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A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Goiás vi-
sando a regularização do serviço de táxi do município requerente por entender tratar-se de
serviço público a ser concedido necessariamente mediante procedimento licitatório, nos ter-
mos do art. 175 da CF/88 e da Lei nº 8.987/95. Argumentou, ainda, que a delegação do ser-
viço público de táxi ao particular é de natureza pessoal, por se tratar de permissão, e por essa
razão estaria vedada a transferência a outro permissionário pelo particular.
de qualidade dos serviços e de fixação prévia dos valores máximos das tarifas a se -
rem cobradas. (redação anterior)
Lei 12.865:
Art. 27. A Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Além disso, a nova redação da lei Lei nº 12.587/2012 passou a prever a possibili-
dade de transferência da outorga a terceiros que atendam aos requisitos exigidos em legisla-
ção municipal, bem como a transferência do direito à exploração do serviço aos
sucessores legítimos do outorgado, por ocasião de sua morte (Art. 12-A, §§1º e 2º -
Incluídos pela Lei nº 12.865, de 2013).
No § 3o do referido artigo restou, ainda, determinado que "as transferências de
que tratam os §§ 1oe 2odar-se-ão pelo prazo da outorga e são condicionadas à prévia
anuência do poder público municipal e ao atendimento dos requisitos fixados para a
outorga".
De fato, de uma interpretação sistemática da norma, levando em conta, além das
alterações promovidas pela Lei nº 12.865/2013, o silêncio eloquente do legislador que, no
que tange aos transportes coletivos fez constar expressamente a necessidade de licitação1, não
o fazendo em relação ao serviço de táxi, conclui-se que a intenção do legislador foi a de
desburocratizar o processo de outorga e, dessa forma, prestar melhor serviço à popula-
ção.
1Art. 10. A contratação dos serviços de transporte público coletivo será precedida de licitação e deverá observar as seguintes diretrizes:
I - fixação de metas de qualidade e desempenho a serem atingidas e seus instrumentos de controle e avaliação;
II - definição dos incentivos e das penalidades aplicáveis vinculadas à consecução ou não das metas;
III - alocação dos riscos econômicos e financeiros entre os contratados e o poder concedente;
IV - estabelecimento das condições e meios para a prestação de informações operacionais, contábeis e financeiras ao poder concedente; e
V - identificação de eventuais fontes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, bem como da parcela
destinada à modicidade tarifária.
a norma municipal deixou de ter eficácia - especificamente nesse ponto – diante da superve-
niente norma geral da União que o classificou como serviço privado de utilidade pública.
[...]
Dessa forma, não há falar em violação ao disposto no art. 175 da Constituição Fe-
deral, reproduzido no art. 137 da Constituição do Estado de Santa Catarina, que trata da
concessão de serviço público, uma vez que a exploração de transporte individual de
passageiros não se encaixa na modalidade de serviço público, a exigir contratação
exclusiva por meio de licitação. Trata-se tão somente de “serviço de utilidade pública”,
cuja autorização para exploração foi delegada ao poder público local. Cabe, portanto, ao
administrador municipal estabelecer os requisitos autorizadores da exploração da ativi-
dade econômica privada de interesse público, bem como o modo de escolha dos autoriza -
tários do serviço.
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