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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Curso de Engenharia Mecânica


Laboratório de Fluidomecânicos

Alexandre Pacheco Silva


Eduardo Ferreira da Silva
Fernanda Miranda Coelho
Samuel Gonçalves de Oliveira
Thalles Gotschalg da Mata

Relatório da Prática N°1:


Manometria: Calibração de Manômetros

Professor: Gustavo Maia

Belo Horizonte
2019
1 INTRODUÇÃO

O manômetro é um instrumento de medição de pressão para leituras locais,


possuindo uma conexão com o sistema e um ponteiro (quando mecânico) ou display
(quando eletrônico). Normalmente são dispositivos de baixo custo aplicados em
sistemas de fluidos, líquidos e gases. Existem vários tipos de manômetros, como:
manômetro padrão, manômetro tipo coluna liquida em U, manômetro tipo peso
morto, manômetros mecânicos, manômetro de Bourdon, manômetro tipo diafragma,
manômetro tipo fole, piezômetro.

Por ser um instrumento de alta importância em diversos processos, é


indispensável garantir que ele esteja devidamente calibrado para evitar falhas na
medição, o que, dependendo do setor que for utilizado, pode levar a erros de nível
catastrófico. A execução de um bom serviço de calibração de equipamentos é
determinante para assegurar a qualidade para a fabricação de qualquer item.
Quando bem calibrado, um equipamento garante que todos os instrumentos usados
no monitoramento de determinado produto irão garantir total qualidade.

1.1 Objetivo

O objetivo dessa prática foi conhecer os diferentes tipos de manômetros,


entender o seu funcionamento e aprender como calibrar um manômetro de Bourdan
e um transdutor elétrico de pressão por diferentes processos de calibração.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Fundamentação Teórica

Manômetros com tubo Bourdon são os instrumentos de medição de pressão


mecânica mais utilizados. Seu elemento de medição é muitas vezes referido como
um tubo de Bourdon: o engenheiro francês Eugène Bourdon utilizou este princípio
funcional em meados do século XIX. O conceito é baseado em uma mola elástica e
um tubo curvado em forma de “C” com uma seção transversal oval (Rodrigo, 2018).
Quando o espaço interno do tubo de Bourdon está pressurizado, a seção
transversal é consequentemente alternada em direção a uma forma circular. A
tensão exercida sobre o aro aumenta o raio do tubo em forma de “C”. Como
resultado, o final do tubo se move cerca de 2 ou 3mm. Este desvio é uma medida de
pressão. Este processo torna uma deflexão linear em um movimento rotativo e
através de um ponteiro, torna-se visível em uma escala. (Rodrigo, 2018).
Na calibração deste tipo de manômetro, um dos fatores mais importantes é o ajuste
do zero que é feito colocando-se o ponteiro no valor mínimo da escala com o tubo
de Bourdon em estado de repouso, isto é, pressão interna do tubo igual à pressão
atmosférica. Nesta posição, uma vez que este manômetro mede a pressão
diferencial, o valor medido deve ser rigorosamente zero. (Manômetro de
Bourdon2019).

Figura 1 – Figura exemplificativa da calibração de um manômetro de Bourdon.

A multiplicação ou faixa é ajustada variando-se o comprimento da haste da alavanca


dentada (Figura 1). Quanto maior for o seu comprimento, menor será a faixa. A
angularidade do manômetro é ajustada variando-se o comprimento entre o final do
tubo flexível com a haste.

Já os medidores de peso morto são usados principalmente como padrões


para calibração de outros medidores menos precisos ou transdutores. O instrumento
a ser calibrado é ligado a uma câmara cheia de fluído cuja pressão pode ser
ajustada por meio de algum tipo de bomba ou válvula de sangria. Esta câmara
também é ligada por um cilindro-pistão vertical ao quais vários pesos padrões
podem ser aplicados.

Figura 2 – Figura exemplificativa manômetro tipo peso morto

No interior da câmara, a pressão cresce lentamente até que o pistão com o peso
"flutue" e, neste momento a medida do instrumento deve ser igual ao peso suportado
pelo pistão dividido por sua área.

Um transdutor de pressão é um sensor de medição que converte uma


pressão aplicada nele em um sinal elétrico. Geralmente, um transdutor de
pressão consiste em duas partes: um material elástico que se deforma sob a
aplicação de pressão e uma parte elétrica que detecta esta deformação.
2.2 Equipamentos

2.2.1 Calibração do manômetro de Bourdan através do manômetro de peso morto:

Figura 3 – Manômetro a ser aferido.

Figura 4 – Cilindro-pistão no qual são colocados os pesos.


Apresenta as seguintes partes:

1- Bomba centrifuga;
2- Mangueiras de alimentação do sistema de alimentação;
3- Manômetro de Bourdon a ser aferido;
4- Válvulas de bloqueio de fluxo;
5- Conjunto cilindro pistão e pesos.

2.2.2 Calibração do manômetro de Bourdan e do transdutor elétrico de pressão


através da bomba de aferição:

Figura 5 – Bancada de calibração do transdutor elétrico.

Apresenta as seguintes partes:

1- Bomba de pistão manual;


2- Reservatório de óleo;
3- Manômetro de Bourdon padrão;
4- Manômetro de Bourdon a ser aferido;
5- Transdutor Elétrico de pressão;
6- Painel digital.
2.3 Sequência Operacional

O processo de calibração do manômetro de Bourdan que utiliza um


manômetro de peso morto se inicia com o acionamento da bomba centrifuga
deixando as válvulas V1 e V2 abertas. A partir do momento que em que o pistão
subir, a água começa a vazar pelo furo de sangria, garantindo que todo o ar seja
expelido, então fecha a válvula V1, podendo assim desligar a bomba. Após o
desligamento da bomba, anota o valor de pressão apresentados no manômetro a
ser calibrado. Então começa a adicionar pesos sobre o pistão e para cada peso
fazer a leitura no manômetro de Bourdan. Depois se faz necessário retirar cada peso
e fazer a leitura no manômetro novamente. Tendo os valores de pressão anotados,
realiza-se o calculo do erro, para pressão crescente e decrescente.
No segundo teste tem-se o manômetro de calibração, a pressão é obtida
manualmente acionando o volante que se acha acoplado a um fuso com rosca sem
fim. Inicia-se fechando a tampa do reservatório de óleo e acionando manualmente o
volante até que o manômetro padrão aponte para o zero e anotar as leituras dos
valores de pressão apontadas nos outros manômetros. Após as leitura iniciais é
necessário mover o volante aumentando os valores de pressão em intervalos
uniformes de 10 Psi, até chegar em 60 Psi e anotar as leituras nos outros
manômetros. Depois se faz o processo ao contrario acionando o volante de 60Psi a
0 Psi. Tendo os valores de pressão anotados, realiza-se o calculo do erro, para
pressão crescente e decrescente.

2.4 Resultado

2.4.1 Tabelas de dados experimentais coletados do manômetro de Bourdan através


do manômetro de peso morto:

DADOS DO MANOMETRO DE PESO LEITURA DO MANOMETRO DE BOURDON A SER


MORTO CALIBRADO
PESO ERRO ERRO
CARGA TOTAL PRESSÃO PRESSÃO PRESSÃO
ACRESCENTADO (PRESSÃO (PRESSÃO
DO PISTÃO VERDADEIRA CRESCENTE DECRESCENTE
AO PISTÃO CRESCENTE) DECRESCENTE)
Kgf Kgf Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm²
0 0,5 0,5 0,4 0,1 0,41 0,09
0,5 1 1 0,9 0,1 0,91 0,09
1 1,5 1,5 1,35 0,15 1,33 0,17
DADOS DO MANOMETRO DE PESO LEITURA DO MANOMETRO DE BOURDON A SER
MORTO CALIBRADO
PESO ERRO ERRO
CARGA TOTAL PRESSÃO PRESSÃO PRESSÃO
ACRESCENTADO (PRESSÃO (PRESSÃO
DO PISTÃO VERDADEIRA CRESCENTE DECRESCENTE
AO PISTÃO CRESCENTE) DECRESCENTE)
Kgf Kgf Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm²
1,5 2 2 1,76 0,24 1,82 0,18
2 2,5 2,5 2,18 0,32 2,18 0,32
Tabela 1 - Dados obtidos na calibração do manômetro utilizando o peso morto.
Informações:
Peso do pistão: 0,5 Kg
Área da secção transversal do pistão: 1 cm²

2.4.2 Tabelas de dados experimentais coletados do manômetro de Bourdan e do


transdutor elétrico de pressão através da bomba de aferição.

LEITURA DO MANOMETRO DE BOURDON A SER


LEITURA DO MANOMETRO PADRÃO
CALIBRADO

ERRO ERRO
PRESSÃO PRESSÃO PRESSÃO
PRESSÃO DECRESCENTE (PRESSÃO (PRESSÃO
CRESCENTE CRESCENTE DECRESCENTE
CRESCENTE) DECRESCENTE)
Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm²
0,00 4,20 0,10 0,10 3,86 -0,34
0,70 3,50 0,80 0,10 3,21 -0,29
1,40 2,80 1,40 0,00 2,61 -0,19
2,10 2,10 1,99 -0,11 2,01 -0,09
2,80 1,40 2,59 -0,21 1,44 0,04
3,50 0,70 3,18 -0,32 0,88 0,18
4,20 0,00 3,82 -0,38 0,22 0,22
Tabela 2 - Dados obtidos na calibração do manômetro de Bourdon.

LEITURA DO TRANSDUTOR ELÉTRICO A SER CALIBRADO

ERRO ERRO
ERRO (PRESSÃO
PRESSÃO CRESCENTE (PRESSÃO (PRESSÃO
CRESCENTE)
DECRESCENTE) DECRESCENTE)
Bar Kgf/cm² Kgf/cm² Bar Kgf/cm² Kgf/cm²
0,0 0,00 0,00 4,10 4,20 0,00
0,5 0,50 -0,20 3,40 3,50 0,00
1,2 1,20 -0,20 2,70 2,80 0,00
1,9 1,90 -0,20 2,00 2,00 -0,10
2,6 2,70 -0,10 1,30 1,30 -0,10
LEITURA DO TRANSDUTOR ELÉTRICO A SER CALIBRADO

ERRO ERRO
ERRO (PRESSÃO
PRESSÃO CRESCENTE (PRESSÃO (PRESSÃO
CRESCENTE)
DECRESCENTE) DECRESCENTE)
Bar Kgf/cm² Kgf/cm² Bar Kgf/cm² Kgf/cm²
3,3 3,40 -0,10 0,60 0,60 -0,10
4,0 4,10 -0,10 0,00 0,00 0,00
Tabela 3 - Dados obtidos na calibração do Transdutor Elétrico.

2.5 Análise

Com a aula prática realizada, nota-se que os dados obtidos, ao executarmos


os cálculos de erro de pressão, observa-se que a pressão crescente é diferente da
pressão decrescente, isso se da por causa do erro de histerese.
Onde que histerese de um instrumento de medição é um erro de medição,
que ocorre quando há diferença entre a medida, para um dado valor do mensurado
quando esta foi atingida por valores crescentes e decrescentes.Histerese esta que
impacta na quantidade de força que o fluido contido dentro do manômetro esta
fazendo, mesmo que em algum manômetro nos dê a mesma medida, alguns sofrem
pequenas variações que se da pela movimentação do fluido nas práticas, pela
aplicação dos pesos nos pistões e erro humano.
Este é um experimento simples onde o erro de histerese não pode ser
desconsiderado, ao fazê-lo observamos que no fim da descida, o manômetro elétrico
começa a dar medidas negativas e impacta em um erro no próprio manômetro.

3 CONCLUSÃO

Com a realização da aula prática, conclui-se que esses processos de


aprender como calibrar um manômetro de Bourdon e um transdutor elétrico de
pressão são simples e eficientes para calibrar, entretanto apresentam erros que
necessitam ser levados em conta. E também foi observada como a histerese afeta a
medição de pressão nos diferentes manômetros, se fazendo necessário aprender a
prever as ocorrências e como resolvê-las.
4 REFERÊNCIA

LEITE, Rodrigo. Manômetro com tubo Bourdon: princípio de funcionamento. In:


LEITE, Rodrigo. WIKA. 2018. Disponível em: <https://blog.wika.com.br/know-
how/manometro-com-tubo-bourdon-princípio-de-funcionamento/>. Acesso em: 25 de
agosto de 2019.
Manômetro de Bourdon. [S.I.]: Manômetro de Bourdon. Disponível em:
<https://www.eq.uc.pt/~lferreira/BIBL_SEM/global/bourdon/Pdf/bourdon>. Acesso
em: 25 de agosto de 2019.

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