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Projeto kits façavocêmesmo coordenados
modularmente para cobertura e mobiliário
divisória de habitações de interesse social
1.1 Atividades Realizadas Anteriormente
1.1.1 O Conceito
As atividades realizadas anteriormente envolveram inicialmente a realização de um briefing junto aos
profissionais da COHAPAR e COHAB e junto aos moradores de habitações implementadas por estas duas
instituições. Entre os requisitos apontados neste briefing destaca‐se a necessidade de que a cobertura
atenda configurações para telhados de duas ou meia água; que resulte em aparência que se aproxime da
tesoura tradicional, isto é, sem mudança radical de sua forma; o custo competitivo em comparação à
solução tradicional; adaptabilidade a diferentes tipos de telhas. Além disto, foi identificado que o kit
deveria ser leve, compactável, de montagem fácil, rápida e intuitiva, podendo ser realizada,
preferencialmente, por duas pessoas (não especializadas). Este kit também deveria ser modulável,
permitindo a expansão da residência.
A seguir o processo de criação envolveu o desenvolvimento de sessões de criação entre a equipe de
pesquisadores utilizando técnicas como a técnica 635, MECRAI e brainstorming. Estas sessões resultaram
em um grande volume de alternativas as quais foram confrontadas com os requerimentos do público alvo
nas fases subseqüentes. Entre as estratégias de criação utilizadas destaca‐se a utilização de “repentinas”. A
repentina se refere a um desafio projetual com restrição de tempo. O objetivo principal do evento é
solucionar, dentro do espaço do “design”, um tema proposto sob orientação e acompanhamento de
professores e bolsistas.
Figura 1– Imagens de uma das repentinas realizadas
A validação inicial das alternativas geradas foi realizada através de protótipos virtuais, protótipos físicos e
modelos. A figura a seguir, por exemplo, ilustra um dos modelos executados no qual procurou se avaliar o
uso de lona e hastes como solução construtiva para o sistema de coberta de habitações de baixa renda.
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Figura 2 – Uso de mockups no processo de criação dos Kits DIY
O conceito selecionado foi inspirado no brinquedo Lego, dado que este tem peças com encaixes
intercambiáveis, permite a montagem de diversas maneiras e de forma intuitiva. A solução selecionada
utiliza triângulos de OSB conectados por chapas de Gangnail como elementos principais.
1.1.2 Possibilidades na Coordenação Modular
Com a combinação de várias peças se forma a tesoura, contemplando então a necessidade de
modularidade do kit. Tal característica também atende à necessidade de expansão da cobertura, tanto
para a lateral quanto para os fundos da habitação. Os triângulos também podem ser montados conforme a
necessidade do usuário, permitindo a customização do produto. As dimensões das peças possibilitam a
compactação do kit, facilitando o transporte. Os materiais utilizados possuem alta durabilidade (OSB e
aço).
Figura 3 – Possibilidade de montagem
O projeto do kit de cobertura foi encaminhado para o projetista estrutural, que executou o cálculo da
estrutura, onde foi possível estabelecer qual o modelo e especificação do Gangnail a ser utilizado e, ao
mesmo tempo, observando a coordenação modular estudada. Simultaneamente foi executado um modelo
da cobertura na marcenaria da UFPR para uma primeira avaliação.
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Figura 4 – Visão Geral do Sistema de Cobertura com OSB
O produto resultante possibilita a montagem de uma estrutura de duas águas ou meia‐água, conforme
ilustra as figuras a seguir.
Figura 5 – Montagem meia água
Através da utilização de dois Kits é possível a construção de uma estrutura de cobertura duas águas.
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Figura 6 – Montagem duas águas
Componentes do Kit
O desenvolvimento do Kit priorizou a redução da quantidade do número de peças, facilitando o processo
de montagem, o processo fabril, a logística de transporte e facilitando a reposição. Os componentes do kit,
em seu presente estado de desenvolvimento, são apresentados abaixo.
Figura 7 – Componente do Kit
Segue a descrição dos componentes que fazem parte do Kit:
□ Módulo: Peça principal da estrutura, o módulo é feito em OSB, através de sua repetição é possível
a construção de dois modelos de tesoura, meia água e duas águas. O processo de fabricação dos
módulos é simplificado onde são necessário apenas ferramentas de corte e furo.
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Figura 8– Visualização Geral do Kit montado
□ Fixador alvenaria/madeira: Peça utilizada para a fixação da estrutura na casa. Sua fixação no OSB
é feita através e dois para fusos. Na casa a fixação é feita através do mesmo principio da morsa
onde são utilizados dois parafusos para a fixação.
Figura 9 – Fixador alvenaria/madeira
□ Fixador caibros: Peça utilizada para a fixação dos caibros nas tesouras montadas, evitando a
utilização de pregos possibilitando assim sua remoção.
Figura 10 – Fixador caibros
□ Gangnail: os conectores foram desenvolvidos para agilizar a reconstrução da Europa do pós‐
guerra, reduzindo o alto custo e a complexidade da montagem de estruturas de madeira.
□ Marreta: A montagem do gangnail deve ser feita através da utilização da marreta que será
incorporada ao kit. Um dos potenciais problemas identificados da montagem do Gangnail é a
possibilidade do usuário se machucar com o lado cortante da peça. Por este motivo foi
desenvolvido uma alternativa para viabilizar uma montagem mais segura que consiste da
colocação de um imã na parte inferior do cabo. Nesta solução o morador poderia executar o
processo de montagem de forma mais segura, apresentado na seqüência de imagem a seguir. Esta
solução foi testada com sucesso no estudo de caso.
Figura 11 – Processo de montagem Gangnail com imã no cabo da marreta
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□ Parafuso e Allen: Foi utilizado apenas parafusos do tipo Allen diminuindo a quantidade de
ferramentas utilizadas. O parafuso de tipo Allen ao contrario do tipo fenda é mais robusto e evita
sua fácil remoção diminuindo o risco de desmontagem acidental por crianças; A chave Allen será
incorporada no produto.
Validação do Kit de Tesoura de Cobertura com Gangnail
A fase inicial da validação desta alternativa ocorreu no Atelier de design da UFPR, conforme ilustra a
figura abaixo. Nesta validação buscou‐se comparar de forma expedita o projeto idealizado do processo
com uma situação real de uso. Esta análise apontou uma série de melhorias no produto e no processo,
particularmente no que diz respeito ao design informacional.
Figura 12 – Primeiro protótipo
A seguir foi realizada a validação in situ da montagem de um protótipo, o que ocorreu na sede da
Associação de Moradores Águas Claras, uma associação de apoio e assistência a uma comunidade de baixa
em Piraquara. A montagem da cobertura foi feita em cima de uma estrutura de alvenaria previamente
construída para essa função e que seria utilizada como loja da comunidade.
Figura 13 – Estudo piloto para Validação do Processo de Montagem do Kit DIY para cobertura
O processo de montagem observado pelos moradores correspondeu exatamente ao processo projetado
pelos pesquisadores. Contudo, a análise desta validação permitiu identificar pontos fracos no sistema que
necessitam aperfeiçoamentos para viabilizar seu lançamento no mercado, destacando‐se:
□ Nível de esforço para aplicação do gangnail: um dos pontos críticos trata do nível de esforço para
aplicação do gangnail identificado como um fator limitante para ampliar a gama de pessoas aptas
a efetivamente montar o KIT de cobertura. Para este problema identificado apontou‐se a solução
de se fixar o gangnail em cada placa de OSB para posteriormente realizar a união entre as placas
com chapa metálica. Esta e outras soluções deverão ser foco de desenvolvimento futuro junto ao
Núcleo de Design & Sustentabilidade. Outra alternativa seria a preconização de equipamento para
fixação do gangnail para o caso de mutirões ou conjuntos habitacionais de maior volume;
□ Interface entre tesoura e alvenaria: embora os moradores tenham mostrado grande satisfação
com o resultado obtido sob o ponto de vista estético entende‐se que a interface entre a tesoura e
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alvenaria necessita aperfeiçoamentos de maneira a isolar completamente o vão, melhorando o
desempenho térmico do sistema;
□ Melhoria do design informacional: confirmou‐se a hipótese da necessidade de ampliação do
repertório de controles visuais que devem ser integrados ao sistema de maneira a induzir a maior
agilidade da montagem do sistema, embora os kits tenham sido montados em tempo
consideravelmente menor que o sistema tradicional.
1.2 Embalagem
A embalagem do kit de cobertura buscou a diferenciação através da utilização de cores vibrantes e layout
atraente mantendo ainda elementos presentes nos produtos existentes no mercado. Buscando uma maior
compreensão dos passos da montagem por parte do usuário encontram‐se, além da foto ilustrativa do kit,
fotos informativas referentes às fases de montagem e textos explicativos na embalagem, bem como
indicadores visuais no próprio kit através da aplicação de cores nos encaixes.A impressão da embalagem
deve ser feita em off‐set devido à alta resolução das imagens e à ampla gama de cores utilizadas. Tais
qualidades não podem ser obtidas pela flexografia, frequentemente utilizada na impressão em papelão
ondulado.
Figura 14 – Embalagem
O resultado ideal sob o ponto de vista da sustentabilidade é que a vida útil da embalagem do Kit DIY seja
igual à do produto, utilizando‐a como parte integrante do produto ou tendo para a mesma uma outra
finalidade planejada. A redução do peso de um kit doityourself é um dos requisitos mais importantes
para a concretização do mesmo, fator este que direcionou a escolha do material utilizado na embalagem
para o papelão ondulado. As suas propriedades, quando bem utilizadas, proporcionam resistência e
leveza, além da possibilidade de reciclagem e baixo impacto ambiental se comparado a outros materiais.
1.3 Atividades Realizadas no Presente Projeto
1.3.1 Ensaios de Desempenho Estrutural
A análise do desempenho estrutural foi realizada junto ao LAME – Laboratório de Materiais e Estruturas
do LACTEC. O ensaio foi realizado em um estrutura constituída por três tesouras do Kit DIY de Gangnail,
sendo que cada tesoura possuía seis metros de comprimento por oitenta centímetros de altura (6,0 x 0,80
m). Cada tesoura é composta por 18 peças triangulares maciças de madeira "OSB", fixadas entre si por
conectores Gang‐Nail. As dimensões das peças triangulares de madeira "OSB" são:
• 1000 mm de comprimento;
• 400 mm de altura.
Foram utilizados na montagem das tesouras, três formatos diferentes de conectores Gang – Nail modelo
GNA ‐ 80. A fixação dos conectores Gang ‐ Nail nas peças triangulares que compõem cada tesoura foi feito
com o auxílio de uma marreta com o peso de 3 kg. Para manter a verticalidade da tesoura durante o
carregamento, montou‐se uma estrutura com três tesouras espaçadas de 1,75 m, sendo que o
carregamento foi efetuado somente na tesoura central. Para o posicionamento da estrutura simulada,
utilizaram‐se seis caibros de madeira, seis blocos de concreto e seis suportes metálicos.
Os suportes metálicos utilizados para a fixação das tesouras nos blocos de concreto (apoios) foram fixados
a 430 mm das extremidades de cada tesoura com auxílio de parafusos. Para união das três tesouras foram
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utilizados seis caibros de madeira fixados com abraçadeiras metálicas. A Figura 2 apresenta esquema de
tesoura montada com os conectores Gang – Nail e apoiada nos blocos de concreto.
Figura 15 Detalhamento dos suportes metálicos
As cargas verticais aplicadas foram definidas segundo o Memorial de cálculo da estrutura da cobertura.
Para a execução do carregamento, foram utilizados tambores metálicos, sendo que nos mesmos foram
adicionados água e massas‐padrão para simulação gradativa do carregamento. Os tambores metálicos
foram fixados por cordas de nylon, sendo que um tambor foi colocado no centro e outros dois a 1,5 m do
centro da tesoura.
Figura 16 – Ensaio realizado com as Kit de Tesouras de Cobertura junto ao LAME
Para as cargas foram utilizados baldes contendo aproximadamente 10 kg para depois serem adicionados
simultaneamente aos tambores. A carga de massas‐padrão foi realizada pela fixação simultânea de um
peso de 2 kg e outro de 8 kg em cada tambor.
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Figura 17 Detalhamento dos suportes metálicos
Figura 18 Posicionamento dos relógios comparadores e tambores para o carregamento
A seqüência de carregamentos é apresentada na tabela a seguir, bem como as leituras das deformações
ocorridas durante o ensaio na tesoura central, registradas por 5 relógios comparadores. A partir da leitura
de número 25, os relógios comparadores precisaram ser retirados da estrutura, diante da possibilidade de
queda/rompimento da estrutura.
Tabela 1 – Sequência de carregamentos realizados e resultados das Deformações
TAMBORES RELÓGIOS COMPARADORES
Nenhum 0,000 0,000 0,000 Leitura inicial dos relógios 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Peso dos tambor es 11,400 11,400 11,300 Leitura 1 0,10 0,15 0,20 0,20 0,20
Adição de água 10,000 10,001 10,000 Leitura 2 0,20 0,35 0,40 0,40 0,30
Adição de água 10,000 10,000 10,003 Leitura 3 0,30 0,55 0,65 0,60 0,40
Adição de água 10,000 10,000 10,003 Leitura 4 0,45 0,80 0,95 0,90 0,55
Adição de água 10,000 10,001 10,000 Leitura 5 0,60 1,05 1,20 1,15 0,70
Adição de água 10,000 10,000 10,000 Leitura 6 0,75 1,30 1,45 1,40 0,85
Adição de água 10,003 10,002 10,000 Leitura 7 0,90 1,60 1,80 1,60 0,98
Adição de água 10,002 10,000 10,001 Leitura 8 1,05 1,85 2,05 1,98 1,10
Adição de água 10,000 10,000 10,000 Leitura 9 1,20 2,15 2,40 2,25 1,30
Adição de água 10,000 10,003 10,001 Leitura 10 1,40 2,40 2,70 2,60 1,45
Adição de água 10,000 10,001 10,000 Leitura 11 1,50 2,70 3,00 2,80 1,65
Adição de água 10,000 10,000 10,004 Leitura 12 1,70 3,00 3,40 3,20 1,80
Adição de água 10,000 10,002 10,000 Leitura 13 1,85 3,30 3,65 3,50 2,00
Adição de água 10,002 10,000 10,000 Leitura 14 2,00 3,60 3,95 3,85 2,20
Adição de água 10,000 10,001 10,001 Leitura 15 2,20 3,95 4,40 4,20 2,40
Adição de água 10,001 10,000 10,000 Leitura 16 2,40 4,25 4,70 4,60 2,60
Adição de água 10,005 10,005 10,000 Leitura 17 2,55 4,60 5,10 5,00 2,85
Adição de água 10,000 10,000 10,000 Leitura 18 2,80 5,00 5,60 5,45 3,25
Adição de água 10,000 10,002 10,000 Leitura 19 3,10 5,80 6,50 6,50 4,00
Massa padrão ( 8kg +2kg ) 10,000 10,000 10,000 Leitura 20 3,30 6,20 6,90 6,90 4,30
Massa padrão ( 8kg +2kg ) 10,000 10,000 10,000 Leitura 21 3,45 6,55 7,30 7,40 4,60
Massa padrão ( 8kg +2kg ) 10,000 10,000 10,000 Leitura 22 3,65 6,90 7,70 7,90 5,00
Massa padrão ( 8kg +2kg ) 10,000 10,000 10,000 Leitura 23 3,85 7,40 8,20 8,40 5,40
Adição de água 5,000 5,000 5,000 Leitura 24 4,10 7,85 8,80 9,10 5,90
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A flecha máxima registrada na seção central da tesoura central foi de 8,8 mm para um carregamento
distribuído em três pontos, conforme descrito no memorial de cálculo, para uma carga de 236 kgf. A
tesoura resistiu, inclusive, à aplicação de 276 kgf em cada ponto.
Por ter sido ensaiada somente uma estrutura, formada por três tesouras conforme descrito anteriormente
os resultados obtidos não possuem valor estatístico, visto que se trata de tesouras em situação de ensaio
que podem sofrer alterações por diversos fatores, tais como a heterogeneidade dos materiais empregados,
montagem das tesouras, execução do ensaio, tipo e modo das cargas aplicadas no ensaio, etc.
Nas construções onde as tesouras serão utilizadas, muitos outros fatores, os quais não foram abordados
por esse ensaio, poderão interferir nas características de desempenho das tesouras. Entre esses fatores
estão: a montagem de cada tesoura, as condições e as posições dos apoios nos quais as tesouras serão
fixadas, o tipo de ligação entre tesouras, a cobertura, as cargas estáticas e dinâmicas as quais as tesouras
estarão sujeitas, os efeitos de clima e umidade, cargas de vento, existência de insetos, etc.
1.3.2 Teste da Hipótese da Tesoura DIY com Cabo
Dado que foi identificado no Kit DIY de Tesoura com Gangnail a exigência de esforço físico elevado para a
fixação das chapas‐prego, o que poderia comprometer a utilização do Kit por pessoas com pouca
capacidade física. Sendo assim, buscou‐se investigar alternativas estruturais que permitissem a montagem
intuitiva e rápida, mantendo‐se na utilização das chapas triangulares de OSB. Uma das alternativas
investigadas envolvia a utilização de um cabo de aço tensionado que teria o papel de conferir estabilidade
ao conjunto e, ao mesmo tempo, permitir a rápida montagem do Kit. A figura a seguir ilustra esta
alternativa:
Figura 19 – Alternativa de Kit DIY para Tesoura Utilizando OSB e Cabo de Aço
Para esta alternativa a equipe de pesquisadores chegou a avaliar soluções para prover informações sobre
o processo de montagem na embalagem, dado que o sistema utiliza mecanismo de montagem que não faz
parte do repertório usual de técnicas de montagem encontrado entre a população de baixa renda (vide
figura a seguir).
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Figura 20 – Esquema do processo idealizado para a Alternativa de Kit DIY de Tesoura de Cobertura Utilizando
OSB e Cabo de Aço
Para esta alternativa também foram elaborados protótipos virtuais que simulavam situações de
embalagem e transporte, com o propósito de avaliar a integração do cabo de aço. A figura abaixo ilustra
uma das alternativas elaboradas:
Figura 21 – Modelo Virtual de Embalagem para a Alternativa Kit DIY de Tesoura Utilizando OSB + Cabo
Para testar a hipótese de viabilidade do processo de montagem com cabo de aço foi executado nas
dependências do LAME um protótipo em escala 1:1, conforme mostra a foto abaixo. Note‐se que esta
alternativa incluiu insertos de MDF no OSB, seguindo sugestão apresentada por um dos parceiros
industriais do projeto.
Figura 22 – Protótipo de Kit DIY de Tesoura Utilizando OSB + Cabo de Aço
Infelizmente esta alternativa não se mostrou estável o suficiente durante o processo de montagem e
transporte, muito embora em situações de montagem no local o cálculo estrutural mostra‐se sua
viabilidade. Como esta limitação não atendia os requisitos do produto almejado foi decidido pelo
abandono desta alternativa no processo de pesquisa.
1.3.3 Avaliação II do Processo de Montagem da Alternativa OSB + Gangnail
A seguir aos testes de laboratório das tesouras em OSB+Gangnail foi integrado duas tesouras à cobertura
da Casa 1.0 (atual Laboratório de Estudos de Soluções para a Habitação de Interesse Social), conforme
mostra a figura abaixo. O propósito deste teste foi avaliar as dificuldades do processo de montagem no que
diz respeito à elevação da tesoura até o topo da alvenaria. Identificou‐se neste estudo piloto a necessidade
de prover soluções para o projeto do produto ou orientações no conteúdo informacional do mesmo de
forma a conferir maior estabilidade às tesouras enquanto o usuário realiza as montagens.
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Figura 23 – Kit de Tesoura OSB+Gangnail Montado na Casa 1.0
Também foi identificado neste estudo piloto a necessidade de se conceber alternativa mecanizada para a
montagem da estrutura, o que configuraria o sistema não mais como “do‐it‐yourself” e sim como “ready‐
to‐assemble”. Esta solução atenderia os casos onde há volumes grandes de sistemas de cobertura a serem
providos ou, alternativamente, quando por razões diversas o usuário não opte por montar o a tesoura na
modalidade “faça‐você‐mesmo”. Para a montagem das tesouras foram identificadas prensas de pequeno e
grande porte que possibilitariam a montagem mais rápida e com maior precisão do que a forma manual
de montagem originalmente concebida para a tesoura (vide figura a seguir).
Figura 24 – Prensas de Configurações Diversas para a Situação ReadytoAssemble
Nesta modalidade de montagem o sistema demandaria equipamento para içar as tesouras até o telhado
em construção, o que poderia ser acoplado ao próprio caminhão como ocorre em sistemas análogos. Na
situação Ready‐to‐Assemble o processo de negócio poderia implicar, por exemplo, que um usuário
apresentasse um pedido em um material de construção do bairro e este pedido fosse então encaminhado
para a PlacasCentro que entregaria as tesouras diretamente em cima do telhado do cliente. Outra situação
possível é a de um canteiro de obras da COHAB demandar um volume grande de Kits a ponto de permitir
que fossem enviadas as placas de OSB cortadas para o canteiro, sendo realizada a montagem final em
prensa tipo “C” de pequeno porte, no próprio caminhão de transporte das placas.
Para definir estratégias de desenvolvimento da pesquisa de forma a otimizar a estrutura e, também,
identificar estratégias alternativas para reduzir o esforço físico do usuário na montagem dos Kits de
Tesoura foi realizado reunião em fevereiro com todos os parceiros, nas dependências do LAME –
Laboratório de Materiais e Estruturas. A empresa Gangnail propôs testar a redução do tamanho das placas
de gangnail como estratégia de redução do esforço físico para a montagem. Esta hipótese deverá ser
testada no mês de março e deverá ser analisada com o apoio do Laboratório de Ergonomia, sob a
coordenação da Profa. Dra. Maria Lúcia Okimoto.
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1.4 Agenda de Atividades para Conclusão desta Meta
As tarefas a seguir deverão ser realizadas até o final de Maio de forma a concluir a realização desta meta:
• Busca por soluções para redução do esforço físico de montagem: testes de montagem com placas de
Gangnail menores, incluindo avaliações ergonômicas para levantamento manual até a cobertura,
através da assessoria técnica do Laboratório de Ergonomia da UFPR;
• Avaliações de custos do novo sistema em situação real: avaliações em campo em obras da COHAB
em situações de montagem pelo próprio morador e, também, em situações de montagem na
PlacasCentro e entrega direta no telhado da habitação de interesse social;
• Conclusão do DVD para disseminação dos resultados: uma primeira versão já encontra‐se
disponível para os parceiros e deverá integrar os resultados das ações acima mencionadas;
Na reunião realizada com os parceiros em fevereiro acordou‐se que o LAME deverá continuar a aprimorar
o sistema estrutural na busca da otimização de espessuras e configurações mais complexas de telhado.
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