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O ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NO

PROCESSO DA INICIAÇÃO À VIDA


CRISTÃ

ESCOLA CATEQUÉTICA
FORMANDO DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS
REGIONAL SUL 1 CNBB – SP
21/07/2019
Síntese do discipulado e
missão!

•“Conhecer a Jesus é o melhor presente que


qualquer pessoa pode receber; tê-lo
encontrado foi o melhor que ocorreu em
nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa
palavra e obras é nossa alegria”. (DAp 29)
BATISMO
PESSOAL DIMENSÃO COMUNITÁRIA

CRISTÃO SOCIAL SUJEITO


ECLESIAL

COMUNIDADE QUE INICIA E ACOLHE


VAMOS DECODIFICAR NOSSO
ESQUEMA...
EM NOSSAS COMUNIDADES
ENCONTRAMOS:
COLABORADORES

CONSUMIDORES
A natureza nos ensina....

colaborador
(Orquídea)

consumidor
(cipó)
Compreendendo melhor....
•CONSUMIDOR: são aquelas plantas que se instalam sobre
outra planta ou árvore e se alimentam de sua seiva. Como
não conseguem nutrição suficiente por si mesmas, elas
encravam suas raízes no caule ou no tronco de seu
hospedeiro, atingindo o sistema vascular e retirando a seiva
de que precisa para nutrir-se.
•Já as EPÍFITAS/COLABORADOR: assim como as
consumidoras/parasitas, vivem sobre outras plantas ou
árvores. No entanto, mantêm uma relação de simbiose com
seus hospedeiros, o que significa que uma contribui com a
sobrevivência da outra.
EIS O NOSSO DESAFIO:

Leigo(a)
SUJEITO ECLESIAL
Sujeito eclesial
(Doc. 105, n.119)

• É aquele que mediante sua dignidade de


batizado é maduro na fé, testemunha o amor à
Igreja, serve aos irmãos e permanece “no
seguimento de Jesus, na escuta obediente à
inspiração do Espírito Santo”, tem coragem,
criatividade e ousadia para dar testemunho de
Cristo.
Para QUEM nosso agir
pastoral se direciona?
Qual imagem de Igreja transmitimos?
Qual experiência de Igreja vivemos?
Inquietação...

•“Não há homem nem mulher, que na sua vida,


não se encontra, como a mulher da Samaria, ao
lado de um poço com uma ânfora vazia, na
esperança de encontrar que seja satisfeito o
desejo mais profundo do coração, o único que
pode dar significado pleno à existência”
(Doc. 107, n.11)
Comunidade que acolhe...

•“Como Jesus no poço de Sicar, também a Igreja


sente que se deve sentar ao lado dos homens e
mulheres deste tempo, para tornar presente o
Senhor na sua vida, para que o possam
encontrar, porque só o seu espírito é água que
dá a vida verdadeira”
(Doc. 107, n. 38).
UM TEXTO PARA NOS AJUDAR:

•Lc 15, 11-32

•Papéis individuais e coletivos no


caminho da iniciação.
Lc 15, 11-32: uma leitura iniciática da parábola do
Pai misericordioso e seus dois filhos.
Passos do caminho de iniciação Interlocutores do caminho de
• QUERIGMA: iniciação
• O que sei sobre o Pai? • Família - comunidade
• Liberdade de partir. • Filho mais novo – Quem vai ser
• O Pai ou os bens do Pai? iniciado
• CONVERSÃO: • Pai – Catequista/Liderança
• Cair em si. • Filho mais velho – Quem já foi
• Decisão de mudar. iniciado/Comunidade
• Sabe o Pai que tem • Empregados: pessoas próximas ao
• ADESÃO À COMUNIDADE: processo, mas não
necessariamente comprometidas
• Ser acolhido/rejeitado.
• Filho mais velho: fechamento. • Festa: alegria de receber o iniciado
• Pai: acolhida, diálogo/não perder
nenhum.
PRIMEIRO CONTATO.....VAMOS LER NAS ENTRELINHAS:

•Lc 15, 11-12.17: existe um conhecimento. O pai foi


apresentado ao filho, foi anunciado.
•Recordando: “Quantos empregados do meu pai têm pão
com fartura...”(v.17). Ou ainda “não estava nosso coração
ardendo quando ele nos falava?”(Lc 24, 32)
•Paralelo: o anúncio é feito, Jesus é apresentado, mas como
ele é apresentado? O querigma não é simplesmente
“mostrar”, “indicar”, “relacionar”.
•Trata-se aqui de um anúncio que leve o outro a conhecer
por dentro, a olhar além, a despertar a curiosidade.
Querigma: uma evangelização
para o aprofundamento do
querigma
• EG 160: O primeiro anúncio deve desencadear também um caminho
de formação e de amadurecimento. A evangelização procura também
o crescimento, o que implica tomar muito a sério em cada pessoa o
projeto que Deus tem para ela.
• EG 161: Não seria correto que este apelo ao crescimento fosse
interpretado, exclusiva ou prioritariamente, como formação
doutrinal. Trata-se de “cumprir” aquilo que o senhor no indicou como
resposta ao seu amor.
Lc 15, 12-20: O FILHO MAIS NOVO...
•12: “Me dá a parte da herança que me
cabe...e o pai dividiu” (PEDIDO/ATENDIDO).
•13-14: “juntou tudo/partiu/gastou
tudo/festa/fome/necessidade” (LIBERDADE,
CONSEQUÊNCIA DOS ATOS).
•15: “Pedir trabalho/porcos/lavagem dos
porcos/fome” (HUMILHAÇÃO, DEGRADAÇÃO,
FUNDO DO POÇO/FOSSA).
• 17: “Olhar para sua realidade/recordar a casa paterna” (PROCESSO
QUE LEVA A TOMAR A PRÓPRIA VIDA NAS MÃOS. TEM FUNDAMENTOS
PARA COMPARAR, SABER O QUE ESTÁ PERDENDO).
• 18-20: “Vou me levantar, vou encontrar e dizer: pequei...não mais filho
e sim empregado....levantou-se e foi” (É MELHOR SER EMPREGADO
QUE ESTAR LONGE, DECISÃO/AÇÃO, CONHECER O CAMINHO).

• O FILHO FOI...PARTIU...MAS SABIA PARA ONDE VOLTAR:” A QUESTÃO


NÃO É SAIR, MAS TER MOTIVOS PARA VOLTAR”
CONVERSÃO: CAIR EM SI...

•A dinâmica da IVC envolve aspectos subjetivos,


interiores, ou seja, a iniciação atinge a personalidade
no seu íntimo e na sua própria constituição. O iniciado
é um ser transformado, sofre uma mudança radical na
ordem de seu ser e de seu estatuto no grupo social e
religioso.
OLHAR PARA O PAI...

• 20-24: “Saiu correndo..abraçou...cobriu de beijos...organizou a


festa.
✔ TÚNICA(22): vestiu novamente o filho. Devolveu a sua
dignidade// Gn3,21: estar nu é humilhante, cobrir = cuidado
de quem ama! DEVOLVE A DIGNIDADE DE SER HUMANO!
✔ ANEL(22): identidade de FILHO, pertence ao seio de uma
família, um SELO, uma MARCA. RESGATA O STATUS DE
FILHO!
✔ SANDÁLIAS(22): andar descalça é para escravo. Ele é FILHO,
não depende da “boa vontade”, da “esmola” dos outros.
RESGATA A LIBERDADE, DEVOLVE O DIREITO DE SER SENHOR
FESTA!!
•23-24: O reencontro gera alegria.

•A IVC quer resgatar a dimensão festiva da vida. A


comunidade é lugar de vida, de partilha.

•Aqui vale recordar um ALERTA do Papa Francisco na


EG:
•EG 83...
•Em nossas comunidades corremos o risco de “desenvolve-se a
psicologia do túmulo, que pouco a pouco transforma os
cristãos em múmias de museu”.

•Encontrarmos cristãos que “desiludidos com a realidade, com


a Igreja e consigo mesmos, vivem constantemente a tentação
de apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se
apodera do coração como “o mais precioso elixir do
demônio”.
•EG 167: é bom que a catequese (e toda a ação
evangelizadora da Igreja) preste uma especial
atenção à “via da beleza”: anunciar Cristo significa
mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não e algo apenas
verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de
cumular a vida de um novo esplendor e deu uma
alegria profunda, mesmo no meio das provações.
ADESÃO À COMUNIDADE:
ficar...mas... Qual a motivação para
ficar?
• FILHO MAIS VELHO: 25-30: voltou do trabalho, escutou a música, entendeu que era
festa, quis saber o motivo e....FICOU COM RAIVA!.....reclama que sempre ajudou o
pai e nunca foi beneficiado...

• PERTENCER À COMUNIDADE: qual o rosto da minha comunidade. Qual o motivo


para viver em comunidade? Nossas comunidades cativam ou afastam? Acolhem ou
repelem?
• Por vezes o discurso de que “o iniciado deve engajar-se na comunidade, assumir seu
lugar de cristão batizado” pode esconder uma atitude do que “estão dentro” que
favorece mais o afastamento que a proximidade. Lembremos o ALERTA do Papa
Francisco:
•EG 168: mais do que como peritos em diagnósticos
apocalípticos ou juízes sombrios que se comprazem
em detectar qualquer perigo ou desvio, é bom que
nos possam ver como mensageiros alegres de
propostas altas, guardiões do bem e da beleza que
resplandecem numa vida fiel ao Evangelho.
Qual modelo de comunidade
apresentamos aos iniciantes?
A Dimensão comunitária da
Iniciação à Vida Cristã

Livro: Pequenas comunidades, lugares de iniciação à vida Cristã


(Edson de Bortoli, Edições CNBB, 2017)
• A transmissão da fé apresenta-se, atualmente, como um grande
desafio eclesial que precisa ser assumido, a fim de que as pessoas
possam efetivamente ter uma experiência com Jesus Cristo.
• A I.V.C com inspiração catecumenal se mostra como uma boa
proposta para a transmissão da fé nos tempos atuais. Este modelo
iniciático tem a comunidade eclesial como elemento fundamental.
• O processo iniciático religioso é responsável não apenas por
transmitir ao indivíduo um conjunto de esquemas de determinada
religião, mas também por situá-lo em um novo papel social, o que
evidencia a íntima relação que há entre iniciação religiosa e
comunidade.
•A iniciação religiosa é expressa por ritos, conhecidos
como ritos de passagem[...] pelos ritos de iniciação
religiosa, o indivíduo entra no âmbito do sagrado ou
na vida religiosa, na comunidade ou grupo dotado de
valores espirituais.
•O indivíduo é responsavelmente inserido na
comunidade, supondo-se também a recíproca
solicitude dos membros deste grupo.
Três fases pessoais que são permeadas de
caráter comunitário:
✔Fase da ruptura: acontece um processo de
desestruturação em que se dá a passagem de uma
situação estrutural para outra que começa.
✔Fase da prova: o candidato é submetido a testes a fim
de se purificar simbolicamente. Ao mesmo tempo que
deixa a existência anterior e é socializado ao grupo.
✔Fase da reestruturação/reintegração na comunidade:
o iniciado se torna como que uma nova pessoa.
Renasce em um modo de ser que lhe permite ser
alguém que conhece seu grupo.
• A iniciação sempre é dirigida por membros da comunidade com
experiência aprofundada depois de um longo processo de
aprendizado.
• É a renovação periódica dos elementos que constitui a estrutura que
confere identidade à comunidade e regenera a vida religiosa coletiva
• Podemos dizer que: a comunidade inicia e a comunidade recebe.
• Podemos “desenhar” da seguinte maneira
NA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ NA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
A COMUNIDADE NÃO É.... A COMUNIDADE PRECISA SER
COMO...
Trata-se de um processo de
conversão pastoral...ou de
conversão eclesiológica...
Igreja de Cristandade... Uma Igreja voltada para si.
Que se movimenta e atua
pela força da tradição.
Não precisa ir ao povo,
pois o povo vem até ela.
Voltada para servir o povo
cristão.
Tudo era pensado em
vista de conservar,
defender e fazer progredir
a fé cristã.
✔ Uma Igreja peregrina, Igreja missionária
desinstalada,
samaritana.
✔ Uma Igreja
misericordiosa com o
Evangelho no
coração e na mão.
✔ Uma Igreja de
comunidades.
✔ Uma Igreja que parte
de Cristo e o leva até
os mais distantes
Igreja casa da iniciação à
vida cristã •Formação continuada
(Doc. 107, 247) •Compreensão da importância
da I.V.C
•Valorização da dimensão
litúrgica
•Pastoral de conjunto
•Promoção da unidade dos
sacramentos de I.V.C
•Articulação entre o processo
de I.V.C e missão da
comunidade eclesial
Urgente...

•“Que a I.V.C seja um eixo unificador, uma


bússola que direciona os esforços de toda a
Igreja no Brasil, em sua tarefa de renovação
pastoral para maior fidelidade à missão que o
Senhor nos confiou”.
(Doc. 107, 248)
• O catecumenato é um tempo para o catecúmeno entrar em
contato com a comunidade cristã, familiarizar-se com seus
símbolos e com sua gente, por meio da progressiva experiência
da fé, da liturgia e da prática da caridade.
• Dois elementos se destacam no processo catecumenal:
✔ O primeiro é o itinerário pessoal, que inicia quando o
indivíduo, buscando encontrar o significado para as
realidades humanas.
✔ O segundo é o âmbito comunitário. É a comunidade
concreta de fiéis que ouve a Palavra de Deus. É a
comunidade concreta de fiéis que ouve a Palavra de Deus,
interroga-se, amadurece em sua própria fé, busca a
conversão, se reconhece como comunhão, celebra a
liturgia e dá testemunha na sociedade.
A comunidade e o
Itinerário catecumenal.

A comunidade nos tempos do catecumenato.


Pré-catecumenato ou Querigma
• Este tempo privilegia tudo o que expresse a acolhida da comunidade de fé,
que valoriza aqueles que vêm ao seu encontro. Para muitos, na verdade, o
pré-catecumenato consiste no primeiro contato com a comunidade cristã.
• Este tempo apresentará ao simpatizante o rosto da Igreja, que poderá lhe
expressar o mistério que vive com um testemunho convicto, de modo que
o simpatizante se sentirá atraído a tomar uma atitude fundamental em sua
vida.
• O simpatizante perceberá que se torna impossível a experiência de Deus
sem a comunidade eclesial.
• A maneira como se dá a acolhida inicial por parte da comunidade é
fundamental para a continuidade de um processo de iniciação, fator este
que evidencia a importância da experiência comunitária neste tempo.
Catecumenato
• A introdução dos catecúmenos na vida de fé da comunidade cristã não é
feita apenas conceitualmente, mas sim, celebrando a sua liturgia.
• Junto à comunidade, o catecúmeno conhece experimentando e
experimenta conhecendo.
• Deste modo, o aspecto comunitário se destaca. Ajudado pela comunidade
eclesial o indivíduo já é, por meio dos ritos litúrgicos apropriados,
gradativamente purificado e protegido por Deus.
• Além da dimensão litúrgica/celebrativa, neste tempo o aspecto
comunitário também é evidenciado ao catecúmeno no destaque que se dá
ao compromisso de ação que este deve ter. Isso se torna presente, seja no
sentido de ajuda à própria comunidade, seja no comprometimento com
ações que levem à transformação da sociedade.
Purificação e Iluminação
•O caráter comunitário desse tempo é reforçado pelo rito da
Eleição. Os aspectos comunitários desse rito:
✔O ministro que, em nome da comunidade, pede
oficialmente que os catecúmenos sejam recebidos aos
sacramentos da iniciação.
✔Na eleição é fundamental o parecer da comunidade.
✔Quem faz a eleição e avalia a opção fundamental do
candidato é a comunidade.
Mistagogia
• A comunidade é elemento importante para que o tempo da
mistagogia seja eficaz, pois, neste período, os neófitos irão acorrer
junto à comunidade para reforçar seus laços, sentir-se membros
participantes entre aqueles que vivem a fé como a razão de ser de
suas vidas.
• Uma das principais finalidades da mistagogia é engajar os
recém-batizados na comunidade de fé, ou então, como apresenta o
RICA, leva-los aos aprofundamento das relações com a comunidade
dos fiéis.
• Também se busca inserir na comunidade os padrinhos e aqueles que
acompanham com afeto e amizade os primeiros passos dos neófitos.
Comunidade cristã: sujeito
da evangelização
Igreja casa da iniciação à
vida cristã “Sujeito indispensável
dos processos de I.VC. é
toda a comunidade
cristã [...] o processo de
I.V.C requer a acolhida,
a responsabilidade da
comunhão [...] a
Iniciação dos chamados
ao discipulado se dá
pela comunidade e na
comunidade” (doc. 107,
n.106).
• A comunidade é o primeiro ministro da iniciação à vida cristã, isto é, o
catequista por excelência, pois é referência para a catequese poder
comunicar a mensagem do Evangelho vivida em situações concretas.
• A comunidade cristã é sempre convocada a ser sujeito da evangelização.
• A metodologia catecumenal deve ser entendida como uma estrutura
ministerial em rede, baseada no espírito da complementariedade e da
interdependência.
• É preciso compreender a evangelização como processo, o que significa que
pastorais, comunidades e movimentos apenas serão evangelizadores se
estiverem concatenados entre si e buscando o mesmo objetivo.
• A comunidade cristã não apenas dá e transmite muito aos iniciados, mas
também recebe muito deles.
• É preciso uma conversão pastoral: todas as frentes pastorais se tornam
responsáveis pelo anúncio e pelo reanúncio de Jesus Cristo.
Precisamos falar de:
PASTORAL DE CONJUNTO
O QUE É PASTORAL DE
CONJUNTO?
•A integração total de todas as forças vivas da Diocese ou das
Paróquias, que tenham como objetivo a atividade pastoral e
evangelizadora de todos os membros da comunidade eclesial.
•Por integração total, se compreende a busca e a realização da
plena unidade de todas as opções pastorais existentes na
Diocese ou nas Paróquias.
•O principal órgão, que representa e encaminha a Igreja local na
implementação da Pastoral de Conjunto, é o Conselho
Diocesano/Paroquial de Pastoral.
•A pastoral de conjunto é muito mais que um método ou modo
de trabalhar: é um estilo de vida que requer, e ao mesmo tempo
gera uma mística e novo modo de ser comunidade.
•Não é uma nova pastoral a ser implantada na Igreja,
nem uma Pastoral específica, alinhada às outras
pastorais.
•Nasceu na trilha de renovação eclesial efetuada pelo
Concílio Vaticano II, a partir da compreensão de que a
Igreja é uma rede de comunidades de irmãos e irmãs,
cuja ação pastoral se dá de forma global, orgânica e
articulada.
•Trata-se de uma mentalidade, um espírito que norteia a
ação evangelizadora das paróquias.
•O objetivo da Pastoral de Conjunto não é padronizar as pastorais
nem desfigurar a variedade dos dons, carismas. É afastar as
divisões, omissões e ausência do espírito comunitário, conduzindo
a um desenvolvimento progressivo, ordenado e eficaz da atividade
missionária da Diocese e das Paróquias.
•A busca da unidade não abafa a criatividade nem a ação do
Espírito Santo. Deve haver nas Dioceses e Paróquias normas gerais
que afastem critérios e mentalidades diferentes, que somente
fazem originar erros, confusões e medos.
•Cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e
objetivos específicos, coloca-se em sintonia com as metas que a
Igreja com um todo deseja alcançar.
•Assim se configura a espinha dorsal, na qual
fraternalmente se equilibram os membros do Corpo de
Cristo, que é a Igreja, dispostos a caminhar numa
perspectiva da pastoral orgânica;
•aposta-se na eficácia dos Conselhos de Pastorais como
instrumento articulador da evangelização;
•estudam-se e aplicam-se os planos pastorais das
dioceses;
•renuncia-se as interpretações pessoais, do subjetivismo e
do espontaneismo;
•Abandona-se o espírito de “grupismo”, as pastorais isoladas
entram numa salutar crise de identidade, que as reconduz ao
núcleo de uma ação missionária pautada pela sociedade e pela
ajuda mútua;
•Desmontam-se os esquemas internos de competição e
concorrência pastorais.
•O estabelecimento de metas comuns na evangelização,
aplicadas com criatividade, senso de comunhão e pertença à
Igreja, pode concretizar o ideal da “unidade na diversidade”.
•As diferenças de leitura e interpretação, necessárias à
contextualização dos planos nas distintas realidades nas quais
estamos inseridos, são insignificantes diante da fé comum que
professamos.
Um caminho a ser percorrido
(doc. 107, nn. 55-61).
•Os sinais dos tempos, lidos à luz da fé, exigem de nós
humildade, atitude de acolhida, criatividade e
capacidade dialogal que, a exemplo do que aconteceu
no encontro entre Jesus e a Samaritana, possibilitem um
itinerário que facilite a caminhada rumo à conversão
pastoral. É preciso estar em um constante movimento
de saída, de gestação permanente, sem nos apegarmos
a um modelo único e uniforme.
•A mística é a entrada nesse movimento de busca de
Deus, que para a fé cristã, concretiza-se no encontro
com o outro.
•O importante é cultivar a mística do encontro,
fazendo com que nossos interlocutores sejam
auxiliados, não tanto a ouvirem e falarem sobre
Deus, mas sim, a ouvirem e falarem com Deus.

•Bento XVI: “não se começa a ser cristão por uma


decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo
encontro com um acontecimento, com uma Pessoa,
que dá novo horizonte à vida e, com isso, uma
orientação decisiva”.
•O processo de conversão pastoral que temos diante de nós
exige uma ação pastoral centrada num primeiro anúncio do
essencial da fé, que chamamos de querigma. Ele ocupa o
centro da atividade evangelizadora e de toda iniciativa de
renovação eclesial.
•O processo continua por uma ação pastoral mistagógica. A
mistagogia é uma progressiva introdução no mistério pascal
de Cristo, vivido na experiência comunitária. Neste âmbito
as celebrações litúrgicas desempenham um papel
importante.
•Fazer da Igreja uma casa da Iniciação à Vida Cristã é um
caminho necessário para a evangelização no contexto atual.
DESAFIO!!!
•“A Iniciação à Vida Cristã e a formação contínua com
inspiração catecumenal se apresentam hoje como desafios e
oportunidades extremamente importantes, uma obra a ser
realizada, por toda a Igreja, com dedicação, paixão formativa
e evangelizadora, com coragem e criatividade. Não se trata,
porém, de uma pastoral a mais, e sim de um eixo central e
unificador de toda a ação evangelizadora e pastoral. Tem
como objetivo a formação inicial e, ao mesmo tempo,
permanente do discípulo missionário de Jesus cristo, para
viver e anunciar a fé cristã no coração da civilização em
mudança”. (doc. 107, n. 76)
É PRECISO....
•Envolver a comunidade inteira no processo da Iniciação à
Vida Cristã e na formação continuada dos fiéis (doc. 107, n.
75).
•Uma compreensão ampla de catequese, entendida mais
como proclamação e vivência do Evangelho do que uma ação
pastoral de um grupo eclesial específico (doc. 107, n. 245).
•Uma visão orgânica, que integre todos de forma
corresponsável na caminhada da Igreja (doc. 107, n. 246).
•Aos poucos, a tradicional preparação para os sacramentos da
iniciação cristã, cederão lugar ao processo da iniciação à vida
cristã (estudos 97, n. 146).
Rezemos...
•“Quando tudo desmorona em nossos projetos
humanos, quando nossos melhores esforços e nossa
mais firme vontade não alcançam o objetivo proposto,
teus desígnios, Senhor da Vitória, Deus da Fé,
permanecem intactos, nada podendo impedir que tua
vontade se cumpra. Teus sonhos são mais belos que
os nossos e tu os realiza! Em ti nossa esperança se
salva do desastre e se cumpre em plenitude!”
Amém!

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