Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro I – ARTEMÍSIA
Livro II – RINOA
A Pyrexia Draconiana
Contralto da morada averna
Eis o canto, a ode eterna.
Do que tremula, reluz, fulgura,
Surge o espectro dessa pura
5 Alma, Artemísia se banha,
Recém-criada, imaginada.
“Vê o que disse, come, não cessa,
Queima, destrói, atravessa.”
Dragão Negro, nas escamas belas
50 Carbono é o tom, acquarellas,
E as línguas se acariciam,
Voando ambas reiniciam
A busca por qualquer esperança,
Em presente, futuro, herança.
95 O hiulco do céu tardará,
Caminhei, e exasperada
Vi bosque, planície, floresta,
Vale, e abismo, o que resta?”
A mágoa na voz de Cecile
50 Se acalma vendo o desfile,
O cobalto é demonífugo,
Cria esperança frigífugo,
Nucleário em perfloração.
“Nesse tempestuoso coração,
95 Que se tornara o continente,
A Guardiã Do Acináceo
Oeste fora nossa direção.
Além do rio em putrefação
Nasce o lago Acináceo,
Marfim em fio capiláceo
5 É a água matriz de riachos
Lânguido, a lexicographia
É moldada na geographia
Em lua minguante, é um vale,
Abismo naufragado, “Cale
25 Esses pensares, podemos falar?”
Koelreutérias revelam
A sala do trono, interpelam
O respirar da adormecida
Rainha, em rejuvenescida
55 Imagem pueril de menina.
Na multiplicação do rogado
Desejo, a prece realiza,
Pós-fronteiras idealiza,
Amaldiçoa quem sem fé reza,
100 As três devem partir” Svya preza.
ARTEMÍSIA
Ode VI
Bibliotecais, escolhendo
Hábeis Fadas, lendo, colhendo,
Antigos sacros conhecimentos.
E sobre a Centelha, lamentos
15 Foram encontrados, as direções
Artemísia é encontrada
Lendo, na entoação centrada:
“Emancipe as cores lívidas,
Abandone as sombras vívidas,
25 Entre nós Espíritos dançantes
Curiosos, se reaproximam
Da espécie temida, primam
O contato, que ocorre brando
Nas cálidas escamas vibrando.
55 As quatro asas draconianas
Reconhecimentos adquiridos
A novos pensamentos seguidos.
Era a líder das Guerreiras,
Agniezka, prata, videiras,
55 E pyxacanthos são as espadas
A Oração De Valespherria
O ano passara e o céu
Não mudara, como se o véu
Da tempestade melancólica
Devorasse toda bucólica
5 Paisagem amena lembrada.
Os Obeliscos, altivamente,
Em telúrio e titânio,
Em calcário, ossos, crânio.
Pontes, acima se elevavam
30 De pináculos, se coroavam
O Leviatã Obliterado
Speculum o polar é chamado,
No seu nevar, que esperado
Minaz é perpétuo, as Fadas
Seguem Zohar nas nuvens geladas,
5 Cinco asas em tom neve claro,
Em continente, é adorado.
“Numa cúpula, essa cidade
Protegida da nocividade
É pelo encanto de Tereza,
20 A Rainha que sem avareza,
E insistiria no possível,
Zohar, se o solo não rachasse,
Libertando escamas, tal passe
Em alvor monstruoso brotava,
70 Gutural, o urro ecoava.
“Não é Dragão, irmãs se preparem,
Os passos de Leviatã parem!”
O ser era como torre, alto,
Escamas como rochas, assalto
75 É o ataque cuspindo jades
As palavras em comemoração:
“É esse o poder, a redenção,
Que buscamos, onde encontramos?”
Agniezka escuta “Oramos,
95 E então, fomos presenteadas.”
De Agniezka os pensamentos.
O primeiro mês, em lamentos,
Tivera fim, e vem o segundo,
E o terceiro, em profundo
65 Sofrimento, que solitário
Da figura se aproximando
São vistas as asas cor saphira,
Olhos e cabelos, quando vira
A Fada das dezesseis asas,
30 Radíferos são saphiras rasas,
Delicadas, e abençoadas.
“Quem ousa polares moradas
Divinas adentrar?” questiona
A que chegara, impressiona
35 A beleza no andar centrado.
“Sou Rinoa, abandonado
Fora meu lar, em tão distante
Tempo, aqui jaz o ofuscante,
Que tanto ansiamos resguardar,
40 A Centelha, dos Dragões o podar,
Votaremos se necessário
For” e assim, tendo contrário
O pensar, Rinoa se calara.
Quando a falar Zohar voltara,
85 Pós-informada ser, se decide
Agniezka vê na coloração
O mesmo alvor cor da vastidão,
Em seu respirar há sofridão,
Lamúrias lhe são resguardadas
50 Em cinzentas asas congeladas.
O Obelisco é circulado,
Agniezka diz “É proclamado
O início, e o fim, orem,
Por escolhas, poderes, implorem,
95 Quando Rinoa, enfim, retornar,
É o primaveril, sinalado,
Urge o verão, e a luz brota
De Magma Floral, a lava, crosta
Incendeia, flamas escorrem
90 Líquidas ante rochas que morrem
De Magdelein a descoberta
É compartilhada na aberta
Vastidão, a Hidra, que cavava,
Move duas cabeças, estava,
85 No vozerio, interessada.
Protegidas, elucidaremos
Vossas dúvidas se questionar.”
Magdelein lê em brilho dunar
A necrographia da ancestral
100 Jazente boreal, e austral.
MAGDELEIN
Ode IV
Habilidade apreendera
Minha atenção, não percebera
As notas, não dançastes, há razão?”
Magdelein, suando em sezão,
45 Incha as bochechas, explicando:
Escadaria, em trigynia,
Revela o corpo circulado
Por enxofre no vidro cercado,
Ela dorme, é uma fêmea
10 No líquido, em forma sêmea,
Evoluindo à maturação.
Na câmara urge a mutação,
A pele virgem é descascada,
Os olhos são neve em vidrada
15 Harmonia, sangue egrégio,
Em preto é o privilégio,
E em branco é o adágio
Ante a agrypnia, ágio
Atemporal, então, renascendo.
20 Respira a fêmea gemendo,
E houvera comemoração,
Ante milhões em mobilização
Olfren se erguera levitando.
Na caverna, ardente, buscando,
55 Hidra Inflamada continua.
Me abraça, e te amarei.”
Zohar responde “Deixarei
O que antes pensei, errada,
Sou da amiga, irmã, nada
35 Nos separará, nem vida, morte.”
E das duas o abraço forte
Guia o beijo, e desejo:
“Que Rinoa retorne, ensejo
Maior não haverá, brindemos
40 Em água gélida, e oremos!”
Isobafia em congelada
Expressão é o encontro entre
As apaixonadas, e dentre
Todas, Rinoa tem os abraços
50 De Agniezka, firmando laços
Na coalizão pós-endeusar
Daquela da Centelha no usar.
Bahamut, sete pontos, conflagrar,
Paranatelo, grama, em flagrar,
35 Tem o ritmo da alma a trotar.
É o adeus sem nome restar
Vivo, de si, no polar, congelar,
Então se torna passado falar,
É a expressão cujo blasfemar
40 Descreveria o ar, o calmar
De Cachalote o nu abafar.
Cervo Maior, clama no gerar,
Cervo Menor, sonha no esperar.
E a Fada, em canções de ninar,
60 Escuta o Felino ronronar.
Os venefícios do acabar,
Que são da doença o conservar.
Caída, Asa sente enervar
Os préstimos, e o endividar.
70 Coelho tenta em vão revidar
A voz do Basilisco sem notar
Que lhe morderam nesse anotar.
Brinca na tempestade, o lidar
Do Unicórnio nesse podar,
75 Sem deixar de estrelas fitar,
Email
tafaelciccaglioniautor@gmail.com
Wattpad
@TafaelCiccaglioni
Tafael Ciccaglioni