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PESQUISADOR EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Tecnologias na Educação

Niltom Vieira Junior


Cláudia Maria Soares Rossi
Jefferson Rodrigues da Silva

Curso de Formação Continuada


Curso de Formação Continuada

Pesquisador em Ciências da Educação:


Tecnologias na Educação

Niltom Vieira Junior

Cláudia Maria Soares Rossi

Jefferson Rodrigues da Silva

CEAD
IFMG Arcos

Setembro, 2019.
© 2019 Niltom Vieira, Cláudia Rossi, Jefferson Silva.
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito dos
seus autores.

Presidente do CEAD Arcos Jefferson Rodrigues da Silva

Coordenador do curso Niltom Vieira Junior / Jefferson Rodrigues da Silva

Revisor Niltom Vieira Junior

Arte gráfica Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Índice para catálogo sistemático:


1. Educação: Aprendizagem: Tecnologia

2019
Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos,
Avenida Juscelino Kubitschek, 485,
CEP 35588-000- Bairro Brasília, Arcos - MG - Brasil,
Telefone: (37) 3351-5173
secretaria.fic.arcos@ifmg.edu.br
Palavra dos professores-autores

Caro aluno seja bem-vindo ao curso de Formação Continuada em


“Tecnologias na Educação”!

Este curso visitará um pouco da história da tecnologia no ensino para,


então, apresentar uma abordagem crítica quanto à pertinência do seu uso,
ressaltando a importância do planejamento didático-pedagógico.

Trataremos também da história, características e dos atores da Educação à


Distância. Discutiremos as atribuições e responsabilidades na EaD, além de
conhecer as configurações essenciais de um Ambiente Virtual de
Aprendizagem (Moodle).

Após cada etapa vencida, o curso conta também com seminários temáticos:
eles têm a intenção de aprofundar o estudo sobre um assunto específico ou
de ampliar a discussão, integrando áreas do conhecimento aos temas por
nós apresentados. Serão abordados, por exemplo, o uso de celulares, de
impressoras 3D e muito mais.

Para aproveitarmos melhor a carga horária desse curso, privilegiaremos o


uso de artigos de “divulgação científica” que, ao contrário dos artigos
científicos, trazem discussões mais breves e objetivas. Na medida em que
avançarmos nos estudos, os textos aumentarão, gradativamente, sua
profundidade e complexidade. Enquanto Pesquisadores das Ciências da
Educação, cada vez mais criteriosa será a nossa fonte bibliográfica. Por
isso, deixamos também o convite para que você participe da próxima
seleção da nossa Pós-Graduação em Docência!

Para início dos trabalhos, assista a apresentação dos coordenadores (vídeo).

Em seguida, boa leitura e mãos a obra!


Apresentação do curso

Este curso está dividido em doze semanas, cujos objetivos são apresentados
sucintamente a seguir.

SEMANA 1 Breve histórico da Tecnologia Educacional no Brasil e no


Mundo.
SEMANA 2 A (super)valorização e alguns cuidados metodológicos para o
uso de Objetos de Aprendizagem.
SEMANA 3 Metodologias e conceitos teóricos aplicados ao uso da
Tecnologia na Educação.
SEMANA 4 Seminário temático I.

SEMANA 5 História da Educação a Distância (EaD).

SEMANA 6 Características e atores da EaD.

SEMANA 7 Comportamentos e atribuições na EaD.

SEMANA 8 Seminário temático II.

SEMANA 9 Principais plataformas utilizadas para a Educação a


Distância.
SEMANA 10 Configuração de atividades e recursos no Ambiente Moodle
(parte 1).
SEMANA 11 Configuração de atividades e recursos no Ambiente Moodle
(parte 2).
SEMANA 12 Seminário temático III.

Carga horária: 150h.

Estudo proposto: 12,5h semanais.


Apresentação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para facilitar os estudos, fique


atento quando eles aparecem no texto e veja aqui os seus significados:

Atenção: pontos de maior importância no


texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividades: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídias digitais: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

1.1 Um pouco de história ................................................................................................................... 1


1.2 A Tecnologia Educacional no Brasil ............................................................................................ 3
2.1 A (Super)valorização da Tecnologia ............................................................................................ 7
2.2 A Educação 4.0............................................................................................................................. 9
3.1 As Tecnologias e a Comunicação............................................................................................... 11
3.2 Cuidados Metodológicos ............................................................................................................ 12
4.1 Seminário I ................................................................................................................................. 15
5.1 Um pouco da história da EaD no Brasil ..................................................................................... 19
5.2 Os avanços e situação atual da EaD no Brasil ............................................................................ 20
6.1 Características da EaD no Brasil ................................................................................................ 23
6.2 Os atores da EaD ........................................................................................................................ 23
7.1 Princípios e estratégias ............................................................................................................... 27
7.2 Atribuições do tutor .................................................................................................................... 27
7.1 A comunicação e as interações ................................................................................................... 28
8.1 Seminário II ................................................................................................................................ 31
9.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem........................................................................................ 35
9.2 AVAs de destaque ...................................................................................................................... 36
9.3 O Moodle na Prática ................................................................................................................... 37
10.1 Como utilizar o Moodle? .......................................................................................................... 43
10.2 Editando questionários ............................................................................................................. 43
10.3 Trabalhando com banco de questões ........................................................................................ 47
11.1 Atividade wiki .......................................................................................................................... 49
11.2 Definindo grupos ...................................................................................................................... 50
11.3 Outras configurações ................................................................................................................ 51
12.1 Seminário III ............................................................................................................................ 55
Referências ....................................................................................................................................... 59
Currículo dos autores........................................................................................................................ 62
SEMANA 1 – BREVE HISTÓRIA Tecnologias
DA TECNOLOGIA
na Educação NA EDUCAÇÃO

Objetivos
Conhecer um pouco do histórico evolutivo da Tecnologia
Educacional no Brasil e no Mundo.

Mídias digitais: Antes de iniciar os estudos, assista


ao vídeo de apresentação do professor formador
(vídeo).

1.1 Um pouco de história

O Learning Technology Standards Comitte, do IEEE, define como “Objetos de


Aprendizagem” (OA) qualquer ferramenta, digital ou não, a ser utilizada no aprendizado
apoiado por tecnologia. Essa também será a definição, usada nesta apostila, para as
“Tecnologias na Educação”.
Uma das primeiras iniciativas nesse sentido foi realizada por Sidney Pressey, professor de
psicologia na Universidade de Ohio, que em 1924 construiu uma máquina para corrigir testes
de múltipla escolha (VALENTE, 1998). Baseado num sistema mecânico, um número exibido
em uma pequena janela indicava a questão a ser respondida. Quando o aluno apertava o botão
correspondente à sua escolha, a tentativa era registrada e, se corretamente respondido, o
aparelho, através de um cartão perfurado, movia suas engrenagens para apresentar uma nova
questão.

Figura 1.1 – Máquina de testes de Pressey.


Fonte: http://www.leerbeleving.nl/wbts/1/history_of_elearning.html (Acesso em: 21 jun. 2018).

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Anos mais tarde, em 1950, destacou-se a iniciativa de Skinner (o famoso teórico behaviorista)
que, aprimorando a ideia de Pressey, propôs uma máquina utilizando o conceito de Instrução
Programada (LIMA, 2010).

Mídias digitais: Para auxiliar sua compreensão,


veja o vídeo onde o próprio Skinner apresenta sua
Máquina de Ensinar (vídeo).

Embora o primeiro computador (ENIAC) tenha surgido em 1946, apenas na década de 1960
os primeiros “programas” com fins educacionais foram desenvolvidos, dando origem a
“Instrução Auxiliada por Computador”. Porém, a primeira iniciativa amplamente difundida
nesse sentido, foi a linguagem de programação LOGO, proposta por Symour Papert na década
de 1980, com um enfoque construtivista (MIRANDA; VENÂNCIO, 2001).

Figura 1.1 – ENIC1.


https://tecnoblog.net/wp-content/uploads/2011/02/785px-Eniac-580x443.jpg

Mídias digitais: Assista ao vídeo onde o Prof.


Mariano Pimentel, apresenta a linguagem LOGO
(vídeo).

1
O ENIAC pesava mais de 30 toneladas e ocupava um espaço de 167 m².
2
Isto não significa que inexistem pressupostos mutuamente válidos. Porém, é preciso distinção apropriada das
características importantes à finalidade educacional.

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Tecnologias na Educação

A partir da década de 1980 os avanços na Inteligência Artificial (IA) permitiram a criação dos
sistemas de “Instrução Inteligente Assistida por Computador” que mudaram, ou poderiam ter
mudado, a sala de aula.

Dica do professor: Esta apostila reconhece a


importância mas mantém uma postura crítica em
relação à Tecnologia Educacional, defendendo um
maior desenvolvimento científico nesta área do
conhecimento.

Com base nesse breve relato, pode-se perceber que as tendências mundiais que demarcaram
as relações entre a Educação e a Tecnologia passaram por três grandes enfoques (GOMES,
2007):
1. A princípio, as tarefas de fixação e reforço;
2. A seguir, o uso de princípios construtivistas (porém, críticas foram feitas na
condução pedagógica deste processo, como a de que eles não necessariamente
propiciavam a construção de conhecimentos);
3. Por fim, e ainda em vigor, a tendência cognitivista de que as interações devem
mudar a capacidade de pensar do aprendiz.

Mídias digitais: Assista uma animação que


apresenta um pouco da história da Tecnologia na
Educação, mas lembre-se: ainda há muito para se
fazer (vídeo)!

1.2 A Tecnologia Educacional no Brasil

No Brasil a partir das décadas de 1970 e 1980, com a criação de órgãos e programas voltados
à área, surgiram as primeiras iniciativas relacionadas à Tecnologia na Educação. Destacaram-
se, por exemplo: na década de 1980, o programa EDUCOM (Educação e Computador) que
buscou inserir computadores nas escolas públicas e estimular pesquisas voltadas a informática
no processo de ensino e aprendizagem; na década de 1990, o PROINFO (Programa Nacional
de Tecnologia Educacional) para promover o uso pedagógico das TICs (Tecnologias de
Informação e Comunicação) no ensino fundamental e médio; e nos anos 2000, o PROUCA
(Programa Um Computador por Aluno) com fins de facilitar a aquisição de equipamentos
para a inclusão digital pedagógica.
Embora estas e outras iniciativas tenham sido propostas nas últimas décadas, a tecnologia
ainda é pouco explorada no ensino. Seymour Papert, a mais de vinte anos, fez uma
comparação entre hospitais e salas de aula que ainda prevalece (PAPERT, 1994):

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior, entre eles um grupo


de cirurgiões e outro de professores primários, cada qual ansioso para ver o quanto as
coisas mudaram em sua profissão a cem anos ou mais no futuro. Imagine o espanto de
os cirurgiões entrando numa sala de operações de um hospital moderno. Embora
pudessem entender que algum tipo de operação estava ocorrendo e pudessem até
mesmo ser capazes de adivinhar o órgão-alvo, na maioria dos casos seriam incapazes
de imaginar o que o cirurgião estava tentando fazer ou qual a finalidade dos muitos
aparelhos estranhos que ele e sua equipe cirúrgica estavam utilizando. Os rituais de
antissepsia e anestesia, os aparelhos eletrônicos com seus sinais de alarme e
orientação e até mesmo as intensas luzes, tão familiares às plateias de televisão,
seriam completamente estranhos para eles. Os professores viajantes do tempo
responderiam de uma forma muito diferente a uma sala de aula de primeiro grau
moderna. Eles poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns poucos objetos
estranhos. Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram – e
provavelmente discordariam entre si quanto se as mudanças que observaram foram
para melhor ou para pior – mas, perceberiam plenamente a finalidade da maior parte
do que se estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a classe.

Figura 1.2 – Hospital antes e depois.


Fonte: http://ronaldofotografia.blogspot.com/2011/06/maternidade-mario-totta.html e
http://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2015/04/13/noticias-saude,187804/sala-inteligente-alia-tecnologia-de-
ponta-a-medicina-cirurgica.shtml (Acesso em: 22 jun. 2018).

Figura 1.3 – Escola antes e depois.


Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/04/28/familia-contemporanea-transforma-as-relacoes-com-
a-escola/sala-de-aula-antiga/e
http://uminvisivel.wordpress.com/2015/02/23/meu-primeiro-dia-de-aula-em-escola-publica/ (Acesso em: 22 jun.
2018).

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Tecnologias na Educação

O fato é que a Tecnologia aplicada à Educação não evoluiu no mesmo ritmo quando
comparada a outras áreas. Não basta dizer que as novas gerações de alunos cresceram meio a
tecnologia e, por essa razão, devemos levá-la à sala de aula – até porque as tecnologias
aplicadas ao entretenimento, atualmente, são muito mais sofisticadas que aquelas disponíveis
para o ensino. Ou seja, na ausência de elementos atrativos e imersivos, o fator “novidade”
desta tecnologia conseguirá apreender a atenção dos alunos por pouco tempo. Mas o objeto da
nossa discussão é mais importante do que isso: é conceitual.
Na prática, a Tecnológica Educacional é pouco utilizada na sala de aula e, quando é, por
vezes, parte de uma perspectiva pouco científica e nem sempre planejada.
A esta altura você, leitor, deve estar se perguntando: de qual planejamento e de quais
conceitos estamos falando? Bom... esse é assunto para as nossas próximas semanas!

Atividade 1.1: Para concluir a primeira semana de


estudos e já refletir sobre nossos próximos
desafios, leia o texto “Prós e contras: tecnologias
na sala de aula” de Diego Rennan (download).

Atividade 1.2: Vá até a sala virtual e no “Fórum


obrigatório da semana 1” se apresente aos seus
colegas: diga onde mora, onde estuda ou trabalha
e compartilhe seus interesses na Educação. Conte-
nos também se possui alguma experiência com o
uso de Tecnologias Educacionais ou Educação à
Distância.

Até a próxima semana!

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

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SEMANA 2 – A (SUPER)VALORIZAÇÃO
Tecnologias naDA TECNOLOGIA
Educação

Objetivos
Discutir a (super)valorização e as novas tendências da Tecnologia
Educacional.

Mídias digitais: Antes de iniciar a segunda semana


de estudos, assista ao vídeo do professor formador
(vídeo).

2.1 A (Super)valorização da Tecnologia

Às vezes somos levados a acreditar que o uso de um Objeto de Aprendizagem, por si só,
significa inovação ou melhoria no processo de ensino e aprendizagem. E isso não
necessariamente é verdade!
As tecnologias, enquanto ferramentas adicionais para o aprimoramento da prática
educacional, devem sim ser valorizadas, porém, devem também ser adequadamente utilizadas.
Por outro lado, a supervalorização unitária, partindo da crença que a tecnologia sozinha
resolve nossos problemas pode gerar frustações.
Para ilustrar melhor as consequências desta supervalorização desprovida de planejamento, o
reconhecido filósofo e sociólogo Pierre Lévy (1996), em seu livro “O que é virtual?”, narra
uma concepção errônea da Tecnologia Educacional ocorrida na França na década de 1980. Na
ocasião, acreditou-se que era necessário “atualizar-se” sem, contudo, elaborar estudos quanto
a cognição e aos novos modos de constituição e transmissão do conhecimento. Tal fato, fez
com que o alto investimento público em maquinários e laboratórios sofisticados resultasse em
decepção – nada muito diferente do que vemos no Brasil.
Ainda neste sentido, existem diversos outros casos de insucesso registrados na literatura.
Apresentamos a seguir um exemplo narrado por Overbye e Weber (2000), num experimento
aplicado ao ensino de eletricidade (contudo, tais resultados podem ser vistos nas mais diversas
áreas do conhecimento). Esses pesquisadores decidiram testar a eficiência no uso de
contornos dinâmicos, do tipo “mapas climáticos”, para destacar contingências em tempo real
em um sistema de distribuição de energia elétrica. Uma escala de cores, acompanhada de
legendas, apontava interativamente os carregamentos de potência da rede.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 2.1 – Contornos dinâmicos.


Fonte: Overbye e Weber (2000) e Overbye et al (2003).

Para verificar a eficiência desta técnica foi realizado um experimento com 43 estudantes,
divididos em três grupos: o primeiro utilizou displays numéricos tradicionais, o segundo
utilizou os diagramas com contornos dinâmicos e o terceiro ambos. O teste consistia em uma
sequência de contingências (por exemplo, curtos circuitos) que causavam falhas em uma ou
mais barras de energia (a quantidade de defeitos simultâneos foi classificada em níveis baixo,
médio e alto). Os participantes tinham duas metas: encontrar o ponto mais crítico e restaurar o
sistema a valores aceitáveis, intervindo em dispositivos que compunham a rede virtual.

Ao contrário do que se esperava, as interfaces com mais recursos gráficos computacionais


geraram as intervenções, em média, mais lentas dos alunos (Quadro 2.1).

Quadro 2.1 – Resultados perante interfaces animadas.


Fonte: Overbye e Weber (2000).

Embora os resultados não tenham sido satisfatórios, o aumento de tempo não impediu que os
defeitos fossem corrigidos. Por essa razão, tais autores foram uns dos primeiros na literatura
(não pedagógica) a reconhecer sua falha procedimental e incentivar a continuidade destas
pesquisas, porém, inserindo o uso de fatores humanos e psicológicos para o seu
aprimoramento.

Atenção: Lembre-se desta conclusão sobre os


fatores humanos! Ela será nosso objeto de debate
na próxima semana.

Tais problemas são extensivos aos Objetos de Aprendizagem de diversas áreas. Ainda que
indiscutível a importância (e para algumas disciplinas a carência) da Tecnologia Educacional,
seu desenvolvimento e utilização nem sempre atendem a requisitos ou padrões sugeridos, uma
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Tecnologias na Educação

vez que, mais se escreve sobre os objetos do que sobre as metodologias que a eles se
relacionam. Além disso, poucos trabalhos se dedicam a investigar sua eficiência.

Numa crítica inicial, dissemos que a tecnologia aplicada à educação não se desenvolve no
mesmo ritmo que aquela (tecnologia) aplicada a outras áreas. Mas ainda assim ela tem se
desenvolvido mais rápido do que a produção científica tem se destinado ao estudo dos fatores
humanos e metodológicos para esta área do conhecimento. Estamos diante, portanto, de uma
lacuna científica crescente e você, como futuro pesquisador das Ciências da Educação, é
elemento essencial para essa mudança de perspectiva!

Antes de nos aprofundarmos de vez ao debate metodológico, vejamos a seguir o que há de


mais recente sobre Tecnologia Educacional.

2.2 A Educação 4.0

O termo “Educação 4.0” originou-se da emergente “Indústria 4.0”, iniciativa que propõe
mudanças de paradigmas em relação à maneira como as fábricas operam, principalmente, pelo
uso cada vez maior de dispositivos inteligentes interconectados.
Conceitualmente, portanto, já há tecnologia suficiente para mudar também as relações na sala
de aula. Além dos Objetos de Aprendizagem Computacionais, abordados anteriormente,
Garofalo (2018) aponta que a Educação 4.0 deve explorar o conceito popularizado como
Learning by Doing (Aprenda Fazendo).
Notamos, então, que a Tecnologia Educacional requer muito empenho de professores,
pesquisadores e desenvolvedores para que, além da equiparação já necessária para corrigir o
descompasso de sua aplicação no ensino, possamos acompanhar as novas e mais atuais
tendências tecnológicas e metodológicas.

Mídias digitais: Para vislumbrar o potencial das


novas tecnologias na sala de aula assista:
- as possibilidades da Indústria 4.0 (vídeo);
- as possibilidades da Educação 4.0 (vídeo).

Neste sentido, além de objetos computacionais, diversos materiais manipulativos (em especial
os que requerem dimensionamento, prototipagem e montagem pelos próprios alunos), podem
ser utilizados, sob o princípio das Metodologias Ativas de Aprendizagem.

Veja, a seguir, uma figura e dois vídeos que ilustram o emprego dessas tecnologias na
Educação 4.0.

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Figura 2.2 – Modelo de uma célula huma, produzido em 3D, para o ensino de biologia.
Fonte: http://www.thingiverse.com/make:495616 (Acesso em: 15 ago. 2019).

Mídias digitais: veja também estes recursos


tecnológicos que já estão acessíveis ao ensino:
- uso de realidade aumentada (vídeo);
- uso de laboratórios virtuais (vídeo).

Tais possibilidades são aplicáveis as mais diversas áreas como, por exemplo: impressão de
órgãos ou réplicas de animais (ciências), mapas que retratam a topografia ou a demografia de
regiões (geografia), a representação de ferramentas arcaicas ou artefatos medievais (história),
de moléculas ou cadeias moleculares (química), objetos ou maquetes diversos (artes), planos
ou sólidos geométricos (matemática) e assim por diante.
Nestas duas primeiras semanas falamos insistentemente que a tecnologia por si só, não
significa melhoria no processo de ensino e aprendizagem, pois, seu uso exige planejamento
conceitual e metodológico, caso contrário se resumirá em replicar um mesmo paradigma
educacional, sob a falsa expectativa de inovação. Vamos então, finalmente, debater essa
questão na próxima semana de estudos!

Atividade 2.1: Vá até a sala virtual e no “Fórum


obrigatório da semana 2” compartilhe as reflexões
que as primeiras semanas lhe proporcionaram.
Sempre que possível, interaja também com as
publicações de seus colegas.

Até a próxima semana!

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SEMANA 3 – PLANEJAMENTO METODOLÓGICO
Tecnologias na Educação

Objetivos
Refletir sobre algumas metodologias e conceitos teóricos aplicados
ao uso de Objetos de Aprendizagem.

3.1 As Tecnologias e a Comunicação

Uma ferramenta computacional não deve estimular o distanciamento, mas sim uma nova
forma de comunicação, que deve aprimorar a interação aluno-professor, aluno-aluno e aluno-
conhecimento.
É nesse sentido que adotamos, também no âmbito tecnológico, a premissa Freiriana de que
“ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987). No livro “Extensão ou Comunicação”, Freire
(1983) nos lembra que:

O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a coparticipação
de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um “penso”, mas um
“pensamos”. É o “pensamos” que estabelece o “penso” e não o contrário.
A comunicação implica numa reciprocidade que não pode ser rompida. Desta forma,
na comunicação, não há sujeitos passivos.
E isto só se dá na comunicação e intercomunicação dos sujeitos pensantes a
propósito do pensado, e nunca através da extensão do pensado de um sujeito até o
outro.
Equivocada também está a concepção segundo a qual o que fazer educativo é um ato
de transmissão ou de extensão sistemática de um saber.
A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de
saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos
significados.

Mídias digitais: Para complementar esse


raciocínio, reflita também sobre o vídeo de Pierre
Lévy, já citado anteriormente, sobre “O que é
virtual?” (vídeo).

Eis o suporte conceitual a que nos referimos! Sendo a tecnologia mais uma ferramenta
educacional, ela também deve ser provida de reciprocidade, interação dialógica e análise
crítica e reflexiva – fatores indispensáveis para toda relação de ensino e aprendizagem. E isso
só é possível a partir de um adequado planejamento metodológico.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

3.2 Cuidados Metodológicos

Além do conhecimento de fatores humanos anteriormente citados, para alguns casos pontuais,
têm-se observado alguma confusão na literatura. Quando na tentativa de construir
Tecnologias Educacionais, alguns trabalhos recorrem às técnicas validadas para o
desenvolvimento de sistemas supervisórios ou operacionais – o que inclui o uso de design e
características construtivas similares, sem que se observem os seus diferentes propósitos2.

Para a produção de conteúdos educacionais surge a necessidade de uma equipe


multidisciplinar, onde além do conhecimento técnico (aquilo que se pretende ensinar), são
necessários saberes didático pedagógicos, a compreensão do desenvolvimento cognitivo, o
conhecimento de lógica de programação, computação gráfica, princípios de semântica,
semiótica etc.

Atenção: A discussão conceitual relacionada à


“construção” de Tecnologias Educacionais é objeto
de estudo do Curso de Pós-Graduação em
Docência (EaD), também oferecido pelo IFMG
Arcos.
Por enquanto, vamos nos dedicar a “utilização” de
tais tecnologias na sala de aula.

Mas enfim... e para usar tais ferramentas na sala de aula, quais cuidados devo tomar? A
resposta não é trivial, mas podemos resumi-la em: é necessário embasamento teórico.

Embora toda iniciativa inovadora seja importante, fazê-la sem o adequado suporte teórico
implica, muitas vezes, em uma utilização empírica com resultados nem sempre satisfatórios. É
possível que, a princípio, uma Tecnologia Educacional consiga a atenção dos alunos – pelo
fator “novidade”, já que não muitos professores fazem uso desse recurso – porém, uma vez
passado esse estado, sua eficiência se torna tão, ou mais, comprometida do que qualquer
estratégia convencional.

Por essa razão, assim como para o uso de quaisquer outras estratégias de ensino, a aplicação
da tecnologia também requer cuidado pedagógico para que a intervenção seja,
verdadeiramente, educacional.
São importantes, então, dois critérios:
1. A escolha adequada do Objeto de Aprendizagem;
2. A definição de uma metodologia de uso.

2
Isto não significa que inexistem pressupostos mutuamente válidos. Porém, é preciso distinção apropriada das
características importantes à finalidade educacional.

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Tecnologias na Educação

Dica do professor: Para a escolha de um OA


diversas estratégias podem ser utilizadas. A título
de exemplo (e sugestivamente) indica-se o Produto
Educacional desenvolvido por Deyse Reis, egressa
do Curso de Pós-Graduação em Docência
(download). Embora seu checklist seja aplicado a
escolha de jogos educacionais, pode ser adaptado
3
para Objetos de Aprendizagem em geral .

Já para a definição metodológica, requer-se um planejamento onde, aliando seus


conhecimentos técnicos, pedagógicos, sua experiência e sensibilidade, o professor responda,
no mínimo, as seguintes questões:
1. Qual a finalidade da atividade: ensinar ou educar (numa perspectiva abrangente)?
2. Quais conteúdos a serem trabalhados: conceituais, procedimentais, atitudinais?
3. Quais procedimentos utilizados no meu OA: exposição, descoberta, projetos etc.?
4. Quais processos comunicativos definidos: diretivos, participativos, cooperativos etc.?
5. Como se dá a organização social: individual, grupos grandes ou pequenos, fixos ou
flexíveis?
6. Como se dá a organização dos conceitos: disciplinar, interdisciplinar, integrador?
7. Como se dá a organização do tempo: modular, contínuo?
8. De que forma se oferece suporte teórico: livro texto, hipertexto, vídeos etc.?
9. De que forma se realiza avaliações: por resultados, formativa, continuada?
10. E, entre tantas outras, como será possível lidar com as individualidades dos aprendizes?

Intrinsicamente ao levantamento destas informações, na fase de planejamento, diversas


abordagens didático-pedagógicas podem ser utilizadas como, por exemplo, àquelas estudadas
no nosso curso de Formação Continuada “Estratégias de Ensino e Aprendizagem”: estilos de
aprendizagem, ensino contextualizado, aprendizagem baseada em problemas e tantas outras.

Dica do professor: Caso você não tenha feito o


curso “Estratégias de Ensino e Aprendizagem”,
fique atento a nossa próxima seleção! Esse e
outros cursos são frequentemente ofertados pelo
IFMG Arcos.

Atividade 3.1: Vimos, portanto, que para utilizar


uma Tecnologia Educacional é preciso um
planejamento metodológico. Dentre várias opções,
destacamos também a “Sequência Didática” de
Zabala, a qual sugere tipos de conteúdos a serem
ensinados e funções procedimentais de
responsabilidade do professor.
Leia uma pequena síntese do seu texto “A prática
educativa: como ensinar” e reflita na possibilidade
do seu uso junto a uma tecnologia (download).

3
O “produto” é apenas uma das exigências da Pós-Graduação em Docência. Além deste artefato mais
“técnico”, os alunos desenvolvem também uma pesquisa e um artigo científico.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Mesmo expressando a criticidade necessária, mantemo-nos esperançosos em relação ao uso


das Tecnologias na Educação, pois, concordamos com Bodekaer (2019) ao afirmar que:

Uma mudança real neste cenário depende também de nossa atuação docente, pois,
para podermos verdadeiramente capacitar e inspirar a próxima geração de cientistas
precisamos de educadores que liderem a adoção de novas tecnologias em sala de
aula. Assim, de várias maneiras, acredito que o próximo grande avanço no ensino de
ciências não mais recai sobre a tecnologia, mas sim na decisão dos professores de
levar adiante e adotar estas tecnologias nos ambientes educacionais (grifo nosso).

Encerramos essa semana observando que quando falamos de novos paradigmas, tecnologias
na educação e comunicação na aprendizagem, não nos restringimos a sala de aula presencial,
pois, atualmente uma nova realidade nos cerca: A Educação à Distância!

Todos os princípios que aqui trouxemos também se aplicam a EaD, modalidade que será
abordada pelo nosso curso a partir de sua quinta semana.

Mídias digitais: Para concluir mais uma etapa de


estudos e relacionar as novas perspectivas com o
uso da tecnologia no ensino – presencial e a
distância – assista ao vídeo de Anna Penido,
diretora do Instituto Inspirare (vídeo).

Atividade 3.2: Considerando o que estudamos até


aqui, o caráter “comunicacional” e a necessidade
do planejamento para intervenções com o uso das
tecnologias, procure um software ou aplicativo
gratuito (para a sua área de atuação). Apresente
uma proposta metodológica para seu uso na sala
de aula. Para justificar sua proposta utilize as
leituras realizadas até aqui ou outras teorias de seu
interesse. Entregue em .pdf pela sala virtual.
Obs.: não há modelo para a escrita do trabalho,
sugere-se apenas que ele seja limitado em, no
máximo, quatro (4) páginas.

Nos vemos na próxima semana!

14
SEMANA 4 – Seminário I Tecnologias na Educação

Objetivos
O Seminário I tem o objetivo de discutir o uso do
telefone celular na escola.

Mídias digitais: Antes de iniciar a leitura do texto da


Semana 4, assista ao vídeo do professor formador
(vídeo).

4.1 Seminário I

Sendo este o nosso primeiro seminário, é importante aclararmos o objetivo e a forma como
esse tipo de abordagem se integra ao curso. Nos seminários temáticos discutiremos tópicos
específicos ou temas transversais relacionados à proposta do curso: Tecnologias na Educação.

Atenção: A proposta dos seminários é oportunizar


o aprofundamento do estudo sobre um assunto
específico ou a ampliação da discussão integrando
temas de outras áreas do conhecimento ao tópico
central do curso.

Nessa quarta semana ampliaremos a discussão tratando, em particular, do uso dos celulares na
sala de aula. Assistiremos ao vídeo do programa Panorama da TV Cultura, cujo tema é
“Tecnologia na sala de aula”. Logo mais é proposta a leitura do artigo “O uso de mensagens
eletrônicas instantâneas como recurso didático” que versa sobre a utilização do aplicativo de
mensagens Whatsapp como ferramenta educacional.
O programa de TV selecionado foi exibido em setembro de 2017 e é apresentado por Andresa
Boni. Nele foram recebidos Mônica Gardelli Franco, superintendente do Centro de Estudos e
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e Alexandre Barbosa, gerente
do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).
Destacando alguns trechos do vídeo, Mônica Gardelli Franco responde ao tópico: relação dos
professores com a tecnologia, aliada ou concorrente:

[...] É uma grande mudança, eu acho que a gente ainda vislumbra um potencial
muito grande de ganho de aprendizagem, mas a leitura que se faz ainda é a partir de
um padrão de compreensão, de modelos de aprendizagem e de apropriação de
conteúdos, ainda antigo. Então quando se faz essa junção, eventualmente acha-se
que houve uma perda sim, mas é porque se está comparando um modelo atual,
diferente e que se desconhece por uma situação que não acontecia porque não tinha
esse recurso.

15
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Outro ponto abordado na entrevista é quanto ao uso do celular na escola. Alexandre Barbosa
destaca que não importa se é escola pública ou privada, em todas as classes sociais o
smartphone, celular inteligente, está muito presente.
Andresa Boni, apresentadora do programa, ainda lembra que antes era preciso correr para
copiar o quadro e que hoje os alunos tiram uma foto. Quanto à distração, à desconcentração,
Mônica Franco instiga que o aluno antigamente fazia-se valer de outros artifícios, outras
metodologias para se distrair. Segundo ela, o comportamento do aluno em si sempre terá um
componente de desconexão com o ambiente escolar independente do uso da tecnologia.
Complementando a discussão, é proposta a leitura do artigo “O uso de mensagens eletrônicas
instantâneas como recurso didático” de autoria de Tereza Cristina Rodrigues e Lucio França
Teles. No texto, apresenta-se um estudo específico do uso do celular com o objetivo de
analisar o potencial do aplicativo WhatsApp, considerando os perfis e relatos de educadores
que o utilizam em suas práticas cotidianas.

Ficou evidente ainda que, como qualquer trabalho pedagógico, o uso do WhatsApp
com os alunos requer estratégias e, sobretudo, planejamento. Não parece ser possível
realizar uma atividade bem-sucedida com o aplicativo sem sair do lugar de grande
detentor de conhecimentos para se colocar como mediador de grupos. Ou sem
organizar previamente o tempo e os materiais que serão despendidos. E, ainda, sem
propor objetivos claros a serem alcançados (RODRIGUES, TELES, 2019).

Figura 4.1 - Uso do celular da sala de aula.


Fonte: banco de imagens Pexels (http://www.pexels.com/photo/man-in-black-and-white-polo-shirt-beside-
writing-board-159844/, acessado dia 23/08/2019).

16
Tecnologias na Educação

Mídias digitais: assista ao programa Panorama da


TV Cultura (vídeo) e, em seguida, leia o artigo
proposto (download).

Atividade 4.1: No Fórum Obrigatório da Semana 4,


descreva o que desencadeava em você a
desconexão com a aula antes dos smartphones.
Descreva também a sua relação, enquanto
professor, com o uso do celular na sala de aula.
Comente pelo menos a postagem de um colega.

Até a próxima semana!

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

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SEMANA 5 – HISTÓRIA DA EADTecnologias na Educação

Objetivos
Apresentar um pouco da história da EaD e seus
avanços no Brasil.

Mídias digitais: Antes de iniciar a quinta semana


de estudos, assista ao vídeo do professor formador
(vídeo).

5.1 Um pouco da história da EaD no Brasil

O avanço da tecnologia por todo o mundo possibilitou a criação de novas metodologias e


ferramentas que podem ser utilizadas para disseminação do conhecimento em todas áreas do
conhecimento. Na educação, estas inovações tecnológicas permitem aos alunos organizar sua
própria rotina de estudos, estabelecendo seu ritmo, adequando à sua rotina de trabalho ou
familiar, por exemplo.
Nesse contexto tecnológico tem-se a Educação à Distância como responsável pela
aproximação entre docentes e discentes, mesmo que eles estejam distantes, geograficamente
falando. Além disso, Nunes (1994 apud ALVES, 2011) destaca que a EaD é capaz de atender
grandes contingentes de alunos, tornando a possibilidade de estudar mais efetiva que outras
modalidades de ensino, permitindo ainda a possibilidade de que a qualidade dos serviços
oferecidos não se reduza em decorrência da ampliação do público atendido. Segundo o
mesmo autor, são as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) que estão abrindo
novas possibilidades para os processos de ensino-aprendizagem à distância.
Algumas pessoas acreditam que a EaD é uma modalidade de ensino nova, devido à imensa
gama de tecnologia e instrumentos digitais disponíveis atualmente. Entretanto, considera-se
que foi em 1728 o marco inicial da Educação à Distância no mundo, quando se anunciou, em
um jornal de Boston, um curso que oferecia por correspondência, ministrado pelo Prof. Caleb
Philipps, de Short Hand.
Já por aqui, em 1904, o Jornal do Brasil registrou, na seção de classificados, o primeiro
anúncio que oferecia profissionalização por correspondência para datilógrafo (ALVES, 2011).
Mais tarde, na década de 1920, um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette-
Pinto, no Rio de Janeiro, começou a ofertar cursos que usavam as ondas de rádio além do
material impresso. Nas décadas seguintes, tais ações se ampliaram, com o advento da TV, e
posteriormente da internet, por meio de programas e tele aulas criados com o intuito de
oferecer informações a quem não concluiu o antigo segundo grau. Eram oferecidos cursos de
Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia e Telefonia.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Durante a década de 1940, se destacaram o Instituto “Radio Técnico Monitor” e o “Instituto


Universal Brasileiro”, que proporcionavam à sociedade cursos profissionalizantes por
correspondência. E assim, por longos anos, a Educação à Distância no Brasil aconteceu
usando correspondência e rádio. Somente em 1974 é que surge o Instituto Padre Reus e na TV
Ceará começam os cursos voltados para a formação nos anos finais do ensino fundamental
usando material televisivo, impresso e monitores.
Em 1979, foi a Universidade de Brasília que inaugurou a Educação a Distância no ensino
superior no Brasil, através de jornais e revistas.
Mas foi em 1996 que a Educação a Distância surgiu oficialmente no Brasil com a criação da
Secretaria de Educação a Distância (SEED), pelo Ministério da Educação (extinta em 2011).
E nesse ano também foi publicada a legislação que impulsou a modalidade de ensino a
distância, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20 de dezembro de
1996 – regulamentada com Decreto 5.622/2005, que a tornou validada como modalidade
oficial de educação em território brasileiro.
Em 2005, em um trabalho de parceria entre o MEC, estados e municípios, também foi criada a
Universidade Aberta do Brasil, com a intenção de integrar cursos, pesquisas e programas de
educação superior a distância. A partir daí esta modalidade vem crescendo em todos os níveis
de educação do país.

Dica do professor: Caso deseje aprofundar-se e


conhecer um pouco mais sobre a história da EaD no
mundo e no Brasil, fica o texto de Lucinéia Alves
(UFRJ) como sugestão de leitura (download).

5.2 Os avanços e situação atual da EaD no Brasil

Mas por que estudar à distância? A crescente onda desta metodologia de ensino provoca em
nós a necessidade de observar as questões pelas quais ela apresenta um maior alcance. Uma
delas é o uso efetivo do tempo; vivemos em uma sociedade em que os diversos campos de
nossas vidas já ocupam grande parte de nosso tempo, senão todo ele. Dessa forma uma
metodologia que possibilite uma flexibilização deste tempo ganha maior foco.
Segundo dados disponibilizados pelo INEP/MEC, no ano de 2009, no Brasil, havia cerca de
131 instituições de educação à distância; em 2016, este número subiu para 206, comprovando
o avanço desse novo meio de ensino.
Esse avanço deve-se também ao fato de que o investimento em um curso EaD é estritamente
menor que em um curso presencial. Segundo informações do BID, o custo de um aluno à
distância chega a ser um terço (1/3) de um aluno em um curso presencial. Em razão dessa
expansão, em 2012 a média de mensalidades em um curso EaD era de R$ 348,00, e em 2018
passou a R$ 265,00, enquanto um aluno presencial investe, em média, R$ 779,00
mensalmente.

20
Tecnologias na Educação

No ensino à distância, podemos observar alguns perfis que mais se destacam: o jovem que,
devido à diversos fatores, não possui condições suficientes para sair de onde mora para cursar
uma universidade; os profissionais que já estão inseridos no mercado e se veem atraídos pela
flexibilidade de horários; e aqueles que desejam se reciclar e buscar novos rumos para seu
desenvolvimento pessoal e profissional. Em grande parte, o perfil predominante do aluno da
EaD é da jovem, sexo feminino e cursa licenciatura. Os cursos mais procurados são
Pedagogia e Administração, segundo dados do INEP/MEC. Mas isso não é uma regra; hoje,
mais de 1,5 milhão de estudantes estão matriculados em cursos EaD, em cursos de graduação,
pós-graduação e profissionalizantes.

Figura 5.1 - Número de matrículas em cursos de graduação, por modalidade de ensino, no Brasil, 2006-2016
Fonte: INEP (2016.).

Atributos do Vínculo Modalidade de Ensino


Discente de Graduação Presencial a Distância
Gênero Feminino Feminino
Categoria Administrativa Privada Privada
Grau acadêmico Bacharelado Licenciatura
Turno Noturno -
Idade (matrícula) 21 28
Idade (ingresso) 18 27
Idade (concluinte) 23 34

Quadro 5.1 - Perfil do Discente dos cursos de Graduação, por modalidade de Ensino (Presencial e a Distância) –
Brasil – 2016
Fonte: Censo da Educação Superior (2016).

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Curso Matrículas
Pedagogia (L) 342.495
Administração (B) 181.250
Serviço Social (B) 96.638
Ciências contábeis (B) 92.357
Gestão de Recursos Humanos (T) 87.062
Processos Gerenciais/ Empreendedorismo (T) 62.026
Administração Pública (B) 49.050
Educação Física (L) 41.416
Gestão Logística (T) 35.834
História (L) 31.547
Bachalerado (B), Licenciatura (L), Tecnólogo (T)

Quadro 5.2 - As graduações à distância com o maior número de matrículas, de acordo com o Censo da Educação
Superior 2015.
Fonte: INEP/MEC.

Atividade 5.1: Como tarefa desta semana,


entregue (em .pdf) na sala virtual um texto, de no
máximo duas (2) página, falando de suas
perspectivas quanto à EaD no Brasil, tendo como
base sua história e situação atual (observe os
quadros apresentados).

Até a próxima semana!

22
SEMANA 6 – CARACTERÍSTICAS E ATORES DA EAD
Tecnologias na Educação

Objetivos
Nesta semana você irá conhecer as características da EaD e
quais atores têm destaque em seu desenvolvimento.

6.1 Características da EaD no Brasil

O avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil provocou mudanças


significativas no modo de fazer Educação a Distância, conforme vimos no histórico da EaD
na semana anterior. Hoje, esta modalidade de ensino está presente em todos os setores, em
diferentes áreas e sua presença no sistema educacional faz com que reflitamos sobre suas
características próprias e alguns pontos que são inerentes à educação, como: ação docente,
mediação, didática, metodologia, avaliação, planejamento, dentre outros pontos relevantes.
De acordo com Litwin (2001, p 14), a EaD possui características marcantes como os “ágeis
mecanismos de inscrição; distribuição eficiente dos materiais de estudo; informação precisa,
eliminando muitas barreiras burocráticas do ensino convencional”. Litwin (2001) afirma que a
flexibilização também é uma característica importante da EaD, contudo, exige melhor
organização e planejamento, devido a multiplicidade de recursos para a construção do
conhecimento. Outras características de destaque, ainda segundo Litwin (2001), são:
- a autonomia, que está na escolha de espaços e tempos para o estudo, direcionada ao “poder”
de decisão, por ter uma matrícula constituída, em sua maioria, por trabalhadores adultos;
- a autoaprendizagem, já que o sucesso do aluno depende, na maioria das vezes, da sua
motivação para o estudo;
- e, de modo indispensável, a atenção e orientação, exigidas tanto dos discentes quanto dos
coordenadores, professores, mediadores, tutores, seja no período inicial do estudo ou ao longo
de todo seu desenvolvimento.

Vimos, portanto, que processo de ensino aprendizagem, também à distância, requer mediação
interativa e confiável, que possibilita enfrentar positivamente os desafios inerentes à
aprendizagem.

6.2 Os atores da EaD

A interação e engajamento entre os estudantes e os profissionais que compõem a equipe de


desenvolvimento e suporte do curso são essenciais para o seu sucesso. É de suma importância
que todos os envolvidos acompanhem os estudantes, sanem suas dúvidas, verifiquem suas

23
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

atividades e se atentem para as dificuldades técnicas e pedagógicas, de modo a aprimorar


constantemente os procedimentos adotados.
As instituições podem organizar seus cursos com diversos formatos e diferentes atores. Por
exemplo, nos cursos EaD do IFMG Campus Arcos, geralmente, o professor conteudista e
formador são um só e não há a figura do tutor presencial. Contudo, é importante compreender
as atribuições dos principais personagens envolvidos no ensino à distância (SILVA et al,
2014):
• Coordenador: é aquele responsável por gerenciar a implantação e execução do curso, de
acordo com seu Projeto Pedagógico, pela sua estruturação pedagógica, pela organização do
corpo docente, apoio ao aluno e acompanhamento das atividades docentes;
• Professor-autor ou Professor-conteudista: é o professor ou pesquisador que atua na
elaboração do material didático, das vídeo-aulas podendo, inclusive, sugerir no seu próprio
material atividades online e avaliações. Em alguns casos particulares, o autor é também o
Professor-formador, mas isso não é uma regra;
• Professor-formador: é o professor que conduz, efetivamente, o desenvolvimento de uma
disciplina (ou curso). O formador é quem aplica e avalia atividades de aprendizagem, gere o
cronograma dos conteúdos e planeja as estratégias de ensino (sob sua orientação, as
avaliações, ou seus resultados, podem ser compartilhadas com o professor-tutor para que ele
auxilie os alunos na melhoria constante das atividades). Em turmas pequenas de alunos, às
vezes, o formador acumula também a tarefa de Professor-tutor;
• Professor-tutor: é o professor que acompanha as atividades realizadas no AVA, verifica a
frequência, a regularidade e desempenho dos alunos, dá suporte no âmbito geral aos alunos e
ao professor-formador. Ele é um dos grandes responsáveis por promover a dinâmica de
aprendizagem do aluno, sabendo que a mesma não acontece simplesmente pela recepção de
conteúdos, acontece, sobretudo, em um processo participativo, onde o aluno é sujeito do seu
próprio conhecimento. Sua participação, portanto, deve ser ativa e recomenda-se que ele
interaja com os alunos respondendo ou solicitando intervenção do Professor-Formador para as
dúvidas apresentadas, sempre que possível, em até 24 horas (em dias úteis);
• Equipe de produção: composta por designer instrucional, produtores e editores de vídeos,
diagramadores, ilustradores, webdesigners, programadores e administradores de rede que, em
conjunto, desenvolvem e implementam os conteúdos do curso e o suporte técnico;
• Aluno: como ator principal é aquele interessando na auto-aprendizagem contínua. Na
configuração EaD, segundo Faria (2013), o aluno deixa de ser um receptor passivo e
torna-se responsável por sua aprendizagem, com direito a trabalhar em ritmo que
respeite suas limitações pessoais, sem perder a possibilidade de interagir com seus
colegas e professores. Portanto, é importante que o aluno tenha hábitos de estudo, habilidade
de administrar o tempo, organização, gostar de interagir, ser independente e autodisciplinado.
O diagrama abaixo proporciona uma visão dos atores e processos gerenciais que compõem a
maioria das estruturas de ensino à distância4.

4
Neste curso temos como professores-autores: Niltom Vieira, Cláudia Rossi e Jefferson Silva que, juntos,
escreveram o material didático. E temos como professores-formadores: Niltom Vieira e Jefferson Silva que, por
sua vez, conduzem o curso e a sala virtual, sempre com o apoio de um professor-tutor.

24
Tecnologias na Educação

Figura 6.1 – Atores e gestão da EaD.


Fonte: adaptado de Peroni (201-).

Pode-se acrescentar aos atores da EaD os diversos agentes administrativos como, por
exemplo, os responsáveis pela documentação, matrícula, certificação, entre outros serviços
essenciais ao funcionamento de um curso.
Quando as instituições oferecem cursos em diferentes polos ela precisa contar ainda com um
Coordenador de Polo, que é o responsável pela organização local e dos encontros presencias,
bem como com um Tutor Presencial, que é aquele que faz o atendimento nas unidades, recebe
e distribui material aos alunos, além de auxiliá-los quanto ao uso das tecnologias necessárias a
realização das atividades.
Como foi visto, várias pessoas atuam direta ou indiretamente na implantação, organização e
desenvolvimento dos cursos EaD, sendo que todos devem ter o mesmo objetivo: oferecer uma
educação de qualidade que rompa barreiras e promova transformações.

Atividade 6.1: No Fórum obrigatório da semana 6


compartilhe com os colegas como você vê a
contribuição da EaD para a sua formação e suas
perspectivas de utilizá-la enquanto professor.

Essa semana termina com uma leitura complementar. E uma proposta de reflexão: EaD não é
para quem está sem tempo!

25
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Por favor, tem um minutinho?

Um minuto: sessenta vezes a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois
níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133 (BIPM,1968). O número talvez assuste, mas
considerando a expectativa de vida (ou de morte) de um brasileiro em 75,5 anos, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), tem-se uma vida com duração da ordem de grandeza de 10 19 períodos da referida
radiação.
E antes de pensar se tem ou não tempo para algo, talvez devesse se perguntar, como se fez Agostinho - O que é o tempo?

Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se me perguntam, e quero explicar, não sei mais.
[...] Ou, esses dois tempos, o passado e o futuro, como eles podem ser, se o passado não é mais, e o
futuro ainda não é? Pelo presente, se ele fosse sempre presente sem voar ao passado, então não seria
mais tempo; ele seria a eternidade. [...] e podemos dizer, na verdade, que o tempo seja, senão que ele
tende a não ser?
[...] Mas o que agora parece claro e manifesto é que nem o futuro, nem o passado existem, e nem se
pode dizer com propriedade, que há três tempos: o passado, o presente e o futuro. Talvez fosse mais
certo dizer-se: há três tempos: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro,
porque essas três espécies de tempos existem em nosso espírito e não as vejo em outra parte. O
presente do passado é a memória; o presente do presente é a intuição direta; o presente do futuro é a
esperança (AGOSTINHO, 1964).

Zygmunt Bauman diz, em seu livro Modernidade Líquida, que no jogo da definição, a maioria das coisas que fazem parte
da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las.

Ainda, que se pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por “espaço” e por “tempo”,
poderiam ter dito que “espaço” é o que se percorre em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa
para percorrer certo espaço (BAUMAN, 2000).

Na conquista do espaço, como Jules Vernes mostrou, dar a volta ao mundo em 80 dias parecia um sonho atraente. As
tecnologias evoluem: para chegar à informação, por exemplo, já não é necessário mais que se dê um passo rumo a uma
biblioteca ou banca de jornal. Ela está ali, na hora, ao alcance das mãos. Talvez Vernes não pudesse imaginar que as
facilidades, a instantaneidade, pudessem culminar no desinteresse: os pontos turísticos próximos de nossas casas sempre
podem ser visitados num depois que nunca tem pressa para acontecer.
Bauman explica que “a instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas também exaustão e
desaparecimento do interesse. Ela faz com que cada momento pareça ter capacidade infinita”.

A distância que separa o começo do fim está diminuindo ou mesmo desaparecendo; as duas noções
eram usadas para marcar a passagem do tempo, e, portanto calcular seu “valor perdido”. [...] Teria o
tempo, depois de matar o espaço, enquanto valor, cometido suicídio? (BAUMAN, 2000).

Provavelmente você não tenha tempo para muitas coisas, já foi exigido muito de você chegar até aqui nessa leitura. É
claro, agora está mais próximo da estatística do IBGE, mas não se preocupe, o césio-133 continua muito bem, obrigado!

Autoria de Jefferson Silva.

____________
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
AGOSTINHO, Santo. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.
BIPM- Bureau International des Poids et Mesures. Treizième conference generale des poids et mesures. França 1968. Disponível em
http://www.bipm.org/utils/common/pdf/CGPM/CGPM13.pdf#page=103 acessado dia 23/07/2019.

Até a próxima semana!

26
SEMANA 7 – COMPORTAMENTOS E ATRIBUIÇÕES
Tecnologias na Educação DO TUTOR NA EAD

Objetivos
Nesta semana discutiremos os comportamentos na EaD, dando
destaque e as atribuições do Professor-tutor.

7.1 Princípios e estratégias

No escopo deste curso, daremos destaque ao papel do Professor-Tutor, um dos responsáveis


diretos pelo sucesso de um curso EaD. Algumas qualidades são essenciais a esse profissional
no exercício da tutoria à distância, tais como: saber incentivar, animar, desafiar, conhecer o
conteúdo do curso e as ferramentas técnicas envolvidas no ambiente educacional, ser
comprometido e estar presente, saber se relacionar, se comunicar e ter empatia, saber
identificar os momentos que os alunos precisam de orientação e fazê-lo de forma correta,
enfim, ser um educador no sentido pleno da palavra.
O tutor tem como função principal exercer o papel de mediador da relação pedagógica e da
aprendizagem, pois, ele representa o elo entre o aluno e o material didático disponível na
plataforma virtual, assim como o elo entre o aluno e o professor-formador.
O tutor também deve mediar a relação de interação entre os alunos, estimulando a discussão
sobre as disciplinas em fóruns, respondendo os questionamentos e participando ativamente da
dinâmica do ensino. É necessário também que ele mantenha contato frequente com os
professores das disciplinas, deixando-os atualizados quanto ao desenvolvimento dos alunos e
a adequação de materiais ou atividades que porventura estejam provocando dificuldades.

7.2 Atribuições do tutor

São várias as atribuições do tutor para o bom andamento do curso, entre elas está a constante
presença na sala virtual, conferindo todas as atividades disponibilizadas e detectando
possíveis dúvidas, conduzindo debates e discussões, estimulando o aluno a ampliar seu
processo de leitura, extrapolando o material didático disponibilizado, notificando sobre as
atividades avaliativas, orientando e apoiando os discentes em suas atividades pedagógicas.
Além de cumprir suas funções como um verdadeiro mediador no processo de ensino e
aprendizagem, o tutor também precisa relacionar-se com os/as demais tutores/as a distância,
na busca de apoio durante a disciplina e para contribuir no processo de avaliação da disciplina
ou de um curso num aspecto mais amplo. É importante que o tutor comunique ao coordenador
e demais membros da equipe os problemas relativos à disciplina ou ao próprio ambiente
virtual, as falhas no sistema de orientação acadêmica e a necessidade de apoios
complementares não previstos, a partir das observações dos alunos.
O tutor também tem a responsabilidade de participar de reuniões, quando convocado pela
coordenação, e de colaborar na revisão do material e atividades disponibilizados na sala
virtual, verificando possíveis erros de português ou digitação e divergências entre questões
elaboradas e o conteúdo do material.

27
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

É importante que o tutor se mantenha ativo, comunicando-se com os alunos, manifestando-se


sempre à disposição, respondendo as dúvidas e acessando o ambiente virtual com a maior
frequência possível. Sendo assim, é pertinente salientar que o tutor deve possuir boas práticas
de escrita, que utilize a norma culta e seja claro e coerente em suas afirmações.
Vale ressaltar que a participação do tutor na sala virtual deve ser feita diariamente por
meio de comentários, fomentando debates, realizando análises e emitindo feedbacks quanto as
tarefas apresentadas pelos alunos.

7.2 A comunicação e as interações

Muitos tutores encontram dificuldades em manter uma relação objetiva com o aluno à
distância, pois, habituados com explicações orais, encontram na escrita uma barreira que
talvez não possibilite a compreensão efetiva do conteúdo. Além disso, pela restrição de outras
possibilidades de análise (tom de voz, expressão facial, etc.), o aluno pode interpretar a
mensagem como “fria” ou “descortês”. Tendo em vista essa questão, importante se faz que o
tutor siga algumas normas de comunicação, para evitar má interpretação por parte dos
envolvidos.
No início do curso é necessário que o tutor dê as boas-vindas e se apresente, fazendo uma
breve biografia e colocando-se à disposição dos alunos para o que for necessário. Esteja
sempre atento quanto aos prazos das atividades e comunique no fórum ou mural, para que os
alunos também se sintam estimulados a visitar o Calendário de Atividades. Importante usar
sempre de cordialidade lembrando que alguns alunos podem não possuir a mesma facilidade
de aprendizagem e/ou manejo com ferramentas digitais quanto outros.
A fim de evitar desconfortos, podemos seguir algumas regras sociais de comportamento e
comunicação na internet.
Nunca se esqueça de que tem alguém do outro lado do computador recebendo o seu texto, e é
de sua responsabilidade que o interlocutor o entenda da forma correta, que ele interprete a
mensagem exatamente da forma que você a emitiu. O computador pode permitir que, em
muitas das vezes, você se expresse com uma maior liberdade e falhe no compromisso com a
interação. Use sua ferramenta de trabalho com responsabilidade!

Atividade 7.1: Para conhecer melhor algumas


regras de comportamento e comunicação na
internet leia o texto de Luís Paulo Lima de Brito –
Netqueta e Educação: importância da etiqueta nos
ambientes virtuais. (download).

Matias Gonzalez, em seu livro Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância (2005),


apresenta algumas importantes técnicas e habilidades a serem trabalhadas na EaD, no que se
refere às relações e à comunicação:
• Exercer continuamente o reforço positivo, principalmente com os alunos com dificuldade de
aprendizado. A eficácia do reforço depende da proximidade estabelecida com os alunos;

28
Tecnologias na Educação

• Promover recompensas positivas aos aprendizes, através do elogio a um trabalho entregue


no prazo ou pela avaliação acima da média ou, até mesmo, pelo esforço e dedicação
empreendidos. É importante incentivar o aprendiz, louvando a sua responsabilidade,
pontualidade e desempenho;
• Ter domínio das ferramentas de interatividade utilizadas no curso;
• Estar disponível para ouvir e responder, tão logo que solicitado, às dúvidas apresentadas
pelos alunos;
• Manter um comportamento profissional e ético irrepreensível. A falta de confiança ou
desapontamento é uma das maiores causas de evasão nos cursos à distância;
• Possuir habilidade de colocar-se no lugar do outro, promovendo uma sintonia afetiva através
da comunicação expressa e na atitude de escutar respeitosamente o aluno;
• Manter a postura de condutor do conhecimento e não agir como detentor do conhecimento.
Ainda que a sua experiência profissional indique caminhos e soluções mais exatas, deve estar
aberto a novos conhecimentos e sugestões significativas provindas dos alunos;
• Fornecer feedback aos alunos, inclusive das avaliações, descrevendo comentários e
sugestões claras;
• Elaborar comentários devolutivos, evitando expressões que possam conter carga negativa ou
depreciativa;
• Evitar as avaliações paternalistas e severas, não cedendo pontos sem que o aluno tenha
merecido ou exagerando no rigor das correções. É importante estabelecer critérios uniformes
nas avaliações;
• Guardar conexão com os objetivos fixados pela disciplina. Dessa forma, a resolução da
avaliação definirá em que medida o aluno alcançou o alvo proposto, ao iniciar o estudo;
• Combinar questões de fácil, média e difícil resolução, com o intuito de detectar os distintos
tipos de alunos, bem como o seu aproveitamento;

As técnicas e habilidades propostas por Gonzales (2005) ajudam para que a tutoria se torne
um “estar presente À distância”, situação imprescindível ao sucesso do processo de ensino e
aprendizagem na EaD.

Atividade 7.2: Após fazer as leituras indicadas


nesta semana, vá até a sala virtual e entregue um
texto (em .pdf), de no máximo uma (1) página,
descrevendo o que na sua opinião beneficia e o
que atrapalha as interações e a comunicação na
EaD.

Mídias digitais: Para concluir esta semana, assista


ao vídeo da Professora Cláudia Rossi, sobre o
comportamento do professor-tutor (vídeo).

Até a próxima semana!

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

30
SEMANA 8 – Seminário II Tecnologias na Educação

Objetivos
Discutir o recurso da impressão tridimensional como ferramenta
didático-pedagógica.

Mídias digitais: Antes de iniciar a leitura do texto


da Semana, assista ao vídeo do professor formador
(vídeo).

8.1 Seminário II

No seminário II será abordada a aplicação das impressoras tridimensionais como ferramenta


educacional. Entenderemos brevemente como funciona essa tecnologia e discutiremos as
perspectivas e as dificuldades de sua implementação na escola.

Figura 8.1 – Impressão tridimensional como ferramenta didático-pedagógica.


Fonte: Banco de imagens Pixabay, fotografia de Lutz Peter. (http://pixabay.com/photos/calibration-cube-3d-
printer-4134916/, acessado dia 23/08/2019).

Tal como os carros elétricos, que são muitas vezes considerados como uma tecnologia
recente, mas já estão na história desde os anos 1930 (BARAN; LEGEY, 2010), a impressão
3D é uma dessas “novas tecnologias do futuro” que completam algumas dezenas de anos de
aniversário.

31
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

A impressão 3D é um processo de fabricação aditiva: um material, comumente um polímero,


é aquecido até a sua fusão. Em seguida, conforme previamente programado por computador,
um bico direciona a deposição desse material em coordenadas específicas. Este é adicionado e
solidificado na posição desejada e, passo a passo, camada a camada, forma-se a peça ou
produto final que se está fabricando.
O deslumbramento por essa tecnologia no ambiente escolar está na possibilidade de se
materializar objetos diversos, tais como protótipos de partes do corpo humano, células,
proteína de DNA, figuras geométricas, mapas, relevos etc. A aplicação desta tecnologia é
ampla, pois, permite a troca de projetos de impressão entre professores, alunos e instituições.
É também adaptável às necessidades do professor e dos alunos em diversas áreas do
conhecimento e outro ponto que justifica as escolas apostarem nessa tecnologia é o custo atual
deste equipamento, hoje em dia encontrado a preços acessíveis e em diversos tamanhos.

Figura 8.2 - Criança programando uma impressora tridimensional.


Fonte: banco de imagens Unsplash (http://unsplash.com/photos/dYSH1AS7bFw, acessado dia 23/08/2019).

O vídeo proposto para esse seminário apresenta o resultado do uso de impressoras


tridimensionais, que foram apreendidas pela Receita Federal e doadas para a Universidade de
São Paulo (USP), para recuperação e ampliação do acervo de peças do Instituto de Ciências
Biomédicas.
O estudo é complementado pela reportagem “Experimentar é importante para o aprendizado”
da revista Educação. Leia aqui um pequeno trecho (GUERREIRO, 2016):

Outra vantagem do uso pedagógico da impressão 3D,


escreve Aguiar, é a possibilidade de compartilhar os
resultados como instrumentos didáticos para outras escolas,
multiplicando a experiência. “Depois que o professor ou o

32
Tecnologias na Educação

estudante modelou o instrumento em 3D, imprimiu-o e


avaliou seu funcionamento, o modelo 3D criado pode ser
compartilhado pela internet, contribuindo para a criação de
um reposit rio virtual de objetos passíveis de impressão
para a educação, o que possibilita que instituições de ensino
que disponham de impressoras 3D consigam construir
instrumentos didáticos rapidamente a partir desse
reposit rio”, explica.

O curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos, por
exemplo, possui uma metodologia de ensino baseada em projetos onde os alunos realizam,
desde o primeiro período, projetos de engenharia denominados “Trabalho Acadêmico
Integrador” (TAI). Nesse contexto, os alunos são instigados a fazerem uso da impressora 3D
em seus projetos. Para tal, eles recebem um treinamento para o uso do equipamento, como é
ilustrado na Figura 8.3.

Figura 8.3 – Capacitação para uso da impressão 3D em projetos de engenharia no do IFMG Campus Arcos.
Fonte: os próprios autores.

A Figura 8.4 exemplifica o tipo de projetos desenvolvidos pelos alunos no TAI. Nela observa-
se o protótipo de uma mão biomecânica desenvolvida por alunos do primeiro período do
curso.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 8.3 - Mão impressa de Trabalho Acadêmico Integrador (TAI) de alunos do IFMG Arcos.
Fonte: os próprios autores.

Mídias digitais: Para complementar o assunto,


assista ao vídeo “Impressora 3D para o ensino de
biologia” (vídeo).

Atividade 8.1: Leia a reportagem “Experimentar é


importante para o aprendizado” da revista
Educação (link).

Atividade 8.2: No Fórum Obrigatório da Semana 8,


escolha um tema da sua área e descreva como o
ensino e a aprendizagem poderiam ser
potencializados com uso da impressora 3D.
Pesquise na internet por trabalhos já realizados
nesse sentido. Comente, ao menos, a postagem de
um colega.

Até a próxima semana!

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SEMANA 9 – Principais Plataformas para
Tecnologias EaD
na Educação

Objetivos
Conhecer algumas plataformas utilizadas para a Educação a
Distância.

Mídias digitais: Antes de iniciar a leitura do texto


da Semana, assista ao vídeo do professor formador
(vídeo).

9.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Nesta etapa conheceremos um pouco sobre Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que
representam sistemas (ou softwares) que promovem uma abstração da sala de aula presencial,
onde os conteúdos, os módulos e toda a estrutura de um curso podem ser disponibilizados5.
Em geral, são vinculados a uma rede de computadores e/ou à internet e permitem:
 A colaboração entre alunos e a criação de grupos de trabalho;
 A interação entre alunos, tutores e professores (via chats, fóruns e mensagens
privadas);
 A utilização de atividades ou recursos diversos (para mediação da aprendizagem ou
avaliação);
 A possibilidade de controle do ritmo de aprendizagem;
 O gerenciamento do curso quanto a tarefas, prazos e notas.

Suas características, em especial quanto à usabilidade, são importantes para cursos que
utilizam destas ferramentas, sejam presenciais ou à distância.

Dica do professor: A acessibilidade de uma plataforma


digital diz o quão utilizável/acessível um sistema é perante
portadores de deficiência ou não, para que se tenha igual
acesso à informação e funcionalidade. A usabilidade diz
respeito ao quão “amigável”, eficiente e rápido é para que se
aprenda usar um sistema.

A qualidade do processo educativo depende do envolvimento do aprendiz, da


proposta pedagógica, dos materiais veiculados, da estrutura e qualidade dos
professores, tutores, monitores e equipe técnica, assim como das ferramentas e dos
recursos tecnológicos utilizados no ambiente (grifo meu) (PEREIRA, 2007).

5
Embora alguns autores reconheçam que essa abstração não seja completa (PEREIRA, 2007).

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Nesse sentido, todo o conjunto tecnológico utilizado no ensino, sejam os recursos internos
(inseridos pelo professor conteudista ou formador) em um AVA ou a própria estrutura do
ambiente, deve considerar padrões de desenvolvimento didático pedagógicos (como aqueles
já discutidos nesse curso). Por essa razão a escolha do sistema a ser utilizado também é um
fator importante.

9.2 AVAs de destaque

No Brasil, uma das primeiras experiências exitosas no desenvolvimento de Ambientes


Virtuais de Aprendizagem foi o TelEduc, que se originou da dissertação de mestrado
defendida por Alessandra de Dutra e Cerceau em 1997 na UNICAMP. Essa iniciativa,
premiada em 2002 pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), passou ser
utilizada por diversas instituições de ensino superior e se tornou o primeiro software livre,
com tais características, disponibilizado para a EaD.

Figura 9.1 – Layout principal do TelEduc.


Fonte: http://www.teleduc.org.br/?q=content/tutorial-meus-cursos (Acesso em: 16 ago. 2019).

Mundialmente falando, destacou-se o software Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic


Learning Environment) que foi desenvolvido sob a ótica da teoria construtivista social.
Assim, o Moodle valoriza a construção colaborativa de ideias e o compartilhamento de
significados com base, por exemplo, nas ideias de Vygotsky e outros autores.
Além de possuir pressupostos teóricos para o seu desenvolvimento, o Moodle é também um
software livre, de construção colaborativa, sendo um dos AVAs mais utilizados no mundo –
estima-se que, atualmente, possua mais de 165 milhões de usuários em mais de 200 países6.

6
Disponível em: http://moodle.net/stats (Acesso em: 01 out. 2019).

36
Tecnologias na Educação

Por essa razão, ele foi adotado como Ambiente de Aprendizagem deste curso e também será
nosso objeto de estudo nas próximas semanas.

Atividade 9.1: O Moodle teve origem em 1999 com a tese


de doutorado de Martin Dougiamas, intitulada “The use of
Open Source software to support a social constructionist
epistemology of teaching and learning within Internet-based
communities of reflective inquiry", defendida na Curtin
University of Technology, Austrália.
Para melhorar sua compreensão a esse respeito, faça as
seguintes atividades:
- leia o artigo publicado por Dougiamas, apresentando um
resumo deste seu projeto original (download);
7
- assista ao vídeo produzido pelo iGovSP (vídeo) .

9.3 O Moodle na Prática

A própria sala virtual utilizada neste curso é construída no ambiente Moodle com a diferença
de que, enquanto estudante, você s possuía (até agora) a visão do perfil de “aluno”.
Entretanto, além desse papel é possível que um usuário seja cadastrado também como
moderador, professor ou administrador de cursos, o que faz com que cada tipo de usuário
possua diferentes permissões dentro da plataforma:

 Estudante: é o usuário que recebe o conteúdo, interage com colegas, envia material e
recebe avaliações;
 Moderador: geralmente atribuído ao professor-tutor que irá interagir com alunos,
avaliar atividades, responder dúvidas, emitir relatórios etc.;
 Professor: é quem produz o material, insere conteúdos e configura notas e o formato
da sala virtual;
 Administrador: além das salas virtuais, pode configurar todo o ambiente incluindo a
página inicial, as categorias de cursos e todos os cursos existentes na plataforma.

Dica do professor: Caso você já tenha utilizado um Moodle


“diferente” em outra oportunidade é em razão da versão do
software, do tema (aparência) escolhido durante sua
instalação ou da configuração interna criada pelo
conteudista. Conduto seu funcionamento é conceitualmente
o mesmo.

7
Em uma pesquisa na internet é possível encontrar hospedagens gratuitas para o Moodle como, por exemplo,
a disponibilizada pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul: http://www.minhaescolavirtual.com.br/ (Acesso
em: 17 ago. 2019).

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Antes de experimentar algumas (das diversas ferramentas) disponibilizadas pelo Moodle,


vamos conhece-lo um pouco mais do ponto de vista do estudante.

No canto superior direito, clique na seta ao lado do seu nome e escolha o menu
“Preferências”. Em seguida, na janela “Conta de usuário”, preencha seu perfil completo e
visite todas as opções de preferência (ajustando o ambiente conforme seu desejo).

Figura 9.2 – Preferências do Moodle.


Fonte: o próprio autor.

Agora verifique no mural da nossa sala virtual que foi disponibilizado a chave de acesso para
uma sala de testes criada especialmente para você! De posse dessa informação, vá até a
página principal da nossa plataforma (para isso você pode clicar no botão “Início” mostrado
no alto das páginas internas), entre na categoria “Laborat rios de EaD” e se inscreva no seu
laboratório. Parabéns, você agora é o professor conteudista desta sala!

Um professor pode, já na tela principal de sua sala virtual, ter acesso às configurações do
curso e ativar sua edição.

38
Tecnologias na Educação

Figura 9.3 – Ativando a edição.


Fonte: o próprio autor.

Em se tratando de uma sala recém criada o professor pode ainda, através da opção “editar
configurações” definir detalhes preliminares como: o nome do curso, sua categoria (se
existirem, por exemplo, vários níveis de cursos8), data de início/término, formato de curso (as
salas virtuais da Pós-Graduação em Docência possuem o formato de “t picos”) etc.
Uma vez ativada a edição, o professor tem acesso aos ícones de edição que permitem alterar
nomes dos tópicos e inserir informações textuais, visuais etc.

Figura 9.4 – Ícones de edição.


Fonte: o próprio autor.

8
O Moodle usado pelo IFMG Arcos divide-se, por exemplo, nas categorias: “Pós-Graduação em Docência”,
“Engenharia Mecânica”, “Cursos Profissionais de Curta Duração” etc.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Além disso, os botões “editar” e “adicionar uma atividade ou recursos” permitem,


respectivamente, alterar a configuração de itens já criados ou criar novos itens.

Atenção: Você e seus colegas de turma podem editar


qualquer item dentro do laboratório, portanto, durante a
realização das atividades tenha muito cuidado para não
alterar algum item em criação por outro colega.
Para ajudar nessa organização, salve toda atividade ou
recurso que criar com o seu próprio nome e data. Após
prontas e testadas, exclua todas suas construções na sala
virtual para que possamos mantê-la mais organizada e
disponível para que outros colegas também possam fazer
testes.
Obs.: criações sem nome e data (ou com data diferente do
dia corrente) serão excluídas pelos tutores para limpeza da
sala virtual.

Para preservar as configurações, atividades e recursos já criados é possível fazer um backup


de sua sala virtual.

Figura 9.5 – Backup.


Fonte: o próprio autor.

Após escolher os itens que deseja salvar no backup, execute-o e salve o arquivo no seu
computador.

Figura 9.6 – Baixando o backup.


Fonte: o próprio autor.

40
Tecnologias na Educação

Você pode restaurar esse arquivo de backup em outros servidores onde o Moodle esteja
instalado, o que possibilita que suas criações neste curso sejam reaproveitadas em salas
virtuais reais que você, eventualmente, for utilizar enquanto professor.

Para isso, quando estiver diante de uma sala nova, basta clicar na opção “Restaurar” e
importar o seu arquivo.

Figura 9.7 – Restauração.


Fonte: o próprio autor.

Atividade 9.2: Teste no laboratório todas as configurações


apresentadas nesta semana. Em seguida, volte à sala
principal do nosso curso e confirme, através do termo de
compromisso, tê-las realizado.

Até a próxima semana!

41
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

42
SEMANA 10 – Configurando o Moodle
Tecnologias (Parte
na Educação1)

Objetivos
Configurar algumas atividades e recursos disponíveis no
Moodle.

10.1 Como utilizar o Moodle?

Tendo em mente a importância do planejamento didático, para o uso de quaisquer atividades


ou recursos a serem inseridas em uma sala virtual, o que lhe falta agora é apenas experiência
prática com as diversas funcionalidades oferecidas pelo Moodle. Pelo fato de ser um ambiente
colaborativo, frequentemente ele sofre atualizações onde funcionalidades antigas são
aprimoradas e algumas novas implementadas.

De todo modo, nossas próximas duas semanas irão se dedicar a conhecer algumas destas
possibilidades.

10.2 Editando questionários

O questionário é uma atividade que permite, por exemplo, aplicar avaliações de modo que
cada estudante responda uma questão aleatoriamente escolhida pelo sistema. Em “adicionar
uma atividade ou recurso”, escolha a atividade “questionário” e preencha as informações
básicas solicitadas conforme seu interesse (nome, descrição, duração, layout etc.).

Uma vez criada a atividade “questionário” o sistema retornará para a tela principal. Quando o
professor clica no link com o nome do questionário recém criado, surge a página de edição do
questionário. Nesse local é possível, através do botão de configuração, acessar o “banco de
questões” onde novas perguntas podem ser inseridas.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 10.1 – Banco de questões.


Fonte: o próprio autor.

Atenção: Ao se incluir uma questão, o Moodle pede para que


se escolha a categoria (bando de questões) para salvá-la. Via
de regra, as opções são:
- padrão para “sistema”, salva a questão em um banco de
itens geral da plataforma;
- padrão para “categoria”, salva a questão em um banco de
itens da categoria do curso (Ex: Curso de Pós-Graduação);
- padrão para “curso”, salva a questão em um banco de itens
acessível apenas na sala em uso;
- padrão para “questionário”, salva a questão em um banco de
itens exclusivo do questionário a ser criado (sugere-se adotar
9
essa opção ).

Dica do professor: É possível criar uma categoria ou um


banco de questões antes de se cadastrar um novo
questionário. Faremos isso no Tópico 10.3

Existem muitos formatos de questões possíveis como: associação, verdadeiro/falso, respostas


numéricas etc. Apenas como exercício, para a criação de um questionário randômico,

9
Para criar um questionário randômico é preciso informar de qual banco de itens as perguntas serão
escolhidas.

44
Tecnologias na Educação

optaremos por questões de múltipla escolha (assim o Moodle pode corrigir automaticamente,
sem a intervenção futura do professor).
Após escolhida a categoria preencha os dados básicos da nova questão: nome, pergunta e
alternativas (sugere-se, neste exercício, escolher a nota “100%” para a alternativa correta e a
nota “nenhum” para as demais alternativas).

Figura 10.2 – Configurando múltipla escolha.


Fonte: o próprio autor.

Nem todos os campos de edição são obrigatórios. Por exemplo, durante a criação de novas
questões, é facultado ao professor o envio de feedback para cada alternativa e um decréscimo
de pontos para cada tentativa errada (caso a configuração permita mais de uma tentativa).
Uma vez criado o “banco de questões”, retornando para a página do questionário (o professor
pode acessá-la a qualquer momento clicando no seu link na página principal da sala), pode-se
utilizar a opção “editar questionário” para adicionar as perguntas.
Para concluir o exercício proposto, você deve optar por “adicionar questões aleat rias”,
escolher a categoria onde o banco de itens foi criado e, por último, definir o número de
questões a serem inseridas.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 10.3 – Questões aleatórias.


Fonte: o próprio autor.

Dica do professor: Caso você queira atribuir questões fixas


ao questionário (e não aleatórias a partir de um banco)
basta, na Figura 10.3 escolher a opção “do banco de
questões”.

O professor pode ainda, na mesma tela da Figura 10.3, editar a nota máxima do questionário e
as notas individuais de cada uma das questões inseridas.

Ao fim, no alto da tela principal, o professor pode mudar seu “papel” temporariamente para o
perfil de “estudante” e testar, sob a visão dos alunos, o funcionamento da atividade.

Figura 10.4 – Mudança de papel.


Fonte: o próprio autor.

46
Tecnologias na Educação

Para excluir sua própria tentativa (enquanto no perfil de estudante) ou para excluir a tentativa
de qualquer aluno, clique no nome do seu questionário na página principal da sala e siga até
“ver tentativas”.

Dica do professor: Em “ver tentativas” também é possível


avaliar questões dissertativas (ou outros formatos), assim
como avaliar outras atividades (entrega de arquivos etc.).

10.3 Trabalhando com banco de questões

Caso deseje criar um banco de questões antes de incluir um questionário, na página principal
da sala clique na engrenagem de “Configurações”, procure por “Mais configurações” e, na
próxima tela que se abrirá, por “Categorias”.

Figura 10.5 – Acessando os bancos.


Fonte: o próprio autor.

Adicione uma categoria para o tema que desejar (por exemplo, questões de um mesmo
assunto). Posteriormente, clique no menu “questões” e escolha a categoria para a inserção.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 10.6 – Criando questões.


Fonte: o próprio autor.

Após ter uma categoria e questões criadas, basta adicioná-las posteriormente quando da
criação de algum questionário.

Atividade 10.1: Dentro do laboratório crie um questionário


com questões de diversos tipos, altere seu perfil para
estudante e teste todas as possibilidades.
Em seguida, volte à sala principal do nosso curso e
confirme, através do termo de compromisso, tê-las
realizado.

Até a próxima semana!

48
SEMANA 11 – Configurando o Moodle
Tecnologias (Parte
na Educação2)

Objetivos
Configurar algumas atividades e recursos disponíveis no
Moodle.

11.1 Atividade wiki

Nesta semana testaremos mais algumas funcionalidades do Moodle no perfil de professor e a


primeira delas é a wiki, “rápido” no idioma havaiano, que possibilita a construção coletiva de
textos (incluindo arquivos multimídia) na web. Esse formato se popularizou, principalmente,
com a Wikipédia que é uma enciclopédia gratuita e colaborativa. Quando desenvolvida com
cuidado científico e metodológico pode ser uma interessante estratégia de construção
colaborativa do conhecimento.
No botão “adicionar uma atividade ou recurso”, pode-se incluir tal atividade que pode ser
individual ou coletiva (na forma de grupos). Após criar uma página principal, outras páginas
internas de conteúdo podem ser disponibilizadas e a navegação entre elas pode ser feita
mediante a inserção de links no formato “[[nome_da_página_wiki]]”. O editor HTML é
intuitivo e permite inserir ainda figuras, vídeos e outras mídias.

Figura 11.1 – Atividade wiki.


Fonte: o próprio autor.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

11.2 Definindo grupos

Caso você deseje separar uma turma em grupos para que a cada um sejam atribuídas tarefas
específicas, acione o menu secundário de configurações e, em seguida, clique na opção
“participantes” (Figura 11.2).

Figura 11.2 – Definindo participantes.


Fonte: o próprio autor.

Ao clicar na engrenagem de configurações e selecionar “grupos”, a plataforma permite que


você nomeie grupos e insira alunos específicos.

Figura 11.3 – Criando grupos.


Fonte: o próprio autor.

Uma vez criados grupos, para eles podem ser definidas restrições de acesso dentro de uma
mesma sala virtual (para criar restrições verifique o item 11.3).

50
Tecnologias na Educação

Dica do professor: Nesta mesma engrenagem de


“configurações”, você pode:
- inscrever usuários no seu curso (com perfil de estudante
ou professor), desde que já estejam cadastrados na
10
plataforma ;
- escolhendo “métodos de inscrição”, habilitar a auto
inscrição (e configurar uma chave de acesso para que
apenas usuários de posse dessa chave entrem na sua sala
– isto é útil para que alunos não acessem turmas erradas);

11.3 Outras configurações

As configurações particulares de qualquer recurso dentro da sala virtual permitem ajustes


específicos como duração, nota, layout, comportamento da questão, restrição de acesso,
conclusão de atividades e outras. A seguir verificaremos o comportamento de algumas dessas
possibilidades.

Em “comportamento da questão” uma configuração que pode ser útil é “misturar entre as
questões”. Quando selecionada, as alternativas criadas para uma questão de múltipla escolha
são embaralhadas para cada aluno.

Desta forma o professor pode, por exemplo, incluir em um questionário um número de


questões aleatórias menor do que a quantidade existente no seu respectivo banco de questões
e, ao mesmo tempo, solicitar o embaralhamento. Deste modo, dificilmente dois alunos
receberão uma mesma questão durante a avaliação (e, se receberem, suas alternativas estarão
em ordem trocada).

Figura 11.4 – Habilitando o embaralhamento de alternativas.


Fonte: o próprio autor.

Em “restringir acesso”, o professor pode criar condicionantes para que um aluno veja uma
atividade específica ou então várias atividades (caso ele restrinja o acesso, por exemplo, na
configuração de um “t pico” ou “semana” inteira).

10
Caso o aluno ainda não possua usuário para acesso à plataforma um administrador do sistema precisa inseri-
lo manualmente ou, então, habilitar na página principal da plataforma a caixa de auto cadastro de novos
usuários.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 11.5 – Criando restrições de acesso.


Fonte: o próprio autor.

Dentre os tipos possíveis de restrição, estão:

 Conclusão da atividade: permite que o aluno só acesse determinada atividade após a


realização de outra considerada pré-requisito (ao incluir esta opção o Moodle mostrará
uma lista com as atividades já existentes na sala);
 Data: permite conceder acesso apenas após, antes ou dentro de determinado intervalo
de data;
 Nota: permite acesso apenas ao aluno que possua uma nota ou média específica em
determinada tarefa prévia ou no curso todo;
 Perfil do usuário: possibilita acesso apenas a usuários que possuam alguma
especificidade descrita em seu perfil (determinado e-mail, sobrenome etc.);
 Grupo de restrição: permite condicionar entre si mais de uma possibilidade de
restrição.

A configuração chamada “conclusão de atividades no curso” mostra, na página principal da


sala, um símbolo “ticado” (assinalado) que significa que tal atividade já foi realizada com
sucesso. Trata-se de uma ferramenta de organização para auxiliar o aluno.

52
Tecnologias na Educação

Figura 11.6 – Conclusão de atividades.


Fonte: o próprio autor.

Se configurado para que o estudante receba uma nota e a atividade requerer intervenção do
professor para a avaliação (ex: questões dissertativas), o aluno só verá a marcação após sua
tarefa ser corrigida.

Se configurado para exigir uma nota de aprovação, tal nota deve ser definida dentro da
configuração da própria tarefa.

Por fim, para que a marcação de conclusão apareça ao aluno é preciso ainda:

- na engrenagem de “configurações” (dentro da página principal da sala), escolher quais


atividades já criadas devem ser mostradas segundo os critérios de conclusão estabelecidos;

- caso os alunos se queixem que a marcação “concluída” está demorando para ser atualizada,
é preciso entrar em contato com o administrador da hospedagem para que ele regule o serviço
“cron”. Esse processo fornece um ritmo para que a plataforma realize e verifique diversas
tarefas em intervalos pré-determinados (o professor não tem acesso a esse ajuste).

Por fim, caso deseje reaproveitar uma sala virtual já criada para uma turma nova de alunos
(por exemplo, no início de um ano novo) vá até a opção “Configurações / Reconfigurar”.

Figura 11.7 – Reconfigurando uma sala.


Fonte: o próprio autor.

53
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Nesta opção você pode, por exemplo:

- excluir todos os comentários, o que limpa os feedbacks enviados aos alunos;

- excluir dados de conclusão, o que limpa as marcações mostrada aos alunos quando terminam
tarefas (se essa opção tiver sido configurada inicialmente);

- excluir os papéis de estudantes, o que cancela as inscrições e retira da sala todos os alunos
antigos;

- remover itens e categorias, o que exclui atividades já criadas (cuidado: essa função, se
selecionada, irá deletar as atividades existentes);

- apagar todos os envios, o que exclui o registro de tarefas antigas entregues;

- excluir todas as mensagens, o que limpa os fóruns existentes;

- etc.

Dica do professor: Esta apostila mostra apenas algumas


possibilidades. Caso deseje utilizar outras ferramentas, agora,
como um “Pesquisador em Ciências da Educação”, procure
por um dos diversos fóruns dedicados ao Moodle existentes
11
na internet e amplie seus conhecimentos .
Para complementar seus estudos, disponibilizaremos também
um excelente material produzido pelo CEAD IFMG Ouro
Preto, onde outras informações são apresentadas (download).

Atividade 11.1: Dentro do laboratório pratique a utilização


dos novos recursos apresentados nesta semana de estudos.
Em seguida, volte a sala principal do nosso curso e
confirme, através do termo de compromisso, tê-las
realizado.

Até a próxima semana!

11
Informações úteis também podem ser encontradas em: https://moodle.org/ (Acesso em: 17 ago. 2019).

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SEMANA 12 - Seminário III Tecnologias na Educação

Objetivos
Discutir o papel da educação na relação do indivíduo com
tecnologia.

Mídias digitais: Antes de iniciar a leitura do texto


da Semana 12, assista ao vídeo do professor
formador (vídeo).

12.1 Seminário III

Os avanços e aplicações tecnológicas resultam e são resultados de mudanças culturais. A


pertinência do uso tecnologia, sobretudo digital, é imperativa ao sujeito que deseje inserção
no mercado de trabalho, nos processos educativos e culturais, enfim, nas diversas facetas da
sociedade contemporânea. O seminário III trás um pergunta (uma provocação se preferir),
vamos olhar o outro lado da moeda agora: como somos e como devemos ser educados para
nossa relação com tecnologia?

Figura 12.1 - Fotografia de ZSun Fu.


Fonte: Banco de imagens unsplash (https://unsplash.com/photos/b4D7FKAghoE, acessado em 23/08/2019).

Embora hoje as crianças, desde a tênue idade já estão com celulares e tablets na mão, as
pessoas não nascem sabendo, por exemplo, a acessar a internet a com ciência dos riscos, dos
deveres e dos direitos no mundo digital. É, portanto, preciso aprender o que é tecnologia e
como fazer um bom uso dela. A tecnologia digital, não só no âmbito educacional, mas para

55
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

diversos aspectos da vida, é um componente complexo e que evolui muito rapidamente. Nesse
sentido, qual o papel da escola na formação para a tecnologia?
Para fomentar o debate assistiremos ao vídeo intitulado “A tecnologia como aliada da
educação” realizado pela Plataforma UM BRASIL em parceria com o Laboratório de
Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (LAB FGV). Trata-se da entrevista de Lúcia
Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira.
Em certo momento da entrevista Lúcia Dellagnelo fala sobre a inserção da tecnologia dentro
dos currículos da escola:
Nós estamos num momento muito interessante no Brasil com a revisão da Base
Nacional Curricular Comum, com um Plano Nacional de Educação que diz que
se o Brasil não adotar novas tecnologias e abordagens inovadoras de
aprendizagem nós não conseguiremos atingir as metas [...] há um senso de
urgência. A Austrália quando fez a revisão de currículo nacional colocou
dentro dessa política o que eles chamaram de revolução digital. No currículo
australiano tecnologia era um tema transversal, depois da primeira revisão,
tecnologia e design de tecnologia se tornaram disciplina específica trabalhada
do primeiro ao último ano da escola. Noções de como entender a lógica por
detrás dos algoritmos para sabermos para onde estamos direcionados. Uma
nova linguagem que deveríamos ensinar na escola (DELLAGNELO, 2016).

Mídias digitais: Assista ao vídeo “A tecnologia


como aliada da educação, por Lúcia Dellagnelo
(vídeo).

Nesse seminário um segundo vídeo lhe é proposto. Esse versa, especificamente, da


curricularização e da formação para o uso da tecnologia. Ele intitula-se “Currículo e
Tecnologia - Como integrar?”.

Mídias digitais: Assista ao vídeo “Currículo e


Tecnologia - Como integrar?” (vídeo).

Atividade 12.1: Escreva um texto, de no máximo


uma (1) página, com suas reflexões sobre a
curricularização da tecnologia nas escolas. Aponte
tópicos relacionados à tecnologia que você acredita
que haja necessidade de educação formal. Na sala
virtual confirme, através do termo de compromisso,
tê-lo realizado.

56
Tecnologias na Educação

Atividade 12.2: Como atividade final, vá até a sala


virtual e realize a “Avaliação do curso”. A nota
mínima de aprovação é 60 pontos.

E dessa forma chegamos ao fim do nosso curso. Com os cumprimentos de toda a equipe
envolvida, terminamos com um:

Até a próxima oportunidade!

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

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REFERÊNCIAS Tecnologias na Educação

Referências

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

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Tecnologias na Educação

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CURRÍCULO DOS AUTORES
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Currículo dos autores


Realizou Pós-doutorado em Informática na Educação pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (Campus São Gabriel). Possui doutorado e mestrado em
Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(Campus Ilha Solteira), bacharelado em Engenharia Elétrica pelo Centro Universitário
da Fundação Educacional de Barretos, licenciatura em Matemática e Física pela
Faculdade Capixaba da Serra e habilitação para o Magistério pelo Centro Específico de
Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (Unidade Barretos). É professor efetivo do
Instituto Federal de Minas Gerais (Campus Arcos) onde já ocupou os cargos de Diretor
de Ensino, Coordenador do curso de Engenharia Mecânica e Coordenador da Pós-
graduação em Docência. Atua também no IFMG Ouro Branco como docente no
Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3283103593476831

Pedagoga, com Mestrado em educação, pela Universidade Federal de Lavras.


Especialização em Psicopedagogia, Metodologia e Didática do Ensino, Inspeção
Escolar. Atuou como professora, supervisora escolar e diretora nas redes municipal,
estadual e privada. Foi professora e coordenadora pedagógica do Curso Normal
Superior da UNIPAC na cidade de Arcos. Atualmente, é Técnica em Assuntos
Educacionais do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos, professora e tutora
em EaD no IFMG, UFLA e IFTM. Tem experiência também na docência superior em
diferentes licenciaturas, na coordenação de projetos extensionistas e em pesquisas
envolvendo Educação Inclusiva e Educação Patrimonial.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8922744036260494

Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de São João del-Rei


(UFSJ) com intercâmbio sanduíche nas universidades Universitat de Girona (Espanha)
e The Hague University of Applied Sciences (Holanda). Mestre em Engenharia
Mecânica na linha de pesquisa: Caracterização e Propriedade Mecânica dos Materiais
pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Professor efetivo no Instituto
Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus Arcos onde atua no curso de graduação em
Engenharia Mecânica | área materiais e ensaios mecânicos e na Pós-graduação em
Docência na Educação Básica (EaD). Representante local da Assessoria de Relações
Internacionais (ARINTER), presidente do Comitê de Educação a Distância (CEAD) do
Campus Arcos. Foi professor visitante do departamento de metalurgia do Cégep de
Trois-Rivières (Canadá).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0246316357702468

Feito por (professor-autor) Data Revisado por Data Versão

Niltom Vieira Junior, Cláudia


09/09/2019 Niltom Vieira 14/09/2019 1
Rossi e Jefferson Silva

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