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il ati Scott J. Callan e Janet M. Thomas ECONOMIA AMBIENTAL Modelando o Funcionamento dos Mercados: Uma Revisao dos Fundamentos “Nao hd instituigdo mais democrética do que o mercado”. J.A. Schumperen (1883-1950) esto ligados ao funcionamento dos mercados, na medida em que as decisdes tomadas pe- Ios consumidores ¢ empresas afetam a abundancia e a qualidade dos recursos naturais da ‘Terra, Em razao da preocupagio da economia ambiental com a degradagao dos recursos naturais € que devemos desenvolver um entendimento completo de como as atividades de mercado geram residuos poluentes e por que as forcas do mercado nio podem solucionar o problema. A partir de uma perspectiva econdmica, poluigdo ambiental é caracterizada como uma falha de mercado, Assim, a economia ambiental busca utilizar modelos de falha de mercado para analisar o problema ¢ identificar solugdes. No entanto, esses modelos dependem de uma sélida e intrinseca compreen- sao do funcionamento dos mereados. Assim sendo, neste capitulo apresentamos os componentes essenciais de um mercado e 0s con- ceitos basicos usados em microeconomia. Focamos no modelo de fluxo circular, que ¢ 0 centro do paradigma do balango de materiais. Os fundamentos de oferta e demanda sio revistos para resta- belecer uma boa base sobre comportamento do mercado, as motivagdes relacionadas 4 tomada de decisio de consumidores e empresas ea formagio de precos. O contexto para nossa anilise é 0 de um mercado hipotético para agua engarrafada, que se assume que seja competitivo. £ por meio de uma anilise de equilibrio de mercado que discutimos eficiéncia alocativa, um critério econdmico usado em todos os estudos de economia ambiental na avaliagao das reagdes publicas e privadas aos problemas de poluicéo. A partir disso, desenvolve- mos medidas de bem-estar, titeis na avaliago do efeito de uma politica ambiental na sociedade. As ferramentas analiticas e de modelagem aqui apresentadas servirao de alicerce para o estudo das falhas de mercado no Capitulo 3. Co se convencionou no modelo do balango de materiais, os problemas ambientais 30 ECONOMIA AMBIENTAL MODELOS DE MERCADO: OS FUNDAMENTOS Definigéo do Mercado Relevante ery Em ciéncias econémicas, 0 conceito de mercado tem uma defini¢io mais ampla Interaio entre do que se usa no dia a dia. Especificamente, um mereado é definido como a inte- consumidorese pods rago entre consumidores (ou compradores) e produtores (ou vendedores) com 0 ‘que objetva a traca de um ‘produto bem- No importa 2 origem ou 2 motvago, em cada caso camo estes © em indmeros outros, as eorporagées estéo percebendo que lucas e responsabilidade ambiental nda predsam ser mutuamenteexludenes @ jngsley-Jones (27 de maio 2 de junho de 2008); Michaels (1® de junho de 2007); Deutsch (9 de setembro ‘de 2001); Arndt (16 de abril de 2001); Ginsburg (16 de abril de 2001) OFERTA DE MERCADO Do lado oposto do mercado, derivamos uma relagao de oferta baseada nas deci- s6es dos produtores, que sto motivados pelo lucro. Cada decisio de oferta de uma empresa é modelada em fungao do prego, ainda que essa decisio seja influenciada por muitas outras varidveis. Entao, dizemos que oferta se refere as quantidades de bens que o produtor esta disposto e apto a trazer para o mercado em um arranjo oferta Sos quantidades de um bem queum produto ests Aispostoeaptoa raze para ‘mercado em um dado aranode rege durante tum period, CP 38 ECONOMIA AMBIENTAL de precos durante certo periodo, c.p. Dentre as varidveis que afetam potencialmente a decisao so- bre o nivel de oferta de uma empresa estio a tecnologia de producao, precos de insumos, impostos e subsidios e as expectativas de precos. Analogamente ao lado da demanda de mercado, mudangas nesses fatores afetam por inteiro a relacéo preco-quantidade, causando uma mudanca na oferta, enquanto que uma modificagdo do prego esta associada a uma mudanga na quantidade ofertada. Lei da Oferta (eid oferta A relacdo entre quantidade ofertada e preco é normalmente positiva, e é expressa Nsumarelagodietaente como Lei da Oferta. Isso significa que um aumento no prego est associado a um prsoequantdaledeun aumento da quantidade ofertada. A premissa convencional de que as empresas bem ofetao,cp. so orientadas para maiores lucros sugere que um alto prego seja um incentivo para que produzam mais. Um exemplo presente de quao poderoso 0 lucro pode ser € 0 contexto dos chamados “mercados verdes’, discutidos na Aplicagio Pritica 2.2. Uma justificativa mais formal para a Lei da Oferta esté baseada na natureza dos custos de uma empresa, a medida que a produgio € executada. Conforme a empresa aumenta a produgio (Q), seu custo total (7C) aumenta proporcionalmente mais rapido, significando que a razdo entre a mudanga no TC (ATC) e a mudanga em Q (AQ) esté aumentando. Essa razdo (ATC/AQ) define © custo marginal (CM) de produsao da empresa, o custo adicional para produzir uma unidade adicional daquele bem. Em virtude de CM aumentar conforme Q aumenta, as empresas precisam clevar o prego de cada unidade extra produzida. Assim, a existéncia do CM crescente sustenta uma relacdo positiva preco-quantidade como explica a Lei da Oferta. Modelando a Oferta Individual A Lei da Oferta esté ilustrada em dados hipotéticos de um produtor individual de 4gua engarrafada apresentados na Tabela 2.4. A coluna da quantidade mostra a decisio de producao de uma empresa ‘TABELA 24 Dados de Oferta de Um Unico Engarrafador de Agua Mineral REGO ‘QUANTIDADE OFERTADA P (garrafas més) uss. 42+ 16P-4 050 4 150 2 250 36 3.50 2 450 6 550 a 650 100 750 116 2 850 132 3 950 48 a 1080 164 : 1150 180 3 MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS 39 que busca maximizar seu lucro associada a uma variagao de precos de USS 0,50 a US$ 11,50. Observe como a relagio positiva entre o prego de oferta ¢ a quantidade se comporta. A equagao linear associada a esses dados é q, = 16P ~ 4, onde q, é usado para exprimir a quantidade ofertada por uma empresa individual. Cada um desses bindmios preco-quantidade apresentado na Tabela 2.4 explica essa equacio. O modelo grifico da curva (s) de oferta de uma empresa individual ¢ ilustrado na Figura 2.3. Mais uma vez, a praxe ¢ posicionar o prego no eixo vertical e quantidade no eixo horizontal, usando a forma FIGURA 23 Oferta(s) de Agua Mineral por um Engarrafador Este grafico mostra as] ofertas] de um engarafador no mercado de agua mineral baseado na fungdo da oferta Ps +0,0625q, + 0,25. Uma ver que esse mercado & considerado competitive, esta curva de oferta @ a orpria curva de CM da empresa. Observe que esta fungdo tem uma incinagdo de +0,0625 ecruza ena vertical om +0,25 inclinagdo postvareflate a Lei da Oferta ea teria do CM crescent, (uss) s-at . as z & ° adeguatsdeumio TABELA25 Dados de Oferta Conjunta de Dois Engarrafadores de Agua Mineral QUANTIDADE OFERTADA QUANTIDADE OFERTADA _SUANTIDADE OFERTADA RECO PELOS DOIS PRODUTORES PELO PRODUTOR 1 PELO PRODUTOR 2 i (arratas /més) (garratas més) CR eT uss (gareaas més) a= *16P- gy." Yat a= #8. 050 4 4 8 1.50 20 20 40 280 36 36 2 350 82 82 104 450 8 88 136 550 a4 a4 168 650 100 100 700 750 16 16 232 ¢ 850 132 132 264 | 950 148 148 296 i 10.50 164 164 328 2 11.50 180 180 360 é ECONOMIA AMBIENTAL inversa da equacdo. Nesse caso, a funcao inversa da oferta é P = +0,0625q, + 0,25. Dada a falta de extremos, a curva de oferta tem uma inclinagio positiva conforme a Lei da Oferta e sustentada pela teoria do CM (custo marginal) crescente. De fato, sob a premissa de mercados de produtos competitivos, a curva de oferta da empresa no curto prazo é seu proprio CM. ofertademeradodeun Oferta de Mercado Derivada dos Dados de Oferta Individual bem rival ie, ‘ontsde Para analisar a produgdo agregada, a oferta de mercado de um bem privado & todososprodutoesem _derivada por meio da soma horizontal das decisoes individuais de quantidade das determina atvdadeé empresas, andlogo ao que é feito ao lado da demanda, No entanto, uma vez que 0 btidapormeiodasoma—_setor produtivo tenha como premissa ser competitivo, o processo de soma ao lado ‘horizontal das ofertas m n aia. da oferta passa a ser mais simples, ja que todas as empresas so idénticas nessas, condigoes de mercado, Procedendo da mesma forma que ao lado da demanda, comecemos a ilustrar © processo de agregagao que usa apenas duas firmas. A Tabela 2.5 mostra dados hipotéticos de duas representativas empresas engarrafadoras de égua mineral e as suas decisies combinadas de oferta, A demonstracao algébrica é apresentada em seguida. Oferta do Produtor 1: + — Oferta do Produtor 2: +16P-4 +16P-4 Oferta Conjunta dos Produtores 1 & +32P -8 ana) = Qa * Ia Para trazermos a relagio de oferta para o nivel de mercado somamos o nivel de produgio de todas as firmas do mesmo setor de 25 produtores. Os dados dessa hipotética oferta de mercado esta na Tabela 2.6, Para cada preco, a decisdo combinada de oferta dos Produtores 1 e2 6 colocada na segunda coluna. Os dados agregados dos restantes 23 estéo representados na terceira coluna; na iltima coluna é apresentada a quantidade ofertada pelo mercado (Q, = ©). As equagées de oferta correspondentes sao: Oferta dos Produtores 1 e 2: Gayo) = +32P -8 + Oferta dos Produtores3.a25: yy = +368P- 92 Oferta de Mercado: Q 400P -100 ‘A Figura 2.4 mostra um grifico com a curva de oferta de mercado (S) na forma inversa, ou seja: P= +0,0025Q, + 0,25. Em cada prego, a distancia horizontal entre o eixo vertical e S é exatamente igual 4 soma dos intervalos horizontais andlogos a cada uma das 25 curvas de oferta individual (s). Além disso, como a oferta da empresa competitiva (s) é a sua prépria curva de custo marginal (CM), a curva de oferta de mercado (S) é, por sua vez, a soma horizontal de cada curva de CM das empresas individuais. EQUILIBRIO DE MERCADO Até aqui consideramos cada lado do mercado separadamente para desenvolver modelos distintos de tomada de decisio econdmica. Para desenvolver um modelo de determinagio de prego, de- vemos considerar oferta e demanda simultaneamente para permitir a interacao de consumidores MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS 41 TABELA26 Dados de Oferta de Mercado de Agua Mineral Engarrafada _ QUANTIDADEPELOS | QUANTIDADE OFERTADA OFERTADA PELO 7 PRODUTORES 1 £2 PRODUTORES 3.25, MERCADO ia (aarratas /més) (garrafas /més) (garratas /més) op. *32P-8 aa = #368P — 92 g,=+400P - 100 050 8 92 100 1,50 40 460 ‘500 250 2 828 900 350 104 1.196 1.300 450 136, 1.564 1.700 550 168 1.932 2.100 650 200 2.300 2.500 7,50 232 2.668 2.900 " 850 264 3036 3300 8 950 296 3.404 3.700 a 10,50 328 3772 4.100 § 11,50 360 4.140 4.500 3 FIGURA 24 Oferta de Mercado (S) de Agua Engarrafada Este modelo representa a curva de oferta de mercado (S) de qua engarrafada baseado na fungdo versa de oferta de mercado: P= +0,00250, + 1025. oferta da mercado 6 obtida por meio da soma horizontal de todas as curvas de oferta individual(s. Como cada cuva de oferta individuals} 62 propria curva de custo marginal (CIM de cada empresa, a oferta de mercado (S) representa a soma horizontal dessas curva de CM. (uss) S=3M e 5 5 as 5 e ° Odegarafesdetino € produtores no mercado. A teoria formal em que preco é simultaneamente determinado pela oferta e demanda é uma das mais importantes em toda anélise econémica.? 3. Essa teoria ¢ atribuida @ Alfred Marshall, quem primeiro a publicou em sta obra intitulada Principias de economia, em 1890. 42 ECONOMIA AMBIENTAL precoequantidadede Prego e Quantidade de Equilibrio equilbio nae Juntas, as forgas da oferta e da demanda determinam um iinico prego de equilibria (P)comespondente (P,), em cujo ponto o mercado nado tem uma tendéncia de mudanga. Prego de equi- A quantidae de librio (P,) € 0 prego cuja quantidade demandada pelo consumidor, Q,, é exatamente aoe igual 4 quantidade ofertada pelos produtores, Q, (ou seja, em que Q,, = Q,). Portan- to, em determinado P,, a quantidade de equilibrio (Q,) correspondente ser tanto © nivel de produgéo que maximiza os lucros da empresa como o nivel de consumo que maximiza a utilidade dos consumidores. O equilibrio de mercado para nosso mercado hipotético de égua engarrafada est na Tabela 2.7, na qual dados de oferta e de demanda de mercado esto apresentados conjuntamente. Observe que © prego atinge seu equilibrio a US$ 2,50, o tinico prego em que Q, é igual a0 Q,, que equivale a 900 unidades. Esse resultado pode também ser determinado algebricamente, se resolvidas as equades de oferta e demanda simultaneamente, como apresentado a seguir: Em condigées de equilibrio: Q=Q, Substituindo: Resolvendo: .250 ou P, = US$ 2,50 Substituindo em qualquer equagao: 400(2,50) - 100; ou ~100(2,50) + 1.150 = 900 Graficamente, modelamos equilibrio de mercado com a diagramagio das curvas de demanda (D) ede oferta de mercado (S), conjuntamente. Isso é demonstrado na Figura 2.5. Observe que 0 equi- librio ¢ apresentado como 0 ponto onde De S sofrem intersecgao, ou em que Q,, = Q.. Ajustes no Mercado em Desequilibrio Se 0 preco de mercado que prevalece no estiver em um nivel de equilibrio, Q, + Q, 0 mercado denomina-se em desequilibrio. Como consequéncia, consumidores e produtores tém um incentivo TABELA27 Dados de Oferta e Demanda para Agua Engarrafada ‘MERCADO QUANTIDADE rr oremanWonencapo DEMANDADANO —_EXCEDENTE OU ESCASSEZ he oe ‘MERCADO DEMERCADO * 4,=-100P + 1.150 050 100 1.100 Escassez= 1.000 150 500 1.000 Escassez = $00 250 300 900 Equilibrio 350 1300 800 Excadente = 500 450 1700 700 Excedente = 1.000 550 2100 600 Excedente= 1.500 650 2500 500 Excedente = 2.000 750 2.900 400 Excedente = 2.500 850 3300 300 Excedente = 3.000 350 3.700 200 Excedente = 3.500 1050 4.100 100 Excedente = 4.000 1150 4500 0 Excedente = 4.500 MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS 43 FIGURA25 Equilibrio de Mercado para Agua Engarrafada Demand te mercado (0) oferta de mercado) deteminam o prego (Pe qvatiade (0) de equa em seu pontodeintesecy80, (uss) 1150 s=aM 5 250 i os D : 0 900 1.150) Agarrafasdeumlito para fazer algum ajuste que restabelecera o equilibrio daquele mercado. A motivacéo para esse ajuste €.0 processo pelo qual esse ajuste é implementado depende se hé excesso de oferta ou de demanda. Escassez Se o preco P vigente esta abaixo do preco de equilibrio P,, ento ha um excesso de demanda, significando que Q, é maior que Q, naquele prego. O resultado é aw a een que Q, niue (2 5madue’: Brera Excesso de demanda por uma escassez do produto igual a (Q,, ~ Q,). Na Tabela 2.7, vé-se escassez de pro- _geterminado produto; é dutos no mercado de agua engarrafada para todos os precos abaixo de US$ 2,50. _ iguala(Q,~0),esugese Em um caso como esse, os consumidores desejam maiores quantidades do pro- 9 es0estver abi do duto com o prego vigente do que as engarrafadoras estio dispostas e aptas a ven-_Sunwelde equiibrio. der. Em resposta, empresas estariam dispostas a aumentar a quantidade oferecida, movendo para cima a curva de oferta de mercado e elevando consequentemente 0 prego. Esse processo deverd continuar até que o preco seja levado ao seu nivel de equilibrio, Excedente Quando 0 preco vigente P est acima do preco de equilibrio P,, as empresas esto impossibilitadas de vender toda sua produgio e passa a ocorrer actimulo de pro excedente dutos nao vendidos. Nesse caso, hd um excesso de oferta, significando que Q, su- _ Bxessode oferta de um pera Q,, O resultado é um excedente igual a (Q, - Q,). Veja na Tabela 2.7 os exce- Ral , cestiver acima do seu nivel Observando os produtos ainda nao vendidos, as empresas teriam um estimulo de equilibria para reduzir os precos e eliminar o excedente. Essa reducao de prego continuaria até que todo o estoque nao vendido fosse comprado, o que ocorre no prego de equilibrio. ‘Observe como as variacdes de preso sinalizam a existéncia de escassez ou de excedentes, en- quanto que a estabilidade de prego sugere equilibrio. Os ajustes que ocorrem quando 0 mercado dentes no mercado de agua engarrafada para todos os precos acima de US$ 2,50. 44 ECONOMIA AMBIENTAL esta em desequilibrio acontecem por causa das forcas internas de mercado, Desde que as premissas do mercado se mantenham (¢ esse é um ponto importante), nao ha necessidade de intervengao do governo ou de outros mediadores para aleancar 0 equilibrio, Até agora, examinamos os elementos fundamentais de um mercado competitivo ¢ ilustramos como 0 efeito simultaneo das decisdes de demanda e oferta determina prego e quantidade de equilibrio. No entanto, precisamos ir além desse ponto para entender as implicagdes de um equilibrio competitive - primeiro em termos de alocagao de recursos e, em seguida, em termos de bem-estar da sociedade. CRITERIO ECONOMICO DE EFICIENCIA A anilise econdmica é guiada por critérios especificos. Um dos critérios trata da alocagao apropriada de recursos entre usos alternativos, chamado de eficiéncia alocativa. Outro est preocupado com a econo- mia de recursos usados na produgao, chamado de eficiéneia técnica. Ambos 0s critérios sao relevantes para todas as disciplinas de economia aplicada, inclusive economia ambiental. Comecemos, entio, com uma discussio sobre eficiéncia alocativa. Eficiéncia alocativa Conforme ilustrado pelo modelo de balango de materiais, a forma que o mercado usa recursos é critica, no apenas para a produgio e para o consumo, mas também para o meio ambiente. Mas em que consiste aalocagao de recursos a ser avaliada? A resposta esta em um procedimento que envolve dois elementos: + uma avaliagao de custos e beneficios; + 0.uso de analise marginal Esses elementos ja foram introduzidos em discussdes prévias sobre oferta e demanda. Agora, os uusamos para descrever importantes conclusdes sobre tomada de decisao ¢ equilibrio em condigées com- petitivas ~ primeiro em nivel de mercado e depois em nivel de empresa. Alocagao de Recursos em Nivel de Mercado Mercados competitivos so considerados ideais, padrio pelo qual outras estruturas de mercado sio ava- liadas. Se olharmos cuidadosamente 0 que & um equilibrio competitive, podemos apreciar melhor essa caracteristica. Quando em equilibrio, sabemos que a demanda de mercado se iguala a oferta de mercado. © que isso significa em termos de alocagao de recursos? Lembre-se de que precos ao longo de uma curva de demanda sio medidas de beneficio marginal (BM). Cada prego de demanda informa o valor que os consumidores atribuem a unidade de produto seguinte, ‘ou marginal, baseado no beneficio adicional que eles esperam receber do consumo dessa unidade. Do lado da oferta, ha também uma interpretagao marginal, mas aqui os pregos sio medidas de custo econdmico. Em razio da oferta de mercado em um mercado competitivo ser a soma horizontal das curvas de custo marginal (CM) das empresas, cada prego de oferta representa o custo adicional dos recursos necessatios para produzir outra unidade daquele bem. Custos econdmicos incluem tanto os custos explicites associa dos & produgao, como todos os custos implicitos, baseados no uso alternativo de maior valor dos recursos econdmicos utilizados (o custo de oportunidade). A integragao dessas duas interpretagdes produz um resultado importante. No equilibrio competitivo, ovalor que a sociedade atribui ao bem € equivalente ao valor dos recursos sacrificados em sua produgio, MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS 45 ou, simplesmente, BM = CM. Por definicio, esse resultado assegura que a eficién- eficlénda alocativa alocativa seja alcancada. O critério de eficiéncia alocativa determina que 0 Requrquerecusossejam valor adicional atribuido pela sociedade em uma unidade adicional do bem seja_miadsde forma que idéntico ao valor dos recursos que a mesma sociedade deve sacrificar para produ- acca zi-lo. E importante reconhecer esse resultado como parte do modelo competitive, usanseutsaacons porém também ¢ importante entender a sua origem. Para isso, precisamos focar na tomada de decisio de empresas sob essas condigdes de mercado. Alocagao de Recursos em Nivel de Empresa Partindo de uma perspectiva geral, assume-se que a tomada de decisio das empresas motivada pelo lucro. Nés também assumimos que a varidvel de escolha para as empresas é 0 nivel de produ- Gao. Assim, todas as empresas, sem considerar condigdes competitivas, escolhem © nivel de produgao que maximize lucro, Luero total (r) é definido como Reeeita total (T'R) - Custo total (TC). TR é simplesmente o valor em dinheiro (délares) das vendas de uma empresa, que é igual ao prego praticado no mercado (P) mul- tiplicado pela quantidade de producao vendida (q) (ou seja, TR = Pq). Custo total (TC) inclui todos os custos econdmicos relacionados com a produgao. Para encontrar aq que alcance o maior x possivel, a empresa toma suas decisdes na margem, sem deixar de considerar os beneficios ¢ os custos relativos & produgio de cada unidade adicional do produto. Na perspectiva empresarial, o beneficio é medido pela TR ¢ 0 custo pelo TC. Assim, considera as implicagdes do lucro de cada unidade subsequente produzida, por meio das mudan- as associadas a TR e TC. Se ao produzir mais uma unidade observa-se o aumento maior da TR do que do TC, entao a empresa aumentou a produgio. Se observar aumento do TC maior que © da TR, entao reduz a produgao. Esse processo continua até ndo haver mais estimulo a continuar, ou quando a mudanga em TR (ATR) gerada por um aumento da produgao seja igual 4 mudanga em TC (ATC). Nesse ponto, a mudanga em x (An) ao produzir a titima unidade é zero, e qualquer aumento de produgao que venha a ocorrer causaria um declinio em n. Precisamente nesse ponto, esta em seu patamar maximo.! Observe que esse processo de tomada de deciséo se sustenta sobre mudangas, que definem a anlise marginal. Nesse contexto, as varidveis marginais relevantes sao as seguintes: total (Ti) ~ Casto total (10, + Receita marginal (MR) é a mudanga na receita total (TR) associada & mudanga na produ- ¢a0 (q), ou MR = ATR/Aq. + Custo marginal (CM) é a mudanga nos custos totais (TC) associada & mudanga na produ- a0 (q), ou CM = ATCIAq. + Lucro marginal (Mn) éa mudanga no lucro total (7) associada & mudanga na produgao (q), ou Mn = AnfAg. Assim, a empresa implicitamente toma suas decisdes de maximizagao de lucro de acordo com as seguintes regras: 4 Isso certamente presume que, em curto prazo, a receita da empresa cobre seus custos varidveis. Caso contritio, para- lisaria a produgio, No longo prazo, a empresa produziré desde que suas receitas totais cubram seus custos totais. Caso contrério, saira do mercado, 48 ECONOMIA AMBIENTAL, + Aempresa aumenta a produgio desde que MR > CM ou desde que Mr > 0. + Aempresa reduz a producio desde que MR < CM ou desde que Mr <0. + A empresa realiza maximizagao de lucro em que MR = CM ou em que Mr = 0. Observe que o dtimo nivel de produgao da empresa ocorre precisamente no -maximizagao de lucro . Rages iac ponto onde o beneficio marginal para a empresa (MR) é exatamente compensado roducioem quetR=cit Pelo custo marginal dos recursos usados (CM). Embora esse resultado valide 0 uso de custos ¢ beneficios na margem, ndo conduz necessariamente a um resultado eficiente alocativamente. Por que no? Porque MR é o beneficio marginal para a ‘empresa, 0 qual nao € necessariamente igual ao beneficio marginal para a sociedade, medido pelo preco P. De fato, o comportamento otimizador da empresa atinge eficiéncia alocativa somente se ‘ovem que i =| ‘ME for igual a P, ¢ essa igualdade ocorre apenas sob condigdes competitivas. Para entender isso, devemos reconsiderar como a decisio de maximizagao de lucro da empresa é afetada por um mer- cado competitivo. Como tomadora de prego, cada empresa em um mercado competitivo aceita o prego deter- minado pelo mercado. Ela € incapaz. de cobrar um prego mais alto, porque assumimos que seu produto seja idéntico ao de todos os seus concorrentes. Assim, se o produtor pretendesse elevar © prego, 0 consumidor no compraria o seu produto, mas 0 de outros fornecedores. Da mesma forma, uma empresa nao tem estimulo algum para reduzir os precos, porque pode vender tudo 0 que quiser no prego determinado pelo mercado. E como a empresa competitiva no tem controle algum sobre as condigées que prevalecem no mercado, convive com um prego constante. Portanto, cada unidade adicional vendida aumenta a receita total em um montante igual ao prego do bem. Esse fato origina uma importante igualdade nica aos mercados competitivos: P = MR. Portanto, embora empresas competitivas sigam as re- gras da maximizagao do lucro derivadas anteriormente, o equilibrio é claramente diferente, pois a eficiéncia alocativa ¢ automaticamente assegurada. Veja resumo abaixo. Maximizacao de lucro requer: MR=CM. ‘Mercado competitivo implica: P=MR. Assim, maximizagao de lucro para empresas competitivas requer: P= CM. Agora deve estar claro por que o equilibrio competitive de mercado alcanga eficiéncia alocativa - porque cada empresa no mercado produz independentemente onde P = CM. Para ilustrar esse resultado, a Tabela 2.8 apresenta dados de receita e custo para uma empresa representativa do nosso mercado hipotético de agua engarrafada, Primeiro, vamos confirmar que P = MR ocorre para todos os niveis de produgao. Considerando 0 modelo competitivo, observe que os pregos praticados pela empresa sao constantes ¢ equivalentes ao prego de equilibrio do mercado (P,), de US$ 2,50, Os valores MR so encontrados ao dividir a mudanga na TR pela mu- danga em q. Assim, por exemplo, quando a produgao salta de 28 para 36 unidades, provocando um aumento em TR de US$ 70 para USS 90, MR = ATR/Aq = (USS 90 ~ USS 70)/(36 - 28) = USS 20/8 = US$ 2,50. Repetindo esses calculos para todas as mudangas em q apresentadas na tabela, resulta em MR = US$ 2,50 para todos os casos ~ exatamente igual ao P,, Agora, vamos examinar como a engarrafadora escolhe o nivel de produgao para maximizar 0 lu- cro, Como previsto no modelo competitivo, os valores de CM na tiltima coluna da tabela sao iguais MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS. aos pregos relacionados & programagio de produc da engarrafadora. Para orientar suas decisdes sobre produgio, a empresa considera 0 CM relativo ao MR em cada nivel de produc. Nesse caso, a produgdo em equilibrio que maximiza 0 lucro ocorre quando q, = 36, em que MR = CM = = US$ 2,50. E porque P = MR em todos os niveis q, essa decisao também assegura que P = CM, in- dicando que os recursos estao sendo alocados eficientemente. A Figura 2.6 ilustra esse equilibrio. TABELA28 Dados de Receita e Custo de uma Empresa Representativa do Mercado de Agua Engarrafada REGO ‘QUANTIDADE RECEITA TOTAL RECEITAMARGINAL | CUSTO MARGINAL P, {algarratas/més) ™ wa cm uss, uss uss uss uss 250 4 10.00 2.50 050 250, 2 30.00 250 100 250 2 50,00 2.50 150 250 2 70.00 250 2.00 250 6 | 90.00 250 250 250 4 | 11000 250 3.00 2 2.50 2 | 190 250 50 : 2580 60 | 150,00 2.50 4.00 i 250 68 |_ 17000 250 450 2 250 16 | 18000 2.50 5.00 8 FIGURA26 O Equilibrio que Maximiza o Lucro da Empresa Competitiva ( equifvo que maxiniza lucto para uma empresa competitiva ocore quando 4, = 36, em que MA= CM= USS 2,50. Em vinule de P= MR para todos os niveis deg, pode-se afrmar que P= CM quando em equilro, indicando que os recursos esto alocados eficientemente. Em qualquer abaixo de q,, MR> CM ou Mr> 0, 0 que significa que 2 empresa pode aumentar expandindo a produgso.O opasto também é verdadero. Somente quando g,= 36 que Mh = 0, signicando qu acigdes posterores an ndo so possiveis, e que n esténo seu méximo. (USS) a 290 Poe 2 ! : os i g Po - a 4 de garafas de um ito 48 ECONOMIA AMBIENTAL efcénca técnica Eficiéncia Técnica oa Outro importante critério econémico ¢ a eficiéncia técnica, que se refere as de- Gmerisesuqede _ci86es de produgio que geram produgio méxima, mediante algum estoque de reas recursos, ou (dizendo a mesma coisa de uma perspectiva levemente diferente) decisoes de produzir uma certa quantidade de unidades usando o minimo de re~ cursos. No contexto do modelo de balango de materiais, ao atingir eficiéncia técnica, preservam-se 08 recursos naturais € minimiza-se a geracao de residuos, aumentando, assim, o aproveitamento do recurso. Além do mais, dada a relagdo entre produgio e custos, a eficiéncia técnica implica custos econémicos minimizados na produgao de certa quantidade de produtos. Visto por essa perspectiva, observamos que eficiéncia técnica é uma aplicagao do critério mais abrangente de custo-efetividade introduzido no Capitulo 1. Um ponto fundamental ¢ entender que as forcas do mercado podem atingir eficiéncia técnica, desde que prevalecam as condicdes competitivas. Para permanecer vidvel, uma empresa compe- titiva tem de minimizar custos, porque nao pode elevar pregos para cobrir as despesas agregadas pela ineficiéncia na produgao. Se adotasse essa estratégia, a demanda por seus produtos poderia cair a zero, porque muitos outros poderiam vender 0 mesmo produto a um prego mais reduzido. Reconhecer como a eficiéncia técnica é alcangada sob condigdes ideais de mercado ajuda econo- mistas a determinar por que isso nao ocorre em outros contextos de mercado. Mais importante ainda, a magnitude de uma decisio tecnicamente ineficiente pode ser avaliada ao se comparar os custos resultantes com aqueles que seriam obtidos se 0 mercado permitisse operar livremente, MEDIDAS DE BEM-ESTAR Em ciéncias econémicas, um objetivo importante é avaliar os ganhos ¢ as perdas para a sociedade associados a qualquer acontecimento que altere o prego de mercado, O modelo de oferta e deman- da fornece a informagao necessédria para conduzir essas andlises, usando os conceitos conhecidos como excedente do consumidor ¢ excedente do produtor. Ao comparar essas medidas, antes depois de uma mudanga no mercado, € possivel quantificar como a sociedade foi afetada. excedentedoconsumidor. ~Excedente do Consumidor Bene gio Canprotvesetinaiopelo Para entender a logica do excedente do consumidor, comegamos com uma defi- fxcedentedebeneico_nigdo pritica, Excedente do consumidor é uma medida de beneficio liquido per- argial (BH) doconsuno _cebido pelos compradores de um bem, ¢ é estimado pela diferenca entre que sobreo prewodemerado _estariam dispostos a pagar e o que eles realmente devem pagar, agregado a todas (Pr, agregad atoasas nidadescompradas. as unidades do bem comprado. Observe que o excedente do consumidor depende de duas nogdes distintas de prego: uma que mede a disposigdo a pagar e outra que mede o que realmente é pago. A série de precos que os consumidores esto dispos- tos a pagar por diferentes quantidades de um bem é aquela que define a curva de demanda, Confor- me discutido, cada prego de demanda mede o beneficio marginal (BM) de consumo. Inversamente, (© prego que os consumidores devem pagar € o prego de mercado que prevalece (P), determinado pela demanda e oferta. Ha duas diferencas importantes entre esses precos. Primeiro, tem diferentes determinantes. O preco de demanda (BM) é determinado somente pela demanda, uma espécie de prego psico- légico, baseado em como os consumidores avaliam 0 bem. Por outro lado, o prego de mercado MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS. FIGURA 27 Excedente do Consumidor Pata a primeira garafa de gua, o prego de demanda dos consumidores ¢ de USS 11,48, mas o prego determinado pelo mercado é de apenas USS 250. Assim, os consumidores recebem um benefco liquid de USS 11 49 —USS 2,50 = USS 8,99, presentado como a distnca vertical ab 49 /Agrogando-se esse neti iquido para tadas as unidades de Squa consumidas, obtém-se a dimenso do excedente do consumido,visualizada na fea triangular WXY.O valorem dinheira (dares) dessa drea é A(900\US$ 9,00)» USS 4.050 (uss) 1150 4, 10 benef iquid ao adeuirra primera spate de qua equialeaUS$899 Lina de peso 2 2 280 t xptp 2 é O14 001.150 Qgaratesdeumtin & (P) surge a partir das forgas de oferta e demanda e é incentivado por ambos os produtores ¢ consumidores. Segundo, embora haja uma série de precos de demanda, ha apenas um prego de mercado cobrado para fodas as unidades vendidas. O resultado? Uma vez que 0 preco de mer- cado seja determinado, todas as unidades sio vendidas por aquele prego tinico, mesmo aquelas em que o prego de demanda é muito mais alto. Consequentemente, consumidores recebem, para cada unidade comprada, um beneficio excedente, equivalente ao valor do preco de demanda que excede 0 preco do mercado. Para ilustrar graficamente o excedente do consumidor, reproduzimos na Figura 2.7 a demanda de mercado de agua engarrafada derivada previamente. No diagrama, incluimos o preco de refe- réncia, uma linha horizontal no nivel do prego de equilibrio a USS 2,50. Observe que para cada nivel de producio até a quantidade de equilibrio de 900, o prego de demanda é maior que o preco de mercado. Assim, cada unidade comprada da ao consumidor um excedente de beneficio alm daquilo que eles devem pagar. Por exemplo, para a primeira garrafa de égua mineral, consumi- dores esto dispostos a pagar USS 11,49, baseados na fungao inversa da demanda de mercado’ mas na verdade eles sé tém de pagar US$ 2,50. Isso significa que recebem um beneficio liquido a0 consumir essa primeira garrafa de agua equivalente ao excedente de US$ 11,49 sobre USS 2,50, ou seja, de USS 8,99. Geometricamente, isso ¢ medido como a distancia vertical entre a curva de demanda e a linha de preco em Q = 1, mostrada na Figura 2.7 como distancia ab. Uma vez que os consumidores recebem um beneficio liquido para cada unidade comprada até 0 ponto de equilibrio, esse valor deve ser agregado a todas as unidades adquiridas para defi- nir a dimensio do excedente do consumidor. Graficamente, é a érea triangular acima da linha de prego e abaixo da curva de demanda, Na Figura 2.7, 0 excedente do consumidor para égua 5 O prego de USS 11,49 é determinado quando se substitui Q,, = I na fungao inversa da demanda P= ~0,01 Q, + 11,5, 50 ECONOMIA AMBIENTAL, engarrafada é a rea do triangulo WXY. Isso faz sentido porque a drea total sob a curva de de- manda é a dimensio de beneficio total originado pelo consumo (isto é, a agregacao do beneficio marginal de cada unidade do bem), e a érea retangular sob a linha de prego 0 custo total com 0 bem, Assim, a diferenca entre os dois é o beneficio liquido ao consumidor. (O valor em dinheiro (délares) do excedente do consumidor pode ser encontrado calculando-se a drea do triangulo que o representa no modelo grafico. Na Figura 2.7, a base do triangulo WXY 6a distancia horizontal que vai do eixo vertical até a quantidade de equilibrio, ou 900. A altura é US$ 9,00, que é a diferenca entre 0 ponto de interseccao vertical da curva de demanda (USS 11,50) ea linha de prego (USS 2,50). Assim o valor em dinheiro (délares) do excedente do consumidor nesse mercado é ¥4(900)(US$ 9,00) = USS 4,050, ‘A aplicabilidade do excedente do consumidor origina-se do fato de que sua magnitude esta relacionada com prego e quantidade de equilibrio. Qualquer distiirbio no equilibrio do mercado alteraré o tamanho do excedente do consumidor. E, em razio desse excedente medir beneficios a0 consumidor, qualquer mudanga em seu valor pode ser utilizada para avaliar 0 ganho ou perda relacionada ao bem-estar do consumidor. excedentedoprodutor + ExCedente do Produtor ee Baten, Do lado da oferta, a medida comparavel de bem-estar é 0 excedente do produtor. vendedores de um arene SSimadopeoeeedente Ele medeo ganho liquido para os vendedores, estimado pelo excedente do prego de apredemerado(p) ‘mercado (P) sobre o custo marginal (CM), agregado a todas as unidades vendidas. sobre custo marginal Apoiados em nossa discuss4o sobre decisdes de oferta, consideramos P = CM (Gp, agegatoatedases em um equilibrio competitivo. No entanto, para todo nivel de produgio abaixo unidades vendidas do equilibrio, CM é menor que P. Assim as empresas estio na verdade dispostas a essas quantidades menores a pregos abaixo do que os ditados pelo merca- do. Os precos que as empresas estio “dispostas a aceitar” para cada nivel de produgao é seu prego de oferta, e este & 0 prego que esta representado na curva CM. Dessa forma, para cada quantidade abaixo do equilibrio, as empresas apuram um ganho liquido medido pelo excedente de P com relaco a CM. Esse ganho ¢ ilustrado na Figura 2.8. diagrama mostra a competitiva oferta de mercado para agua engarrafada, que também re- presenta a curva CM, ¢ uma linha de referéncia tragada horizontalmente representando 0 prego de equilibrio de US$ 2,50. Para cada unidade de produto fornecido até o ponto de equilibrio de 900 unidades, os produtores desfrutam um excedente equivalente A diferenca entre P e 0 CM. Por exemplo, para a primeira unidade de agua engarrafada produzida, o CM é US$ 0,2525 baseado na fungao de oferta de mercado. No entanto, as empresas podem vender a primeira unidade a US$ 2,50. Assim, o ganho liquido relacionado a essa unidade de produgio ¢ 0 excedente de US$ 2,50 sobre US$ 0,2525, ou US$ 2,2475. Geometricamente, esse ganho ¢ a distancia vertical entre a curva de oferta ea linha de preco a Q = 1, denominada como distancia cd na Figura 2.8. Como no lado da demanda, o ganho liquido deve ser agregado a todas as unidades vendidas até a quantidade de equilibrio para encontrar o excedente do produtor. Graficamente, é a soma de todas as distancias verticais entre a curva CM ea linha de prego; ou a rea triangular formada 6 Lembre-se de que a formula para se calcular a drea de um triingulo €¥4(base)(altura). 7 O prego de fornecimento, ou CM, para se produzir a primeira unidade é calculado pela avaiagio da fungio de supri- ‘mento do mercado em Q, MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS. FIGURA 28 Excedente do Produtor Para a primeira garafa de gua produrida, o CMé USS 0.2526, mas as empresas podem vender essa garrafa por USS 2.50. Por consequinte, percebem um ganho liquido de USS 2,50 US$ 0.2525, ou USS 2.2475, cepresentado pela distancia verical ed. Agregando esse ganfo a todas a8 uidades vendidas, tem-se uma medida excedente do produto, epresentada na drea triangular XYZ. O valor em délares dessa area é ASOOKUSS 2:25) = US$ 1,012.50 (uss) (ganho liquid a produ a primeira garafa de dgua equivalea USS 2.2475 (©cengage teaming 2013, i 900 (de garafas de wm iro pela curva CM e a linha de preco até o ponto de equilibrio, Na Figura 2.8, a area é representada pelo triangulo XYZ. ‘Com 0 mesmo método descrito para o excedente do consumidor, podemos quantificar 0 exce- dente do produtor, calculandoa sua respectiva érea triangular apresentada no grafico. Na Figura2.8, a base do triangulo XYZ ¢ 900 e sua altura USS 2,25, dada como a diferenga entre os pontos em que a linha de prego e a curva de oferta cruzam o eixo vertical, em USS 2,50 ¢ USS 0,25, respecti- vamente. Portanto, 0 excedente do produtor quando o mercado de agua engarrafada se encontra em equilibrio € de ¥4(900)(US$ 2,25) = US$ 1.012,50. Observe que a magnitude do excedente do produtor, assim como o excedente do consumidor, é baseada no preco e quantidade de equilibrio, Por essa razio, qualquer distiirbio no mercado mudara seu valor, permitindo a avaliacio de possi- veis ganhos ou perdas de satisfagao as empresas, Bem-estar da Sociedade: Soma dos Excedentes do Consumidor e do Produtor Economistas usam a soma dos excedentes do consumidor e do produtor para _ bemestardasociedade ‘Asoma dos excedentes do consumidor edo produtor. capturar os ganhos apurados em ambos os lados do mercado, ou 0 bem-es- tar da sociedade. Ao aplicar esse conceito para o mercado de agua engarra- fada, observamos que a sociedade se beneficia de um excedente de US$ 4.050 + US$ 1.012,50, ou US$ 5.062,50. E esse valor é maximizado porque o excedente é baseado em equili- brio competitivo, Isso é assim porque a eficiéncia alocativa caracteriza um mercado competitivo, Co- locado de outra maneira, nao é possivel realocar recursos para melhorar o bem-estar da sociedade, Por convengao, implica que qualquer contexto de mercado que nao alcance o critério de eficiéncia 51 ECONOMIA AMBIENTAL, alocativa tem um efeito negativo quanto ao bem-estar da sociedade. Nesse caso, a perda pode ser valorada monetariamente por meio da comparagio entre o resultado da soma dos excedentes do consumidor e do produtor com o que teria acontecido se a eficiéncia alocativa tivesse sido atingida. Dimensionando Mudangas no Bem-estar Consideremos uma politica de precos hipotética no mercado de gua mineral engarrafada que for- ce pregos acima do CM até USS 6,50 por unidade. Para medir o efeito no bem-estar da sociedade, devemos comparar os excedentes do consumidor e do produtor no cenario pés-politica com 0 ce- nério referencial, dado representado pelo mercado competitivo, de USS 5.062,50. Comegamos por reproduzir 0 modelo do mercado de ‘gua engarrafada, na Figura 2.9, adicionando ao diagrama a politica de preco e quantidade de USS 6,50 e 500, respectivamente." As letras maitisculas de A até F foram colocadas para facilitar nossa discussao. O nivel de referéncia de excedente do consumidor é mostrado como a area (A + B + C), ¢ 0 excedente do produtor como a area (D + E + F). Agora definimos os valores compariveis dos excedentes no cenério com uma politica determi- nante de prego quantidade. Ao prego de USS 6,50, o excedente do consumidor ¢ reduzido a rea triangular de A, valorada em USS 1.250. Esse novo valor & USS 2.800 menor do que era antes da politica, assim sabemos que a politica gerou uma perda liquida aos consumidores. © excedente do produtor ao prego de USS 6,50 esta representado pela drea (B + D + F), valorado em US$ 2.812,50 e encontrado por meio da soma da drea do retingulo (B + D) ea drea do triangulo (F). Por causa desse valor ser USS 1.800 maior que o excedente original, sabemos que os engarrafadores desfru- tam de um ganho liquido como resultado da politica. Finalmente, considera-se 0 efeito geral. O excedente total sob a nova politica é de US$ 1.250 + + USS 2.812,50, ou seja, US$ 4.062,50, 0 qual é US$ 1.000 menor que o valor original. Embora produtores desfrutem um ganho liquido de USS 1.800, esse ganho é descaracterizado pela perda do consumidor de USS 2.800. Assim a nova politica de prego causa um declinio no bem-estar da sociedade de US$ 1.000. Essa mudanca pode ser confirmada, geometricamente, pela andlise das ‘éreas representando excedentes antes e depois da politica: Mudanga no excedente do consumidor: (A)-(A+B+0) =-(B+C) + Mudanga no excedente do produtor:__ (B+D+F)-(D+E+F) =+(B-5) Perda liquida para a sociedade: (C +E) Area (C + E), valorada em US$ 1.000, ¢ chamada de perda liquida de bem- dais debe wrarpamasodedeae -08t0r para a Sociedade (deadweight loss). Por qué? Porque esse valor era parte dos (deadweight ss) excedentes do produtor e do consumidor nas condigies de eficiéncia alocativa, mas, ‘perdaliquid de como resultado da politica de pregos, foi perdido ou nao considerado. Observe que excedentes do consumidor 4 rea B, embora seja uma perda para os consumidores, é um ganho para os produ- edo produtor devido a ‘. id tores. Assim, o valor é redistribuido de um setor do mercado para outro. Pode-se um distirbio de mercado alocativamenteinefente, Considerar injusto esse resultado, mas uma questo importante é que essas trans- feréncias nao sio ineficientes, pois 0 montante se mantém em algum lugar dentro do proprio mercado, O problema é que a politica gera uma perda para a sociedade como um todo, porque forca P acima do CM, violando assim o critério de eficiéncia alocativa, 8 A um prego de USS 650, Q, > Q,, assim a quantidade comercializada no mercado € Q,, Portanto, encontramos a ‘quantidade substituindo USS 650 na equagio de demanda: Q, = ~100(6,50) + 1.150 = 500. MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS. FIGURA 29 Perda Liquida de Bem-Estar para a Sociedade Ocasionada pela Regulacao de Precos ‘Quando em enuloxio competitivo, a dea (A+ 8+ C}é oexcedente do consumido, valorado em USS 4.050, e a drea (0+ E+F} éoexcedente do produto valorado em USS 1.012,50.O nivel de ber-estar total equivale a USS 5.062,50. Sob uma politica que estabelee preg a US$ 6.50, 0 53 texcedente do consumir cai para USS 1.260 (confrme drea A), eo excedente do produtorsobe para USS 2812.50 (conforme as dreas B+ D+ F. 0 nova nivel de bem estar equivale a USS 4.062 50. Os consumidoressofrem uma perdalquida de ~(8 +C) valorada em US$ 2800, eos produtores ‘ganham +48 ~E|, equivalent a USS 1.800, Portanto, como resultado dessa politica ocrre uma perds liquida de bem-estar para a sociedade (deadwoight ross) (C+ El estinada om USS 1.000. (uss) 1150 eda liquida de bem-estar para 650 a sociedade deadweight os) s=aM 250 . i ' 2 150 | 5 I a 1 3 os t 3 1 : 0 0 00 1150 Qdegarafasdeumitto CONCLUSOES Compreender os fundamentos de como os mercados funcionam é uma importante base para 0 estudo da economia ambiental. Com essa finalidade, limitamos nossa discussio neste capitulo a0 modelo do fluxo circular ~ analisando a mecanica da oferta e da demanda, 0 mecanismo sinali- zador de prego e a anilise marginal - tudo dentro do contexto do mercado competitivo clissico, Mercados competitivos estabelecem referéncias que ajudam a avaliar os efeitos de suas falhas ¢ seus distiirbios, ambos importantes para a economia ambiental. Sob uma perspectiva pratica, po- demos avaliar os efeitos de poluicao ambiental ou de qualquer politica usando a eficiéncia aloca- tiva como critério. Além do mais, esses efeitos podem ser dimensionados pela quantificagdo das mudangas relacionadas aos excedentes do consumidor e do produtor. (0 modelo competitivo também ilustra como um sistema econdmico funciona na auséncia de qualquer condigao que impega as forgas naturais do mercado. E necessario conhecer o desempenho de um mercado em pleno funcionamento para entender a percepgio econémica da poluigao am- biental como uma falha de mercado ~ assunto do capitulo seguinte. Para fazer essa transi¢io, ampliaremos nossa andlise para o modelo de balango de materiais completo, permitindo a interde- pendéncia do modelo do fluxo circular com o meio ambiente, Ao usar as ferramentas apresentadas neste capitulo e estendermos sobre beneficios e custos marginais, poderemos desenvolver modelos ECONOMIA AMBIENTAL, de mercado mais elaborados que levam em conta essa interdependéncia explicitamente, Esses modelos mostraro como e por que o mercado falha em corrigir um dano ambiental e sugeririo abordagens para instituir solucdes politicas eficazes. RESUMO + Mercado éa interacao entre consumidores e produtores, com a proposta de trocar um bem. definido. + © modelo de mercado competitivo é caracterizado pelo extenso niimero de compradores, e vendedores com nenhum controle sobre o prego, um produto homogéneo, sem barreiras para entrada ¢ com informacio perfeita. + Demanda é uma relagao entre quantidade demandada (Q,) e preco (P), mantendo constan- tes todos os outros fatores que possam influenciar essa decisio, como riqueza, renda, precos de bens relacionados, preferéncias e expectativas de prego. + Segundo a Lei da Demanda, hé uma relagdo inversamente proporcional entre a quantidade demandada e o prego. + Demanda de mercado para um bem privado é determinada pela soma horizontal das de- mandas individuais. + Oferta é a relacdo entre quantidade ofertada (QS) e o prego (P), mantendo constantes todos 0s outros fatores determinantes da oferta, como tecnologia, pregos de insumos, impostos subsidios e expectativas de preco. + A Lei da Oferta afirma que hé uma relagdo direta entre quantidade ofertada e prego. + Oferta de mercado para um bem privado é encontrada quando da soma horizontal das ofertas individuais. + Opreco de equilibrio, (P,) & 0 preco no qual Q, = Q, Se o prego esta acima (abaixo) de seu nivel de equilibrio, ha um excedente (escasse) do bem, que pressiona o prego estabelecido a cair (subir) no sentido do equilibrio. + Eficiéncia alocativa requer que o valor adicional que a sociedade atribui a uma nova uni- dade do bem seja precisamente equivalente ao valor que a sociedade deve sacrificar em recursos para sua produgio. + Todas as empresas maximizadoras de lucro expandem (reduzem) a produgao desde que a receita adicional (MR) seja maior (menor) que 0 aumento em custos (CM). Produgao com lucro maximo ocorre quando MR = CM, ou quando 0 lucro marginal (Mr) = 0. + Empresas competitivas so empresas tomadoras de prego. Como P = MR para empresas competitivas, o nivel de produgdo maximizador de lucro MR = CM é também o ponto onde P= CM, que significa que se cumpre com o critério de eficiéncia alocativa. + Eficigncia técnica surge quando a produtividade maxima é atingida a partir de algum es- toque fixo de recursos, ou, de maneira similar, quando um minimo de recursos é utilizado para atingir um dado nivel de produgao. + Excedente do consumidor mede o beneficio liquido para os compradores, obtido como o excedente que consumidores estariam dispostos a pagar (BM) sobre o que eles realmente devem pagar (P), agregado a todas as unidades compradas. + Excedente do produtor mede o ganho liquido para os vendedores, avaliado como 0 exce- dente de P sobre CM, agregado a todas as unidades vendidas. MODELANDO © FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS: UMA REVISAO DOS FUNDAMENTOS. + Bem-estar da sociedade € medido pela soma dos excedentes do consumidor e do produtor, que é maximizado quando a eficiéncia alocativa for alcancada, + A perda liquida de bem-estar para a sociedade (deadweight loss) mede a mudanga liquida de excedentes do consumidor e do produtor causada por um distiirbio de mercado alocati- vamente ineficiente. QUESTOES PARA REVISAO 1. Suponha que Q, = 200 - 4P e Q, = 100 e descreva demanda e oferta de mercado em um mercado conhecido, a. Algebricamente, encontre preco ¢ quantidade de equilibrio e sustente essa resposta gra- ficamente. b. O que é incomum sobre esse mercado? Dé um exemplo de bem ou servigo que possa ser caracterizado dessa maneira. 2. Em 1995 0 FDA ~ Administragéo de Alimentos e Drogas dos EUA - estabeleceu nova rotu- Jagem padrao para agua engarrafada. (O texto completo da regra final pode ser encontrado na pagina http://www.ctsan fda.gov/~Ird/n095-323.txt.). Antes disso, os engarrafadores podiam vender égua potivel de torneira em uma garrafa sob um rétulo de gua engarra- fada. De fato, o FDA estimou que aproximadamente 25% da agua vendida no mercado era nada mais que agua comum de torneira. Considere como esses rigidos padrdes eliminaram 25% da oferta de gua engarrafada. Se a demanda de mercado se manteve estavel, que im- acto qualitativo essa mudanga na rotulagem teria no prego e na quantidade de equilibrio para a agua engarrafada? Sustente sua resposta com um modelo gréfico. 3. Suponha que o mercado para o trigo cultivado organicamente é modelado através da se- guinte oferta de mercado e fungdes de demanda: P=10+0,5Q,eP=22-2,5Q, em que Q¢ Q, sio em milhdes de bushels,’ P é 0 prego por bushel. 4, Reconsidere as implicagdes da mudanga de padrdes de rotulagem discutida na Questdo 3 no contexto do mercado hipotético para égua engarrafada apresentado no texto. Lembre-se de que as equagdes da demanda e da oferta de mercado sao Q,, = -100P + 1.150 e Q, = 400P - 100; onde P, = USS 2,50 e Q, = 900. Agora suponha que a mudanga de padrdes resulte em uma nova oferta de mercado de Q, = 400P - 350, com nenhuma mudanga na demanda de mercado. a, Determine a nova P’, Q’, para égua engarrafada. Os seus resultados estao de acordo com sua resposta intuitiva & Questao 3? b. Hustre graficamente o mercado para agua engarrafada antes e depois da mudanca dos padrdes de rotulagem. Lembre-se de destacar todos os pontos relevantes. c. Compare o valor dos excedentes do consumidor e do produtor antes e depois da mudanga dos padrdes de rotulagem. Ocorreu o resultado esperado? Por que sim ou por que nao? 5. a. Descreva uma politica governamental real que crie um excedente de mercado, Assegure- -se de definir cuidadosamente o mercado relevante. b. Explique as implicagdes de eficiéncia de tal politica. Seja especifico. 9 Bushel é uma medida para cereais usada em paises anglo-sax6es, a qual pode variar de acordo coma regiio. 55 ECONOMIA AMBIENTAL, c. No exemplo que vocé descreveu, qual é a motivacao do governo para intervir no merca- do dessa forma? LEITURAS ADICIONAIS BRUX, Jacqueline Murray. Economic Issues and Policy. 4. ed, Mason, Ohio: South-Western: Cengage Learning, 2008, ‘CORTESE, Amy. “Can Entrepreneurs and Environmentalists Mix?” New York Times, 6 maio 2001, p. 3 HEILBRONER, Robert L. The Worldly Philosophers. Nova York: Simon and Schuster, 1980. MANKIW.N. Gregory. Principles of Microeconomics. 6, ed, Mason, Ohio: South-Western, Cengage Learning, 2012, NICHOLSON, Walter; SNYDER, Christopher. Intermediate Microeconomics and Its Application. 11. ed. Mason, ‘Ohio: South-Western, Cengage Learning, 2010. PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel. Microeconomics, 8, ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 2013.

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