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YOSHIDA KENKO – Sábio Japonês

“Pretendemos fazer algo hoje, mas surge outro assunto urgente e inesperado e a ele
dedicamos todo o nosso dia. Ou alguém que esperamos é retido e recebemos outra visita
inesperada. Não fazemos o que esperávamos e só completamos o que não pretendíamos
completar. O que prometia ser trabalhoso se resolve facilmente, o que deveria ter sido
simples causa grande ansiedade. O que acontece ao longo do dia é completamente
diferente do que esperávamos; o mesmo se dá com a passagem do ano; da mesma forma
se dá com a passagem da vida. Podemos pensar que tudo há de ser contrário às nossas
esperanças, e mesmo assim, às vezes as coisas por si sós acabam se ajustando aos
nossos desejos. Nada é certo. Tudo é incerto – por ser isso verdade, eis a única
afirmação em que não se erra”.
Yoshida Kenko (1284 – 1350)

"A lápide se cobre de musgo, cobre-se de folhas caídas e com o tempo parece
abandonada de todos, menos da tempestade e da lua noturna. Haverá alguns que ainda
lembram do morto e nele pensam com tristeza. Mas sem demora eles próprios também
morrem. Como então vão se entristecer os pósteros que só o conhecem de ouvir falar?
depois de algum tempo eles já não vão ao seu túmulo, e as pessoas nem sabem mais o
seu nome, nem quem foi. É verdade que algumas pessoas boas hão de olhar com pesar o
que agora é apenas grama crescida da última primavera; mas finalmente chega um dia
quando mesmo os pinheiros que gemiam nas tempestades, passados seus mil anos de
vida, são derrubados como lenha e o velho túmulo, revolvido e transformado em campo
de arroz, desaparece sem deixar vestígios".
Yoshida Kenko (1284 – 1350)

"Se há espaço à direita e à esquerda, o caminho está aberto. Se há distância pela frente e
atrás, não se está confinado. Em espaços apertados as coisas se quebram e trituram.
Quando a mente é estreita e severa, colidimos com as coisas e rompemos em conflito.
Quando a mente é ampla e boa, nem um cabelo se fere. O homem tem o espírito do
universo. O universo não tem limites. Como pode a natureza do homem ser diferente?
Quando ela é grande, aberta e infinita, alegria e raiva não se tocam, nem ela sofre nas
mãos das circunstâncias". Yoshida Kenko (1284 – 1350).

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