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INFORMAÇÕES VÁRIAS

03 - MECENATO

É o instrumento, por excelência, da Lei Federal de Incentivos à Cultura.


Baseia-se no apoio a projetos de produtores culturais analisados pelas
entidades vinculadas ao Ministério da Cultura e aprovados pela Comissão de
Incentivo à Cultura, permitindo às pessoas física e jurídica reduções no
Imposto de Renda.

01. PORQUE INVESTIR EM CULTURA

A cultura é um componente essencial do desenvolvimento de qualquer Nação.


Através dela, os grupos que formam a sociedade participam e contribuem para
o bem coletivo. Junto com os fatores econômico e social, ela forma o tripé
sobre o qual se apóia a cidadania de um povo.

Este é o primeiro motivo para a iniciativa privada se associar ao Estado e


apoiar o desenvolvimento da cultura visando ao aprimoramento da sociedade.
As manifestações culturais, sejam de preservação e de memória, sejam de
criação artística - todas, formas de expressão de identidades - são
importantes também porque geram empregos em vários setores - da mão de obra
artesanal à tecnologia avançada de informatização. Além disso, ao crescer
em qualidade e quantidade, o entretenimento cultural cria um mercado
próprio que se consolida como parte da estrutura do turismo e da indústria
cultural do País.

Por isso, o investimento privado em cultura é um poderoso parceiro do


Estado no desenvolvimento econômico e social. Experiências conhecidas de
empresas que investem com regularidade em atividades culturais comprovam o
retorno satisfatório desse tipo de marketing, tanto em termos
institucionais como, em alguns casos, inclusive na alavancagem de produtos.

Este resultado, aliado aos benefícios fiscais decorrentes da Lei Federal de


Incentivo à Cultura, faz da parceria Estado/iniciativa privada/produtor
cultural um mercado promissor, só comparável ao mercado publicitário, um
vez que envolve, necessariamente, os meios modernos de comunicação. Isso é
o que faz do investimento em cultura um bom negócio.

José Álvaro Moisés


Secretário de Apoio à Cultura

02. UMA TENDÊNCIA MUNDIAL

Os incentivos que o governo dá a empresas que investem na produção cultural


vêm confirmar, entre nós, uma forte tendência internacional no mundo dos
negócios: a crescente opção pelo marketing cultural.

A identidade que as manifestações culturais criam com seus públicos e, por


extensão, com as empresas que as patrocinam, trazem ótimos resultados em
termos de promoção institucional, um retorno mais que compensador.

Por esse motivo, apontam os especialistas, patrocínios artísticos e


culturais estão conquistando espaços tradicionalmente ocupados por outras
estratégias de promoção de imagem, inclusive patrocínios esportivos.

O marketing cultural oferece a mais rica gama de opções, no universo


simbólico, de valores que o empresário pode agregar à imagem de seu
empreendimento ou à marca de seu produto, a depender da estratégia
estabelecida.

Essa diversidade se dá não apenas pela extensão das áreas de manifestação


artística e promoção cultural incentivadas pelo governo (artes cênicas,
plásticas e audiovisuais, música, literatura, patrimônio cultural etc),
como pela características, em si, da obra ou evento escolhido: se clássico,
popular, moderno, de vanguarda, futurista etc.

Não fosse por tudo isso, a simples opção de promover o enriquecimento


cultural da sociedade - a prática do "mecenato" - tem sido fonte de
prestígio indiscutível a pessoas e instituições no decorrer dos séculos.
Nada se compara, em termos de permanência, à imagem do "mecenas", isto é,
do apoiador da cultura.

03. A CULTURA ESTÁ EM ALTA.

Neste último quartel de século, o mundo passou a valorizar mais a cultura.


Na aldeia global, em que se transformou o mundo, a demanda pelos bens
culturais acompanha o ritmo inédito de crescimento do turismo
internacional. Nunca os museus foram tão visitados, as obras de arte
valorizadas e não há paralelo para os lucros que obtêm hoje os
entretenimentos culturais e o show-business.

Turismo, cultura e lazer integram-se nos planos de negócios de uma poderosa


indústria, na era da globalização, da qual o Brasil não pode abrir mão.
Diferentemente do que se temia, a integração econômica internacional tem
revitalizado as culturas nacionais, regionais e locais, oferecendo novos
canais de comunicação para o que é diferenciado e autêntico, estimulando a
expressão individual.

04. O BRASIL TEM POTENCIAL

Num mundo sem barreiras, a cultura de um povo é o patrimônio simbólico mais


importante da Nação. Em sua dimensão continental, o Brasil acolhe a mais
diversificada composição físico-geográfica, paisagística, climática,
folclórica e humana. Ao berço índio, português e negro, somam-se tantas
outras etnias e nacionalidades, na convivência interativa de crenças,
costumes e artes, a conformar um patrimônio simbólico expressivo e
original.

O pouco ou quase nenhum estímulo dado até hoje a esse grande potencial
criativo não obstou o País de conquistar, pelo esforço de seus talentos,
posições de destaque no exterior, seja na música, literatura, artes
plásticas, cinema ou televisão; fonte de prestígio internacional, mas
sobretudo portas abertas para negócios promissores, a cultura brasileira é
uma marca forte hoje.

05. OS NOVOS INCENTIVOS DA LEI

Desde maio de 1995, a nova regulamentação da Lei de Incentivo à Cultura,


proposta por artistas, produtores culturais, empresários e tributaristas, e
acolhida pelo Ministério da Cultura, desenvolve um mercado de projetos
culturais porque:

* estimula a parceria de empresários, com o aumento do percentual de


abatimento do Imposto de Renda de pessoas jurídicas, que passou de 2% para
5%;
* possibilita a utilização de até 25% dos produtos culturais, por parte dos
investidores, para fins promocionais;
* reconhece o papel dos agentes culturais - produtores, agências de
propaganda, consultores etc - e inclui no orçamento custos de captação,
divulgação e elaboração de projetos;

* facilita aos artistas e aos produtores culturais o acesso aos


investimentos e elimina as datas fixas para entrega de projetos, que agora
podem ser apresentados durante todo o ano;

* limita a 60 dias o prazo máximo para apreciação dos projetos pelo


Ministério da Cultura.

06. COMO INVESTIR EM CULTURA

6.1. Escolha o projeto a ser apoiado, dentro do amplo universo de


atividades que compõem o mundo da cultura. São as seguintes as áreas para
as quais podem ser canalizados os investimentos através da Lei Federal de
Incentivo à Cultura:

* teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;


* produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discorgráfica e
congêneres;
* música;
* literatura, inclusive obras de referência; artes plásticas, artes
gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e congêneres;
* folclore e artesanato;
* patrimônio cultural;
* humanidades;
* rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial;
* cultura negra;
* cultura indígena.

6.2. Para beneficiar-se dos incentivos fiscais, o investidor deverá


escolher projetos que tenham recebido o aval do Ministério da Cultura,
através da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). Dela parte a
autorização de captação de recursos a projetos. O documento de autorização
é que permite a dedução do investimento realizado do Imposto de Renda
devido. Entre em contato direto com o produtor cultural (proponente) ou
informe-se, junto ao Ministério da Cultura, do rol de projetos aprovados
mensalmente.

6.3. Organizações que adotam a cultura como política de marketing podem


encomendar projetos compatíveis com seu interesse ou mesmo criar
organizações culturais, com personalidade própria e sem fins lucrativos,
com o objetivo de promover sua imagem institucional.

6.4. Na hipótese de criação de entidade cultural, o incentivador pode


custear sua manutenção e de seus projetos pela lei.

6.5. Quando o incentivador tem a propriedade ou posse legítima de bens


patrimoniais tombados pelo governo federal, é admitida a proposição de
projeto em benefício próprio para conservar, preservar ou restaurar bens,
ouvido sempre o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional). A condição é que os resultados desses projetos sejam abertos à
visitação pública.

6.6. O incentivador não pode beneficiar projetos de pessoas ou instituições


a ele vinculadas, a saber:

* a pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja titular,


administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da operação ou nos doze
meses anteriores;
* o cônjuge, os parentes até o terceiro grau, inclusive os afins, e os
dependentes do doador ou patrocinador ou dos titulares, administradores,
acionistas ou sócios de pessoas jurídica vinculada ao doador ou
patrocinador;

* outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja sócio.

6.7. São consideradas doações as distribuições gratuitas de ingressos para


eventos de caráter artístico e cultural feitas por pessoas jurídicas para
seus empregados e dependentes legais, sempre por intermédio de organizações
de trabalhadores da empresa.

6.8. Exclusivamente no caso de doações, podem ser considerados materiais e


serviços.

6.9. Definido o projeto a ser apoiado, o incentivador faz, de acordo com o


cronograma de desembolso previsto no mesmo, os depósitos na conta bancária
específica aberta pelo proponente. O patrocinador deve preencher formulário
informando data e valor do depósito e projeto beneficiado, anexar cópia da
guia de depósito e remeter ao Ministério da Cultura até cinco dias após o
repasse.

6.10. Os incentivos fiscais da Lei 8.313/91 não excluem ou reduzem outros


benefícios, abatimentos ou deduções em vigor. O valor incentivado, porém,
não pode ultrapassar a 5% do imposto devido, totalizando uma parcela de
30%, no caso das empresas, do valor do investimento total como patrocínio,
ou 40% do valor do investimento total como doação.

07. OS BENEFÍCIOS DA LEI, NA PRÁTICA

PESSOAS JURÍDICAS

A lei oferece dois atrativos de dedução, que são acumulativos. Em primeiro


lugar, o valor aplicado em cultura é apropriado contabilmente como custo
operacional, reduzindo, em consequência, o lucro tributável. Em outras
palavras, o incentivador deixará de recolher tributos em seu próprio
benefício.

Além das vantagens tributárias, o patrocinador pode, dependendo do projeto


que apoiar, obter retorno em produto (livros, discos, esculturas, gravuras
etc) para brinde e/ou obter mídia espontânea. O recebimento do produto
artístico gerado pelo projeto está limitado legalmente a 25% do total
produzido e deve se destinar a distribuição gratuita.

EXEMPLOS DE USO DA LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA E BENEFÍCIOS


CORRESPONDENTES EM CADA HIPÓTESE

Hipótese 1 - PATROCÍNIO REALIZADO POR EMPRESA NÃO FINANCEIRA

Com apoio à Sem apoio à


Cultura Cultura
( em R$ ) ( em R$ )
1) Lucro Líquido 100.000,00 100.000,00
2) Valor do Patrocínio (*) 1.000,00 0,00

3) Novo Lucro Líquido (1-2) 99.000,00 100.000,00


4) Contribuição Social 7,40% de 3 7.326,00 7.400,00
5) Lucro Real (3-4) 91.674,00 92.600,00
6) IR devido 15% de 5 (**) 13.751,10 13.890,00
7) Dedução permitida do IR devido pela
lei 8.313/91, de 30% de 1.000,00 (***) 300,00 0,00
8) IR a ser pago 13.451,10 13.890,00
9) Total de Imposto pagos (8+4) 20.777,10 21.290,00
---------------------------------------------------------------------------
(*) Abatimento como despesa operacional
(**) A alíquota de IR que incide sobre o Lucro Real é de 15%. O valor de
Lucro Real que excede a R% 240.000,00 , sofre uma incidência adicional de
10%. Assim, quando o Lucro Real for superior a R% 240.000,00, o resgate
tributário acresce em 9,26%, passando a 60,55%.
(***) Limitados a 5% do Imposto Devido, calculado com a aplicação da
alíquota de 15%. O Imposto Devido pela aplicação adicional de 10% sobre o
excedente aos 240.000,00 deve ser recolhido integralmente e não é computado
para a relação entre os 30% ou 40% do valor do projeto e os 5% do IR
devido.

Verifica-se assim que o empresário ao patrocinar R$ 1.000,00 teve uma


redução tributária de 21.290,00 - 20.777,10 = R$ 512,90. Em resumo, o
empresário usou no seu "marketing" cultural 512,90 de recursos que pagaria
de Impostos ou 51,29% do valor do patrocínio.
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Hipótese 2 - DOAÇÃO REALIZADA POR EMPRESA NÃO FINANCEIRA

Com apoio à Sem apoio à


Cultura Cultura
( em R$ ) ( em R$ )
1) Lucro Líquido 100.000,00 100.000,00
2) Valor da Doação (*) 1.000,00 0,00
3) Novo Lucro Líquido (1-2) 99.000,00 100.000,00
4) Contribuição Social 7,40% de 3 7.326,00 7.400,00
5) Lucro Real (3-4) 91.674,00 92.600,00
6) IR devido 15% de 5 (**) 13.751,10 13.890,00
7) Dedução permitida do IR devido pela
lei 8.313/91, de 30% de 1.000,00 (***) 400,00 0,00
8) IR a ser pago 13.351,10 13.890,00
9) Total de Imposto pagos (8+4) 20.677,10 21.290,00
---------------------------------------------------------------------------
(*) Idem hipótese 1.
(**) Idem hipótese 1. O resgate tributário passa a 70,55% do valor doado.
(***) Idem hipótese 1.

Neste caso, a redução tributária foi de R$ 612,90 ou 61,29% do valor doado.

OBSERVAÇÕES:

1. Os valores obtidos nos exemplos, no cálculo dos 30 ou 40% do montante


apoiado (patrocínio ou doação) para deduzir do imposto devido, então
limitados a 5% do mesmo imposto devido. Nos exemplos as deduções puderam
ser integrais por serem inferiores aos 5% do imposto devido.
2. O investimento em "marketing" que não seja apoiado pela lei nº 8.313/91
propicia ao investidor apenas os resgates decorrentes da contabilização
como despesa operacional, mas priva-o do abatimento de 30% ou 40% do valor
investido.

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Hipótese 3 - PATROCÍNIO REALIZADO POR EMPRESAS FINANCEIRAS

Com apoio à Sem apoio à


Cultura Cultura
( em R$ ) ( em R$ )
1) Lucro Líquido 100.000,00 100.000,00
2) Valor do Patrocínio (*) 1.000,00 0,00
3) Novo Lucro Líquido (1-2) 99.000,00 100.000,00
4) Contribuição Social 23,077% de 3 22.846,23 23.077,00
5) Lucro Real (3-4) 76.153,77 76.923,00
6) IR devido 15% de 5 (**) 11.423,07 11.538,45
7) Dedução permitida do IR devido pela
lei 8.313/91, de 30% de 1.000,00 (***) 300,00 0,00
8) IR a ser pago 11.123,07 11.538,45
9) Total de Imposto pagos (8+4) 33.969,30 34.615,45
---------------------------------------------------------------------------
(*) Idem hipótese 1.
(**) Idem hipótese 1. O resgate tributário passa a 7,69%, passando a
72,30%.
(***) Idem hipótese 1.

Verifica-se assim que o empresário teve uma redução tributária ao usar a


lei nº 8.313/91 de R$ 646,15 ou 64,61% do valor patrocinado, usando
recursos de impostos no seu "marketing" cultural..

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Hipótese 4 - DOAÇÃO REALIZADA POR EMPRESAS FINANCEIRAS

Com apoio à Sem apoio à


Cultura Cultura
( em R$ ) ( em R$ )
1) Lucro Líquido 100.000,00 100.000,00
2) Valor da Doação (*) 1.000,00 0,00
3) Novo Lucro Líquido (1-2) 99.000,00 100.000,00
4) Contribuição Social 23,077% de 3 22.846,23 23.077,00
5) Lucro Real (3-4) 76.153,77 76.923,00
6) IR devido 15% de 5 (**) 11.423,07 11.538,45
7) Dedução permitida do IR devido pela
lei 8.313/91, de 30% de 1.000,00 (***) 400,00 0,00
8) IR a ser pago 11.023,07 11.538,45
9) Total de Imposto pagos (8+4) 33.869,30 34.615,45
---------------------------------------------------------------------------
(*) Idem hipótese 1.
(**) Idem hipótese 1. O resgate tributário passa a 7,695%, passando a
82,30%.
(***) Idem hipótese 1.

Obtém-se no caso de doação por empresa financeira, a redução tributária de


R$ 746,15 ou 74,61% do valor doado.

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REFERÊNCIAS PARA A APLICAÇÃO ÓTIMA DA LEI Nº 8.313/91

A Lei nº 8.313/91 estabelece que a dedução de 30% do valor do patrocícnio


ou 40% da doação está limitada a 5% do Imposto de Renda devido. Logo, o
ponto ideal de aplicação em marketing cultural situa-se na igualdade entre
as duas condições.

Condiderando-se:

* IR = Imposto de Renda antes do abatimento de 30% ou 40% do valor apoiado;


* VP = Valor ideal do patrocínio;
* LL = Lucro líquido (antes do abatimento do valor patrocinado/doado como
despesa operacional);
* K = Alíquotas incidentes.
Então: 5% de IR = 30% de VP (patrocínio) ou 5% de IR = 40% de VP (doação)
logo: VP= 5%/30% de IR ou 5%/40% de IR então; VP = 16,66% de IR nos
patrocínios ou VP = 12,5% nas doações

Como IR = K (LL - VP), temos VP = 16,66% de K (LL - VP) ou VP = 12,5% de K


(LL - VP)

A aplicação da fórmula conduz aos seguintes resultados por tipo de empresa


(financeira ou não) nos casos de patrocínio ou doação:
- Empresas Financeiras
* patrocínio ideal - 1,88% do LL
* doação ideal - 1,42% do LL

-Empresas Não Financeiras


* patrocínio ideal - 2,26% do LL
* doação ideal - 1,70% do LL

Deve-se observar também que, para os casos em que a dedução do patrocínio


no lucro bruto altera a faixa de incidência da alíquota tributária,
reduzindo-o para a alíquota imediatamente anterior, os benefícios obtidos
pela aplicação em apoio cultural crescem, podendo mesmo propiciar retenção
tributária superior ao valor patrocinado.

Notas:

1) Para efeiro dos exemplos e dos parâmetros de aplicação ideal,


considerou-se o lucro real igual ao lucro líquido do exercício excluídos
apenas o valor do projeto e a contribuição social devida.
2) Os valores de alíquotas utilizados são os vigentes. Caso a Receita
Federal os altere para exercícios futuros, deve ser feita a adequação nos
quadros de exemplos.
3) As empresas que recolhem imposto de rende sobre lucro presumido podem
fazer uso da Lei nº 8.313/91, apenas não se beneficiando da dedução do
apoio cultural como despesa operacional.

OBSERVAÇÕES:

1. - As atuais alíquotas de contribuição social são 8% para empresas em


geral e 20% para empresas financeiras. Entretanto, a fórmula de cálculo da
contribuição social é de:

Base de Cálculo x alíquota


CS =---------------------------
1 + alíquota

2. - A aplicação a fórmula nos leva a identificação de 7,40% (no caso dos


8%) e 15,25% (caso dos 20%) como os índices a serem aplicados diretamente
na base de cálculo, dispensando-se o uso da fórmula.
Assim, nos exemplos apresentados, o percentual da Contribuição Social para
empresas não-financeiras (hipóteses 1 e 2) aplicado sobre a base de cálculo
é de 7,40%.
Para as empresas financeiras o fator utilizado deveria ser 15,25%, porém, o
Fundo de Estabilização Fiscal, que substituirá o Fundo Social de
Emergência, estabelece para esse tipo de empresa a alíquota de 30% que nos
dá, pela fórmula, 23,077% para aplicação direta na base de cálculo, como se
verifica nos exemplos (hipótese 3 e hipótese 4).
Caso o Congresso nacional não aprove o Fundo de estabilização Fiscal os
valores de resgate tributário nas hipóteses 3 e 4 são, respectivamente:

Patrocínio
Lucro Real igual ou menor do que R$ 240.000,00 = resgate tributário de
58,75%
Lucro Real superior a R$ 240.000,00 = resgate tributário de 66,44%

Doação
Lucro Real igual ou menor do que R$ 240.000,00 = resgate tributário de
68,75%
Lucro Real superior a R$ 240.000,00 = resgate tributário de 76,44%

3.- Para empresas que declaram IR sobre lucro presumido inxiste a


contabilização do apoio cultural como despesa operacional, restringindo-se
a vantagem tributária a 30 ou 40% do valor do projeto (Patrocínio ou
Doação), limitados a 5% do valor do IR devido.

PESSOAS FÍSICAS

A lei possibilita a dedução de 60% do valor aplicado em projetos culturais


sob a forma de patrocínio e de 80% nas doações, até o limite de 12% do IR
devido no exercício.

No caso de pessoas físicas, quem determina a contribuição como doação ou


patrocínio é a condição do proponente do projeto (produtor cultural ou
artista). Sendo ele pessoa física ou jurídica de direito público ou privado
sem fins lucrativos, o apoio é considerado como doação ou patrocínio; sendo
pessoa jurídica de direito privado com fins lucrativos, a contribuição será
sem patrocínio.

Tomando por base as alíqüotas do IR-Pessoa Física para a declaração de


ajuste feita em 1996, ano base 1995, temos, por faixa de renda, as
seguintes comparações:

ALÍQUOTA DE 15%

O abatimento por doação (80%) corresponde ao de um recibo médico de 5,33


vezes o valor doado. Exemplo: doação de R$ 100,00 = recibo médico de R$
533,00.

O abatimento por patrocínio (60%) corresponde ao de um recibo médico de 4


vezes o valor patrocinado. Exemplo: patrocínio de R$ 100,00 = recibo médico
de R$ 400,00.

ALÍQUOTA DE 25%

O abatimento por doação corresponde ao de um recibo médico 3 vezes o valor


doado. Exemplo: doação de R$ 100,00 = recibo médico de R$ 300,00.

O abatimento por patrocínio corresponde ao de um recibo médico de 2,25


vezes o valor patrocinado. Exemplo: patrocínio de R$ 100,00 = recibo médico
de R$ 225,00.

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