Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENGENHARIA MECÂNICA
ARACRUZ
2019
ÂNGELO GABRIEL ROCHA
FABRÍCIO AMADEU NEVES TONON
FELIPE COSER DE OLIVEIRA
IORRANA MENDES DO CARMO
ARACRUZ
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter iluminado nossos caminhos, aos nossos pais e por terem
propiciado a realização deste sonho, aos nossos professores por todo o ensinamento
e a todos os nossos amigos que nos apoiaram nos momentos mais difíceis.
Gostaria de deixar o meu profundo agradecimento aos professores Harerton Dourado,
Igor Cuzzuol e Artur Guimarães Maioli que tanto nos incentivaram durante a
elaboração do nosso TCC.
Ao nosso coorientador Filipe Nunes Frigini por todo apoio e paciência ao longo da
elaboração do nosso projeto final.
Aos meus amigos de trabalho e parceiros de pesquisa, por toda a ajuda e apoio
durante este período tão importante da nossa formação acadêmica.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização da
nossa pesquisa. Em especial a José Pelissari, o qual cedeu o espaço em sua oficina
para realizarmos o projeto. A empresa Leine & Linde que nos cedeu o encoder para
aprimorarmos nossos estudos.
RESUMO
c Comprimento do cutelo
v Velocidade de impacto
g Aceleração da gravidade
𝐾𝑝 Energia potencial
M Momento do martelo
H Altura de queda
𝐹𝑒 Fator de impacto
𝐹𝑖 Força de impacto
𝐼𝑥 Momento de inércia
𝜌 Peso específico
V Volume
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1 Objetivo .......................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivos Específicos .................................................................................. 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 13
2.1 Ensaio de Impacto .......................................................................................... 13
2.2 Máquina de Ensaio Charpy ............................................................................ 13
2.3 Instrumentação ............................................................................................... 15
2.3.1 Encoder....................................................................................................... 16
2.3.2 Arduino........................................................................................................ 17
2.3.3 Módulo Bluetooth ........................................................................................ 19
2.3.4 MIT App Inventor......................................................................................... 19
2.4 Revisão Bibliográfica ...................................................................................... 20
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 24
3.1 Dimensionamento da Máquina ....................................................................... 25
3.1.1 Cutelo.......................................................................................................... 25
3.1.2 Centro de Percussão .................................................................................. 27
3.1.3 Martelo ........................................................................................................ 27
3.1.4 Material do Cutelo ....................................................................................... 28
3.1.5 Haste Pendular ........................................................................................... 29
3.1.6 Estrutura da Máquina (Coluna) ................................................................... 30
3.1.7 Eixo, Mancais e Rolamentos ....................................................................... 30
3.1.8 Batentes ...................................................................................................... 31
3.1.9 Base ............................................................................................................ 31
3.2 Projeto Eletrônico ........................................................................................... 31
3.3 Calibração dos Equipamentos ........................................................................ 32
4 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................. 34
4.1 Projeto e Fabricação da Máquina ................................................................... 34
4.2 Montagem do Circuito Eletrônico .................................................................... 40
4.3 Desenvolvimento do código ............................................................................ 42
4.3.1 Programação do Arduino ............................................................................ 42
4.3.2 Criação do aplicativo ................................................................................... 44
4.4 Calibração ...................................................................................................... 46
4.4.1 Máquina ...................................................................................................... 46
4.4.2 Eletrônico e Encoder ................................................................................... 47
4.4.3 Incertezas na calibração ............................................................................. 48
4.5 Apresentação dos Dados ............................................................................... 48
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 50
5.1 Recomendação para Trabalhos Futuros ........................................................ 50
6 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 52
ANEXO A – MEMORIAL DE CÁLCULO ................................................................... 56
ANEXO B – VISTAS DOS COMPONENTES ............................................................ 57
ANEXO C – ALGORITMO INTEGRAL ...................................................................... 62
ANEXO D – BLOCOS DO MIT APP INVENTOR ...................................................... 64
ANEXO E – MANUAL DE UTILIZAÇÃO DA MÁQUINA ............................................ 66
11
1 INTRODUÇÃO
Nas diversas áreas da engenharia, é possível encontrar uma vasta gama de materiais
sujeitos a esforços de características dinâmicas, como aqueles provocados por
impactos onde o material absorve certa quantidade de energia em um tempo muito
curto (MORAES, 2014). O impacto é um esforço de natureza dinâmica, no qual carga
é aplicada repentina e bruscamente.
1.1 OBJETIVO
Este projeto tem por objetivo fabricar uma máquina de ensaio de impacto Charpy
instrumentada1.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Ensaio de Impacto
Conforme BUDYNAS e NISBETT (2016), uma força externa aplicada a uma estrutura
ou peça é denominada carga de impacto se o tempo de aplicação for inferior a um
terço do menor período de vibração natural da peça ou estrutura. Do contrário, ela é
chamada simplesmente de carga estática.
Segundo SOUZA (1982) o ensaio de impacto foi um dos primeiros estudos de fratura
frágil em metais e ainda um dos mais empregados atualmente. O ensaio consiste na
colisão de um martelo pendular com um corpo de prova de seção transversal
quadrada. De acordo com CALLISTER e RETHWISCK (2018), dois ensaios são
padronizados: as técnicas de Charpy e Izod, os quais foram concebidos e são ainda
utilizados para medir a energia de impacto - algumas vezes também chamada de
tenacidade ao entalhe. A técnica de Charpy do entalhe em “V” é a mais comumente
usada. Os corpos de prova entalhados para ensaio Charpy são subdivididos em três
tipos, como mostrados na Figura 2.
Figura 2 - Tipos de entalhe descritos pela norma ASTM E-23 para ensaio de impacto tipo Charpy
2.3 Instrumentação
(MORAES, 2014) diz que com a correta automação da máquina torna-se possível
calcular a aceleração do martelo na execução do ensaio e com isso calcular a força
necessária para fraturar o corpo de prova, além da energia e da resistência ao
impacto. Desta forma, percebe-se que o ensaio realizado na máquina Charpy torna-
se mais proveitoso quando existe uma instrumentação adicional aplicada à máquina.
Por conta disso, é proposto a instalação de sensores eletrônicos na máquina a ser
fabricada, como também o desenvolvimento de uma plataforma específica de
hardware utilizando um Arduino como base de automação para o projeto.
16
2.3.1 Encoder1
Um encoder óptico é usado como alternativa para a coleta das informações obtidas
da máquina e consiste em um dispositivo transdutor que transforma posição angular
de um eixo em sinais eletrônicos, proveniente da interação entre um emissor, um disco
ranhurado e um foto receptor (RODRIGUES, COELHO e MARTINS, 2003), como
observado na Figura 4.
Existem dois tipos de encoder, sendo eles: encoder absoluto e encoder incremental.
O encoder absoluto é mais tecnológico e indica a posição real do objeto,
principalmente em situações de falta de energia. Neste caso, as faixas fornecem uma
indicação digital, pois vários sensores são usados para a leitura. Já o encoder
incremental é menos tecnológico, mas bastante útil. O equipamento precisa de
manuseio do operador, ele não relembra sua última posição, é necessária
mais atenção quanto ao uso (CHAGAS, 2017).
2.3.2 Arduino
2Opensource pode ser traduzido como código aberto e se refere ao software que é livre para ser
utilizado e estudado ou melhorado por qualquer pessoa.
18
Fonte: (ARDUINO)
chama sketch, e todo sketch deve ter uma função setup que é executada sempre que
o Arduino é submetido a uma inicialização e uma função loop que é executada
repetidas vezes, indefinidamente. Isto é, após a execução de todas as instruções, ela
volta a ser executada (MONK, 2015).
Fonte: (ARDUINO)
App Inventor for Android é uma linguagem visual de programação para a criação de
aplicativos para dispositivos móveis baseados em Android, desenvolvida
conjuntamente pelo Google e MIT. O App Inventor possui um ambiente de
desenvolvimento baseado em blocos, entretanto, seu diferencial consiste em
possibilitar aos usuários criar aplicações que incorporem serviços baseados na web,
interação com redes sociais, leitura de códigos de barra, interação com sensores de
3 Bluetooth é uma especificação industrial para Personal Area Networks (PANs), também conhecido
como IEEE 802.15.1 que provê uma forma de conectar e trocar informações entre dispositivos como
PDAs, telefones celulares, laptops, PCs, impressoras, câmeras digitais dentre outros, através de
freqüência de rádio de curto alcance, segura, de baixo custo e globalmente disponível (SIQUEIRA,
2006).
20
Já KRUGER (2009) realiza uma série ensaios de impacto Charpy utilizando a máquina
instrumentada anteriormente para determinar e avaliar a tenacidade à fratura dinâmica
do aço AISI 4340 sob várias condições metalúrgicas obtidas através de tratamentos
térmicos de têmpera e revenimento em várias temperaturas. O objetivo foi comprovar
se o sinal obtido no ensaio de impacto era realmente representativo do fenômeno de
fratura, comparando o resultado com curvas características força-deslocamento
classificadas pela norma ISO (Figura 9), concluindo-se que foram bons indicativos de
que o sistema de medida empregado na instrumentação da máquina Charpy permitem
monitorar satisfatoriamente o processo de fratura.
dos elementos citados afeta os resultados esperados, e propõe que talvez seja
possível elaborar uma máquina de ensaio Charpy instrumentado que seja
superamortecida, capaz de criar o mínimo de interferências no sinal amostrado. Esta
linha de pesquisa baseando-se na norma ISO 14556 detecta resultados referentes à
fratura dos corpos de prova através da análise do comportamento dos materiais diante
do impacto. Como o objetivo deste trabalho é determinar a tenacidade do material,
outros métodos de instrumentação foram analisados visando o estudo apenas desta
variável.
3 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão da bibliografia para buscar os conceitos necessários para
entender o funcionamento de uma máquina Charpy. A partir do resultado desse
estudo foi possível identificar os elementos que compõem a máquina (Figura 10 e
Quadro 1) bem como as normas que padronizam seu funcionamento.
Além disso foram estudados na literatura artigos que descrevem como pode ser feita
a coleta dos dados dos ensaios para instrumentação da máquina. Dessa forma foi
possível selecionar o método que o grupo concluiu ser o mais eficaz para o trabalho,
assim como os componentes eletrônicos necessários para a coleta e a forma de
apresentar os resultados.
Figura 11 - Encoder Incremental RSI 501 fabricado pela empresa Leine & Linde
𝜋×d×γ
𝐴𝑐𝑢𝑡𝑒𝑙𝑜 = × 𝑐 (1)
360°
Onde:
Segundo a norma ABNT NBR ISO 148-2 (ABNT, 2013), o ângulo do cutelo
correspondente ao prolongamento do triângulo a partir da base deve ser 30º e a
largura 18 mm mostrado na Figura 13a, enquanto o raio da aresta do cutelo 2 mm,
conforme observado Figura 13b. A altura do cutelo é encontrada por meio da Equação
(2).
𝐶 = 𝐻 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐵
𝐵 = 𝐻 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 ∴ 𝐻 =
𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐵 × 𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐶=
𝑠𝑒𝑛𝛼
𝐵 × 𝑐𝑜𝑠𝜃
ℎ𝑐𝑢𝑡𝑒𝑙𝑜 = 𝑟𝑎𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑢𝑡𝑒𝑙𝑜 + (2)
𝑠𝑒𝑛𝜃
Fonte: (a) (CHITOLINA, ANTON e SEVERO, 2013); (b) Modificado de (ALMEIDA e SILVA, 2015)
27
Segundo ABNT NBR ISO 148-2 (ABNT, 2013), o centro de percussão é o ponto em
um corpo no qual, em um golpe, a ação percussiva é a mesma, como se toda a massa
do corpo estivesse concentrada nesse ponto. Esta norma diz que a distância (𝐿1) do
centro de percussão ao eixo de rotação é calculada através da Equação (3) abaixo:
𝑣2
𝐿1 = 2𝑔(1−𝑐𝑜𝑠𝛼) (3)
Onde:
α - ângulo de queda
3.1.3 Martelo
Ainda conforme a norma ABNT NBR ISO 148-2 (ABNT, 2013), a energia potencial
𝐾𝑝 é a diferença entre a energia potencial do pêndulo antes de seu lançamento para
o ensaio de impacto e a energia potencial do pêndulo na posição de impacto e pode
ser calculada através da Equação (4) e a geometria do martelo que será escolhida
para o projeto está representada na Figura 14.
𝐾𝑝
𝐾𝑝 = 𝑀 × (1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) = 𝑚𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 × 𝑔 × 𝐿1 × (1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) ∴ 𝑚𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 = (4)
𝑔×𝐼1×(1−𝑐𝑜𝑠𝛼)
Onde:
COLLINS (2017) afirma que para se determinar o material para a construção do cutelo
é necessário conhecer a tensão que a área do cutelo estará sofrendo no momento do
impacto contra o corpo de prova e para isso deve-se encontrar a altura da queda (h),
a deformação estática 𝛿𝑒𝑠𝑡 , o fator de impacto 𝐹𝑒 e a força de impacto 𝐹𝑖 .
𝑣2
ℎ = 2×𝑔 (5)
𝑃𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 ×𝑙𝑐𝑢𝑡𝑒𝑙𝑜
𝛿𝑒𝑠𝑡 = (6)
𝐴𝑐𝑢𝑡𝑒𝑙𝑜 ×𝐸𝑎ç𝑜
2ℎ
𝐹𝑒 = 1 + √1 + 𝛿 (7)
𝑒𝑠𝑡
Fi = Pmartelo × Fe (8)
A tensão sofrida pelo cutelo na sua extremidade é a razão entre a força de impacto
pela área do cutelo, apontada pela Equação (9).
Fi
σmartelo = A (9)
cutelo
Segundo CHITOLINA e ANTON (2013) a Equação (9) pode ser reorganizada como
na Equação (10) para calcular a força de impacto do cutelo sobre o corpo de prova.
Essa força de impacto no centro do corpo de prova gera um momento fletor, que é
distribuído pelo corpo (BEER, JOHNSTON JR, et al., 2015), como mostrado Figura 15
e calculado pela Equação (11).
29
𝐹𝑖 ×𝐿𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝑀= 4
(11)
Segundo BEER, JOHNSTON JR, et al. (2015), a tensão máxima que o cutelo exerce
sobre o corpo de prova pode ser calculada pela Equação (13), e depende do cálculo
da inércia na seção transversal do corpo, conforme Equação (12).
𝑎×𝑏 3
𝐼= (12)
12
𝑀×𝑐
𝜎𝑚𝑎𝑥 = (13)
𝐼
HALLIDAY, RESNICK e KRANE (2017) afirmam que a massa da haste pode ser
calculada usando a Equação (14).
𝑎×𝑏 3
𝐼ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 = (15)
12
3
𝑃ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 ×𝑙ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒
𝛿𝑒𝑠𝑡 = (16)
48×𝐸×𝐼ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒
𝛿𝑒𝑠𝑡 ×𝑣 2
𝛿=√ (17)
𝑔
𝑣2
𝐹𝑖 = 𝑃ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 × √𝑔×𝛿 (18)
𝑒𝑠𝑡
𝐹𝑖
𝜎ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 = 𝐴 (19)
ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒
𝑎×𝑏 3
𝐼𝑥 = (21)
12
Segundo HIBBELER (2012) a tensão crítica para uma coluna é a tensão que a coluna
suporta imediatamente antes da flambagem e é calculada pela Equação (22).
𝜋 2 ×𝐸×𝐼𝑥
𝜎𝑐𝑟 = (22)
𝐾2 ×𝐿2 ×𝐴𝑠𝑡
A tensão máxima suportada pela coluna é calculada pela Equação (23) (NORTON,
2013).
3 32×𝑀
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = √𝜋×𝜎 × 𝐹𝑆 (24)
𝑎𝑑𝑚
3.1.8 Batentes
Para dimensionar a área dos batentes que receberá o impacto do corpo de prova,
utiliza-se a Equação (25).
𝐹𝑖
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (25)
𝐴𝑏𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒
3.1.9 Base
Para colher os sinais enviados pelo encoder é necessário usar um divisor de tensão
entre as saídas 3 e 4 deste, pois variam entre 0 e 9 V, e as entradas digitais do
Arduino, cujas tensões devem ser menores ou iguais a 3.3 V, para não o comprometer,
visto que esta é a tensão limite recomendada. Estas ligações estão marcadas em
vermelho na Figura 17.
32
Primeiramente deve ser garantido que a massa da fundação não seja inferior a 40
vezes aquela do pêndulo. Para isso, os parafusos de fixação devem ser
dimensionados para garantir este arranjo. Deve-se assegurar que a máquina não está
sujeita a vibrações externas transmitidas pela fundação no momento do ensaio de
impacto e que o plano horizontal deve estar dentro de 2/1000 de tolerância entre a
base e a superfície instalada a partir de um recipiente de água colocado no quadro da
máquina. É recomendado que a massa da base seja pelo menos 12 vezes maior que
do pêndulo (ABNT, 2013).
33
Entre os batentes é usado um gabarito para garantir a distância definida entre ambos.
O eixo de rotação do pêndulo deve ser paralelo ao plano de referência entre as
colunas e o plano de oscilação do pêndulo deve ser 90 °C para o eixo de rotação e
um gabarito é utilizado para o alinhamento (ABNT, 2013).
Além disso, é necessário calibrar o ponto 0 do encoder para precisão dos dados
recebidos pelo circuito eletrônico através de diversos lançamentos do martelo até
encontrar o ponto mais próximo para evitar dados contaminados.
34
4 RESULTADOS OBTIDOS
4.1 Projeto e Fabricação da Máquina
Entradas Valor
Comprimento do Cutelo 30 mm
Diâmetro da Extremidade do Cutelo 4 mm
Velocidade de Impacto 5,5 m/s
Energia Esperada 150 J
Ângulo de Queda 160°
Fonte: (CARMO, OLIVEIRA, et al., 2019)
AISI/SAE
Cutelo - 30x18x30
4340
Haste
SAE 1020 9,57 60x25,4x740
Pendular
A fabricação do martelo (Figura 20) foi realizada a partir do aço SAE 1020, que possui
um peso específico de 7,85 g/cm³ (CALLISTER e RETHWISCK, 2018). A partir da
equação 4 foi encontrada a massa necessária para o martelo romper o corpo de prova
e então foi definida, a partir de um estudo na literatura, a geometria e dimensões
capazes de fornecer ao martelo tal massa, atendendo o requisito calculado.
Segundo BUDYNAS e NISBETT (2016), muitos eixos são feitos de aço de baixo
carbono, estirado a frio ou laminado a quente, portanto o aço escolhido para a
máquina será o SAE 1045, que atende a estes requisitos. O diâmetro mínimo para
suportar o peso foi 30,16 mm sendo, portanto, fabricado o eixo nesta medida.
38
De acordo com a norma ABNT NBR ISO 148-2 (ABNT, 2013), os planos contendo as
superfícies de apoio e os batentes (Figura 24) devem ser paralelos e não podem
exceder 0,1 mm. Os planos entre ambos devem ser 90º ± 0,1º um em relação ao
outro. A distância entre os batentes deve ser 40 mm e o ângulo de inclinação 11º ±
0,1º. Cada batente foi fabricado como uma única peça do aço SAE 1045, com aresta
da área quadrada que recebe o impacto do corpo de prova calculada em 23 mm.
39
A norma ABNT NBR ISO 148-2 (ABNT, 2013) recomenda que a massa da base
(Figura 25) da estrutura da máquina seja pelo menos 12 vezes maior que a do
pêndulo. Portanto, a base deverá ter ao menos 240 Kg. A base quadrada será
fabricada em concreto, cujo peso específico é 2,4 g/cm³ (CALLISTER e RETHWISCK,
2018). Com a altura será estipulada em 100 mm, o comprimento dos lados da base
foi calculado em 83 cm.
Para sustentação do pêndulo foi fabricado um sistema de travas com calibrada para
o ângulo de queda necessário, dando a posição inicial do ensaio. Para proteção extra
foram colocadas telas em torno da área de movimentação do pêndulo a fim de evitar
acidentes e que materiais não atinjam os envolvidos no ensaio, como mostrado na
Figura 26.
Uma caixa de plástico ABS foi utilizada para instalação da placa visando proteger o
circuito e facilitar a fixação na máquina. Além disso, foi fabricado um suporte para
montagem do encoder no eixo da máquina conforme mostrados na Figura 27.
41
Para acoplar o encoder no eixo da máquina foi realizado um furo no centro do eixo e
mais um para a instalação de um pino utilizado para evitar que o eixo do encoder gire
fora de sintonia com o pêndulo. A Figura 28 mostra a montagem.
Na função setup são apontados os pinos do Arduino que serão utilizados, no caso,
pinos 2 e 3 para comunicação com o encoder e pinos 0 e 1 para interrupções4 vindas
do bluetooth com o intuito de dizer ao Arduino quando é para transmitir e quando é
para receber, como observado na .Figura 30.
4.4 Calibração
4.4.1 Máquina
A máquina foi fixada no chão utilizando quatro parafusos com bitola M30, para garantir
a sua estabilidade. Um copo com água foi colocado na base na máquina e foram
realizados lançamentos livres do pêndulo. Não houve vibrações na água, o que valida
a instalação.
A massa calculada do pêndulo é de 20 Kg, o que implica que a massa da base deveria
ser no mínimo 240 Kg, como recomendado pela norma ABNT NBR ISO 148-2. A base
foi fabricada com 180 Kg com uma altura de 80 mm, considerando a massa do
concreto e das chapas metálicas da base, portanto ficaria abaixo do sugerido. No
entanto, a fixação da máquina na fundação assegurou tais recomendações.
5 Textbox é uma caixa de texto utilizada para exibir os dados enviados pelo programa.
47
Ao posicionar as colunas na base foi usado um gabarito entre os batentes (Figura 37)
para garantir o espaçamento de 40 mm entre eles. Para garantir que o pêndulo atuará
paralelo ao plano de referência entre as colunas e exatamente na metade da distância
entre elas, foi utilizado um segundo gabarito, indicado pela norma ABNT NBR ISO
148-2, para o alinhamento do pêndulo, como observado na Figura 38.
Para certificar que o ângulo de queda está o mais próximo possível do pré-definido,
foram realizados alguns lançamentos para marcar o ângulo de leitura no encoder tanto
no ponto de lançamento do martelo quanto no centro de percussão.
Foi fabricado um gabarito do tamanho de um corpo de prova (Figura 39) para marcar
a posição do centro de percussão. Após a instalação, foi verificado que o encoder
marcou 150º para o ângulo de queda, uma diferença de 10º para o estipulado.
Para corrigir esta diferença foi colocado um calço no sistema de travas a fim de elevar
o ponto de lançamento do pêndulo. Esta abordagem obteve sucesso na compensação
e o ângulo foi corrigido.
Um jogo de corpos de prova foi doado pela empresa Labteste contendo 3 corpos de
provas, que foram utilizados numa sequência de lançamentos para teste e validação
direta da máquina e do projeto eletrônico. No estão os valores calculados em cada
lançamento e na Figura 40 estão as capturas de tela com os valores enviados pelo
bluetooth e mostrados no aplicativo.
49
5 CONCLUSÃO
Foi possível detectar várias dificuldades e desvios do sugerido, às vezes por limitação
técnica, financeira ou tempo. Contudo, as adaptações realizadas pelo grupo no final
tornaram esse projeto satisfatório, visto que a máquina funcionou como projetada.
Do ponto de vista da energia absorvida pelos corpos de prova deste trabalho foi
calculado um valor médio de 135,03 J. Os trabalhos encontrados na literatura
encontraram resultados entre 130 e 149 J e, portanto, torna este valor médio coerente
com outras máquinas.
A precisão desta medida é um desafio a ser superado, pois não são conhecidas as
condições de fabricação dos corpos de prova utilizados neste trabalho, visto que foram
doação sem especificação; ademais, as incertezas comentadas nas seções anteriores
também influenciam nesta tarefa.
O aplicativo pode ser aprimorado, exibindo dados, cálculos e gráficos além dos
desenvolvidos para este trabalho. Também pode ser trabalhado uma maneira mais
eficiente de sincronizar e diminuir a latência entre os sinais enviados pelo bluetooth e
recebidos pelo aplicativo.
6 BIBLIOGRAFIA
ABNT. ABNT NBR ISO 148-2: Materiais metálicos. Rio de Janeiro. 2013.
AÇOS VILLARES. Aços para Beneficiamento. 3ª. ed. São Paulo: [s.n.], 1991. p. 64.
ALMEIDA. Site da HI Tecnologia, 2017. Disponivel em:
<https://www.hitecnologia.com.br/blog/o-que-%C3%A9-encoder-para-que-serve-
como-escolher-como-interfacear/>. Acesso em: 24 maio 2019.
GOMES, T. C. S.; MELO, J. C. B. App Inventor for Android: Uma Nova Possibilidade
para o Ensino de Lógica de Programação. II Congresso Brasileiro de Informática
na Educação, 2013.
KOLBAN, N. Kolban’s book on the ESP8266, 2015. Disponivel em:<. Acesso em:
abril 2016.
MIT. App Inventor for Android. Massachussets Institute of Technology. [S.l.]. 2012.
MONK, S. Programação com Arduino II: Passos avançados com sketches. Série
tekne. ed. [S.l.]: Bookman, 2015.
2ℎ 2×1,54
𝐹𝑒 = 1 + √1 + 𝛿 = 1 + √1 + 7,4810×10−8 = 6,417 × 103 (7)
𝑒𝑠𝑡
𝑣2 5,52
𝐹𝑖 = 𝑃ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 × √ = 3,46817 × 9,81 × √ = 21,219 𝑘𝑁 (18)
𝑔×𝛿𝑒𝑠𝑡 9,81×7,928×10−6
𝐹𝑖 21,219×103
𝜎ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 = = = 32,889 𝑀𝑃𝑎 (19)
𝐴ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 0,0127×0,0508
3 32×𝑀 3 32×(3,468+9,9182)×9,81×0,7948
𝑑𝑒𝑖𝑥𝑜 = √𝜋×𝜎 × 𝐹𝑆 = √ 𝜋×310×106
× 2 = 30,16 × 10−3 𝑚 (24)
𝑎𝑑𝑚
𝐹𝑖 304,87×103
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝐴 ∴ 310 × 106 = 𝑎2
∴ 𝑎 = 23 𝑚𝑚 (25)
𝑏𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒
Figura 43 - Cutelo
Figura 44 - Haste
Figura 45 - Coluna
Figura 46 - Base
Figura 47 - Batente
Figura 48 - Eixo
Figura 51 - Manivela
void setup() {
pinMode(pinButton, INPUT);
pinMode(pinA, INPUT_PULLUP);
pinMode(pinB, INPUT_PULLUP);
attachInterrupt(0,PinA,RISING);
attachInterrupt(1,PinB,RISING);
Serial.begin(9600);
}
void PinA(){
cli();
reading = PIND & 0xC;
if(reading == B00001100 && aFlag) {
encoderPos --;
if(encoderPos == 0) encoderPos = 1000;
bFlag = 0;
aFlag = 0;
}
else if (reading == B00000100) bFlag = 1;
sei();
}
void PinB(){
cli();
63
void loop(){
if(oldEncPos != encoderPos) {
int realVal = map(encoderPos, 0, 1000, -160, 200);
oldEncPos = encoderPos;
leitura = (-1) * realVal;
Serial.flush();
Serial.print((int)leitura);
Serial.print("|");
Serial.print((int)maior);
Serial.print("|");
Serial.println(energia);
}
}
64
Figura 54 - Blocos com tratamentos de erros e lógica do botão que zera as leituras do encoder