Você está na página 1de 4
NOTAS PARA UM CINEMA UNDERGROUND Flavio Moreira da Costa pais por situacdo, # nao (pelo menos par- fe alle) come programe palitice cu es ‘etico (0. Underground norte-amoricana sur- iu em fis da décodo de 50, coméco dos ‘anes 60 — e naquele momento. qualquer Cineosta jovem, num pais come 9 Brest, pereeberi, cama pereebeu, gue aquale movimento no apresentova uma soda G'posro, ent, a ser dado era’ cinema de gutor: 0 Newvelle Vague ‘paracie mals Em 1970, os ‘contingéncios histérieas UintensiticacSo ‘do ‘protesto da. juvertude ‘mundo, surgimento de novos gerocBes. © fclosGo ‘de crises politicas em ‘quase to fos 08 paises ete.) cbrigou a) um feaxs: the da situncdo: 9 Underoround potsou 9 {tr “uma side vel eine. mais quondo influeneiou cinastas srtundes 6a Resielle "Vague, come Jean-Lue Godard (One Plus One") € Jean-Marie Svoub No entanto, o industializecde v6! 96 har terreno. Mas cté 0 fim deste Eade, combgo de Bréxime, 0 Underground ‘Fm Cede Coragde um Punkal seré uma realidede entre és. A. indie tiie ¢"9 marginaismo. A indistro: 0 Srganisma “estese formondo | — talvez eaulvocadamente. Os" "primeios sito ‘mas! 3. morginelismo (05 OLTIMOS HOMENS 2 — Em especial, 0 cinema no inte reso. Nao é ura timples foe do efelo, dizer isso. he um mithéo de colsas que ineressam —~ 9 cinemo, uma delos {corigs em gerel © a acbo humane; a Gites do" Conhecimento” Mas, quem <> ‘hece elguine coisa? o Homers. Eo que Se conhece? 0 que importa #0 conhe Gimeno enquento humane. 0. homem ‘como fitte Ue Toles, coda vez mals lor ee, de cercepseo de. uma nova época Michel" Fouzquit diz que. “o.homem & Uma, invenc&o recente’ (2), mas na reo Nidade "somos mesmo. os utimos Homers ‘Ou os primeires mutantes (Um cinema cuja.iaéia. fundamental seja ode ae obter oitento. ou cern T= epitédio de José Rubens Siqueira ihées no. primeira semana de bilheteria ode interessar'——e certamente inferessa woos. seus financiedores, e098 demels lamentes que vive & usta de urn fle me, quase sempre. Sem 6 menor trebatho cnodor) DOMINAGRO 3 — A meso de mentagem & um ole- mento do dominogio, disse Godard Pore Marcuse, 9. propria’ Flosofig mB _possa 0 "Logos. de dominagdo™ (3). E a tee nica? € ela um progressc? No se deve Besconfice profundamente de suo utlize Bo (4)? Creto que sim. Ela existe, evi Gente, endo se deve negdla totalmente wo que seria ume ingenuidade.NBo se eve julger 9. teniea, mos. sua utilize $f. por padetes sstranhos ® eriac8a ar Histieg. Eo importincia excensiva. cue fe d3 9 ela — em select a9 cineme, Sobretudo — & porte’ de alienacdo ere Ee "por ela prépro. (5) ‘Cinema precisa de técnica, sim. Mos o técnica enguedre a ¢60 human, numa Supesto metedizacSo. Seu abjetiva maior ‘utopien, quess sampre — & 0 de. dor ‘maior multipletdade iberdade) “de cro ‘ers que jé se pensou nisse: © lier ture’ deixaria de. exist, da forma. cue fxise, se. ndo fésse Inventade a tiposre: fia? No entante, na’ Unido Sovistica co ‘mo. noe Estadoe Unidos, a melhor te ‘ture ctu vem eondo.publicade em mi midgratos (6) 5 SONHADORES BO ABSOLUTO 4 — 0s romanticos desta nova ere vestery ume cuita roupagem: 9 "epleen Yo substinuido pela’ anguetia da Era. At mica. €, por outro lado, comesam 0 se Scostumor coma utopis, enquonto re lidade pessivel Somss os sonhadores da absolute, Ex so. mesma ‘exprestds ol usgda. por Go. Gard em La Chinoiee™, por Sgonzerla em SO Bonide’ de Luz’ Vermeiho'" © por Séraio Bernardes om “Desespereto”. Tre te-se, na recidade, do titulo, de. um eo Pituio de “Poliqué et Crime”. de Hons. Magnus Enzenberger. (7) ‘Que’ significa ste? Sugere, pelo. me: ror uma recuso e uma erie de roves MAS, © CINEMA 5 — Nao interesse se Yves Montand & bom ofar ou no. hos sim_ of pal ‘ras €,08 situertes que Alcin Resnels Jorge. Serorun (cols oristas de excegso jue turoram, de certo lormo, © bloqueie Se" cinema. industrial fizeram_ Montond fe on demois atires (de "Lo Guerre est 'Néo ‘pretendemos, com of postulados ‘que teguiom, “dor ime vis8_Sesumans vindiferente_ do trabelho do. otor, mos © Cinema 28 pede ser 'a) cu um einema de equipe, dentro do sisterna industrial e, como tal, conce- endo crécitos a todox que’ atuam ha contecgB0. do produte, iver "otor principal", 'eoadjuvante" de coredon” eres ) cu um cinema de autor, que cor responda @ une. forxa.trensiterie.perfo- Tendo entre 5 © 10% do. cineme. em Sera ©) Qu um cinema que se foga & mer gem dos estrturas_ estabelecies, "seja ‘omador,” Underground, filmes domésticos Chome-films") ou filmes de contigdncio fou "hobby" (referimo-nos, no. ca00, 908 filmes’ de" sertoniste Nes! Notels. bre fs Indios rosters, que infellzmonte quasenipguam vie) © QUE & 6 — 0 cinema precisa ir um pours aldm do machismo da John Wayne, do frotiemo_do Brigitte Bordot, do. ties mode Elleabetn Taylor ou” dori cl Piro de Mazzorepi. E se fle @ uma arte Tletote com cept, cu trés_pontinhes, cu panto. de interrogacée) populr, sud Vitolidode molar stardom ‘ser pop-ort. Pose, como diz Susan’ Sontag, “eer ‘rt eneaminha maravilhoeae e moves ‘ms tures de attuce, que antigamante pare clon contradeses"" (8) Ersnatein. cvidio o= filmes er vitals ngo-vitais, Alen. Resnals dit algo. seme Ihonte: "Se fStte abrigade 3 defi e hema’ em duat palevsos, dia relociona mento « vitoldade” Certorente, nenhuim Giles stove pensoads em cinema indus rial) para Eicenstein, vitalidade. signi ceva 0 ritmo dioltice (montogem): pore Retnais, ¢ mentogem & relscionamenta, a vitolidade talento individu! ‘as © cinema de outer tem sido. uma concilogéo possivel — td quando? ‘Gada ver male or novos cineastes verseio frente a uma opc80 mais om Pls, mos radical. 0 cinema industriol 9a ndergrourd: CONTRACULTURA 7 — Um liveo recente, A. dio do Cinema’ (9), reine textos tworicos que frotam go cinema madera mas 0 ee emo 960 § ume ore moderna. desde Tomiare?, mas que, na fealidode, te iam grande Interdase em 1950 ou 1960. Porque tem poues colte 9 yer com 3 cinema contemporane®, Soreente tes tex fon tem elgume.impartancia — © nd0 or coincidéncia sao les eseitos pore Reasfes! Eisenstein, Resnois e Godard ‘Susanne. K. Langer, por exemple (9), pretence demonstrar 0 ‘que se sabe hd Frito terypar que 0 cinema oda tem a Ser com 8 teatro, mas sim com a narrat o\ (romance) Na tem side asta coisa C'histgna do ‘eineme do que a repetiese Paulo Village, em "0 Bondide da Luz Verrmsiho™ de Rogério Sgorzerla Hugo Carvana, Milton Gongalves, Maria Gladys © Nerme Bengeli:'"O Anjo Noseeu”, de. Joho. Bressone dot estruturas ecmanescos que vim do SEeulo. XIX (10). ‘Mas, urs dia, Godard reinventou mrontogem, "90. mesmo tempo ‘que es Muia@ norttiva, Heue algumae ten tative, antes dle: © expressionism le ‘do, Dzigo Vertov ¢ Sou “cino-tlho" 0 Slrrealiemo.froned: (SuAuel. sobretudo), fe tpesma multor filmae Underground on ferores a” "Acousado”. “A radiealzage0 Go procesto comegada por Godard mar: Sinema (11) “Anficineme: dentro. do_pancrame do contracultura. 0” Underground, que <0: "Beat Generation", no & gpenas me. vimente de cinema” iniciage. por Jones Wakes. nos péginas. de. "Film ‘Culture hoje, ume perspective cultural Cou fonticuiturad a culture underground, Ine fensificada por manifestacses. em todos fs setores crtisticos a presa.de Jock Kerouac ¢ “Wiliam Burroughs, poesia de Allen Ginsberg ¢ Lawrence Foringhett, Living Theoter, © Open Theater, @ ma: Sico Pop, a. Pop-Art. Andy Warhol, um Je sour iniciodores, € hoje urn dos p= ‘meiror cineortor underground, CONTRA CONSUMO 8 — As oposighes 0 tsse, tipo de ct: nemo soe v6o. ser cada vez mois ee novitévels."Cansure, ~ instiulcbes, ‘moioria de ertiea ete todos v0 so ie" Centra. “Mas ume. cutea pare da Grieg, ewe” pretends defondé-te, preci Sa ber a maneira de fozé-lo. Pare uma ow situacdo, uma nove erica “Fentonse explcar 9 marginalisme ‘co mo. efete poralelo a9. existencals: mo" (13). Como téda « flosofia do pbs juetra, 0 existencigliemo revela, 9 fun de, uma” moral "abolada pelo pessimis- imo. “Mas "9 problema ‘do atista. cone Terspordneo ‘nda é mat um problema. do pée-querta, contude algo do mais sue “peneris na histérie da. huranidede: € 0 Sparta “anteeipade, mas presente, do ‘ima tercewa.e definite guerra mun dal (13), Ngo é © néuseo, mas © hor ror atémica. ‘Reaitar 0| Underground pela porta das ‘peas anseitneias” nfs. vel. aerescentor nada’ o6 movimento. € inde) uma ate fide. de conaumidor’lberel [ANTICORPOS 9 — Hé um ortigo recente (ver tom= bm pota.n12) ae propee um exame Ee Nentncios mat pronase rer Sedo", porgue, sera. “recomandével”™ eo fitudo_€° 4 selegée" do tera. do time @ frodurie, Seite palin de um el Fo, nado" mais simples! adquiro um [otheutedor, preorems-o , com a8 coor Senedas que" det, entregvese ©. proketo Son nostor cinco Gu der aietores mai eo. Porece bio: & @ more da eriacdo esos “riveos de. viope” Indust felt expreso de" Sergio Augusto, se Shoveceror depresia demais da” Vora ene Wics © cinoma industrial deveré_ cree car, doveré tomar corpo 14). Ser Ine sitéve, ent, "gue se instola_ antieorpon Em sets organlaea. Esser ontlcorpas sr80 oF Unieoe porsbiidades de enoceo: pode. ‘Be or fen elton ern Casa, ev 7m coda aire, am16 nn, em 8 wirn, Sy conde rain stcna eperegonde Ue" vidotone sot anticorpos serSo_ © underground, © marginale LVALSINHAS 10 — Em_um conto de Machado de Asse, um violinsta sonha’ em se oper feigoar em misica

Você também pode gostar