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1.

Introdução

A ideia de um sistema de processamento de informação reconfigurável através de


programação guardada em memória é muito antiga, e surge com a necessidade de encontrar
um agente tecnológico capaz de armazenar, qualificar, comparar, classificar, e combinar os
dados introduzidos, através de relações estabelecidas, de forma a exibir informação.

Assim sendo, o COMPUTADOR é o resultado de acumulação de conhecimento, ideias e


experiências oriundas de diferentes épocas e grupos de interesse.

Numa perspectiva histórica e remontando aos princípios do século XIX, foi Charles Babbage
que projectou o primeiro computador mecânico (difference engine) capaz de desempenhar
sequencias de operações automaticamente, podendo ser programado para construir tabelas
matemáticas de acordo com instruções especificadas pelo programador. No entanto, a
complexidade de sistemas mecânicos necessários para a realização destas funções originou
que o seu desenvolvimento bloqueasse até à existência de tecnologias baseadas em circuitos
electrónicos.

Embora tenham existido nesta fase diversas tentativas para construção de máquinas digitais,
só em 1946 surgiu o ENIAC (Electronic Numerical Integrator And Computer) construído por J.
Eckert e J. Nanckly, na Universidade da Pensilvânia, que pesava cerca de 30 toneladas e
continha 18.000 válvulas ocupando um edifício de dois andares. O ENIAC possuía grande
memória, podia ser reprogramado para várias funções, mas exigia diversas alterações nas
ligações destinadas para o efeito. O conceito de utilização de uma memória para reservar os
dados e programa na forma de instruções codificadas, foi desenvolvido por J. Von Neuman que
colaborou neste projecto.

Com a introdução do programa memorizado, os computadores superaram a fase preliminar e


assumiram as características principais conservadas e desenvolvidas até aos dias de hoje.

Entretanto, diversos computadores desta 1ª geração foram projectados e construídos mas, a


necessidade de utilização de válvulas de vácuo e o consequente tamanho da estrutura impôs
sérios obstáculos à sua aplicação.

Posteriormente, a introdução de nova tecnologia, como os transístores, fez evoluir a 2ª geração


de computadores que recorriam a discos magnéticos para guardar informação não volátil e a
memórias baseadas em ferrites.

O advento dos circuitos integrados nos anos 60 (IBM 360) origina a 3ª geração e permite
aumentar muito a velocidade de computação dos dados, introduzindo a política de
compatibilidade entre diferente modelos e o conceito de máquinas diferentes para clientes
distintos.

Com o desenvolvimento da tecnologia e o aparecimento do circuito integrado microship define-


se o número de circuitos a colocar num só ship (ULSI Ultra Large Scale Integration), surgindo a
4ª geração de computadores que possibilitou a diminuição do seu valor comercial e o inicio da
geração do PC (Personal Computer).

Virtualmente a estrutura de um computador moderno segue ainda de forma geral as ideias


estabelecidas por J. Von Neumann, que são baseadas em 3 conceitos:

Os dados e instruções são armazenados numa memória de leitura/escrita.

O conteúdo desta memória é endereçado por localização, sem preocupação com o tipo de
dados.

A execução ocorre de uma forma sequencial, de uma instrução para a outra.


Concluindo, podemos então considerar um computador como uma máquina que tem como
finalidade processar informação e que suporta alterações à sua funcionalidade através de uma
sequência de instruções (programação) guardadas em memória.

O processamento dessa informação combina necessariamente um conjunto de actividades que


permitem a obtenção da informação, conforme o quadro que se apresenta:

O modo de funcionamento de um computador pode ser melhor compreendido através da


representação da informação, e como essa informação se encontra representada dentro de um
computador.

2. Representação da Informação

Neste contexto, a interrogação que se coloca logo no início é a definição de Informação , e


como é que essa informação é representada no computador.

O computador não é capaz de entender os símbolos utilizados na linguagem comum dos


humanos portanto, a informação é traduzida e codificada numa linguagem própria; o Código
Binário. A representação de qualquer tipo de informação num computador é um valor que pode
ser numericamente representado por um dígito binário, o bit (binary digit), que corresponde a
um alfabeto com apenas 2 símbolos, 0 e 1. Um bit é um valor simbólico (0/1) que fisicamente é
armazenado em componentes (circuitos) que podem estar num de dois estados (exp. Ligado 1;
Desligado 0). Dois bits permitem representar 4 estados ou combinações (exp. 00, 01, 10, 11)
enquanto que o agrupamento de 8 bits, designado por BYTE, permite 256 sequências, de
forma a representar todos os caracteres. (ver anexo A) Os dados e os programas de um
computador são armazenados na sua memória sendo a capacidade desta medida em Bytes
através de múltiplos correspondentes. (ver anexo A)

Podemos destacar entre os diversos tipos de informação representados no computador, os


textos, os números, os conteúdos multimédia e o código para execução no Processador.

2.1. Textos

Os textos representam a forma básica dos seres humanos contactarem entre si e na


coordenada tempo. Na representação de textos, o código actualmente mais usado na
representação do alfabeto latino é o ASCII (American Standard Code for Information
Interchange). Este código permite representar, com apenas 7 bits, as 26+26 letras do alfabeto,
os algarismos, os sinais de pontuação e operadores aritméticos, para além de diversos sinais
de controlo. Existem outras variantes desta codificação, ASCII 8 bits, que contemplam
caracteres especiais de outras línguas (acentos), contudo esta codificação é manifestamente
insuficiente para a maioria das línguas do extremo oriente.

2.2. Números

Embora se possa considerar os números como parte dos textos, estes têm representação
específica mais compacta, permitindo melhorar nos computadores a eficiência dos cálculos
numéricos. Na representação de valores numéricos para efeitos de cálculo, existem formas
mais eficientes de representar valores da classe dos inteiros que utilizando o formato de
codificação de texto. Estas formas tomam em consideração a representação numérica dos
sistemas de numeração de bases diferentes, e na representação de valores com sinal existem
codificações que não só são eficientes na ocupação de espaço, como também permitem
implementações eficientes e compactas das operações, ao nível do hardware. Em valores
reais, a representação normalmente utilizada é baseada na notação em vírgula flutuante,
seguindo a norma IEEE 754.1

2.3. Conteúdos Multimédia


A ampla divulgação da Internet teve uma grande importância na representação eficiente de
conteúdos multimédia, pois, a necessidade de se compactar os ficheiros de imagem e vídeo
para uma dimensão aceitável para uma rápida comunicação numa Internet de baixa
velocidade, levou ao desenvolvimento de algoritmos de compactação de informação altamente
eficientes.

2.4. Código para execução no processador

Os Programas de computador são escritos sob a forma de textos e utilizam linguagens de


programação, contudo esta forma de representação textual para representar os comandos de
um processador não é eficiente. A representação de programas codificados de acordo com a
especificação do fabricante da arquitectura de um dado processador (ou família de
processadores), segue normalmente um formato específico e relativo ao conjunto de instruções
(instruction set) suportado por esse processador (ou família).

3. Estrutura do Computador

Os principais blocos funcionais que se podem encontrar num computador podem ser
agrupados em apenas três: a entidade que processa a informação (processador), a entidade
que armazena a informação que está a ser processada (memória principal), e as unidades que
estabelecem a ligação destas entidades com o exterior (dispositivos de Entrada/Saída (I/O) e
respectivos controladores). Este conjunto de elementos físicos que constituem o computador
designa-se por Hardware.

Componentes do hardware do computador

3.1. Processador

Os principais blocos que constituem um processador ou CPU (Central Processing Unit), podem
ser identificados como sendo, o conjunto de registos para armazenar temporariamente a
informação que vem da memória ou os valores de variáveis (da aplicação ou de gestão do
sistema), as unidades funcionais (aritméticas, lógicas, de vírgula flutuante,.) para operar sobre
as variáveis e, a unidade de controlo, que emite a sequência de sinais adequados ao
funcionamento do processador e para actuação noutros componentes do computador. É no
fundo a parte do computador onde é efectuada a manipulação dos números, letras e símbolos,
e que controla todas as componentes da máquina.

A interligação entre estes elementos é efectuada por barramentos (buses) que constituem os
caminhos por onde a informação circula entre os diversos componentes do processador, e
entre este e a memória e os periféricos. Existem três tipos de barramentos (buses): dados,
endereços e controle, classificados de acordo com a sua função. O bus de dados é
responsável pela transmissão da informação/instruções entre os componentes do computador,
o de endereços determina o número de endereços de memória a que o processador tem
acesso, e o de controlo transmite os sinais de controlo de sincronização do relógio do sistema e
define o tipo de operação desejada.

Em função do tipo de processador existente, assim será a correspondente velocidade de


descodificação e execução de cada instrução recebida, definida pela largura dos seus
barramentos e pelos ciclos de relógio do sistema que produz um sinal de frequência constante
que marca o ritmo do processador. Esse sinal de frequência é medido em MegaHertz (MHz)
sendo os processadores classificados pelo número de bits que processam por ciclo (8, 16, 32,
64).

(ver anexo B)

3.2. Memória principal


Na memória principal é armazenada toda a informação (dados e programas) que o CPU
(Central Processing Unit ou processador) vai precisar para manusear instruções. Por exemplo,
para que um programa possa ser manipulado pela máquina, este precisa de estar armazenado
na memória principal.

Este bloco encontra-se organizado por um número finito de células ou posições, sendo cada
uma delas denominada por endereço e o seu conteúdo designado por valor, que pode ser
directa e individualmente endereçado pelo CPU (ou por outro componente que também possa
aceder directamente à memória), Tendo cada célula normalmente 8 bits de dimensão.

Nem todas as memórias apresentam as mesmas características da memória principal, que é


volátil, ou seja, quando se desliga a máquina os valores contidos na memória são perdidos.

É possível assim, distinguir uma memória volátil ou RAM (random access memory) de acesso
aleatório que permite operações de leitura e escrita de dados, da memória ROM (read only
memory), normalmente separada fisicamente do processador, que permite somente operações
de leitura, e por isso não é volátil. Existem ainda outros tipos de memórias tais como, a PROM,
EPROM e EEROM, com sistemas de armazenamento específicos.

3.3. Memória Secundária

Por razões técnicas não é possível armazenar toda a informação na memória principal por isso,
foram criados dispositivos capazes de guardar de forma permanente grandes quantidades de
informação e disponibilizá-la quando necessário. A estes dispositivos designamos como
memória secundária ou de massa.

Caracterizados por possuírem grandes capacidades de armazenamento e velocidades


inferiores em relação à memória principal devido à existência de componentes mecânicos, são
suportes externos como bandas e discos magnéticos, discos ópticos e disquetes, entre outros.

3.4. Dispositivos de Entrada/Saída (I/O) e respectivos controladores

Têm por finalidade permitir a comunicação entre o usuário e o computador. Podemos designar
todos os dispositivos que fazem interface com o ser humano: monitor, teclado, rato,
impressoras, colunas de som, câmaras vídeo, digitalizadores, que tem por finalidade permitir a
comunicação entre o usuário e o computador. Os dispositivos de armazenamento de
informação (memória secundária) tais como DVD-ROM, CD-ROM, Pen-drive, Disquete, etc.
Incluem-se também os dispositivos internos auxiliares, como um controlador de acessos
directos à memória (DMA) e dispositivos de interface para comunicação com outros
equipamentos: interfaces vídeo, placas de rede local, modems, interface RDIS, etc.

4. Conclusão

Este trabalho introduz o conceito de computador como um sistema digital programável e


descreve, de forma ligeira, a evolução histórica dos computadores.

Aborda-se, igualmente de modo ténue, a percepção do que é Informação e a Representação


da Informação através dos métodos que as máquinas ou computadores utilizam para
decifrarem, transformarem e disponibilizarem os dados imputados, em informação permissível
à linguagem humana.

Finalmente, ilustra-se moderadamente a Estrutura do Computador em termos dos seus


componentes principais, como a unidade de processamento ou Processador (CPU), a
Memória, Dispositivos Periféricos, e as suas correspondentes relações.

A elaboração deste trabalho pretende transmitir a ideia base do contexto e funcionamento dos
elementos do computador agora visados sendo que, relativamente à sua especificidade, será
necessário um estudo individual mais aprofundado.
Importa referir que as matérias agora apresentadas constituem apenas parte das tecnologias
da informação existindo, por isso, outros componentes igualmente essenciais que partilham os
computadores, estabelecendo um conjunto de elementos que participam no seu
desenvolvimento e evolução.

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