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Kleber Esteves de Oliveira RA 060040479

4. INTRODUÇÃO EXTENSOMETRIA

O extensômetro foi inventado quase simultaneamente por dois pesquisadores


norte americanos,Arthur C. Ruge, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e
Edward E. Simmons do Instituto de Tecnologia da Califórnia.. Em 1938 dando
prosseguimento a pesquisa de Dätwyler e Clark,Simmons investigando o
comportamento de tensão e deformação de metais sob cargas de choque descobriu o
principio do extensômetro. A pesquisa consistia em medir a força de impacto através de
uma grandeza elétrica. Para isso Simmons usou um dinamômetro equipado com
filamentos de resistência feitos de constantan conforme Figura 4.1

Figura 1 – Ensaio de Simmons em 1938


No mesmo ano o professor Arthur C. Ruge, com o apoio de seu assistente J.
Hanns Maier pesquisava a influência de terremotos em estruturas mecânicas. Foi
quando que por acaso teve a idéia de fixar um fio na estrutura vibratória da maquete
para fazer a medição, conseguiu relacionar a variação da resistividade com a
deformação.
Foi então que ambos pesquisadores deduziram a relação:
∆𝑅
= 𝑆𝜀
𝑅

𝑙 4𝑙
𝑅=𝜌 =𝜌
𝐴 𝜋𝐷2

Onde:

𝑅 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

𝜀 = 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜

𝑆 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝜌 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

𝑙 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝐴 = 𝑠𝑒ç𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝐷 = 𝑑𝑖𝑎𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

Em 1939, Ruge e seu colega Professor Alfred V. deForest, com o apoio empresa
de construção de máquinas pesadas Baldwin-Southwark Corp. iniciou a fabricação e
venda de extensômetros ocasionando uma disputa judicial com Simmons. O acordo
entre as partes foi celebrado em 1944 com a produção do extensômetro SR-4, ilustrado
na Figura 4.2, cujas iniciais são uma homenagem aos inventores.

Figura 4.2 – Extensômetro SR 1944

A inveção do extensômetro foi um acontecimento grandioso para época pois


trouxe um ganho enorme para engenharia tanto civil, aeronáutica, automobilistica como
ferroviária. Uma das primeiras aplicações espetaculares do extensômetro foi a
determinação do centro de gravidade das aeronaves durante o processo de
carregamento.

Simmons e Ruge não foram os primeiros cientistas a idealizar a utilização da


relação entre deformação e resistividade para medir grandezas mecânicas Em 1908,Dr.
S. Lindeck do Instituto Técnico Nacional de Berlim estava trabalhando no
desenvolvimento de resistores de precisão e durante seus testes descobriu mesmo
fenômeno visto por Simmons e Ruge. Então Lindeck propos o transdutor de pressão,
ilustrado na Figura 4.3. mas ninguem aceitou a idéia

Figura 4.3 – Ensaio de Lindeck 1908

A invenção do extensômentro assim como outras inveções foi marcada por


esses acontecimentos polêmicos. Portanto atribuir apenas o crédito da invenção a uma
pessoa é um erro pois se tratou de esforços conjuntos entre vários pesquisadores.

4.1. TIPOS DE EXTENSOMETROS

Os extensômetros são classificados de acordo seu princípio de funcionamento,


mecânicos, elétricos, ópticos ou de acordo sua construção, metálicos, semicondutores,
capacitivos e indutivos
Sendo assim abordaremos os principais tipos de extensores

Extensômetro mecânico
Os primeiros equipamentos para medir a deformação foram dispositivos
mecânicos mostrados na Figura.4.4. De aplicação muito restrita devido ao seu tamanho
além de problemas na fixação e armazenamento de dados possuía apenas resultados
satisfatórios para medições em condições uniformes e processos estáticos. Dispositivos
deste tipo ou similares foram durante muito tempo o único método de realizar medições
que eram tão essenciais para a análise de estresse.

Figura 4.4 Extensômetro mecânico de Huggenberger

Extensômentro elétricos metálicos

Como descrevemos anteriormente o surgimento dos extensômetros elétrico é


muito controverso. O fato é que isso só foi possível devido aos estudos dos circuitos em
ponte de Charles Wheatstone e os galvanômetros de Thomson.
O primeiro extensômetro elétrico patenteado foi o de fio ou metálico de Ruge
ilustrado na Figura 4.5 sendo depois substituído pelos extensômetro em circuito
impresso de Paul Eisler 1952 Esse avanço possibilitou construção de dispositivos mais
complexos medidores de forca, pressão, torque e outras variáveis mecânicas.
Figura 4.5 Extensômetro metálico ou de fio

A característica principal dos os extensômetros metálicos é a linearidade entre a


resistividade e a deformação conforme Figura 4.6.

Figura 4.6 Gráfico da resistência x deformação

Extensômetros de semicondutores

Os extensômetros semicondutores foram construídos com base no efeito


piezoresistivo descoberto por C.S. Smith em 1954. Fabricados inicialmente em
germânio sendo substituídos depois pelo silício sua construção, conforme Figura 4.7 é
muito similar aos extensômetros metálicos. Difere apenas no material do elemento
medidor, o semicondutor, e no elo de conexão entre os materiais de medição e contato
elétrico que e feito de ouro
Figura 4.7 Extensômetro semicondutor

Com sensibilidade da ordem de 50 a 70 vezes maior que o extensômetro


metálico são muito utilizados por transmissores eletrônicos na medida de grandezas
físicas. Porem suas características não lineares exigem medidas de correção sendo
muito susceptíveis a temperatura.

Extensômetros capacitivos

Essa é a última geração de extensômetros. De tecnologia recente não necessitam


de fios para funcionar pois são acoplados no sistema de leitura através de indução
eletromagnética. Note na Figura.4.8 que não existe um borne de conexão de fios

Figura 4.8 Extensometro capacitivo


Muito útil para medir grandezas mecânicas em eixos. Diferente dos
extensômetros metálicos curva da deformação e dada em função da capacitância
conforme ilustra a Figura 4.9

Figura 4.9 Grafico da capacitancia em função da deformação

4.2. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO


Como dito anteriormente o principio básico de funcionamento dos extensometros é
a transdução1 da deformação em alguma grandeza elétrica.
Outro conceito muito importante sobre extensômetros se diz aspectos construtivos.
Conhecendo isso saberemos como posiciona-los nas estruturas para fazer as medições.
Para isso precisamos identificar a grade de medição Figura 4.10 para saber qual é
direção de medição do instrumento.

1 Transdução – Correlação entre grandezas


Figura 4.10 Grade de medição

Em tese, ou seja, nas condições ideais os extensômetros realizariam medida


no sentido transversal a grade de medição mas na pratica ocorre uma interferência
na medicao devido a sensibilidade lateral. Para minimizar esses efeitos foram
desenhados uma gama de grades de extensomentros conforme Figura 4.11

Figura 4.11 Modelos de grades de medição

Os extensometros podem ter mais de uma grade de medição. Quando elas são
sobrepostas ou cruzadas em forma de estrela recebem o nome de roseta A Figura
4.12.ilustra modelos de rosetas.
Figura 4.12 Tipo de rosetas

Normalmente as grades dos extensometros são construídos sobre uma placa de


teflon e sua resistencia varia de 50 and 1000 Ω.

O sistema de medição

As deformações medidas com extensômetros são normalmente muito pequenas


não sendo possível ser medida diretamente sendo necessário um sistema de medição
conforme Figura 4.13
Figura 4.13 Diagrama em bloco de um sistema de medição

Para aumentar sensibilidade dos sistemas e medir pequenas resistências


utilizasse o circuito de Wheatstone da Figura 4.14. Seu principio básico é equíbrio de
tensões entre os nós, ou seja, 𝑉𝐴 − 𝑉𝐸 = 0

Figura 4.14 Ponte de Wheatstone

Para ocorrer o equilíbrio de tensões, segundo a lei de Kirchoff, 𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅3 = 𝑅4.


Quando as resistências são diferentes ocorre o desequilíbrio de tensão interpretado pelo
medidor como deformação. As resistências da ponte podem ser substituídas totalmente
ou em parcialmente pelos extensômetros dependendo para o tipo de medida que se
deseja fazer.
4.3. EXTENSOMETRIA
PRINCÍPIOS DA EXTENSOMETRIA
É uma técnica de medição de deformação utilizando extensometros. Para isso ser
possível é fundamental conhecer os pontos onde os esforços são maiores para instalar os
pontos de medição.
A colocação dos extensomentros exige conhecer detalhes construtivos do sensor, como
a grade de medição já abordados anteriormente.
Para esforços uniaxiais, ou seja em apenas uma direção, no caso da Figura 4.15
utilizasse um extensometro com a grade de medição na direção da força aplicada.

Figura 4.15 Medição de esforços uniaxial

Já para medicao biaxial de esforços, ou seja em duas direçoes é necessário a


utilização de dois extensometros conforme Figura 4.16

Figura 4.16 Medição de esforços biaxiais

Para medir esforço de torção, causado por tensao de cisalhamento, Figura


4.17 o extensometro deve ser colocado 45 graus do eixo de torção
Figura 4.17 Medição de torção

Quando não se conhece as direçoes das tensoes princiapais utilizasse varias


rosetas ou uma grade de desenho circular conforme Figura 4.18

Figura 4.18 Roseta para medir deformaçoes em direcoes desconhecid

A ligação eletrica dos extensometros

Considerando o exemplo da Figura 4.19 onde temos uma viga de flexao


queremos medir os esforcos com extensometro. Instalamos na mesma dois
extensometros representados por Rt e Rc. Ao aplicar a carga na viga a representação da
compressao e tensão será pela polaridade de 𝑉0 , ou seja, ddp positva para esforço de
tensão e ddp negativa para compressao.
Figura 4.19 Ligação elétrica dos extensometros
BIBLIOGRAFIA
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https://application.wiley-vch.de/books/sample/343303138X_c01.pdf (Acesso
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Strain-Gage instrumentation0 pdf


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Strain Gauge Measurement – A Tutorial: https://elektron.pol.lublin.pl › elekp › ap_notes
› NI_AN078_Strain_Gauge_Meas

STRESS ANALYSIS BY USING STRAIN


GAGES.http://courses.me.metu.edu.tr/courses/me410/exp5/ME410_exp5_theory.pdf
abaixo

EXTENSOMETRIA Mecânica dos Materiais, A. Portela e A. Silva:


ed. Plátano, Lisboa)

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