, a revogasio € a cassagio. 1.8.1.1 Anulagao A anulaco, também chamada de invalida¢o, é o desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalidaco possui efeitos retroativos (ex tunc). Além disso, a anulagio dos atos administrativos é um poder-dever da AdministracSo, podendo realizé-la diretamente, por meio de seu poder de autotutela j4 consagrada nas stimulas 346 e 473 do STF. De acordo com a primeira, “A Administragéio Publica pode declarar a nulidade dos seus préprios atos” e, pela segunda, “A Administracao pode anular seus préprios atos, quando eivados de vicios que os tornam ilegais, porque deles ndo se originam direitos; ou revogé-los, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciago judicial”. A anulagio também pode ser realizada pelo Poder Judiciario por meio da devida ago com essa finalidade. Em regra, a anulacio é obrigacio da Administraco, ou seja, constatada a ilegalidade, o agente publico deve promover a anulacio do ato administrativo. Todavia, a doutrina entende que é possivel deixar de anular um ato quando os prejuizos da anulaco foram maiores que a sua manutengao. Além disso, ha casos em que a seguranca juridica e a boa fé fundamentam a manutengo do ato. Imagine que um agente publico se aposente e 20 anos depois se constate ilegalidade no ato que Ihe concedeu esse direito. Seria plausivel determinar que o servidor retorne ao trabalho nessas condigées? € possivel que nao. Assim, presente uma situaco como essa, a Administracio deve decidir qual a melhor solug3o para © interesse puiblico. Ressalva-se que, em algumas hipéteses, a lei jé estabelece a conduta a ser adotada, inclusive prevendo situagées em que decaird o direito de anular os atos administrativos favoraveis aos administrados (art. 54, Lei 9.784/1999). Sempre que existir a anulag3o de um ato, devem ser resguardados os efeitos j4 produzidos em relagdo aos terceiros de boa-fé. Ndo se trata de direito adquirido, uma vez que nfo se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os efeitos j4 produzidos, mas que afetaram terceiros de boa- no devem ser invalidados. Por exemplo, determinada pessoa é nomeada para o desempenho de um cargo piiblico. Durante o periodo que exerceu a funcdo, ela expediu diversas certidées que originaram direitos aos administrados (pressupde-se que a emissio das certidées ocorreu dentro da legalidade). Porém, apés esse periodo, constatou-se que o servidor no possula os requisitos para o cargo e, por conseguinte, sua nomeago foi anulada. Nesse caso, as pessoas que receberam as certid@es, caso tenham agido de boa-fé, ndo podem ser prejudicadas. Por isso, as certid&es permanecerio validas, assim como os efeitos juridicos delas decorrentes. Outra informac3o importante concerne a anulag3o de atos que afetam diretamente os interesses individuais dos administrados, modificando de forma desfavoravel a sua situacdo juridica. Nessas ocasides, mesmo que a anulago seja um poder-dever, deve ser concedido o direito de defesa a0 afetado. Se uma pessoa for nomeada e jd estiver em exercicio no cargo, mas, posteriormente, 0 concurso em que foi aprovada foi anulado, dever-se-4 instaurar um processo administrativo para conceder o direito de defesa ao servidor que provavelmente terd a nomeaco anulada. Situagdo distinta ocorreria se no houvesse nomeago, pois, nesse caso, a pessoa nao teria nenhum direito (ora, se o concurso foi ilegal, ninguém teré direito algum). WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 1.8.2 Revogacio A revogacao é a supresséo de um ato administrativo vdlido e discricionario por motivo de interesse pUblico superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno”. Trata-se, portanto, da extingo de um ato administrativo por conveniéncia e oportunidade da Administracao. A revogacao é um ato administrativo discricionario por meio do qual a Administragao extingue outro ato administrativo, valido e também discricionario, por motivos de conveniéncia ou oportunidade. Na revogago nao ha ilegalidade. Por isso, o Poder Judicidrio nao pode revogar um ato praticado pela Administracdo. Também em virtude da legalidade do ato, a revogaco possui efeitos ex nunc (a partir de agora). Isso quer dizer que seus efeitos nao retroagem. Tudo que foi realizado até a data da revogacio permanece valido. Nem todo ato administrativo € passivel de revogacio, existindo diversas limitagSes, conforme ensina a doutrina. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, no so passiveis de revogacio: a) atos vinculados: precisamente porque no se fala em conveniéncia e oportunidade no momento da edigio do ato e, por conseguinte, também nao se falard na hora de sua revogaco; b) atos que exauriram os seus efeitos: como a revogaco no retroage, mas apenas impede que o ato continue a produzir efeitos, se 0 ato jd se exauriu, n3o hd mais que falar em revogacio. Por exemplo, se a Administrac3o concedeu uma licen¢a ao agente publico para tratar de interesses particulares, apés 0 término do prazo da licenga, nao se poder mais revogé-la, pois seus efeitos ja exauriram; ¢) quando j4 se exauriu a competéncia relativamente ao objeto do ato: suponha que o administrado tenha recorrido de um ato administrativo e que o recurso jd esteja sob apreciaco da autoridade superior, a autoridade que praticou o ato deixou de ser competente para revogé- d) os meros atos administrativos: como as certidées, atestados, votos, porque os efeitos deles decorrentes sdo estabelecidos em lei; e) atos que integram um procedimento: a cada novo ato ocorre a preclusdo com relagio ao ato anterior. Ou seja, ultrapassada uma fase do procedimento, no se pode mais revogar a anterior; f) atos que geram direito adquirido: isso consta expressamente na Sumula 473 do STF. ® Barchet, 2008. °°0 Poder Judicidrio poderd revogar os seus proprios atos quando atuar no exercicio da fungao atipica de administrar. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 1.8.3 Cassagdo A cassa¢o é o desfazimento de um ato valido em virtude de descumprimento pelo beneficiario das condigdes que deveria manter, ou seja, ocorre quando o administrado comete alguma falta. Funciona, na verdade, como uma sanco contra o administrado por descumprir alguma condi¢3o necessdria para usufruir de um beneficio. Podemes mencionar como exemplo a cassag3o da carteira de motorista por exceder o limite de pontos previstos no CTB, a cassacio da licenca para exercer uma profissdo por infringir alguma norma legal, a cassa¢3o de uma licenca para construir em decorréncia de descumprimento de normas de seguranga, etc. 1.8.4 Caducidade A caducidade & a forma de extingdo do ato administrativo em decorréncia de invalidade ou ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando uma legislacSo nova — ou seja, que surgiu apés a pratica do ato — torna-o invalido. Por exemplo, a Administrag3o concedeu uma licenca para construglo, mas, apés isso, uma nova legislaco proibiu a realizacio de obras naquela regio, considerando, ainda, que a obra sequer foi iniciada. Dessa forma, a licenga “caducou”, uma vez que a nova legisla¢ao o tornou invalida. Por esse motivo, temos um caso de invalidade ou ilegalidade superveniente (posterior). (Cespe - AJ/CNJ/2013) A licenca concedida ao administrado para o exercicio de direito poderd ser revogada pela administrac3o publica por critério de conveniéncia e oportunidade. "Comentario: essa questo gerou bastante polémica quando foi aplicada. _ Analisando melhor o item é possivel perceber que a questo deveria ser anulada. A definigdo de licenga pode ser encontrada na doutrina, vejamos: Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014, p. 239): "Licenga € 0 ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administrag3o faculta aquele que preencha os requisitos leais o _ exercicio de uma atividade" "No mesmo sentido, Hely Lopes Meirelles (2013, p. 198): "Licenca € 0 ato administrativo vinculado e definitive pelo qual o Poder Publico, verificando que o interessado atendeu a todas as exigéncias legais, faculta-Ihe o desempenho de atividades ou a realizado de fatos “materiais antes vedados ao particular, como, p. ex., 0 exercicio de uma profissio, a construco de um edificio em terreno préprio". Assim, por ser ato vinculado, a licenca no poderia ser revogada. Essa é a regra geral e, | muitas vezes, as bancas julgam os itens de acordo com as regras. Porém, nesse caso, 0 examinador apegou-se & exceco, 0 que sé prejudicou os alunos mais preparados. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 © gabarito preliminar dessa questo foi dado como errado e, posteriormente, o avaliador modificou o gabarito para correto com a seguinte argumentacao: “Ja existe entendimento consolidado na doutrina e na jurisprudéncia no sentido de que a licenca concedida ao administrado para o exercicio de direito podera ser revogada pela administraco publica por critério de conveniéncia ¢ oportunidade. Por esse motivo, opta-se por alterar o gabarito do item. Dizer que existe entendimento, tudo bem, agora 0 "consolidado" foi forcado. Existem, de fato, alguns julgados do STF e do STJ nesse sentido. Por exemplo, no RE 105634/PR, julgado em 1985, 0 STF entendeu o seguinte: “LICENCA PARA CONSTRUIR. REVOGACAO, OBRA NAO INICIADA. LEGISLAGAO ESTADUAL POSTERIOR. |. COMPETENCIA DO ESTADO FEDERADO PARA LEGISLAR SOBRE AREAS E LOCAIS DE INTERESSE TURISTICO, ‘VISANDO A PROTEGAO DO PATRIMONIO PAISAGISTICA (C.F., ART. 180). INOCORRENCIA DE OFENSA AO ART. 15 DA CONSTITUICAO FEDERAL; Il. ANTES DE INICIADA A OBRA, A LICENCA PARA CONSTRUIR PODE SER REVOGADA POR CONVENIENCIA DA ADMINISTRACAO PUBLICA, SEM QUE VALHA O ARGUMENTO DO DIREITO ADQUIRIDO. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO EXTRAORDINARIO NAO CONHECIDO." No STJ 0 entendimento é um pouco mais consolidado, no sentido de permitir a revogac3o quando sobrevier interesse piblico relevante, hipdtese na qual ficard 0 Poder PUblico obrigado a indenizar os prejuizos gerados pela paralisaco e demolicio da obra: | "ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. ACAO CIVIL PUBLICA. LICENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO. DEFERIMENTO EM CONFORMIDADE COM A LEGISLAGAO APLICAVEL. OFENSA AO ART. 10, DA LEI IN, 6.938/81 CONFIGURADA. REVALORACAO JURIDICA DOS FATOS DESCRITOS NA ORIGEM. POSSIBILIDADE. VIOLAGAO DO ART. 535 DO CPC, NAO OCORRENCIA. [...] 9. A jurisprudéncia da Primeira Turma firmou orientago de que aprovado e licenciado © projeto para construgo de empreendimento pelo Poder Publico competente, em obediéncia a legislaco correspondente as normas técnicas aplicéveis, a licenga entio concedida trard a presuncdo de legitimidade e definitividade, e somente poderd ser: a) cassada, quando comprovado que 0 projeto esté em desacordo com os limites € termos do sistema juridico em que aprovado; b) revogada, quando sobrevier interesse publico relevante, hipétese na qual ficard o Municipio obrigado a indenizar os prejuizos gerados pela paralisacdo @ demolicio da obra; ou c) anulada, na hipétese de se apurar que o projeto foi aprovado em desacordo com as normas edilicias vigentes, (REsp 1.011.581/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, Die 20/08/2008), 10. Nessa ordem de raciocinio, no cabe a0 Judi © art. 10 da Lei n. 6.938/81, determinar 0 embargo da obra, e, por consequéncia, anular os atos administrativos que concederam 0 licenciamento de construco, aprovada em acordo com todas as exigéncias legais, ainda mais quando a prova pericial realizada em juizo constatou que, quanto 0 processo de licenciamento, "no havia indicios de que 0 DEPRN teria se baseado em falsas premissas para decidir sobre a emiss8o e contetido da licenca ambiental” (fl 11.551). Precedentes: AgRg na MC 14.855/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, Dle 4/11/2009; REsp 763.377/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falco, DJe 20/3/2007; REsp 114.549/PR, Primeira Turma, Rel. Min, Humberto Gomes de Barros, Die 2/10/1997. 11. Recursos especiais provides." Na doutrina, porém, hd criticas fortes deste entendimento. 0 Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello afirma que (2014, p. 467): "Assim, depois de concedida regularmente uma licenga para edificar e iniciada a construgao, a Administrag3o n3o pode "revogar" ou "cassar" esta licenga sob alegac3o de que mudou o interesse piiblico ou de que alterou-se a legislaco a respeito. | Se o fizer, 0 Judicidrio, em havendo pedido do interessado, deve anular 0 ato abusivo, pois _cumpre & Administracao expropriar o direito de construir naqueles termos." Veja que o autor fala em expropriacao do direito e no em revogacao. Da mesma forma, José dos Santos Carvalho Filho, apés fazer uma andlise sobre os recentes “julgados que permitem a "revogac3o" da licenca, conclui que, embora admitida pela WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 | jurisprudéncia, no se trata de revogaco, pois a licenca possui carter vinculado e definitivo. Com efeito, o fato de se ter que indenizar 0 prejudicado também nio se coaduna com a revogacio. Portanto, o autor fala que se trata de uma "desapropriagao de direito", "este sim _instituto que se compadece com o dever indenizatério atribuido ao Poder Publico" (Carvalho Filho, 2014, p. 144). Em resumo, como o assunto é controverso, a questo deveria ser anulada. | Para a prova, devemos guardar o seguinte: (1) "nao se pode revogar ato vinculado" - isso é verdadeiro, e se encontra pacificado na doutrina; (2) "a licenga admite revogacio" - isso é _verdadeiro (para a jurisprudéncia), porém sé em situagdes de interesse publico _ superveniente relevante, caso em que o particular deverd ser indenizado. | Gabarito: correto. 1.8.5 Convalidagdo A convalidacao representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidac3o tem por objetivo manter os efeitos j4 produzidos pelo ato e permitir que ele permanega no mundo juridico. Vimos acima que existem atos administrativos nulos e anulaveis. Os atos nulos sao insanaveis, ou seja, ndo podem ser objeto de convalidaco; enquanto os atos anuléveis so aqueles que podem ser convalidados. Conforme estabelece a Lei 9.784/1999, em decisdo na qual se evidencie nao acarretarem lesdo 20 interesse publico nem prejuizo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanaveis poderao ser convalidados pela prépria Administrago (art. 55). So quatro condigées, portanto, para a convalidag3o de um ato segundo a Lei 9.784/1999: (1) que isso nao acarrete lesdo ao interesse puiblico; (2) que no cause prejuizo a terceiros; (3) que os defeitos dos atos sejam sanaveis; (4) decisio discricionéria (“poderio”) acerca da conveniéncia e oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anulé-lo).. Existem apenas dois tipos de vicios considerados sandveis. O primeiro se relaciona com a competéncia, e sé é admitido se ela no for exclusiva. O segundo trata da forma, permitindo a convalidaco quando ela no for essencial. Vamos analisar cada uma dessas hipéteses: a) vicio decorrente da competéncia (desde que no se trate de competéncia exclusiva) — se 0 subordinado, sem delegago, praticar um ato que era de competéncia nao exclusiva de seu superior, serd possivel convalidar o ato; b) vicio decorrente da forma (desde que no se trata de forma essencial) — por exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a motivac3o, a sua auséncia constitui vicio de forma essencial, insandvel, portanto. Porém, quando o agente determina a realizacdo de um servigo por meio de portaria, quando deveria faz@-lo por ordem de servico, no se trata de forma essencial e, por conseguinte, é possivel convalidar o ato. A convalidag3o pode abranger atos discricionarios e vinculados, pois nao se trata de controle de mérito, mas tao somente de legalidade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 «+ manifesto unilateral de vontade /< do ezad0 ou de quem ne fagaas venes 4g Conceito (> regime juridico de Direito Piblica \S efetesjuridicas imediates f * controle judicial _x coneetto mais amplo > todos 0 tipos de atos praticados p/ Administracao Pablica ‘Atos administrativos x4. at0s de direlto privado, matertals,bilaterals, normativos, \ administrativos propriamente ditos, ete. wy Atos materials decorrentes de atos administrativos Eventos da natureza que produzam efeitos juridicos \ %« Atos praticados sem o fim de producir efeitos juridicos, mas ‘que os preduzem inciretamente ¥ stencio administrative < Meios diretos de coagie / use da forga Atributos “* Exigibilidade: meios indiretos / Executoriedade: meios diretos Pant “ Nao esta presente em todos os atos / somente emergéncia ou previsdo em lei «_Administrage pode impor obrigaces, mesma que a outra parte fl concorde V9 Imperativi om Poder de império do Estado mperatividade i .« Presente: atos imponham obrigagdes \ Nao std presente em todos 08 3105 presente: atos consentimento, «Atos correspondem a figuras definidas em lei_"e¥ocials ou que conferem direitos Y tpieidade <1. pros no podem ser inominados Somente atos unilaterais (no estd nos contrates) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Sujelto competente pf araticar 0 ato CCompeténcia decorre da norma (le sentido amo 4 Competéneia me " "9 CCaracteristicas:exercieo obrigatérl,irrenunelsvel,InransterWvel, Impreseitvel, mprorrogsvel, imoditicdvel Delegacdo: atribuir parce'a das competénciasa terceiros; subordinados ou ni; regra * Avoca: arals pars sim competéncia ce um subordinedo;excecdo wy Intereste pune; tim mediate; resultade desejads 4 Flnalidade < * rincpio da impessoalidade ‘Siereeneat x Melo exteriorizagiodo ato » Decreto, gortara,resolucdo, edital, ete * sentido amplo: envelve 0 procedimento (ex. contraditério ¢ ample detesa) se Pressuposto de fate: 0 que aconteceu comsisormon | * Forma * Motivo <> Pressuposto de direto: 0 que a norma prevé para 0 caso SX wetivagio: é a exposigo do motivo, Validade do ato depende da veracidade dos * motives apresentados > Atos vineulados ou disericionérios “Teoria dos motivos determinantes x Contetido doato “* Mesmo quea motivagae nao seja obrigatéria * Objet0 Cx efeitos jurdicosimediatos * Licite, passive, certe © moral Ato ilegal, viciedo 4 Anulagio <<» feitos retroativos, ex tune * Competéncia: Administracdo (autotutela) ou judicisrio (provocado) Fae: ul ‘ vw Conveniéncia «Ato vilido, juizo de mérito. < "* Oportunidade » Efeitos prospectivos, no retroativos, ex nunc * Competéncia: Administragio (autotutela) Desfazimento Cassagao: beneficiario deixa de cumpriros requisitos p/ manutenco do ato \ Caducidade: lei posterior ao ato torna-o ilegal * outras | . . Contraposigo: ato nova cujos efeitos se contrapdem ao anterior Rentincia: benefictério “abre mio” de um direito 4 Correco de um ato com vicio sandvel ‘x Ffeitos retroativos (ex tunc) > corrigea ilegalidade desde a origem ©* Competéncia: Administracdo (regra);interessado (exceszo) 4 Competéncia (nfo exclusiva) * Vicio sanavel * Forma (ndo essencial) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 [rcrmatioe | bliaiaialied a ee Regulamentos Circulares licenga Certiddes Multa Regimentos Ordens de servico —_Autorizaclo Atestados. Interdic&o de atividade Destruig&o de coisas Resolugées Portarias Permissio Pareceres Decretos Avizor Aprovagio Deliberagées Despachos Admissi0 Instrugées Ofcios Visto nocmatives) Instruges Homologac3o Provimentos Dispensa Reniincia Protocolo administrativo 3 QUESTOES DE FIXAGAO 1. (Cespe- EMAP/2018) A competéncia do sujeito € requisito de validade do ato administrative e, em principio, irrenuncidvel, porém sua irrenunciabilidade poderd ser afastada em razo de delegacao ou avocacao de competéncias legalmente admitidas. Comentario: os elementos dos atos administrativos so competéncia; finalidade; forma; motivo; € objeto. A competéncia, ou sujeito competente, é 0 poder legal atribuido em lei. Além disso, a competéncia no € uma mera faculdade, mas um poder-dever do agente, sendo por isso é irrenuncidvel. No entanto, so admitidos os casos de delegagao e avocacio. Gabarito: correto. 2. (Cespe - EMAP/2018) A autorizacSo é ato administrativo vinculado para a administraco piiblica Comentério: autorizacio designa o ato unilateral e discriciondrio pelo qual a Administragio faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a pratica de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos. Trata-se, portanto, de um ato negocial ou de consentimento. Logo, o item est incorreto, pois 0 ato é discriciondrio e nao vinculado. Gabarito: errado. 3. (Cespe - EMAP/2018) Caso no haja obrigacio legal de motivagdo de determinado ato administrative, a administraco no se vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Comentério: pela teoria dos motivos determinantes, ndo importa se deve haver ou n3o a motivagao do ato administrativo, pois o administrador fica vinculado aos motives declarados para a pratica do ato. Uma vez feita a motivacao, a validade do ato fica vinculada a veracidade dos motivos declarados. Ademais, tal teoria aplica-se aos atos vinculados ou discriciondrios; sejam de motivagao obrigatéria ou ndo. Exemplo ocorre com a exoneracao de ocupante de cargo em comissio. Trata-se de ato discricionario e cuja motivag3o é dispensdvel, mas se a autoridade motivar 0 ato e depois provar-se que os motivos apresentados eram falsos, 0 ato sera passivel de invalidag3o. Gabarito: errado. 4. (Cespe - EMAP/2018) Quando ha desvio de poder por autoridade administrativa para atingir fim diverso daquele previsto pela lei, o Poder Judiciério podera revogar ato administrativo em razaio do mau uso da discricionariedade. rimeiro devemos lembrar que 0 Judicidrio n3o possui competéncia para revogar ato administrativo — somente anulé-los. A anulag3o € a exting3o do ato administrativo por razées de ilegalidade. Além disso, no caso da questo em tela, houve ilegalidade por abuso de poder, na modalidade desvio de finalidade. Logo, no cabe revoga¢io0, mas apenas anulacio. Gabarito: errado. 5. (Cespe- EMAP/2018) Ato do qual autoridade se utilize para atingir finalidade diversa ao interesse piiblico devera ser revogado pela prépria administrac3o publica, sendo vedado ao Poder Judicidrio decretar a sua nulidade. Comentério: novamente, ocorreu 0 abuso de poder na modalidade de desvio de finalidade. Assim, por tratar-se de uma ilegalidade, caberia & anulagdo, que pode ser declarada pelo Judicidrio. Gabarito: errado. 6. (Cespe - Advogado/EBSERH/2018) Um edital de licitago foi publicado e, em seguida, foram apresentadas propostas. No entanto, antes da etapa de homologacao, o gestor do érgio licitador decidiu nao realizar 0 certame, sob a alegaco de que aquele no era o momento oportuno para tal Nessa situaco hipotética, ao decidir por no levar a termo o certame, o gestor praticou ato administrativo de anulac3o. Comentério: a anulaco, também chamada de invalidaco, é 0 desfazimento do ato administrativo por questdes de legalidade ou legitimidade (ofensa 8 lei e aos principios); ja a revogago é a retirada de um ato administrativo valido do mundo juridico por razées de conveniéncia e oportunidade. Podemos observar que o edital est em suas devidas conformidades, no entanto o gestor optou, dentro da sua discricionariedade, por no levar o edital a diante. Logo, nesse caso, estamos diante da revogaco. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 A propria Lei de Licitagdes e Contratos assegura que a autoridade competente para a aprovacio do procedimento somente podera revogar a licitaco por razées de interesse puiblico decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anuléla por ilegalidade, de oficio ou por provocagio de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado (Lei 8.66/93, art. 49). Gabarito: errado. 7. (Cespe - Analista Judiciario/STJ/2018) Por ser um ato complexo, 0 reconhecimento da aposentadoria de servidor publico se efetiva somente apés a aprovacio do tribunal de contas. Por sua vez, a negativa da aposentadoria pela corte de contas nao observa o contraditério e a ampla defesa Comentério: quanto & formacio, o ato pode ser: (i) simples: Unico ato, oriundo da manifestacao de vontade de um tinico érgao; (ii) composto: dois atos, sendo um de fato instrumental em relagao a0 outro (exemplos: atos sujeitos 2 homologaco ou visto); (iii) complexos: aqueles que decorrem da conjugasao de vontade de mais de um érgdo para formar um Unico ato. Exemplo classico de ato complexo € 0 ato de aposentadoria, uma vez que estes sé se aperfeigoam apés o registro no Tribunal de Contas. Justamente por isso, 0 STF elaborou a Sumula Vinculante n? 3, que dispde que a negativa da aposentadoria pela Corte de Contas no precisa observar 0 contraditério e a ampla defesa, uma vez que, no momento da deciso do Tribunal, ainda nao existe um ato formado. Eis 0 teor da Simula: Nos processos perante 0 Tribunal de Contas da Unido asseguram-se o contraditério e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulacao ou revogacio de ato administrative que beneficie o interessado, excetuada a apreciacao da legalidade do ato de concessao inicial de aposentadoria, reforma e pensao. Gabarito: correto. 8. (Cespe — Analista Judiciario/STJ/2018) No caso de vicio de competéncia, cabe a revogacao do ato administrativo, desde que sejam respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e no tenha transcorrido o prazo de cinco anos da pratica do ato. a revogagdo apenas incide sobre atos sem vicios. Logo, um ato com vicio de competéncia ndo pode ser objeto de revogacao. Gabarito: errado. 9. (Cespe - Analista Judiciario/STJ/2018) © ato administrative praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela administrago publica, desde que no haja lesdo ao interesse publico nem prejuizo a terceiros. Comentario: o vicio de finalidade é considerado um vicio insandvel, ou seja, néo é passivel de convalidaco. Segundo entendimento majoritério, apenas os atos com vicio de competéncia e de forma so passiveis de convalidaco. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Gabarito: errado. 10. — (Cespe - Técnico Judicidrio/STs/2018) Todos os fatos alegados pela administraco publica so considerados verdadeiros, bem como todos os atos administrativos so considerados emitidos conforme a lei, em decorréncia das presunces de veracidade e de legitimidade, respectivamente. Comentario: a questo apresenta corretamente as definicdes dos atributos da presuncio de veracidade e de legitimidade dos atos administrativos. A presuncao de veracidade trata do mundo dos fatos, enquanto a presuncao de legitimidade significa que ato foi praticado conforme a lei. Por exemplo: se um guarda impde multa alegando que vocé usava o celular enquanto dirigia, o fato (usar o celular) presume-se verdadeiro e, além disso, também se presume que a aplicagio da sango observou a legislac3o. Gabarito: correto. 11. (Cespe - Técnico Judicidrio/STs/2018) A motivacao do ato administrativo pode nio ser obrigatéria, entretanto, se a administracao publica o motivar, este ficaré vinculado aos motivos expostos. Comentario: trata-se da teoria dos motivos determinantes, que vincula a validade dos atos administrativos & veracidade dos motivos apresentados para a sua pratica. Ainda que a motivacao no seja obrigatéria, se realizada, a falsidade do motivo seré justificativa para a anulagio do ato. Gabarito: correto. 12. — (Cespe — Auditor Estadual de Controle Externo/TCM BA/2018) Considere que a administragdo publica deseje desfazer ato administrative porque determinado destinatério descumpriu condigdes obrigatérias para que continuasse a desfrutar de determinada situa¢o juridica. Nessa situa¢o, a administraco deverd adotar a seguinte modalidade de desfazimento do ato: a) invalidacao. b) revogacio. ¢) cassagio. d) convalidagao. €) ratificagao. Comentari em: a retirada é uma forma de desfazimento dos atos administrativos que se subdivide * anulagdo: decorre de vicios na formaco do ato = revogasao: decorre de um juizo de conveniéncia e oportunidade (mérito) = cassago: ocorre quando o beneficidrio deixa de observar um requisito para a manutengo de um ato (ex.: motorista que extrapola os pontos da carteira) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 * caducidade: surge quando uma lei nova é editada apés a pratica do ato, tornando-o incompativel com a nova legislacio (na anulaco, a ilegalidade é anterior, na caducidade € posterior) * contraposiggo: um ato subsequente € editado com efeitos contrérios ao anterior (a exoneragio se contrapde ao ato de nomeagiio) = rendncia: o beneficidrio do ato “abre mao” de seus direitos. Visto isso, podemos notar que, se 0 beneficidrio no atendeu as condicdes obrigatérias para a manutencio do ato, aplicar-se-4 a cassagio (letra C). Para fechar, a ratificagdo é uma expresso cujo significado nao é consensual na doutrina. Por exemplo, José dos Santos Carvalho Filho considera que a ratificaco é uma forma de convalidacao dos atos administrativos adotada quando se corrige um ato invalido por motivo de forma ou de competéncia. Esse inclusive seria a forma classica de convalidaco que estamos acostumados a ver em questdes de prova. Por outro lado, a Prof. Maria Di Pietro entende que ratificagdo é exclusivamente a convalidac3o do vicio de competéncia. Em qualquer caso, no entanto, podemos notar que o termo nao corresponde ao caso do enunciado da questo. Gabarito: alternativa C. 13. (Cespe - Analista Judiciario/STJ/2018) A indicagao dos fundamentos juridicos que determinaram a decisio administrativa de realizar contrataco por dispensa de licitac3o é suficiente para satisfazer o principio da motivacao. Comentério: os atos administrativos que dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatorio deverdo ser motivados com indicago dos fatos e dos fundamentos juridicos (art. 50 da Lei 9.784/99). Assim, a indicagio dos fundamentos juridicos nao é suficiente, sendo também necessério indicar os fundamentos faticos. Gabarito: errado. 14. (Cespe - Analista Judiciario/STJ/2018) So exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resolugdes e as circulares. Comentério: decretos e resolugdes sdo sim atos administrativos normativos. Jé as circulares sao consideradas atos administrativos ordinatorios. Nao ha total consenso sobre isso na doutrina, mas parece 0 posicionamento adotado pelo Cespe. Gabarito: errado. 15. _ (Cespe - Auditor Estadual de Controle Externo/TCM BA/2018) Jo%o, servidor piiblico ocupante exclusivamente de cargo em comissio, foi exonerado ad nutum pela administra¢3o publica sob a justificativa de falta de verba, motivo que constou expressamente do ato administrativo que determinou sua exoneragio. Logo em seguida, Joo descobriu que 0 mesmo érgao havia contratado outro servidor para substitui-lo, tendo-o investido na mesma vaga por ele ocupada. Nessa situago, Jofo WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) poderd reclamar 0 seu retorno, independentemente do motivo apresentado pela administraco publica para a exoneracio. b) no poderd reclamar 0 seu retorno, pois os motivos invocados no ato exoneratério no se comunicam com a nova investidura do servidor, ainda que para o mesmo cargo. c) poder reclamar 0 seu retorno em razio da teoria dos motivos determinantes se comprovar a ndo ocorréncia da situago declarada. d) no poderd reclamar seu retorno, pois a teoria dos motivos determinantes somente poderia ser aplicada nos casos de servidores pubblicos estaveis. ¢) no poderd reclamar o seu retorno, tendo em vista que os cargos em comissio so de livre nomeacio e exoneracio. Comentario: os cargos em comisso também so conhecidos como cargos exoneraveis ad nutum, uma vez que sio de livre exoneracio (e nomeacio) pela autoridade competente. Com efeito, a autoridade que exonerar um servidor ocupante de cargo em comiss%o no precisa sequer motivar tal ato. No entanto, se realizada a motivacio, a validade do ato fica adstrita (vinculada) & veracidade dos motivos apresentadas. Trata-se da aplicag3o da teoria dos motivos determinantes. Assim, se o servidor conseguir provar que os motivos alegados para a sua exoneragio so falsos ou inexistentes, ser cabivel a anulac3o do ato de exoneraco, com o retorno do servidor ao cargo ocupado. Vale reforgar ainda mais: a teoria dos motivos determinantes aplica-se a qualquer tipo de ato (vinculado ou discricionério; com motivacio obrigatéria ou no; seja o servidor estdvel ou ocupante de cargo em comiss%io), desde que se comprove que os motivos apresentados para a pratica do ato sio faltos ou inexistentes. Por esse motivo, o gabarito é letra C. A letra A é incorreta, uma vez que a falsidade do motivo do ato é a justificativa para a sua invalidagdo. A letra B estd incorreta, 0 servidor poderd retornar, sem que isso tenha qualquer relago direta com a nova investidura do outro servidor. A opgo D esté errada, pois a teoria dos motivos determinantes aplica-se independentemente de se tratar de cargo em comisso. Por fim, a alternativa E estd errada, jd que o servidor poder reclamar 0 retorno, com base na teoria dos motivos determinantes, mesmo se tratando de cargo em comissio. Gabarito: alternativa C. 16. (Cespe ~ Procurador do Estado/PGE PE/2018) Aluz da doutrina e da jurisprudéncia, assinale a opco correta acerca de atos adm istrativos, a) Admite-se a convalidaco de ato administrativo por meio de deciso judicial, desde que no haja dano ao interesse publico nem prejuizo a terceiros. b) A nomeagdo dos ministros de tribunais superiores no Brasil € um ato administrativo complexo. c) Por ser a competéncia administrativa improrrogével, atos praticados por agente incompetente no se sujeitam a convalidaco. d) Por serem os ocupantes de cargo em comissao demissiveis ad nutum, é sempre invidvel a anulaclo do ato de exoneracdo de ocupante de cargo em comisséo com fundamento na teoria dos motivos determinantes. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 e) Independentemente de novo posicionamento judicial, havendo modificag3o da situacao de fato ou de direito, a administrac3o poderd suprimir vantagem funcional incorporada em decorréncia de decisio judicial transitada em julgado. Comentario: a) a Lei 9.784/99 aduz que em decisdo na qual se evidencie no acarretarem lesdo ao interesse piiblico nem prejuizo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sandveis poder ser convalidados pela propria Administragio (art. 55). No entanto, no compete ao Judicidrio promover a convalida¢3o de atos administrativos — ERRADA; b) hd divergéncia na doutrina sobre o assunto, mas 0 Cespe inclina-se a corrente que entende que a nomeagao dos ministros de tribunais superiores é um ato administrativo complexo, uma vez que depende da conjuga¢3o de vontades do Presidente da Republica e do Senado Federal (CF, art. 84, XIV) — CORRETA; c) so passiveis de convalidacio os atos com defeito na competéncia ou na forma. Defeitos no objeto, motivo ou finalidade so, em regra, insandveis, obrigando a anulaco do ato. Por fim, a improrrogabilidade é uma caracteristica da competéncia que significa que 0 fato de um agente incompetente praticar um ato nao o fara competente pelo simples decurso do tempo — ERRADA; d) ja vimos inumeras vezes que a teoria dos motivos determinantes aplica-se @ exoneracao de ocupante de cargo em comiss&o, este é inclusive o principal exemplo de sua aplicaco — ERRADA; e) tal assertiva viola o principio da seguranga juridica. Nesse caso, a Administrago no pode suprimir e nem cobrar do servidor os valores pagos. Nesse sentido, entende o STF: “o principio constitucional da seguranga juridica (CRFB, art. 5°, XXXVI) interdita condutas estatais que frustem expectativas legitimas despertadas no cidadao por atos préprios do Poder Publicos, revelando-se imperioso 0 respeito aos efeitos concretos e jé consolidados de atos pretéritos praticados pelas instituigdes politicas, administrativas e judiciérias” (MS 30780, 13/3/2013), na mesma linha, o STF jd reconheceu que a Administrag3o n&o pode suprimir, por decisdo administrativa, vantagem funcional incorporada ao servidor mediante decisao judicial transitada em julgado (RE 394638 Agr, 6/9/2005) — ERRADA; Gabarito: alternativa B. 17. (Cespe - ABIN/2018) A inexisténcia do motivo no ato administrativo vinculado configura vicio insanavel, devido ao fato de, nesse caso, o interesse puiblico determinar a indicacio de finalidade. Comentario: realmente, o motivo inexistente configura vicio insanavel do ato administrativo, ou seja, trata-se de vicio que nao poderd ser convalidado. Indiscutivelmente, trata-se de um vicio de motivo. No entanto, analisando a perspectiva da banca, podemos considerar que um ato praticado com motivo falso também ofende o interesse publico. Assim, teriamos simultaneamente um vicio de motivo e outro de finalidade. Por essa perspectiva, até podemos considerar a questo como certa. Mesmo assim, acredito que a banca tenha tirado a questo de algum texto e colocou o seu contetido de forma descontextualizada na prova. Com isso, o enunciado ficou um tanto dubio. Porém, o avaliador considerou a afirmativa como correta. Gabarito: correto. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 18. (Cespe — ABIN/2018) Na classificago dos atos administrativos, um critério comum é a formacao da vontade, segundo o qual, o ato pode ser simples, complexo ou composto. 0 ato complexo se apresenta como a conjugaso de vontade de dois ou mais érgaos, que se juntam para formar um Gnico ato com um sé contetido e finalidade. Comentario: os atos administrativos so classificados, quanto formagao de vontade, em ato simples, composto ou complexo. O ato simples representa a manifestago de vontade de um Unico 6rgdo, unipessoal ou colegiado. Por outro lado, no ato composto, ha a manifestacio de vontade de apenas um érgio da Administrag3o, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir seus efeitos juridicos. Teremos, assim, dois atos: um principal e outro acessorio. Por fim, no ato complexo, dois ou mais diferentes érgos conjugam suas vontades para formar um Unico ato. E 0 caso, por exemplo, da elaboracao das portarias interministeriais: a portaria somente sera elaborada quando os ministérios envolvidos subscreverem o documento. Por ser um tnico ato, podemos dizer que ele teré um sé contetido e finalidade. Gabarito: correto. 19. (Cespe - ABIN/2018) Na discricionariedade administrativa, o agente possui alguns limites & aco voluntéria, tals como: 0 ordenamento juridico estabelecido para o caso concreto, a competéncia do agente ou do érgao. Qualquer ato promovido fora desses limites serd considerado arbitrariedade na atividade administrativa. Comentario: a discricionariedade é representada pela margem de liberdade que os agentes piiblicos possuem para definir, no caso concreto, qual o melhor contetido para o ato administrativo, conforme anélise dos seus motivos. Por exemplo: se a lei prevé uma sanco de suspensio de um a noventa dias, caberd a autoridade competente analisar os motivos (a infrag0 do servidor) para definir o contetido do ato (0 prazo da suspensio). Essa “margem’”, no entanto, nao ¢ ilimitada, j4 que deve observar 0 ordenamento juridico, ou seja, os limites e os requisitos estabelecidos em lei. Por exemplo: a autoridade nao poderd impor uma sango acima dos 90 dias; nem poderd sancionar o servidor sem conceder o direito de defesa. Além disso, ainda que discricionério, 0 ato deverd observar a competéncia definida em lei. Por exemplo: na Lei 8.112/90, algumas autoridades podem aplicar a suspensio somente até o prazo de 30 dias; acima desse prazo, outra autoridade terd a competéncia para impor a sangao. Se a autoridade no observar o ordenamento e a competéncia, podemos dizer que o ato foi arbitrdrio. Gabarito: correto. 20. (Cespe- ABIN/2018) Uma diferenga entre a revogacdo e a anulac3o de um ato administrativo é a de que a revogacao € medida privativa da administragio, enquanto a anulag3o pode ser determinada WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 pela administracio ou pelo Poder Judicidrio, no sendo, nesse caso, necessaria a provocac3o do interessado. item esta quase certo, mas o trecho final ficou incorreto. 0 Judicidrio no controla a aco de oficio, logo tem que ser provocado para anular um ato administrativo. Por outro lado, a Administraco podera desfazer um ato de oficio ou mediante provocagio. Gabarito: errado. 21. (Cespe - ABIN/2018) E possivel a convalidago do ato administrativo vinculado que contenha vicio relativo & competéncia, desde que nao se trate de competéncia exclusiva, hipétese em que ocorre a ratificagio, e nao a convalidacao. gabarito da questo também nao faz muito sentido. Esta € mais uma daquelas que eu sugiro que vocé néo utilize em futuras revisées, pois a questo no contribui no entendimento do assunto. Note que a banca menciona que “é possivel a convalidacio do ato” e logo no final conclui que isso néo é uma convalidagéio. Ora, sem nem entrar no mérito do assunto, se o préprio enunciado da questo entra em contradicSo, s6 poderiamos concluir que a questo est incorreta. No entanto, o avaliador concluiu que o item esta certo. O Cespe jd afirmou, na resposta padrao de uma questo discursiva, que existiria um género, chamado de saneamento, que se subdividiria em convalidagao, ratificac3o e confirmag3o. A convalidagao seria a corres3o dos vicios de um ato; a ratificagao seria a corre¢3o de um vicio de competéncia; enquanto a conversio seria o aproveitamento dos elementos de um ato viciado que seria convertido em outro ato escoimado dos vicios. Esse n3o € 0 entendimento majoritério, j4 que nossos doutrinadores entendem que a ratificag3o nada mais é do que uma espécie de convalidag3o. Gabarito: correto. 22. (Cespe - ABIN/2018) Tendo tomado conhecimento de que um ato vinculado possua vicio que o torne ilegal, a administrag3o deve revogar tal ato, independentemente de determinacao do Poder Judiciario. Comentario: isso jé estd batido! Nao cabe revogac3o de ato ilegal, mas apenas anulaco ou, em casos especificos, a convalidacao. Gabarito: errado. 23. (Cespe ~ Auditor do Estado/SEFAZ RS/2018) Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando 0 uso de bem ptiblico em favor de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange & ocupacio do espago urbano, tendo proibido a destinacao de tal bem publico a atividade particular. Nessa situacdo hipotética, o referido ato administrative de autorizac3o de uso de bem piblico extingue-se por WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) revogacio. b) anulacio, c) contraposigo. d) caducidade. €) cassagio. Comentari a) a revogago ocorre quando um ato administrativo discricionério legal (vélido) deixa de ser conveniente ou oportuno para a Administrag3o — ERRADA; b) a anulagSo ocorre quando hé ilegalidade na origem do ato. Note que, na anulac3o, o vicio ocorre na origem, no nascimento do ato. Ele jé é editado de forma ilegal. No caso da questo, a lei foi posterior ao ato, logo no se trata de anulago (j4 vamos ver qual o instrumento correto) — ERRADA; ¢) ocorre quando emitido ato administrativo com efeitos contrapostos ao ato anterior. Exemplo: exoneraco de servidor puiblico, cujo ato é contraposto ao da nomeagio ~ ERRADA; d) ocorre caducidade quando norma juridica posterior torne ilegal a situacdo juridica antes autorizada. Nesse caso, na origem o ato era licito, porém a legislaco posterior tornou o ato incompativel com 0 ordenamento juridico. Exemplo: caducidade de permisso para construg3o em rea que foi declarada de preservacao ambiental — CORRETA; e) a cassago ocorre quando o beneficiério descumpriu as condigdes que deveriam ser atendidas para a continuidade da relag&o juridica. Exemplo: a cassago de licenga de restaurante por descumprir as regras sanitarias — ERRADA. Gabarito: alternativa D. 24. (Cespe - ABIN/2018) Nas situag8es de siléncio administrativo, duas solugSes podem ser adotadas na esfera do direito administrativo. A primeira esta atrelada ao que a lei determina em caso de ato de contetido vinculado. A segunda, por sua vez, ocorre no caso de ato de caréter discricionario, em que 0 interessado tem o direito de pleitear em juizo que se encerre a omissdo ou que juiz fixe prazo para a administragio se pronunciar, evitando, dessa forma, a omissio da administrac3o. Comen silencio administrativo é a situago em que a Administraco deveria se pronunciar, mas nfo fez nada. Por exemplo: vocé apresenta um requerimento, mas a Administracio simplesmente nao responde, nem para negar nem para deferir 0 pedido. Nao € to facil defini os efeitos do siléncio, Em alguns casos, a lei poders fixar prazo para a deciso e definir que, no caso de siléncio, o pedido sera tacitamente deferido ou indeferido. Por outro lado, a lei pode simplesmente no informar as consequéncias do siléncio ou nem mesmo estabelecer um prazo maximo para a manifestaco. Dessa forma, vencido 0 prazo, ou transcorrido prazo razodvel para a decisio caso a lei no tenha fixado prazo, o particular poderd acionar 0 Poder Judicidrio, que poderd adotar as seguintes WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 decisdes: (i) tratando-se de ato vinculado, tendo o particular direito ao que foi pleiteado, o juiz determinaré que se adote a decisio definida em lei; (ii) por outro lado, tratando-se de ato discricionério, o juiz fixara prazo para que a Administrac’o adote uma decisio, sob pena de responsabilidade, j4 que, mesmo tratando-se de juizo discricionario, o particular teré direito a um \)deferimento devidamente motivado. Assim, o item estd devidamente correto, pois o siléncio terd efeitos distintos conforme seja um ato vinculado ou discricionério. Gabarito: correto. 25. (Cespe- ABIN/2018) Em decorréncia da prépria natureza dos atos administrativos discricionérios, no se permite que eles sejam apreciados pelo Poder Judicidrio. Comentario: todos os atos administrativos submetem-se ao controle do Poder Judiciario, sejam eles vinculados ou discricionérios, motivo pelo qual a questo esta incorreta. O que nao pode é 0 Poder Judiciério invadir o mérito do ato, ou seja, 0 juizo de conveniéncia e oportunidade. Mas varios outros aspectos podem ser controlados. Por exemplo: a autoridade era competente? O ato tinha fim publico? Os motivos realmente eram verdadeiros? O contetido do ato néo extrapolou os limites legais? Estes aspectos podem ser controlados pelo Poder Judiciario. Gabarito: errado. 26. (Cespe - Técnico Judicidrio/STM/2018) A finalidade que um ato administrativo deve alcangar é determinada pela | nesse aspecto, liberdade de opgdo para a autoridade administrativa. inexistindo, Comentério: a finalidade € elemento sempre vinculado do ato administrativo. Dessa forma, € sempre a lei que define a finalidade de interesse publico do ato. Gabarito: correto. 27. (Cespe - Técnico Judiciério/STM/2018) A competéncia publica conferida para o exercicio das atribuigdes dos agentes publicos é intransferivel, mas renuncidvel a qualquer tempo. Comentério: a competéncia é irrenuncidvel, com base no principio da indisponibilidade do interesse publico. Por isso que a competéncia representa um poder-dever, jé que o agente publico nao tem apenas a prerrogativa, mas a obrigacao de exercé-la. Gabarito: errado. 28, (Cespe — Analista Judicidrio/STM/2018) De acordo com o principio da autoexecutoriedade, os atos administrativos podem ser aplicados pela prépria administrac3o publica, de forma coativa, sem a necessidade de prévio consentimento do Poder Judicirio. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Comentario: a autoexecutoriedade significa que a Administracio Publica poderd executar diretamente as suas decisdes, sem necessitar de prévia autorizacio do Poder Judicidrio. Esse atributo dos atos administrativos é t3o importante que alguns autores chegam a consideré-lo um principio do Direito Administrativo. Logo, o item esté certo. Tome cuidado: nem todo ato administrativo possui autoexecutoriedade. Porém, a questo nao afirmou que “todos atos gozam desde atributo”, mas apenas detalhou o seu sentido. Gabarito: correto. 29. (Cespe - Técnico Judicidrio/STM/2018) Caso edite ato administrativo que remova, de oficio, um servidor publico federal e, posteriormente, pretenda revogar esse ato administrative, a autoridade publica deverd explicitar os motivos de sua segunda decisio, com a indicaco dos fatos e dos fundamentos juridicos. como regra, os atos administrativos dependem de motivacdo. Apenas em casos excepcionais os atos no deverao ser motivados. A motivacao € ainda mais relevante quando os atos afetem direitos ou interesses individuais. O ato de remocao é um exemplo de ato que afeta direitos, pois ensejard a mudanca de residéncia e de local de trabalho do servidor. Além disso, os atos que “importem anulac3o, revogag3o, suspensdo ou convalidag3o de ato administrativo” também dependem de motivaclo, com indicac3o dos pressupostos de fato e de direito (Lei 9.784/1999). Gabarito: correto. 30. _ (Cespe — Analista Judiciario/STM/2018) A imperatividade € 0 atributo pelo qual o ato administrativo é presumido veridico até que haja prova contréria a sua veracidade. Comentario: 0 conceito dado na questo € da presungo de legitimidade, segundo o qual o ato administrativo presume-se licito até que se prova o contrario. Por outro lado, a imperatividade representa a possibilidade de atingir a esfera juridica de terceiros, ainda que estes no concordem. Gabarito: errado. 31. (Cespe — Analista Judicidrio/STM/2018) Alicenga consiste em um ato administrativo unilateral e discricionério. Comentario: a licenga é um tipo de ato administrativo negocial (ou de consentimento), unilateral e vinculado. Dessa forma, a licenga representa um direito subjetivo da pessoa, de tal forma que, preenchidos os requisitos legais, a Administragao € obrigada a concedé-la. Por outro lado, séo discricionérios os atos de autorizaco e permissio. Gabarito: errado. 32. — (Cespe — Delegado de Policia Civil/PC MA/2018) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 E possivel a convalidacio de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos aos elementos a) objeto e finalidade. b) motivo e competéncia. ¢) motivo e objeto. d) competéncia e forma, €) finalidade e forma. Comentario: a convalidagio representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidac3o tem por objetivo manter os efeitos jé produzidos pelo ato e permitir que ele permaneca no mundo juridico. Indo direto ao ponto, os atos podem ser convalidados quando apresentam defeitos de dois elementos: io decorrente da competéncia (desde que nao se trate de competéncia exclusiva) - se o subordinado, sem delegacSo, praticar um ato que era de competéncia no exclusiva de seu superior, serd possivel convalidar o ato; e vicio decorrente da forma (desde que no se trata de forma essencial) — por exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a motivacao, a sua auséncia constitui vicio de forma essencial, insandvel, portanto. Porém, quando o agente determina a realizacdo de um servigo por meio de portaria, quando deveria fazé-lo por ordem de servigo, nao se trata de forma essencial e, por conseguinte, é possivel convalidar o ato. Portanto, genericamente, os vicios de competéncia e forma so passiveis de convalidago. Gabarito: alternativa D. 33. — (Cespe - Escrivao de Policia/PC MA/2018) Governador de estado que pretenda nomear um escrivéo de policia para ocupar cargo de confianga deverd fazé-lo por a) decreto. b) homologaso. ¢) circular. d) alvara. e) resolugo. Comentéi a) os decretos sao atos administrativos de competéncia dos chefes do Poder Executivo e utilizados usualmente por esses para fazer nomeagées regulamentacdes de leis, entre outras coisas. Logo, se é um ato do governador, ser feito mediante decreto — CORRETA; b) a homologagao é a confirmacao de um ato administrativo — ERRADA; WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 ¢) a circular € um documento destinada a funcionérios de um determinado setor encaminhada pelo chefe da reparticio, cujo objetivo é dar conhecimento sobre determinada ordem ou informag3o — ERRADA; d) 0 alvara € um documento de consentimento, que se manifesta, em geral, pelas licengas e autorizagdes — ERRADA; e) uma resolucdo é a forma de atos, gerais ou individuais, emanados de outros autoridades que no sejam o chefe do Poder Executivo — ERRADA. Gabarito: alternativa A. 34, (Cespe - Investigador de Policia/PC MA/2018) Caracteriza-se como unilateral e vinculado 0 ato da administrac3o denominado a) permissao. b) aprovagio. ¢) parecer. d) autorizacao. ) licensa. Comentario: Hely Lopes Meirelles conceitua a licenga como “o ato administrative vinculado e definitivo pelo qual o Poder Publico, verificando que o interessado atendeu a todas as exigéncias legais, faculta-Ihe o desempenho de atividades ou a realizacio de fatos materiais antes vedados 20 particular, como, p. ex., 0 exercicio de uma profissao, a construg3o de um edificio em terreno préprio". Ademais, por ser um ato administrativo, consequentemente é um ato unilateral também. Logo, o gabarito é a letra E. Vejamos as demais opgdes: a) a permissio, como ato administrativo, designa o ato unilateral, discricionario e precario, pelo qual a Administrago faculta ao particular a utilizago privativa de bem pubblico - ERRADA; b) a aprovago ¢ ato unilateral e discriciondrio pelo qual se exerce 0 controle a priori ou a posteriori do ato administrativo — ERRADA; c) 0 parecer é 0 ato pelo qual os drgios consultivos da Administra¢3o emitem opini3o sobre assuntos técnicos ou juridicos de sua competéncia. E considerado um ato enunciativo, que é aquele pelo qual a Administrago apenas atesta ou reconhece determinada situagio de fato ou de direito ou emite uma opinio ou juizo de valor - ERRADA; d) a autorizagSo € 0 ato administrativo unilateral, discriciondrio e precério pelo qual a Administrago faculta ao particular o uso de bem piiblico (autorizaco de uso), ou a prestacio de servigo puiblico (autorizagao de servico piblico), ou o desempenho de atividade material, ou a pratica de ato que, sem esse consentimento, seriam proibidos (autorizagao como ato de policia) — ERRADA. Gabarito: alternativa E. 35. _ (Cespe — Investigador de Policia/PC MA/2018) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 De acordo com a doutrina majoritaria, os elementos fundamentais do ato administrativo sto ofa) a) forma, a competéncia, a atribui¢do, a finalidade e o objeto. b) objeto, a finalidade, o motivo, a competéncia e a tipicidade. <) competéncia, a forma, 0 objeto, o motivo e a finalidade. d) motivo, 0 objeto, a finalidade, a autoexecutoriedade e a forca coercitiva €) objeto, o motivo, a competéncia, a finalidade e a abrangéncia. Comen 1s elementos do ato administrativo so: competéncia (ou sujeito); finalidade; forma; motivo e objeto, que formam o mneménico: ComFiForMOb. A competéncia € © poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas atribuigées; a finclidade diz que o ato administrativo deve se destinar ao interesse publico (finalidade geral) e ao objetivo diretamente previsto na lei (finalidade especifica); a forma € 0 modo de exteriorizago do ato; o motivo éa situaco de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o ato; por fim, 0 objeto, também chamado de contetido, é aquilo que o ato determina, é a alterac%o no mundo juridico que o ato se prope a processar, ou seja, 0 efeito juridico do ato. Portanto, o nosso gabarito é a letra C. Gabarito: alternativa C. 36. (Cespe — CGM Jodo Pessoa PB/2018) Ocorre anulago do ato administrativo quando o gestor publico o extingue por razées de conveniéncia e oportunidade. anulagao ocorre quando o ato administrativo esta eivado pelo vicio da ilegalidade, podendo ocorrer tanto pela propria Administracao, quanto pelo Judiciario, seja em atos vinculados ou discricionarios, tem efeitos ex tunc (via de regra), ou seja, retroagem os seus efeitos. J4 a revogagio € que ocorre quando um ato administrativo discricionario legal (valido) deixa de ser conveniente ou oportuno para a Administragao. Gabarito: errado. 37. _ (Cespe - CGM Jodo Pessoa PB/2018) A execusio, de oficio, pela administracao publica de medidas que concretizem o objeto de dade. /o caracteriza 0 atributo da imper um ato administr Comentério: a execuso, de oficio, pela administracio publica de medidas que concretizem 0 objeto de um ato administrativo caracteriza o atributo da autoexecutoriedade. Lembrando: * imperatividade (império) -> impde a obrigagao; * autoexecutoriedade -> executa 0 ato, sem precisar de decisio judicial. Gabarito: errado. 38. — (Cespe - Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Joao Pessoa PB/2018) A revogaco produz efeitos retroativos. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Comentério: a revogacSo produz efeitos ex nunc, ou seja, nao retroativos (s3o efeitos prospectivos ou paraa frente). Jd a anulacio produz efeitos ex tune, isto , retroativo. Gabarito: errado. 39. (Cespe - Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Joao Pessoa PB/2018) © Poder Judiciério e a propria administrac&o publica possuem competéncia para anular ato administrativo. Coment correto. O Poder Judicidrio, sem entrar no mérito do ato administrativo, pode anula- lo quando eivado de vicio que o tora ilegal. J4 a Administraslo, por meio do seu poder de autotutela, pode-deve anular seus prdprios atos, quando eivados de vicio de legalidade, e pode revogé-los por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (Lei 9.784/99, art. 53). O STF também jé sumulou o assunto: a administrac3o pode anular seus préprios atos, quando eivados de vicios que os tornam ilegais, porque deles nao se originam direitos; ou revogé-los, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciago judicial (Sumula 473/STF). Gabarito: correto. 40. — (Cespe - Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Jodo Pessoa PB/2018) 0 ato administrativo julgado inconveniente poder ser anulado a critério da administrago, caso em que a anulac3o teré efeitos retroativos. Comentério: se 0 ato € julgado inconveniente, ndo é 0 caso de anulag%io, mas apenas de revogacio, dai 0 erro da questo. Por outro lado, se fosse de fato 0 caso de anulago, esta teria efeitos retroativos conforme consta no final da quest3o. Gabarito: errado. 41. (Cespe - CGM Jodo Pessoa PB/2018) As multas de transito, como expresso do exercicio do poder de policia, sé dotadas de autoexecutoriedade. Comen: 1s multas so exemplos tipicos de atos que nao possuem autoexecutoriedade, uma vez que, se particular no quitar a multa, a Administrac3o somente poderé adotar meios indiretos de coagdo, mas nao poderd executar diretamente a multa. Para isso, seré necessério mover uma ago judicial de cobranga. Logo, a multa nao goza da autoexecutoriedade. Gabarito: errado. 42. (Cespe - CGM Joao Pessoa PB/2018) Regulamento e ordem de servico so exemplos, respectivamente, de ato administrativo normativo e de ato administrativo ordinatério. Comentsrio: isso mesmo! Atos normativos so aqueles que contém um comando geral, visando a correta aplicagao da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: decretos, regulamentos, regimentos, resolucdes, deliberagées, etc. J4 os atos WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 ordinatérios visam disciplinar 0 funcionamento da Administragio e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierarquico da Administraglo. Exs.: instrugées, circulares, avisos, portarias, ordens de servico, oficios, despachos. Gabarito: correto. 43. — (Cespe - Auditor de Contas Publicas/TCE PB/2018) Em geral, os atos administrativos sao dotados, entre outros, dos atributos de a) disponibilidade, presungdo de legitimidade e imperatividade. b) consensualidade, autoexecutoriedade e a presungio de legitimidade. c) consensualidade, discricionariedade e disponibilidade. 4d) discricionariedade, imperatividade e autoexecutoriedade. e) presungo de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade. Comentério: so atributos dos atos administrativos: 2 presungdo de legitimidade e veracidade; a imperatividade; a autoexecutoriedade ¢ a tipicidade. Juntos, eles formam o mneménico: PATI. Correta, portanto, a letra E. A autoexecutoriedade € 0 atributo pelo qual o ato administrative pode ser posto em execuco pela propria Administraco Publica, sem necessidade de intervenc3o do Poder Judicidrio. A imperatividade € 0 atributo pelo qual os atos administrativos se impdem a terceiros, independentemente de concordancia. A presungao de legitimidade diz respeito 4 conformidade do ato com a lei. Em decorréncia desse atributo, presumem-se, até prova em contrario, que os atos administrativos foram emitidos com observancia da lei, invertendo-se o énus da prova para aquele que alegar a existéncia de vicios em algum ato. Por fim, a tipicidade, nao mencionada na questo, significa que os atos devem corresponder a figuras previamente nominadas pela lei como aptas a alcancar determinada finalidade. Em termos simples, a tipicidade significa que os atos administrativos est&o previstos em lei. Por outro lado, a discricionariedade, a consensualidade e a disponibilidade nfo so atributos do ato adi istrativo. Gabarito: alternativa E. 44. — (Cespe - Técnico Judiciario/TRE TO/2017) Assinale a opcao que apresenta espécie de ato administrativo vinculado quanto ao contetido. a) circular b) permissio ¢) despacho d) portaria e) licenga Comentsrio: os atos vinculados sdo aqueles praticados sem margem de liberdade de decisio, uma vez que a lei determinou, o unico comportamento possivel a ser obrigatoriamente adotado é WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 sempre aquele em que se configure a situa¢3o objetiva prevista na lei. E exatamente o caso da licenga, que € 0 ato unilateral e vinculado pelo qual a Administrag3o faculta aquele que preencha os requisitos legais 0 exercicio de uma atividade. A circular, a portaria e 0 despacho so atos classificados quanto a forma. Por fim, a permiss3o 6, em sentido amplo, um ato precério. Gabarito: alternativa E. 45. — (Cespe - Técnico Judiciario/TRE TO/2017) No que se refere aos vicios de competéncia na administrag3o publica, assinale a opso correta. a) A remogio de oficio de servidor caracteriza abuso de poder. b) Quando © vicio de competéncia no pode ser convalidado, caracteriza-se hipstese de nulidade absoluta <) A convalidacdo € 0 ato administrative pelo qual é suprido o vicio existente em um ato ilegal, operando efeitos posteriores. d) A usurpacio de poder ocorre quando um servidor publico exerce a funcdo de outro servidor na mesma reparticao. e) Ocorre desvio de poder quando a autoridade policial se excede no uso da forca para praticar ato de sua competéncia. Comentario: a) a remosio de oficio caracterizaré abuso de poder se for determinada com finalidade diversa da prevista em Lei, qual seja, a de atender ao interesse publico para adequagéo da lotaco nos érgdos puiblicos — ERRADA; b) os vicios na competéncia somente admitem convalidacio caso nio se trate de competéncia exclusiva. Nos demais casos, provoca a nulidade absoluta do ato, no sendo passivel de convalidacaio — CORRETA; c) a convalidago deve incidir em atos com defeitos sandveis. Ademais, possul efeitos retroativos — ERRADA; d) a usurpago de poder corresponde & ofensa por um érgéo da Administra¢o Publica ao principio da separacao dos poderes. Jé a usurpacdo de fungdo € um crime contra a Administracao Publica, ‘em que uma pessoa se passa por servidor publico, sem o ser — ERRADA; e) nesse caso, podemos dizer que houve excesso de poder, pois o policial atuou fora do limite legal de competéncia — ERRADA. Gabarito: alternativa B. 46. — (Cespe — AJAA/TRE TO/2017) Acerca da extinco dos atos administrativos, assinale a op¢ao correta. a) A cassaco é a extingdo do ato administrativo por descumprimento da execugio desse ato pelo seu beneficiario, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) A decretacSo da anulac3o decorre da conveniéncia e da oportunidade da administraclo publica. c) Arevogaco é um ato discricionério, que produz efeitos ex tunc. d) A anulagio retira do mundo juridico atos com defeitos, produzindo efeitos ex nunc. e) Somente por determinacao judicial € possivel a revogaco de um ato administrativo. Comentario: a) a cassaco ¢ 0 desfazimento de um ato valido em virtude de descumprimento pelo beneficiério das condiges que deveria manter, ou seja, ocorre quando 0 administrado comete alguma falta — CORRETA; b) a anulagio se dé por motivos de ilegalidade. J4 a revogac%io decorre da conveniéncia € oportunidade da administraco — ERRADA; c) a revogacao, de fato, é discricionaria; porém, seus efeitos so ex nunc, ou seja, dali para frente, tendo em vista que atinge atos validos, mas que por algum motivo, tornaram-se inconvenientes ou inoportunos para a Administragdo — ERRADA; d) a anulaco possui efeitos ex tunc, ou seja, retroage até a data de edi¢o do ato viciado - ERRADA; e) nfio cabe ao Judicidrio a revogacao de atos administrativos dos demais poderes. A revogacio é feita pela propria autoridade que emitiu 0 ato, por razdes de conveniéncia ou oportunidade — ERRADA. Gabarito: alternativa A. 47. (Cespe - AIAA/TRE 0/2017) Os atos administrativos so a) 05 que ocorrem quando o fato corresponde a descri¢do contida na norma legal. b) aqueles que ocorrem quando o fato descrito na norma produz efeitos no campo do direito administrativo. c) aqueles praticados no exercicio da funcSo administrativa. d) os atos legais declarados pelo Estado ou por seus representantes, com efeitos juridicos imediatos, com observancia da lei, sob regime juridico de direito publico e sujeito ao controle pelo Poder Judicisrio, e) aqueles que decorrem de acontecimentos naturais independentes do homem. Comentario: segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “pode-se definir ato administrativo como a declaragéo do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos juridicos imediatos, com observancia da lei, sob regime juridico de direito publico e sujeita a controle pelo Poder Judicidrio.” Gabarito: alternativa D. 48. (Cespe — AJAJ/TRE TO/2017) Apés a conclus3o de processo administrativo disciplinar contra servidor pibblico federal, a autoridade publica que tem atribuigées legais para editar ato punitivo, suspendeu o servidor WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 por cento e vinte dias. Nessa situaco hipotética, 0 ato de suspensio do servidor por cento vinte dias é nulo por vicio de a) forma. b) finalidade. ¢) objeto. d) motivo. e) competéncia. Coment questo cobra o conhecimento da Lei 8.112/90, mas serve para que possamos entender um pouco sobre os elementos dos atos administrativos. Na mencionada lei, a pena de suspensio nao pode exceder 90 dias. efeito juridico que serd produzido pelo ato, ento, seré viciado, pois nao é possivel o cumprimento de pena de suspenso superior a 90 dias. O vicio, entéo, foi no objeto do ato, € 0 seu contetido; é 0 que efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é, o efeito juridico que o ato produz. Gabarito: alternativa C. 4 (Cespe - Defensor Publico/DPE AC/2017) Acerca do ato administrativo de concessio de aposentadoria, assinale a op¢o correta de acordo com o entendimento do STF. a) Em nome da seguranca juridica, a ndo observancia do prazo de cinco anos para o exame de legalidade do ato inicial concessivo de aposentadoria resulta na convalidacao de eventual nulidade existente. b) Trata-se de ato administrativo simples, cujos efeitos se produzem a partir da sua concessio pelo orgio de origem do servidor, sujeitando-se a controle a posteriori pelo tribunal de contas competente. ¢) Trata-se de ato administrativo complexo, que somente se aperfeigoa com o exame de sua legalidade e consequente registro no tribunal de contas competente. d) 0 exame de legalidade da concesso de aposentadoria, por ser este um ato administrativo concessivo de direitos ao destinatario, submete-se 20 prazo decadencial de cinco anos, contado a partir da sua concessio, salvo comprovada ma-fé. e) Em razo do devido processo legal, o exame de legalidade e registro do referido ato junto ao tribunal de contas necessita, impreterivelmente, da observancia do contraditério e da ampla defesa do servidor publico interessado. Comentério: a) 0 ato nao serd convalidado, mas deve-se oportunizar aos interessados 0 contraditério e a ampla defesa, para que participem do processo - ERRADA; b) o ato € complexo, e a explicagao vem logo abaixo ~ ERRADA; c) 0 ato complexo € 0 que necesita da conjugagao de vontade de dois ou mais diferentes orgaos ou autoridades. Apesar da conjugac3o de vontades, trata-se de ato unico. O entendimento WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 majoritério € 0 de que 0 ato de aposentadoria é um ato administrative complexo, que se aperfeigoa somente com o registro perante o Tribunal de Contas — CORRETA; d) por ser ato complexo, nao se opera a decadéncia prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 (5 anos) no periodo compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou penso e 0 posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas — ERRADA; e) a apreciacao da legalidade do ato inicial de concesséo de aposentadoria, em regra, ndo precisa observar © contraditério e a ampla defesa. Quando essa aprecia¢lo superar 5 anos, deve-se oportunizar o contraditério e a ampla defesa. Ademais, conforme Suimula Vinculante n2 3, nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditério e a ampla defesa quando da deciséo puder resultar anula¢do ou revogacao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciaco da legalidade do ato de concess3o inicial de aposentadoria, reforma e pensio— ERRADA. Gabarito: alternativa C. Em margo de 2017, o governo de determinado estado da Federaco declarou nulo ato que, de boa-fé, havia concedido vantagem pecuniaria indevida aos ocupantes de determinado cargo a partir de janeiro de 2011. Nessa situaco hipotética, a) oto de anulagao do ato que havia concedido vantagem pecuniaria ofendeu diretamente 0 principio da proporcionalidade. b) 0 ato de anulacao foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais sobre a exting30 dos atos administrativos. c) 0 correto seria a revogacio do ato, e nfo a sua anulacao. d) a declarag3o de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadéncia do direito. €) 0 principio da autotutela da administracdo publica protege o ato de anulacio determinado pelo governo. © art. 54 da Lei 9.784/99 dispde que o direito da Administraco de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoraveis para os destinatarios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada ma-fé. No caso da alternativa, houve uma nulidade em 2011, sendo que, em 2017, passados 6 anos da edigdo do ato nulo, nao ha mais que se falar em anulacao. Gabarito: alternativa D. 51. (Cespe — Defensor Puiblico/DPU/2017) Jorge, servidor piiblico federal ocupante de cargo de determinada carreira, foi, por meio administrativo, transferido para cargo de carreira diversa. Com referéncia a essa situacdo hipotética, julgue o item subsequente & luz do entendimento dos tribunais superiores. A forma de provimento do cargo piiblico na referida situaco — transferéncia para cargo de carreira diversa — foi inconstitucional, por violar 0 principio do concurso piblico; cabe & WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 administrac3o publica, no exercicio do poder de autotutela, anular o ato ilegal, respeitado o direito ao contraditério e ample defesa. Comentai Lei 9.784/99, em seu art. 53, diz que “A Administrac3o deve anular seus préprios atos, quando eivados de vicio de legalidade, e pode revogé-los por motivo de conveniéncia ou lade, respeitados os direitos adquiridos”. Essa previsdo caracteriza o poder de autotutela istrativa, em que a Administrac3o pode anular os seus préprios atos, sem necessidade de interferéncia do Poder Judiciario. Gabarito: correto. 52. (Cespe - Analista de Gestao - Administrador/TCE PE/2017) 0 ato administrative deve ser avaliado pelo seu contetido, no devendo ser invalidado por desobediéncia a requisitos de forma. Comentario: a forma dos atos administrativos é definida em lei, e a sua inobservancia representa a invalidago do ato por vicio de legalidade (especificamente, vicio de forma). Gabarito: errado. 53. — (Cespe — Analista de Gestdo ~ Administrador/TCE-PE/2017) Na revogacio, o ato € extinto por oportunidade e conveniéncia, ao passo que, na anulacdo, ele é desfeito por motivo(s) de ilegalidade. Comentério: a revogaco é a supressio de um ato administrativo valido e discricionario por motivo de interesse publico superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno; jd a anulago é 0 desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade. Gabarito: correto. 54. — (Cespe - Auditor de Contas Puiblicas/TCE PE/2017) Concedida aposentadoria a servidor piblico, o prazo decadencial para a administrago rever © ato concessivo terd inicio somente a partir da manifestaco do tribunal de contas sobre o beneficio, Comentario: isso mesmo. Como se trata de um ato complexo, sé se aperfeicoa apés a andlise do tribunal de contas. A partir dessa anidlise, ent3o, que tem inicio o prazo decadencial para possivel revisio, pela administracao, desse ato. Gabarito: correto. 55. (Cespe - Analista de Gestao/TCE PE/2017) A expresso ato administrativo, por incluir no sé os atos praticados no exercicio da funco administrativa, mas também os atos de direito privado praticados pelo poder puiblico, tem sentido mais amplo que a expresso ato da administraco. © ato administrativo é uma declaracio do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos juridicos imediatos, com observancia da lei, sob regime juridico de direito publico e sujeita a controle pelo Poder Judicidrio. 14 os atos da Administraco so género que abrangem: (a) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 08 atos administrativos; (b) os atos de direito privado; (c) os atos politicos; (d) os atos normativos; (e) 0s atos materiais (fato administrativo); etc. Portanto, so 0s atos da Administrago que tem sentido mais amplo, abrangendo toda atividade desempenhada pela Administraco. Gabarito: errado. 56. (Cespe — Agente Penitenciario (Superior)/SERES PE/2017) Assinale a opcao que apresenta o ato administrativo mediante o qual a administracao publica faculta, de forma unilateral e vinculada, a um cidadao exercer determinada atividade para a qual preencha os requisitos legais. a) homologagio b) autorizaco c) permissio d) licenga e) aprovacio Comentario: vamos aproveitar para conhecer o conceito de cada tipo de ato: a) a homologagio é 0 ato unilateral e vinculado pelo qual a Administragio Publica reconhece a legalidade de um ato juridico — ERRADA; b) a autorizaco, em sentido amplo, é o ato administrativo unilateral, discricionério e precério pelo qual a Administracao faculta ao particular 0 uso de bem ptiblico (autorizag3o de uso), ou a prestag3o de servico ptblico (autorizag3o de servico publico), ou o desempenho de atividade material, ou a pratica de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos {autorizac3o como ato de policia) - ERRADA; c) a permissio, em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionario e precério, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administraco faculta ao particular a execucdo de servico piiblico ou a utilizag&o privativa de bem publico — ERRADA. d) Hely Lopes Meirelles (2013, p. 198) conceitua a licenga como “o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual o Poder Publico, verificando que o interessado atendeu a todas as exigéncias legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a realizagio de fatos materiais antes vedados ao particular, como, p. ex., 0 exercicio de uma profissao, a construg3o de um edificio em terreno proprio" — CORRETA; e) a aprovacao é ato unilateral discriciondrio pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo — ERRADA. Gabarito: alternativa D. 57. (Cespe - Agente Penitenciério (Superior)/SERES PE/2017) Ato administrative no vinculado de competéncia exclusiva do governador de estado que venha a ser publicado pelo secretério desse estado seré considerado WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) sandvel, a depender do motivo do ato. b) insanavel, se houver vicio de forma. c) insandvel, independentemente do objeto. d) sandvel, por se tratar de vicio de competéncia exclusiva. ¢) sandvel, independentemente da finalidade do ato. Comentério: em se tratando de competéncia exclusiva, independentemente do objeto, ndo € possivel a convalidaco do ato, sendo considerado um defeito insandvel. Gabarito: alternativa C. 58. — (Cespe — AJAJ/TRE BA/2017) Um servidor entrou em exercicio em um cargo pubblico amparado por decisdo judicial liminar precéria e, antes do julgamento final da ago mandamental, requereu, enquanto ainda estava em exercicio, sua aposentadoria por tempo de contribuic3o, visto que havia efetuado legitimas contribuigdes ao sistema previdencidrio. Apés a concessio da aposentadoria, ocorreu o julgamento final da demanda, e a seguranca foi denegada. Nessa situaco, segundo © entendimento do Superior Tribunal de Justica, a aposentadoria desse servidor deve ser a) cassada, em razo da precariedade do vinculo de trabalho. b) valida, por aplicago da teoria do fato consumado. c) mantida, em razo da conversio do vicio de forma. 4d) anulada, com efeitos retroativos a data da aposentadoria. ¢) revogada, com efeitos a partir da data do julgamento final da demanda. uestSo jurisprudencial. Primeiramente, devemos lembrar que o entendimento do STI e do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que candidato nomeado com amparo em nfo tem direito a permanecer no cargo se a decisio final Ihe é desfavoravel, pois, nessa matéria, no se aplica a teoria do fato consumado. No entanto, no caso narrado, assim como no que deu origem a jurisprudéncia, a aposentadoria da servidora constituiu situac3o excepcionalissima, pois, embora o vinculo de trabalho fosse precério, o vinculo previdenciario, apés as contribuig&es previdencidrias a0 regime proprio, consolidou-se com a reunio dos requisitos para a concessio de aposentadoria. Portanto, a decisdo deve ser considerada valida, por aplicacao da teoria do fato consumado. Gabarito: alternativa B. 59. (Cespe — AJAA/TRE-BA/2017) A determinado servidor publico foi concedida licenga em razlo de ele preencher todos os requisitos exigidos. Contudo, no curso da licenga, ele deixou de atender as codices exigidas para a manutengio do beneficio, 0 que implicou a extincio do ato administrative de concessio da licenca. Nessa situag3o hipotética, a modalidade de extingio de atos administrativos aplicada foi a a) convalidacao. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) anulag3o, em decorréncia da imperatividade. c) cassacio, d) revogacio. €) anulagao, em decorréncia da legalidade. Comentirio: a cassag3o € 0 desfazimento de um ato valido em virtude de descumprimento pelo beneficidrio das condigées que deveria manter. Funciona como uma san¢io contra 0 administrado por descumprir alguma condic3o necessdria para usufruir de um beneficio. Gabarito: alternativa C. 60. (Cespe - Técnico Judicidrio/TRE BA/2017) De acordo com a doutrina, os atos administrativos que possuem todas as suas condi¢ées e requisitos estipulados por lei, prevendo uma Unica e obrigatéria atuagao administrativa, s8o classificados como a) complexes. b) vinculados. ¢) constitutivos. d) dectaratérios. €) discricionarios. Comentério: a) 0 ato complexo é 0 que necessita da conjugacao de vontade de dois ou mais diferentes érgaos ou autoridades — ERRADA; b) nos atos vinculados, nlio ha margem de escolha ao agente piiblico, cabendo-Ihe decidir com base no que consta na lei, conforme diz o enunciado — CORRETA; c) ato constitutivo ¢ aquele pelo qual a Administracao cria, modifica ou extingue um direito ou uma situag3o do administrado — ERRADA; d) os atos declaratérios sdo aqueles em que a AdministragSo apenas reconhece um direito que jé existia antes do ato — ERRADA; e) 0s atos discriciondrios so aqueles que a lei deixa uma margem de liberdade para o agente piblico, podendo haver valorac%o quanto a0 motivo e ao objeto, conforme juizo de conveniéncia e oportunidade — ERRADA. Gabarito: alternativa B. 61. _ (Cespe - Técnico Judicidrio/ TRE BA/2017) O pregoeiro de um tribunal regional eleitoral (TRE), em um certame licitatorio para aquisic¢30 de urnas eletrdnicas, resolveu negar provimento ao recurso de um licitante com fundamento em parecer da drea técnica do tribunal. Nessa situaco hipotética, a drea técnica do tribunal praticou um ato administrativo a) punitivo. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) vinculado. c) normativo. 4d) ordinatério. ) enunciativo. Comentario: o parecer é 0 ato pelo qual os érgios consultivos da Administraco emitem opinigo sobre assuntos técnicos ou juridicos de sua competéncia. £ considerado um ato enunciativo, que € aquele pelo qual a Administrag3o apenas atesta ou reconhece determinada situac3o de fato ou de direito. Gabarito: alternativa E. 62. _ (Cespe - Promotor de Justi¢a/MPE-RR/2017) Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema fosse regulamentado mediante portaria conjunta das secretarias estaduais Ae B. Um ano depois de editada a portaria conjunta, nova portaria, editada apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial. Nessa situaco, considerando-se o entendimento do STI, | -a segunda portaria nao poderia gerar efeitos revocatérios. Il - a revogagio de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestacao de dois ou mais érgdos, demanda a edicdo de ato igualmente complexo; vale dizer, formado pela manifestag3o dos mesmos érgios subscritores do ato a ser revogado. A respeito das assercées | € Il, assinale a op¢o correta. a) Aasserco | é falsa, e all é verdadeira. b) As assergGes | e Il sio falsas. c) As assergées |e Il so verdadeiras, e a Il é uma justificativa correta da |. d) As assergdes | e Il so verdadeiras, mas a Il no é uma justificativa correta da |. Comentario: um ato complexo é aquele formado pela conjugacio das vontades de dois ou mais 6rgdos, cujas vontades se fundem para formar um nico ato. Em sendo assim, no seria correto que apenas um dos envolvides pudesse revogar o ato que nao emitiu sozinho, concordam? Por isso, 0 STJ entende que a revogagdo dos atos complexos demanda a edi¢io de um ato igualmente complexo, em que os dois drgios envolvidos manifestem sua vontade de revogar o ato. Com isso, percebemos que a asser¢ao Il justifica a asser¢ao I, como diz a alternativa C. Gabarito: alternativa C. 63. (Cespe ~ Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) No que tange a conceitos, requisitos, atributos e classificagdo dos atos administrativos, assinale a op¢So correta. a) Licenga e autorizagio so atos administrativos que representam o consentimento da administrago ao permitir determinada atividade; o alvaré é 0 instrumento que formaliza esses atos. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) 0 ato que decreta o estado de sitio, previsto na CF, é ato de natureza administrativa de competéncia do presidente da Republica. c) Ainda que submetido 20 regime de direito puiblico, nenhum ato praticado por concessionéria de servigos puiblicos pode ser considerado ato administrativo. d) O atributo da autoexecutoriedade ndo impede que 0 ato administrativo seja apreciado judicialmente e julgado ilegal, com determinacao da anulaco de seus efeitos; porém, nesses casos, a administracao somente responder caso fique comprovada a culpa. Comentério: a) tanto a licenca quanto a autorizac3o representam o consentimento da ‘Administrag3o, na medida em que facultam ao particular o exercicio de uma atividade ou o uso de bem, a prestagdo de um servigo ou o desempenho de alguma atividade material. Apés o requerimento da licenga ou autorizagao, o consentimento se materializa através do alvaré — CORRETA; b) esse é um ato de natureza politica, e no meramente administrativa — ERRADA; c) 0s atos administrativos também podem ser praticados por particulares que tenham recebido do Estado, por delegacdo, o dever de executéd-los, ou seja, os particulares investidos da fungao publica. E isso que ocorre na concessao, permissao e autorizac3o de servico ptiblico — ERRADA; d) caso um ato administrativo gere danos a terceiros, o Estado responder objetivamente, ou seja, independentemente de dolo ou culpa, na forma do art. 37, §62 da CF/88 - ERRADA. Gabarito: alternativa A. 64. (Cespe — Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) No que concerne aos mecanismos de controle no ambito da administraco publica, assinale a opsio correta. a) E vedado aos administrados providenciar sanatérias de atos administrativos para sua convalidac3o, de modo a participar de agdes de controle da administracao publica, uma vez que as ages de controle sao prerrogativa exclusiva dos agentes puiblicos. b) © controle dos atos administrativos tem por objetivo confirmar, rever ou alterar comportamentos administrativos, exigindo-se o esgotamento da via administrativa para se recorrer ao Poder Judiciario. c) Em decorréncia do poder de autotutela da administracao, verificada a pratica de ato discricionério por agente incompetente, a autoridade competente estaré obrigada a convalidé-lo. d) No sistema de administracao publica adotado no Brasil, o ato administrativo é revisado por quem 0 praticou, nio havendo proibic3o quanto & revisio ser realizada por superior hierdrquico ou érgio integrante de estrutura hierérquica inerente 2 organizag3o administrativa. Comentario: a) segundo Di Pietro, a convalidagio & feita, em regra, pela Administragio, mas eventualmente podera ser feita pelo administrado, quando a edigio do ato dependia da manifestaco de sua vontade e a exigéncia no foi observada; este pode emiti-la posteriormente, convalidando 0 ato — ERRADA; WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) no Brasil, no é necessario esgotar a via administrativa para questionar ato administrativo no Poder Judiciario — ERRADA; c) em regra, a Administraco deve convalidar os atos viciados. Contudo, no caso especifico dos vicios de competéncia dos atos discriciondrios, a doutrina entende que nesses casos hd uma margem de escolha quanto a manutengiio ou nao do ato, sendo que a autoridade competente deve realizar um juizo de valor quanto a convalidar ou no — ERRADA; d) isso mesmo. Tanto a prépria autoridade pode rever seus atos praticados, quanto os superiores hierarquicos, quando da andlise dos recursos, por exemplo — CORRETA. Gabarito: alternativa D. 65. _(Cespe- Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) A prefeitura de determinado municipio brasileiro, suscitada por particulares a se manifestar acerca da construgao de um condominio privado em area de protecao ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa situaco, a obra poderd ser iniciada, pois o siléncio da administrac30 € considerado ato administrative e produz efeitos juridicos, independentemente de lei ou decisio judicial. Comentério: 2 doutrina majoritéria entende que o silencio da Administrag3o Publica, diante de determinada situago, n3o produz qualquer efeito, exceto nas hipsteses em que a propria lei determinar o dever de agir do poder piblico, definindo que a omissio estatal significaré a aceitaco tacita de determinado fato ou até mesmo a negativa pelo decurso do tempo. Gabarito: errado. 66. (Cespe — Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) Removido de oficio por interesse da administraclo, sob a justificativa de caréncia de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercicio. Nessa situa¢o, 0 ato, embora seja discriciondrio, poderd ser invalidado. Comentério: a remocao de oficio de servidor piiblico possui como finalidade geral 0 interesse piblico e como finalidade especifica adequar a quantidade de servidores dentro de cada unidade administrativa. No caso do enunciado, claramente a remoco foi utilizada com finalidade diversa da prevista em lei, motivo pela qual o ato pode ser invalidado. Gabarito: correto. 67. (Cespe — Juiz de Direito/TJ PR/2017) De acordo com o art. 54 da Lei 9.784/1999, o di 10 da administra¢ao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoraveis para os destinatarios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada mé-fé. Trata-se de hipétese em que o legislador, em detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores tém por fundamento o principio administrative da a) presungo de legitimidade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) autotutela. ¢) seguranga juridica. d) continuidade do servigo publico. Comentario: o principio da seguranga juridica tem por objetivo assegurar a estabilidade das relages juridicas j4 consolidadas. Serve como fundamento da prescricio e da decadéncia, evitando, por exemplo, a aplicaco de sangdes administrativas varios anos apés a ocorréncia da irregularidade. No caso do art. 54 mencionado, evita-se que a Administrac30, por meio do exercicio da autotutela, anule atos administrativos apés cinco anos contados da data em que foram realizados, excepcionando os casos de comprovada mé-fé. Nesses casos, buscando estabilizar as relagSes juridicas, flexibiliza-se o principio da legalidade convalidando atos viciados. Gabarito: alternativa C. 68. (Cespe — Juiz de Direito/TJ PR/2017) Com base na Lei n.° 9.784/1999, assinale a op¢do correta acerca da revogacao e dos elementos dos atos administrativos. a) A revogacéo de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente externados, com indicagdo dos fatos e dos fundamentos juridicos. b) O ato de delegac&o pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela autoridade delegada. c) O ato de delegacao deve ser publicado no meio oficial, mas nao o de sua revogacio. d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vicio de legalidade, o Poder Judiciario tera de revogé-lo. Comentirio: a) na forma do art. 50, Vill, os atos administrativos devergo ser motivados, com indicag3o dos fatos e dos fundamentos juridicos, quando importem anulacio, revogacio, suspenso ou convalidag3o de ato administrativo — CORRETA; b) de fato, o ato de delegacdo é revogével a qualquer tempo pela autoridade delegante, mas ndo pela autoridade delegada (art. 13, §22) - ERRADA; c) conforme art. 14, 0 ato de delegacao e sua revogacio deverdo ser publicados no meio oficial — ERRADA; d) 0 Poder Judicidrio no revoga atos administrativos dos outros poderes, eis que seu controle se restringe & legalidade desses atos. Assim caso um ato contenha vicio de legalidade, o Judiciario deve anulé-lo, e no revogé-lo (art. 53) — ERRADA. Gabarito: alternativa A. 69. _ (Cespe — Professor da Educa¢ao Basica/SEDF/2017) Ato praticado por usurpador de funcdo publica é considerado ato irregular. Comentério: no caso de usurpag3o de fun¢So, a pessoa n3o foi de nenhum modo investida no cargo, emprego ou fung3o publica. A usurpacao de fungao é crime contra a Administrac3o Publica {art. 328 CP), sendo considerado pela doutrina majoritéria um ato inexistente. Assim, esse ato WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 apenas aparenta ser uma manifestac3o regular da Administraco, mas no chega a se aperfeicoar como ato administrativo. Gabarito: errado. 70. — (Cespe — Professor da EducagSo Basica/SEDF/2017) Presuncao de legitimidade é atributo universal aplicavel a todo ato administrativo. Comentério: a atuaco da administra¢o publica deve ser pautada na legalidade. Pela presun¢3o de legitimidade, pressupée-se, até que se prove o contrario, que os atos foram editados em conformidade com a lei. Esse é um atributo inerente a todos os atos administrativos. Gabarito: correto. 71. — (Cespe — Professor da Educagao Basica/SEDF/2017) A construgo irregular de um prédio pode ser 0 motivo para a pratica de um ato administrativo com 0 objetivo de paralisar a atividade de construir. Comentirio: para realizar construgdes, os particulares devem obter licenga, comprovando que atenderam todos os requisitos legais. Nos casos de descumprimento dos requisitos, € possivel a cassago da licenga concedida, inclusive com a paralisag3o das atividades. Gabarito: correto. 72. (Cespe ~ Professor da Educacao Basica/SEDF/2017) Ato administrativo declaratério ¢ aquele que implanta uma nova situaco juridica ou modifica ‘ou extingue uma situagao existente. Comentario: 0 ato declaratério ¢ aquele em que a Administraco apenas reconhece um direito que jd existia antes do ato, no implantando uma nova situacZo juridica e nem modificando ou ‘extinguindo uma situac3o existente. Gabarito: errado. 73. (Cespe — Tecnologia da Informacao/SEDF/2017) José, chefe do setor de recursos humanos de determinado érgio piiblico, editou ato disciplinando as regras para a participagdo de servidores em concurso de promogao. A respeito dessa situaco hipotética, julgue o item seguinte. O veiculo normative adequado para a edigo do referido ato € o decreto. Comentario: 0 decreto é a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo (0 que nfo é 0 caso de José). ato mencionado na questo pode ser uma portaria, que é a forma que se reveste os atos emanados de autoridades outras que no o Chefe do Executivo. Gabarito: errado. 74. (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Mauricio, chefe imediato de Jodo (ambos servidores publicos distritais), determinou que este participasse de reunio de trabalho em Fortaleza — CE nos dias nove e dez de janeiro. Joao recebeu o valor das didrias. No dia oito de janeiro, Jodo sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para Mauricio, teve de ficar de repouso por trés dias, azo pela qual n&o péde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que Joo teve de se afastar do servico por motivo de salide. Acerca dessa situacSo hipotética e de aspectos legais e doutrinérios a ela relacionados, julgue o item a seguir. Aconcessio de didria é ato vinculado da administraco publica. Comentario: a concessio de um direito legalmente previsto, como € 0 caso das didrias, corresponde a um ato vinculado da administrago, que deve concedé-lo desde que preenchidos os requisitos legais. Gabarito: correto. 75. _ (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) Situacao hipotética: Anténio, servidor que ingressou no servico publico mediante um ato nulo, emitiu uma certiddo negativa de tributos para JoZo. Na semana seguinte, Anténio foi exonerado em fungdo da nulidade do ato que o vinculou & administracio. Assertiva: Nessa situago, a certidao emitida por Anténio continuara valida. Comentério: agentes de fato so aqueles cuja investidura foi irregular, mas cuja situago tem aparéncia de legalidade, como é o caso do enunciado. Sabemos que os agentes piiblicos atuam em nome do Estado. Por esse motivo, as atividades da Administrag3o no podem ser imputadas aos funciondrios que as realizaram, mas aos érgios entidades que representam. Para que seu ato seja imputado ao estado, no caso de investidura irregular, é necessério que (i) 0 ato revista-se, ao menos, de aparéncia de ato juridico legitimo e (il) 0 destinatério do ato esteja de boa-fé (nao saiba da irregularidade que inquina a atuaco do agente funcionario de fato). Assim, conforme Di Pietro, o ato praticado por funcionério de fato é considerado valido, precisamente pela aparéncia de legalidade de que se reveste; cuida-se de proteger a boa-fé do administrado. Gabarito: correto. 76. (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) Situago hipotética: A autoridade administrativa Y, no exercicio de competéncia que Ihe foi delegada pela autoridade X e que Ihe conferia poder decisério para a pratica de determinado ato de autoridade, praticou determinado ato administrativo que o administrado Z entendeu ser-lhe prejudicial. Nessa situag3o, caso queira obstar os efeitos do referido ato mediante mandado de seguranca, o administrado Z deveré dirigir sua peca contra a autoridade delegada, e no contra a autoridade delegante. Comentario: a previsio do art. 14, §3° da Lei 9.784/99 é de que as decisdes adotadas por delegagdo devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-4o editadas pelo WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 delegado. Assim, eventual Mandado de Seguranca deve ser impetrado contra o agente delegado, que foi de fato quem praticou o ato, e nao contra a autoridade delegante. Gabarito: correto. 77. (Cespe - Direito/SEDF/2017) Mauro editou portaria disciplinando regras de remogio no servigo publico que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competéncia para a edic3o do referido ato normativo seria de Pedro, superior hierarquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com 0 resultado do concurso de remocio apresentaram recurso quinze dias apés a data da publicagdo do resultado. Nessa situacio hipotética, a portaria editada por Mauro contém vicio nos elementos competéncia e objeto. Comentério: primeiramente, temos que Mauro nao era a autoridade competente para a edicao da portaria, razo pela qual o ato foi praticado com vicio de competéncia. Além disso, ao proceder com a remogio para beneficiar seus amigos, Mauro viciou 0 objeto do ato, que é 0 efeito juridico imediato que o ato produz. Isso porque o objeto deve ser licito, possivel, certo e moral, sendo que esse Ultimo aspecto claramente no foi respeitado. A questo causou bastante polémica pois normalmente essa situac3o da remoco é exemplo de vicio no elemento finalidade. Entendo que também ha vicio de finalidade; a questo nfo excluiu esse fato e nem restringiu a afirmac%o, por isso esta correta. Gabarito: correto. 78. (Cespe - Administrador/SEDF/2017) A competéncia — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o motivo e 0 objeto — ou contetido — so elementos que integram os atos administrativos. Comentrio: os elementos do ato administrativo so: competéncia (ou sujeito); finalidade; forma; motivo e objeto. A competéncia é 0 poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas atribuicdes; A finalidade diz que o ato administrativo deve se destinar ao interesse publico (finalidade geral) e a0 objetivo diretamente previsto na lei (finalidade especifica); A forma é 0 modo de exteriorizac3o do ato; O motivo é a situacao de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o ato; Por fim, 0 objeto, também chamado de contetido, é aquilo que o ato determina, é a alteraco no mundo juridico que o ato se propée a processar, ou seja, 0 efeito juridico do ato. Gabarito: correto. 79. (Cespe - Analista Judiciario/TRT CE/2017) A administracao publica pode executar diretamente seus atos administrativos, até mesmo. pelo uso da forca, sem a necessidade da interven¢3o do Poder Judicidrio. Essa prerrogativa corresponde ao atributo da WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) autoexecutoriedade. b) tipicidade. c) presungio de legitimidade. d) discricionariedade. sSo atributos dos atos administrativos, segundo Di Pietro: legitimidade e veracidade; a imperatividade; a autoexecutoriedade e a tipicidade. a presuncio de A autoexecutoriedade é 0 atributo pelo qual 0 ato administrativo pode ser posto em execugo pela propria Administragdo Publica, sem necessidade de intervengao do Poder Judicidrio. Correta, portanto, a alternativa A. Vamos analisar os demais atributos agora: A imperatividade € 0 atributo pelo qual os atos administrativos se impdem a terceiros, independentemente de concordancia; A tipicidade € 0 atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados; A presungo de legitimidade diz respeito & conformidade do ato com a lei. Em decorréncia desse atributo, presumem-se, até prova em contrario, que os atos administrativos foram emitidos com observancia da lei, invertendo-se o dnus da prova para aquele que alegar a existéncia de algum ato. Por fim, a discricionariedade nao é um atributo do ato administrativo, mas sim uma caracteristica daqueles atos que podem ser emitidos segundo certa margem de valoraco por parte dos agentes. Gabarito: alternativa A. io - Contabi 80. (Cespe - Analista Jud jade/TRT CE/2017) Acerca da extingao de ato administrativo, assinale a opsao correta a) Exoneraco de funcionério piblico efetivo é ato administrative que ocorre quando o cargo por si ocupado for extinto pelo chefe do poder a que esté vinculado. b) O direito de a administragao anular ato administrativo favoravel ao destinatario decai em dez anos, exceto se for comprovada ma-fé. c) Certidao negativa de débito trabalhista emitida por tribunal pode ser revogada a qualquer momento devido a discricionariedade da administracio. d) A confirmacao, que somente é possivel quando no ha prejuizo para terceiros, implica a reniincia da administrac&o ao poder de anular ato ilegal. Comentario: a) a exoneracio do servidor efetivo dar-se-4 a pedido do servidor, ou de oficio, nos termos da Lei 8.12/90. A exoneraco de oficio decorre do no atendimento das condicdes do estagio probatério ou quando, tendo tomado posse, o servidor nio entrar em exercicio no prazo estabelecido — ERRADA; WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) o direito da Administracao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favordveis para os destinatarios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-fé (art. 54, Lei 9.784/99) ~ ERRADA; c) a certiddo é emitida quando preenchidos os requisitos que autorizam a sua concessio, de forma que é um ato vinculado — ERRADA; d) a confirmacdo, diferentemente da convalidacdo, nao corrige o vicio do ato. Ela o mantém tal como foi praticado. Por isso, sé é possivel quando no causar prejuizo a terceiros, uma vez que estes, desde que prejudicados pela decisio, poderdo impugné-la pela via administrativa ou judicial —CORRETA. Gabarito: alternativa D. 81. (Cespe — AJAJ/TRF 1/2017) Quanto 8 discricionariedade dos atos administrativos, entende-se por oportunidade a avaliag3o do momento em que determinada providéncia deverd ser adotada. Comentario: sempre ouvimos falar que o ato discriciondrio é aquele em que a autoridade poderd avaliar a sua conveniéncia e oportunidade, isto é, o seu mérito. Mas o que é conveniéncia e o que € oportunidade? A conveniéncia indica em que condigées o agente vai atuar; ao passo que a oportunidade diz respeito ao momento em que a atividade seré produzida (Carvalho Filho, 2017, p. 53). Portanto a questo esté certa, uma vez que a oportunidade trata do momento em que o ato ser adotado. Gabarito: correto. 82. (Cespe - AJAJ/TRF 1/2017) A autorizago de servico piblico classifica-se como um ato unilateral, discricionério e precario. Comentirio: exato! A autorizagio, mesmo no que se refere aos servicos publicos, é um ato administrative (e como tal, unilateral), discricionario e precdrio, uma vez que se sujeita & conveniéncia e oportunidade da autoridade competente e é revogavel a qualquer momento e sem qualquer direito & indenizacao para o administrado. Gabarito: correto. 83. (Cespe - AJOF/TRF 1/2017) Ato administrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito no pode ser convalidado, Comentério: é passivel de convalida¢o o ato com vicio sandvel, assim considerado agora com vicio de competéncia sobre a pessoa (desde que no exclusiva) e de forma (desde que nao essencial).. Portanto, considera-se que 0 ato praticado por autoridade incompetente, em regra, pode ser convalidado, dai o erro do quesito. Gabarito: errado. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 84, (Cespe ~ AJOF/TRF 1/2017) Enquanto no ato complexo as manifestades de dois ou mais érgdos se fundem para formar um Unico ato, no ato composto se pratica um ato administrativo principal que depende de outro ato para a producdo plena dos seus efeitos. 10 ato complex, temos um nico ato, formado pela conjugacao de vontade de dois ‘ou mais érgaos. Por exemplo, a publicaco de uma portaria interministerial depende da vontade de mais de um ministério, logo se trata de ato complexo. Por outro lado, no ato composto, temos dois atos, um principal e outro acessério ou instrumental. Isso ocorre, por exemplo, nos atos que dependem de homologago: ha um ato principal e outro de homologaco. O ato acessério pode servir para autorizar a pratica do principal (quando for prévio) ou para fazer com que ele produza os seus efeitos — condigio de eficdcia (quando posterior). De qualquer forma, podemos entender que o item esta correto, em que pese as vezes 0 ato acessério sirva para autorizar e nao para produzir efeitos. Gabarito: correto. 85. (Cespe - AIAA/TRT CE/2017) A respeito dos atributos de ato administrativo, assinale a op¢3o correta. a) A tipicidade nao impede que a administraco pratique ato dotado de imperatividade e executoriedade. b) A presuncao de veracidade importa, necessariamente, na inversdo do énus da prova. c) Aimperatividade esta presente em todo ato administrativo, diferentemente do que ocorre com 08 atos de direito privado. d) Intervengo judicial provocada por terceiro prejudicado por ato administrativo € excegdo ao principio da autoexecutoriedade. Comentario: no consegui vislumbrar a légica da banca na alternativa A. A tipicidade é 0 atributo pelo qual o ato administrative deve corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Portanto, basicamente, a tipicidade é o enquadramento do ato na norma legal. N3o vejo como isso iria retirar a imperatividade e a executoriedade do ato. Inclusive varios atos so tipicos (previsto em lei), imperativos (constituem obrigagSes a terceiros) so executérios (podem ser executados pela prépria Administracio). Por exemplo: se a lei trouxer a previséo legal para a autoridade exonerar um servidor ocupante de cargo em comisso: 0 ato sera tipico, imperativo e executério, pois est4 previsto em lei (tipicidade), constitui obriga¢30 ao servidor ainda que ele n3o concorde, e poderé ser executado diretamente pela Administrag3o sem necessidade de intervengao judicial. Por outro lado, a letra D é confusa. Na verdade, temos que entender o que a banca quis dizer com intervengo judicial. © simples fato de o particular poder provocar o Judicidrio nao retira a autoexecutoriedade do ato administrativo, pois se assim fosse, nenhum ato administrativo seria autoexecutério, pois no Brasil vigora o principio da inafastabilidade da tutela jurisdicional. Se, por outro lado, 0 Judiciério efetivamente conceder alguma decisdo impedindo a Administracio de praticar o ato, ai sim ele perdera a sua autoexecutoridade. Mas isso nao consta expressamente na WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 questo: a banca deveria ter mencionado exatamente qual a intervengo judicial que ocorreu. Por isso, entendo que o “melhor gabarito” é a letra A. A banca, contudo, manteve o gabarito como alternativa D. Sugiro que nao se apeguem muito a essa questo, pois as vezes as bancas cometem esses “deslizes” mesmo, e é interessante vocés terem conhecimento disso. Gabarito: alternativa D. 86. (Cespe — AJAA/TRT CE/2017) A anulagdo de um ato administrativo, seja pela prépria administracao publica, seja pelo Poder Judicidrio, se dé por motivos de legitimidade ou a) interesse. b) conveniéncia. c) legalidade. d) oportunidade. Comentario: a anulac3o dos atos administrativos decorre de vicios na legalidade dos atos. Assim, pelo seu poder de autotutela, a Administraco deve anular seus préprios atos, quando eivados de vicio de legalidade, e pode revogé-los por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (art. 53, Lei 9.784/99). Gabarito: alternativa C. 87. (Cespe — AJAA/TRT PE/2017) Determinada comissio de servidores, designada para a condug3o de procedimento licitatério, ao final de seus trabalhos, homologou o resultado e adjudicou o objeto ao vencedor. Nessa situac3o hipotética, os atos administrativos de homologacao do resultado e de adjudicacao do objeto classificam-se, a) quanto a forma de exteriorizaco, como parecer, sendo possivel sua revogacio judicial b) quanto a forma de exteriorizagio, como deliberacao, sendo impossivel revoga-los apés a celebrago do correspondente contrato administrativo. c) quanto aos seus efeitos, como declaratérios, podendo a administracdo revoga-los. d) quanto a intervencSo da vontade administrativa, como complexos, podendo ser anulados judicialmente. €) quanto ao contetido, como admisso, podendo a administracao anulé-los. Comentério: essa questéo também apresenta uma falha grave. 0 ponto é que a comissio de licitago no homologa e nem adjudica a licitaco, quem faz isso é a autoridade competente. Porém, como o préprio enunciado da questo afirmou isso (veja, ndo so as alternativas, mas 0 enunciado da questo que faz a afirmagao), vamos julgé-la com base na informaco do enunciado, ainda que a informagdo seja uma aberracao do ponto de vista técnico. a) de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, quanto a forma de exteriorizaclo, os atos administrativos classificam-se em decretos e regulamentos; resolucdes, deliberagées e regimentos; resolugées, deliberagdes e regimentos; instrucdes, circulares, portarias, ordens de servico, WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 provimentos e avisos; alvarés; oficios; pareceres; certiddes, atestados e declaragées; e despachos. Os pareceres consubstanciam opinides, mas que, em geral, nao geram efeitos juridicos imediatos. Assim, no podemos classificar a homologacio € a adjudicac3o como pareceres, pois tais atos geram efeitos juridicos (encerram o processo licitatério e atribuem o objeto ao licitante vencedor) — ERRADy b) a deliberaco é 0 ato oriundo de érgios colegiados, como conselhos, comissées e tribunais administrativos. Também podemos enquadrar nesse grupo os atos adotados pelas comissdes de licitagdes, justamente porque tais atos so adotados pela deliberac%o (voto) da maioria de seus membros. Dessa forma, COM BASE NA INFORMACAO DO ENUNCIADO, 0 ato de homologacao e de adjudicag3o foi uma deliberag3o. Além disso, uma vez assinado o contrato, n3o cabe mais revogasio do processo licitatério, pois configura-se o que a doutrina chama de precluséo adi istrativa - CORRETA; c) o ato declaratério é aquele que apenas declara uma situaco preexistente, como a expedicao de uma certidlo. A Prof.? Maria Di Pietro cita expressamente a homologacio como um exemplo de ato declaratério (2014, p. 236). Ento, isso pode gerar um pouco de confusio no gabarito. Ela ndo faz o mesmo em relacio & adjudicacao, mas aplicando a mesma légica até poderiamos considerar a adjudicag3o como ato declaratério. Isso porque a adjudicaco tem por fim atribuir o objeto a0 licitante vencedor (basicamente, reconhece quem é o vencedor da licitag3o). © problema é que a autora no menciona isso expressamente, ento no terfamos um fundamento doutrinério para fazer essa afirmacao. De qualquer forma, quem precisar, pode tentar “empurrar” isso para a banca. Mesmo assim, vou dar a alternativa como incorreta, pois considero que seré dificil sustentar isso para o Cespe - ERRADA; d) quanto a intervencdo da vontade administrativa (ou quanto a formagao da vontade), os atos classificam-se em simples, compostos e complexos. De acordo com a Prof.? Maria Di Pietro, os atos que dependem de homologacio so considerados atos compostos, pois a homologacio € 0 ato instrumental em relaco ao ato principal (a autoridade homologa o julgamento e a habilitac3o realizados pela comissao) — ERRADA; e) quanto a0 contetido, existem varias classificagdes dos atos. A admissio de fato é uma classificago quanto ao contetido, mas este ato (admisso) € o que reconhece ao particular, que preencher os requisitos legals, 0 direito & prestacao de um servico publico (exemplo: um aluno € admitido numa escola publica). Nao foi isso que ocorreu no enunciado — ERRADA. Gabarito: alternativa B. 88. (Cespe — AJAA/TRT PE/2017) Determinado ato administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato administrativo foi editado, tendo revogado esse ato revogatério. Nessa situac3o. hipotética, o terceiro ato a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste. b) provocou a caducidade do primeiro ato, que nao poderd produzir efeitos. c) renovard os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito. d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 €) é nulo, pois 0 ato revogatério é irrevogavel. Comentario: chama-se de repristinaco a volta dos efeitos de um ato revogado, mas cujo ato de revogacao foi posteriormente revogado por um terceiro ato. Ficou confuso? Ento, vamos dar um exemplo: 0 ato A € revogado pelo ato B, mas depois 0 ato C revoga o ato B, fazendo com que A volte a produzir os seus efeitos. Nesse caso, 0 ato C renovou os efeitos do ato A. Tal fenémeno, em regra, n&o € admitido no Brasil de forma implicita. Para que ocorra a repristinago é necessdrio que o terceiro ato expressamente determine a volta dos efeitos do primeiro ato. No caso, os efeitos do ato A seriam renovados apenas se o ato C expressamente determinasse isso. Dai porque o gabarito é a letra C. Gabarito: alternativa C. 89. (Cespe — AIAA/TRT PE/2017) Um servidor piiblico praticou um ato administrativo para cuja prética ele é incompetente. Tal ato nao era de competéncia exclusiva. Nessa situaco, o ato praticado sera a) inexistente. b) irregular. <) valido. d) nulo. e) anulavel. Comen os atos administrativos podem ser classificados em validos, nulos, anulaveis e inexistentes. O ato vélido aquele que foi praticado de acordo com a legislac3o, n3o possuindo qualquer vicio. 0 ato inexistente, por outro lado, é aquele praticado sem qualquer manifestacao de vontade da Administrago, pois ndo origina de algum agente puiblico, mas sim de alguém que se faz passar pela condicao de agente, como o usurpador de fung3o. De pronto, j4 sabemos que 0 ato nao é jo nem inexistente, uma vez que foi praticado por um servidor piblico, porém que era incompetente. O ato nulo é aquele que nao pode ser convalidado, ou seja, € 0 ato que possui um vicio insanével, sendo que diante de tal irregularidade a Unica medida sera a invalidaco do ato. Por outro lado, o ato anulavel é aquele que possui um vicio sanavel, ou seja, que é passivel de convalidacao. Os vicios de competéncia podem ser convalidados, desde que a competéncia nao seja exclusiva. Logo, 0 ato € passivel de convalidaco, sendo, portanto, um ato anulvel (letra E). Gabarito: alternativa E. 90. (Cespe - Técnico Judicidrio/TRT PE/2017) Arespeito dos atributos dos atos administrativos, assinale a opcio correta. a) © ato administrativo configura instrumento de realizagio do interesse piiblico, razo por que ele tem a coercibilidade como atributo absoluto. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) A imperatividade é atributo que dota de coercitividade todos os atos administrativos. c) A presungao de legitimidade do ato administrativo é atenuada pela possibilidade de o particular deixar de cumpri-lo quando houver alguma divvida sobre sua legalidade. 4d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite excecdes, como nas hipéteses de cobranga de multa e de desapropriagao. ) O contraditério e a ampla defesa suprimem a autoexecutoriedade dos processos administrativos. Comen' a) e b) a coercibilidade refere-se a caracteristica de impor um ato, independentemente de concordancia do particular. Trata-se de uma expresso bastante ligada a0 atributo da imperatividade. Anota-se, todavia, que nem todo ato é coercitivo. Por exemplo: nos atos negociais, hd uma prévia solicitagao do particular, entdo nao podemos dizer que 0 ato foi coercitivo (n3o é um atributo absoluto nem estd presente em todos os atos administrativos) — ERRADAS; c) pela presuncdo de legitimidade, os atos administrativos presumem-se licitos, devendo ser executados até que a sua ilegalidade seja atestada pela Administragao ou pelo Poder Judiciério. Portanto, como consequéncia classica desse atributo, os atos, ainda que viciados, devem ser executados. Somente apés a Administracao ou o Judiciério reconhecerem a ilegalidade € que o particular poder deixar de cumpri-lo — ERRADA; d) a cobranga de multa é um exemplo tipico de ato que no possui autoexecutoriedade, uma vez que, se o particular no quitar a multa, a Administragio somente poder adotar meios indiretos de coagdo, mas no poder executar diretamente a multa. Para isso, sera necessdrio mover uma ago judicial de cobranga. Além disso, a desapropriac3o também € um ato no autoexecutério. Isso porque a desapropriacdo poderd ocorrer na via administrativa ou judicial, sendo que aquela sé ocorreré no caso de concordancia do particular. Se no houver concordancia, a execug3o da desapropriagio dependerd de aco judicial para discutir 0 valor do bem —CORRETA; e) em regra, a AdministracSo precisa conceder 0 direito de defesa ao administrado. Isso, no entanto, nao retira a autoexecutoriedade de um ato. Por exemplo: a Administrac3o poderé destruir materiais ilegalmente comercializados. Porém, antes de realizar a destruicio, a Administrag3o deverd conceder 0 direito de defesa para o comerciante. Apés 0 exercicio do contraditério, a Administrag3o poder, diretamente, destruir os materiais se entender que isso deve ser feito, ou seja, a deciso continua sendo autoexecutéria (observago: em situages de urgéncia, 0 contraditério e a ampla defesa poderao ser concedidos posteriormente, mas sempre ‘ocorrerao) — ERRADA. Gabarito: alternativa D. 91. — (Cespe - Técnico Judicidrio/TRT PE/2017) 0 atributo que consiste na possibilidade de certos atos administrativos serem decididos e executados diretamente pela propria administracao, independentemente de ordem judicial, denomina-se a) presungio de legitimidade. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 b) autoexecutoriedade. c) motivasio. d) tipicidade. e) imperatividade. Comentério: autoexecutoriedade, a imperatividade e a tipicidade. Pela autoexecutoriedade, as decisdes poderdo ser executadas diretamente pela Administragao, sem precisar de ordem ou autoriza¢o judicial. E 0 caso, por exemplo, da interdi¢3o de um estabelecimento que coloque em isco a satide da populagao (alternativa B). A motivasio no é um atributo, mas sim a demonstra¢o dos fundamentos de fato e de direito que levaram a pratica do ato. A tipicidade significa que os atos devem corresponder a figuras lei. A. imperatividade representa a capacidade que os atos administrativos possuem de constituir obrigacdes, independentemente de concordancia do particular. Por fim, a presunco de legitimidade significa que os atos administrativos presumem-se de acordo com alei. Gabarito: alternativa B. 92. Apés 0 término de estagio probatério, a administrag3o reprovou servidor piblico e editou ato de exoneracio, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao servico ou se atrasado para nele chegar. Nessa situac3o hipotética, o ato administrativo de exoneragao é a) nulo por auséncia de finalidade. b) anulével por auséncia de objeto. c) anulavel por auséncia de forma. d) anulavel por auséncia de motivacio. e) nulo por auséncia de motivo. Comentéri resposta seri pela justificativa da Administra¢40, por qual motivo o servidor foi exonerado? A ela inassiduidade. Porém, ao comprovar que nao houve falta ou atraso, o servidor demonstrou que o motivo de sua exoneragio era inexistente. Logo, houve vicio de motivo. Ademais, os vicios de finalidade, motivo e objeto sdo SEMPRE insanaveis, ou seja, nao so passiveis de convalidagao. Com efeito, os atos administrativos podem ser classificados em inexistentes, nulos, anuldveis € validos. Como 0 ato € viciado, ou ele serd nulo ou anulével. © primeiro é 0 ato que nao é passivel de convalidaco (possui um vicio insanavel), enquanto o segundo é 0 ato passivel de convalidacio (possui um vicio sandvel). Dessa forma, como 0 ato de exonerasio apresentou um vicio de motivo (o motivo era inexistente), ento o ato € nulo, por auséncia de motivo. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Gabarito: alternativa E. Concluimos por hoje. Em nossa préxima aula, vamos falar sobre as licitagdes publicas. Espero por vocés! Bons estudos. 4 QUESTGES COMENTA ia Fel b> BS 1. (Cespe - EMAP/2018) A competéncia do sujeito é requisito de validade do ato administrative e, em principio, irrenunciavel, porém sua irrenunciabilidade podera ser afastada em razao de delegacao ou avocago de competéncias legalmente admitidas. 2. (Cespe- EMAP/2018) A autorizagao é ato administrativo vinculado para a administrago publica. 3. (Cespe- EMAP/2018) Caso nfo haja obrigac3o legal de motivagdo de determinado ato administrative, a administraco nao se vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente. 4. (Cespe - EMAP/2018) Quando ha desvio de poder por autoridade administrativa para atingir fim diverso daquele previsto pela lei, o Poder Judiciério poderé revogar 0 ato administrativo em razio do mau uso da discricionariedade. 5. (Cespe - EMAP/2018) Ato do qual autoridade se utilize para atingir finalidade diversa ao interesse publico devera ser revogado pela prépria administrag3o publica, sendo vedado ao Poder Judiciério decretar a sua nulidade. 6. (Cespe - Advogado/EBSERH/2018) Um edital de licitagdo foi publicado e, em seguida, foram apresentadas propostas. No entanto, antes da etapa de homologacao, o gestor do érgio licitador decidiu nao realizar 0 certame, sob a alegacZo de que aquele no era o momento oportuno para tal. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Nessa situa¢o hipotética, ao decidir por no levar a termo o certame, o gestor praticou ato administrativo de anulacio. 7. (Cespe ~ Analista Judi rio/STJ/2018) Por ser um ato complexo, o reconhecimento da aposentadoria de servidor piblico se efetiva somente apés a aprovacio do tribunal de contas. Por sua vez, a negativa da aposentadoria pela corte de contas nao observa o contraditorio e a ampla defesa. 8 (Cespe— Analista Judiciério/STs/2018) No caso de vicio de competéncia, cabe a revogacao do ato administrativo, desde que sejam respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e no tenha transcorrido o prazo de cinco anos da pratica do ato. 9. (Cespe - Analista Judiciario/STJ/2018) © ato administrative praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela administrago publica, desde que no haja lesio ao interesse publico nem prejuizo a terceiros. 10. — (Cespe - Técnico Judiciario/sTJ/2018) Todos os fatos alegados pela administragdo ptiblica sdo considerados verdadeiros, bem como todos os atos administrativos so considerados emitidos conforme a lei, em decorréncia das presuncdes de veracidade e de legitimidade, respectivamente. 11, (Cespe- Técnico Judicidrio/STs/2018) A motivagao do ato administrativo pode nio ser obrigatéria, entretanto, se a administrac30 publica o motivar, este ficaré vinculado aos motivos expostos. 12. _ (Cespe - Auditor Estadual de Controle Externo/TCM BA/2018) Considere que a administraco publica deseje desfazer ato administrativo porque determinado destinatério descumpriu condiges obrigatérias para que continuasse a desfrutar de determinada situaco juridica, Nessa situaco, a administragao deverd adotar a seguinte modalidade de desfazimento do ato: a) invalidacio. b) revogacio. c) cassagio. d) convalidagao. ) ratificagao. 13. (Cespe — Analista Judicidrio/STJ/2018) A indicago dos fundamentos juridicos que determinaram a decisdo administrativa de realizar contratago por dispensa de licitago é suficiente para satisfazer o principio da motivacao. 14. (Cespe — Analista Judiciério/ST1/2018) So exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resolugdes e as circulares. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 15. (Cespe - Auditor Estadual de Controle Externo/TCM BA/2018) Jo%o, servidor piiblico ocupante exclusivamente de cargo em comissio, foi exonerado ad nutum pela administrac3o publica sob a justificativa de falta de verba, motivo que constou expressamente do ato administrativo que determinou sua exonera¢ao. Logo em seguida, Jodo descobriu que o mesmo érgao havia contratado outro servidor para substitui-lo, tendo-o investido na mesma vaga por ele ocupada. Nessa situago, Joao a) poderd reclamar o seu retorno, independentemente do motivo apresentado pela administrag3o publica para a exoneracao. b) nao poderd reclamar o seu retorno, pois os motivos invocados no ato exoneratério nao se comunicam com a nova investidura do servidor, ainda que para o mesmo cargo. c) poder reclamar o seu retorno em razio da teoria dos motivos determinantes se comprovar a no ocorréncia da situago declarada. d) n&o poderé reclamar seu retorno, pois a teoria dos motivos determinantes somente poderia ser aplicada nos casos de servidores publicos estdveis. ) no poderé reclamar o seu retorno, tendo em vista que os cargos em comissio so de livre nomeagao e exoneracao. 16. (Cespe - Procurador do Estado/PGE PE/2018) Aluz da doutrina e da jurisprudéncia, assinale a op¢ao correta acerca de atos administrativos. a) Admite-se a convalidaco de ato administrativo por meio de deciso judicial, desde que no haja dano ao interesse puiblico nem prejuizo a terceiros. b) A nomeacio dos ministros de tribunais superiores no Brasil € um ato administrativo complexo. ©) Por ser a competéncia administrativa improrrogével, atos praticados por agente incompetente no se sujeitam a convalidagio. d) Por serem os ocupantes de cargo em comissdo demissiveis ad nutum, é sempre invidvel a anulagio do ato de exoneragSo de ocupante de cargo em comissio com fundamento na teoria dos motivos determinantes. €) Independentemente de novo posicionamento judicial, havendo modificago da situacao de fato ou de direito, a administrac3o podera suprimir vantagem funcional incorporada em decorréncia de decisio judicial transitada em julgado. 17. (Cespe- ABIN/2018) A inexisténcia do motivo no ato administrativo vinculado configura vicio insanavel, devido ao fato de, nesse caso, o interesse puiblico determinar a indicaco de finalidade. 18. (Cespe - ABIN/2018) Na classificag3o dos atos administrativos, um critério comum é a formacio da vontade, segundo o qual, o ato pode ser simples, complexo ou composto. O ato complexo se apresenta WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 como a conjuga¢o de vontade de dois ou mais érgios, que se juntam para formar um tinico ato com um sé contetido e finalidade. 19. (Cespe - ABIN/2018) Na discricionariedade administrativa, o agente possui alguns limites & acdo voluntéria, tais como: 0 ordenamento juridico estabelecido para o caso concreto, a competéncia do agente ou do drgao. Qualquer ato promovido fora desses limites sera considerado arbitrariedade na atividade administrativa. (Cespe - ABIN/2018) Uma diferenga entre a revogagio e a anulacio de um ato administrative ¢ a de que a revogacao é medida privativa da administrago, enquanto a anulag3o pode ser determinada pela administragao ou pelo Poder Judicidrio, ndo sendo, nesse caso, necessdria a provocac3o do interessado. 21. (Cespe - ABIN/2018) € possivel a convalida¢o do ato administrativo vinculado que contenha vicio relativo & competéncia, desde que no se trate de competéncia exclusiva, hipdtese em que ocorre a ratificagio, e ndo a convalidacio. 22. (Cespe~ ABIN/2018) Tendo tomado conhecimento de que um ato vinculado possua vicio que o torne ilegal, a administragio deve revogar tal ato, independentemente de determinacio do Poder Judiciaric 23. (Cespe — Auditor do Estado/SEFAZ RS/2018) Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem pubblico em favor de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange @ cocupagio do espaco urbano, tendo proibido a destinac3o de tal bem piblico a atividade particular. Nessa situac3o hipotética, o referido ato administrativo de autorizag3o de uso de bem publico extingue-se por a) revogacio. b) anulagao. ¢) contraposigao. d) caducidade. e) cassagio. 24, — (Cespe - ABIN/2018) Nas situag8es de siléncio administrativo, duas solugdes podem ser adotadas na esfera do direito administrativo. A primeira esté atrelada ao que a lei determina em caso de ato de contetido vinculado. A segunda, por sua vez, ocorre no caso de ato de carater discricionario, em que 0 interessado tem o direito de pleitear em juizo que se encerre a omiss3o ou que o WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 juiz fixe prazo para a administraco se pronunciar, evitando, dessa forma, a omissio da administracao. 25. (Cespe - ABIN/2018) Em decorréncia da prépria natureza dos atos administrativos discricionérios, nao se permite que eles sejam apreciados pelo Poder Judicidrio. 26. — (Cespe - Técnico Judiciario/STM/2018) A finalidade que um ato administrativo deve alcangar é determinada pela lei, inexistindo, nesse aspecto, liberdade de opgao para a autoridade administrativa. rio/STM/2018) A competéncia piiblica conferida para o exercicio das atribuigdes dos agentes piblicos ¢ intransferivel, mas renuncidvel a qualquer tempo. 28. — (Cespe - Analista Judiciario/STM/2018) De acordo com o principio da autoexecutoriedade, os atos administrativos podem ser aplicados pela prépria administraco publica, de forma coativa, sem a necessidade de prévio consentimento do Poder Judiciario. 27. (Cespe - Técnico Judi 29. Caso edite ato administrativo que remova, de oficio, um servider publico federal e, posteriormente, pretenda revogar esse ato administrative, a autoridade publica deverd explicitar os motivos de sua segunda decisiio, com a indica¢o dos fatos e dos fundamentos juridicos. 30. (Cespe — Analista Judiciario/STM/2018) A imperatividade é 0 atributo pelo qual o ato administrativo é presumido veridico até que haja prova contréria a sua veracidade. ,/stM/2018) Alicenga consiste em um ato administrativo unilateral e discricionério. 32. _ (Cespe - Delegado de Policia Civil/PC MA/2018) E possivel a convalidacao de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos aos elementos 31. (Cespe — Analista Judi a) objeto e finalidade. b) motivo e competéncia. c) motivo e objeto. d) competéncia e forma. €) finalidade e forma. 33. (Cespe — Escrivdo de Policia/PC MA/2018) Governador de estado que pretenda nomear um escrivio de policia para ocupar cargo de confianga deverd fazé-lo por WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) decreto. b) homologagao. ¢) circular. d) alvara, e) resolugao. 34, — (Cespe—Investigador de Policia/PC MA/2018) Caracteriza-se como unilateral e vinculado o ato da administra¢ao denominado a) permissao. b) aprovacio. ¢) parecer. d) autorizacao. e) licenga. 35. _ (Cespe — Investigador de Policia/PC MA/2018) De acordo com a doutrina majoritaria, os elementos fundamentais do ato administrativo so ola) a) forma, a competéncia, a atribuicdo, a finalidade e 0 objeto. b) objeto, a finalidade, o motivo, a competéncia e a tipicidade c) competéncia, a forma, 0 objeto, o motivo e a finalidade. 4) motivo, o objeto, a finalidade, a autoexecutoriedade e a forca coercitiva €) objeto, o motivo, a competéncia, a finalidade e a abrangéncia. 36. (Cespe — CGM Joao Pessoa PB/2018) Ocorre anulagdo do ato administrative quando o gestor public 0 extingue por razées de conveniéncia e oportunidade. 37. (Cespe - CGM Jodo Pessoa PB/2018) A execuso, de oficio, pela administracdo publica de medidas que concretizem o objeto de um ato administrativo caracteriza o atributo da imperatividade. 38. (Cespe- Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Joao Pessoa PB/2018) ArevogacSo produz efeitos retroativos. 39. (Cespe - Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Joao Pessoa PB/2018) O Poder Ju administrativo. io e a prépria administrago publica possuem competéncia para anular ato 40. (Cespe - Técnico Municipal de Controle Interno/CGM Joao Pessoa PB/2018) 0 ato administrativo julgado inconveniente podera ser anulado a critério da administrago, caso em que a anulaco terd efeitos retroativos. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 41. (Cespe - CGM Joao Pessoa PB/2018) As multas de transito, como expresso do exercicio do poder de policia, sio dotadas de autoexecutoriedade. 42. — (Cespe - CGM Joao Pessoa PB/2018) Regulamento e ordem de servigo so exemplos, respectivamente, de ato administrativo normativo e de ato administrativo ordinatério. 43. — (Cespe - Auditor de Contas Publicas/TCE PB/2018) Em geral, os atos administrativos so dotados, entre outros, dos atributos de a) disponibilidade, presungo de legitimidade e imperatividade. b) consensualidade, autoexecutoriedade e a presungao de legitimidade. ¢) consensualidade, discricionariedade e disponibilidade. d) discricionariedade, imperatividade e autoexecutoriedade. e) presungao de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade. 44. (Cespe ~ Técnico Judicidrio/TRE TO/2017) de ato administrativo vinculado quanto ao conteudo. Assinale a op¢o que apresenta espé a) circular b) permissio ¢) despacho d) portaria ) licenga 45. (Cespe— Técnico Judi io/ TRE TO/2017) No que se refere aos vicios de competéncia na administrag3o publica, assinale a op¢o correta. a) A remocio de oficio de servidor caracteriza abuso de poder. b) Quando © vicio de competéncia no pode ser convalidado, caracteriza-se hipotese de nulidade absoluta. c) A convalidagao é 0 ato administrativo pelo qual é suprido o vicio existente em um ato ilegal, operando efeitos posteriores. d) A usurpagio de poder ocorre quando um servidor ptblico exerce a fung3o de outro servidor na mesma reparticao. e) Ocorre desvio de poder quando a autoridade policial se excede no uso da forca para praticar ato de sua competéncia. 46. (espe - AIAA/TRE TO/2017) Acerca da extingdo dos atos administrativos, assinale a op¢o correta. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) A cassaco é a extingSo do ato administrative por descumprimento da execucio desse ato pelo seu beneficiario. b) A decretag3o da anulacSo decorre da conveniéncia e da oportunidade da administraclo publica. c) Arevogaco é um ato discricionério, que produz efeitos ex tunc. d) A anulagSo retira do mundo juridico atos com defeitos, produzindo efeitos ex nunc. e) Somente por determinago judicial é possivel a revogacao de um ato administrativo. 47. (Cespe - AJAA/TRE TO/2017) Qs atos administrativos sao a) os que ocorrem quando o fato corresponde & descri¢o contida na norma legal. b) aqueles que ocorrem quando o fato descrito na norma produz efeitos no campo do direito administrativo. ) aqueles praticados no exercicio da fun¢So administrativa. d) os atos legais declarados pelo Estado ou por seus representantes, com efeitos juridicos imediatos, com observancia da lei, sob regime juridico de direito publico e sujeito ao controle pelo Poder Judiciari e) aqueles que decorrem de acontecimentos naturais independentes do homem. 48. (Cespe — AJAJ/TRE TO/2017) Apés a conclusdo de processo administrativo disciplinar contra servidor piblico federal, a autoridade publica que tem atribuigées legais para editar ato punitivo, suspendeu o servidor por cento e vinte dias. Nessa situaco hipotética, o ato de suspensio do servidor por cento e vinte dias é nulo por vicio de a) forma. b) finalidade. ¢) objeto. 4) motivo. e) competéncia. 49. — (Cespe - Defensor Publico/DPE AC/2017) Acerca do ato administrativo de concesséo de aposentadoria, assinale a op¢o correta de acordo com o entendimento do STF. a) Em nome da seguranga juridica, a no observancia do prazo de cinco anos para o exame de legalidade do ato inicial concessivo de aposentadoria resulta na convalidagio de eventual nulidade existente. b) Trata-se de ato administrativo simples, cujos efeitos se produzem a partir da sua concessio pelo drgdo de origem do servidor, sujeitando-se a controle a posteriori pelo tribunal de contas competente. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 c) Trata-se de ato administrative complexo, que somente se aperfeicoa com o exame de sua legalidade e consequente registro no tribunal de contas competente. d) O exame de legalidade da concessio de aposentadoria, por ser este um ato administrativo concessivo de direitos ao destinatario, submete-se a0 prazo decadencial de cinco anos, contado a partir da sua concessio, salvo comprovada mé-fé. e) Em razo do devido processo legal, o exame de legalidade e registro do referido ato junto ao tribunal de contas necesita, impreterivelmente, da observancia do contraditério e da ampla defesa do servidor piiblico interessado. 50. (Cespe - Delegado de Policia/PJC MT/2017) Em margo de 2017, 0 governo de determinado estado da Federacao declarou nulo ato que, de boa-fé, havia concedido vantagem pecunidria indevida aos ocupantes de determinado cargo a partir de janeiro de 2011. Nessa situa¢o hipotética, a) o ato de anulaco do ato que havia concedido vantagem pecuniaria ofendeu diretamente o principio da proporcionalidade. b) 0 ato de anulacao foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais sobre a exting3o dos atos administrativos. c) 0 correto seria a revogaco do ato, e nao a sua anulacao. d) a declaraco de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadéncia do direito. €) 0 principio da autotutela da administra¢do publica protege o ato de anulaco determinado pelo governo. 51. (Cespe - Defensor Piiblico/DPU/2017) Jorge, servidor publico federal ocupante de cargo de determinada carreira, foi, por meio administrativo, transferido para cargo de carreira diversa. Com referéncia a essa situacdo hipotética, julgue o item subsequente a luz do entendimento dos tribunais superiores. A forma de provimento do cargo publico na referida situac3o — transferéncia para cargo de carreira diversa — foi inconstitucional, por violar 0 principio do concurso piiblico; cabe administrac3o publica, no exercicio do poder de autotutela, anular o ato ilegal, respeitado 0 direito ao contraditério & ampla defesa. 52. (Cespe— Analista de Gestao- Administrador/TCE PE/2017) 0 ato administrative deve ser avaliado pelo seu contetido, nao devendo ser invalidado por desobediéncia a requisitos de forma. 53. (Cespe — Analista de Gestao ~ Administrador/TCE-PE/2017) Na revogagio, o ato é extinto por oportunidade e conveniéncia, ao passo que, na anulacao, ele é desfeito por motivo(s) de ilegalidade. 54. — (Cespe - Auditor de Contas Ptiblicas/TCE PE/2017) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Concedida aposentadoria a servidor piiblico, o prazo decadencial para a administrago rever © ato concessivo tera inicio somente a partir da manifestagio do tribunal de contas sobre 0 beneficio. 55. (Cespe — Analista de Gestao/TCE PE/2017) A expresso ato administrativo, por incluir nfo s6 os atos praticados no exercicio da fungdo administrativa, mas também os atos de direito privado praticados pelo poder publico, tem sentido mais amplo que a expresso ato da administracio. 56. (Cespe — Agente Penitenciario (Superior)/SERES PE/2017) Assinale a opcio que apresenta o ato administrativo mediante o qual a administracao publica faculta, de forma unilateral e vinculada, a um cidadao exercer determinada atividade para a qual preencha os requisitos legais. a) homologacao b) autorizag3o ¢) permissao 4d) licenga e) aprovagdo 57. (Cespe - Agente Penitencidrio (Superior)/SERES PE/2017) Ato administrative nao vinculado de competéncia exclusiva do governador de estado que venha a ser publicado pelo secretario desse estado ser considerado a) sanavel, a depender do motivo do ato. b) insandvel, se houver vicio de forma. c) insandvel, independentemente do objeto. d) sanavel, por se tratar de vicio de competéncia exclusiva. ¢) sandvel, independentemente da finalidade do ato. 58. (Cespe - AJAJ/TRE BA/2017) Um servidor entrou em exercicio em um cargo publico amparado por decisao judicial liminar precéria e, antes do julgamento final da ago mandamental, requereu, enquanto ainda estava em exercicio, sua aposentadoria por tempo de contribuigdo, visto que havia efetuado legitimas contribuigdes ao sistema previdenciério. Apés a concessio da aposentadoria, ocorreu 0 julgamento final da demanda, e a seguranca foi denegada. Nessa situaco, segundo © entendimento do Superior Tribunal de Justiga, a aposentadoria desse servidor deve ser a) cassada, em razo da precariedade do vinculo de trabalho. ») valida, por aplicaco da teoria do fato consumado. c) mantida, em raz3o da convers3o do vicio de forma. d) anulada, com efeitos retroativos & data da aposentadoria. €) revogada, com efeitos a partir da data do julgamento final da demanda. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 59. (Cespe — AJAA/TRE-BA/2017) A determinado servidor publico foi concedida licenga em raz%o de ele preencher todos os requisitos exigidos. Contudo, no curso da licenca, ele deixou de atender as condigées exigidas para a manutengdo do beneficio, 0 que implicou a extingdo do ato administrativo de concessio da licenga. Nessa situaclo hipotética, a modalidade de exting3o de atos administrativos aplicada foi a a) convalidacao. b) anulagdo, em decorréncia da imperatividade. ¢) cassacao, d) revogagao. ¢) anulag3o, em decorréncia da legalidade. 60. (Cespe - Técnico Judicidrio/TRE BA/2017) De acordo com a doutrina, os atos administrativos que possuem todas as suas condicdes e requisitos estipulados por lei, prevendo uma Unica e obrigatéria atuag%o administrativa, so classificados como a) complexes. b) vinculados. ¢) constitutivos. d) dectaratérios. e) discricionérios. 61. O pregoeiro de um tribunal regional eleitoral (TRE), em um certame licitatério para aquisic30 de urnas eletrénicas, resolveu negar provimento ao recurso de um licitante com fundamento em parecer da drea técnica do tribunal. Nessa situac3o hipotética, a drea técnica do tribunal praticou um ato administrativo a) punitivo. b) vinculado. c) normativo. d) ordinatério. e) enunciativo. 62. (Cespe ~ Promotor de Justica/MPE-RR/2017) Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema fosse regulamentado mediante portaria conjunta das secretarias estaduais A e B. Um ano depois de editada a portaria conjunta, nova portaria, editada apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial. Nessa situaco, considerando-se o entendimento do STI, | -a segunda portaria nao poderia gerar efeitos revocatérios. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 Il - a revogacio de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestacio de dois ou mais 6rgaos, demanda a edigio de ato igualmente complexo; vale dizer, formado pela manifestaco dos mesmos érgios subscritores do ato a ser revogado. A respeito das asserces |e Il, assinale a opcao correta. a) Aasserco | é falsa, e all é verdadeira. b) As asserces | e Il sdo falsas. c) As asserg6es | € Il sio verdadeiras, e a Il é uma justificativa correta da |. d) As assergdes |e Il sdo verdadeiras, mas a II nao é uma justificativa correta da |. 63. _(Cespe- Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) No que tange a conceitos, requisitos, atributos e classificac3o dos atos administrativos, assinale a opso correta. a) Licenga e autorizago s3o atos administrativos que representam o consentimento da administraco ao permitir determinada atividade; o alvard € 0 instrumento que formaliza esses atos. b) O ato que decreta o estado de sitio, previsto na CF, € ato de natureza administrativa de competéncia do presidente da Republica. <) Ainda que submetido ao regime de direito piiblico, nenhum ato praticado por concessionéria de servigos puiblicos pode ser considerado ato administrativo. d) O atributo da autoexecutoriedade nao impede que o ato administrativo seja apreciado judicialmente e julgado ilegal, com determinacao da anulaco de seus efeitos; porém, nesses casos, a administracio somente responder caso fique comprovada a culpa. 64, (Cespe ~ Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) No que concerne aos mecanismos de controle no 4mbito da administraco publica, assinale a opgao correta. a) E vedado aos administrados providenciar sanatorias de atos administrativos para sua convalidagSo, de modo a participar de agdes de controle da administracSo publica, uma vez que as ages de controle so prerrogativa exclusiva dos agentes puiblicos. b) © controle dos atos administrativos tem por objetivo confirmar, rever ou alterar comportamentos administrativos, exigindo-se 0 esgotamento da via administrativa para se recorrer ao Poder Judiciario. c) Em decorréncia do poder de autotutela da administragSo, verificada a pratica de ato discricionario por agente incompetente, a autoridade competente estaré obrigada a convalidé-lo. d) No sistema de administraco publica adotado no Brasil, o ato administrativo é revisado por quem 0 praticou, nao havendo proibi¢o quanto a revisio ser realizada por superior hierérquico ou érgdo integrante de estrutura hierérquica inerente & organizacdo administrativa. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 65. (Cespe — Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) A prefeitura de determinado municipio brasileiro, suscitada por particulares a se manifestar acerca da construgiio de um condominio privado em drea de protecio ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa situaco, a obra poderd ser iniciada, pois 0 siléncio da administragao € considerado ato administrativo e produz efeitos juridicos, independentemente de lei ou decisfo judicial. 66. (Cespe ~ Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) Removido de oficio por interesse da administracdo, sob a justificativa de caréncia de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercicio. Nessa situagdo, 0 ato, embora seja discricionério, poderé ser invalidado. 67. (Cespe —Juiz de Direito/TJ PR/2017) De acordo com o art. 54 da Lei n.2 9.784/1999, o direito da administrac3o de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoraveis para os destinatérios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada mé-fé. Trata-se de hipétese em que o legislador, em detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores tém por fundamento o principio administrativo da a) presungo de legitimidade. b) autotutela. c) seguranga juridica. d) continuidade do servigo publico. 68. (Cespe — Juiz de Direito/TJ PR/2017) Com base na Lei n.2 9.784/1999, assinale a op¢So correta acerca da revogacao e dos elementos dos atos administrativos. a) A revogaco de um ato administrative deve apresentar os seus motivos devidamente externados, com indicago dos fatos e dos fundamentos juridicos. b) 0 ato de delegaco pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela autoridade delegada. c) O ato de delegacao deve ser publicado no meio oficial, mas no o de sua revogacao. d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vicio de legalidade, o Poder Judiciario tera de revogérlo. 69. — (Cespe — Professor da Educagaio Basica/SEDF/2017) Ato praticado por usurpador de funco publica é considerado ato irregular. 70. — (Cespe — Professor da Educagaio Basica/SEDF/2017) jade é atributo universal aplicavel a todo ato admi Presuncao de legit 71, (Cespe - Professor da Educagdo Basica/SEDF/2017) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 A construgio irregular de um prédio pode ser 0 motivo para a pratica de um ato administrativo com 0 objetivo de paralisar a atividade de construir. 72. _ (Cespe ~ Professor da Educagao Basica/SEDF/2017) Ato administrativo declaratorio é aquele que implanta uma nova situago juri ou extingue uma situagdo existente. (Cespe - Tecnologia da Informagao/SEDF/2017) José, chefe do setor de recursos humanos de determinado érgao publico, editou ato disciplinando as regras para a participacio de servidores em concurso de promogio. A respeito dessa situa¢o hipotética, julgue o item seguinte. ica ou modifica O veiculo normative adequado para a edigo do referido ato € 0 decreto. 74, — (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) Mauricio, chefe imediato de Jodo (ambos servidores publicos distritais), determinou que este participasse de reunio de trabalho em Fortaleza — CE nos dias nove e dez de janeiro. Joo recebeu 0 valor das didrias. No dia oito de janeiro, Joo sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para Mauricio, teve de ficar de repouso por trés dias, azo pela qual ndo péde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que Joo teve de se afastar do servigo por motivo de sade. Acerca dessa situago hipotética e de aspectos legais e doutrindrios a ela relacionados, julgue o item a seguir. A concessao de didria € ato vinculado da administragao publica. 75. _ (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) Situag4o hipotética: Anténio, servidor que ingressou no servico pliblico mediante um ato nulo, emitiu uma certidao negativa de tributos para Jodo. Na semana seguinte, Anténio foi exonerado em fungao da nulidade do ato que o vinculou 8 administragio. Assertiva: Nessa situac3o, a certid3o emitida por Anténio continuard valida. 76. (Cespe - Nivel Médio/SEDF/2017) Situagao hipotética: A autoridade administrativa Y, no exercicio de competéncia que Ihe foi delegada pela autoridade X e que Ihe conferia poder decisério para a pratica de determinado ato de autoridade, praticou determinado ato administrativo que o administrado Z entendeu ser-Ihe prejudicial. Nessa situaco, caso queira obstar os efeitos do referido ato mediante mandado de seguranga, o administrado Z deveré dirigir sua pega contra a autoridade delegada, e no contra a autoridade delegante. 77. — (Cespe - Direito/SEDF/2017) Mauro editou portaria disciplinando regras de remogo no servigo publico que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competéncia para a edig3o do referido ato normativo seria de Pedro, superior hierérquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com 0 resultado do concurso de remog3o apresentaram recurso quinze dias apés a data da publicacao do resultado. Nessa situago hipotética, a portaria editada por Mauro contém vicio nos elementos competéncia e objeto. 78. _ (Cespe - Administrador/SEDF/2017) WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 ‘A competéncia — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o motivo e 0 objeto — ou contetido — so elementos que integram os atos administrativos. 79. (Cespe ~ Analista Judicidrio/TRT CE/2017) A administrac3o pUblica pode executar diretamente seus atos administrativos, até mesmo pelo uso da forga, sem a necessidade da intervenc3o do Poder Judiciario. Essa prerrogativa corresponde ao atributo da a) autoexecutoriedade. b) tipicidade. c) presungio de legitimidade. d) discricionariedade. 80. — (Cespe —Analista Judicirio - Contabilidade/TRT CE/2017) Acerca da extingdo de ato administrativo, assinale a opgao correta, a) Exoneraco de funcionério publico efetivo € ato administrative que ocorre quando o cargo por si ocupado for extinto pelo chefe do poder a que est vinculado. b) O direito de a administracao anular ato ad dez anos, exceto se for comprovada ma-fé istrativo favordvel ao destinatario decai em c) Certidao negativa de débito trabalhista emitida por tribunal pode ser revogada a qualquer momento devido & discricionariedade da administrago. d) A confirmago, que somente é possivel quando no ha prejuizo para terceiros, implica a rendncia da administracdo ao poder de anular ato ilegal. (Cespe - AJAJ/TRF 1/2017) Quanto discricionariedade dos atos administrativos, entende-se por oportunidade a avaliagao do momento em que determinada providéncia deverd ser adotada. 82. (Cespe ~ AJAJ/TRF 1/2017) A autorizago de servico pubblico classifica-se como um ato unilateral, discriciondrio e precario. 83. (Cespe — AJOF/TRF 1/2017) Ato administrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito n3o pode ser convalidado. 84, (Cespe - AJOF/TRF 1/2017) Enquanto no ato complexo as manifestagdes de dois ou mais érgaos se fundem para formar um Unico ato, no ato composto se pratica um ato administrativo principal que depende de outro ato para a produgao plena dos seus efeitos. 85. (Cespe ~ AJAA/TRT CE/2017) A respeito dos atributos de ato administrativo, assinale a op¢do correta. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 a) A tipicidade nao impede que a administracio pratique ato dotado de imperatividade e executoriedade. b) A presuncao de veracidade importa, necessariamente, na inverso do énus da prova. c) Aimperatividade esta presente em todo ato administrativo, diferentemente do que ocorre com os atos de direito privado. d) Intervengo judicial provocada por terceiro prejudicado por ato administrativo € excesio 20 principio da autoexecutoriedade. 86. — (Cespe — AJAA/TRT CE/2017) ‘Aanulacio de um ato administrativo, seja pela prépria administrago piiblica, seja pelo Poder Judiciario, se dé por motivos de legitimidade ou a) interesse. b) conveniéncia. c) legalidade. d) oportunidade. 87. (Cespe — AJAA/TRT PE/2017) Determinada comissio de servidores, designada para a conduc3o de procedimento licitatério, a0 final de seus trabalhos, homologou 0 resultado e adjudicou o objeto ao vencedor. Nessa situacao hipotética, os atos administrativos de homologacao do resultado e de adjudicacao do objeto classificam-se, a) quanto a forma de exteriorizaco, como parecer, sendo possivel sua revogagio judicial. b) quanto a forma de exteriorizacdo, como deliberagio, sendo impossivel revoga-los apés a celebracio do correspondente contrato administrativo. c) quanto aos seus efeitos, como declaratérios, podendo a admi tragdo revoga-los. d) quanto & intervenc3o da vontade administrativa, como complexos, podendo ser anulados judicialmente. €) quanto ao contetido, como admissio, podendo a administragSo anulé-los. 88. (Cespe- AJAA/TRT PE/2017) Determinado ato administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato administrativo foi editado, tendo revogado esse ato revogatério. Nessa situac3o hipotética, 0 terceiro ato a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste. b) provocou a caducidade do primeiro ato, que no poder produzir efeitos. c) renovard os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito. d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente. e) € nulo, pois 0 ato revogatério ¢ irrevogavel. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 89. (Cespe — AJAA/TRT PE/2017) Um servidor piblico praticou um ato administrativo para cuja prética ele é incompetente. Tal ato no era de competéncia exclusiva. Nessa situac3o, o ato praticado sera a) inexistente. b) irregular. ¢) valido. d) nulo. e) anulavel. (Cespe - Técnico Judiciario/TRT PE/2017) Arespeito dos atributos dos atos administrativos, assinale a opcao correta. a) O ato administrativo configura instrumento de realizagao do interesse ptiblico, razio por que ele tem a coercibilidade como atributo absoluto. b) Aimperatividade é atributo que dota de coercitividade todos os atos administrativos. c) A presungio de legitimidade do ato administrativo é atenuada pela possibilidade de o particular deixar de cumpri-lo quando houver alguma duvida sobre sua legalidade. d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite excecdes, como nas hipdteses de cobranca de multa e de desapropriagdo. e) © contraditério e a ampla defesa suprimem a autoexecutoriedade dos processos administrativos. 91. — (Cespe - Técnico Judicidrio/TRT PE/2017) © atributo que consiste na possibilidade de certos atos administrativos serem decididos e executados diretamente pela prépria administracio, independentemente de ordem judicial, denomina-se a) presuncio de legitimidade. b) autoexecutoriedade. c) motivasao. d) tipicidade. e) imperatividade. 92. — (Cespe — Delegado de Policia/PC GO/2017) Apés 0 término de estagio probatério, a administragdo reprovou servidor pubblico e editou ato de exoneraco, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao servico ou se atrasado para nele chegar. Nessa situaco hipotética, o ato administrativo de exoneracao é a) nulo por auséncia de finalidade. b) anulével por auséncia de objeto. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 c) anulavel por auséncia de forma. d) anulavel por auséncia de motivacio. e) nulo por auséncia de motivo. 5 GABARITO Le 4kc)06021C 0 «BLE 4B «SLC OGLE 72.C 8. CB 26 12.C 22.6 32D 42.C 526 62.C 72.E 82.C 92.E 3.E 13.E 23.0 33.A 53.C 63.A 73.E 83.E 4.£ 4E 24.0 346 446 54.0 64D 74.0 84.C 5.E 15.C 25.6 35.C 45.8 55.E 65. 75.C 85.D 6E 168 26.0 36.6 46.A 56.D 66.C 76.C 86.C 7. 17.C 0 27.E 0 37.E 47.D)57.C67.C77.C 87. BE 18.C 28.C 386 48.C 58B 68A 78.C 8 a 9.E 19.C -29.C -39.C 0 49.C59.C E79 10.C 20.E 306 40.£ 50.D 60.8 70.C 80.D 90.D 6 REFERENCIAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19* Ed. Rio de Janeiro: Método, 2011. ARAGAO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012. BANDEIRA DE MELLO, Celso Anténio. Curso de Direito Administrativo. 31% Ed. S40 Paulo: Malheiros, 2014. BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questées. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27 Edig4o. Sao Paulo: Atlas, 2014. DI PIETRO, Maria Syivia Zanolla. Direito Administrativo, 278 Edicao. Sao Paulo: Allas, 2014. JUSTEN FILHO, Margal. Curso de direito administrativo. 10* ed. Sao Paulo: Revista dos Tribunals, 2014. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296 MEIRELLES, H.L; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39° Ed. S40 Paulo: Malheiros Editores, 2013. WWW.RATEIOS.ORG WhatsApp (41) 991115296

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