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RESUMO
INTRODUÇÃO
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Graduanda do curso de Pedagogia na Universidade Federal do Espírito Santo. Bolsista do
Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes: Projeto Educação (orientação/tutoria
da Prof.ª Drª. Valdete Côco - DLCE/PPGE/CE/UFES). Instituição de fomento: Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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local, desenvolvendo assim um movimento de parceria. Essa atuação conjunta
objetiva propiciar uma troca de experiências entre os graduandos, a instituição e a
comunidade.
Com as idas ao CMEI (realizadas uma vez por semana de agosto de 2011 a maio de
2012), pude observar aquele cotidiano repleto de dinamicidade e negociações,
resolvendo então centralizar meu olhar no momento das brincadeiras. Por esse
motivo, iniciei uma participação mais ativa durante as idas das crianças ao
parquinho, procurando brincar com elas e observar suas reações a partir da minha
imersão nas brincadeiras.
Realizando essa prática de brincar junto, minha pretensão foi analisar as principais
significações apresentadas pelas crianças com a minha participação nas
brincadeiras, observando também como elas agiam quando eu não brincava. Assim,
exponho neste trabalho um recorte dessas vivências, tendo como base meus
relatórios de extensão referentes aos anos de 2011 e 2012.
A BRINCADEIRA E O PARQUINHO
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como eixos norteadores as interações e as brincadeiras” (BRASIL, 2009, p. 4). Ou
seja, é papel dos centros ou unidades de Educação Infantil promover e estimular a
brincadeira nos mais variados ambientes da instituição, ação considerada elemento
fundamental para o trabalho pedagógico realizado na Educação Infantil.
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componentes (brinquedos, areia/grama) são resinificados/reinventados pelas
crianças, de modo inovador.
No decorrer dos dias, percebi que o momento de brincar no parquinho era o mais
esperado pelas crianças. Na tentativa de entender o motivo dessa preferência,
busquei observar e participar das interações presentes nesse espaço. Notei
primeiramente que a realização de atividades passava a ser condição para brincar
no parquinho, pois algumas professoras só permitiam a ida ao local após o término
das atividades de estudo, consideradas mais importantes do que o brincar.
Assim, aos poucos fui me interessando pelas ações dos pequenos no parquinho e
me envolvendo diretamente. Comecei a brincar junto com eles, participando das
brincadeiras em vez de somente observar. Sobre o brincar com as crianças, Moyles
(2002) assinala que para que haja interação entre crianças e adultos na brincadeira
é preciso que o adulto goste de brincar, valorize esse momento e se torne
companheiro das crianças na brincadeira.
Além de fazer parte das brincadeiras propostas pelas crianças, também propus
algumas. Os desdobramentos foram bastante satisfatórios, pois na maioria dos
casos, a brincadeira foi realizada posteriormente sem a minha presença, como
segue nos relatos abaixo:
Logo que cheguei, fui surpreendida pelas crianças: “Tia, você vai
brincar de castelo com a gente hoje”? “Tia, você vai no parquinho
com a gente”? Percebi, com essas perguntas, que eu tive um
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significado para brincadeira deles, já que eles lembraram da minha
participação na mesma e queriam repeti-la. [...] Fomos para o
parquinho e, chegando lá, brincamos um pouco de castelo e depois
de macacos da floresta no brinquedo de escalada [trepa-trepa].
Entretanto, a professora não quis que brincássemos mais lá, pois
achava o brinquedo perigoso. Então, fomos brincar no roda-roda e
depois na casinha (brincadeira em que eu era a fiscal da portaria da
casinha e as crianças tinham que falar a senha para entrar e descer
no escorredor). Assim, quem quisesse entrar na casinha deveria
dizer a senha (criança). Percebi que, na fila, uma ia dizendo para
outra que a senha era “criança”, compartilhando o ponto-chave da
brincadeira e utilizando a memória para tal. Na volta para a sala, uma
das crianças ficou na porta pedindo para as outras dizerem a senha,
fazendo o papel de “fiscal” como eu fiz anteriormente. (R.2 – 20 de
abril de 2012)
REFERÊNCIAS
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BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução
CNE/CEB nº5, de 17 de dezembro de 2009. Estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 18 dez. 2009.
FRANCISCO, Z. F. de. “Zê, tá pertinho de ir pro parque?” O tempo e espaço do
parque em uma instituição de educação infantil. In: Reunião Anual da SBPC, 58ª,
2006. Florianópolis – SC. Resumos. Disponível em:
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_764.html. Acesso
em: 24 de mai. 2012.
KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. Disponível
em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15860&Item
id=1096> Acesso em: 21 de out. 2011.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 9. ed. São Paulo:
Cortez, 2006.
MOYLES, J. R. Só brincar?: O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre,
RS: Artmed, 2002.