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PROTECAO GEM!OR-ENGENHARIA E SERVIGOS LTBA, Como reduzir os tempos dos relés de sobrecorrente temporizar os Fé da sel , com retardos cada vez mai Em consequéncia, nao raro o ultimo ou os ultimos r fonte — acabam ajustados em tempos demasiad: dos equipamentos e aos desejos da concessionaria no que toca a coordena\ istema. O que fazer para reduzir esses tempos? Eliminar alguns degraus ividad itando-se a descoordenacao d yente longos face & suportabilidade té de protecao contra sobrecorrentes de um rico industrial o projetista se vé diante da necessidade inevitavel de ’s conforme se caminha em diregao a fonte. da protecao alguns relés? Visando solucionar esse conflito, o autor propde um método, denominado “instantaneos seletivos”, que garante a cada respec Eng. PAULO FERNANDES COSTA, consultor da Senior Engenharia @ professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais e do CEFET-MG m dos grandes desatios para o engenheiro de protegao é fazer com que 0 sistema de protegdo seja rapido @ ao mesmo tempo seletivo, duas condigdes amiude contraditorias, Nos grandes sistemas eletricos indus- triais, notadamente nos radiais, este problema se apresenta de forma parti- ‘cular, de ver que as barras sucessivas ‘de uma mesma classe de tensao (prin- cipalmente média tensao, com 2,3 kV, 4,16 KV, 6,6 KV, 13,8 KV, etc.) apresen: tam diferencas de curto-circuito muito equenas, © que obriga o engenheiro de prategao a bloquear os elementos instanténeos dos relés em cadeia, na classe de tensao considerada, O resultado final ¢ que os relés tem: porizados mais proximos da fonte fi- ‘cam ajustados em tempos muito gran- des, as vezes inaceitaveis. Particular- mente a interface com a concessiona- ria torna-se diffcl, obrigando, na maio- fia das vezes, aceitar-se a descoorde- inagéo em barras importantes do siste- ‘ma industrial com a intengao de se re- duzir 0 tempo de operacao dos relés. Este artigo trata das condigoes de ajuste dos relés instantaneos nos siste- mas elétricos industriais e mostra co ‘mo se pode contornar o problema do bloqueio dof relés instantaneos ado- tando-se a técnica dos instantaneos 32 seletivos.Esta técnica j4 foi aplicada com sucesso em projeto eletrico in- dustrial de grande porte, INTRODUGAO Do ponto de vista tedrico, todos os serie: R, eR, so K, eK, as rologd dos Tes relés de sobrecorrente deveriam ser instantaneos, pois isto levaria ao maxi- ‘mo beneficio em termos de protecao, ou seja, menor solicitagao térmica dos ‘equipamentos (aumento da vida da isolacao) e, principalmente, melhor prote¢ao das pessoas |aumento da se: ‘guranga pessoal }. Entretanto, em um sistema radial (e mesmo em sistemas fechados através de anéis), se todos os relés fossem ins- tantaneos, determinados curtos-cir- ‘uitos poderiam provocar desligamen- to de um grande numero de disjun- ores, com 0 consequente desligamen- to de grandes blocos ou setores da produgao industrial Naturalmente que esta situagao ¢ in- desejavel e mesmo insustentavel. Dai a necessidade de que alguns relés do sistema sejam temporizados, para que ‘se possa obter a coordenagao da pro- tegdo ou seletividade, minimizando a aralisacao da produgao. Entretanto, se o numero de relés temporizados em cascata (relés em sé rie nas barras do sistema) 6 muito grande, 0s relés mais proximos da fon- te devem ser ajustados em tempos muito elevados, provocando dificulda- des diversas, como: = tempos inaceitaveis (nao compati- veis com a capacidade térmica F tdos ELETRICIDADE MODERNA - Margo, 1987 equipementos); = impasse na seletividade com as con- cessionérias, j@ que para as mesmas @ industria ¢ uma “ponte de carga” , como tal, deve apresentar baixos tempos de operardo da protecdo. Estas consideragdes levam 0 enge- nheiro de protecao @ adotar medidas de redugao dos tempos de operagao, dos relés temporizados. Estas medidas passam pela compreensao de alguns fatos relacionadas ao sistema, relata: dos a seguir. CRITERIOS PARA APLICAGAO DOS RELES INSTANTANEOS: Os elementos instantaneos 56 po- dem ser aplicados em série (ou em "cascata") sob determinadas circuns- tancias, Para entendermos por que ‘considere-se o exemplo da figura 1 (0 curto-circuito na barra 2 possui o mesmo valor que 0 na barra 1, isto 6, entre as barras nao existe impedan- cla consideravel. Como os relés instan- taneos sao sensiveis ao curto-circuito subtransitorio assimetrico, admitindo- se o fator de assimetria K para curto nna barra 1 (o qual sera o mesmo para fa barra 2) segue que para o relé R, nao operar para um curto na barra 1 deve-se ter: Iecat__ Joes x K lajuste R, > = Heese " K K sendo lecat = corrente de curto-cir- cuito subtransitorio assimétrico na barra 1 e lecs = corrente de curto-cit- canoe. RELES apuicaoos eu Fig: 2— Role junto bcarge cuito simétrico. (Ora, para este ajuste nenhum curto nna barra 2 sera detectado, ja que lec barra 2 = Ice barra 1. O ajuste de R, ‘nao tera sentido e dizemos que o relé R, deve ser bloqueado, isto 6, nao deve operar, O rele R, devera ser, pois, do tipo temporizado, coordenando com 0 rele R, instantaneo. Concluimos do exposto que somen: te em alguns casos os relés instantd- neos podem ser ajustados com suces- 50, Estes casos sdo os seguintes: 1.0 ralé 6 o primeiro da cadei 6, 0 mais préximo da carga. Neste caso deve ser verificado se a carga possui alguma corrente transi- toria (corrente de partida de motor, corrente de inrush de transformador e banco de capacitores, etc.). O valor de ajuste deve ser acima da corrente eficaz equivalente ao valor assimétrico isto da corrente de inrush. 'No caso da figura 2, por exemplo, © valor de ajuste do elemento insta taneo deve ser: sendo |, = corrente de partida simetrica; & K = fator de assimetria da corrente de partida (depende da relagéo XR). 2. O rele esta situado em uma barra ‘onde o nivel de curto-circuito ¢ su rior ao da barra do relé com 0 qual coordena. Este caso acontece quando entre as barras de instalacao dos relés existe Uma impedancia limitadora fornecida or uma linha de transmisséo, cabos fongos, transformadores, etc (figura 31 No caso “a” (existéncia de transfor mador), 0 ajuste do relé 150 deve ser: xK 1 Iu» le e)xK unde K_ relagao de transformagao do TC que siimenta o relé 150; KC = fator de assimetria da corrente Is (barra 1). Nocaso "b" (existéncia de uma inna de transmissao, por exempio} onde K e K, tém o mesmo significado anterior, Note-se que no caso "a", admitin- do-se V, 2V, pode-se ter), > iy. Porém. O valor de ly visto da barra 2 sempre ‘t_@ @- © Fig, 3 — Gasos om que o nivel de curto-circuite na barra 2 f superior #0 da barra ELETRICIDADE MODERNA - Margo, 1987 “ituado # montente de Timitador Fig. 4 — Re tum fusiv 33 PROTECAQ. vavones. VALOR 4 CORRENTE! OE ‘cumro-cincyiTo suBrRan. Sirota SIMETRICA QUE 6A os FUSivels feincurro oUe SERIA ALCANGADO SE 0 FU- SiveL nao FOSSE Li rrason ” vaton Unltd | 58 Fig, 5 — Cas menor que histo é erie /Ve) Isto acomtece porque a impedncie do transformador funciona de forma limitente, diferenciando o curio na bar- ret do da barra 2 3. 0 relé esta situado a montante de um fusivel limitador (figura 4. ‘Se 0 curto na barra 1 ¢ limitado & um valor I (valor eficaz), entao o ajuste do rele instantaneo devera ser tal que hauak sendo I= corrente de curto-circuito eficaz lit ‘mitada pelo fusivel; € K. = relagao de transformacao do TC que alimenta o rele. feriticas do fusivellimitador Os fabricantes de fusiveis limitado- res fornecem curvas de limitagao nas ‘quais entrando-se com a corrente de curto-circuito subtransit6ria simetri que efetivamente passa pelo fusivel ‘obtemos 0 valor de pico da corrente limitada pelo mesmo (figura 5A) Nota-se na figura 5B 0 valor de pico limitado pelo fusivel. Este valor de pico deve ser transformado em valor eficaz para ofeito de coordenacao com os re- les. Uma forma bastante sotisfatoria de se proceder 6 considerar a curva dda onda de corrente limitada pelo fusi- vel como de formato triangular. O va- lor eficaz pode entao ser deduzido do valor de pico, empregando-se a defini- {¢a0 de valor eficaz’ ji LIMTRe 1 1 to er onde T = periodo da onda: siruacko (7) QO ove oo2 Feeleeoaat autenacio 94 srrvacio = aos 04 Fig. 7 — Aplicagao d diferencia i. = valor instanténeo da corrente; ley = valor eficaz. Aplicada a onda triangular, segue-se que onde | fusivel valor de pico limitado pelo METODOS CLASSICOS DE REDUCAO DOS TEMPOS DE OPERACAO, 0S RELES TEMPORIZADOS Quando os relés de sobrecorrente nao se enquadram nas situagoes des critas anteriormente, eles devem ser temporizados. Tradicionaimente, a re- ‘ugao dos tempos finais dos reles tem porizados tem sido feita atraves de al- guns artficios aplicados quer na fase de projeto, quer na fase de ajustes dos reles. Na fase de concepcao do sistem: se este detalhe ¢ percebido, pode-se atuar das tres formas seguintes: 1, Evitando-se a existéncia de gran- de numero de subalimentagdes, isto 8, de quadros alimentados por outros quadros (figura 6) Isto de certa forma pode aumentar © custo da instalagao, pela utilizacao de alimentadores mais longos, mas beneficio deve ser considerado. 2 Aplicando'se relés diterenciais de barramento (ou mesmo de alimenta: dores) Isto evita que sejam utilizados relés temporizados protegendo as entradas, Na figura 7, a protecao de sobrecor- rente ¢ toda feita com relés diferenciais = que dispensam, por concep¢ao, re: tardos intencionais para efeito de se. Fig, 6 — Como evitar subalimentag 34 letividade. As dificuldades de aplicagao dese ELETRICIDADE MODERNA - Margo, 1987 Fig, 8 — Substituigao de disjuntores de entrada de barra por seccionadoras sistema se ligam ao custo maior da instalagao e a utilizagdo de reles dife- reneiais especiais para barramento, os ‘quais exigem também criterios espe- Ciais para dimensionamento dos trans~ formadores de corrente para se ade- quar a relagao de transformagao e se evitar saturagao desigual. Nos alimen- tadores, quando longos, pode ser ne: cessaria a utilizagao de relé diferencial a fio piloto, Fs Fig, 9 — Gasos lipieas em que se Pode descoordenar os rele Pelo exposto, nota-se que existem dificuldades técnicas e econdmicas pa ra se aplicar a protecao descrita, pelo que @ mesma tem sido evitada. Entre- tanto, se superadas as dificuldades ee piss. 02 piss ot 1 > FUNGAO ANSI. 51 (elemento temp ‘ERELE, O€ TERRA Gerevé ve tenro @ Te TiPo saweva SINAL DE BLOQUEIO PARA OS RELES DE TEMPO A MONTANTE 4 ae ane 16 FUNGAO ANSI 50(6lemento instantane0) nevé DE TEMPO (0,1 & 0,5 SEG.) +t SINAL DE GLOQUEIO PARA OS RELES DE TEMPO A MONTANTE RELE DE TEMPO (0,1 & 0,5 SEG) siwat 0€ aLooutie 00 rete te Tempo ‘pon wcio 00s neues fh ausante ado) Fig. 10 — Esquema do metodo “instantaneos jetives ELETRICIDADE MODERNA - Margo, 1987 técnicas, seu emprego pode se justi- ficar em ca 30s onde a redugao dos tempos ¢ necessaria. Em determina das subestagoes pode-se efetivamente combinar @ protecao diferencial de barramento com a protegao de sobre: corrente para se obter uma redugdo hho tempo final de operagao dos relés. 3. Suprimindo-se alguns disjuntores de entradas de barras, substituindo-os por secionadoras figura 8) Naturaimente que esta solugao pode ‘empobrecer o sistema de protegao, no ‘que concerne a localizagao do defeito e tempo de reposigao do sistema, pri ipalmente se as barras 1 e 2 forem distantes uma da outa Na fase de ajuste dos relés ou estu: do de seletividade pode-se reduzir os tempos provocando intencionaimente a operagao de dois ou mais disjunto: Fes, isto ¢, descoordenando reles.Os pontos preferidos, entao, devem ser: =o ispositivos de protecao primario fe secundsrio de um mesmo transfor: mator: —‘relés de protegao na origem @ na chegada de alimentadores. Na figura 9, se os relés R, eR, forem descoordenados nao havera perdas de cargas adicionais, sendo entretanto prejudicada a pesquisa do local do de- feito. METODO DOS. “INSTANTANEOS SELETIVOS' Um metodo muito pouco conhecido de diminuir os tempos de operacso dos reles de sobrecorrente tem sido fempregado pelo autor. Este metodo, ‘8 que denominamos instanténeos se- letivos, permite superar de uma forma feconomica as inconvenientes de ou tos métodos, garantindo que pratica- mente todos os relés instantaneos, 20 inves de bloqueados, sejam ativados or ocasiao da fase de ajustedos ‘vies 0u estudo de seletividade. ‘O metodo consisteno seguinte lfigu= ra 10) ‘Ao operar, 0 elemento instantaneo (fungao 50) de um determinado relé deve executar duas agoes: em primeiro lugar, aciona um relé ‘de tempo eletronico com ajuste de 6 2 30 ciclos (0,1 a 0,5 segundo) que, ‘quando nao bloqueado pelo rele 3 ju- Sante, desliga 0 disjuntor respectivo, ‘pds decorrido 0 tempo de ajuste; — em segundo lugar, envia um sinal {sem retardamento) que bloqueia o rele de tempo do relé instantaneo situado '@ montante € com 0 qual deve coor denar. O sistema deve ser aplicado em ce: deia de tal forma que quando ocorre um curto-cireuito dentro da zona de protegao de um determinado rele, o 37 PROTEGAO. elemento instantaneo do mesmo nao @ bloqueado mas bloqueia o relé de tempo imediatamente acima, em dire- {940 & fonte. Assim, no importa o pon- fo em que ocorra 0 curto-circuito, ele sera sempre eliminado de forma ins: tantanea,amenosdo retardo(0,1 a 0,5 8) aplicado ao relé de tempo. inclusive, fa experiéncia revela que esse retardo ‘nunea precisa ser superior a 0,15 s. importante, portanto, ¢ que cada relé lage instantaneamente em sua zona de protegao; eles nao mais ficam subordi nados a temporizagao ditada pela es- cada da seletividade convencional. De- vido 20 tipo de bloqueio praticado, os eles podem ser sempre mantidos em baixos niveis de ajuste Convem observar, como se verifica no esquema da figura 10, que deveré existir um unico relé de tempo pare atender 0s relés de terra e de fase de um determinado disjuntor. Vale notar, também, que o sistema ¢ adotado so: ‘mente para os elementos instantaneos ‘fungao 50); 0s elementos temporiza- {dos (51) atuarao de forma normal. Ou- ‘ro detalhe: a tensao auxiliar para o relé de tempo seré a mesma utilizada ‘no controle dos disjuntores, preferivel- ‘mente em corrente continua CONCLUSAO Pelo exposto anteriormente, con- clui-se que 0 engenheiro de protegao dispoe de recursos para @ redugao dos tempos finais de operagao dos relés de sobrecorrente, devendo atuar prin- cipaimente na fase de concep¢ao do sistema de protegao. Dos métodos apresentados, 0 que denominamos instantaneos seletivos, se implemen- tado adequadamente, pode contribuir do forma econdmica para se lograr os objetivos propostos, pois utiliza relés de sobrecorrente normais, com relés ide tempo de curto retardo acoplados {0s elementos instantaneos. (Os cuidados basicos na aplicacao deste método se prendem ao dimen sionamento correto dos transforms dores de corrente (principalmente on- de existem cabos secundarios longos) © a0 emprego de fusiveis limitadores (onde for obrigatério 0 uso de fusi- veis). ‘Ondo a distancia entre o reld a mon: tante © 0 a jusante for muito longa, inviabilizando 0 envio de sinal de blo- ‘quelo, pode-se utilizar o sistema man- tendo’ relé instantaneo a montante apenas bloqueando o seu antecessor na cadeia de protegdo, Se este ante- cessor pertence a uma subestagao de distribuigao, entao pode-se aplicar nesta o sistema de instantaneos sele- tivos. (0 desenvolvimento de relés instan- taneos ja com a temporizacao interna e contato de recebimento de bloqueio também interno implementaria de for- ma notavel 0 processo. Jd existe pelo menos um fabricante nacional com re: les que facilitam a aplicagao deste pro: cesso, mas somente a nivel de prote- (G80 contra faltas a terra (relés de tem- po definido} a sse trabalho de Paulo Fernandes Costa foi apresentado no Il En- ‘contro Nacional de Instalagoes Eletri as, promovide por "Eletricidade Mo- derna” nos dias 25, 26 e 27 de margo, ‘em So Paulo. Apés a exposigao do autor houve 0 debate que vai a sequir twanscrito. Pergunta — Voce poderia informar ‘algo mais sobre sua experiencia ne aplicagéo do metodo? Resposta — Nos temos tido oportu: nidade de aplicd-lo em alguns siste- mas de grande porte. Por exemplo, o sistema elétrico do compirxo de fosta: to da Petromisa, em Aracaju, Surgipe, foi todo concebido dentro dessa filoso: fia, E conseguimos efetivamente redu- iro tempo final de operagao do ultimo rele, Obtivemos um tempo de opera- {Gao perfeitamente compativel com Suportabilidade térmica dos equipa: ‘mentos ¢ aceito tranquilamente pela concessionaria — a Chest, no caso ‘Alids, © pessoal da Chest com quem tratamos do assunto nos disse ter sido ‘essa a primeira vez que eles viam ume solugdo como essa, a nivel de sistemas industriais. ‘O método pode ser aplicado em sis: temas de 480 V, de 4,16 kV, de 13,8 KV, ete, nas subestagdes mais importan: tes ou em todo o sistema — desde que haja uma efetiva planificagao nesse sentido, Observe que aexisténcia de fusiveis nao atrapaliia o emprego da solugao, desde que os fusiveis sejam efetiva: ‘mente do tipo limitador de corrente. P— Seria possivel aplicar o metodo ‘em sistemas de corrente continua? R— Eu nao tenho experiencia pes: 36 s0al com instalagdes de corrente conti- hua de porte industrial — ou seja,siste mas que apresentam inumeras barras ‘consecutivas, alimentadas em corren- te continua. Mas eu acredito que a so- lugéo possa ser aplicada, sem proble- mas. A duvida que fica seria sobre os sensores de corrente do sistema de corrente continua, Sei que existe tec- nologia nova no campo dos TCs para corrente continua, mas nao seise esse tecnologia esta disponivel no ambito do mercado brasileiro, Desde que voce consiga os TCs para a supervisto da Corrente, ndo vejo problemas no em- prego do metodo. P— A respeito do emprego de relés diferenciais: no caso de utilizé-Io para protecao de barramento, provavel- mente vocé tera de colocar também uma retaguarda com relé de sobrecor- rente, pois, como se sabe, o relé dife- rencial 0 atua para faltas na zona en tre os TCs, Ou seja, ele nao perceberia tum curtorcircuito que ocorresse fora da zona, R— Sem duvida. O que nos exami- namos, durante a exposigao (figura 7), @ apenas uma parte bem reduzida do sistema, um barramento. Normaimen- te voce tera, sim, um relé.de retaguar- da, mas ocorre que esse relé de sobre: corrente vai ter de coordenar com tao poucos relés d sua jusante — ou, even- tualmente, nenhum — que seu tempo de operacao sera bem reduzido. Ou se- Ja: eu poderia ajusta-lo em um tempo perfeitamente aceitavel porque elimi- Fel alguns {ou todos) relés de sobre- corrente a sua jusante. — No metodo apresentado, voce acrescenta um relé de tempo a0 con- junto da protegao. Esse relé ¢ de cor- Tente continua ou de corrente alterna> da? R—Essa é uma pergunta muito inte- ressante, peles questdes implicitas ‘que suscita, e eu vou procurar respon- dé-la de uma forma mais global. ‘A aplicagao da solugao apresentada envolve questoes de confiabilidade, que podem ser divididas basicamente fem duas, Primeira, a confiabilidade do tele de tempo, Se voce usar um relé de tempo de qualidade inferior voce pode realmente estragar toda a cadeia Alias, no projeto da Petromisa, a esco- ha do relé de tempo nos foi muito pe- nosa: tivemos que efetuar uma bateria de testes em uma série de relés. Na @poca, optamos por um relé da Spre- cher & Schuh — cédigo RZ2, se nao ‘me engano —, que era entao ainda im- portado. Isso nao significa que esse fosse ou ainda seja 0 Unico confiavel do mercado. (0 segundo aspecto da confiabilida- de @, com efeito: o da alimentagao de ‘comando desse relé, se em CC ou CA. No complexo da Petromisa foi utiliza- da CC, mesmo porque as condigoes locais e as circunstancias facilitaram ‘essa op¢a0. A instalagao era compac- ta, 08 centros de carga proximos um do outro e isso facilitava 0 envio de sinal de bloqueio. Ademais, como se atava de uma instalagdo de grande porte, havia baterias em muitgs salas ‘Agora, qual seriaa alternativa se nac houver baterias disponiveis ou se seu Uso nao for economicamente justifica~ vel? Nesse caso voce pode usar trips capacitivas — que $40, j@ hoje, dispo- sitivos confiaveis. . ELETRICIDADE MODERNA - Margo, 1987

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