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Capernos cexu. Série 2-n® 9- 1998 © PROCESSO DE GLOBALIZACAO NA AGRICULTURA* Maria Luiza de Lima Vitule** Resumo: Este artigo trata das transformagdes que esto ocorrendo no cam- po, tendo como referéneia 0 processo de globalizagio da sociedade. Este processo ¢ pensado como um novo patamar de desenvolvimento do capita- lismo, em que sctores produtivos e grandes grupos econ6micos controlam e centralizam a produgo em escala mundial. Neste contexto, a produgio, a distribuigdo ¢ 0 consumo do produto do campo sio transformados ¢ a agri- cultura torna-se, principalmente, produtora de insumos industriais. Palavras-chave: Agricultura; globalizagao; agroinddstria, Aos poucos, ou de repente, conforme a provincia, o pais, a regio ou continente, a sociedade agraria perde sua impor- tancia quantitativa e qualitativamente na fébrica da socie- dade, no jogo das forgas sociais, na trama do poder nacio- nal, na formagao das estruturas mundiais de poder. Em vd os casos, o mundo agrério decresce de importancia, ow sim- plesmente deixa de existir, se se trata de avaliar a sua impor- 1ancia na organizacdo ¢ dindmica das sociedades nacio- nais e da sociedade global. Octavio Tanni © mundo moderno pode ser pensado como um mundo em permanente trans- formagdo. A ciéncia, a técnica, o progresso e a industria organizam suas formas de sociabilidade principais, tornando-as mais complexas. O advento do capitalismo imprime outra dinamica & produgao da vida social. O capitalismo pode ser tratado como um modo de produgao revolucionario, na medida em que priticas e processos de reprodugao material da sociedade transformam-se constantemente. O presente antigo diz respeito & pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pos Graduagdio em Ciencias Sociais do IFCH, na Universidade Estadual de Campinas, que teve como produto a tese de Doutorado Agricultura ¢ Globalizagao. Doutora pela Universidade Estadual de Campinas. 130 VITULE, Maria Luiza de Lima, © processo de globalizagae na agricultura Contemporaneamente, vivencia-se um momento novo na escala da organizagao das relagdes capitalistas de produgao, em que sc verifica a accleragao, intensificagao ¢ generalizagao do capitalismo através do mundo. As economias nacionais vem sen- do levadas a aprofundar a agilizar as relagdes com o mercado mundial. Esté em curso © processo de globalizagio. Associagées, fusdes ¢ articulagées diversas integram tecnologias, fabricas, produtos, coletividades e indiv{duos. O desenvolvi- mento atual da ordem internacional vincula populagses ¢ atividades de acordo com um movimento politico, econémico ¢ cultural de alcance mundial. O periodo posterior & Segunda Guerra Mundial é considerado um referencial importante na constituigdo do processo em curso: transformagées significativas na organizagao social ¢ técnica do trabalho possibilitam 0 desdobramento do capitalis- mo no espago mundial. Estd se constituindo uma realidade nova que pode ser pensada como um novo patamar de desenvolvimento do capitalismo, onde potencialidades e contradigées também novas, se formam e se desenvolvem, Na sociedade global, parece predominar a tendéncia da concentragdo e do controle do capital por parte de grandes grupos ou setores produtivos, combinados a dispersao da produgao nas mais diversas regiées do planeta. O capitalismo parece adquirir sua configuragaio mais madura, tornando-se efetivamente um modo de produgaio mundial. Neste movimento, a economia, a politica e a sociedade so transformadas. Nao hd territério neutro: a cadeia global de produgdo, troca e consumo se faz presente em todas as partes do mundo. Por todos os lados encontram-se mercados nos quais essas cadeias operam, no norte ¢ no sul, no oriente e no ocidente, no centro e na periferia, na cidade ¢ no campo. Novas tecnologias expandem horizon- tes econémices. Aliangas comerciais estratégicas buscam a auséncia de restrigdes ‘ao comércio e a mobilidade dos fatores de produgio. As telecomunicagées, a informatica, a robética, a biotecnologia e outras técnicas transformadoras, permitem: a dispersao das varias fases da produgdo pelo mundo, como também seu controle centralizado. A informagao, Agil e precisa, organiza o mundo dos negécies, trans- bordando fronteiras culturais, aproximando pessoas ¢ continentes. Empresas to- mam decisdes ¢ consolidam operagdes mundialmente. A agricultura nao fica imune a esse movimento. O processo de globalizagiio transforma a produgao, distribuicdo e consumo do produto do campo. Se no mundo moderno, a divisao do trabalho entre campo e cidade se aprofunda e se transforma, no mundo contemporaneo, essa divisdo parece perder o sentido quando se pensa na forma predominante de organizagao da vida social. Em outros termos, a industri- alizagaio do mundo nao é um processo exclusivamente urbano. Como se sabe, a formagao c desenvolvimento do capitalismo transforma a agricultura, tornando-a moderna. A formagiio e desenvolvimento da sociedade global transforma novamen- te a agricultura, tornando-a principalmente, produtora de insumos industriais. A partir dessa perspectiva de andlise, a agroindiistria pode ser pensada como a forma pela qual o capital na agricultura se globaliza. Tratar a atividade agroindustrial como um dos elementos de integragdo a uma forma de trabalho ¢ a um modo de vida, NOS CERU, Série 2-199 1998 1 possibilita 0 equacionamento de questdes fundamentais para a sociologia do mun- doagririo. As empresas transnacionais podem ser tratadas como uma das formas mais caracteristicas de organizagao do capitalismo em moldes internacionais. Desde 0 século pasado, podem ser consideradas como um dos principais agentes de mu- dangas na histéria do desenvolvimento de paises ¢ continentes. Durante muito tempo, organizaram suas operagdes em fungdio de mereados nacionais, separados por barreiras comerciais, administrativas, tributdrias, entre outras. Agora, organi- zam-se a partir de uma perspectiva mundial, O desenvolvimento capitalista contem- porineo ameniza, ou, no limite, rompe com a dicotornia produgdo interna e produgio externa, A evolugao recente da empresa transnacional parece ser sua transformagiio em corporagées transnacionais, cujos nimero e importancia tém papel significativo na formagao ¢ no desenvolvimento da nova ordem mundial que se consolida. Essas corporagées operam no mercado de forma global ¢ assim sendo, influenciam de alguma maneira, a estrutura dos sistemas produtivos. As fronteiras que separam campo ¢ cidade, nagao e mundo, tornam-se cada vez mais ténues, pois o mercado global requer produtos in natura, beneficiados, processados ¢ industrializados, produzidos nas diversas regides do planeta, a partir de diferentes processos produ- tivos. A agroinddsttia € uma forma de integracdo eficiente da atividade agricola ao mercado global, E possivel observar no setor agroindustrial as tendéncias funda- mentais do desenvolvimento capitalista em sua fase atual, Como assinala Malassis, *...a tendéncia é a extensao das espécies em fiuncdo de caracteristicas industriais dos processos de transformacao. A agroindistria internacional alarga 0 campo da agricultura ou pecudria das espécies para os espagas mundiais tecnicamente possiveis ¢ economicamente rentéveis.” (Malassis, 1986:88) A medida em que aatividade agropecudria deixa de se voltar prioritariamente para 0 auto consumo e volta-se para © mercado, sua organizagiio ¢ redefinida, A produgio de mercadorias requer a continua expansio de mercados. A sociedade industrial caracteriza-se pela integragao das diversas atividades, quer se realizem no campo ou na cidade, Novas condigdes sociais da produgao ¢ do consumo do pro- duto do campo levam ao desenvolvimento de novas técnicas de cultivo, beneficiamento, processamento e distribuigio, As lavouras utilizam-se de sementes melhoradas, de fertilizantes, de pesticidas, como também de maquinas e equipamen- tos agricolas. O negécio agricola amplia-se e diversifica-se. A expansao dos merca- dos, das técnicas de produgao, de gerenciamento e de comercializagdo levam a um, aprofundamento no processo de integragao agricultura e industria, A agroindtistria pode ser considerada como o produto genérico e acabado dessa integragiio, Ela & ticae complexa. Envolve um amploe variado leque de operagdes que transformam o produto natural do campo em produto final industrializado, A agricultura, que no inicio do processo de industrializagdo caminhava “a reboque” do movimento geral da economia, transforma-se, cada vez, mais, em uma engrenagem solidaria aos ou- tros setores econdmicos. Assim, “o capital industrial foi progre vamente se In2 VITULE, Maria Luiza de Lima. ©, processo de globalizacio na agriculture. apropriando de elementos do processo rural de produgao e reincorporando-os & agricultura como insumos ou meios de producdo.” (Veiga, 1991:178) As transformagées por que passam as atividades agricolas sto profundas ¢ dizem respeito A modificagao da base técnica, A ampliagao dos recursos investidos © auma modificagao na organizagao do empreendimento agricola. Nesse sentido, possivel dizer-se que a produgio agropecudria propriamente dita, deixa de ser 0 elemento que prevalece no movimento de acumulagio do capital: 0 eixo do lucro & transferido para o setor industrial - insumos, processamento ¢ beneficiamento. Gran- des capitais industriais, comerciais ¢ financeiros - nacionais ¢ internacionais, so alocados no campo. No processo mais geral de desenvolvimento, a importiincia do setor torna-se cada vez mais residual. Como observa o historiador Paul Kennedy: “ar posicao da agricultura como a conhecemos parece estar desaparecendo”. (Kennedy, 1993:77) Aos conglomerados transnacionais cabe grande parte dessa responsabilidade, como também cabe ao mereado, elemento mediador dessa trans- formagao que agora, além de ser local e regional, é também global. As condigdes de vida no campo e na cidade, na nagao e na regido sao transformadas a partir da emergéncia da sociedade global. Atualmente desenvolve-se uma nova forma de organizagao das atividades agricolas: vinculos produtivos, comerciais, administrativos, técnicos, entre outros, so tecidos a partir do movimento da sociedade global. A agroindustria pode ser tratada como a expresso de um movimento ampliado da técnica e do capital, que generaliza ¢ intensifica um modo de produzir hegemOnico, que se organiza a partir das empresas transnacionais ¢ tem como referéneia 0 mercado mundial, Transfor~ mando produtos naturais € locais, em fungao de um consumo global, a agroindustria transforma lavouras e modos de vida. Adaptagées e desenvolvimentos tecnolégicos ¢ organizacionais variados possibilitam a diversificagio das lavouras ¢ a flexibilidade na produgio. Procedi- mentos e técnicas, simples ou complexas, abrem um leque de possibilidades para a conservagio, processamento ¢ transformagio do produto do campo. Processos fisicos (aquecimento, congelamento, separagio) ¢ também quimicos (decomposi- 40) somam-se aos processos biol6gicos € levam a novos métodos de manipulagio do produto agropecurio, Quando o produto do campo 6 reduzido a seus ingredien- tes bisicos, torna-se insumo. O insumo presta-se a combinagées variadas. AS biotecnologias, técnicas sofisticadas aplicadas aos organismos vivos, integram a agricultura as indistrias aliment{cias, quimicas e farmacéuticas. A agricultura tende a seguir a racionalidade produtiva da inddstria quando se integra As indistrias de processamento ¢ de beneficiamento. A agroindiistria potencial mente transforma atividades rurais em atividades industriais, descaracterizando 0 produto natural, transformando-o em produto in- dustrial. Produtos agrfcolas considerados insumos tradicionais podem ser subs- titufdos por outros, desenvolvidos por processos quimicos, biolégicos ou genéti- cos, desde que, de algum modo, sejam mantidas as caracterfsticas essenciais do ‘CaneRnos ceru, Série =n 9-198 155 produto. Uma das principais tendéncias da biotecnologia privilegia a utilizagao de uma mesma técnica aplicada a varios produtos: “... ao invés de valorizar produtos especificos, a tendéncia é de generalizar a aplicagdo da tecnologia a uma varie dade de produtos, tornando esses tiltimos intercambidveis, néo apenas dentro do mesmo grupo de produtos mas também através da redugdo de um leque crescente de produios ao ‘status’ comum de insumos basicos.” (Wilkinson, 1989:65) A agroindkistria realiza suas atividades tendo como referencia 9 mundo pois, mercados ¢ da produgao permite que suas operagdes tenham como horizonte © mercado mundial, No entanto, a dinimica dos mercados nacionais dife- re, em varios aspectos © por varias razdes, da dinémica do mercado mundial. Os grupos transnacionais, de uma maneira geral, desenvolvem estratégias produtivas ce mercadolégicas voltadas aos mercados domésticos, investindo na especializagiio. e na segmeniagao da produgdo, de acordo com especificidades regionais € locais. A historia recente é caracterizada por varios autores, a partir da formagao de um novo regime de acumulagao, 0 regime de acumulagio flexivel, que tem sua énfase no mercado, na diferenciagao do produto e na segmentagio da produgao. Como explica Harvey: “... 0 tempo de giro - que é sempre uma chave da lucratividade capitalista - foi reduzido de modo dramitico pelo uso de novas 1ecnologias produtivas (automagao, robés) ¢ de novas formas organizacionais como o sisiema de gerenciamento de estoques “just-in-time”, que corta draniati- camente a quantidade de material necessiria para manter a produeao fluindo.” (Harvey, 1992:13) A maleabilidade na produgio e a satisfagiio de uma demanda “individualizada “ levam a uma mudanga nas formas de produzir as mercadorias. Inovagdes tecnoldgicas voltam-se para a flexibilizagdo do processo produtivo. A microeletrGnica e a robotica na atividade industrial e a biotecnologia e a informatica na atividade agricola, sao exemplos significativos nesse sentido, Neste contexto, produtos agricolas tradicionais so passiveis de serem subs- titufdos por produtos agroindustriais. A agroindistria possibilita um leque variado de combinagées que transformam produtos “tradicionais” em “novos” produtos. Assim, a margarina, produzida desde o século XIX, é sempre um produto “novo”, quando, por exemplo, transforma-se em light ou diet, ou quando ocorrem mudangas em sua textura, sabor ou embalagem. E nesse sentido que os conglomerados transnacionais realizam suas operagdes a partir de uma estratégia multi-doméstica, fato que os possibilita trabalhar ao mesmo tempo a economia de escala ¢ a especificidade do produto nos varios paises em que atuam, O alimento pode ser considerado como um elemento demonstrativo do pro- cesso de globalizagio da sociedade, A produgio alimentar pode ser tratada como exemplar e, neste contexto, 0 alimento ganha um valor heuristico, pois € possivel pensi-lo como desterritorializado, como um emblema do novo tipo de sociabilidade que se forma com 0 advento da globalizaciio, A produgao do alimento pode ser pensada como parte integrante de um padriio econdmico que esta sendo construido mundialmente. Nesse momento da hist6ria do mundo a divisio internacional do is VITULE, Maria Luiza de Lima, © processo de globalizagdo na agricultura trabalho assume um novo patamar, fato que desencadeia uma nova forma de orga- nizar a produgo, troca e consumo do alimento no mundo e que redesenha 0 contex- to das relagGes internacionais, regionais e locais. Refletir sobre a produga, distr buicdo e consumo do alimento parece ser um caminho fecundo para compreender- mos a naturezae adinamica da agricultura contemporanea, Nesse sentido, a produ- Ao alimentar expressa substantivamente relagdes, processos c estruturas que cons- tituem nexos importantes das relagées sociais no mundo contemporanea que, cada voz mais, se tornam globais. No mundo globalizado, as corporagées transnacionais operam a internacionalizago do modo de produzir, distribuir ¢ consumir os alimentos de forma generalizada, A populagao mundial consome cada vez mais, sopas prontas, conservas, café soltivel, congelados, enlatados, entre outros, preparados por em- presas transnacionais. A producao do alimento ocorre sobre bases cientificas que ligam lavouras a0 produto final industrializado, a partir de redes que operam tendo como referéncia a sociedade global. Embora as formas de organizagio da sociedade para a produgiio, troca e consumo alimentar sejam complexas e diversificadas, ¢ possivel dizer-se que so as corporagées transnacionais que integram os diversos paises e continentes ao “espaco alimentar mundial”. Esta sendo construfda uma ‘geo-economia prépria dessas corporacdes, fato que tem implicagdes sociais, politi- cas e culturais que desafiam a realidade € sua compreensio. Neste contexto, é possivel pensar-se que a agricultura esta sendo redesenhiada a panir da dindmica da sociedade global. As corporagSes transnacionais sio responsdveis pela difustio de um padriio de consumo alimentar que pode ser pensado como mundial, pois certos hibitos podem ser considerados internacionais. Grande parte dos alimentos consumidos no mundo so produzidos industrialmente. E, como observa Ortiz, “os alimentos descolam de suas territorialidades para serem distribuidos em escala mundial. Nao existe nenhuma ‘centralidade’ nas cervejas, chocolates, biscoitos, refrige rantes, Trata-se de produtos consumidos mundialmente e distribuidos por grupos multinacionais”. (Ortiz, 1994:80) Neste contexto, a agroindiistria alimentar é repre- sentativa de um modelo de produgo globalizado. O deslocamento e a fragmentagao da produgo no espago mundial tende a uniformizar procedimentos técnicos, organizacionais e produtivos. A comercializagio dos produtos tende a realizar-se de forma padronizada, possibilitando a emergéncia de um padriio de consumo mundial. Produtos de varias geografias sao oferecidos em mercados cada ver mais interdependentes. Produtos do campo e da cidade voltam-se ao consumo de massa. Sao também produzidos e distribufdos buscando a diferenciacao da produgao e a segmentagao do mercado. O alimento natural ou transformado, processado ou fabricado, é, em grande parte, produzido por agroindtistrias alimentares a partir de préticas transnacionais. Quando a agricuttura integra-se a industria, torna-se principalmente produ- tora de insumos, Novas relagbes entre agricultura e indiistria levam a diversificagio 2 flexibilidade do produto do campo. Ocorre 0 processamento de primeira geragao, Capexnos crx. Série 2-n® 9- 1998 135 que produz insumos, como farinhas derivadas de cereais, agticar de cana ¢ de beter raba, 0 p6 do cacau, os dleos provenientes de vegetais, entre outros. Verifica-se também 0 processamento de segunda geracio, que produz insumos utilizados como ingredientes no preparo do produto alimentar final, como xaropes, extratos, sacaroses etc. Novas técnicas aplicadas aos insumos agricolas possibilitam articulagdes di- versas entre as industrias quimica, farmacéutica e alimentar, originando um tipo de insumo alternativo ~a biomassa. Este fato possibilita ao sctor farmacéutico produzir também ingredientes para o preparo de alimentos, quando produz por exemplo, aditivos, corantes, aromas e sabores ou o proprio produto final, como os alimentos dietéticos. A biomassa pode também ser utilizada como insumo energético, caso do Alcool combusifvel proveniente da cana-de-agticar. Oleos vegetais so também uti- lizados na fabricagao de sabio e sabonetes. O insumo agricola pode também ser pensado como elemento desterritorializado. Refletir sobre a vertente hegem@nica da produgao agricola nos dias de hoje, significa pensar que © papel da agricultura se redefine: em um mundo que se globaliza, a agricultura torna-se, predominantemente, produtora de insumos industriais. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS HARVEY, David. Condi¢do pés-moderna, Si Paulo, Loyola, 1992. IANNI, Octavio. era do globalismo, Rio de Janeiro, Civilizagao Brasileira,1996. KENNEDY, Paul. Preparando para o Século XX1. Rio de Janeiro, Campus,1993. MALASSIS, Louis. Economie agro-alimentaire, Paris, Cujas, 1986. Tome II ORTIZ, Renato. Mundializacdo ¢ cultra, Sio Paulo, Brasiliense, 1994, VEIGA, José Elida. Ocdesenvolvimento agricola: uma visto historica, Sio Paulo, Edusp/Hucitec, 1991, VITULE, Maria Luiza de Lima. Agricultura e globalizagdo, Tese de Doutorado apresentada a0 Departamento de Ciéncias Sociais do Instituto de Filosofia ¢ Ciéneias Humanas da Universidade de Campinas, Campinas, novembro de 1996. WILKINSON, John, 0 futuro do sistema alimentar. $0 Paulo, Hucitec, 1989, Abstract: This article deals with the transformation that is occurring in the countryside, having as a reference the process of globalization of the society. ‘This process is though as a new stage of development of capitalism, in wich productive sectors and large economic conglomerates control and centralize production in a worldwilde scale. Within this context, the production, distribution and consumption of products at the countryside are transformed and agriculture becomes, mainly, a producer of industrial inputs. Keywords: Agriculture; globalization; agribusiness,

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