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Direito Romano

Introducao ao Direito Romano

Sec XII Idade Media


Cruzadas - inicio do comercio - cidades
Burguesia comercial
Igreja crista comeca a se constituir
Surge o curso de Direito - primeiras universidades (Coimbra, Sorbonne, Oxford) - nao havia
separacao de poder - comecam a ser formadas nos mosteiros - copia do codigo de justiniano -
direito romano - direito comum na europa
Assessores dos Reis - advogados - transformam o Estado em algo solido, permitindo o
absolutismo
Rei + burguesia - crescimento do reino e do comercio
Sec XV - absolutismo monarquico
Jurisprudência romana - base do novo Direito que está sendo formado na europa no sec XII, XIII
Clero, nobreza, 3 estado (artesaos)
Rev francesa(sec XVIII) - acaba com o feudalismo, mas mantem a base do direito romano
Positivismo jurídico - legalismo - lei como única fonte de Direito (começa na Rev Francesa) - o
costume, jurisprudência, moral nao conta - Bobbio
Gra bretanha - direito anglosaxonico(se espalha pra eua, aus, sa) - bem diferente do restante do
continente europeu
Moral, ética e valores devem fazer parte da justiça (jusnaturalismo - pós positivismo)
Direito = justiça
Modelo mais ligado a lei(constituicao) se aproximando de um modelo jurisprudencial(começa a
surgir depois da 2 guerra a partir do nazismo, os juristas alemaes que comecaram a mudanca) -
se aproximando do anglosaxonico, assim como o anglosaxonico usou questoes do direito romano-
germanico
Código civil só foi feito em 1917, pois antes disso havia a escravidao

Organizaçao social

Patrícios: aristocracia. Os escravos e clientes cuidavam de suas terras e negócios. No começo,


eram os únicos com direitos civis e políticos.
Plebe: atuavam nas áreas consideradas menos nobres pelos patrícios, como o comércio a
varejo(pequenas quantidades). Havia plebeus ricos, mas nao tinham direitos políticos e poucos
direitos civis; nao tinham cidadania. Conseguem mais direitos civis a partir da Lei das XII tábuas.
Clientes: submetiam-se ao poder de um patrício que lhes dava proteçao, o ajudando. Eram
estrangeiros ou ex-escravos. Tinham alguns direitos políticos, mas nao eram cidadaos.
Escravos: no início, eram vistos como res. Nao eram cidadaos, e estavam subordinados ao pater
famílias.
O gens era a forma de família que se baseava na religiao doméstica. A sua autoridade era o pater
familias, o próprio "pai"(chefe), que exercia poder sobre seus filhos, esposa, clientes e escravos.
Eles tinham um culto próprio, em que ninguém de fora podia participar. O cliente e o escravo
pertencentes a sua gen podiam. Tinham uma justiça própria e uma ligaçao muito estreita, uma
sociedade organizada e autosuficiente. Constituídos por patrícios, somente eles participam do
governo do Estado, e gozam de todos os privilégios de cidadao romano. Somente o pater podia
possuir os bens da familia, mas seus filhos podiam adquirir bens, sem criar obrigaçoes ou dividas.
Inicialmente o pater possuia direito de vida e morte sobre os filhos, isso foi sendo limitado, e filhos
e esposas passaram a conquistar mais direitos. O patrono deve aos clientes proteçao e
assistência, concedendo-lhes terras. O cliente lhes dava respeito e ajuda. A clientela era
permanente (hereditária e obrigatória). Há duas espécies: cliente que precisa de um patrono, ou
patrono que corre atrás do cliente para sua própria glória.
Já os escravos eram, geralmente, grupos estrangeiros que foram dominados, ou escravizados por
dívidas. A escravidao era quase uma necessidade social, o escravo era um res(bem), e o senhor
possuia poder absoluto sobre ele, isso foi sendo mudado com os anos, principalmente sob as leis
escritas e o advento do estoicismo.
A partir do Principado, sob o Império, os senhores de escravos começaram a ter seu poder
restringido. As vezes o escravo era libertado, e passava a ser cliente, nao abandonando o gen a
que estava ligado.
Havia uma estratificaçao social muito rígida na sociedade.
Inicialmente, os plebeus eram muito inferiores aos clientes, ao longo da história, houve uma
intensa luta contra os patrícios(No Manifesto do Partido Comunista é mostrado essa luta de
classes). Conquistaram direitos progressivamente, a partir da lei escrita. Com a luta dos plebeus,
criou-se a Lei das XII Tábuas.

Organizaçao política

Realeza: (s VIII a.C. - s V a.C.) da fundaçao de Roma ao enfraquecimento do poder dos reis
República: (s V a.C. - s I a.C.) regime político dirigido por 2 cônsules e várias outras magistraturas.
Império: (s I a.C. - s VI d.C) - Alto Império(Principado): s I a.C. - s III d.C. - Baixo
Império(Dominato): s III - s VI d.C.
A história política de Roma é dividida em três períodos: Monarquia, República e Império.
Entretanto, para os romanos, só há duas divisoes: a Monarquia e a República(o Império seria
República também).
Monarquia: existiu da fundaçao de Roma(753 a.C.) ao início do período republicano(509 a.C.). As
fontes sobre esse período sao escassas e cheias de mitos.
Roma teve sete monarcas. E aumentou sua populaçao por meio de: estrangeiros, alianças de
cooperaçao militar, e guerra.
Rei: chefe político e religioso, dentre os patrícios. Nao era hereditário, nao criava o direito mas
aplicava as sentenças. Os sacerdotes criavam o direito a partir dos deuses. Havia a justiça dos
gens(famílias) e a da cidade(crimes religiosos).
Senado: aconselhar o rei e ratificar as decisoes tomadas pelas comitias. Compostos por pater
familias e, no início da República, plebeus passaram a constituir também. Administraçao da res
publica, a plebe já nao conseguia mais se reunir(grande multidao de homens), entao precisa do
Senatus consulto para representá-la.
Comitia(Assembléias populares): (continuam a existir ate o imperio - quando começam a cair um
pouco no dominato)
Comitia curiata: dos patrícios - questoes políticas, militares e civis
Comitia plebis: da plebe - votava plebiscitos e leis reservadas à plebe
Comitia centuriata: a partir de 540 a.C. organizam-se assembleias que reúnem patrícios e plebeus
República: em 509 a.C. Roma transformou-se em uma República. Para os romanos, a República
seria o exercício do poder justo, legal, podendo remeter tanto à Monarquia quanto ao Império.
A República romana nao tinha um caráter democrático e sim aristocrático. Somente os patrícios
ocupavam os cargos mais importantes no governo. Aconteceram muitas lutas entre patrícios e
plebeus, tanto econômicas quanto políticas. Os plebeus ricos, queriam cargos políticos altos que
nem os patrícios. Já os pobres queriam mais terras para cultivar, visto que os patrícios detinham a
propriedade da terra. Assim, os plebeus passaram a recusar a trabalhar nas terras dos patrícios e
a participar de batalhas e treinamentos para a guerra.
Magistraturas: eram as principais funçoes da administraçao pública romana. Os principais
magistrados eram:
Cônsules: dois cônsules: um para negócios públicos, e o outro para o comando militar.
Questor: auxiliares dos cônsules.
Pretor: apreciar os litígios(divergências) que ocorriam entre os cidadaos romanos, assim como o
comando das tropas na guerra. - aplicava as leis como achava conveniente - magistraturas
Editos dos magistrados surgem na República - sao provisórios(enquanto a lei/edito imperial nao)
Censor: zelavam pelas finanças públicas.
Edil: espécie de vereador e prefeito. Administraçao e regulamentaçao da cidade, manutençao das
ruas, esgotos, templos, mercados.
A partir da Lei das XII Tábuas, de 450 a.C., houve um maior equilíbrio político entre patrícios e
plebeus. Plebeus queriam essas leis escritas para nao serem enganados pelos patrícios.
Império:
Durante esse período, todo o mundo mediterrâneo foi submetido à Roma, que foi influenciada
pelos gregos e egípcios.
Principais instituiçoes políticas do Alto Império(Principado):
Príncipe: administrar o grande império, interpretar o direito, publicar editos(regras).
Magistraturas: continuaram a existir, mas entraram em decadência.
Senado(Assembleia): continuou a existir, mas muito reduzido. Vai sendo substituído pelas
Constituiçoes Imperiais.
Assembleias: também caíram em decadência.
No século III, começou o Baixo Império(Dominato), instalando uma monarquia com poderes
absolutos, centralizaçao de poder, autocracia, marcado por uma grave crise econômica e a
decadência do Direito. Acaba com o poder da Assembleia de fazer leis, e retira os juriconsultos.
Em 313, o Imperador Constantino tornou o cristianismo religiao oficial do Império, e esta passou a
fazer parte da política e administraçao do Império. Era um período de caos político-social, com
uma pressao externa dos "bárbaros" sobre o Império. Acaba com a jurisprudência laica, ele era o
único que produzia e interpretava as leis(Imperador - Dominos).
O Império Romano foi dividido em Oriente e Ocidente. O Império do Ocidente foi deposto por
povos germânicos em 476; enquanto o do Oriente se manteve até 565, quando Justiniano morreu,
e o Império tornou-se Bizantino.

Periodizaçao do Direito

Período arcaico ou pré clássico(s VIII a.C. - s II a.C)


Período clássico (s II a.C. - s III d.C.)
Período decadente ou pós clássico (s III - s VI d.C)
Período Arcaico ou pré clássico:
Período inicial: sob o regime da Realeza:
Caráter privado do direito, o afetado persegue a restituiçao do seu direito, geralmente usando a
violência(vingança) - Lei de Taliao "olho por olho, dente por dente"(expressao bíblica)(tinha
medida - se uma pessoa te bate, você bate de volta, mas nao o mata)(a lei de Hamurabi já
comecou um pouco com essa medida)
Direito clânico: a gen familiar sobrepunha-se ao indivíduo. direito de primogenitura.
Direito consuetudinário(costumes), sob grande influência da religiao.
Só os cidadaos romanos tinham direitos(ius civile)(patricios, mais no começo), estendida aos
plebeus pela Lei das XII tábuas - costumes tradicionais(direitos civis e politicos, mas menores) -
período de transiçao entre o caráter divino e o laico nas leis - por isso ficavam tanto tempo(oito
seculos)(no fundo a lei das xii tabuas ainda tinha um carater religioso - ordalios, juramento aos
deuses como forma de prova). Os estrangeiros tinham um direito próprio(ius gentium) - direito
natural, sob influência do pensamento grego - subordinavam os povos conquistados e
universalizavam o direito romano.
Sob o regime Republicano:
Em 450 a.C., foi criada a Lei das XII tábuas e, assim, a lei escrita começou a concorrer com os
costumes como fonte de direito. Essa lei passou a oferecer maior segurança jurídica aos plebeus,
visto que eram enganados pelos patrícios(pois a lei nao era escrita). Eles conquistaram alguns
direitos ao longo do tempo: poderiam participar de cargos de magistrados, ser eleitos ao Senado,
casar civilmente entre patrícios e plebeus e que, os plebiscitos - feitos por eles -, tivessem poder
de lei.
Nessa época, o governo estava nas mao de dois cônsules e de outros magistrados. O pretor
administrava a justiça, ele recebia os cidadaos que reclamavam algum direito, e os enviava ao
juiz.
O pretor encaminhava as demandas segundo um ritual de fórmulas. Os culpados deviam
pronunciar fórmulas, caso pronunciassem bem, seriam soltos, se nao, culpados. Era tipo um
ordálio, de caráter mágico-religioso. As fórmulas respeitavam os direitos do pater famílias, que
tinham todos da sua gen submetidos à ele. Depois, foi transformado de um Direito formulário, para
um Direito laico(se atentar as leis e nao as fórmulas dos pretores, se afastar de um caráter
religioso, de ordálio - tentar uma compreensao filosófica, mais racional, usar os metódos da
filosofia(dialética). O juiz tinha caráter particular. Os jurisprudentes (sacerdotes, sem interferência
do Estado) ajudavam o pretor, quando o pretor os convocava.
As principais fontes do direito romano nesse período sao: costume, leis, editos de
magistrados(normas feitas por alguns magistrados) - no período republicano - e jurisprudência
sacerdotal(receber as indicacoes dos deuses caso a lei nao fosse tao clara - pontífices).
Período Clássico(150 a.C. - 284 d.C)
O período clássico começou pela dominaçao de Roma sobre a Grécia.
A jurisprudência sacerdotal, foi sendo transferida para uma jurisprudência laica, que passou a
dominar no sec II a.C. na República. Os jurisprudentes tinham total liberdade na interpretaçao,
passaram a ter um papel muito importante, se tornaram juristas, o que eles decidissem era
obrigaçao e serviria de precente para os casos futuros.
A produçao de textos jurídicos é muito numerosa nesse período.
"saber a lei nao é apreender suas palavras mas seu espírito e alcance."
A retórica tinha um papel importante, valorizando a persuasao.
Direito individualista, nao mais clânico.
Com o Império, as magistraturas começaram a desaparecer e, assim, as funçoes do pretor e do
juiz se uniram na pessoa do juiz. O juiz passou a ter um caráter público, sendo funcionário do
Estado.
Surgiu o appellatio, em que a parte vencida poderia pedir um reexame da sentença.
Primeiramente passava pelo juiz, e depois pelo Imperador(soberano concebido pelos deuses e
por isso mais apto a restabelecer a verdade e instituir a justiça). Inicialmente o Imperador que
estabelecia a nova sentença, mas, com o tempo, passou a instituir um funcionário para exercê-la.
As principais fontes do direito romano nesse período sao: o costume, as leis, os editos de
magistrados(República), constituiçoes imperiais(Império), jurisprudência(sacerdotal e depois
laica).
Período Pós-clássico ou Decadente(284 - 566 d.C.)
Há uma substituiçao do direito romano clássico pelo vulgar: mistura o direito anterior com novas
leis imperiais e novos costumes, alguns germânicos.
A partir das ideias morais e de fraternidade do cristianismo transformam-se inúmeros princípios do
direito privado.
No Império, a atividade legislativa dos imperadores passa a ser a principal fonte de direito, por
Constantino, em 306 (constituiçoes imperiais).
Código de Teodósio: em 438, mandou publicar as Constituiçoes Imperiais feitas desde 312 por
Constantino. Sobreviveu até o fim do Império romano, exercendo grande influência no início da
idade média.
Código de Justiniano(imperador do Oriente): foi feito um livro com uma reuniao de leis, para
retomar o que foi perdido na Roma Ocidental, vários juristas foram investigar e trouxeram as leis
de lá - um século depois da queda de Roma Ocidental - ficou esquecido até o sec XII, começando
a ser utilizado na Italia(grupo de juristas/bachareis em direito - começa as universidades de
direito) - muito importante, pois garantiu a sobrevivência do direito romano até nossos dias
Começo da Idade Média - séc V - queda de Roma
Fontes do Direito Romano
As primeiras fontes do Direito eram as normas consuetudinárias, baseadas na religiao e nao eram
escritas.
Havia a interpretaçao literal, de acordo com as palavras utilizadas no texto. E a interpretaçao nao
literal, que se baseava no espírito da lei, na justiça e no que era bom para a necessidade do caso
concreto.
Características da jurisprudência romana:
caráter científico(vasta literatura jurídica), prático(nao se baseava na filosofia nem na teoria, e sim
na realidade, dar soluçoes convenientes e justas), criativo(modificar as leis - mas sem contradizê-
las) e universal(queriam fazer um direito humano, já que haviam diversas nacionalidades no
Império Romano).
Respeito à tradiçao: buscavam inovar, mas com o olhar voltado para o passado, que também
contribuiu.
Sistematizaçao do direito: sistematizaram o direito que existia antes deles.

A filosofia do Direito em Roma

Entender porque somos herdeiros do Direito de Roma. Primeiramente, é da filosofia grega que
provêm os principais temas romanos. Principalmente sob os olhos de Platao e Aristóteles(mais
influente), e sob o epicurismo e o estoicismo(mais influente em Roma). Os romanos fizeram mais
que os gregos, pois aplicaram a filosofia ao Direito, na prática(açoes concretas). Em Roma, os
filósofos se transformaram em juristas, na Grécia nao, visto que nao aplicaram a filosofia ao
Direito, na realidade.
Herdamos a filosofia do Direito, e nao o Direito em si. Os princípios e aspectos criados pelo Direito
Romano. A formas e os métodos de pensar, a estrutura do Direito, e nao as leis romanas.
Aristóteles utilizava a tradiçao peripatética em que andava ao redor dos seus alunos enquanto
dava aula, assim todos sentiam as sensaçoes. Deveria existir uma equidade, a mais justa
possível, que reconheceria algumas diferenças, tratando as pessoas do jeito que elas
sao(diferentes).
Fim da República
Discussoes sobre questoes jurídicas, com a lógica e a dialética, assim o Direito é fundamentado
na razao, é uma ciência. Fim do epicurismo se dá quando a jurisprudência nasce, e entao começa
o estoicismo(III a.C)(mais próximo de Aristóteles, princípio da natureza forte na própria natureza
humana, lei natural)
Com o Direito Pretoriano e a Jurisprudência(responsa prudencios era a resposta do prudente,
quando a questao fugia um pouco da lei) voltou-se a pensar na interpretaçao das regras
jurídicas(o verdadeiro sentido das leis)(reflexao sobre a letra e o espírito dos textos) e na
equidade(expressao da justiça sob sua forma mais elevada). "Conhecer as leis nao é conservar
as palavras, mas o espírito e a essência."
Cícero foi um filósofo romano e jurista, era um patrício que representava a filosofia aristotélica no
século I a.C. Ele falava sobre a lei natural, imutável e eterna, baseada na razao. Ultrapassa o
Direito Positivo, um comportamento nao precisa estar na lei escrita para ser justo. A lei cria o
Direito.
O Direito Natural está fundado na justiça e no bem(direito à vida, direito à liberdade), é atemporal
e universal. Essas condutas sao espontâneas, mas estao inseridas nas leis escritas.
O Principado
As leis deveriam se adaptar ao futuro da cidade por meio de transformaçoes constantes. O Direito
é mutável, temporal, e nao pode ser universal, visto que é diferente em cada lugar e deve ser
transformado a partir da evoluçao das cidades e dos cidadaos.
O Imperador punia somente de acordo com a lei, que era muito vaga, levando a injustiças e o
engano. Assim o Direito natural seria mais importante que os regulamentos civis. "O Direito
Natural é aquilo que a natureza ensinou a todos os seres vivos." "Os bons costumes têm mais
força do que as boas leis."
Sêneca nao fala nem de lei, nem de direito, mas de "fórmula", que se adapta a casos particulares.

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