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FACULDADE NOVO MILÊNIO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ALINE SOBRINHO FELIX


RONY ESTEVÃO DA SILVA VITTI

RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO


CIVIL

VILA VELHA
2019
ALINE SOBRINHO
RONY ESTEVÃO DA SILVA VITTI

RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Trabalho avaliativo sobre a reciclagem e reutilização


de resíduos sólios na construção civil como requisito
parcial de avaliação da disciplina Projeto Integrador III,
ofertada no 3º período do Curso de graduação em
Engenharia Civil na Faculdade Novo Milênio, no
semestre 2019/1.
Professora: Paula Dorigatti

VILA VELHA
2019
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1 INTRODUÇÃO

O quantitativo de resíduos de construção e demolição gerados nas grandes cidades


é igual ou maior que a quantidade de resíduo domiciliar produzidos em cidades
brasileiras de médio e grande porte (PINTO,1999).

O entulho é formado por sobras de materiais de construção (argamassa, areia,


cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc.).
Contudo, a maior parte do entulho é constituída por material não mineral como a
madeira, papel, plásticos, metais e matéria orgânica (ZORDAN, 1997).

De acordo com a Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA), os resíduos de construção civil são:

[...] os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de


construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais
como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente 4 chamados
de entulhos de obras, caliças ou metralha (BRASIL, 2002).

A produção de resíduos sólidos de construção e demolição varia entre 130 e 3.000


kg/hab.ano, segundo estimativas internacionais. Já no Brasil, as estimativas variam
em torno de 230 kg/hab.ano até 760kg/ano (PINTO,1999).

Ainda de acordo com o mesmo autor, 40% a 70% dos resíduos urbanos são
produzidos em canteiros de obras. Deste quantitativo, em torno de 50% são colocados
em locais inapropriados da maioria dos centros urbanos brasileiros.

Também segundo dados, 76% dos resíduos sólidos residenciais não vem recebendo
tratamento apropriado, podendo ser observados acumulados nas ruas, terrenos
baldios, leitos de rios, valas, encosta de morros e outros locais impróprios,
prejudicando a população local com a produção e liberação de produtos (HELLER et
al., 1998).

Após a aprovação da Resolução Nº 307 do Conama (BRASIL, 2002), que dispõe


sobre o gerenciamento de resíduos de construção e demolição, se percebe um
avanço gradativo na busca pela redução dos impactos causados pelos resíduos
sólidos gerados em canteiros de obras.
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1.1 JUSTIFICATIVA

Segundo dados do IBGE, quanto aos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento


Básico (PNSB), foi ponderado que por dia é produzido 157 mil toneladas de lixo
domiciliar e comercial no Brasil. Ainda, de acordo com Capello (2006) são gerados
aproximadamente 65 milhões de toneladas de resíduos anualmente e desse montante
apenas 5% são reciclados ou reutilizados.

Partindo desse pressuposto, surge a importância da elaboração desse estudo,


demonstrando a importância da reciclagem e reutilização de resíduos sólidos na
construção civil, pois a cada ano que passa as obras de construção, reformas e
demolições crescem em um ritmo acelerado e o tratamento dos resíduos, um
problema social, em outro totalmente desacelerado, fora dos padrões ideais para a
redução dos impactos ambientais nas cidades.

1.2 OBJETIVOS

Este estudo além de analisar como ocorre a reciclagem e reutilização de resíduos da


construção civil, apresenta as legislações e normas vigentes sobre a destinação
correta dos resíduos. Contribuindo assim, para a diminuição de situações pelo mundo
que demonstram grave desequilíbrio ambiental.

1.3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento desse estudo optou-se pela utilização do método de pesquisa


bibliográfica, visando apresentar os meios de fiscalização e controle dos resíduos
sólidos e sua possível reutilização e reciclagem na construção civil.

Nesta pesquisa a realização do levantamento bibliográfico foi feita de forma manual e


por meio da internet, nos bancos como Scielo, Techne, em idioma português,
compreendendo textos publicados no período de 1995 a 2019, observando os
aspectos do histórico, do diagnostico, os conceitos e características da gestão de
resíduos. Sendo o estudo será realizado na Faculdade Novo Milênio, entre os dias 10
de maio e 04 de junho de 2019, dentro da disciplina de Projeto Integrador III.
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2 DESENVOLVIMENTO

Os resíduos são produzidos em todas as etapas da vida e acarretam grandes


apreensões, estas muitas vezes voltadas para as repercussões que os resíduos
podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (FADINI et al., 2001).

Na Idade Média os resíduos eram acumulados pelas ruas e arredores das cidades,
causando epidemias e morte de milhares de pessoas. Com a Revolução Industrial se
iniciou a urbanização das cidades, gerando um elevado aumento populacional nas
cidades. Os resíduos se tornaram um problema ainda maior, que deveria ser
combatido e escondido da população. Naquela época para diminuir os impactos
ambientais nas cidades, a solução encontrada foi afastar os resíduos dos centros
urbanos, descartando-o em áreas mais distantes (FADINI et al., 2001).

Conforme a norma NBR 10.004, resíduos sólidos e semissólidos são denominados


todos os materiais dispensados por atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição (ABNT, 2004).

2.1 ATERRO SANITÁRIO

Segundo a norma NBR 8419 (ABNT,1992), aterro sanitário é:

(...) uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos
à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método
este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor
área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma
camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores,
se for necessário.
Esta técnica consiste sobretudo na compressão dos resíduos no solo, dispondo-os
em camadas que são periodicamente cobertas com terra, formando células, fazendo
a alternância entre os resíduos e o material de cobertura (ATERRO, 2017).

2.2 COMPOSTAGEM

Conceitualmente compostagem é a conversão de resíduos orgânicos presentes no


lixo, através de processos físicos, químicos e biológicos, em material biogênico
estável e resistente. O resultado é um composto orgânico, excelente para adubação
dos solos. Ocorre um processo de decomposição natural de materiais orgânicos pela
ação de microrganismos na presença de oxigênio, produzindo um composto estável
que pode ser utilizado como fertilizante (GOMES, 2011).

2.3 RECICLAGEM
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Para Alves (2003), a reciclagem vem a ser um conjunto de processos que permite a
recuperação e a reintrodução de resíduos no ciclo produtivo, podendo a serem usados
como matérias-primas e insumos em processos industriais, objetivando a fabricação
de novos bens.

A reciclagem também pode ser definida como a conclusão de vários processos pelos
quais passam os materiais que seriam descartados. Estes resíduos podem ser
reutilizados na composição de outros materiais, tornando-se importante no que diz
respeito à redução do acúmulo de dejetos e da exploração da natureza (ALVES,
2003).

2.4 LEGISLAÇÕES, NORMAS E RESPONSABILIDADES

Para auxiliar na resolução dos problemas relacionados aos resíduos no Brasil, em


2002 foi criado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) a Resolução nº
307, que estabelece a responsabilidade dos municípios na criação, implantação e
acompanhamento das diretrizes especificadas nos decretos municipais referentes à
gestão de resíduos da construção e demolição. Constitui ainda, que compete aos

geradores de resíduos a gestão, incluindo reciclagem, reaproveitamento e destinação


dos mesmos.

Quanto ao gerador, compete a este efetivar sua própria gestão de resíduos, que
proporcionará a correta segregação, com a separação dos diversos tipos de resíduos
gerados no decorrer de uma construção para posterior tratamento (CONAMA, 2002)

O órgão público utilizando de instrumentos para regular a geração de resíduos


provenientes da construção e demolição, exerce papel fundamental para disciplinar o
fluxo dos resíduos (BRASIL, 2002).

Neste contexto, a Resolução estabeleceu o prazo máximo de 12 meses para que os


municípios e o Distrito Federal elaborassem seus Planos Integrados de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, contemplando os pequenos
geradores de resíduos. Os grandes geradores, estes teriam até janeiro de 2005 para
que incluir nos seus projetos de obras a serem submetidos à aprovação, o projeto de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (BRASIL, 2002).

As responsabilidades dos agentes envolvidos no processo dos resíduos sólidos são


(BLUMENSCHEIN, 2004):
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2.4.1 Estado: Introdução de instrumentos de regulamentação direta e econômica


visando à regulamentação do gerenciamento da coleta; Transporte e fiscalização de
disposição; Estabelecimento de padrões de fiscalização e a utilização de entulho para
aterramentos; Busca do fortalecimento das atividades recicladoras; Estabelecimento
de metas para redução do uso de recursos naturais escassos; Incentivos ao uso de
resíduos oriundos de construção e demolição; Proibição da extração de areia e
cascalho; Fortalecimento da produção de agregados reciclados; Estabelecimento de
áreas legais de disposição de resíduos sólidos.

2.4.2 Geradores: Redução das perdas e da geração de resíduos através da adoção


de métodos construtivos mais racionais; Gerenciamento de resíduos sólidos durante
o processo construtivo; Conscientização da necessidade de utilizar materiais
reciclados, de viabilizar as atividades de reciclagem, e de assegurar a qualidade dos
resíduos segregados; Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento.

2.4.3 Clientes, empreendedores, arquitetos, engenheiros e consultores:


Estabelecimento de critérios de especificação que visem à utilização de materiais
reciclados e adoção de princípios de sustentabilidade; exigir a adoção de sistema

gestão de resíduos em canteiros de obras; Definição de critérios de racionalização e


padronização na definição dos métodos construtivos visando a produzir edifícios
flexíveis e de fácil demolição.

2.4.4 Transportadores: Exigir o exercício da atividade de transportar de maneira


consciente e responsável, levando os resíduos às áreas destinadas oficialmente pelo
município; Conscientização de seus motoristas sobre os impactos causados por
resíduos dispostos irregularmente; Contribuição para os programas de controle e
fiscalização do volume e características do resíduo produzido.

2.4.5 Processadores dos resíduos: Assegurar a qualidade dos agregados


reciclados.

2.4.6 Universidades e Instituto de Pesquisa: Implementação de laboratórios,


desenvolvimento de pesquisa aplicada, assessoria parlamentar, cursos, consultoria.

2.5 NORMAS TÉCNICAS – ABNT

Para possibilitar um efetivo exercício dos agentes públicos, a integração entre as


normas técnicas e às políticas públicas são fundamentais. Para viabilizar o manejo
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correto dos resíduos em áreas específicas, foram preparadas as seguintes normas


técnicas:

2.5.1 NBR 15112:2004: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos -


Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação:
possibilitam o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm
importante papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados
para esta finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.

2.5.2 NBR 15113:2004: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes –


Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação: solução adequada para
disposição dos resíduos classe A, de acordo com a Resolução CONAMA nº 307,
considerando critérios para preservação dos materiais para uso futuro ou disposição
adequada ao aproveitamento posterior da área.

2.5.3 NBR 15114:2004: Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de


reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação: possibilitam a
transformação dos resíduos da construção classe A em agregados reciclados
destinados à reinserção na atividade da construção.

A especificação técnica para o uso de agregados reciclados pela atividade da


construção foi estabelecida por meio das seguintes normas:

NBR 15115:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil -


Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos; NBR 15116:2004 -
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em
pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.

2.6 POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), um projeto previsto na lei nº


12.350/10 de 2010, tem como objetivo evitar e prevenir a geração de resíduos sólidos,
auxiliando no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Sendo assim,
suas metas são promover uma cultura sustentável incentivando a reciclagem e a
reutilização (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e
fins adequados aos resíduos sólidos onde a responsabilidade deste processo é
atribuída como sendo desde o governo aos geradores de resíduos (BRASIL, 2010).
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Uma das ações que impostas por esta lei foi a erradicação de lixões abertos até o ano
de 2014, a partir deste ano só seria permitida a criação de aterros que atendessem as
normas ambientais; além de estabelecer coleta seletiva em residências,
compostagem de resíduos orgânicos, evitando assim a sobrecarga nos aterros
(BRASIL, 2010).

Com esta lei a responsabilidade sobre os resíduos provenientes de atividades


industriais, comerciais e serviços privados passa a ser do próprio gerador,
caracterizando o sistema com uma logística reversa (BRASIL, 2010).

2.6.1 Gestão de Resíduos na Construção Civil: Gestão dos Municípios - A


Resolução CONAMA nº307 atribui uma parcela de responsabilidades aos municípios,
porém apenas 1% dos 5.564 municípios brasileiros instituíram seus Planos Integrados
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (MARQUES NETO, 2009).

O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil direciona os


municípios para a implantação do Programa Municipal de Gerenciamento de resíduos
da construção civil, visto que o plano fornece as diretrizes técnicas e procedimentos,
e informa o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, hábeis para recebimento,
triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, sendo possível então a
destinação posterior dos resíduos provenientes de pequenos geradores às áreas de
beneficiamento. Os resíduos emitidos pelos pequenos geradores representam uma
parcela considerável no âmbito nacional, sendo necessário cuidados com relação a
sua destinação em lugares regularizados (MARQUES NETO, 2009).

Gestão nas Construtoras - Para que a gestão dos resíduos das construtoras atinja o
sucesso, uma cadeia de atividades e procedimentos deve ser realizada de forma
ordenada e cronológica (SINDUSCON-SP, 2015).

Conforme estabelece a Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), a meta da não


geração dos resíduos devem ser estabelecidas, sendo presente na implementação e
concretização do programa de gestão de resíduos. Projetos e sistemas construtivos
racionalizados e a práticas de gestão da qualidade vêm a consolidar a meta de não
geração dos resíduos.

A gestão nos canteiros é de suma importância na não geração de resíduos,


considerando que: O canteiro ficará mais organizado e limpo; Existirá a triagem e
separação de resíduos, impedindo sua mistura com insumos; Será possível o
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reaproveitamento de resíduos antes de descartá-los; Serão quantificados e


qualificados os resíduos descartados, possibilitando a identificação de possíveis focos
de desperdício de materiais (BRASIL, 2002).

Sendo assim, pode-se mencionar que o gerenciamento de resíduos está diretamente


ligado à questão do problema de desperdício de materiais e de mão-de-obra na
execução dos empreendimentos.

2.7 ORIGEM DOS RESÍDUOS

Os resíduos da construção civil e de demolição podem ter origem diversas dentro do


processo produtivo desta cadeia, sendo proveniente: Nos trabalhos de terraplenagem
e fundações; Demolições totais ou parciais de edificações e/ou obras de
infraestruturas civis; Durante o processo de construção de edificações e/ou obras de
infraestrutura civis; Na construção e manutenção de estradas (BRASIL, 2002).

Sendo composto por concreto, argamassas, madeira, gesso, asfalto, metais, vidros,
plásticos, tijolos e solos, os resíduos da construção civil são produzidos durante a
construção, demolição, manutenção civil de edifícios, estradas, pontes, viadutos,
barragens entre outros (BRASIL, 2002).

2.8 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

A norma NBR 10.004 (ABNT, 2004), classifica os resíduos em três classes, sendo
eles:

2.8.1 Classe I: perigosos; são aqueles que apresentam periculosidade ou


características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade, ou constem nos anexos A e B da referida norma;
2.8.2 Classe II-A: não-inertes; são aqueles que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe I ou resíduos classe II B, podendo ter propriedades
de biodegrabilidade, combustividade ou solubilidade em água;
2.8.3 Classe II-B: inertes: são aqueles que, quando amostrados de uma forma
representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou
deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

A Resolução CONAMA nº 307 de 2002, dispõe um tratamento especial aos resíduos


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do tipo Classe II-B: inertes, visto que a NBR 10.004 não detalha especificamente este
resíduo. Segundo o Art. 3º da Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), os
resíduos da construção civil são classificados em quatro classes:

2.8.4 Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais


como: de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação. Sendo: cacos
de cerâmica, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, concreto, argamassa,
solos, entre outros.
2.8.5 Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plástico, madeira, papel, papelão, metais, vidro e outros.
2.8.6 Classe C – são os resíduos em que não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem, ou recuperação.
2.8.7 Classe D – são resíduos perigosos, oriundos do processo de construção, tais
como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.

2.9 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DOS RESÍDUOS


Para a reutilização de materiais e a reciclagem dos resíduos deve se considerar a
viabilidade econômica em cada caso, de forma a evitar sua remoção e destinação
precipitada. O manejo adequado dos resíduos dentro do canteiro de obras facilita a
identificação de materiais reutilizáveis, gerando economia visto que dispensam a
compra de novos materiais, além do que a correta separação evita sua identificação
como resíduo, economizando também com custos de remoção (SINDUSCON-SP,
2015).

2.9.1 Destinação dos resíduos: As soluções adotadas pelas construtoras devem


compatibilizar o compromisso ambiental e a viabilidade econômica de forma que haja
sustentabilidade e crie condições para a reprodução da metodologia por outros
construtores. As soluções para a destinação dos resíduos são determinadas pelos
seguintes fatores: Possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos nos
próprios canteiros; Proximidade dos destinatários para minimizar custos de
deslocamento; Conveniência do uso de áreas especializadas para a concentração de
pequenos volumes de resíduos mais problemáticos, visando à maior eficiência na
destinação (MATTOS, 2007).
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3 CONCLUSÃO
Dentre os diversos aspectos da gestão de resíduos da construção, pode-se concluir
que a reutilização, reciclagem e a correta destinação final dos resíduos provocam
muitas melhorias, tais como obras mais limpas; economias nas obras e diminuição do
impacto ambiental.

Com a instituição da Resolução CONAMA nº307, a reciclagem de resíduos da


construção, bem como seu funcionamento e viabilidade dos mesmos passaram a ser
pensados. Sendo elaboradas diretrizes e procedimentos na gestão dos resíduos da
construção.

Percebe-se que muitas construtoras enfrentam grandes dificuldades para remover e


destinar seus resíduos, porém, as empresas são capazes de fazer o manejo correto
do resíduo com a implementação de um sistema de gestão eficaz que é baseada em
programas específicos, integrando engenharia ambiental e sanitária, hidrogeologia e
outros mais com um investimento, relativamente baixo em função do retorno obtido
ao adotar esse processo.
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4 REFERÊNCIAS

ALVES, R. O. Análise da viabilidade econômica da implantação de uma indústria


de reciclagem de embalagens e PET na região de Ouro Preto. Monografia de
Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Ouro Preto,
2003.

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Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos


sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

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http://www.institutoproterra.org.br/attach/upload/tccaterrosanitariojau-sp.pdf Acesso em:
27 mai. 2019.

BLUMENSCHEIN, R. N. A sustentabilidade da cadeia produtiva da indústria da


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Universidade de Brasília, Brasília, 2004.

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FADINI, P.S.; FADINI, A.A.B. Lixo: desafios e compromissos. Cadernos temáticos


de Química Nova na Escola. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química. n o 1. maio
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GOMES, A.P.O. Monitorização de uma instalação laboratorial de compostagem.


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HELLER, L. et al. Lixo no Brasil: uma bomba de efeito retardado. Rio de Janeiro,
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construção urbana. Tese (Doutorado em Engenharia da Construção Civil) — Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

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MATTOS, Bernardo Bandeira de Mello. Estudo do reúso, reciclagem e destinação


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Conclusão de Curso – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013.

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