POSSIBILIDADES DA BRITA DE ROCHAS GRANÍTICAS(GRANITÓIDES)
NO PARÁ
1- Conceito/Usos: Pedra fragmentada. Agregado graúdo obtido por trituração de rocha.
A classificação do tipo da brita é de acordo com seu diâmetro. É classificada de 0 a 5 em ordem crescente (granulometria). É muito utilizada na fabricação de concretos, grandes edificações, obras como barragens, pavimentação de rodovias e no lastro de ferrovias.
2- Influência dos tipos de brita: Segundo o geólogo, diretor do Ibracon (Instituto
Brasileiro do Concreto) e professor titular da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) Cláudio Sbrighi, cada tipo de estrutura pede um tipo de brita. “Tratando-se de uma estrutura de concreto para uma casa, a influência mineralógica da brita é relativamente pequena. Mas se a construção envolver edifícios, pavimento de concreto, obras de infraestrutura ou pré-moldados, o agregado certo otimiza o empreendimento”, explica. De acordo com o especialista, os pavimentos de concreto, por exemplo, precisam de uma brita que seja mais resistente à abrasão. “Neste caso, é muito melhor usar um granito ou basalto do que usar calcário, que tem baixa resistência abrasiva”, resume Cláudio Sbrighi, lembrando que no Brasil a grande maioria dos agregados para concreto britado tem origem em rochas ígneas, de onde procedem granito e basalto, ou de rochas metamórficas e sedimentares, de onde vem as britas de calcário. “São as principais famílias, a partir das quais se produzem 95% dos agregados para concreto no país”, comenta, completando que, “com exceção da região amazônica, os demais estados do país têm farta produção de brita. São Paulo responde por cerca de 30% da produção nacional. Outros importantes estados produtores são Minas Gerais (12%), Rio de Janeiro (9%), Paraná (7%), Rio Grande do Sul (6%) e Santa Catarina (4%)”.
3- Principais ocorrências de granitóides no Pará: No Nordeste do Pará, nos municípios
de Irituia, Ourém, Capitão Poço, Tracuateua, Bragança e Sta. Luzia do Pará. No sul/sudeste do estado, em Itupiranga, Marabá, Parauapebas, Xinguara, Pau D’Arco, Redenção e S. Félix do Xingú, além de outros. No Noroeste/Oeste do Pará, em quase todos os municípios da chamada calha Norte, incluindo diabásios de Almeirm/Prainha
4- Fatos relevantes: No Pará, especialmente na região metropolitana de Belém, muitos
editais para obras públicas admitem o uso do seixo lavado como substituto brita de granito, sob a alegação das empresas concorrentes de que o preço da brita é entre 300%- 400% maior que o do seixo lavado. As empresas de construção civil utilizam em larga escala nos edifícios residenciais de Belém o seixo lavado, pelos mesmo motivo.
A região produtora de seixo lavado consumido em Belém, situa-se nos municípios de
Ourém e Capitão Poço, no NE paraense a cerca de 150Km da capital. Os depósitos de granitos dos municípios de Ourém/Capitão Poço e Tracuateua/Bragança distam cerca de 150-200Km de Belém. Como só existe um produtor de brita que abastece Belém e a mina está em fase de exaustão, ele dita o preço. A concorrência seria salutar para um preço mais real, que inclusive passaria a concorrer com o do seixo lavado, eliminando a desculpa de seu uso em um grande número de obras públicas e particulares.
Por sua situação geográfica em relação ao grande centro consumidor da região
metropolitana de Belém, com infraestrutura rodoviária, energia elétrica firme e mão-de- obra técnica e primária disponível, o nordeste paraense se afigura como a melhor região para um empreendimento de brita de granito. Não podemos esquecer, ainda, o projeto aprovado, de extensão da Ferrovia Norte-Sul até Barcarena, que implica em alto consumo de brita de granito, específica pata lastro de ferrovia, além da pavimentação asfáltica de boa parte da malha rodoviária do estado.
Abaixo uma imagem de satélite, com a localização dos depósitos de rocha granítica em relação a Belém.