4.1 Papa alexandre III, católico; Cronista Sahib As-Salat, muçulmano.
4.2 Dirige-se a D. Afonso Henriques. 4.3 Significa que o Papa reconhece a independência do reino de Portugal e D. Afonso Henriques como rei do novo reino. 4.4 No contexto da época, em tempo de reconquista, de cruzadas contra os «infiéis» muçulmanos e numa Europa feudal em lutas internas constantes, a única entidade tuteladora e unificadora, aceite, melhor ou pior, por todos os governantes cristãos, era a Igreja Católica. Por exemplo, era a Igreja Católica que reconhecia a independência de determinado território em relação a outros, tal como acontece nesta fonte, em que o Papa Alexandre III reconhece a independência de Portugal. Daí a designação de «mãe» que lhe é atribuída. 4.5 Os muçulmanos. 4.6 Do ponto de vista dos muçulmanos, instalados na península Ibérica desde 711 (havia então cerca de 400 anos), a guerra de Reconquista cristã era uma guerra suja, em que os cristãos seriam pouco éticos, tomando «à traição» cidades e castelos. A designação de «pérfido» dada pelo cronista Ibn Sahib As-Salat a D. Afonso Henriques tem a ver com esse ponto de vista muçulmano, já que o primeiro rei de Portugal se servia de mercenários como Giraldo Sem Pavor para as suas conquistas. Chamar «cão» a alguém é para os muçulmanos um grande insulto, visto que os cães, por razões higiénicas, são encarados com reserva pela maioria dos muçulmanos. 4.7 Herói para os Portugueses porque foi o primeiro rei de Portugal, transformado por muitos numa figura mítica. A sua lenda apresenta-o como aguerrido e corajoso, não hesitando em