O protetor de Ardara

Hanssen Hanzar

CRÉDITOS

Personagem: Forja Profana

Escritor: Matheus Maia
Revisão: Yargo Reis
Arte: Fellipe Lovatini, Alberto Art’s
Diagramação: Fellipe Lovatini
Agradecimentos especiais: Wallace de Bem e C.Jos. Bravo

Todos os direitos reservados a Forja Profana

 Contos Esquecidos: O protetor de Ardara
O Passado
H
anssen Hanzar é um humano de estatura alta,
forte e denso. Nascido em Ardara, Hanssen é pri-
mogênito de sua casa, seu pai é o Conde Henryr
e Sade seu irmão caçula. Eles são descendentes da família
Hanzar, uma linhagem próspera e com tradição no co-
mércio local.
Guerreiro da Ordem do Urso Negro, Hanssen protege
suas terras e seu povo dos ataques de criaturas invasoras.
Por ser o primogênito, aos seis anos foi entregue aos cava-
leiros da Organização. Daquele ponto em diante, o jovem
garoto teve o seu destino traçado para sempre. Seu novo
lar era localizado no centro de Floresta Cheia, lá recebeu
treinamentos diários de disciplina, sobrevivência e força.
Se tornar um guerreiro não era uma tarefa fácil, porém
sua promessa acima de tudo prevaleceria, afinal, prome-
tera a seu irmão que se tornaria o mais hábil soldado e
voltaria à cidade para protegê-la.
Ao completar quinze anos, Hanssen estava determi-
nado a encarar seu desafio. Para se tornar um guerreiro,
além de anos de treinamento, ele deveria partir e trazer o
couro de um Urso Negro, sozinho, sem comida, água ou
qualquer tipo arma. O jovem demorou cinco dias e cinco
noites para retornar. Em seu rosto, um grande corte no
olho direito resplandecia toda sua dedicação e sacrifício.
Perante os anciãos, não estava um garoto, mas sim um
homem resplandecendo triunfo, segurando uma lança de
carvalho e a pele do animal sob os ombros. Foi o guerreiro
mais jovem a ser consagrado, devido ao seu empenho, re-
cebeu dos espíritos da floresta o codinome Braço de Ferro,
pois em seus braços estavam a segurança de seu povo.
No ritual de consagração, Coruja Cinzenta entregou a
Hanssen um escudo grande e robusto, feito de madeiras
nobres e couro de urso. Ele batizou a proteção de Valos
que significa Forte. Enquanto Hanssen manter sua dedi-
cação e lealdade a ordem, o seu escudo jamais quebrará.
Braço de Ferro foi designado a servir o esquadrão dos
Javalis Rasteiros, unidade responsável por guardar as
entradas do templo da águia. Lá ele permaneceu em seu
posto por cinco anos até que Presas Caninas, líder dos
Lobos Farejadores, o nomeou como seu sucessor. Ele se
tornou o responsável por todas as unidades de patrulha,
coordenando e comandando as tropas.
Enquanto esteve no comando dos Lobos Farejadores
e com Valos ao seu lado, nenhuma criatura ousou atacar
Ardara. Foram dez anos de paz onde uma nova história
estava sendo escrita. Durante o tempo naquele lugar, não
teve um dia sequer que Hanssen abandonou seu ofício.
Todas as manhãs saía para os treinos na floresta, mobi-
lizando pela tarde as tropas e as noites estudava com os
anciões no salão verde. Ao completar seu trigésimo oita-
vo aniversário, Hanssen voltou à cidade para finalmente
cumprir a sua obrigação.
O Presente
Quando acordou, Hanssen sabia que este dia era o mais
importante de sua vida. O jovem guerreiro teria um dever
mais precioso que sua própria existência, afinal, a noite
passada o revelou grandes segredos. Na noite anterior,
Coruja Cinzenta designou Hanssen em uma missão secre-
ta, o alto escalão da ordem armava uma conspiração. Ele
deveria ser o guardião dos segredos Viaty, pergaminhos
divinos que mantém o equilíbrio dos espíritos da nature-
za. Ele entregou ao jovem guerreiro uma mochila e uma
carta, esta que, deveria ser lida somente quando encon-
trasse seu destino, a Cidadela Perdida.
Faltando duas horas para o sol nascer, Hanssen já es-
tava acordado. A ansiedade e o nervosismo quase não o
deixou dormir, embora não deveria pensar nisso, ele ti-
nha um dever a cumprir. Determinado, trocou suas rou-
pas e pegou a mochila sem fazer barulho. Abriu a porta
do quarto em silêncio, devagarmente colocou o rosto para
fora a fim de ver se alguém estava passando pelo corre-
dor. Ao perceber que o caminho estava livre, saiu sem fa-
zer alarde e fechou a porta. Andando com passos leves e
sempre muito atento, seguiu em direção ao portão leste,
para sua felicidade não houve ninguém em seu caminho.
Adentrando Floresta Cheia, a vegetação era rasteira
porém alta, as copas cheias e as folhas enormes. Os cogu-
melos pareciam casas, os frutos do tamanhos de bebês, as
raízes da grossura de um punho e as lagartas do tamanho
de um gato. Com Valos em seu braço esquerdo e uma es-
pada longa na mão direita, Hanssen seguiu abrindo cami-
nho mata adentro. Após um longo dia de caminhada, ele
ainda se encontrava em Floresta Cheia, o sol já estava a se
pôr e precisava descansar. Apesar de ter passado a maior
parte de sua vida ali, não fazia a menor ideia de onde esta-
va. Foi quando pegou seu canivete e arrancou raízes me-
nores para uma pequena fogueira, colocou em um círculo
e ateou fogo com o isqueiro. Enquanto a fogueira aquecia
e a brasa ganhava força, saiu a procura de frutos nativos
para o jantar. Ele não era nenhum especialista, mas sabia
os frutos que poderia comer. Já satisfeito e com abrigo, era
hora de descansar.
Novamente antes do nascer do sol, Hanssen ja estava
de pé, bateu as cinzas, colheu dois pares de amoras, colo-
cou algumas folhas sob o local onde adormecera e seguiu
viagem. Não tinha um mapa, mas sabia que seu coração
mostraria o caminho. Era quase dez horas da manhã e o
sol estava escaldante, mas apesar da grande pastagem das
copas, a sensação térmica no solo começou a incomodar.
O ar seco e abafado tornou a caminhada árdua, seu cantil
já não tinha tanta água e a respiração começou a ofegar.
Andou por alguns minutos e o aroma da vegetação ao
redor mudou, seus ouvidos captaram um som estranho
simultaneamente. Um galho quebrou e os pássaros nos
grandes carvalhos pelados saíram voando, por um mo-
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 Contos Esquecidos: O protetor de Ardara
mento seu coração parou. Ao olhar em direção ao cheiro segurou no pescoço da criatura apertando com toda força
podre e azedo, Hanssen vislumbrou uma criatura horren- que podia. Sua mão direita cravou a espada no peito do
da, um ser voador com asas decompostas, patas saindo demonio, determinado a matar, mesmo que o preço fosse
das costelas terminando em pinças afiadas e um longo sua própria vida. O demônio urrou de dor, seu olhar ia se
probóscide em forma de agulha. Parecia um cruzamento desfalecendo e sua vitalidade tão pouco estava ali.
entre um morcego e um mosquito, porém esta não era o Hanssen pressionou seu pescoço para estancar o san-
seu único problema, havia um enxame inteiro. gramento e foi de encontro ao rapaz na mesa, que por
Sem pensar duas vezes, ele saiu correndo para o meio surpresa, a pior de todas, era seu querido e amado irmão
da mata. Com sua espada longa, desferiu ataques precisos Vade. O desespero bateu em seu coração e a angústia to-
nas raízes que apesarem de serem mais espessas, corta- mou conta de si. Com o rosto desfalecido, a vida de Vade
vam como barbantes. O chão era ralo e as ramificações se esgueirava do corpo. Sem saída, Hanssen joga seu san-
marcavam levemente um alto relevo, o cheiro era cada gue sob a mesa e ofereceu um pacto aos espíritos trevosos.
vez mais forte e o enxame zunia com a perseguição. Com Para que seu irmão vivesse novamente, ele teria como dé-
o coração acelerado e um dever a cumprir, Hanssen aper- bito mil almas. Um preço alto, mas não para o seu seme-
tou o passo. Não poderia fracassar em seu dever e lutar lhante. Ele daria sua vida para salvá-lo. Um grande tro-
contra um enxame naquelas condições não era nada fa- vão rugiu dos céus, um escrito rúnico apareceu em seus
vorável. O clima ficou tenso e os monstros diminuíram pulsos e Valos agora adornava um demônio. O pacto foi
a distância. Ele se assustou com o barulho, tropeçou em aceito por mil almas.
uma pedra, perdeu o equilíbrio e saiu rolando pelo chão.
Quando percebeu estava em declínio contra um peque-
no barranco a sua direita. A adrenalina tirou toda sua
atenção. O mundo girou sob sua cabeça e quando menos
percebeu estava dentro de um riacho. Desnorteado pela
queda, permaneceu debaixo d’água por algum tempo, o
suficiente para despistar as criaturas. Ao levantar ofegan-
te, olhou para o céu e nada encontrou.
Ao recobrar a consciência, vislumbrou diante de seus
olhos um grande templo flutuando sob o chão. Erguidos
por grossas raízes que tocam os céus, as paredes eram de
marfim envelhecido com pequenas folhagens saindo das
frestas. Haviam sete torres longas e adornadas em espiral.
Em cada uma delas sete arcos em ogiva, transparecendo
suavidade e leveza. No centro, uma enorme porta de ma-
deira protegia a entrada e da superfície terrestre uma es-
cada de abalone concedia acesso ao templo. Hanssen não
tinha dúvidas, acabara de encontrar a cidadela perdida
e seu destino estava próximo. Segurou Valos com força,
apertou sua mochila e ergueu sua espada. Com cautela,
subiu degrau por degrau até a entrada. Ao se aproximar,
percebeu que a grande porta estava aberta com uma fres-
ta a esquerda e uma luz amarela-alaranjada emanando de
dentro. Algo estava suspeito.
Ao entrar, se deparou com um grande salão, candela-
bros iluminavam o lugar e uma mesa de pedra preenchia
o centro, um tapete vermelho percorria da porta a mesa e
escrituras rúnicas marcavam as paredes.
. Havia um homem ali, deitado sob a mesa de pedra e
sobre ele um ser lascivo de asas negras. Hanssen tinha cer-
teza, era um súcubo. Saiu correndo em direção ao mons-
tro, ergueu sua espada e proferiu o golpe com força, o ba-
rulho da armadura assustou a criatura que bateu asas. O
golpe certeiro cravou na rocha, cortando apenas o rabo. O
corruptor atacou com suas garras acertando o escudo e o
pescoço do guerreiro. Hanssen sentiu o golpe, o demônio
não soltou e se não fizesse nada, morreria ali, como aque-
le pobre homem. Com sua mão esquerda, largouValos e

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 Hanssen Hanzar
Raça: Humano
Classe: Guerreiro
Idade: 40 anos
Tendência: Leal e Neutro.
Dogma: Sempre cumpre suas promessas.
Características físicas: Cicatriz no olho direito,
corpo robusto, 1,85cm de altura, cabelos longos preso com rabo de cavalo
e olhos castanhos claros.
Personalidade: Esforçado, fiel e dedicado.
Habilidades: Combate com arma e escudo.

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