Você está na página 1de 1

CRENÇAS, ATITUDES E REVITALIZAÇÃO LINGUÍSTICA:

O CASO DA COMUNIDADE MUNDURUKÚ DO AMAZONAS

Celso Francês Júnior (UFPA)


celsofrances@ufpa.br

RESUMO: Este artigo pretende fazer um recorte sociolinguístico no que diz respeito às
crenças e atitudes linguísticas da comunidade indígena Mundurukú no Estado do
Amazonas em um processo de revitalização. É evidenciada nesta pesquisa a presença de
uso do português como língua de comunicação plena na comunidade. A partir dos
referenciais teóricos da sociolinguística e da psicologia social, para que se tenha um
suporte de cunho adequadamente científico, objetiva-se entender a relação das crenças e
atitudes linguísticas com o processo de revitalização nesta comunidade. O interesse
desta pesquisa centra-se na atitude que o povo Mundurukú do Amazonas assume no uso
da L1 e na língua que possivelmente virão a aprender como forma de resgate de sua
identidade. A metodologia adotada é de cunho quantitativo e o corpus da pesquisa é
produto de entrevistas semiestruturadas e sistematizadas por questionário. Foram
entrevistados 35 alunos de um curso de licenciatura para a formação de professores
indígenas, ofertada pela Universidade Federal do Amazonas na cidade de Borba.
Atitude é, segundo Lambert (1967 apud AGUILERA,2008, p. 105), “a manifestação de
preferências e convenções sociais acerca do status e prestígio de seus usuários”. Esta
manifestação de preferência por uma língua ou variante linguística de comunidades
minoritárias é condicionada pelos grupos sociais de maior prestígio (geralmente
comunidades majoritárias). Aqueles que detêm maior poder socioeconômico ditam a
pauta das atitudes linguísticas das comunidades de fala minoritárias (AGUILERA,
2008). Procurou-se entender, portanto, como a atitude, positiva ou negativa; aceitação
ou rejeição pode determinar o futuro de um processo de revitalização. Contudo,
observa-se contradição destes elementos na análise das entrevistas, onde os informantes
manifestam interesses diferentes de suas ações em relação à língua que querem resgatar.

PALAVRAS-CHAVE: Revitalização. Crenças. Atitude Linguística. Comunidade Mundurukú.

Você também pode gostar