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’ PROPRIEDADES / IMECANICAS DOS SOLOS UMA INTRODUCAO AO PROJETO DE FUNDACOES Fernando Emmanuel Barata orem LUM ISN ATE Ua HOMES © 1 COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS, 1 Fatores que influenciam 2 de ensaios de compressio 13.1 Bnsaios de laboratsrio, 9 13.1, Ensaio de compressi0 nfo-confinada,9 131.2, Ensaio de compressdo confinadas 2 ; 13.13 Comparagio entre os diversos ensaios, 28 1.3.2. Ensaiosde campo (in situ), 29 13.2.1 Ensaio de placa, 30 4 Problemas, 41 “ Referéncias Bibliogréficas, 46 ULO 2 RESISTENCIA AO CISALHAMENTO, 48 | Generalidades, 48 Nogoes de atrto entre solidos, 49 Nostes gerais sobre resistencia 20 salhamento dos soles, 52 231 Atrito, 52 23,2 Coesto, 53 2.3.3. Caso misto, 53 2.3.4 Resumo, 54 athamento no laborat6rio, 54 ‘Métodos de ensaio de ct sa 24.1 Ensaios diretos, 24.1.1 Ensaio simples, 54 de cisalhamento direto 24.12. Ensaio de cisalhamento direto duplo,57 34.13. Ensaio de cisalhamento com ane] de torga0, 57 ‘Ensaio de compressao ellindrica triaxial, 58 3.4.2.1 Estado de tensoes no interior de um macigo st 34.2.2 Diagrama de Mohr, 61 2423 Teoria da ruptura, de Mohr, 65 34.24 Determinagde de o, 9, no ensaie triaxial, 67 74.2.5 Ensaio de compresso simples, 67 242 olieitado, 59 ——a————x presséio de ruptura (p,); — carga de seguranga & nuptura (Qyeg.) > pressdo de seguranca a ruptura (yy): — carga admissivel (Qytm,) > pressdo admisstvel (Dajmn,): 4.3. TEORIAS DA CAPACIDADE DE CARGA DE RUPTURA DAS FUNDAGOES 43.1 Pequeno Hist6rico © problema da ruptura plastica (passagem de um estado de equilibrio elfstico, para o estado de equilfbrio pléstico) dos solos foi uma preocupacdo de diversos estudiosos, mesmo antes do advento da Mecénica dos Solos (em 1925, com Karl Von Terzaghi). Dessa fase “primitiva”, destacam-se os trabalhos de Coulomb (1776) e Rankine (1857), que orien taram seus trabalhos na pesquisa dos problemas de empuxo de terra, Na drea especifica de fundagdes, o primeiro trabalho importante deve-se a L. Prandtl (1920) que, a rigor, estava interessado na pesquisa da ruptura plistica de metais, Estudou as condigces de ruptura de uma massa semni-infinita, desprovida de peso, submetida a ado de uma carga “corrida” (strip-loading) de com- pressfio. Sua teoria foi adaptada, mais tarde, por Terzaghi (1943), para aplicago aos problemas reais de fundagdes. Outros pesquisadores, apés Prandtl, laboraram no assunto, desenvolvendo teorias para 0 caso de fundagdes diretas, apoiadas a superficie (h = 0) ou abaixo da superficie (> 0) de solos puramente coesi- vos (# = 0). Destacaram-se, respectivamente, os trabalhos de W. Fellenius (1939) e G, Wilson (1941), Buisman (1935) publicou um trabalho pioneiro sobre capacidade de carga de ruptura de estacas, em areia, Caquot (1934) publicou um livro sobre equilibrio plistico de macigos granulares, continuando a tradigdo francesa de Coulomb, Poncelet, Resal e outros. Em 1943, Karl von Terzaghi apresentou solugdes para o problema da capacidade de carga de ruptura de fundagdes diretas e fundagdes profundas. Terzaghi baseou seus estudos em consideragdes semelhantes 4s de Prandtl, mas levou em conta o peso do macigo solicitado, além do atrito e coesio que se desenvolvem no contato da base da fundaggo com o terreno. Posteriormente a Terzaghi, contribuigdes importantes foram dadas pelos ingleses A, W. Skempton (1942 e 1951) e G. G. Meyerhoff (1951, 1953, 1956), este dltimo com maior destaque e amplitude no assunto. m Também contribuiram de forma marcante, figuras como Peck (1948), Van der Veen (1953), Berezantsev (1961), de Beer & Vesic (1958), Sokolovski (1960), Kérisel (1961-1964), Brinch Hansen 118 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS: (a) Carga 8 suport ce, base rugosa (b) Carga 8 profundidade D,, base rugose Fig. 4.3 ‘Terzaghi explica, além disso, que, no caso real, a0 se iniciar a ruptura, hd uma tendéncia, em geral, da fundago se inclinar, devido 4 heterogeneidade do terreno. Todavia, esse fato ndo modifica substancial- mente a andlise feita por Terzaghi para carga centradae simetria na ruptura. Ele chegou a seguinte expres- sao basica: pressdo de ruptura (q,) — ruptura generalizada (C, )— fundaedo direta corrida: 7+ Bs (Ny) + ¥° Dy (Ng) (43) 1 age o Nc) oe onde: = largura (menor dimensio) da rea carregada = profundidade da fundagdo = coesdo do terreno (abaixo da base da fundaedo) = massa especffica do terreno ;.N,3.N, = fatores de capacidade de carga, de Terzaghi.(4) BI2°58 ) ses fatoresN sf0 funclo, excluvamente, do dngulo de asito interno 4 do terreno, sb a base da fondagso, Os fatores N., ©N, aparecem no Abaco de Terzaghi (ver Fig. 4.4). s (Terzaghi & Peck, 1948) he wy 2; no caso de L/B <2, empregar as expresses de fundacio quadrada, 1 CAPACIDADE DE CARGANAS FUNDAGDES / 121 Cases particulares. interesante analisar alguns asos particulares, a partir das expressbes geras de Terzaghi. ‘A) Caso de solo no-coesivo (c = 0), Nesse caso, desaparece 2 parcela de coesso. Ruptura generalizada (C,) — Fundaedo direts comida: 1 = > EOS Gay (432) ae Ruptura localizada (C; ) — Pundaggo direta comida- 1 a = > BN) + WD, (Ny): (44a) Ruptura generalizada (C,) — Fundacdo direta quadrada: ———e 9%, =04-7- BUW,) + 7D, (N,); (450) Ruptura localizada (Cz) — Fundacao direta quadrada: —— % =04 7B (N;)+ 1D; (Wi): (4.62) eee Ruptura generalizada (C;) — Fundagao direta circular: — EEE % = 03 yD(N,) + yDy (Ng); (47a) Ruptura localizada (C,) — Fundagao direta circular: Se 4% =03 yD(W)+ + D(Nf). (48a) 5) Caso de solo puramente eoesivo (9 = 0). Nesse caso, os fatores de capacidade de carga sf0 03 seguintes (ver Abaco de Terzaghi, Fig. 4.4): Ne = Ng =5,7;N, Ruptura generalizada (C,) — Fundagao dizeta comrida (6 = 0): % = 5.7 c+ y+ Dy. (4.38) 122 / PROPRIEDADES MECANICAS 00s SOLOS Tendo em vista que nos solos puramente coesivos (# = 0), @17 pode-se escrever também: | 4 =2.85- 9, + Dy. (4.3ba) Se a fundaedo estiver & superficie — D-= 0 Gp = 5,7 = 2,85 +4, (4.368) a ee Ruptura localizada (C;) — Fundagao direta corrida: G =38+c+ yD; (4.46) ou Gf = 19+ ay + yDp. (4.4ba) ee eee | Mas se a fundagdo estiver & superficie (D, = 0): GY =3,8+0=1,9+4,. (4p) Ruptura qualquer (C; ou C;) — Fundagdo direta rotangular. Terzaghi e Peck, baseados em estudos experimentais, chegaram 4 seguinte expressa0, para fundagdo direta retangular, em solo puramente coesive =O) 4% = 285 + ay (1+ 03 + B/L) + yDy. (49) Ruptura generalizada (C,) — Fundaeao diteta quadrada ou circular: iP Oiervese que pam L > > > B, a expesio (4.9) tee para 43a, ov sa, de um retinguloextemanente longo, ou corto, CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAGOES / 123 Ruptura localizada (C,) — Fundagao direta quadrada ou circular: + 7+ Dy. 1) E muito importante observar que a pressdo de ruptura, em solos coesivos, independe da largura B (ou do diametro D). Conceito de pressfo “net” e pressio “gross” em capacidade de carga, B imprescindivel que, nos problemas sobre capacidade de carga das fundagdes, o engenheiro tenha bem presente 0 conceito de pressio net ¢ pressao gross. (") (a) Antes da escavacio (b) Apés 2 escavaeso e com carregamento NT Seigross) 1 r(net) >; net uuu’ —— uit njesie spies a 4 (gross) = 1+ PF +r (net) SF (net) =r (gross) — 7 Or Fig. 4.5 Pressdo net e pressio gross. Imaginese um terreno, em estado de equilfbrio, de tal forma que num plano H, profundidade Dy, a pressdo efetiva atuante seja y « D;. Admitase, agora, que se execute uma escavacdo de largura qualquer que implicard o alivio da pressdo preexistente, ou seja, ap6s a escavaedo, a pressdo no fundo da cava cai para zero. Se, na cava executada, aplicar-se carga (de uma fundag30, por exemplo) crescente, tal carga — em um. dado estégio — igualard 0 y + Dr, restabelecendo a situagao original; poderd ser aumentada, todavia, até provocar a ruptura do terreno. A pressdo de ruptura, nesse caso, 0 que se chama presso_ gross (gross pressure) 4, (gross), ™aiot que a pressfo original 7 + D,,e a diferenga entre as duas é a pressao ner (net pressure), ou seja:(®) gros) = ¥* Pf * Grinery (4.12) Ur (net) = rigs) — 1° Dy 4.13) ) Os termos net ¢ gross, no caso, esto mantidos em inglés, por conveniéneia, A tradugo para o portugués conduz a expresses que, ou nfo s© adequam & técnica do engenheiro, ou que podem levar 3 confusd0 com expressBes outras jd convencionais e de significado definitive, (®) © equivalente a gros e net, em linguagem comum, encontra-se, por exemplo, no rétulo de uma lata de man- teiga — 0 peso gros (brute) ¢ o comespondente A soma lata + manteiga, o peso ner (quido) é exclusivamente o da ‘manteiga. 124 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS: Importante, Todas as expresses de Terzaghi aqui apresentadas [desde a (4.3) até a (4.11) ¢ suas deri vadas] sfo de pressio gross, Para transformé-las em pressdo net, basta diminuir 7 « Dy das mesmas. Exemplo Pressdo de ruptura net — Caso (C,) — Fundagdo direta corrida — solo (<, 9): 1 Finer) = 6° (Ne) + a 7 B(N,)+ ¥* Dy (Ng — 13 (430) Pressfo de ruptura net — Caso qualquer (C, ou C;) — Fundagio direta corrida — solo (@ = 0): ies) = 5.7 (4365) E interessante notar que esta expresso (4.358) é exatamente igual & expressao (4.30), que € para 0 caso Dr = 0. Em outras palavras, a pressi0 4, (gos), 4 superficie do terreno € a propria 4, (ner), jd que, esse caso, se tem, de qualquer maneira, y + y= 0,(9) Influencia da menor dimensto na capacidade de carga da fundagdo, Indaga-se, muitas vezes, por que a dimenso menor (B, no caso de fundagdo corrida ou retangular) é a que controla a capacidade de carga da fundagao. tb Fig. 4.6 ©) No presente livo, as express®es de capaciade de carga serio sempre em termos de pressfo gross; caso contr rio, haverd a devida notificagio. 126 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS >) posisdéo NAgy — abaixo da base, mas em profundidade menor que B, Nesse caso, a massa espees- fica da parcela de base € um valor intermedidrio de n © 7’. Na pritica, calcula-se um valor ponderado (ver Fig. 4.8): tata’ sb er ees (4.14) a+b sendoa+ b=B: Fig. 4.8, ©) pasigdo NA) — na regiao da sobrecarga, isto 6, entre a superficie NT ¢ a cota da base. Nesse caso, massa especffica da parcela de base é today’, ¢ a da parcela de sobrecarga é -y ponderado meat yb as 1 (4.144) re sendoa + b=Dp, Fig. 4.9 4) (NA) na superficie do terreno (NT). & evidente que, nesse caso, tanto 0 y da parcela de base, como o da parcela de sobrecarga s40 ' (submetso). Observese, por exemplo, que num terreno arenoso (CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAQUES / 127 (c= 0),a capacidade de carga com 0 NA a superficie seré, praticamente, ametade da capacidade de carga para o caso de NA muito profundo (maior que B abaixo da base). ‘Alguns problemas com terreno heterogéneo. FE interessante apresentar alguns exemplos tipicos de aplicagao da Teoria de Terzaghi, para melhor esclarecimento. Exemplo 1, Seja uma sapata corrida, a executar em ferreno constituido de camada de argila (= 0), sobreposta a camada de areia (c= 0). A sapata, por qualquer contingéncia, serd apoiada no topo da camada de arcia. Calcular a capacidade de carga de ruptura (4,): 1 G7 = (Ne) + > * y+ B(N,)+ ¥* Dp Wa) @3) ON ee parcela parcel parcela da da da profundidade (D) ‘eoeso base ou sobrecarge ( @) qa Dp o= 4730 tim? o=0 y= 1.8m? Fig. 4.10 Solupdo, Na Teoria de Terzaghi, a regio do terreno situada acima ds cota te apoio da base (B) é conte pute imera sobroceren (D,). Nao interessa sua roitencia a chalhanen’e- ‘Assim, para a deter- sninagdo dos fatores da capacidade de carga, interessam apenas as exracteristicas do solo situado da base (B) para baixo (principalmente na regido superior do bulbo de press6es). Tratage de solo tipo (C1) ~ areia medianamente compacta a compacts, Portanto: Do Abaco de Terzaghi (Eig. 4.4) para $= 35° |Além disso, a areia tem c= 0, com o que se considerard nula a parcela da coeséo. A expresso (43) se simplifica para: 7B (Ny) +4° Dy (Nq) (43a) a= ~ *20 tim? x 2,0 m x (42) +16 t/m? x 1,5 m x (43) = le = 84 tm? + 103,2 t/m? = 1872 t/m? = 18,7 kg/om?. i 128 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS A pressio de ruptura acima € gross. Se interessar a pressdo net: Ir(net) = Ar(gross) — 7 * Dp (4.13) 1 Wines) = er 7 B(N,)+7D5(Nq — 1) inet) = 84 t/m? + 100,8 t/m? = 184.8 tim? = 18,5 kg/om?. Para fixar idéias, em termos numéricos, verifique-se 0 efeito do lengol d’agua (VA). clculo acima foi feito imaginando 0 NA profundo, isto é,em profundidade maior que B, a contar da base. Assim: 4) para posigsio NA) (Fig. 4.7): 4y = 187.2 t/m? = 18,7 kg/em? ; +) para.NA na cota da base, Nesse caso, o y da parcela da base seria Ysat.— Yq = 2,1 — 1,0 = 1,1 t/m* ~ 1,0 t/m? 1 1B Wy) = 424)? 4, = 42 t/m? + 103, = 154,2 t/m? = 15,4 kg/cm? ; ¢) para NA na superficie do terreno (NT). Todas as parcelas devem ser calculadas com 7’. Na parcela de base: 7 =1,0t/m. Na parcela de profundidade ou sobrecarga: 7 = 0,6 t/m? 20,7 t/m? (+ Dy+ Na = 0,6 t/m? x 1,5 m x (43) = 38,7 t/m? 4, = 42 t]m? +38,7 t/m? = 80,70 t/m* = 8,1 ke/om?. Exemplo 2), Seja, ainda, uma sapata corrida, a executar no terreno da Fig. 4.11, Neste caso, agora, 4 camada ao longo da qual se desenyolverd a superficie de ruptura € a argila (# = 0), e a camada de areia funciona como sobrecarga (y + Dy). GDB interessante observar que, no caso do Ex.2, vendo acamada de base constituidn de agilasedimentar — solo uramente coesivo, entenda-e — fica implicito que o NA se encontratiano topo dessa camada, ou sea, no nivel da base da fundasfo. No caso de capacidade de carga de solo puramente argiloso (@ = 0), 0 y do solo nio entrar diretamente na {aessio de Terzaghi, pols Ny = 0,0 que anul a parela de base; no Ex, 2, apenas da camada Diners, mes 5a Jnfluéncia¢ pequena no valor tal da capacidade de carga ee CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAGDES / 129 c=0 =15m p= 35° = | Areia | Y= 2,0 tim? em cy =3tim™ ® soe, 7157 1! =0,7 ein? Do Abaco (Fig. 4.4) N, 7 para @= 0° Ny =0 (solo tipo C;) Ny =1- Introduzindo esses valores na expresso (43), obtem-se: 4, = 5,764 1° Dy p= 5,7 x3 tm? + 2,0 t/m? x 1,5 m= 17,10 t/m? +3,00 t/m* = = 20,10 t/m? = 2,0 kg/cm? - * NOTA. Se a argila tivesse consisténcia ria, com ¢, = 7,5 t/m" , por exemplo, terseia: gp = 46 tim? = 4,6 ke/em*. 3 xemplo 3. No Ex. 3,4 camada “de base” 6, agora, um solo agiloso (c, ) — ver Fig. 4.12. A notagdo | sada 2 (diferente de c = c,, do Ex. 1) indica que a coesfo, neste caso, é 0 intercepto (da envolt6ria | de cisalhamento) na origem e no a coesfo da compressao simples. e=0 Dp= 1.5m Areia | = 35° | ¥-2.0 um? ecg ~ 2,5 tim? ‘Argila arenosade | @= 30° onsisténcia médiaartia -y., =1,85 t/m® MSs ‘1’ =0,85 m3 NA Fig. 4.12 130 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS ‘As condigdes deste Ex, 3 podem ocorrer, na pratica,?) nas seguintes circunstancias (conduzindo & adogdo dos parametros c, 6, combinados): 2) tratando-se de uma argila muito arenosa, mesmo em condigbes répidas de carregamento e abaixo do lengol agua; 5) tratando-se de ums argila (ou argila siltosa) ou argila pouco arenosa, abaixo do lengol d’gua, mas num caso em que se tenha garantia de que a aplicaggo da carga, & fundagao, se faa lentamente (possibiti- tando drenagem e diminuigao de volume do solo); ¢) s2 for o caso de uma argila sedimentar (mesmo pura), ou de uma argila residual (em geral siltosa c/ou arenosa), situada acima do lencol d’4gua, e nfo saturada, portanto. Do Abaco (Fig. 4.4) para $= 30° (solo tipo C,) Introduzindo na expressdo (43): 4, = 25 tlm? x (37)+ 1/2 1,85 thm? x 2m x (20) +2 t/m? x 1,5 m x (22)= = 92,5 t/m? +37 t/m? +66 t/m? = 195,5 t/m? = 19,5 kg/cm? E importante verificar, pela comparagdo dos resultados dos Exs. 2¢ 3, a importancia da influéncia do Angulo de atrito ¢ no caso. Conseqiientemente, veja-se a responsabilidade do engenheiro projetista na escolha e adogao, mais adequada, dos pardmetios dos solos em causa, Essa escolha serd mais bem feita, evidentemente, se couber a um especialista, Exemplo 4. Neste caso, a sapata apdia-se acima da separagdo entre as duas camadas — ver Fig. 4.13 tm? Dy = 1.5m ON ee sate Y= 0,801/m> ‘ e=0 ere eee eat, = 2,0 tim Y= 101m? Fig. 4.13 (12) Cabe ao engenheiro projetista, a0 receber os resultados de ensaios de campo ¢ laboratério, diseemir sobre 0 seu problema e afotar os parimetros mais condizentes com 0 mesmo. ea CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAQBES / 131 1) Caleulando-se como s¢ 0 solo fosse todo de argila — pelo menos até 2 metros abaixo da base B— obtémese: = 5:7 + ++ Dy (430) Gr arpa = 5.77 tlm? +0,8 t/m? x 1,5 m= 41,10 t/m? = 4,1 ka/em? 2) Calculando-se como se a sapata estivesse apoiada diretamente na camada de areia (com sobrecarga Dy de argila), ter-se-ia: a, = 12+ > BON,) +1 Dy (Ng) (43a) Gp aria = 12+ 1,0 t/m? x 2m x (42) + 08 t/m? x 1,5 m x (43) = = 93,6 t/m? = 9.4 ke/em?. Observe-se que a diferenga entre os resultados € bastante grande. E ébvio que o resultado mais realista estaria num valor intermedisrio. Cabe a0 engenheiro decidir com bom-senso. Se a espessura de argila sob a base for pequena, preponderard a influéncia da camada de areia e vice-versa, 22) Teoria de Meyerhoff. Meyerhoff, a partir de 1951, desenvolveu uma teoria de capacidade de carga para fundacdes diretas e, também, para fundages profundas, assim como Terzaghi jd o havia feito anterior- mente (ver Item 43.2.2). NT q=7-Dy ot * pimped t teats = S i i Solugdo de Terzaghi 1 ‘Solug3o de Meyerhotf Fig. 4.14 Enquanto, na solugdo de Terzaghi, a superficie de ruptura termina no ponto G — desprezando a resis- tancia a cisalhamento do solo acima da base da fundag90, que atua, apenas, como sobrecarga (y + Dr) — na solugao de Meyerhoff a superficie de ruptura vai até a superficie do terreno (ponto £) ~ ver Fig. 4.14. Meyerhoff chama o plano NE de superficie livre equivalente: nele atuam, na tendéncia a ruptura, as pres- sOes Po (normal a NE)e so (tangencial). A capacidade de carga é obtida com: Q, = 0° (No) + 1/2+ 7+ B> (N,)+Po * (Ng), (4.15) (13) Existe uma solugiio especifica para o caso de terreno de duas camadas de argila (ver Button, S.J., 1953). 132 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS em que N,N, ¢ N; sfo parimetros de Meyethoff (diferentes dos de Terzaghi), que dependem de B, da rugosidade da base. Na expresso (4.15), po = 1/2+ 7 * Dy. Para areias (c = 0), Meyerhoff chegou a: 4, = 12+ 7+ B+ (Nyg), Ga expressio simplificada, em que 0 efeito de py jé esta implicito, desde que NV, depende da relacao Dy e do coeficiente de empuxo K, (Ky 200 kefem? ),ma- nifesta-se 0 chamado efeito de escala (De Beer, 1961-1963), de tal forma que a equivaléncia da expressio Gr No caso de texenos de comportamento misto (c, 4), i que usar0 bomsenso de engenkeiro para decidir obee 4 parcela de influéncia da coesfo e do atrito, oN CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDACOES / 199 (422) 96 se verifica quando a penetragdo ultrapassa um certo Umite (Segundo pesquisas em Delf, Holanda, “Deeligto minima para ating @, 9 = 6 ele gtgat da estaca), Um balango desses resultados leva & conclusdo de gue se deve aplicar um fator de seguranca genético (Para qualquer tipo de solo), levando em conta o fate (2) acima,e um fator corretivo (para areias de com. Pacidade elevada), levando em conta (b), Tendo em vista que os fatos (a) e (6) ngo devem ser Sensiderados concomitantes, pode-se, em primei- ra aproximacao, caloular a resisténcia unitéria de base pels expresso 4,6 075+, (4.22a) cortelagoes: 4) para argilas (9 = 0°) sedimentares: (4.23) (4.232) (4.24) (4.24a) Observese que [ver expressao (4.20)] @G=s 4.202) Eccomo « = 0,70, pode-se, levando em conta as Rpres Des (4-23) 04.24), escrever que s % q,/30,em argilas Sedimentares, © s = ¢./40, em argilas residuais, ‘n¥o-saturadas; todavia, valores de s/q_ podem ser obtidos com mais detalhes em Sanglerat, 1972, ¢) para solos arenosos (¢ = 0), pode-se empregar, em cardter tentativo e aproximado, a correlagao (Meyerhoff, 1956, e Sanglerat, 1972): 4 (4.25) Sm ae += atito lateral unitirio de ruptura [ver expressOes (4.17) ¢ (4.21) 140 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS C. Na hipétese de nao se obter resultados do ensaio de penetragao estatica (diep-sondeering ou cone holandés), pode-se trabalhar com as correlag6es existentes entre q, e N (SPT). Correlagoes desse tipo foram estudadas por diversos autores, em diversos paises, inclusive 0 Brasil. Sanglerat, 1972, fornece diver- sas dessas correlagdes. No Brasil, foram pioneiros na pesquisa desse assunto Costa Nunes ¢ Fonseca, A. M. €.C. (1957/59), Costa Nunes e Velloso (1959), Costa Nunes (1961), Mello & Souto Silveira & Quaresma (1959), Deve-se notar que algumas correlac0es brasileiras foram desenvolvidas com resultados conjuntos de amostradores diferentes: 0 MohrGeotécnica (IRP) (Dex. = 1 5/8"; Diy, = 1") e 0 Raymond-Terzaghi (SPT) (Dex, = 2"; Ding = 1 3/8"). Esse fato acarretou, provavelmente, algumas difereneas (principalmente nos terrenos arenosos) nias correlagdes obtidas, quando comparadas com outras em que se operou exclusi- vamente com o SPT. A cortelacao 6 expressa por qe =n (SPT)=n+N, 4.26) em que SPT = N=ntimero de golpes do amostrador SPT n = fator de correlagdo (varidvel com o tipo de solo) Ye = tesisténcia de ponta do cone holandés (kg/em?). A experiéncia mundial mostra que o fator 7 varia com o tipo de solo, sendo maior nas areias(e solos arenosos) que nas argilas (e solos argilosos). (Ver Sanglerat, 1972.) Valores de n sio apresentados nas tabelas a seguir. TABELA 4.4 (Costa Nunes e Velloso, 1959) Solo nO Argilas,agilassitosase silts argiosos | 2,0 Arilas arenosas¢ slto-arenosas 35 Siltes arenosos 58 Areiasargilosas 60 Areias 100 CN. do A. Parece-nos que eses valores estariam afetados de avaliagto estatistica envolvendo, num mesmo universo, os amostradores [RP (1 5/8") e SPT (2"). Assim, é possivel que os valores das areias c solos muito arenosos estejam algo elevados. TABELA 4.5 (Schmertman, 1970) Solo » Siltes, sites arenosos, misturas de ilte-areia ligeiramente coesivos 20 Areias limpas), finas © médias, arcias pouco siltosas ae Arcias grossas¢ arcias com pouco pedregulho a6 Pedregulhos arenosos ¢ pedregulhos 8-10 CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAGOES / 141 4.3.3 FundagGes Sujeitas a Cargas de Traeao A teoria mais simples e antiga ¢ a do cone de terra que consiste (Fig. 4.19) em imaginar que a capaci- dade de carga de ruptura A tragdo é a soma de duas parcelas: Wy = peso proprio da fundago IW, = peso do solo contido no tronco de cone (ou de pirdmide, de acordo com a forma da fundagio), cuja menor base seja a propria base da fundacgo, e a maior base esteja na superficie do ter. reno, a partir de geratrizes constraidas com a inclinagao a @ = Angulo (valor empitico) que depende das caracteristicas do terreno e dageometria da fundagio. () ) Fig. 4.19 Outro método usado ¢ do cilindro de atrito, em que se admite que a ruptura se dé 0 longo de um cilindro (ow prisma, de acordo com a forma da fundacdo), cuja base é a da fundaefo (Fig, 4.20): T,= Wet Wt S, (4.27) em que Wye W, so pesos da fundagao e de terra 142 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS ‘S’ = atrito lateral ou ades0 20 longo das paredes do cilindro (ou prisma). No caso da Fig. 4.20e, € 420 longo da prdpria parede da fundacao, SHAyees ‘) ) Fig. 4.20 44 PROBLEMAS @) 4.1 Para fundagio corrida de um muro (ver figura), calcular 0 fator de seguranca a ruptura, conhecidas a carga resul- tante (R = 24 t/m) na base ¢ a8 caracteristicas das camadas: Se i eom, te 152 0750 txlenits ny = Ly etont : ~ aH6ia pouco amliosa fofa a medianamente compacta: @= 27° 5¢=0,100 kg/em? ; 494 = 1,85 g/em*, 9) No texto do Cap. 4 (tem 43.2.1), sio apresentados diversos exemy (para fundagées diretas), nplos de aplicagao da Teoria de Terzaghi Pass casos de terrenos heterogéncos ¢ nivel de dgus fredtico vanigven CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAGOES / 145 0,1 kgfem? e =0 Th = VAAm? 5 y59¢ = 1,5 tf? Areia argilosa compacta: O.2.kgfem? 35° 2.0 tim? SOIAE 8 capacdede de carga (de ruptars) Q, de uma estaex pe anolata de conereto armado,de segz0 0,30 mx *020-m ecomprimento de 8 metros, cravata em temeno de amis sions ‘consisténcia média, cinza, iF 0.30 x0,20 8m a. bes Fig. do Probl. 4.7 Solugéo Expressdes a usar: = O54 0,5 17, 21,5 = cy Nor Ay (418) Ons = ancy (420) fu © 380 glem? = 3,8 t/m? (ver tem 2.7.2.2) & = 0,70 (valor médio para argitas sedimentares) Ne =9 Ay = 030mx030m=009 m As = 40,30 m x8m = 9,60 m?. Daf: 25, = 3,8 tlm? x9 x 009m? = ,¢ * 0,70 x 3,8 tm? x96 m? = 148 / PROPRIEDADES MECANICAS DOS SOLOS 48° Caleular a capacidade de carga (de cuptura) Q, de uma estaca pré-moldata, de 12 metros de comprim: de concreto (see%0 0,32 em x 0,32 em), iento, cravada no terreno da figura, NISPT)—(30em finais) a to 15 20 NA = Agila siltosa mole a média Aria (f.m.gr) siltosa fofa a medianamente compacta Fig. do Probl. 4.8 Solupao 2, =O; 5+ O «. AA ponta da estaca se encontra em solo arenoso, Dai Orb = 46° AB 4b * O15 ¢45 n> (SPT), CAPACIDADE DE CARGA NAS FUNDAGDES / Adotando n = § (ver Tabs, 43 ¢4.4): $x 10 = 50 kg/em? = 500 t/m? (175 500 t/m*) x (0,32) = 384 t Re qe 5 Para o edleulo da parcela de “atrto lateral”, ©, 9 evese em conta que a estaca atravessa duas camadas de cara: risticas diversas, Assim: Op s= Ey edy. aa Para a camada de argila: Searcy 70 2.5 thm? = 1.75 t/m? (ver Tab. 4.2), Para a camada de axeia: 51/200 +9. 425 $= 1/200 xn » (SPT) = 1/200 x5 x 10 = 25 kglem* = 2,50 t/m?, Usando-se as Tabs. 4.1 ¢ 4,2; Tab.4.1 + 821,25 03,5 t/m? Tab.4.2 ~ ¢=2,0t/m?, De tudo, conciuise que o valor s = 2,5 t/m? é adequado, Daf: 2, § = (175 thm? x5 m+2,50 tm? x7 m)x4x032m=336 t 2, = 384 +336 =720¢, 49° No mesmo terreno do Probl. 4.8, determinar 9 “SSmprimento necessirio de uma estaca metdica 11-6", de modo que ‘ disponha de uma cargade ruptura Q, = 55 t 4.5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AOKI, N. & VELLOSO, D. 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J., 89, 112, 140, 148 INDICE DE AUTORES COULOMB, 52, 69, 115 CRUZ, P., 27,46 CUNHA,D.J.S., 30,46 DANZIGER, F. A.B. 142, 147 DAVIS, E. H., 89,95, 112 DAVISSON, M.T,, 116, 148 DE BEER, E., 32, 46, 115, 116, 138, 148, ENGER, M, L,, 30,46 FADUM,R.E., 90, 106 FELLENIUS, W., 115, 148 FONSECA, Ana M. C.C,, 140, 148. FOX, E.N., 32, 36, 37, 39, 46 FROHLICH, 0. K,, 100, 101, 102, 106, 111, 112 GOLDBECK, A. 5.,30, 45 GARDNER, W. S,, 148 GILBOY, G., 88 GREER, D, M,, 148 GRILLO, 0., 89, 112 HANSON, W.E., 11, 47, 112 HARR, E,, 90, 95, 112 HENKEL, D. J., 80 HILE, J.W,, 20,47 HOOKE, R., 17 HOUSEL, W.'., 30, 32, 47,57 HVEEM, 23 SARDIM, W., 39, 40, 47 JURGENSON, L., 106 KERISEL, J,, 18, 29,32, 35,38, 46,89, 112, 115, 148 KEZDI, A, 95, 112 KICK, 101 KOGLER, F., 20,21, 30, 47,87, 89,90,97, 98, 101, 106, 112 KOLIBRUNNER, C.F, 83,86, 100, 112 LACERDA, W. A., 11,47 LOPES, F.R., 116, 148 ‘MACHADO, J.,21, 47 MARTIN, D,, 115, 116, 142, 148 MATLOCK, H,, 116, 148, MELAN, E., 90,98, 106 MILOVIC, 132 de MELLO, L.G,, 40,46 de MELLO, V.F. S., 71,73, 80, 140, 148 MEYERHOFF, G. G., 115, 131, 132, 133, 134, 138, 139, 142, 148 MINDLIN, R. D., 32, 34,38, 47, 89, 106, 112, MOHR, 0, 14, 61, 62, 63, 65, 66, 61,79 ‘MUHS, 132 NAPOLES NETO, A. D.F., 30,47 NEWMARK, N. M,, 93, 106, 108, 109) OHDE, J., 91,92, 101, 106 ORTIGAO,J. A. R., 21,47 OSTERBERG, J. 0, 35,47,95,96, 106, 110, 112 PACHECO, M. P., 142, 147 PALADINO, L., 142, 148 PALMER, L. A, 116, 148 PECK, R.B,, 11, 30, 47,73,77,80, 112, 115, 116, 117, 120, 123,137 PETERMAN, 106 PIHERA, H., 30,47 PINTO, C. P,, 142, 147 PINTO,C.8.,74, 80 POISSON, S.D., 11, 12, 35,38, 86,98 150 / INDICE DE AUTORES PONCELET, V., 115 PORTO LIMA, Maria Joss C, 40 POULOS, H. G., 89, 95, 113, 116, 148 PRAKASH, S., 116, 148 PRANDTL,L., 115, 148 PRESS, H,, 30, 47 PROCTOR, R. R., 20, 22, 23,26, 27,43 QUARESMA, A., 140, 148 RANKINE, W. J, 115,117 REESE, L. C, 116, 148 RESAL,J., 115 ROCHA F®, P., 116, 148 SANGLERAT, G., 40, 47, 136, 138, 139, 140, 148 SANTOS, I. A.B.C,, 40,46 SCHEIDIG, A., 20, 21, 30, 47, 87, 89,90,97, 101, 112 SCHLEICHER, F., 30,35 SCHMERTMANN, 140, 148 SILVA, F.P,,21,47 SILVEIRA, A., 21,47 SOKOLOVSKI, V., 115, 148 SOUTO SILVEIRA, E.'B., 21, 47, 140, 148 SOWERS, G. 8., 72, 80 SOWERS, G.F,, 72, 80 SKEMPTON, A. W,, 57,74, 80, 115, 148 SPANGLER, M. G., 86, 112 STEINBRENNER, W., 91,92, 101, 102, 104, 106, 108, 109, 112 STEINER, F., 101 STROHSCHNEIDER, 0,,95,97, 106, 110, TALOBRE, J., 12,47 TAYLOR, D. W,, 16, 47,49,71, 74, 80, 87, 88, 98, 100, 102, 112 TEIXEIRA, A. H.,71,73, 80 TENG, W.C., 132, 148 TERZAGHL K,, 2, 10, 11, 16, 17, 18, 19, 30, 47, 67,73,77,80,87, 88, 92, 98, 101, 112, 115, 116, 117, 119, 120, 121, 123, 12s, 127, 128, 131, 132, 133, 134, 137, 140, 142, 143, 144, 148, ‘TOMLINSON, M. J., 136, 137, 138, 148 THOMSON, J, B., 116, 148 ‘THORNBURN, T, H,, 11, 47,112 TIMOSHENKO, S., 11,47 TSCHEBOTARIOFF, G.,72,73, 89 TSYTOVITCH,N., 12 VANDER VEEN, C,, 115, 138, 148 VARGAS, M.,21, 47 VELLOSO,D, A., 138, 140,147, 148 VESIC, A. S., 115, 116, 132, 133, 142, 148 WERNECK, M., 39, 47 WESTERGAARD, H. M., 11, 47, 88,98,99, 100, 106, 111, 112 WILSON, G., 115 WOODWARD, R.1., 136, 137, 148

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