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ALINE CRISTINA BATISTA LIMA

RELATÓRIO
Relatório apresentado
para a disciplina de
geoarqueologia,
ministrada pelo prof°
Fabio Parenti.

Curitiba
2018
RELATÓRIO

Aula de campo da disciplina de geoarqueologia.


A aula de campo aconteceu no dia 9 de junho de 2018 e consistiu em 6 paradas.
Saímos da Reitoria da UFPR por volta de 8 horas da manhã e seguimos em direção a Estrada
da Graciosa. O dia estava claro e frio.
A primeira parada foi na Casa de Pedra (25°20'08.8"S 48°54'32.6"W UTM), também
conhecida como Casa dos Garbers. Ela está localizada na antiga estrada da Graciosa que
ligava Curitiba ao litoral paranaense. As árvores plantadas no bosque são exóticas a mata
atlântica, elas vieram da Europa e foram plantadas ali pela família de Garbers que eram
alemães e vieram para o Brasil no século XIX.
A segunda parada foi no mirante recanto do Engenheiro Lacerda (25°20'01.4"S
48°54'03.7"W) localizado ali um quadro explicativo do sítio geológico da serra do mar, com
explicações da sua formação, gênese e composição mineralógica. Além de um breve resumo
sobre a geologia do estado do Paraná. Neste mirante é possível ver, além da Serra, as baías
de Paranaguá e Antonina e consequentemente seus portos. Foi possível observar também os
movimentos orogênicos de deslizamento de terra em alguns pontos. A vegetação faz parte
do bioma mata atlântica que é uma floresta ombrófila densa, nesta área, com pluviosidade
de aproximadamente 2500mm/ano e tem o segundo bioma mais rico em biodiversidade do
país que é protegido pela lei ambiental 11.428/2006.
Nesta segunda parada além de observar o relevo fizemos uma caminhada pelo antigo
caminho da graciosa construído para levar produtos como a erva-mate para o litoral. O início
do caminho é uma escada com degraus de pedra (granito), mas ao entrarmos na mata ele é
somente um caminho de terra pisoteada. Andamos cerca de 245 metros. A Mata é bem
fechada e pode-se ouvir diversos animais, principalmente pássaros durante a caminhada, ela
se deu em fila um por um, pois era um caminho estreito. Foi possível observar rastros e
trilhas dos animais e uma diversidade na vegetação muito grande. Ao final da trilha saímos
novamente na estrada da Graciosa, próximos ao Rio Cascata onde tem mais um mirante.
Encontramos diversas oferendas e fragmentos de cerâmica recentes no rio provenientes de
ritos religiosos.
Posteriormente seguimos até o Sambaqui do Toral (25°32'48.0"S 48°38'04.3"W), em
Paranaguá, ele foi usado em julho de1962 para a realização do primeiro curso de arqueologia
do CEPA/UFPR, ministrado pela arqueóloga Annette Laming-Emperaire e contou com a
participação de 13 pessoas, entre estudantes e professores. Neste estudo foram localizadas
duas culturas diferentes, a construtora da última camada do sambaqui e a que o ocupou
depois do seu abandono. Este sambaqui tem as dimensões de 44 m de comprimento, 36 m
de largura, 5,6 m de altura máxima (SCHMITZ, 1962). Ainda é possível ver os cortes que
foram realizados nesta escavação.
Descemos então a Paranaguá, onde almoçamos e nos reunimos as 14h15 para a visita
no MAE/UFPR. Este museu está localizado na Rua 15 de novembro, n° 575 – Centro
Histórico – Paranaguá (25°31'18.0"S 48°30'25.2"W). Ele está situado no antigo Colégio dos
Jesuítas, sua construção é feita predominantemente de pedras que podem ser vistas no pátio
interior do prédio, além das pedras é possível observar que no concreto foram usados
pedaços de sambaqui, as conchas são bem evidentes nas paredes, demonstrando assim a
utilização dos concheiros para a construção civil.
A sala com os materiais arqueológicos em exposição tem fotos de escavações, uma
escultura de um indígena segurando um osso, o jogo de vídeo game produzido pelo próprio
museu e no chão uma “reconstituição” de um sambaqui que fica coberto com um piso de
vidro. Neste “reconstituição” se encontram conchas, uma reconstituição de sepultamento
com ossada, pingente de pedra e machado polido e alguns vasilhames de cerâmica. A
frustação foi grande ao ver que era apenas aquilo que o museu tinha a oferecer sobre
arqueologia aos seus visitantes, as paredes com o sambaqui utilizados como concreto me
chamaram mais a atenção que a exposição.
Ao terminarmos a visita ao museu voltamos para Curitiba e fizemos a última parada
no sitio arqueológico Céu Azul 2 (25°32'34.0"S 48°59'10.3"W?) em São José dos Pinhais,
onde foi explicada pelo prof° Fábio Parenti a estratigrafia do sítio, a formação de terraços
fluviais e também feita uma coleta de superfície. O terreno já estava coberto pela vegetação
mas foram encontrados algumas lascas, núcleos e um biface. Depois voltamos a Curitiba.

Referências Bibliográficas
SCHMITZ, Pedro Ignacio. Para a História da Arqueologia Brasileira.: O SAMBAQUI DO
TORAL, EM PARANAGUÁ, PR. Diário do primeiro curso de arqueologia, julho de 1962.
1962. Disponível em:
<http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/schmitz/toral51.pdf>. Acesso em: 20 de
junho de 2018.

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