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Agrotóxicos

Há cerca de 900 princípios ativos em mais de 4 000 formulações


diferentes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou na terça-


feira (6/12), resultados de um estudo que identificou contaminação por
agrotóxicos em amostras de 17 dos 18 alimentos analisados. A olho
nu não é possível identificar essas substâncias nos produtos, e a
exposição a elas pode causar sérios danos à saúde humana.

“Além de não ser possível identificar alimentos que foram produzidos


com uso de agrotóxicos, também não dá para eliminá-los. Mas é
possível diminuir a presença deles nos produtos com uma boa
lavagem”, afirma Sidinea Cordeiro de Freitas, engenheira química e
especialista em análise de resíduos em alimentos da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A pesquisadora alerta ainda que apenas os resíduos presentes na


superfície do alimento podem ser removidos parcialmente e que
alguns vegetais absorvem algumas substâncias químicas dos
agrotóxicos. “Isso quer dizer que, mesmo fervendo o alimento, não
tem como eliminar a presença dessas substâncias”, explica ela.

Veja abaixo, dicas da Embrapa de como lavar os vegetais para


diminuir os resíduos tóxicos:

1. Durante pelo menos um minuto, esfregue a fruta ou legume com


uma esponja ou escova e detergente neutro. No caso de folhas como
a couve, use as mãos;
2. Em seguida, enxágue em água corrente por mais três minutos;
3. O passo seguinte consiste em colocar o produto imerso em solução
de água clorada durante 15 minutos;
4. Para completar o processo de desinfecção, esfregue novamente
(desta vez sem detergente) por cerca de um minuto embaixo de água
corrente.
E é preciso não esquecer que, a única maneira de eliminar totalmente
os agrotóxicos dos vegetais é comprar alimentos que sejam
certificados como orgânicos.

Até que ponto é verdade:


 O risco maior de intoxicação fica para quem manuseia e aplica o produto nas
plantações;
 A penetração dos agrotóxicos se limita à parte externa do fruto ou da folha;
 Efetuar a lavagem dos alimentos em água corrente pode retirar a maior parte do
veneno, tornando-o não prejudicial;

São três os tipos de defensivos agrícolas mais nocivos para o nosso


organismo

INSETICIDAS (combatem insetos)


 Organoclorados  Proibidos desde 1985, esses produtos deixam resíduos
permanentes nos tecidos gordurosos de mamíferos, peixes e aves. Quem comer a
carne de um desses animais contaminados, será igualmente afetado. O veneno
também permanece no meio ambiente por mais de 100 anos.
 Organofosforados  Após a intoxicação, os efeitos desses pesticidas se
manifestam em até 24 horas. Eles fazem parte da família dos chamados inibidores
e, além de efeitos fisiológicos ainda podem causar reações esquizofrênicas.

 Carbamatos  Enquanto os efeitos dos organofosforados levam um mês para


desaparecer, os dos carbamatos levam apenas uma semana. Ambos têm as
mesmas características e fazem parte da família dos inibidores.

HERBICIDAS (combatem ervas daninhas)

 Paraquat  Extremamente tóxico, esse tipo de produto ataca gravemente todos os


tecidos do organismo. A intoxicação pode se dar por inalação ou ingestão. Se
consumido acidentalmente em estado puro, basta uma simples colher de chá para
matar.
 Glifosato  Essa classe de agrotóxico apresenta toxicidade relativamente baixa
para o ser humano, mas a ingestão acidental causa náuseas, vômitos e outros
distúrbios gastrointestinais.
 Clorofenóxicos  Se manuseados corretamente, os agrotóxicos desse grupo são
muito pouco tóxicos. No entanto, em sua fabricação é liberada uma substância
chamada dioxina, que deve ser mantida separada. Caso ela contamine o herbicida,
a mistura torna-se cancerígena.

RODENTICIDAS (combatem roedores)

 Fluoracetato de sódio  A categoria dos rodenticidas é a mais venenosa de


todas e esse produto em particular, um dos mais tóxicos entre eles. Seu uso é
proibido no Brasil, mas em outros lugares – como Nova Zelândia, Estados Unidos e
Europa – ele continua liberado.
 Fosfeto  Esse produto é utilizado para proteger as sementes em estoque antes
do plantio. O uso doméstico contra ratos ainda é comum no Brasil, apesar de o
fosfeto ser proibido. Ao se misturar com a água ou com a saliva, ele libera a fosfina,
um gás venenosíssimo.
 Hidroxicumarínicos  Por serem granulados, esses produtos dificilmente passam
despercebidos a ponto de serem ingeridos por acidente. Em seres humanos, sua
toxicidade é relativamente baixa, mas podem provocar hemorragias.

Os pesticidas são perigosíssimos se ingeridos ou inalados em estado


puro – consequências:

VIA AÉREA - A maioria dos agrotóxicos líquidos costuma ser pulverizada de aviões. Esse
modo de aplicação torna-se especialmente perigoso em dias de muito vento, pois o veneno
pode se espalhar e contaminar rios e populações vizinhas;
SISTEMA CIRCULATÓRIO - Os pesticidas do grupo dos hidroxicumarínicos fazem o
sangue perder sua propriedade coagulante, podendo provocar hemorragias;
SISTEMA REPRODUTOR- Os organoclorados, os organofosforados e os carbamatos
podem provocar aborto. Já os clorofenóxicos interferem na produção de espermatozoides;
CORAÇÃO - Os defensivos agrícolas do grupo dos organofosforados e dos carbamatos
causam descontroles nervosos que podem provocar até parada cardíaca. Já o paraquat
queima e lesiona os tecidos internos, entre eles os do coração;
FíGADO - Outro órgão atacado pelo paraquat, veneno que causa grandes estragos em
todos os tecidos internos;
SISTEMA DIGESTIVO - O glifosato, os carbamatos, os organofosforados e os
clorofenóxicos também causam vômitos, náusea e diarréia. Até aí, nada de anormal: esses
são os sintomas mais comuns e os primeiros a aparecer quando há qualquer intoxicação;
CÉREBRO - Os organofosforados e os carbamatos paralisam enzimas essenciais do nosso
sistema nervoso. Isso provoca tal descontrole que pode causar parada respiratória ou
cardíaca fatal;
ESÔFAGO - Se for inalado, o paraquat queima as paredes desse canal de comunicação
entre a faringe e o estômago, a ponto de corroer seus tecidos;
MÚSCULOS - Os organoclorados e os clorofenóxicos provocam fraqueza e dores
musculares;
PULMÃO - Uma vítima de vários agrotóxicos – do paraquat aos organofosforados,
carbamatos e fluoracetato de sódio. Todos eles aumentam a secreção pulmonar, causando
parada respiratória. Já o fosfeto pode provocar parada respiratória e até morte por
sufocação;
RINS - Como o paraquat causa lesões graves em todos os tecidos internos, os rins também
são extremamente prejudicados;
GORDURA - Os organoclorados se alojam nos tecidos adiposos, podendo, a longo prazo,
desenvolver doenças como o câncer;
Para piorar:

O aparecimento de resíduos de pesticidas em produtos de origem animal pode ocorrer


mediante rações e pastagens contaminadas, ou tratamento de ectoparasitas com pesticidas
aplicados em desacordo com as boas práticas agropecuárias. Os objetivos deste artigo são
apresentar as principais vias de contaminação de produtos de origem animal por pesticidas.
Assim como, reunir e discutir as principais leis e regulamentos vigentes no Brasil que dizem
respeito ao uso dos pesticidas e seus resíduos em produtos de origem animal.

O uso de pesticidas ainda é a principal estratégia para o combate e


prevenção de pragas agrícolas para o aumento de produtividade. Alguns deles
são capazes de interferir no sistema endócrino, podendo produzir alterações
reprodutivas. Numerosos agrotóxicos figuram entre as substâncias químicas
suspeitas de atuarem como desreguladores sobre o sistema endócrino.

Um grande número de substâncias artificiais foi colocado no meio ambiente, e


assim como algumas substâncias naturais, tem o potencial de interferirem com
o sistema endócrino. As substâncias que interferem negativamente com a
regulação hormonal são designadas como desreguladoras endócrinas. Estas
substâncias, entre elas substâncias persistentes, bioacumulutativas e
organohalógenas, podem acarretar problemas no desenvolvimento, reprodução
e comportamento sexual de animais e seres humanos. O organismo imaturo é
mais sensível, pois apresenta menor capacidade de metabolização e eliminação
de substâncias, e quando expostos a estas substâncias, onde se incluem alguns
agrotóxicos, podem afetar no sistema endócrino (AZIZ e cols., 2001)

PESTICIDAS LISTADOS COMO POSSÍVEIS DESREGULADORES


ENDÓCRINOS

FOE (2000); GOETTLICH (2003); PAN-UK (2001).


Acefato; Azinfós etílico;
Azinfós metílico
Azoxistrobina
Captana
Carbaril √
Carbendazina √ √
Carbofurano √
Cipermetrina √
Clorotalonil
Clorpirifós √ √
Clorpirifós metil
Deltametrina
Diazinona
Diclorvós √
Dicofol √ √
Dieldrin
Difeconazole
Dimetoato √
Ditiocarbamatos √
Endosulfano √ √
Esfenvalerato
Etiona58
Fenitrotiona
Fenpropatrina
Fentiona
Fentoato
Folpeto
Imazalil
Iprodiona √ √
Lambda-cialotrina √
Metamidofós
Metidationa
Monocrotofós
Parationa etílica √
Parationa metílica
Permetrina √
Pirazofós √
Pirimifós metílico
Procimidona √ √
Procloraz
Profenofós
Propiconazole
Tetradifona
Tiabendazole
Triazofós
Triclorfon
Vinclozolina √ √ √

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