O livro mostrou que processo de elaboração e de implementação das
PPs é muito complexo, envolve muitos atores, arenas e contextos distintos.
Uma maneira de lidar com (estudar) essa complexidade é organizar o
processo em estágios de um ciclo (os 5 estágios do modelo clássico do ciclo de políticas, estudados nos capítulos anteriores).
Evidentemente, processo não é tão estritamente sequencial como pode
fazer parecer o modelo.
Papel do modelo é heurística metodológica: propiciar comparação entre
políticas de diferentes contextos.
Maior virtude do modelo do ciclo de PPs é sua orientação empírica e
reveladora da natureza dinâmica das PPs.
E ajudar a organizar relações entre atores, ideias, instituições e
instrumentos que explicam essa dinâmica.
Policy making é processo em que interesses e ideias entram em choque
e atores disputam e deliberam sobre o que fazer e aprendem com sucessos e erros do passado, na medida em que ciclo se repete em sucessivas rodadas e iterações.
Mas como é o processo no seu conjunto? Existem padrões típicos de
desenvolvimento e de mudança de Políticas?
Esse é o foco do 9º e último capítulo do livro.
Outcomes da sucessão de políticas:
Feedback de políticas: retomando Shattschneider (início do livro):
novas políticas (policies) criam nova política (politics)!!!
Isto é: resultados (outcomes) do processo de PPs tendem a realimentar
ambiente político, alterando aspectos importantes do contexto em que PP foi criada, inclusive regras e operações institucionais, distribuição de riqueza e de poder na sociedade, ideias e interesses e até atores que lidarão com a PP. Embora a cristalização de ideias, procedimentos e instituições também seja típica desse processo, produzindo os “regimes de políticas”, que tendem a congelar PPs e fechar espaço para grandes alterações (efeito “lock in”)
É a natureza dependente da trajetória (path dependence) que vimos na
aula passada. → Ex. do “efeito qwert” e da decisão sobre energia nuclear antes ou depois das usinas.
Estilos e regimes políticos:
Estilos: natureza relativamente duradoura dos arranjos entre atores,
ideias e instituições na implementação de uma PP (ex. da política orçamentária e seu estilo).
Regimes de PPs: arranjos institucionais específicos que variam de país
para país (Gosta Esping-Andersen); padrões de longo prazo de arranjos entre atores, ideias, instituições e instrumentos/procedimentos.
Descontinuidade de PPs:
Tipos de mudança de políticas:
Normal: incremental; não afeta estilo, regime paradigma.
Atípico: substancial; transformação fundamental da policymaking,
alterando conjunto dos atores, ideias, instituições.
Modelo Thelen/Mahoney/Hacker (tese)
Papel dos empreendedores políticos
Transbordamentos (spillover) de subsistemas: ex do impacto da
informática
Mudança de foro: ex ambientalistas de regulatório para saúde pública
Aprendizagem política: Sabatier
Tentativa de síntese entre mudanças normais e atípicas: modelo do