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Colegao NOVO CPC Coordenador geral Doutrina Selecionada FREDIE DIDIER JR. Procedimentos Especiais, Tutela Provisoria e Direito Transitorio ORGANIZADORES Lucas Buril de Macédo Ravi Peixoto NS ehalei Bac tc) id APIO) VAN JjusPODIVM CAPITULO 14 A Tutela Monitéria no CPC/2015 IiGALDRACIO MONTOR i c f f (i 3.ANTAGEM ECONOMIA PERSEGHDA.~ 4 DEGSHOIN O PRODLINA DOS 0 ADVOCATICNS 41, NATURA JURIICA DD RORUNCIANENTO NKIAL EA FORNACRDD CISA AGHDA MATERIAL ~5TA(A0 DO RE SUAS TUDES RESPECTIVO FTO, CMPRIMENTO DA GGA, 52 CUMPRIMENTOPARCELADO DA OBRGACHOS 3. NERC DODEVE waco TORO ~ 6.0 RECURSO CONTA ASENENCA DOS EMBARGOS AO NANOADO MOM ERENCSBLBLIOGRARCK Anténio Carvalho 1. ATUTELA MONITORIA NO BRASIL ‘A. aco monit6ria foi inaugurada entre nés pela Lei n° 9.079/95. Trata-se de verdadeira forma de tutela jurisdicional diferenciada’, cujo objetivo principal é dar solucio efetiva, pratica e répida a crise de cré amparado por prova escrita sem forca executiva, visando, entre outros objetivos, 2 economia do tempo, imputando ao pretenso devedor o énus de instaurar a ito, desde que o credor esteja discussao judicial sobre 0 crédito. “Muitas vézes o titular de um direito de créci to, ou sobre uma coisa fungivel, ou sobre um bem mével determinado, tinha para comprova-lo uma prova escrita - por exemplo, uma confissao de divida, uma car ta missiva, um telegrama, um recibo rubricado - que, por nao ter eficdcia de titulo executivo, obrigava-o a demandar o devedor pela via ordinaria, na falta de uma acio mais eficaz para fazer valer a sua preten: io material em juizo. Em outros termos: entre a aco ordindria (de cognigdo demorada) e a executiva (despida de cognicéo), faltava algo que preenchesse 0 vazio a ado monitéria instituida pela Lei ne 9.079, de 14 de julho de 1995. Apesar de nao dispor o credor de um titulo com eficdcia executiva e, por isso, sem acesso direto ao processo de exe cugdo, nao est mais obrigado a percorrer o procedimento ordinario, podendo ‘Anton Catvaso valer-se do monitério. Aquele percurso sé se tornard necessario se 0 devedor resistir & pretensao, através de embargos, quando entao 0 feito se converte, ipso iure, em ordinario.” A preocupacdo com o tempo excessivo dos processos judicials, revelou-se como grande mola propulsora para o estabelecimento do procedimento mo- nitério em nosso meio. Como afirma THeovoro Juwior: “Com a aczo monitéria, na verdade, 0 que se busca é ‘eliminar a complexidade do juizo ordinario de conhecimento derivada das exigéncias do contraditério’, mas isto se faz sem, propriamente, eliminar ‘a garantia de igualdade insita no contraditério’. € que, nna técnica processual adotada nesse especial tipo de juizo segundo o padrao ba sico do Direito italiano, 0 procedimento se desdobra em duas fases: na primeira fase, ou juiz, sem contraditério e de maneira rapidissima, verifica 0 contedido do pedido e a prova do autor, deferindo, se for 0 caso, a expedicio do mandado de pagamento, inaudita altera parte. Na segunda fase, fica assegurada ao réu a iciativa de abrir pleno contraditério sobre a pretensao do autor, eliminando, dessa forma, todo © qualquer risco de prejuizo que possa ter-lhe provocado a sumatiedade de cognicio operada,na primeira fase.”* Por via de consequéncia, a finalidade da abreviagio procedimental é a formacdo de titulo executivo judicial possibilitando ao credor a utilizacao das ferramentas executivas de coercdo psicolégica ou sub-rogacdo para a satista Gao de seu crédito, “0 fim especifico do procedimento monitorio € a formagao de titulo executivo e 0 objetivo do pedido, em primeiro plano, € de recebi- mento coativo da divida; logo, de execucao. Os atos que seriam préprios de processo de conhecimento nao se concluem como tais, porque o procedimento completo nao enseja seu término por sentenca jurisdicional. Objetivando, pois, a execucao, tais atos sd0 mero adendo, de natureza preparatéria, do processo respectivo.”* Necessdrio notar que 0 ordenamento juridico pétrio, seja na disciplina do CPC/73, seja na atual disciplina do CPC/15 adotou 0 modelo do procedimen- to monitério documental - ao contrério do que ocorre na Alemanha e Austria 3. Ahm, | Carreira, Agdo monitriae temas polémicos da reorma processual- Ro de Janeiro: Forease, 2004, 9 44 THEDO020 jUNIOR, Humbert. Curso de Direito Processual iil - vol. Ml - Ro de Janeiro: Foren, 2012, . -uo. Apenas apresentamos a ressala, desde js, sobre a teoria do desenvolvimento do procedimento "onitri em fases dentro do mesmo processo de conhedimento (ver item 5.4). ‘5 SANTOS, Emane Fidelis dos. Novos nerfs da process cl brasileiro, £4. Del Re, 2956, . 48 (Mahnverfahren'), t cedimento monitéri da verossimithanga documentada®. 0 ct ral, idénea a transr eficécia, despida d nit6rio ao réu para que suspenderao a Frise-se, outro: cedimento monitéri mento’, no qual a § inicio do procedim« trazida pela parte crédito rectamado. ria, que objetiva a comparado com as escrita, sem forca e execucio, como alg ‘que objetiva a form cedimento simplifc: 6 ULE UCC, José Ro 72, abr/is5. p39 € (a Nemanha e428 tel, devo nao se pagamento ahingst, pressupostos de ca 1. RULE TUC, José Ro 7p. abr/ise, p. 19 € franca, com 3 dria 6 ho inca (requée)« 8 Sobre a dferenciacdo Paulo: taitora Revista 9. Ver por todes: CRUZ Praceste, vo. 7, abt Aenciais, in Revita Moniéro, in: Revista ine Revita de Process, Revista de Proceso, Lei 3079/95 -2. ed 20, TALAMIN, Eduardo. ‘mibunas, 2001, pp. 78 Ine Revista dos buns 1 Embora nao analise @ compreensio exata¢ ler, 200, pp. 325/45 22, Montenegro fh, Ms sario se o devedor to se converte, ipso Udiciais, revelou-se procedimento mo- aco monitéria, juizo ordinario de as isto se faz sem, ntraditério’. € que, gundo 0 padrao ba- + fases: na primeira ifica 0 conteiido do dicio do mandado isegurada ao réu a autor, eliminando, arlhe provocado a procedimental € a ora utilizagao das ‘do para a satisfa- “rio é a formacao lano, € de recebi- sriam proprios de te 0 procedimento Objetivando, pois, toria, do proceso ana disciplina do © do procedimen- emanha e Austria Blo de aneiro:Forense, aneito:Forenee, 2012, p. ‘mento do procedimento 1996, B48 Tora Moons no CPC/2015 (ahnverfahren’), bem como na Franca (injonction de payer’), que seguem 0 pro ‘edimento monit6rio puro -, no qual se exige o exame, pelo magistrado, acerca dda verossimilhanca do crédito da parte autora, através de prova documental ow documentadat. 0 crédito ancorado em prova (documental ou documentada) It fal idonea 2 transmitir ao juiz a presuncao relativa de sua existéncia, validade € tficdcla, despica de eficdcia executiva amparara a expedicao de mandado mo- ritério a0 réu para que pague a prestacio devida, ou entéo ofereca embargos, que suspenderao a ordem de pagamento. Frise-se, outrossim, que seguindo os passos da doutrina majoritéria, 0 pro cedimento monitério esté incluido entre os procedimentos especiais de conhect mento’, no qual a sumariedade da cognicao de mérito™- é pedra de toque no inicio do procedimento, oportunidade em que o juiz verifica se a prova escrita irazida pela parte é suficiente para representar a verossimilnanca do pretenso tnedito reclamado. “Em termos conceituais, a monitéria € acao de cogni¢ao suma: tia, que objetiva a formacao de titulo executivo em menor espaco de tempo, se tomparado com as ages de cognicao ampla, apoiando-se na existéncia de prova sscrita, sem forca executiva. A acdo monitéria nao é espécie do genero acao de execucao, como alguns poderia defender, sendo tipica acdo de conhecimento, que objetiva a formacao de titulo executivo, sendo marcada pela adocdo de pro- cedimento simplificado.”* To emiz TUCO, Jose Rogério. Apontarentas sobre 0 procedimento monitéri, in: Revista de Proceso, vo ca rosa’ i eam "Naverdade, nesta espéce de procecment, vgorante nos ssteas processus aa aM a usta (wahmvefaire, a prova que acompanha © pecido (Matrantrag) € prescin. sesaerarcs ade er ela geraimente examinala pelo Juiz (Amtsgerie), porquanto a ordem lininar de cr aus anlngsbete € evaraca pelo Se aula 0 Respleger alo cue apenas, 2talsa oF Pressypentos de cabimentee a verossimihanca ta causa pete deducts” 1 GRUZE TUCL os Roti, Apomtaments scbre o pracesimento mont, be Revista de Procsso, vot craigs b 9. ss “tsa, alent, (6) a pric, prodecimental da ijncton de payer aad m2 70 ar 99% ea ference de que € o proprio Magistrado apés um superfcalexame formal da pet Tpa‘icat Crequéte), quem determina a expedicio da ordem de pagamento k.Sobrea dlferendiagd entre prova docimentale documentada: MARNON, Liz Guherme eal Prov, S80 Danie Feitora Revita ds Tibunals, 209, p 532153. 4. Wer por todes RUE E TUCL os Rogério, apontamentos sobre o proceamento manos, it: Revs de Pee eat po. abe/igna, P29 © ss: CAMB, Reco, Acio Monitra: Aspects coutinaros e jrsoru aera waevcta de Process, Vol. $6, OUL/195,p. 283 € ss; RODRIGUES FiLHO,Eutimpio, Procedimenta seni in nevsta de brovessn, VOL. Bt, OU 1996, P18 € 5; CUERAA, Wiis Santiago. Ao Morit6ra, eps de Process, vl 8, [an-Mat/1096, p. 48/3: SMURA, Ergo Sei. Sobre a acae moni Hare Processo, vo. 6, Out/197,P. 58. Ss: TAIAMIN, Eduaréo. Tula Monit: a acto montis - Tel poyejos 2 ed. S80 Paulo: Eltora Revista dos Tribunals, 2001 te. NAMM, eduardo Tela Montria: a ace moniéria~Lei 0795 ~2 ed. - Sd Paulo: Eatora Revista dos Tunas, 201, pp 7886; ROCHA, José Tauratugo da. Ela, a ago monitola, vst por nds, os brasieiros, Ine Revista dos Tibunss, vl. 2, Abrun/1956, pp. 12/2 snc Embora nao analise a copricio na tuela monitria, é de grande ala a obra de Kazuo Watanabe para 8 ceverecnsio eval da tea: WATAIABE, Kazuo a cogrilo no processo ci 2. Campinas: Books ler, 2000, pp. 125/45. 1a. Momenegto fib, Misael Curso de dteto processual cil, volume 3-8. ed. ~ i Pao: Aas, 202 435 su ‘Avon Camano Muito embora 0 procedimento monitorio seja especial, isso nao significa que deve ser considerado como “procedimento intermedidrio”*-" de conhecimento execucado. Nao se trata de procedimento hibrido, com componentes cognitivos € executivos, como se fosse um “tertium genus” procedimental. A diversidade ritua- Uistica do procedimento monitério ma sua primeira fase nao desnatura a atividade de cognicao judicial, préprio do processo de conhecimento, embora mais simpli cada que a exigida no procedimento comun de cognicao exauriente. 0 Novo Cédigo passa a tratar do instituto a partir dos artigos 700 e seguintes de forma muito mais técnica e cuidadosa do que a disciplina minima dos artigos 2.202-A a 1,102-C do CPC/73. Passaremos a examinar 0 novo procedimento e as marcantes mudancas na tutela monitéria nos t6picos seguintes. 2. OBJETO DA ACAO MONITORIA Uma das principais mudancas da ac&o monitoria refere-se ao seu objeto. O art, 2.202-A do CPC/73 previa a possibilidade de acd monitéria para o pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungivel ou de determinado bem mével 0 critério utiizado pelo legistador reformista no art. 1.102-A no foi o mais técnico. Permitia-se a via monitéria para a obrigacio de coisa fungivel, sem se preocupar com sua (natureza), mével ou imével. Na sequéncia, autorizava-se a monitoria para a obrigacdo de entrega de bem mével, independente de sua fun: ibilidade, admitindo-se, em tese, aco monitéria de bem mével infungivel, como, 33. _Discordamos da propesiGio apresentada pr Jolo Roberto Parzate: “A agdo montéia intreduzida 20 ‘Process Civil por forca da tein» 9.079, 14 de jlho de 1985, criando um procedimento intermedi, ‘que na realdade e a prindpio tem caracteristicas suméras,vablea a antecipacio dos eleto da exe ‘ucio, e's que permite que alguém cam base em prova esrita, sem eicicia de tule executvo,obtenta {de plano, um mandado de pagamento ou de entrega ca coisa objeto do pedido, sem ter que agvardar ‘uma semtenca que reconheceia seu dreto, para nosteriormente com base em al kul executvo Judea (ant 584, 0, promover a respectva execucao e obieraquilo que he & devi.” (PARIATIO, jo Roberto a acio Monta ~Leme: LE, 1936, . 20. fm propesicao pareca incorre Huutaro Tuto Jumos 20 asseverar que: “0 at judicial parte de um convencimentaimiar pravsoro de que 0 credot, pela prova ‘exiida, ¢ realmente tular do direito subjetvo que ihe assegura a prestago recamada 20 ru. Dai ser possivel, desde logo, ordenarihe que proceda ao pagamento, tal cmo se faz no despacho da peticio Inieal da acio de execucio por tiulo erajudical, Como, todavia, no hi, ainda, ttulo execuivo, no & possivel,ainés, cominar ao rev sangio da penhora ou apreensio de bens. Dato jul, portant, fis melo caminho, ene a ctagio do processo de conhecimentoe a caro do process executv. E mais do ‘que aquela, mas menos do que esta.” (THEODORO JUNIOR, Humberto, Curso ce Dreto Processual Cl - vo 1M- Rio de janeiro: Forense, 2012, P. 340). Resse sentido, ainda, BENET, Snel Agostino, Agdo Monit&ra a reforma processua it Revita de Processo, vO. 77 an/i9E, 9.20 # Ss 24, Bistem ainda os que detendem 2 natureza de procedimentosexecstvo na tute mania: SANTOS FO, (riando Vendncio dos. 0a natureza execstva do procedimento monitri, i: Revista de Process, vol. 36, Jul/200, p67 © 3s Por exemplo, a € obra de arte. De monitoria era ac nao fazer tambér de expressa auto 0 CPC/is res equivoco histérico jeto de acdo moni to de quantia em« e ainda de bem nm fazer e de nao faz Neste particu nais e legais, a p decorrentes de at acerca da respon: 3,REQUISITOS D 0 CPC/25 pres quais sejam: a) a 700, caput); b) ser patrimonial ou ecc 3.1, Prova Escrita No tocante ao vo", ja previsto nc da jurisprudéncia portador de titulo gumentos para tat 0 portador de crédito exclusiva ago pelo pracedi 35. Para aprofundamel iti, ine Revita € Inc Revista de Proce causa de pedir na Gubtn. 0 document 83 ss; MARNOY ‘monitéro, in Solus 36. Verossequntes jug 53257 (209). o significa que conhecimento € tes cognitivos versidade ritua- ura aatividade ra mais simpl tte. 700 e seguintes ima dos artigos 2s mudancas na > seu objeto. onitéria para o te determinado nao foi o mais ungivel, sem se autorizava-se a snte de sua fun: afungfvel, como, siriaitrodurida 20 mento intermediaro, 3 os efeitos da exe lo executive, obtenha em cer que aguardar tule exeeutvo jul EAT, [odo Roberta, 10 Tweoo0e0 Jomo 20 = ocredor, pela prova ‘ada a0 re, Da ser ‘despacho a petcto tuo executivo, nao sigal, portanto, faa * exectivo, Emais do rocessual ivi - vol in. Ago Monitéria seit: SANTOS FO, de Process, vol. 215, A Tuxia Moura wo CPC/2015 por exemplo, a entrega de determinado veiculo especifico, ou mesmo de uma obra de arte. Desta maneira, a Unica obrigacdo de entrega insucetivel de acao monitéria era a de bem imével infungivel. Além disso, a obrigagao de fazer e de nao fazer também nao poderiam ser objeto de aco monitéria, por inexisténcia de expressa autorizacio legal neste sentido. 0 CPC/15 resolve definitivamente a questéo corrigindo, ao nosso sentir, um equivoco historico. Doravante tocias as obrigacSes quanto a forma poderdo ser ob: jeto de acdo monitéria. 0 novel diploma prevé que as obrigacdes para o pagamen to de quantia em dinheiro (art. 700, !), para a entrega de coisa fungivel ou infungivel @ ainda de bem mével ou imével (art. 700, 1) e o cumprimento das obrigacoes de fazer e de nao fazer (art. 700, Il) serdo aptas para instrumento em analise Neste particular, chamamos a atenc&o que apenas as obrigacdes convencio- nais € legais, a principio, podem ser objeto da acdo monitéria, excluindo-se as decorrentes de ato ilicito, tendo em vista a necessidade, previamente, de debate acerca da responsabilidade do pretenso causador do dano. 3, REQUISITOS DA PETICAO INICIAL DA ACAO MONITORIA, 0 CPC/15 prevé trés requisitos gerais para a promogao da ago monitéria, quais sejam: a) a existéncia de prova escrita sem eficécia de tftulo executivo (art 700, caput); b) ser 0 devedor capaz (art. 700, caput); ¢) a indiacdo do proveito patrimonial ou econémico perseguido (art. 700, § 25). 3.1, Prova Escrita ‘ No tocante ao primeiro requisito, prova escrita sem eficacia de titulo executi vo", j& previsto no art. 1,202-A do CPC/73, entendemos que haverd a manutencao da jurisprudéncia bastante antiga e formalizada do ST} que possibilita ao credor Portador de titulo executivo extrajudicial a promocao da a¢ao monitéria’. Os ar: ‘Bumentos para tanto sao varios. 0 portador de titulo executivo extrajudicial nao esta obrizado a tutelar seu crédito exclusivamente pela via executiva, podendo, em querendo, promover Gao pelo procedimento comum no proceso de conhecimento, como se vé do 15, Para aprofundamemto sobre o tema ver por todos: CRUZ ETUCC, losé Rogério, Prova escrita na agda mo: tia im Revista dos Tribunals, vol. 768 . 23 € ss; LOPES, Joao Batis, A provaesrita na a¢Ho monitria, i Revita de Processo, vol. 16, p. 28 ss; EUGEWO, Paulo Eduardo Campanella. Acerteza do crédito © 3 causa de pedir na acio monitéra, in: Revista de Pracesso, vl. 1:3, p33 © ss, TEMEIR, Rodrigo Valente Giblin.o documento eletronico como prova no pracedimente monitéro, i: Revista de Process, vol. 132, .83 5s; MARNON, Luiz Gulherme. Conceto de provaescita eextensdo da coprcaa no procedimento ‘mono, in: SlucbesPricas, vol 3, pp. 373/87: 16. eros seguintesjlgados do St: RESp 210030 / (99), REsp 12084 / MC (000, REsp 495339 / PR (ade, Rp 3237 1 Rl (203), Esp 504505 / 8S (303), EDC no Rp 123193 [RS (014) € AGRE no ARES 606.20 / (2035) 329 Avsow Cana art. 785 do CPC/15. Nesta hipétese 0 titulo executivo passa a ser prova documen- tal, possibilitando 0 pedido de tutela provis6ria da urgéncia (art. 300 do CPC/25) — em havendo requisito do perigo - ou de tutela proviséria da evidéncia, com fundamento no artigo 311 11 IV do CPC/1s. Adotado o procedimento comum e na hipétese de indeferimento da tutela proviséria eventualmente perseguida, 0 re- querente abrira mao dos instrumentos de coercao psicolégica € sub-rogacao que eventualmente possuiria caso optasse pela tutela executiva. Se o credor pode optar pelo procedimento comum, qual a razao para afastar a possibilidade de socorro pela via do procedimento especial monitério? Nenhuma a nosso sentir. E possivel ao credor, para a tutela material de seu direito, preferir 0 proces so de conhecimento ao processo executivo para que se forme um titulo executivo judicial, circunstancia que limita sobremaneira a cognicao de defesa durante a fase de cumprimento de sentenca, como se vé da hipdtese de cabimento da impugnacao (art. 525, § 1° e art. 535 do CPC/15). Neste particular, nao existe qual {quer prejuizo ao pretenso devedor, j& que tera oportunidade de resposta para 0 exercicio pleno de seu direito de defesa. Imagine a hipétese do credor pdssuir titulo executivo extrajudicial que com- porte qualquer discussdo acerca de seus requisitos, certeza, liquicez e exigibi- lidade (art. 783 do CPC/15). Deste modo, a opga que o credor fara levara em consideracio 0 melhor e mais apto instrumento processual que tutele 0 seu direito material. Na hipétese, a adocao do procedimento monit6rio, visa provar 0 aperfeigoamento da obrigacao de acordo com seus requisitos materiais (certeza, liquidez e exigibilidade). Necessario notar que caso 0 credor eleja a via executiva nao tera condicdes de provar, por qualquer outro meio, a presenca dos reauisi- tos executivos, jd que eles devem estar expressos, por aplicacao do principio da literalidade e taxatividade, no préprio titulo executivo"-*. Por conseguinte, 0 caput do art. 700 do CPC/15 deve ser lido em consonancia com a jurisprudéncia do ST}, admitindo-se a utilizacao de titulo executivo extraju dicial como prova documental. Com efeito, apenas 0 detentor de titulo executivo judicial nao podera se valer da aco monitéria, ja que possui, desde logo, a sua disposicdo 0 proce dimento de cumprimento de sentenca. Assim, apenas 0 portador de titulo exe: cutivo judicial nao gozara de interesse processual (art. 330 Ill do CPC/3s) para a promogao da monitéria 7 Neste sentido € a posiio de Fétima Nancy Anérigh, Oa acio monitria: opcto do autor, in: Revista dos ‘bua Nol, 734, Dez/0H6, DP. 774 18 Em sentido conririo &a poscto de Sérgio Sel {ol 88, Out 93 p. $8 ess. € Lule Guilherme Marinoni et.al, Codigo de or argo. 927 shimura, Sobre a acio montéria, ns Revista de Processo, rocesso Civ Comentado artigo 530 Aprova escr exprimir 0 conte! Moacyr Amaral si do o escrito, pele considerando co sao verossimeis “comeco de prov. se invocam, ou escritos que a pz Préprios por pro Denota-se, p tenso devedor, pi com a participace prova em estude da nota-fiscal de Por terceiro que Ainda, 0 recibo di tese, como prova que nao possui a dias, sdo as troca nicaclo virwal, ta Parte da dou escrita necessaria ordindrio”. & a ch seguindo liao qu como ‘titulo monit como espécie par a falar em “titulo « 8, SANTOS, Moacyr A 2 TIER, Rocgo evista de Process Talamini dard, buna, 200, .¢ Dentre os principa civ vel 15 ed Novos perts do pr fino, comentiros ‘2 Semi Bermuce dimento Meritro ei g07s!as 2. € ser prova documen- (art. 300 do CPC/15) a da evidéncia, com imento comum e na te perseguida, o re- 1e sub-rogacdo que = Se 0 credor pode a possibilidade de ma a nosso sentir. >, preferir o proces tum titulo executivo e defesa durante a © de cabimento da lar, nao existe qual- de resposta para 0 rajudicial que com- , liquidez e exigibi- dor faré levara em | que tutele 0 seu sleja a via executiva esenca dos requisi- 580 do principio da do em consonancia > executivo extraju- ial ndo podera se isposigao 0 proce- ador de titulo exe- do CPC/1s) para a lo autre: Revista dos a.m Revista de Procesto, ‘0 GvilComentado artigo A Tore. Mowsona wo CPC/2015 Aprova escrita, em questo, deve ser apta a individualizar credor e devedor, exprimir 0 conteido da obrigacao e aparentar sua exigibilidade. Em classica licao, Moacyr Amaral Santos, pontifica: “Essencial que a parte, contra a qual é invoca do 0 escrito, pelo fato material da sua participagao no escrito ou por sua atuacao, considerando como suas as declaracdes nele contidas, tenha reconhecido que so verossimeis os fatos que do escrito decorrem; é que sao apreciadas como “comeco de prova’ nao s6 os escritos feitos e assinados pela pessoa contra quem se invocam, ou por ela apenas feitos ou somente assinados, como também os escritos que a parte, ou seu representante, haja tacitamente reconhecido como préprios por produzi-los em juizo®. Denota-se, por conseguinte, que além daqueles escritos produzidos pelo pre: tenso devedor, possiveis documentos produzidos pelo proprio credor, ou mesmo com a participagao de terceiros, podem ser suficientes para a caracterizacao da prova em estudo. € 0 caso, por exemplo, da duplicata sem aceite, ou mesmo da nota-fiscal de compra e venda de mercadoria cujo recebimento foi assinado por terceiro que costumeira ou aparentemente representa 0 devedor neste ato. Ainda, 0 recibo de pagamento do credor realizado pelo fiador podera servir, em tese, como prova escrita no procedimento monitério. Outro exemplo interessante que nao possui a firma do devedor, mas que ocorre rotineiramente em nossos dias, so as trocas de mensagens eletr6nicas por e-mail ou outro meio de comu- nicagao virtual, tais como sms, “whatsapp", “viber”, “telegram” etc”. Parte da doutrina, no entanto, como adverte TALAMIN, entende que a prova escrita necessaria para o procedimento monitério teria forca de um titulo “extra- ordingrio”. € a chamada teoria do titulo monitério ow injuntivo. “Ha autores que, seguindo licao que vem da italia, tém-se referido & ‘prova escrita’ exigida pela lei como “titulo monitério’. Procuram aproximé-la do titulo executivo, classificando-a como espécie paralela a esse integrante de um mesmo género. Ha quem chegue a falar em ‘titulo quase-executivo’, ou “pré-titulo’ ou ‘subtitulo executivo’.”’ 19. SANTOS, Moaoyr Amaral, Comentarios 20 Cédigo de Processo Chil Rio de Janice: Forense, 194, v Wp. 253 20, TENEIRA, Rodriga Valente Glbln, 0 documento eletrérica como prova no procedimento monitdro, i Revista de Process, vl. 132, p. 83 © 55. 2, _Talamin, Eduardo. Tutela Moniéra:@ ago monitrla Lei .075/95 2 ed. ~ S30 Paul: Edtora Revista dos Tribunals, 201, p69. 22. ventte 0s prncpaisdefensores desta tse clesacam se: Francesco Carelut nsttucanes del processo ‘iv vol, ed. lina ce 1956, 3. ed. Buenos Ares: Fjea, 1973, p. 274 277: mane Ficelis cos Sars, Novos peri co processo cil brasileiro. Belo Horizont: Del Rey 1996, p. 39 € seguintes; Vicente Greco Filo, Comentaries ao procedimento sumério, a0 agravo e & aco monitria, Eo Paulo: Saraiva, 196, '2;Sérlo Bermudes, A eforma do CPC. 2 e¢. SBo Paulo: Saraiva, 199, p. 173 |-E Carrera Aim, Proce: inaudita altera par- que foi devidamen- Linieo, I do CPC/35, ulgador deverd fixar, » por cento) do valor neo da obrigacio. cumprida a obriga vogado. 0 propésito sem mais delongas, conflito, liberando-o esultados esperados sbrigagoes cumpridas do diploma de 2973, + reivindicacao antiga efetiva do processo. amterior. Certamente pensarao duas vezes pagar ao advogado rt. 701, in fine, do se exaspera. Certa- sentiré estimulado a rigacdo em razao da uerente. honorarios de advo- @ 20% sobre 0 valor bre o valor da causa, étios (a) de grau de (©) da natureza e a do € 0 tempo exigido ATure.a Mouton wo CPC/2015 Tendo por base a fixagéo de honordrios de advogado em 10%, questiona-se qual a razoabilidade para que o profissional que apenas produziu simples peti ‘c40 inicial de acdo monitéria receba a metade de outro causidico que dedicou-se anos € anos a estenuante proceso com intenso debate e producao probatéria? Com 0 devido respeito as opinides em contrario, entendemos que nao existe proporcionalidade nos honorarios fixados ope legis no art. 701 do CPC/15.. Quer nos parecer, portanto, que a isen¢do sobre os honorérios de advogado, para pronto pagamento da prestacdo obrigacional pela parte ré deveria ser manti- da neste momento processual, pelo que lamentamos profundamente sua exclusao. Outro probema neste ponto diz respeito a fixagao dos honordrios de advoga-~ do quando a Fazenda Piblica for parte ré. Como cedigo ha regramento especifico sobre a fixagao de honorarios de advogado neste caso. 0 art. 85 § 3° do CPC/15 estabelece em seus incisos 0 escalonamento dos honordrios de advogado a de pender do proveito econdmico ou do valor da causa, sendo impossivel determi- nar aquele critério (art. 85 § 4° Il do CPC/15).. Os trés primeiros incisos do art. 85 § 3°” estabelecem honorarios advocat cios em patamar igual ou superior aos 5% referidos no art. 7o1. 0 problema fica mais sensivel para as hipdteses apresentadas nos incisos IV e V do art. 85 § 3° do CPc/15*. Na hipétese do inciso IV, para as acées com proveito econdmico entre 20.000, (vinte mil) salarios minimos até 100.000 (cem mil) salarios minimos os honorarios devem ser fixados entre 3% a 5%. Ou seja, 4 decisdo inicial da monitéria nestes valores, teria pronta fixagdo de honorérios de advogado para o cumprimento esponténeo da obrigacao em grau equivalente ao maximo legal 21. At 85. A sentenca contenaré 0 vencido a pagar honoririos 20 advogaco do vencecor. 5 Nas causas em que a Fazenda Plea for parte, a fragHo dos honordrios observa os critérios estabelecidos nos incses 1a V do § 2 © 0s sequintes percentuais: | minimo de dez e maximo de vinte por canto sobre o valor da candenaczo ou do proveto econdmico obtid até 200 (duzentos) saliios minimos: I= minimo de oko e maximo de dez por cento sobre o valor da condenacio ou do proveta ecandmica obtido acina de 2e (duzents) salriosminimas até 2.000 (dois mi sléias miles: minim de cinc'e miximo de ito por cento sabre a valor da condenacSo ou do proveto econdmico obtido acina de 2000 (dois mil saris minimos até 2c000 (inte mi) sliios minim: 28 Ar Bs. A sentenca condanario vencido a pagar honordros 20 advogado do vencedor. 455 Nas causas em que a Fazenda Piblca for part, afxagHo dos honorérlos observark os criterias estabelecidos nos incsos 1a IV do § 2 © os seguites percentuals: IV minim de tr e maximo de cinco por cento sobre o valor da condenagho ou do proveto ecanémica bide acima de 20.00 (vinte mil) saliriosmirimes até xec.o00(cem mil sarios-minimos, Y= inimo de um e mximo de ts por cento sobre 0 valor da condenagio ou do proveto econémico bdo aca de 100.000 (cem mi) sléiosminimos. 337 Arsowo Canacte J4 no inciso V, para as agdes com proveito econémico acima de 100.000 (cem mil) salarios minimos os honorarios de advogado seré fixados entre o minimo de 1% € 0 maximo de 3%. Deste modo, 0 cumprimento da monitéria pela Fazenda traria consequéncia sucumbencial mais gravosa para ela, pois teria que arcar com honorarios de advogado de 5%, ou seja, acima do maximo legal. Certamente a interpretacao literal do art. 701, parte final, do CPC/15 nao é a melhor solucao para 0 caso da Fazenda Piblica no polo passivo da a¢ao monité- ria, Note-se, que a mens legis na hipdtese do dispositivo em comento, foi garantir a0 advogado da parte autora - inobstante as criticas jé apresentadas - honordtios equivalentes & metade do minimo legal (10'L) constante no art. 85 § 2° co CPC/1s. Tendo em mente essa premissa, 6 curial notar que a fixagdo de honordrios sempre no patamar de 5% para cumprimento espontaneo da obrigacao pela Fa zenda Piblica na aco monitéria representa regra desproporcional e irrazoavel, violando frontalmente o principio da isonomia (art. 5» da CR/88), a caracterizar sua inconstitucionalidade que deve ser conformada, a nosso sentir, pela aplica~ do da técnica da “interpretacao conforme”. Deste modo, atento ao disposto no art. 85 § 3° do CPC, os honordrios de advogado na acao monitéria contra a Fazenda Pilblica devem ser aplicados pelo magistrado no equivalente metade do minimo legal previsto na mencionada regra. Com efeito, nas ages em que 0 proveito econdmico seja de até 200 (du: zentos) salarios minimos os honordrios de advogado devem ser fixados em 5% (inciso 1); quando o proveito econémico variar de valor acima de 200 salario mi nimos até 2.000 salrios minimos os honorarios advocaticios devem ser fixados em 4% (inciso Il); nas aces em que 0 proveito econdmico estiver acima de 2.000 saldrios minimos e nao ultrapassar 20.000 salérios minimos os honorérios sero estabelecidos em 2,5% (inciso II); nas hipétese do proveito econémico estiver acima de 20.000 salarios minimos mas nao ultrapassar 100.000 salarios minimos 05 honordrios de advogado serao fixados em 1,5% (inciso IV); por fim, no caso do proveito econdmico ultrapassar 100.000 saldrios minimos os honordrios devem ser fixados em 05%. Essa é a posigao mais consentanea com a disciplina dos honordrios de ad- vogado contra a Fazenda Piblica e com 0 objetivo de remuneracao em padries adequados 0 causidico que assistiu a parte autora. De lege ferenda, embora ainda defenda que a melhor solucdo seria a eli minacdo de honorarios de advogado para cumprimento imediato da obrigacao pelo devedor, é salutar que o legislador corrija 0 equivoco da fixagao expressa dos honordrios de advogado em 5%, conforme previsto no art. 701, in fine, do 538 cPC/as, adotand« advogado no eqi 3° do CPC. 4.1. Natureza jut materi 0 debate ac: pela Lei ne 9.079/ A doutrina m despacho (art. direito nem de qi porque, na verde Essa posicao com a atividade « dado monitério. | -afora a andlise timidade € 0 inte que 0 julgador te parte autora con Portanto, aq natureza de sent Willis Santiag so, nao se opor judicial, por exp sentenca conden: substancial ajuize AntOnio Cart: riza como decis4 entende que “pa dado monitério, x 2 3 ecisao inal € Process, val 95, SaOs, ermane ERE, Wiis San MARCATO, Abo Na eblebee obra de 100.000 (cem itre o minimo de ia pela Fazenda teria que arcar legal 2 CPC/15 nao é a da acao monit6, ento, foi garantir das honorérios § 2» do CPC/as. © de honorérios brigagao pela Fa smal e irrazoavel, 3), a caracterizar sntir, pela aplica 1s honordrios de or aplicados pelo «na mencionada de até 200 (du or fixados em 5% le 200 saldrio mi- avem ser fixados aracima de 2.000 nonordrios serao condmico estiver salarios minimos wr fim, no caso do onordrios devem onordrios de ad- agio em padroes lugao seria a ell. ato da obrigacao fixagao expressa t. 701, in fine, do A Tues Monroe wo CPC/2015 CPC/15, adotando a mens legis do dispositive e para a fixagdo dos honorarios de advogado no equivalente & metade do minimo legal previsto nos artigos 85 §§ 2° 1 32 do CPC. 4.1. Natureza juridica do pronunciamento inicial ea formacao da coisa julgada material 0 debate acerca do tema é tao antigo quanto sua previsao legal entre nds pela Lei ne 9.079/95.”. A doutrina minoritéria entende que esse pronunciamento nao passa de mero despacho (art. 203 § 3° do CPC/15), pois “nao tem nenhum efeito declaratério de direito nem de qualquer condenacao. Nao é sentenca nem decisio interlocutéria, porque, na verdade, nada decide””. Essa posicao, com a devida vénia aos defensores, nao guarda congruéncia com a atividade cognitiva realizada pelo magistrado para 0 deferimento do man. dado monitério. € patente a existéncia de contetido decis6rio no pronunciamento - afora a andlise dos pressupostos processuais, incluindo nesta categoria a legi timidade e o interesse processual e dos demais requisitos da peticao inicial ~ ja ‘que 0 julgador tera que realizar juizo de valor sobre a prova apresentada pela parte autora como habil para manejar a acdo monitoria, Portanto, a questdo se resolve em saber se 0 pronun| natureza de sentenca ou de decisao interlocutéria. mento em tela possui Willis Santiago Guerra defende a natureza juridica de sentenca: “Essa det so, ndo se opondo o réu a ordem judicial, adquire a eficdcia de titulo executivo judicial, por expressa e excepcional disposicao normativa. Trata-se, assim, cle sentenca condenatoria, visto que, além de tornar certa a exisgéncia da obrigacao substancial ajuizada, abre o caminho para a execugao forcada””. Anténio Carlos Marcato, embora admita que 0 pronunciamento se exterio- riza como decisdo interlocutéria®, seguindo os passos de Edoardo Garbagnati®, entende que “para quem o decreto ingiunzione, correspondente ao nosso man. dado monitério, muito embora resulte de uma congni¢ao suméria e seja emitido 25. Parcela minima ca dourrina ertende que a aiid judicial no procedimento montero, no tocante & ‘ecso inca, & meramente administrativa. Editon Merrees,Natureza da acao monitéria, in Revista de Process, val 95, julo99. 3a. SANTOS, crnane Fils dos. Procedimento Monitro, in: Revista de Processo, vo. 6, ln/2996 24 3 CURA, Wills Sartiago. Alo Montéra in Revista de Process, vol. 8, Ja/996,p. 49)50. 2. NARCATO,Antdnio Cares, 0 processo monitéro brasieito, 2 ed, ~ So Paulo: Edtora Malheiras, 201, p79 5. a célebre obra procediento dingureone. Milano: Gute, 1993, 539) ‘Arrono Carvano inaudita altera parte, com lastro nas afirmacdes € documentos unilateralmente apresentados pelo autor, adquire eficacia similar Aquela da sentenca condenaté- ria obtida no proceso de cogni¢ao plena somente se e quando o réu se omitit, pois a lei Ihe defere a possibilidade de dar vida, através dos embargos, a um Processo que se desenvolva a plenitude do contraditério e permita, assim, a impugnacao do decreto. € um provimento jurisdicional idéntico, por natureza, Aquele contido em uma sentenca condenatéria, cujos efeitos ficam acobertados pela autoridade da coisa julgada material, tal como se da em relacdo a essa tiltima quando emanada de um processo em que 0 réu se tornou contumaz.”*-" 0 Colendo ST} possui precedente reconhecendo natureza juridica de sentenca para a decisao inaugural em que nao haja resisténcia da parte ré, como se vé no REsp ne 1.120.051/PA®, da relatoria do Min. Massami Ueda. 534 MARCATO,Antnio Carlos, 0 pracesso menitériobrasleko, 2 ed, - St Paulo: Eetera Walhelrs, 200. p85 435 Entendendo, também, se iratar de sentenca US8OA, Celso Anicet. 0 mandaco monitério objetivamente compleso como chave de alguns problemas da aco monitara, in fevata de Processo, vol. 63, p. 52/5, apoiando-se na dourrina de Calamandrel, asim se posiiona: “Por essas razdes conlir que 0 manda {da montero (rectus: a ordem judicial que determina a sua expedicte) @ uma sentenca condenatria roviséria. Tem todas as caractristica da sentenca condenatia, apenas Ibe fata, 20 canririo desta, uma declaragio detintva de exstencia da telao obrigaciona, visto que foi pronunciada com base na apreciac de 36 uma parte dos fatos da lide. A sentenca proferide no process da acao maniéria tem ‘arier provséro, passive de serreaprecada pelo mesmo 6rgaojudiclal que a prolatou. No procedimer to comum (ordintio ou sumdrio, a sentenca de mésio tem carder defnitvo; uma vez emitica (e com as ressalvas 408 ars. 463, in, | © 64, capt In ie, ambos do CPt 73] 40 poders se revit, ou Sequer retocada, pelo mesmo juz Sepuindo essa mesma posicio & a ldo de José Rogério Cruz € Tucci, Apontamnentos sobre o proce ‘mento monitro, in Revista de Processo, vol. 70, abrfi993,p. 19 e ss “De outta pare, no denominado _recedierto montéra documenta, que & caracterizado peo faro de reclamar prova esr, o mandado 4e pagamento (decreto motivato ingunzione) s6 é delerdo apds 0 exame dos pressupostos de acs siblidade e da cognigSsuperfcial dos elementos de convcgdo trazidos, corresponendo a verdadelra sentenca de natureza condenatéra.” 56 RECURSO ESPECIAL -ACAO MONITORU - MERCIA D0 REV - DECISAO QUE CONVERTE © MANDADO INIIAL EM EXE (CUTWVO ~ NATUREZA JURIDIC DE SENTENCA ~ COBBAN, NA EXECUCAO, DE ENCARGDS PREVISTOS NO CONTRATO IMPOSSIBDADE- RECURSO ¢PROVIDO. 2. Tem naturezajuriica de sentenca @ decisto que consitul o mandado monk6rio em tuo executivo hii, 2.4 dedsto que consti, de pleno direto, 0 tiulo executvo jutical,convertendo 0 mandadoircal em ‘executive nao coafere executvidade 20 documento apresentado ra ical da moritéria; ao revés, ela recontece que & devida a obrigacio nelesubstrtae na forma com que fora apresentado na inca! da mmoniéra (Quantur, constiuindo titulo exectvojuakia 3. lecurso inprovido, (Esp 112005:/PA, Re. Minse0 MASSAM UYEDA TERCEIRA TURN, jlendo em 24/08/2030, le 14/o8/010) Em sentido contriro, no proprio ST) hao Ags no CC 82.905, de relatoria da Nin ana Calmon, {CONRTO NEGATIVO OF COMPETENCIA - AGRAVO RECIMENTAL-COBRANCA DE CONTRIBUICAOSINOICAL POR METO DE ‘AGRO WONTORIA~CONVERSRO OD MANDADO IIL E94 MANDADO EXECUTIVO ART, .102C 00 CPC 2. Decisio proferia em sede de procecmento monitrlo que converte @ mandado iil em mandado ‘executvo nao cetém naturezaluidica de semtenca Essa posi¢ao sores partem da formado pela iné ciamento inaugur criar coisa julgad: A segunda re trata de op¢ao p slo interlocut sentenca, previst poe termo ao pr. Note-se que art. 203 § 1°. 0 no meio do qual oj mérito) € 487 (se procedimento co Nao ha come que 0 julgador pr facao do autor 0 ‘Ademais, uma se réu no procedim: sual legal (art. 5° ‘Aderindo ao nunciamento inic a. “Aauséncia di a natureza esper provimento pode ‘no processo com 0 principal a sentenca, diz res em tela no caso querido. Essa éu 2. Deve ser mant Sentados pelo 3g 3, grave resime: (no 8290 sy. TANI, E6vard ‘Wibunals, 200,» 28 unilateraimente ntenca condenat6- do o réu se omiti, s embargos, 2 um permita, assim, a ico, por natureza, ficam acobertados bm relacao a essa You contumaz.". ridica de sentenca ré, como se vé no ra Mathis, 201, p83 monitro objetivamente “cesso, vol. 83. p52/53, sconce que 0 manda a sentenca condenatéria fata, 20 contro dese Fonunaata com base na 1 aa ac30 monitria tem srolatou, No procedimen uma vez emitida(€ com ri ser revista, ou sequer nemos sobre o precedi ‘a pane, no denominado roa eserta, @ mandada Dressupostes de admis: ‘pondendo a verdadeira ‘Yanoa00 INCIAL Em Ox 5 PREVISIOS WO CONTRAND 60 em tio executive ‘0.0 mandado incl em ‘nonitria; a0 revés, ela Dresantado na ini da {rox bf los/z030) ‘ana Calmon, “RO SINDICAL POR MEIO DE oat 00 CF, 10 inicial em mandado A Turita Mowrama no CPC/2015 Essa posicao possul duas fortes objegdes. A primeira & que os seus defen- sores partem da atribui¢do da coisa julgada material ao titulo executivo judicial formado pela inércia do devedor quando da citacio, para caracterizar 0 pronun iamento inaugural como sentenca, pois apenas esse pronunciamento era apto a criar coisa julgada material no CPC/73 (arts. 467). A segunda refere-se ao conceito legal de sentenca. Imperioso notar que se trata de opgio poltica a atribuicéo de determinado ato como sentenca ou deci- io interlocutéria. Quando da entrada em vigor da Lei ne 9.079/95 0 conceito de sentenca, previsto no art. 162 do CPC/73 estabelecia que “é 0 ato pelo qual o juiz de termo ao processo, decidindo ou nao 0 mérito da causa”. Note-se que 0 CPC/15 caminha paripasso com esse conceito, como se vé no art. 203 § 1°. 0 novel diploma conceitua a sentenca como “o pronunciamento por meio do qual 0 juiz, com fundamento nos arts. 485 (sentenca sem resolucao de mérito) e 487 (sentenca com resolucéo de mérito), poe fim a fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execucao”. Nao ha como conceber, com as escusas aos que pensam de modo diverso, que 0 julgador profira uma sentenca e mande citar 0 réu para promover a satis. facao do autor ou apresente sua defesa, de acordo com a regra legal em tela, Ademais, uma sentenca de procedéncia sem a oportunidade de participacao do réu no procedimento caracterizaria ofensa brutal ao principio do devido proces: sual legal (art. 5° UV da CR/88). Aderindo aos argumentos de Eduardo Talamini, entendemos que esse pro: nunciamento inicial nao pode se converter, com a inércia do devedor, em senten- a. “A auséncia de embargos nao tem o condao de deslocar topicamente e alterar a natureza especifica da decisdo concessiva da tutela monitéria. Portanto, esse provimento pode ter funcdo e eficacia semelhantes a da sentenca condenatéria No proceso comum de conhecimenta - mas, em por isso, é sentenca””. 0 principal argumento dessa corrente que vé no pronunciamento de inicio sentenca, diz respeito & caracterizacio da coisa julgada material sobre a decisaio em tela no caso de transcurso do prazo para pagamento ou embargos pelo re. querido. Essa é umas das grandes controvérsias doutrinatias sobre a monit6ria. 2 Deve ser mantido © deisum atacado por seus prOpriesfundaments, visto que os argumentosapre sentados pelo agravamte no sio capazes de infirmar as razOes da deisfo agravada. 3, Aaravo regimental nao provi. iano CC 82.905/5, Rel. Mitra ELANA CALMON, PRIMER SECAO, ugad er enea/2c8, De 28/4/2008) 7. TALAMIN, Eduardo, Tue’ Monnéria: 2 agdo monitéria -Le 9079/95 2. ed. ~Sdo Paulo: hora Revista dos Tribunals, 203, p93 sat Avo Camiavso A coisa julgada nao representa qualidade inerente ao ato jurisdicional e tam. pouco possui escopo essencial do proceso”. A atribuicao da autoridade da coisa julgada decorre de opcao politica entre dois valores: a seguranca, representada pela imutabilidade do provimento, e o ideal de justica, sempre passivel de ser buscado enquanto se permita o reexame do ato. Quando da inclusdo da aco monitéria no CPC/73, somente a sentenca (ou acérdo) ndo mais sujeita a recurso seria apta a formar coisa julgada, nos termos do art. 467. Com efeito, os defensores da tese, partindo do efeito desejado ~ coi sa julgada material - em direcao do pronunciamento da monitoria desatendido pelo devedor, que acarreta a formacao do titulo executivo, foram forcados a en- tender a decisao em tela como sentenca, pois apenas ela seria apta a perfazer a res (udicata. Com 0 devido respeito aos eminentes defensores da tese, nao se pode partir do efeito (existente ou desejado - coisa julgada) para se conceituar a causa (sen tenca). Nomeadamente quando essa causa possui conceito legal. Assim, é mais adequado investigar a natureza do pronunciamento de acordo com suas carac- terisitcas para se assegurar de quais,sao os efeitos que ele ¢ capaz de produzir. Por exclusao, 0 pronunciamento positivo proferido no procedimento monitt rio € uma decisao interlocut6ria®. Essa conclusdo decorre nao s6 da interpreta- do da regra constante no art. 162 § 2° do CPC/73, como do novo art. 203 § 2» do CPC/a5 que conceitua a interlocutoria como qualquer decisdo que nao configure hipétese de sentenca Ela € tomada, como jé referimos acima, em juizo de verossimilhanca (cog. nigao sumaria) do mérito® pelo exame da prova documental trazida pela parte autora, que, por opcao legisiativa formara titulo executivo Judicial em razdo da inércia do requerido. Essa preocupacdo da doutrina acerca da necessidade de formacao de coisa julgada material na hipétese de inércia do devedor foi objeto de cuidados do legislador. Uma das inovagdes mais interessantes da nova sistematica, rompendo as bases teéricas da disciplina anterior, esta contida no art. 701 § 3° do CPC/15, que permite a promocao de acdo rescisoria contra a decisao inicial, quando formado © titulo executivo judicial pela reclacitrancia do réu. 38 GLTALAMIN, Eduardo. Op ct, pp 92/25. 39. Nesse sero GRECO FLNO, Vente ConsideracBes sobre a AZo moniGra, In: Revista de Processo, v.89, 15, Out 1995, 155; INAMAM, Eauardo.O9 ct, p15 40. Em sentido conréie, vendo na dedsio inal verdadeira cognicto exauriente: NEVES, Daniel Amorim Assumpcao,Predusbes para 0 [ues precusdo pro idiatoe preclsdo judicial no process cv, S80 Paulo: Feditora Método, 204, pp.103/147. 542 artigos sub occuls, locut6ria positiva 6 que se nao how ao mandado mon 0 novo tratar tema anterior, est que torna imutave (art. 502 do CPC/ cutérias de mérite condao de perfaz 5.CITACAO DOR Proferida a d (quinze) dias - co respectiva (art. 7. 0§ 7° do art t6rio. A regra diz no procedimento desse possivel a inexisténcia de ritério e residual oficial de justica ¢ centrega de coisa’ Neste partic zada pelo correit quando o requer conforme regular a. a 6 regime tabém do merit Gar. 35, (RECO FM, Vie 1995 xpressdo qu, 81 Ini do juz par para ocumprine Mo jurisdicional e tam- a autoridade da coisa uranca, representada mpre passivel de ser nente a sentenca (ou a julgada, nos termos efeito desejado - coi- onitéria desatendido foram forcados a en- seria apta a perfazer +¢, nao se pode partir ceituar a causa (sen legal. Assim, mais rdo com suas carac & capaz de produzir. “ocedimento monité- 430 86 da interpreta ovo art. 203 § 2» do > que nao configure srossimithanca (cog- | trazida pela parte dicial em razao da formacao de coisa to de cuidados do tica, rompendo as 33° do CPC/s, que |, quando formado vista de Processo, vo. 8, '© NEVES, Daniel Amorim rocesso cil, So Paul A Tura Mowe x0 CPC/2015 O art. 966, caput, do CPC/a5 estabelece as hipéteses de rescindibildiade da “decisio de mérito, transitada em julgado”. Da leitura sistematica desses dois artigos sub occulis, constata-se duas conclusdes: a) a primeira que a decisao inter- locutéria positiva no procedimento monitério é decisdo de mérito; b) a segunda 6 que se nao houver o pagamento pelo devedor ou a apresentacao dle embargos ao mandado monitério, ela formara coisa julgada material. 0 novo tratamento legal da coisa julgada, rompendo com as balizas do sis- tema anterior, estabelece que “denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutavel e indiscutivel a decisdo de mérito nao mais sujeita a recurso” (amt. 502 do CPC/15). Desta maneira, para além da sentenca, as decisdes interlo- cutérias de mérito, como é 0 caso do pronunciamento ora examinado", terao 0 condo de perfazer da res iudicata material, por opcao legislativa neste sentido. 5. CITACAO DO REU, SUAS ATITUDES E RESPECTIVOS EFEITOS Proferida a decisdo inicial 0 requerido serd citado para que no prazo de 15 (quinze) dias - contados em dias iiteis (art. 219 do CPC/15) - cumpra a obrigacdo respectiva (art. 701 do CPC/15). 0§ 7 do art. 700 trouxe esclarecimento importante ao procedimento moni- t6rio. A regra diz que a citacao podera ser realizada por qualquer meio admitido no procedimento comum. Muito embora a jurisprudéncia e a doutrina® jé enten- desse possivel a aplicacio de todos os meigs de citacio na monitéria, diante da inexisténcia de exigibilidade de um meio especial, existia debate, embora mino ritrio e residual, acerca da impossibilidade de outro meio citatério que no o oficial de justica diante da utilizacao da expressdo “mandado de pagamento e de entrega de coisa” no art. 1.102°8, do CPC, Neste particular, o art. 246 do CPC/15 prevé como meios de citagao a reali zada pelo correio, pelo oficial de justi¢a, pelo escrivao ou chefe de secretaria, quando © requerido comparecer em cartério, por edital e por meio eletrénico, conforme regulamentacao legal. {2 O regime também se aplica para as decsbesinerfotria proferidas em julgamento antec parcial do mérito (at 36 do CPChis) que nao desafiarem mais recursos. 42. GRECO FAN, Vicente, Consideragées Sobre a Agdo monitria Im Revista de Processo, vo. 80, p. 155 Ot 1995 45. Expressdo que, segund a boa técnica processual, se relaciona com o provimento decorrente da ordem inca do jue para cumprimento a obrgacio e nfo como @insrumento rilzado pelo ofa e jstiga para ocumprimenta a ctaco € intimact. 543 ‘Aur Camano Necessério notar que ao lado da citacao pelo correio e pelo oficial de justica, a realizada por meio eletronico deve ser considerada como pessoal. Na verdade, esta tltima modalidade, para aquelas pessoas juridicas devidamente cadastra- das para 0 recebimento de citacdo pelo sistema é muito mais segura do que as demais modalidades de citagao pessoal, ja que dirigida a representantes habil tados pela parte, devendo ser cada vez mais utilizada nos termos do art. 246 $8 18 @ 2° do CPC/15 € art. 9 da Lei ne 11.419/2006. Por conseguinte, nos processos eletronicos em que a parte tiver cadastra- mento para o recebimento de citacdes eletrénicas, esse sera o meio primordial para a comunicagao inaugural. JA nos processos que ainda tramitam pelo meio fisico, ou mesmo nos pro: cessos eletrénicos em que a parte for pessoa natural, ou pessoa juridica sem cadastro para o recebimento de citagées eletronicas, a regra geral sobre 0 meio de citacdo no procedimento comum é pelo correio, nos termos do art. 247 do CPC. De acordio com esta regra, existem apenas 3 (irés) hipdteses de excecao ap caveis ao procedimento monitério: 1)quando o citado for pessoa juridica de direito piiblico (art. 247 Ill do CPC/15); 2) quando o endereco do citado nao for atendido pela entrega domiciliar de correspondéncia (art. 247 1V do CPC/15); 3) ou entao quando 0 autor, justificadamente, a requerer de outra forma (art. 247 V do CPC/15). No caso de pessoa juridica de direito piiblico a citagao em autos fisicos so- mente sera por meio de oficial de justica, j4 que corresponde a Gnica espécie de citacdo pessoal possivel. No caso dos autos virtuais - e havendo 0 cadastramen to da Fazenda Piblica na plataforma utilizada - a citac3o devera ser realizada pelo meio eletrénico, como estabelecido no art. 246 V do CPC ¢ art. 9° da Lei 31.419/2006. Na eventualidade de a parte ré nao ser atendida pela entrega domiciliar de correspondéncia certamente sua citacao deverd ocorrer através de oficial de justica, pelas mesmas razdes acima referidas, salvo se pessoa juridica e estiver cadastrada para o recimento de citacées eletrénicas, circunstdncia aplicavel ape nas aos processos virtuais. A iiltima excegao para a citacao postal diz respeito a0 requerimento funda. mentado da parte autora para utilizacdo de outra forma. Quer nos parecer que a “outra forma” mencionada no artigo é a citagao por meio de oficial de justica ‘Quer nos parecer que a essa possibilidade se aplica também & substituicao da ci taco eletrOnica por citacao pelo oficial de justica. De qualquer modo, é indispen. sdvel que 0 requerimento da parte autora seja fundamentado, como estabelece © art. 247 V do CPC/a5, sob pena de nao conhecimento pelo julgador e aplicacéo da regra geral. 5M No caso da ci incidéncia diz res prazo legal que 0 nica remetida pot Por outro lad damentos para a possivel, v.g, que encontra no seu d ga de correspond a citacao por ofich 0 importante citagdo pessoal s meio eletronico r recebé-la e nos p quando a parte n Todavia, frust quer razdo, deve art. 249 do CPC/15 Ainda, o art. da citagao do dev mula 282 do ST} € sobre a citacdo pc 0 inicio da ce disciplina do art. atual art. 241 do ( No caso de lt diagao e conciliag ora analisado con nado no art. 231 § Necessario nc e intimaco para gamento das cust Gabe a cago pe 13/03/20, p. 200 45 Pola possbitdade doutngros € jx PARZATT, Jodo Ro velo oficial de justica, dessoal.. Na verdade, vidamente cadastra- tis segura do que as ‘presentantes habili- ermos do art. 246 §§ varte tiver cadastra- 4.0 meio primordial ‘ou mesmo nos pro- pessoa juridica sem geral sobre o meio do art. 247 do CPC. 5es de exce¢ao apli oa juridica de direito to nao for atendido PC/i5); 3) ou entao 1. 247 V do CPC/15). 2m autos fisicos so- a linica espécie de do 0 cadastramen- sverd ser realizada PC @ art. 9 da Lei entrega domiciliar ravés de oficial de a juridica e estiver ncia aplicdvel ape- guerimento funda- T nos parecer que 2 oficial de justia. substituigao da ci- modo, é indispen. como estabelece gador e aplicacao ‘ATures Mourona wo CPC/2015 No caso da citacdo eletrénica, a Gnica justificativa plausivel para afastar sua incidéncia diz respeito a urgéncia no cumprimento da ordem judicial (atinente ao prazo legal que o ente possui para ler a citagao a contar da comunicacao eletr6: nica remetida por e-mail). Por outro lado, para a substituicéo da citacao pelo correio existem outros fun- damentos para a motivacao de seu afastamento além da mencionada urgéncia. € Possivel, v. g., que o autor sustente que o réu trabalha durante o dia todo e nao se encontra no seu domit durante 0 hordrio comercial (periodo em que hd a entre- ga de correspondéncias), 0 que impediria sua citacdo valida, sendo aconselhével a citacdo por oficial de justica, aplicando-se o disposto no art. 212 § 2° do CPC/15. O importante, neste ponto, é saber que a partir de agora todos os meios de citagdo pessoal so possiveis, sendo preferencialmente aplicada a citaclo por meio eletrénico nos processos virtuais em que a parte esteja cadastrada para Fecebé-la © nos processos fisicos a citacéo pelo correio, bem como nos virtuais, quando a parte nao esteja devidamente cadastrada Todavia, frustrada a citagao pelo correio, ou mesmo a eletronica, por qual: quer razao, deve-se lancar mao da citagao pelo oficial de justica, nos termos do art. 249 do CPC/15. Ainda, 0 art. 700 § 79 do CPC/15 encerra definitivamente a discussao acerca da citagéo do devedor por edital, estabelecendo sua possibilidade, conforme St- mula 282 do ST} € entendimento reiterado de nossa doutrina”. Diga-se 0 mesmo sobre a cita¢ao por hora certa. : O inicio da contagem do prazo de 15 (quinze) dias ocorre de acordo com a disciplina do art, 231 do CPC/15, seguindo-se, como de costume a disciplina do atual art. 241 do CPC/73. No caso de litisconsércio passivo, diante da inexisténcia da audiéncia de me- diagao e conciliagao no procedimento monitério, quer nos parecer que o prazo ora analisado comeaga a fluir a partir da itlma clagao realizada, como discipll- nado no art. 231 § 19 do CPC/15. Necessario notar, outrossim, que deverd constar do instrumento de citagao € intimacao para ordem de pagamento que a parte ré estaré exonerada do pa- gamento das custas processuais no caso de cumprimento da obrigacdo dentro 44 Cabe a citaglo por edtal em ago montéria. (Sdmula 282, SEGUNDA SE(RO,julgado em 28/04/004, 0} 15/05/2004, . 201) 45 ela posstlidade da Ctagzo fica no procedimento montéie: CAMBI, Acccio. Ago Monti: Aspecios ourrindrios ejurisprudenciais, i: Revista de Processo, vol 96, out. 1996, p. 185. Em sentido contrato PARLATTO, Jo80 Roberto, Da Aco Monit, LED, 3996 545 Arron Cann do prazo fixado (art. 701 § 1° do CPC/25). Inobstante as criticas ja referidas acerca da fixacao de honorérios de advogado para cumprimento imediato da obrigacado (art. 701, in fine, do CPC/15) & necessario notar que essa reducio dos honordrios de advogado em relacao @ previsao legal estampada no art. 85 do CPC/as e a isencdo das custas e despesas processuais pelo devedor caracterizam a chama da sango positiva, tao bem descrita por Eduardo Talamini®, As adverténcias dos arts. 344 (revelia), 346 (fluéncia dos prazos a partir da intimacao da parte adversa sobre os pronunciamentos), 701 § 2° (conversdo da decisio inicial em titulo executivo judicial), art. 82 § 2° (pagamento das custas processuais) e art. 85 (honorarios advocaticios), todos do CPC/15, devem integrar ‘© instrumento citatdrio como forma de alertar o requerido para as consequéncia que sofrerd caso nao tome uma das atitudes positivas determinadas pelo cédigo (pagamento ou parcelamento ou embargos), em tutela aos principios da boaté objetiva (confianca) € da cooperacao: Realizada a citacao, abrem-se quatro oportunidades para o devedor: 1) cum: prir a obrigacdo; 2) cumprir a obrigacao de pagar quantia ou de entrega de coisa mével divisivel de forma parcelada; 3) permanecer inerte; 4) apresentar os embar- gos a0 mandado monitério, Passaremos a examinar cada uma dessas situacdes. 5.1. Cumprimento da obrigagao A opcao legal esperada do devedor é 0 cumprimento imediato da obrigacao. Essa é, sem diivida, a principal razao para a existéncia da tutela difrenciada de crédito pela monitéria. Para o cumprimento da obrigacdo a parte ré nao necessita da habilitagao de advogado, pois sua conduta tem carga de direito material, comportando con- tetido processual minimo”, € espécie do que se convencionou chamar de ato processual real Importante salientar que qualquer terceiro interessado na exoneraco da obrigagdo, como o cOnjuge, 0 companheiro, o fiador, 0 avalista etc., ou mesmo 0 terceiro desinteressado, agindo em nome do devedor ou em nome proprio, po- derd realizar 0 pagamento (cumprimento) respectivo, mesmo nao sendo parte no processo, nos termos do arts. 304 € 305 do CC/2002. W&CLINAMM, Eduardo, Tela monica: a agdo monitéia~ Le ne 9.0 buna, 201. 17. SHIMURA Sérgio Sei, Sobre a ago monica, Revista de Process, vol 88, oufi957. p58 48, G-CINTRA, Antonio Cartas de Araijo al, Teoria gerl do proceso, 16+ ed, ora Malheitos, 200, p 45; SUA, vidio Baptista da et cl, Teoria geral do processo cil, 6 ed, S20 Paulo: Etora Revista dos ‘Wibunals 2012, 293, ‘46. Nomesmo setico MURA, Sérgio Sel, Sobre a aco monitria, Revista de Processo, vl 88, ou/1997. P58. jos, ed, Edtora Revista dos Wr Wa, ainda, a pode 0 credor le cumprimento de ou satisfazer-se ¢ prosseguimento Questao pou: no ato de cumpri locam aqui: A prir do final do prazo processuais e cor Pensamos qu parte, em sendo trazendo prejuize mando como exe (com mil reais), ¢ de pagamento, d preclusdo consurr oportuno, que o sendo realizado 1 ‘némeno tipicame primento da obri inclufdo os honor plenamente satist Diante disso, previsto no art. 7 nao caracteriza p aguardar a ultrap rada a inércia do continuando-se 0 Pode o devec mover embargos Como referidi so consumativa és situacbes ae A primeira di nitério inclusive s que ocorreu a pre plemento, mesme resisténcia. Deste oposicdo de eb: ia reteridas acerca diato da obrigacao Zo dos honordrios 85 do CPC/a5 € a cterizam a chama prazos a partir da 3 2° (conversao da tmento das custas 15, devem integrar a as consequéncia inadas pelo cédigo incipios da boaté 2 devedor: 3) cum € entrega de coisa resentar os embar- essas situagbes. fiato da obrigacao. ela difrenciada de sita da habilitagao comportando con- ‘ou chamar de ato na exoneracao da etc,, ou mesmo o nome préprio, po 2 ndo sendo parte eitora Revita doe tr m7. 8 store Malheiros, 200, 9. uo: Eitora Revista dos 9,90 88, ow/3557 9.38. A Turta Monro wo CPC/2015 H4, ainda, a possibilidade de cumprimento parcial da obrigacao. Desde logo, pode o credor levantar 0s valores eventualmente depositados (como ocorre no cumprimento de sentenca - art. 526 § 1» do CPC/15), receber os bens entregues, ou satisfazer-se com a a¢ao ou omissao convencional cumprida, sem prejuizo do prosseguimento procedimental. Questao pouco debatida na doutrina refere-se a configura¢do da preclusao ‘no ato de cumprimento parcial da obrigacao pelo devedor. Duas questdes se co locam aqui: A primeira é se pode o devedor realizar o pagamento parcial e antes do final do prazo de 15 dias complet4-lo, sem arcar com 0 pagamento das custas processuais € com o acréscimo dos honorarios? Pensamos que sim. 0 prazo para pagamento é de 25 (quinze) dias e pode a parte, em sendo possivel - nao havendo violacao ao objeto da obrigacao e nao trazendo prejuizos ao credor - fracionar a prestacdo durante esse periodo, To- mando como exemplo um mandado monitério para pagamento de RS 100.000,00 (cem mil reais), caso a parte no 3° dia do prazo realize 0 depésito, como forma de pagamento, de apenas RS 20.000,00 (vinte mil reais) nao estara operada a preclusdo consumativa para outros pagamentos dentro do prazo. Repise-se, por ‘oportuno, que o pagamento € um ato de direito material, muito embora esteja sendo realizado em um ambiente processual. Por conta disso, a preclusdo, fe- némeno tipicamente processual, nao poderé afetar essa oportunidade de cum: primento da obrigacio. Com efeito, caso 0 devedor complete seu pagamento, incluido os honordrios de advogado, até o 15» dia do prazo, a obrigacdo estard plenamente satisfativa, inexistindo outros Onys ao requerido. Diante disso, € necessario notar que 0 ato da parte ré, durante o prazo previsto no art. 701 do CPC/15, em realizar o pagamento parcial da prestacao ‘nao caracteriza preclusdo consumativa para outros pagamentos. Deve 0 credor aguardar a ultrapassagem da oportunidade processual para que esteja configu: rada a inércia do devedor no tocante ao restante da obrigacao nao cumprida, continuando-se 0 procedimento, a partir dai, sobre o remanescente. Pode 0 devedor promover o cumprimento parcial da obrigacao © ainda pro- mover embargos ao mandado monitério? Como referido acima, o simples pagamento parcial nao caracteriza a preclu- so consumativa para a oportunidade processual da parte. Deste modo, temos trés situages a examinar, A primeira diz respeito & possibilidade de opor embargos ao mandado mo- nitério inclusive sobre matéria afeta a parcela paga. Neste ponto, entendemos que ocorreu a preclusao légica para o debate acerca desta fracdo, jé que o adim plemento, mesmo que parcial, caracteriza ato incompativel com 0 exercicio de resisténcia, Deste modo, sobre a parcela cumprida da obrigacao nao é possivel a oposicao de embargos ao mandado monitério, sa ‘Anton Careauno A segunda possibilidade refere-se a possibilidade de oposico de embargos sobre matéria referente a parcela néo cumprida da obrigacao. Neste ponto, en- tendemos que o simples pagamento parcial nao impede a parte de exercer, no prazo disposto no art. 701 do CPC/15, 0 direito de defesa inexistindo preciusao consumativa, como ja repetido acima, por conta do cumprimento parcial da obri: gacao. Essa 6, sendo, a disciplina do art. 702 § 7° do CPC/15, que estabelece, em tese, a possibilidade de oposicao de embargos parciais. Aterceira questo que se coloca reporta-se ao momento em que os embar- gos a0 mandado monitério devem ser opostos. Ha necessidade dos embargos serem opostos em conjunto com a prova do pagamento parcial, ou & possivel demonstrar 0 pagamento parcial antecipadamente e somente depois, dentro do prazo de 15 dias, promover 0 protocolo dos embargos? Entendemos, com escélio na conclusdo acima acerca da inexisténcia de preclusdo consumativa sobre o pagamento parcial, que inexiste qualquer impedimento para a apre senta¢ao a posteriori dos embargos ao mandado monitério, desde que dentro do prazo. Conforme jd salientamos acima, com 0 cumprimento da obrigacéo o devedor devera arcar com 0 pagamento dos honordrios de advogado, nos termos do art. 7o1, temperado com a previsdo do art. 85 § 3°, ambos do CPC/15. Na hipdtese de cumprimento parcial, deve a parte ré realizar 0 pagamento equivalente ao adimplemento parcial da obrigacao com relacao aos honorarios advocaticios, sob pena de se submeter ao regime sucumbencial legal (art. 85 do CPC/15), incluindo © valor ou 0 proveito econémico da prestacao parcial cumprida. No caso de cumprimento total da obrigacéo e pagamento dos honorarios de advogado, o credor deve ser, necessariamente, ouvido a respeito de sua satista- ‘40 integral (arts. 9° € 10 do CPC/15), em prazo razoavel (quando nao assinado 0 prazo sera de 05 dias, nos termos do art. 238 § 3° do CPC/35). Na hipétese de discordar sobre o cumprimento da obrigacdo requerente tem o dever de fundamentar e indicar com precisao a parcela da obrigacao des- cumprida. Verificada essa situacdo, € imprescindivel que 0 devedor seja ouvido, também em prazo razodvel € equivalente ao concedido ao credor, antes da de liberacao judicial, em respeito ao principio do contraditério, salvo se nao tiver habilitado advogado nos autos (art. 346 do CPC/15). Ato continuo, os autos devem ser encaminados ao magistrado para que ana. lise a satisfacdo. Demonstrado o cumprimento apenas parcial, 0 juiz determinara, a continuidade do procedimento sobre o remanescente partindo-se para a fase executiva, como se denota do disposto no art. 701 § 2° do CPC/15. Todavia, a0 con- trario do que estabelece a regra em questao (desnecessidade de qualquer for malidade), quer nos parecer que 0 pronunciamento em questao é indispensavel. Entendemos ¢ 487 | do CPC/i5). V cumprimento da 0 positivo de pagar ainda que materiz alegando 0 cumpri amoldando-se 0 ot integral da obrigac trado no caso tem que desafia o méri Neste sentido, norérios de advog; pela submissao do Nao hé davida 0 de apelacao, n 5. ‘Cumprimento uma inovagao disposto no art. 7¢ do mesmo diplome cusao. Primeiramente tia em dinheiro, er pedido de parcela’ Deste modo, 0 obrigagao ou apre: 0 crédito do reque! acrescido de custas do remanescente : correcao monetai Para que se ut © crédito do reque inaugural. Esse cor bargos ao mandad Acresca-se a prestacao da obrig advogado. osigao de embargos Jo. Neste pomto, en- parte de exercer, no ‘existindo preclusao ento parcial da obri- que estabelece, em ‘0 em que os embar. dade dos embargos urcial, ou & possivel ante depois, dentro ? Entendemos, com ‘lusdo consumativa mento para a apre- desde que dentro ‘brigacao 0 devedor Nos termos do art. CPC/15. Na hipétese nto equivalente ao 108 advocaticios, sob © CPC/35), ineluindo ida » dos honorérios de deito de sua satisfa- do nao assinado 0 zacio 0 requerente ada obrigacdo des- 2vedor seja ouvido, redor, antes da de- salvo se nao tiver rado para que ana- 0 juiz determinara, ndo:se para a fase 35, Todavia, a0 con- le de qualquer for: o € indispensavel, A Tursta Monoan wo CPC/2015 Entendemos que ele tem natureza de sentenca que desafia 0 mérito (art. 487 | do CPC/15). Veja que 0 devedor, ao se curvar ao mandado monitério com 0 cumprimento da obrigacao, busca exonerar-se dela. Portanto 0 comportamento positivo de pagamento da prestacao pelo devedor cria para ele a pretensio, ainda que material, de se livrar da obrigacéo. 0 requerente, por outro lado, alegando 0 cumprimento apenas parcial impde resistencia 2 pretensao do réu, amoldando-se o objeto litigioso naquele caso (existéncia ou nao de cumprimento integral da obrigaco). Por conta disso, o pronunciamento exarado pelo magis: trado no caso tem contetido de sentenca (arts. 203 § 1° € 354, ambos do CPC/15) que desafia 0 mérito do proceso. Neste sentido, demonstrada a satisfacdo integral do credor, inclusive dos ho- nordtios de advogado, o Juiz devera proferir sentenca com resolucao de mérito pela submissao do requerido nos termos do art. 487 | do CPC/35, Nao ha diivida que, tanto em uma hipétese, como em outra o recurso cabivel € 0 de apelagio, nos termos do art. 1.009 do CPC/15. 5.2, Cumprimento parcelado da obrigacdo Uma inovacdo deveras salutar para 0 procedimento monitério consta do disposto no art. 701 § 5° do CPC/15, que estabelece a aplicabilidade do art. 916 do mesmo diploma, que disciplina a possiblidade do parcelamento legal na exe- cugao. Primeiramente, apenas as obrigacdes divisiveis de bens méveis (pagar quan- tia em dinheiro, entrega de soja, milho, algodao, agua etc) podem ser objeto do pedido de parcelamento legal pela propria natureza da prestacao. Deste modo, o requerido da acdo monitéria, no prazo para cumprimento da obrigacao ou apresentacdo de embargos ao mandado monitério, reconhecendo o crédito do requerente e comprovando o depésito de 30% do valor da execugao, acrescido de custas e de honorarios de advogado, podera requerer o pagamientu do remanescente em até 6 (seis) parcelas mensais € sucessivas, acrescidas de corregao monetaria e de juros de 1% ao mes, Para que se utilize do favor legal, é indispensavel que o requerido reconheca © crédito do requerente, em evidente comportamento de submissao ao pedido inaugural. Esse comportamento inviabiliza completamente a promocao dos em bargos ao mandado monitério diante da ocorréncia da preclusao l6gica, Aeresca-se a isso a necessidade do depésito prévio de, no minimo, 30% da prestacao da obrigacao, bem como das custas processuais € dos honordrios de advogado. Avram Carvcso (0s honorarios advocaticios referidos no art. 916 (art. 701 § 5°) nao se confun- dem com os honorarios fixados para cumprimento imediato da obrigacao (art. 701, caput, do CPC/15). Esses sao regidos pelo art. 85 do CPC, préprios do regime de sucumbéncia. Reforca-se, portanto, 0 nosso argumento alhures apresentado acerca da necessidade de fixacdo dos honorarios de advogado sucumbenciais caso 0 requetido no cumpra imediatamente a obrigacdo, evitando-se, assim, nova conclusao dos autos apenas para essa tarefa. ‘0 mesmo deve-se dizer sobre as custas judiciais (art. 82 § 2 do CPC/25). Nao nos parece adequado “premiar”, na mesma intensidade o devedor que cumpre imediatamente a obrigacdo, e que, por isso, recebe a isencao do ressarcimento das custas processuais, em relacao aquele que se vale do favor legal do parce: lamento examinado. 6 parcelamento nao poderd ultrapassar 6 (seis) parcelas, as quais sofrerao a atwalizagao pela correcao monetaria e juros de mora de 1% ao més, preser- ‘vando, com isso, a integralidade do crédito da parte autora. No tocante as obri gacdes de entrega de coisa mével divisivel, a atualizacao devera recair sobre 0 valor equivalente ao proveito econiémico da prestacéo remanescente. 0 pedido de parcelamento independente da assisténcia de advogado nos autos, podendo ser realizado por termo ou ato que o vallia, tendo em vista se tratar de ato de direito material, como repetido supra, cuja pratica dispensa a exigéncia de capacidade postulatéria® Questo ainda muito debatida na doutrina e na jurisprudéncia refere-se & configuracio, ou nao, do direito do devedor em realizar o pagamento parcelado da prestacao. Paulo Nasser e Welder Queiroz dos Santos, analisando 0 artigo 745-8, do CPC/73, sustentam, com apoio em festejada doutrina, que cumpridos os requisi- tos legais, 0 devedor tem o direito postestativo a obtencao do parcelamento: parece-nos mesmo que 0 parcelamento é um direito do executado, que podera ‘exercé-lo apés analisar os riscos de reconhecer 0 crédito do exequente. Em ver- dade, ‘nenhum executaclo, em sd consciéncia’, como observa Bruno Garcia Redon- do, “iria reconhecer o direito material do exequente ¢ abidicar de seu direito de defesa de mérito, caso 0 deferimento do parcelamento pudesse ficar a critério do juiz a despeito da observancia de todos os requisitos’. A andlise do risco deve DIDIER J Fecte et ol, Curso de DiretoPrecessualCil- xecuCH0, vol. 5,5. ed. ~ Salvador: Esitora Jus Pov, 2033 . 370 550 ser criteriosa jd « do direito de se « 01), todavia no sentido de qui postestativo do d mento da obrigac A questao me Atento ao dis do CPc/15, antes parcelamento leg parte autora sen 51. MASSER, Paulo Mag Fisco envoido: (PChig73 20 Novo os Tibunais, 20. 52. No mesmo sentido vera, curso de solar "& opgto aulzamento de fu cori, Tata se (weir conta fet (.) Preenctios ¢ hipotese normatw juries (aire pe Jursiconal, entre peculiar situa c dieito material ae 58. PROCESSO CM REL PARCTLAMENTO D0 POSSIBIUDADE, PRM aos aDvacsticos PRINCIPIO DA NOW R 2 Mao obstate, ¢ impupral, desde eterr@ parcel ‘ante vanajsa, a se do valor exeq Darcelas subseaue elo devedor, nos (Resp 126427298, 8 4. C.Re0ND0, run (PO: aspecos ‘guar (coor). bx 2022,p- 13:25, ite legal peo devedor § 59) nao se confun. 9 da obrigacao (art. proprios do regime Ihures apresentado gado sucumbenciais evitando-se, assim, § 2° do CPC/15). Nao ‘evedor que cumpre © do ressarcimento or legal do parce- 3, as quais sofrerao 1% a0 més, preser- No tocante as obri vverd recair sobre o lescente, 1 de advogado nos =tendo em vista se pratica dispensa a idéncia refere-se a gamento parcelado © artigo 745°A, do prides os requisi > parcelamento: “.. utado, que podera 2xequente. Em ver- runo Garcia Redon- de seu direito de ssse ficar a critério lise do risco deve Sahacior: Eaters jus ‘ATirei Monona vo CPC/2015, ser criteriosa j4 que, como se vé, 0 pedido de parcelamento implica abdicacéo do direito de se defender na execucao”*-”, 0 ST}, todavia, conforme o acérdao do RESp 1.264.272/R}, firmou entendimento, no sentido de que o parcelamento legal nao pode ser considerado como direito postestativo do devedor®, representando, na verdade uma “técnica de cumpri- mento da obrigacao fruto do exercicio de uma faculdade legal”. A questao merece andlise cuidadosa. Atento ao disposto no art. 916 § 1¢, decorrente da disciplina do art. 10, ambos do CPC/15, antes de qualquer deliberacao acerca do pedido da parte ré para 0 parcelamento legal do crédito é indipensavel que se dé oportunidade para a parte autora se manifestar a respeito™. 52. NASSER, Paulo Magalh2es etal, A postura ativa do devedor na execuclo ¢ 2 necessidade de andlse do isco envolvid: da retorma da execucs0 ao Projeto do novo CPC ExacucZo Civil € temas ans ~ do (PC/ag73 20 Nove CPC: estudes em Homenagem 20 professor Araken de ASS - Sd Paul Editors Revista os Tunas, 2014p. 85. ‘2 No mesmo sentido Fredie Didier Leonardo Carnekro da Cun, Paula Sarno eraga e Rafael Alexandra de Divelra, Curso de Dieta Processual Cl = Execucto, vol 5,5. ed. ~Sahador:Eitra jus Podivn, 2013 pp. 170/372. "kono do executaco pelo exercio desse dreto postestativo & comportamento que impede aluizamento de futures embargos& execurdo, para a disussio de qualquer fato até aquele momento ocorrido, Tata st de vedagio que se relaciona a0 principio que proibe o comportamento conraitério (venie contra fecum preprium)e, portano, est elaionada 3 protecdo da boa féabjetvae da conan. (2) Preenchios os pressupasios legals, 0 magistrado no pode indeterr 0 parcelamerto: vara-se de hipétese normativa composta por concets jriicamente determinndos . além asso a consequencia |uriaia (ireit postestativo do executato) no fica & cscriionaredade co magisirado. Podera 0 6r—30 jurslcional, entretato, exerendo seu poder geral de cautls, expr alguma garantia, em razfo de peculiar situagio do exeaado.” RE, Aus lunes Morti Ruggeri et all segue o mesmo entendmento, 0 direto material ao pagarneno parcelado, in Revista de Proceso, vo. 166, De, 2008, p. 377/80. ‘5% PROCESSO CIM RECURSO ESPECIAL, CUMPRIMENTO DE SENTENCA PARCELAMENTO DO VALOR EXEQUENDD.APLICACKO DO ART. 45: DD CPC. DOSSIBLIOADE.PRINCIPIO DA EFETNIDADE PROCESSUAL. AT. 47-8 00 CP. APLICAGRO SUBSIDIARIA. HIPOTESE DE PAGAMENTO ESPONTANED DO DEBITO. NAO INCIDENCA DA MULTA PREVSTA NO ART. 4s} § 4, DO CPC. HONORA. Ios ADVOCATE. DESCABMJENTO ANTE CUMIPEMENTO ESPONTANEO DA DRACAGHO VEICULADN WA ENTENGA PRINCIPO.DA NON REFORMATION EUS, VOLACKO DOS ARIS. 6s, 48 £535 DO CPC NAO CONFICURADA. 3. Nao obstante, 0 parcelamento da divia nao é direto potestatve do devedor, cabendo 20 crecor Impugné-lo, desde que apresente motivo justo e de forma fundamentada, senco certo que o uz poder’ delerr o pareslamerto se verfarattude abusiva do exequente, uma vez que tal proposta éthe bas ‘ante vaniajosa, a partir do momento em que poderd levantar imeditamente 0 depSsito relativo aos 30% do valor exequendo e, ainda, em caso de inadimplement, executar a ilerenc, hala vita que a5 Darceias subsequentes sdo automaticamente antecpadas e¢ inex'stente a possibiidade de impugracio elo devedr, nes termas dot §§ 2 e 3 da art. 745-4 (sp 12642728, Rl. Minstro LUIS FELIPE SALOMAO, QUARTA TURMA, juga em a5og/2012, Of 2/06/2012) 54 Cf EONDO, Bruno Garcia, Parcelamento da cébito na execucz0 "moratria~ ou “favor legal” do at. 745-4 4 CPC) aspecos polemics. In: DIDIER Je, Freie; CUNNA, Lecnardo Carneiro da; BASTOS, Antonio Adonias Aguiar (coord). ErecagTo e ccutela:esuos em Homenagem a José de Meure Rocha. Salvador: jsPodivm, 2023, p13 126, tem 6 Enbora oautorsustente a earacerizagio de diritopostestativo 30 parcelament lezal pelo devedor, assera que édireto do requerence ser ouvido previamente A decsto respectiva, 351 Avon Camano Em tese, é possivel imaginar hipotese na qual o credor demonstre que o cum: primento parcelado da obrigacao, embora fisicamente divisivel, seja totalmente imprestavel para sua satisfa¢ao (inadimplemento absoluto”). Normalmente, nas obrigacoes de pagar quantia € muito dificil imaginar um exemplo para tanto. Por outro lado, nas obrigagoes de entrega de bem mével divisivel, a pratica nos traz indimeros casos em que essa circunstdncia pode acontecer. Vejamos 0 caso de uma avenca de compra e venda com entrega futura de soja. Alcancado o termo para o cumprimento da obrigacao o vendedor nao pro- move a entrega dos graos. 0 comprador, por conseguinte, promove a acdo mo- nit6ria. 0 devedor, reconhecendo 0 direito do credor, depositando 30% do soja contratado € pagando os honordrios e as custas judiciais, requer 0 pagamento dos 70% restantes dos gros em 6 prestagdes mensais € sucessivas. Instado a se manifestar, 0 credor demonstra que a prestacao do devedor seria dirigida para ‘© pagamento de sua obrigacao com terceiro (obrigacao casada - operacao muito comum no agronegécio), j4 que se comprometeu a realizar a exportacao do pro- duto em data exata, sendo que, ultrapassado este termo ajustado, sua obrigacéo de entrega resolver-se-ia em perdas € danos (art. 395 do CC). Esta circunstdncia demonstra que 0 requerido nao possui direito potestativo em relacdo ao requerente para exercitar 0 parcelamento®. A andlise do pedido de parcelamento deve ter em foco a utilidade satisfativa da prestacao para 0 Fequerente quando do cumprimento integral da obrigacdo. € esse o elemento essencial para o deferimento ou indeferimento do pedido”, ‘Assim, muito embora o requerido tenha direito ao parcelamento legal, pode (0 requerente resistir, fundamentadamente, contra ele, demonstrando 0 perigo concreto de inadimplemento absoluto, e, portanto, inexisténcia de sua satistacao no plano material, quando do final do prazo do parcelamento. 0 pronunciamento que concede o parcelamento é decisao interlocutoria (art. 916 § 2, in fine, do CPC/15), sendo que somente com 0 cumprimento integral da 55. Uiiizamos neste pariular, os conceltos apresemtados por DINAMARCO, Cando Rangel, em seu clebre Insiuigdes de oireitoProcessual Civil, vol W,Edtora Malheiros, 2004, p. 5: “Corsidera se nadimplente 1 devedor que nao sasfa espontanenmente o dreto reconhecido por sentenca ov a obrigacao a que a lei atrbuir a efciia de tuo executivo (CPY/3), at. 80, par). Mas essa idéiaacomoda-se melhor no Conceto de mora que no de madimplemento, defnida aquele cme a stuacto do devedor que no efetuor 6 pogimentono tempo, ug, e forma convencionados (CC art. 394): no foi nem pod ter sido inten do lepisladoresgr que, para a execucd, exista uma stuacio de inodimplemento abso, que se caracterica pela impossbildade total edefinkiva de chegar& satstacao do direto (CC, ar. 395, par) ‘Cf MARINONL Luiz Giherme et.al, Citgo de Pracesso Chil comentado anigo por ago. So Paulo: Ei tora Revista dos Ibunals, 008, pp. 764747 st CL MARTIN 10, Marcos Sime, Art. 745-8 de CPC: “Favor legal” A usta Ho credo, nRevista de Proce. 50, vol. 170, abr/005, pp. 9/144 552 obrigacio avenca’ 1 do CPC/15). Note imediata do titulo verdadeira eficac imediato, J que Esse pronunciame lisando-o, até 0c) para a parte ré, ¢ Importante e» forense, A primeira de legais para o cum vedor depositou \ as custas e honor perior ao permitic a0 parcelamento, Antes de sim oportunizar manit podera concordat verdadeira trans autonomia das pé pendéncia (art. 26 Tendo em vis adequado que of co da transagao caso 0 reque ais, 0 juiz dera nhecimento do di 56 Neste setido €0 tri” op “favor Ie Carmeico da AST. «ie Moura Rocha. § bsenvdnca de gus evidentement, 0 ‘ave 0 jl intime ‘que 0 credor, ape preterindo ober ¢ do que apostar ne fe expropriagio. 1 ‘exequente (ar 6 ‘Tonstre que 0 cum- rel, seja totalmente Normalmente, nas plo para tanto. Por a pratica nos traz ‘ entrega futura de ‘vendedor nao pro- ‘omove a acdo mo: itando 30% do soja ‘quer o pagamento ssivas. Instado a se seria dirigida para a= operacao muito =xportagio do pro- ado, sua obrigacio direito potestativo analise do pedido Prestacao para o E esse o elemento aumento legal, pode ‘nstrando 0 perigo a de sua satistacao interlocutoria (art ‘imento integral da 2 Range, em seu célebre ‘onsidera se iradimplence 12 ou a obrigacio a que ‘acomoda:se melhor no > devedor que no efetwar ‘odia tr sido imeneho do ‘soo, que se caracteria 395, pany Der argo. Sto Paulo: Ed lor, in evita de Proces: A Tor. Mowromn wo CPC/2015 obrigacdo avencada haverd a prolacao de sentenca (com fundamento no art. 487 | do CPC/15), Note-se que essa decisao tem o condao de obstaculizar a formagao imediata do titulo executivo judicial, nos termos do art. 701 § 2° do CPC/15, com verdadeira eficacia suspensiva (art. 916 § 32) sobre o mandado cle pagamento imediato, j@ que seu cumprimento sera realizado sucessivamente em parcelas. Esse pronunciamento tem o condao impedir a continuidade do proceso, para lisando-o, até o cumprimento total da obrigacdo, ou o decurso da oportunidade para a parte ré, no processo de conhecimento. importante examinar, ainda, duas hipéteses que podem acontecer na pratica forense. A primeira delas diz respeito ao descumprimento de algum dos requisitos legais para o cumprimento parcelado da obrigacao. Nas hipdteses em que o de. vedor depositou valor inferior aos 30% exigidos por lei, ou entdo ceixou recolher as custas e honoririos advocaticios, ou postulou por parcelamento em prazo su perior ao permitido em lei, estaremos diante de situagdes em que nao ha direito a0 parcelamento. Antes de simplesmente indeferir 0 pedido de parcelamento, deve o julgador oportunizar manifestacao ao requerente, pelo simples fato de que ele, em tese, podera concordar com o pagamento da forma proposta, caracterizando, assim, verdadeira transacao%, tendo em vista a disponibilidade do direito debatido, a autonomia das partes para a autocomposicao decorrente do principio da inde- pendéncia (art. 166 do CPC/15). i Tendo em vista 0 ajuste autocompositivo das partes, quer nos parecer mais, adequado que o pronunciamento judicial proferido seja a sentenca de homologa- ‘do da transacdo entabulada entre as partes (art. 487 Ill “b” do CPC/15). Caso 0 requerente discorde da proposta em desacordo com os ditames le- gais, 0 juiz dera indeferir 0 pedido de parcelamento. Nesta hipdtese, 0 reco- nhecimento do débito pelo requerido acarreta a necessidade do proferimento SB Neste sentido € 0 enencimento de Bruno Garia Redondo, Parcelamento do débito na execu ("mors tora” ou “favor lega” o art. 745:A do CPO) aspects polémices in: IDIER J. rede; CUNKA, Leonardo Cameo da; BASTOS, Antonio Aonas Agar (Coord). Execucdo e cael: estos em Homenagem «José ‘de Moura Rocha, Sahador:usPodivm, 202, p. 11326, tem 7, comentando art. 745-4 do CPCI73:“R ino bservinda de qualqver dos pressunostos para o parcelamento,exgidos no art. 745 do CP, flmina, evidentemente 0 dieto do executado de obterofracionamento da divia. Nao obstamte, parece salutar {que 0 juz mime o exequerte para manifesta-se sobre o pedido de parcelamento é que nada impede ‘ue o credor, apesar de wero direto de ejelara propesta do devedor,resolva concordar com a mesma, Dreterindo abter o pagamento parcelado nos moldes ainda que equivocados) proposios pelo execulado, ‘do que apostar no ico do prosseguimento da execucto com a imprevsivel busca de bens para penhora fc expropriagto,Trata-se de consequénca do principio da ampia cisponibildade da execucao pars 0 fexequente (art 63), consstindo, ra ealidade, em verdacera transaelo." 553 Avrono Cavan de sentenga, declarando a formacao do titulo executivo judicial (art. 701 § 29). Note-se, que mesmo antes do inicio do cumprimento de sentenca, os eventuais depésitos realizados pela parte ré permanecerao constritos para sua posterior converséo em penhora na fase adequada, como estabelece 0 art. 916 § 4° do Pia, A segunda situacdo € a hipétese de descumprimento do parcelamento defe rido judiciatmente. Como referido acima, durante a execucdo do parcelamento, © procedimento ainda se encontra no processo de conhecimento, como referido alhures. Deste modo, 0 descumprimento do parcelamento deferido judicial, tem 6 efelto de caracterizar o cumprimento apenas parcial da obrigaao, devendo prosseguir 0 procedimento, com a formagao do titulo executivo judicial sobre valor remanescente, ipso iure, com a ocorréncia da mora Neste caso, ocorrera automaticamente os efeitos constantes no art. 916 § 5° do CPC/15, ou seja, vencimento de todas as prestacdes parceladas subsequentes € imposicdo de multa equivamente a 10% sobre o valor das prestagoes nao pa gas, sem prejuizo da aplicacao cumulativo do art. 916 § 4° do CPC/1s. Por fim, necessério investigar a possibilidade de parcelado parcial sentacéo de embargos ao mandado monitério também parciais. apre A l6gica do parcelamento parcial exigiria o reconhecimento apenas em parte da divida e 0 cumprimento dos demais requisitos legais sobre essa cota obriga cional. Ao examinarmos a natureza juridica do parcelamento, entendemos que se trata de direito subjetivo do réu (embora nao potestativo) que deve ser tempe rado pela satistacao material do credor. Note-se, por oportuno, que o pressuposto fundamental para o exercicio do direito do réu ao parcelamento é 0 reconhecimento integral do débito com 0 requerente. Caso contrario, faltara um dos requisitos legais para o exercicio do direito, sendo, por conseguinte, mera faculdade do autor concordar, ou nao, com a proposta de parcelamento (transagao) neste particular. Parcela significativa da doutrina entende de modo diverso, vendo no pai celamento parcial verdadeiro direito do devedor. Nesse sentido leciona CAssio Scarpinella Bueno: “Questo bastante pertinente, maxime quando enfrentada a luz das consideracdes apresentadas pelo nimero anterior, é a de saber se 0 executado pode requerer a ‘moratoria’ de parte da divida reclamada pelo exe. quente e apresenta ‘embargos execucio’ com relacio a outra parte. € facil ilustrar a hipétese com algum caso de ‘excesso de execugao’ ou ‘cumulagao inde. vida de execucao’ (art. 745, I; v. ne 63 do Capitulo 2). 0 executado quer pagar 0 que entende devido com as inegaveis vantagens clo art. 745-A, mas a execucdo é superior ao que deve e, por isto mesmo, quer impugnar a posicao de vantagem injustamente pretendida pelo exequente na forma adequada. A melhor solugao é 554 a positiva, eviden de fazer uso conc Como as iniciative recursar a possib so consumativa’ Inobstante o assim nao pode + 0 direito a0) estabelecidos no deres inexistente do autor, nomear salientamos. Note vé do disposto nm Aderimos, pc sobre o tema: “G go eo parcelam com o parcelam qualquer discuss a postura ativa, | ol. 03 7 64. re fo. MEDINA, José Mig embargose rela fe propia 0: orivea de aoe © [et3D eo prin legal” doar 45 195, Anon Ado Salvador: MsPod to dspesitvo 9¢ parte de debtor fe execcto. és parcelaéamente, prejdicaro dire Penamente poss ja que esario “parcelmento p ial (art. 701 § 2). nea, os eventuais vara sua posterior © art. 916 § 4° do arcelamento defe- do parcelamento, to, como referido rido judicial, tem vrigacdo, devendo 0 judicial sobre 0 25 no art. 916 § 5° das subsequentes estagdes nao pa- PCAs. lo parcial e apre- apenas em parte essa cota obriga: itendemos que se deve ser tempe. ra 0 exercicio do do débito com 0 a 0 exercicio do dar, ou nao, com 9, vendo no par- 4o leciona Cassio ido enfrentada a a de saber se 0 amada pelo exe- tra parte. € facil “cumulacao inde- tdo quer pagar o nas a execucao é so de vantagem melhor solugao é A Tuts Mowroiis wo CPC/2015 a positiva, evidenciado, 0 executado, no prazo respectivo, o seu intento € a razio de fazer uso concomitantemente dos embargos e do parcelamento do art. 745°A. Como as iniciativas ocupam-se de parcelas distintas da divida, ndo ha razao para recursar a possibilidade de seu uso nestas condicdes, sem que ocorra a ‘preclu: so consumativa’ a que se refere o ne 4, supra.”*-*. Inobstante o brilhantismos dos argumentos examinados, entendemos que assim nao pode ser. 0 direito ao parcelamento deve ser exercido de acordo com os limites legais estabelecidos no CPC/15, nao sendo razoavel alargar em favor do devedor po- deres inexistentes na lei, que podem ser exercidos mesmo contra os interesses do autor, nomeadamente em vista de sua satistaczo no plano material, como ja salientamos. Note-se que essa foi, ao que parece, a opcdo do legislador, como se vé do disposto no artigo 926 § 6» Aderimos, por conseguinte, aos argumentos de Paulo Nader e Welder Queiroz sobre o tema: “Com o devido acatamento, parece-nos que os embargos a execu- ‘do e 0 parcelamento sao hipéteses que se excluem, na medida em que se visa, com 0 parcelamento, abreviar a discuss4o sobre o crédito. Ou melhor, obstar qualquer discusso sobre o crédito. Citado, portanto, deverd o devedor adotar a postura ativa, ponderando de forma intensa e profunda acerca das vantagens 59. BUENO, Cassio Scarpinelia. Curso sistematizado de diréto processual civit: tela juiscicional executva, vol 03-7. rev. aual, - SHo Paulo: Sarava, 2x4 (Capitulo 3, tem 8). Go. MEDINA ost Miguel Garda, Cédgo de Processo Gil Comentado, 2. ed, So Paulo: Edtora Revita dos ‘unas, 2012, p, 925: “Indagase, no enanto, se & posivel ao executado,« um sé tempo, apresentar embargo erelaca 2 parte da dvi, requerendo 0 pagamento parcelado em relacdo parcela restate. [Aresposta a esta questo, a nosto ver, € posita. Segundo pensamos, deve ser privegads a solucto ‘we propicia 0 pagamento parclado da divda pelo executado, na mecida em que, com iss, eita-se a Dratiea de atos executives 0 que atende, a um sé tempo, o principio da menor restrigdo possivel ar, 620 [PCi7aD€ © principio da economia dos jizos” No mesmo senido REDONDO, uno Carca. Parcelamento do dito a execucao C-moratora” ou “tavor legat” do art 74s do CPO): a5pectos polémices. Ir: DDIER IR. Freie; CURKA, Leonardo Carneiro da; BAS 1, Artonio Aonias Alar (Coord,). recuse e cuter estudos em homenagem ajosé de Moura Rocha Saivador usPocvm, 2012, p. 15:26, item 7, compartiha da mesma posico: "Letura mats apressada 4 dispositive podera evar ao equivocado entendimento de que seria vedado, a0 executado, parcelsr parte da détito ¢ aaresentarcetesa em relagd & outa parte, caso entendesse presente, 0 exceSSO de execucio, Ese entendmento, contuda, no decorre da lee retringe odireta do executado de pagar, parceladamente, 2 quanti que entende devida Caso sea apresentado, pelo exequente, um requeriien- to executivo em valor excessive, superior ao realmente devido, nio pode esse erro seu (qué mis) Dreludicar o diet potestativa do executado de parcelar a quarsia efethamente devi, Penamente potsivl, patanto, 20 exectado, reconhecer parte do débito~e, quanto a esta, requerer 0 parcetaento apresentardefesa (emiargos)dirgia 3 parte restantea, que, ve, considere excessva ji que estario sendo atencdas, incisive, as exigncas dos 58 y+ e 5° do ar. 79-4. Nessa hipotese de “parcelamento parcial, evidentemente 0s embargos somerte poderio ter, como objeto, 0 excesso de executto resistive e, por isso, controverti.” 555 Ano Convio € desvantagens de pagar voluntariamente os valores demandados, fazendo uso do parcelamento, ou opor embargos a execucao e instaurar legitima discussao sobre serem ou nao devidos os valores objeto da execucao. Trata-se de situacao com dois extremos. Como diria Robert Dworkin, em sua célebre obra Talking Rights Seriuosly, algumas situacao sao ‘all-or-nothing’ - tudo ou nada. No presente caso, no que toca ao parcelamento, cremos que se o credor concorda com o montante que the € demandado, deve fazer uso do parcelamento, que é, na verdade, um incentivo ao pagamento breve e efetivo nas execugdes justas e, mais do que Isso € ndo menos importante, consiste em mecanismo voltado & efetividade da exe cucdo e & satisfacao do credor.”* Por fim, mister salientar que em razao da vedacao imposta pelo art. 916 § 72, sera impossivel a utilizagao do pagamento parcelado na fase de cumprimento de sentenga que vird nia sequéncia. 5.3. Inércia do devedor Outro comportamento vidvel a6 devedor 6 deixar de cumprir a obrigacéo e nao opor os embargos ao mandado, permanecendo em inércia. Neste caso, como disciplinado no art. 702 § 2° do CPC/15, “constituir-se-4 de pleno direito o titulo executivo judicial, independentemente de qualquer forma- lidade”. 0 novo diploma processual, novamente de forma propedéutica, esclarece a desnecessidace de novo pronunciamento judicial confirmatério da decisao inicial que ordenou ao requerido o cumprimento da obrigagao. Desta maneira, a condu- ta omissiva da parte ré, per se, tem o condao de transformar a ordem inicial em titulo executivo judicial, mesmo que sem sentenca especifica para tanto. Necessario notar que permanecendo em inércia, a parte ré clever arcar com os Onus sucumbencias conforme disciplinados no art, 82 § 2° e art. 85 do CPC de forma integral. Assim, & aconselhavel que na propria decisao inicial o magistrado jd fixe os honordrios de sucumbéncia para o caso de inércia da parte ré, obser vadios 0s critérios estabelecidos no art. 85 do diploma processual. 461. NASSER,Pavlo Magalhles et all, A posturaatva do devedor na execu e a necessidade de ailise do risco envalvido: da reforms da execucdo ao Projeto do novo CPC, in Execucio Cv e temas afns ~ do (PC/i973 a0 Nove (PC: estudas er homenagem 20 professor Araken de ASSIS ~ S20 Paulo Editora Revista fos tburals, 2014p. 858 556 Ainda, sendo belece a necessid excecoes prevista importante le do requerido, op« inicial, nos termos como previsto no 5.4, Embargos ac ‘A quarta op¢ monitério, Como j quer seguranca d monitoria, os res} dias para pagam' ‘Quer nos pat torio adotada pe ‘embargos deferic (2, Grassa ra dou tagio 20s enbar Jodo xista Lop ‘monit6r0, pp. 13 Paral, Aguas tri, 9. 2748 Me Figueiredo Tee ine Reva ce Pr Process, vol #8 Process, vl. 93 Inmeros sao os evi atzel S rmades,A reform tei ne 9079, dt 278; Jost Rog oaigo de Froce lel ms tials, Vt 8 agto mani até Cris Monti, Re Ins Revita de Pr nda, na quer testaco, vendo ‘ou cabranea es) Processo, vol. 2 dos, fazendo uso egitima discussao ata-se de situacdo obra Talking Rights No presente caso, a.com 0 montante +,na verdade, um mais do que isso vetividade da exe- pelo art. 916 § 72, > cumprimento de arir a obrigacao constituir-se-a de qualquer forma- utica, esclarece a da decisao inicial naneira, a condu ordem inicial em ra tanto. deverd arcar com art. 85 do CPC de cal o magistrado parte ré, obser: al. ssidade de anise do iil @ temas afns ~ do Paulo: Eitra Revista A Tureta Mowrdun wo CPC/2015 Kinda, sendo 0 requerido a Fazenda Publica, o art. 701 § 4» do CPC/15, esta. belece a necessidade da remessa necessaria (art. 496 do CPC/15), observadas as excecdes previstas no art. 496 § 3°. Importante lembrar que formado 0 titulo executivo judicial pela recalcitrancia do requerido, opera-se 0 efeito da coisa julgada material com relacao a decisio inicial, nos termos do 502 do CPC/15, desafiando, no prazo legal, acao rescis6ria, como previsto no art. 701 § 3° ¢/c art. 966 do CPC/15. .4, Embargos ao mandado monitéri [A quarta opcdo do requerido € a apresentacao de embargos ao mandado monitério. Como jA ocortia na sistematica do CPC/73, nao ha necessidade de qual quer seguranca do Juizo devendo a parte apresentar, nos mesmos autos da acto ‘monitéria, 0s respectivos embargos ao mandado, dentro do prazo de 15 (quinze) dias para pagamento. Quer nos parecer que a natureza juridica dos embargos ao mandado moni: trio adotada pelo CPC/15 € de acao”. Anténio Carlos Marcato pontifica que “Os embargos deferidos ao réu pelo art. 1.102¢ do Codigo em vigor [CPC/73] guardam {2 _Grassa na dovtrina grande debate sobre o tema, Destacam-se em defesa da natrezajuridica de contes tacdo aos embargos meritérios sod a de do CPCI; Aa Pele Grnover, Acdo Moritria, po. 24/28; Jodo Batista Lopes, Age Monitéra (Lei 9.079, de 1473095) 317 | E Careira ANim, Procedimento tmoniéro, op. 333/15; Cite Foraddar J, A reforma processial cui comentarios 20. 1302 Jos Amir ‘Amaral, Algunes consideracBes sobre a agio montéi,p. 253 Laérco Alexandre Becher, Os agio meni ‘iri, p. 274% Novely Wlanova da Siva Res, Agio moritéia nccacBes prétcas), pp. 302 © 203; Svio de Figuetedo Tetra, Cécigo de Precesso Cl anorado, 7. ed, p. 73: Wills Santiago Guerra, Ado Monta, ins Revista de Process vol. 83, Pp. fs: Sérgio Seiji shimur, Sobre a acdo moritra, in: Revista de Process, vol. 8, p. 58.¢ se Fernando César Zen, Aspects polémicos da 2ca0 monitéria, i: Revista de Process, vol. 01 p. 274/285, Inmeros sto os defensores da tese de que os emibargos ao mandado monitério tm natueca de acto: Anton Rata! Siva Satvacor. Ua A@20 MONON e 03 tle Ursula aerial, yp 30/3 Ergo Der iiides. Aretrma do CBdigo de Processo Civil, pp 76/17? € AcAo Monitria:pxmeiras impressDes sobre 2 tei re 9079, de 4,795 Estudos de creito processual Gul em meméria de Luiz Machado Guimaraes, 1.278 Jose Rogério Crna Tuc. Aebo Monitrla, a 12, p. 90; Cindido Range! Oinamarco, & reforma do Caio de Processo Civil» 168M, pp. 243/244: Donaldo Armeln, Aontamentos sobre a acto monitria, Lei m 9078/95, pp. 667, Humberto Theogoro I, Curse de Dieito Processual cil - Procedimeatos Espe ‘al, l,m L485, pp. 362 383 Vicente Creco Fh, Comentrios 20 procedimento sumério, a0 agravo 4 acio monitbria,p 4 ¢ Consideragdes sobre a acio monitri, i: Revista de Processo, vO 8. D185 ‘Antonio Carls Narcato, © procesto moritri brasileiro, pp 95/96: Elimpio Rocrigues Filho, Procedimento Monitro, in: Revista de Pracesso, vo. 84. 38 eS; Ernane Fdélis dos Santos, Procedimento Monitro, Ine Revista de Procsso, vol 8p. 24 ‘indo, hé quem detenda que os embargas moritéros no se enquandram no conceto dé aco ot de co testacio, vendo naturezajuriica de “medida impugratva incidental” HOFFMAN, Paulo. Monta eteva ‘ov cabranga especial? Uma proposta para que o process9 monitérioatnja seus objets, in Revista de Process, vol. 137, 9p. 176/182 587 Avon Camano similitude com os embargos & execucio fundada em titulo executivo extrajudi- Gal - e tém, com estes, natureza de aco -, dando vida, uma vez opostos, a um processo auténomo de conhecimento, incidente ao monitério, observados os tra- mites do procedimento comum ordinario. A sua natureza de acdo nao é afetada pelo fato de serem eles processados nos mesmos autos (..., pois nao compoem uma fase do procedimento monitério, nem tém, a evidéncia, os mesmos escopos dos embargos execucdo, pois sequer existe titulo executivo a ser impugnado. ‘Atua, isto sim, imediatamente no sentido de suspender a eficacia do mandado monitério (e essa € a consequéncia puramente processual), permitindo media- tamente a plena cognicao, a luz do efetivo contraditério entao instaurado por iniciativa do embargante, das matérias de defesa através deles apresentadas € de todas as questées suscitadas pelas partes.” Em decorréncia disso, cabe ao requerido promover 0 inicio do debate sobre possiveis vicios acerca do débito e de sua causa, lancando mao, como nao pode- ria ser diferente, de todas as defesas de que disponha, tanto as processuais (art. 337 do CPC/15), quanto as substanciais, diretas e indiretas, passiveis de alegacdo no procedimento comum (art. 702 §x1» do CPC/15). Mister verificar que 0 rito a ser observado na tramitacao dos embargos monitérios € 0 procedimento comum, com (quase) todas as suas caracteristicas. Haverd, portanto, a partir da ac4o do devedor, o aprofundamento da cognicao, podendo o julgacior rever a decisao inicial do procedimento monitério, se devi damente provada a inconsisténcia da verossimilhanca decorrente da prova que acompanhou a exordial do autor. Inovacao importante, que dé densidade aos princfpios da colaboracao (art. 6» do CPC/15) e da boa-fé objetiva (art. 5° do CPC/15), € a necessidade da parte ré indicar nos embargos o valor incontroverso, devidamente aparelhado com demonstrativo do débito e sua atualizacao (juros e correcao monetéria), como estabelece 0 § 2° do art. 702 do diploma processual. Regra equivalente jé consta ra disciplina da impugnacdo ao cumprimento de sentenca (art. 525 § 4° € 535 § 2° [contra a Fazenda PUblical), nos embargos a execucao (art. 917 § 3:) € nas agdes revisionais de obrigacdo decorrentes de empréstimo, de financiamento ou de alienagao de bens (art. 330 § 2. © art. 702 § 3° estabelece que se o devedor nao indicar 0 valor correto, ou entio deixar de apresentar o demonstrative do débito, o Juiz rejeitara liminar- mente 0s embargos, ou entao no conheceré deste fundamento, havendo outros. A rejeicio ou o nao conhecimento, entretanto, somente poderd ser proferida (63. MARCATO, Antonio Carlos. 0 processo mritério brasileiro, p. 9 558 apés a oportuni¢ do vicio - caso cc co ao principi Consolidand« 6e, primeira part reconvengéo em Sbvio, foi permiti do CPC/15) de pr monitoria ou con tituto nao se car sabemos, é espé dade, de uma es a conexao com 0 Importante imediata de efe’ disposto no art. salutar, neste pa dos rigores do tit esse, em regra, | Assim, 0 dey ca, exigida para eficacia do manc Diante da e multo processus prdprios autos « cutivo judicial 0 menos em 1° gre Entretanto, na medida de : palavras, instaut parte autora nos apenas essa par com sua efic (art. 702 § 7», in 64 Aracorvengio € (Sémuta 292, Ot 5, Ames mesmo acho merit, ado, xecutivo extrajudi- vez opostos, a um dbservados os tra- 340 ndo € atetada is nao compsem # mesmos escopos a ser impugnado, cia do mandado ‘ermitindo media- © instaurado por apresentadas do debate sobre como nao pode- + processuais (art Iveis de alegacdo © dos embargos 3s caracteristicas. anto da cognicao, ‘onitério, se devi te da prova que colaboracdo (art. fade da parte aparelhado com sonetaria), como valente jé consta 525 § 4 € 535 § 20 33°) e nas aces ramento ou de valor correto, ou “ejeitara liminar- havendo outros. “4 ser proferida ATureta Mownoan wo CPC/2015 apés a oportunidade de emenda (art. 321 do CPC/15), ou entao de saneamento do vicio - caso constatado pelo magistrado apés a resposta do autor - em aten- G40 ao principio da primazia do julgamento de mérito (art. 4° do CPC/5). Consolidando 0 entendimento lancado na Sémula 292% do ST}, 0 art. 702 § 62, primeira parte, do CPC/15 permite ao requerido/embargante a promocao de Feconvencao em face do requerente/embargado. A intencao do legistador, por Sbvio, foi permitir ao requerido a cumulacao de pedido nos embargos (art. 327 do CPC/15) de pretensio conexa (art. 343 do CPC/25) com 0 pedido principal da monitéria ou com fundamento da resisténcia dos préprios embargos. Esse ins- tituto nao se caracteriza, propriamente, como reconvencao, ja que essa, como sabemos, é espécie de resposta do réu procedimento comum. Trata-se, na ver- dade, de uma espécie extraordindria de cumulacao de pedidos, na qual se exige a conexao com o pedido monitério, repita-se. Importante salientar que com a oposicao dos embargos haverd a aplicacao imediata de efeito suspensivo contra a decisao inicial monitéria, por forga do disposto no art. 702 § 4° do CPC/15. Quer nos parecer que a regra é bastante salutar, neste particular, j4 que 0 documento que ampara a monitéria nao goza dos rigores do titulo executivo extrajudicial, ou mesmo do titulo executivo judicial, esse, em regra, proferido em cognicao exauriente € plena. Assim, 0 devedor diligente, independentemente de fundamentacao especif ca, exigida para os embargos a execucao (art. 919 § 1° do CPC/15) suspendera a eficdcia do mandado de pagamento com o exercicio da acao em tela. Diante da concessao desse efeito suspensivo ope legis inexiste qualquer tu- multo processual para a tramitacao dos embargos ao mandado monitério nos prdprios autos da monitéria, j4 que nenhum outro ato (formacao do titulo exe- cutivo judicial ou seu cumprimento) sera realizado até a solucao do litgio, a0 menos em 1° grau. Entretanto, os embargos ao mandado monitério possuem carga suspensiva na medida de sua correspondéncia com o crédito do requerente. Em outras palavras, instaurada controvérsia apenas parcial a respeito do crédito da parte parte autora nos embargos a0 mandado monitério, o efeito suspensivo alcancara apenas essa parcela. Assim, o mandado em sua fracaa incontroversa prosseguira com sua eficacia plena, constituindo-se titulo executivo judicial em favor do autor (art. 702 § 7», in fine, e art. 701 § 2, primeira parte, do CPC/15). 4. Areconvengae € abive\ na agi monitéra, aps a coaversio do procecimento em orcinso (Simua 29, CORTE ESPECIAL julzado em 05/05/2006, 03/05/00, p. 183) 65, Antes mesmo da edgio da Simula ZEN, fernando César j8 detendia 2 posiblidade de reconvencao na acio monitira,consderando que os embargos 20 mandado monitro tina natureza jr de cote tacio, 559 Aviom Cana Ao contrario do que se passa com a simples inércia da parte ré, em que a formacao de titulo executivo judicial se dé sem qualquer outra formalidade ou pronunciamento jurisdicional, entendemos que neste caso deve o magistrado indicar, por decisdo interlocutéria, a existéncia de parcela incontroversa do crédito e aplicar os efeitos inércia parcial, declarando a formagao do titulo executivo judicial nesta quota, tal qual acontece com a declaracao dos efeitos da reveli Este pronunciamento pode ser tomado de oficio, sem a provocacao da parte autora, j4 que a formagao do titulo executivo judicial, mesmo que em parte, € decorréncia legal da inércia (efeito da revelia) do requerido em opor-se ao man- dado inaugural. 0 pronunciamento € exigivel para que @ ocorréncia da incontro: vérsia nao fique ao encargo do requerente (credor), evitando-se assim, tumulto processual desnecessario com o debate no cumprimento, acerca da inexisténcia do titulo executivo judicial em decorréncia da controvérsia plena nos embargos a0 mandado monitério. Quer nos parecer que a decisto interlocutéria em comento poderd ser objeto de agravo de instrumento, nos termios do art. 1.015 Il do CPC, ja que refere-se a matéria atinente ao mérito, ao nosso ver, do processo monitério. Chamamos a atengdo para a redacao do art. 702 § 7%: " § 7° A critério do juiz, os embargos sero autuados em apartado, se parciais, constituindo-se de pleno direito o titulo executivo judicial em relagao & parcela incontroversa.” (destaque nosso). Obviamente a regra nao pretende que esteja ao alvedrio do julgador a constituicdo, ou nao do titulo executivo judicial sobre a parcela incontroversa do crédito. Como estabelecido acima, sua formacao € ope legis, sendo apenas conformada por decisao interiocut6ria para garantir a seguranca e eficiéncia do futuro procedimento executivo. Destarte, nao opcao, critério ou escolha do juiz a formacao do titulo executivo judicial sobre a fracao incontroversa no caso de embargos partials, jé que se trata de efeito do proprio mandado monitorio, Com efeito, a expressdo “a critério do juiz” contida no artigo 702 § 7° refere- -se & possibilidade, ou nao, de realizar nos mesmos autos e simultaneamente, a deducdo do procedimento comum dos embargos monitérios € 0 procedimento executivo da parcela incontroversa. Com o devido respeito, tanto ao legislador, como ao julgador que assim opte, é simplesmente impossivel realizar a adequada tramitacao processual, nos mesmo autos, de dois procedimentos completamente desconexos, 0 que, certa- mente, trara embaracos tanto para a tramitacao dos embargos e seu julgamento de mérito, como para 0 procedimento do cumprimento de sentenca da parte incontroversa e sua satisfagao, em evidente confronto com 0 disposto no art. 4° do CPC/a5. 560 Deste mode nosso sentir, que a0 mandado m: executivo com r Recebida a sua citagao, tenc vogado, para re: por contestagao Caso o requ tagdo da “recon entendemos qui bargado promoy de resposta, ent jo, pois sera efe CPCIa5) ou de p © crédito rediam Movendo 0 dido conexo}, 0 ao, excepciona Questo int dado monitério que influenciou apesar do contr embargos (ope julgador, sera 0 da demonstraga cargo, pois se at embargos devet Por outro la los processuais onus probatorio 7 os. Imterpretago pe dda semenga da hala a iterpost aRenio, Aton CRU ETUC, Jo moni, te e ré, em que a Formalidade ou € 0 magistrado controversa do nagao do titulo Go dos efeitos deagao da parte jue em parte, >por-se ao man iia da incontro- > assim, tumulto 1 da inexisténcia a nos embargos aderd ser objeto que refere-se a A critério do juiz, ndo-se de pleno rsa.” (destaque io do julgador a la incontroversa ss, sendo apenas ae eficiéncia do wescolha do juiz versa no caso de © monitorio. 1 702 § 7» refere- wultaneamente, a © procedimento zador que assim 10 processual, nos 405, 0 que, certa- € seu julgamento antenga da parte isposto no art. 4° ATureua Mourn wo CPC/2015, Deste modo, existindo parcela incontroversa de crédito, é indispensavel, ao nosso sentir, que o magistrado determine a autuacao em apartado dos embargos a0 mandado monitério, prosseguindo nos autos da monitéria 0 procedimento executivo com relagao ao titulo executivo judicial formado. Recebida a inicial dos embargos, 0 autor serd intimado, ja que desnecessaria sua citagdo, tendo em vista a sistematica procedimental e sua assisténcia por ad vogado, para responder aos embargos (art. 702 § 5°). Essa resposta sera exercida por contestacao (art. 335 do CPC), no prazo de 15 (quinze) dias. Caso 0 requerido/embargando apenas oponha os embargos, sem a apresen- tacao da “reconvencao” (rectius, cumulacao de pedido conexo) referida acima, entendemos que, embora haja previséo, em tese, para que o requerente/em- bargado promova a reconvencao aos embargos, ja que representa modalidade de resposta, entendemos que ele nao ostenta interesse de agir para seu mane- jo, pois sera efeito necessatio da sentenga de improcedéncia (art. 702 § 8 do CPC/a5) ou de procedéncia parcial a formacao de titulo executivo judicial sobre 0 crédito reclamado inicialmente na monitéria Movendo o requerido/embargante a reconvencao [rectius cumuulacao de pe- dido conexol, o art. 702 § 6, in fine, do CPC/15 veda o oferecimento de reconven- ao, excepcionando, assim, 0 disposto no art. 343 do diploma Questao interessante é a andlise do Gnus de prova nos embargos ao man- dado monitério. Como bem explica Antonio Carlos Marcato, a doutrina italiana que influenciou a disciplina do procedimento monitério entre nds, entende que apesar do contraditério ser instaurado por iniciativa do réu ao apresentar seus embargos (opposizione), abrindo espaco para a cognicao exauriente e plena do julgador, sera o autor da monitéria quem deverd arcar com o 6nus probatério da demonstracao do crédito reclamado, sem que isso comporte inversdo do en- cargo, pois se ao final houver davidas sobre a existéncia do direito reclamado os embargos deverao ser julgados procedentes”. Por outro lacto, existern Aqueles que defendem verdadeira inversdo nos po- los processuais dos embargos, devendo o embargante/requerido arcar com 0 Gnus probatério enquanto autor da demanda®. 6. interpreta pernitda a parr do disposto no at 702 § do CPCs, hipétese na qual ode curprimento da sentenca da parcela que 0 devedor resiou vencido poerd se realzada em autos em apartado, caso huaja a Interpasiqao do recurso de apelacao por quaisquer das pares. 67. MARCAT, AntBnio Carlos. 0 processo montéro brasileiro, p. $7 68 CRUZETUCC, José Rogério. Acao moritéia, 32, p. 90 ARMELN,Donao, Apontamentos sobre a acHo ‘monitri, Le m9 970/96, Pp. 68/657 561 Aven Canin Uitilizando-se as regras ordindrias de distribuigdo do énus de prova, quer nos parecer que 0 autor/embargado deveré demonstrar os fatos constitutivos de seu direito (art. 373 | do CPC/15), enquanto o réu/embargante tem o encargo de de monstrar a existéncia de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (art. 373 | do CPC/15). Perceba-se que no inicio do procedimento moni t6rio 0 requerente jé demonstrou, inobstante o tenha feito em cognicao sumaria, a verossimilhanca de seu crédito. Em razao disso, prima facie, a principal carga probatéria deve recair ao encargo do requerido/embargante com a finalidade de, no minimo, abalar a probabilidade do direito do autor da monitéria. E totalmente aplicavel aos embargos ao mandado monitério, diga-se, a regra inserida no art. 373 § 1° do CPC/15, que positiva entre nds a aplicacao da teoria dla carga dindmica do 6nus da prova. 0 dispositive permite ao magistrado a distribui- ‘ao do énus de prova de modo diverso do constante no caput e incisos do dispos: tivo (acima referidos) nas hipéteses em que haja: a) impossibllidade ou excessiva dificuldade para a produgdo da prova pela parte ordinariamente encarregada; b) ou maior facilidade para a parte adversa provar o fato. Com isso, visa-se flexibili zar o onus probandi da parte ordinariamente incumbida de prova diabolica, Lucas Buril de Macédo e Ravi Peixoto chamam a atencéo para a circunstancia de que embora a probatio diabolica tenha recebido atencao no tratamento do Gnus de prova de fato negativo - alegacdo bastante comum nos embargos ao mandado monitério - é necessario notar que nem em todo caso em que haja este tipo de sustentacao ocorrerd a distribui¢ao diversa do onus proband: “A aplica- ao da teoria dos 6nus probatérios dinamicos no nosso sistema vem em socorro dos jurisdicionados, tendo em conta as caréncias do processo estatico - 0 que dé azo a falhas na tutela dos direitos, especialmente os fundamentais processuais portanto nao se deve engessar (novamente) o procedimento através da regra, desta vez jurisprudencial, de que se tratando de fato negativo ha de se inverter ‘© onus probandi, Hi fatos negativos que podem ser provados, nao constituindo, por conseguinte, ratio para aplicacdo da dinamizacao do énus de prova. Deve-se proceder com cautela, pois ‘& primeira vista, parece impossivel a prova de um fato negativo definido e fato negativo indefinido, pois somente este nao pode ser objeto de prova””. & _ Edvardo Cambi lembra que a hinStese em camento nao € de versio do 6nus da prova que depende de andlise judicial (ope id), “porque 56 se pocera falar em inverse caso o Gus fosse estabelecido Dréva eabstratamerte. tia € 0 que acontece com técnica da disribucio dindmica que se di no caso fenkreta. 0 nagsirado continua sendo 0 gestor da prova, agora com poderes ainéa maiores, proquant, 20 Invés de parte do modelo clissico (an. 339173), para depos inverter 0 ontsprobond (COC, at. fine VD, cabe verficar, na caso conereta, quem esti em melhores condicdes de produzit a provae. estar, dsribuir ete Gnus entre a partes." CAMB, Eduardo, Curso de direto probatério, rvs 204 p.27 70. MACEDO Lucas Buri de eta, Onus da prova e sua dnamlzacdo usPodivm, 2014p. 168. Ao final a se ea impr pai Aprocedén téncia do débit« tituigao do tub) prosseguindo-st No caso de pros a declaracao de macao do titulo Como form com 0 escopo ¢ or aventureire dial ao estabele ede ma-té ese de ma-fé 0 juiz valor da causa. O elemento Go da ma-té p opcao legislativ, renciada em an para 0 maximo ue as partes a sempre, a boa que os magistra observaremo cx No tocante 85 do CPC/a5, 6. O RECURSO NITORIO O art. 702 § sentenca dos FA 0 recurso de prevista no art. 7. cfTHEDDORO pr. asst ———1~— prova, quer nos stitutivos de seu encargo de de- ativos do direito edimento moni- gnicao sumaria, principal carga ‘om a finalidade onitéria, diga-se, a regra sao da teoria da rado a distribui- tcisos do dispos- ide ou excessiva encarregada; b) « visa-se flexibili- 1 diabdlica. aa cireunstancia » tratamento do 9s embargos a0 mque haja este bandi: “A aplica vem em socorro Atico - 0 que da tals processuais ‘waves da regra, 4 de se inverter 4o constituindo, prova. Deve-se a prova de um te nao pode ser 1 prova que depende ‘us fosceestabelecida ica que se 8 no caso ‘ maiores, proquanto, us probendl (COC at produzira provae, rbatério, rus, 2014, 26 -ATureta Mowroua wo CPC/2015 Ao final a sentenga poderd ter trés resultados. A procedéncia, a procedéncia parcial e a improcedéncia dos pedidos dos embargos ao mandado monitério. A procedéncia dos embargos acarretard a extingao da declaracao de inexis- téncia do débito reclamado. A improcedéncia, por outro lado, acarretara a cons: tituicdo do titulo executivo judicial, independentemente do transito em julgado, prosseguindo-se 0 procedimento agora na fase executiva (art. 702 § 8 do CPC/15) No caso de proced@ncia parcial, ocorreré duplo efeito. Na parte acolhida havera a declaracao da inexisténcia do débito, parcialmente, e na parte rejeitada a for: macao do titulo executivo judicial, também em parte. Como forma de viabilizar a tutela da confianca no procedimento monitério, com 0 escopo de torna-lo instrument efetivamente célere e inibir sua utilizagio por aventureiros processuais, os §§ 10 € 11 do artigo 702 traz inovacao substan. ial ao estabelecer que caso 0 autor proponha indevidamente a acao monitoria € de ma-fé e se o réu opuser embargos 20 mandado monitério imbuido também de mé-fé 0 juiz os condenara ao pagamento de multa equivalente 4 10% sobre o valor da causa, 0 elemento essencial para a sancdo processual em comento é a caracteriza ‘do da ma-f6 processual (art. 80 do CPC/15) no comportamento das partes. Por opcao legislativa, tendo em vista o objetivo cle celeridade préprio da tutela dite renciada em andlise, houve a exasperacio da multa prevista no art. 81 do Cédigo para 0 maximo legal. Espera-se que este dispositivo represente um convite para ‘que as partes atuem de modo a respeitar @ comportamento probo, obsevando, sempre, a boa-fé objetiva” como verdadeiro guia de seus atos processuais € ‘que 0s magistrados, em geral, passem a aplicar a sangdo processual sempre que observaremo comportamento improbo das partes. No tocante aos nus sucumbenciais aplicam-se as regras dos artigos 82 § 2 € 85 do CPC/15, como s6i acontecer no procedimento comum. 6. © RECURSO CONTRA A SENTENGA DOS EMBARGOS AO MANDADO MO- NITORIO| 0 art. 702 § 9» do CPC/15, embora desnecessério, estabelece que contra a sentenca dos embargos a0 mandado monitério, terminativa ou definitiva, cabe- 4 0 recurso de apelacdo, repetindo, neste particular, a hipétese de cabimento revista no art, 1.009. 7A. G-THEODORO|R, Huribero etal, Novo CPC -Fundamentose sistematzaczo Rode enero: Forense, 25, 563 Avon Carne A indagacdo que se coloca, hd muito, sobre este ponto diz respeito aos efeitos da apelacao interposta em face da sentenca de improcedéncia e/ou de procedéncia parcial dos embargos ao mandado monitério. Sob a égide do CPC/73 a maioria da doutrina” e da jurisprudéncia’-* for: maram-se no sentido de que a apelagao desta sentenca deveria ser recebida no duplo efeito, tendo em vista a inexisténcia de previsao no antigo art. 520 que excepcionasse a suspensao da sentenca de 1° grau, ja que a leitura deveria ser “restritiva” acerca das ressalvas legais. Ainda no antigo regime estavamos alinhados com corrente diversa, que entendia que a sentenca de improcedéncia ou de procedéncia parcial deveria ser recebida, exclusivamente, no efeito devolutivo. Marcato ja sustentava que a inaplicabildade do efeito suspensivo decortia da aplicacao, por analogia, do disposto no artigo 520 V do CPC/73 (rejeicao dos embargos & execucdo). Salienta © professor paulista que “uma vez reconhecidas, a sua natureza de agao e as similitudes que apresenta com os embargos a execucio, nao se justtica, & luz da instrumentalidade do processo e da efetividade da tutela jurisdicional”” o enten- dimento acerca da atribuicao do duplo efeito a apelacao, Aderimos aos precisos argumentos de Ronaldo Frigini, ao salientar que “é preciso ponderar que o duplo efeito, por forca da inexisténcia de previsao ex- pressa no art. 520 do CPC{/73] acarreta a adogao de critério meramente formal ou legalista, afastando-se do justo perseguido pela ciéncia do direito processual em consoancia com os critérios constitucionais do proceso. (..) a rejeicao da defesa apresentada pelo devedor tem a poténcia de reforcar aquela conclusdo 72. Eduardo Talamin, Tutela Monitra,p. xs; Ernane Fides dos Samtas, Aedo MoniGra, p10; José Rogério Cruze Tuc cio monitiri, po odo Reber Parzat, acao mont, p. 21; Arete Inés Aurel, Rear sos em ago monitria Le 9.075, ce 1407.995, im: Revista de Proesso, vo. 03, p. 258 ss; Fava Maria Palavér Machado, ffeitos en que deve serrecebida 2 apelacdo na acho montéria, qando os embargos ‘no Ho recebis ou si0julgados improcedentes, i: Revista de Processo, vol. 212, p. 315 € 55. 1% Str Processual Cl Recurso Especial Embargos a Monitria. Apelacto. eitos. As hipoteses excepronais de recebimento da apelacdo no efeto meramente devolutvo, porque rest ‘vas de direitos, imitam se aos casos previsos em le. ‘os embargos 4 montéria nd so equiparaves aos embargos do devedor para fins de aplicao snagica «a regra que a estes determina sea a apelacio recebida 56 no seu eeito devolutvo. Rejeitados minarmente os embargos A monitéra ou julgados improcedentes deve a apeacio ser rece bia em ambos os efeitos, impedindo, 0 curso da acio monitéria até que venha a ser apreciadoo objeto os emargos em segundo srau de jrsciao. (tsp 207,280, Re, Ministra NANCY ANORIGH,TERCEIA TURMA,julgado em 37/05/00 D 2/06/2001, 9 1) 74 Veranda os arestos do ST] REsp 207.2668 RESp 207-70/5Pe RESP 70.4825. 75. Antni Carlos Marcato, 0 processo moritéic brasileiro, p. 10 564 originalmente tir Feu profunda a devedor Ga que tantum até ent existéncia do cr No CPC/a5, 0 hipétese da sent do monitério, au afastamento do 0 menciona suspensivo auto nitério somente que utilizacéo d Pensivo na apel de procedéncia que com a reje executivo judicie cumprimento de Esse € 0 en! Especiais - do Ct Ademais, 6 lar, Se na discip! dos embargos a legal poe pa de existentes entre nao havendo qu mal, para o trate IM do CPC/as reti ‘ou improcedent a extensio don embargos ao m condigdes no pl. 16 7. 78 Ronaldo Fin ssa € mesma reicdo da acto vo-po, acesad (an. 702,52).4 de ef susper diz respeito aos weedéncia e/ou de sprudéncia” for- veria ser recebida antigo art. 520 que eitura deveria ser inte diversa, que ia parcial deveria 4 sustentava que por analogia, do xecucao). Salienta eza de acdo e as = justifica, & luz da icional”* 0 enten: salientar que “6 a de previsao ex veramente formal 4ireito processual () a rejeicao da aquela conclusio ‘ta, p. 28; José Rogério svete ins Aurel, Recur 258 ess Fvia maria 2, quando os embargos 1p aisess ‘lutvo, poraue rest + de aplcacao analéyca ea apelago ser rece ‘ser aprecad 0 objeto 2001, 0} 2/06/2002, ATursta Mowrona wo CPC/2015, originalmente tirada dos elementos apresentados pelo credor, isto porque ocor eu profunda anélise dos elementos probatérios trazidos especialmente pelo devedor (j4 que o préprio sistema transferiu-the o 6nus contra a presuncao juris tantum até entéo existente), concluindo o juiz, destarte, pelo acerto quanto a existéncia do crédito e seu inadimplemento.”* No CPC/15, muito embora o rol do art. 1.012 lamentavelmente nao expresse a hipétese da sentenca terminativa ou de improcedéncia dos embargos ao manda- do monitério, quer nos parecer que o art. 702 §§ 42 e 8 se ocupam de garantir 0 afastamento do efeito suspensivo ao recurso de apelacao nestes casos. 0 mencionado § 4* do art. 702, na sua parte final, estabelece que o efeito suspensivo automético decorrente da oposicao dos embargos ao mandado mo nitério somente terdo eficdcia até o julgamento em 1° grav. Ora, quer nos parecer que utilizacio da expresso em destaque denota que nao subsitira efeito sus- pensivo na apelacao interposta contra a sentenca de improcedéncia ou mesmo de procedéncia parcial dos embargos. Ainda, 0 § 8 do mesmo artigo estabelece que com a rejeicdo dos embargos estaré constituido, de pleno direito, o titulo executive judicial, prosseguindo-se 0 processo nos termos do procedimento de cumprimento de sentenca” Esse 6 0 entendimento exarado pelo Enunciado ne 01 - Grupo Procedimento Especiais - do CEAPRO®. Ademais, € indispensével agregarmos outros dois argumentos neste particu: lar. Se na disciplina do CPC/73 havia diivida acerca da natureza juridica de acdo dos embargos ao mandado monitério, quer me parecer que 0 novo tratamento legal pde pa de cal na discussao. Por conseguinte, é inegavel as semelhancas existentes entre os embargos & execucdo € os embargos ao mandado monitério, nao havendo qualquer justificativa plausivel, que nao o rigor excessivamente for: mal, para o tratamento recursal diferenciado entre eles. Como cedico, 0 art. 1.012 Ido CPC/a5 retira o efeito suspensivo da apelacao contra a sentenca terminativa ‘ou improcedente dos embargos a execucdo. E, por conseguinte, indispensavel a extensao do mesmo tratamento legal dado aos embargos a execucdo para os embargos ao mandado monit6rio, pois estdo encontram-se em identidade de condi¢ées no plano horizontal. 76. Ronaldo Fig Dos efeitos do recurso no procedimenco monitrio, i: Revista de Process, vol 125, p. 262 ‘77. Essa 6a mesma conclso de Zulmar Duarte de Olvera junior Fersanv da Fonseca Gjardoni, A ress ‘clo da aco monitéria no Novo CP, eisponivel em

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