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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

ISABELLE FERRET BADIALI

UMA TV UNIVERSITÁRIA PÚBLICA NA ERA DA CULTURA DA


CONVERGÊNCIA: ESTUDO DE CASO DA EMISSORA TVU RN E A RELAÇÃO
COM A SEGUNDA TELA

NATAL – RN
2018
ISABELLE FERRET BADIALI

UMA TV UNIVERSITÁRIA PÚBLICA NA ERA DA CULTURA DA


CONVERGÊNCIA: ESTUDO DE CASO DA EMISSORA TVU RN E A RELAÇÃO
COM A SEGUNDA TELA

Dissertação de mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em
Processos Institucionais (MPGPI), da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), linha de pesquisa Política
e Gestão Institucional, como requisito
para a obtenção de título de mestre.

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Faustino


Pereira Filho

NATAL – RN
2018
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio,
para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte.
ISABELLE FERRET BADIALI

UMA TV UNIVERSITÁRIA PÚBLICA NA ERA DA CULTURA DA CONVERGÊNCIA


Estudo de caso da emissora TVU RN e a relação com a segunda tela

Dissertação apresentada a Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, como
parte das exigências para a obtenção do
título de mestre.

Natal, ____ de _____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Sebastião Faustino Pereira Filho
presidente

________________________________________
Profa. Dra. Miriam Moema Filgueira Pinheiro
Examinadora Externa ao Programa - DECOM/UFRN

________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Luís Rizzo Dela-Sávia
Examinador Interno – PPGPI/UFRN

________________________________________
Profa. Dra. Laís Karla da Silva Barreto
Examinadora Externa à Instituição – Universidade Potiguar
Dedico este trabalho aos primeiros amigos que fiz na TVU RN,
em 2014, quando eu ainda era bolsista: meu eterno amigo e
mentor, Mário Soares, e minha amiga que sinto tantas
saudades, Bruna Carvalho (in memoriam).
Agradecimentos

Ao professor Sebastião Faustino, por ter orientado o meu projeto, sempre atencioso,
paciente e cheio de boas ideias. Que a vida acadêmica lhe leve sempre a lugares
surpreendentes. Meu muito obrigada!

À professora Miriam Moema (minha eterna e querida professora da Graduação em


Radialismo) e ao professor Sérgio Della-Sávia, por terem me auxiliado na qualificação e
dado a confiança que eu precisava para a continuação deste trabalho; e à professora Laís
Karla pela disponibilidade em estar presente neste momento tão importante.

A todos os professores e professoras do Mestrado em Gestão de Processos Institucionais,


que nos proporcionaram a multidisciplinariedade e a ampliação de nossos desejos por uma
UFRN cada vez melhor.

A todos os colegas do mestrado por terem me dado um novo significado do que é o serviço
público.

Às amigas do mestrado Sandra Abrantes e Marcella Leandro, pelo apoio no momento mais
difícil pelo qual passei. Por serem leveza, carinho e boas vibrações.

A todos que construíram e constroem a TVU RN, e a todos que ainda estão por vir. Que a
chama do amor por nosso local de trabalho nunca se apague, e sim, transborde e
transforme.

A todos os colegas da TVU RN, em especial, aos que me auxiliaram em muitos momentos
desta dissertação: Bruno Moura, Érica Lima, Joana Régis e Taiane Cristina.

Aos amigos que a TVU RN mais uma vez me propiciou, por sempre terem me auxiliado com
muita atenção e carinho, sendo sempre pontos raros de apoio: Rosália Figueiredo, Ariston
Bruno e Petras Furtado.

A todos que acreditam e lutam por uma televisão brasileira pública e de qualidade.

À UFRN, por ter me recebido como aluna em 2005 e ter me ensinado a ser um ser melhor,
profissional e crítico. Agora novamente é minha segunda casa e espero cada vez mais
poder retribuir por tudo que recebo por estar nela.

Aos meus pais, Sérgio Badiali e Leila Ferret Badiali, por terem me dado a oportunidade de
reencarnar e experienciar uma vida ao lado deles e dos meus irmãos. Por serem exemplo
de luta constante, fé e resiliência, dando-me o suporte necessário, apesar de todo o gênio
de guerra e diferenças políticas. Amo vocês!

À minha irmã que leva poesia por onde passa, Michelle Ferret, por ser esperança em
tempos difíceis. Gratidão é o maior elo da nossa eterna união.

Ao meu marido, Jorge Normando, por ser o que é. Por me amar, me aceitar, me incentivar e
auxiliar sempre na minha evolução, desde o nosso encontro em maio de 2006. Só cheguei
até aqui graças ao seu apoio. Te amo.

À toda a minha família que mora no Rio de Janeiro, meus tios e primos, em especial, à
minha dinda, Jandaína Ferret, por ter acreditado que eu me tornaria uma borboleta.
À minha sogra, Dona Neném, ao meu sogro Seu Filgueira (in memoriam), e aos meus
cunhados, Péricles, Juliana e Franklin, por sempre estarem perto, serem minha família.

Aos meus sobrinhos, Pedro, Leon e Anabelle, por serem sempre rotas de fugas para eu não
adultecer. Por me mostrarem que o melhor de mim é ser a tia que sou.

À Zag, Chico, Zinho, Lelê, Dorothy, Madeleine, José e Drax, por serem a minha esperança
de quatro patas.

Aos meus falecidos avós e avôs, Lelé Badiali, Wanda Ferret, Celso Badiali e Odilson Ferret,
por sempre estarem bem pertinho, cuidando de mim, fazendo com que eu nunca esqueça
da minha ancestralidade.

A todos os meus amigos - os que passaram, os que estão ao meu lado e os que ainda virão,
por toda a força e exemplo que são, em especial: Carol, tia Eliana, Fran, Miguel e Leilinha.

Ao médico Gustavo Mendes e ao psicólogo Renoir França, por cuidarem de mim de forma
tão humana e genuína.

Aos meus mentores espirituais e à equipe do Dr. Bezerra de Menezes, por terem me dado
razões para continuar.

E, por fim...a Deus, por todas as concessões permitidas; a Jesus Cristo, por ser o maior
exemplo e cuidado; à Nossa Senhora da Aparecida, por ser ouvido e amor, e a Allan
Kardec, por ter dado voz aos Espíritos Espíritas e, assim, ter possibilitado meu crescimento
pessoal e espiritual.

“Coração é terra que ninguém vê” (Cora Coralina)

Gratidão!
Colapso

Um SOS veio da Antártica


Apagão na informática
É o fim do mundo ou guerra fria
Caos na tecnologia

Ondas solares
Bug no céu
A nuvem foi virando véu
A voz na terra emudeceu
A comunicação morreu

E eu aqui tentando
Morto de pavor
Desconectado
Falar com o meu amor

No apogeu da calamidade
A falta de eletricidade
É um colapso nas corporações
E a impotência das nações
Desnorteados, crentes e ateus
Sem Facebook não encontram Deus
Chora o planeta explode a anarquia
É a vida sem telefonia

E eu aqui tentando
Morto de pavor
Desconectado...

(Erasmo Carlos – 2015)


RESUMO

Este estudo de caso tem como objetivo geral investigar como a TVU RN, enquanto
emissora de televisão pública e local, utiliza os recursos midiáticos e tecnológicos
disponibilizados pela convergência com o ciberespaço (multitelas). Para isso, no
primeiro momento são considerados os seguintes aspectos: história, o modelo de
gestão e a presença digital da emissora a partir de métricas do website e das
plataformas digitais em que a TVU RN se encontra: Facebook, Instagram e
YouTube. No segundo momento da análise do caso, duas unidades de análise da
grade de programação foram escolhidas: os programas Grandes Temas e o TVU
Notícias, ambos transmitidos ao vivo. Foram analisados três episódios de cada
programa compreendendo desde a transmissão broadcast até o uso das
ferramentas digitais, por meio de um roteiro aberto de análise e observação direta.
Por fim, o trabalho apresenta um quadro do caso e possíveis encaminhamentos,
tendo potencial para auxiliar gestores e servidores da TVU RN, além de instituições
de emissoras públicas, em especial, as universitárias das Instituições Públicas de
Ensino Superior (IFES) do país, pois a convergência é uma temática ainda em
ascensão no meio científico, demandando mais estudos. A proposta é refletir sobre
quais soluções podem ser realizadas nos processos institucionais para que o
telespectador reconheça a TVU RN como um canal de televisão de informação,
educação e entretenimento. É preciso reforçar os processos institucionais do serviço
público por meio da inovação para que as TVs universitárias públicas não parem no
tempo, e que consigam resistir por meio da convergência digital, que é necessária e
que se configura cada vez mais como um caminho sem volta.

Palavras-chave: Convergência. Segunda tela. Televisão. TV Universitária. UFRN


ABSTRACT

This case study has as its general objective investigate how the TVU RN, while a
public and local television station, uses media and technological resources available
by the convergency with the cyberspace (multi-screen). For this, in the first moment
are considered the following aspects: the history, its management model and the
digital presence of this television station from the website and digital platforms where
TVU is presented. In the second moment of this case study two units of analysis from
the programming grid were chosen: Grandes Temas and TVU Notícias, both
transmitted live. Were analyzed three episodes of each program comprising since the
broadcasting transmission until the use of digital tools, by an open analysis script and
direct observation. Lastly, the work presents a frame in depth of the case and
possible referrals, having potential to help managers and servers of the TVU RN
Besides public station institutions, specially, the universities and the public
institutions of superior teaching (IFES) from the country , because convergency is a
thematic still rising in the scientific environment , demanding more study. The
proposal is to think about which sollutions can be done in the institutional process in
order to the telespectators recognize the TVU RN as a television channel of
information, education and entertainment. It's needed reinforce the institutional
process of public services by the innovation in order to the public university
televisions don´t stop in the time and resist by digital convergency , which is
necessary and presents more and more as a non-return path.

Keywords: Convergence. Second screen. Television. TV Universitária. UFRN


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Demonstrativo dos principais benefícios da TV digital do site da ONG Seja 52


Digital

Figura 2 – Classificação de categorias e gêneros 61


Figura 3 – Roda dos gêneros da televisão digital interativa 62
Figura 4 – Esquema dos pontos de análise do caso principal do estudo de caso 84
FFigura Figura 5 – Esquema dos pontos de análise das unidades individuais (programas ao vivo) 88
Figura 6 – Esquema dos procedimentos metodológicos deste estudo de caso 89
Figura 7 – Imagem da época com a estrutura do convênio entre UFRN, INPEuuuuuu e 91
Governo do Estado especificando as obrigações de cada instituição
Figura 8 – Marca do projeto, em 1972 92
Figura 9 – Escolas recebiam televisores para recepção do material audiovisual didático 93
Figura 10 – As aulas do SACI com duração diária de 45 minutos eram gravadas em 94
estúdio e simulavam uma sala escolar.
Figura 11 – Bastidores da gravação de uma das aulas de História do Brasil produzidas 95
pelo INPE
Figura 12 – Cidades e número de escolas alcançadas pelo programa 96
Figura 13 – Com a saída do INPE, a TV Universitária passou a funcionar em prédio próprio 97
Figura 14 – Gravação do programa Viajando o Sertão 98
Figura 15 – Sede da TVU RN no ano de 1995. Detalhe para a placa com o nome do 99
Núcleo de Tecnologia Educacional
Figura 16 – Reitor Geraldo dos Santos Queiroz inaugura a sede da TVU RN em 1995 100
Figura 17– Panfleto entregue nos anos 90 pelo setor de marketing da TVU, com as 101
sinopses e horários dos programas
Figura 18 – Organograma da Superintendência de Comunicação da UFRN 104
Figura 19 – Divisão das metas 2018 por veículo da superintendência 107

Figura 20 – Metas direcionadas para a TVU RN 108

Figura 21 – Metas da COMUNICA 108

Figura 22 – Meta de 2016 com objetivo de aumentar número de seguidores nas redes 109
sociais

Figura 23 – Página inicial do site antigo da TVU RN 110

Figura 24 – Página inicial do atual site da TVU RN 111

Figura 25 – Mapa do antigo site da TVU 112

Figura 26 – Página “apresentação” do site antigo da TVU 112


Figura 27 - Página “História” do site antigo da TVU 113

Figura 28 - Página “Cobertura” do site antigo da TVU. Link abria para essa imagem em jpp 113

Figura 29 - Página “Equipe TVU” do site antigo da emissora 114

Figura 30 - Página “Programação” do site antigo da emissora com os programas e dias e 114
horários de exibição
115
Figura 31 – Página “Grade de programação” com um link que direcionava o usuário para o
arquivo em pdf

Figura 32 – Arquivo em formato pdf com a programação semanal da emissora. Conteúdo 115
desatualizado em 2016

Figura 33 – Página “sugestão de pauta” com os e-mails dos programas. 116

Figura 34 – Página “Links” com os endereços online dos parceiros da TVU. Algumas 116
páginas encaminhavam usuário para página de erro

Figura 35 – Ao clicar em “Fale conosco”, o site direcionava usuário para aplicativo externo. 117
Não havia formulário para envio padrão de respostas.

Figura 36 – Cabeçalho e menu do novo site da emissora. 118

Figura 37 – Carrossel de imagens localizado na página inicial do site 119

Figura 38 – Programação local e diária da emissora. No canto inferior direito, usuário é 119
encaminhado para a “Programação semanal”. Setor responsável pelas mudanças:
Programação

Figura 39 – Vídeos em destaque sob responsabilidade dos setores de Jornalismo 120


(esquerda) e da Produção (direita). Abaixo as redes sociais da emissora

Figura 40 – Mapa do antigo site da TVU 120

Figura 41 – Página “Apresentação” do novo site da TVU 121

Figura 42 – Página “Histórico da TVU” do novo site da emissora 122

Figura 43 – Página “Equipe Gestora” do novo site da TVU 123

Figura 44 – Página “Sintonize” do novo site da TVU 123

Figura 45 – Página “Localização” da emissora 124

Figura 46 – Página “Programação” com todos os programas da emissora, dias e horários 125
de exibição, e-mail de quem produz e redes sociais

Figura 47 – Página “Programação Semanal” com dois tipos de acesso: menu superior ou 126
no link contido na área inicial da “Programação local”

Figura 48 – Formulário da página “Sugestão de Pauta” com nome do usuário, telefone, e- 127
mail, programa, sugestão e difícil verificação

Figura 49 – Página “Parceiros” da emissora 128

Figura 50 – Formulário da página “Fale conosco” com nome, e-mail, assunto, mensagem e 129
difícil verificação

Figura 51 – Fluxo de usuários dos países que mais acessam o site 133

Figura 52 - Fluxo de usuários cidades brasileiras e mundiais que mais acessam o site 133

Figura 53 – Gráfico referente ao sexo dos usuários 134

Figura 54 – Divisão dos usuários por categoria idade” 134

Figura 55 - Divisão dos usuários por categoria do dispositivo que mais utiliza 135

Figura 56 – Divisão dos usuários por navegador 135

Figura 57 – Divisão dos usuários por sistema operacional 136

Figura 58 – Visão geral do público-alvo no período de 23 a 29 de julho de 2018 136

Figura 59 – Comparativo entre a visão geral do público-alvo 138

Figura 60 - Comparativo entre a visão geral do público-alvo nos dias 22 e 29 de julho 139

Figura 61 – Horários que os usuários acessam o site da emissora 140

Figura 62 – Dados das páginas mais visualizadas pelos usuários 141

Figura 63 – Origem do tráfego dos usuários do site 141

Figura 64 – Tipos de canais pelos quais os usuários acessam o site no período da coleta 142
de dados

Figura 65 - Tipos de canais pelos quais os usuários acessam o site em período maior do 143
que o coletado

Figura 66 – Tipos de dispositivos (computador ou celular) e tipos de pesquisa 143

Figura 67 – Fluxo de comportamento do usuário do site. 144


Figura 68 - Fluxo de comportamento do usuário do site a partir do acesso pelo Facebook 144
da emissora

Figura 69 – Início da página da TVU RN no Facebook 145

Figura 70 – Total de seguidores da fanpage da emissora no período de janeiro a junho de 145


2018

Figura 71 – Alcance total de pessoas no período de janeiro a junho de 2018. Todos os 146
alcances são orgânicos

Figura 72 – Gráfico dos seguidores líquidos da fanpage 147

Figura 73 - Perfil dos usuários da fanpage: maioria homens com idade entre 25 e 34 anos 148

Figura 74 – Seguidores da fanpage a partir do país, cidade e idioma 148

Figura 75 – Gráfico dos tipos de conteúdo mais acessados pelos usuários da fanpage da 149
emissora

Figura 76 – Menu de acesso aos conteúdos da página 149

Figura 77 – Publicações realizadas no período pesquisado: janeiro a junho de 2018 150

Figura 78 – Tipo de conteúdo, alcance médio e envolvimento médio da fanpage 151

Figura 79 – Publicação de maior alcance do período pesquisado 151

Figura 80 – Mensagem de telespectador enviada por “inbox” e não respondida 152

Figura 81 - Mensagem de telespectador enviada por “inbox” e não respondida 153

Figura 82 – Comentários sem feedback 153

Figura 83 – Nenhuma enquete foi realizada durante o período pesquisado 154

Figura 84 - Nenhum evento foi publicado durante o período pesquisado 154

Figura 85 – Única avaliação da página durante o período pesquisado 155

Figura 86 – Início do perfil da emissora no Instagram 156

Figura 87 – Quantidade total de publicações realizadas durante o período pesquisado 157

Figura 88 – Quantidade de publicações diárias no Instagram da emissora durante o 158


período pesquisado
Figura 89– Número de curtidas em cada publicação realizada entre agosto e dezembro de 158
2018

Figura 90 – Publicações com comentários durante o período pesquisado 159

Figura 91 – Tipos de material publicado entre janeiro e junho de 2018 159

Figura 92 – Hashtags colocadas nas postagens analisadas 160


Figura 93 – Início do canal da emissora no YouTube 160
Figura 94 – Playlists do canal da emissora na rede social 161
Figura 95 – Materiais com o maior número de visualizações 162
Figura 96 – Qualidade máxima na qual material do Cena Potiguar pode ser assistido pelo 163
usuário
Figura 97 – Blocos inteiros de programas como o Tela Rural e com títulos pouco atrativos 163
Figura 98 – Publicação sem descrição do produto 164
Figura 99 – Final do material publicado não encaminha para o Bloco 2, mas sim, para 164
outro vídeo de outro canal
Figura 100 – Materiais sem miniatura inicial atrativa, padronizada e elaborada 165
Figura 101 – Início da fanpage do programa Grandes Temas 166

Figura 102 – Playlist do programa no YouTube da TVU RN 166

Figura 103 – Fanpage do TVU Notícias 171

Figura 104 – Perfil do Instagram do programa 172

Figura 105 – Playlist do programa no canal do YouTube da emissora 172

Figura 106 - Resumo de quais redes sociais digitais são utilizadas pela emissora e pelos 178
programas
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - perfil das produções internas da TVU RN 76


Quadro 2 – Características das unidades de análise 82
Quadro 3 – Modelo após a coleta de dados 86
Quadro 4 – Competências dos setores da TVU RN 105

Quadro 5 – Metas 2018 da Superintendência de Comunicação da UFRN 107

Quadro 6 – Comparativo entre o site antigo e o atual site da TVU RN 130

Quadro 7 – Programas exibidos no primeiro semestre de 2018 167

Quadro 8 – Dados coletados em 3 de agosto de 2018 170u


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 18

2. TV EM TRANSFORMAÇÃO 23
2.1 Histórico da TV no Brasil e no Rio grande do Norte 26
2.1.1 Imagem, movimento e som: o nascimento da TV 27
2.1.2 Está no ar a televisão do Brasil: anos 1950 30
2.1.3 A TV fica mais acessível: anos 1960 34
2.1.4 TV colorida e a chegada da primeira televisão do RN: anos 1970 39
2.1.5 TV comercial chega ao RN: anos 1980 42
2.1.6 A TV por assinatura e a lei do Cabo: anos 1990 44
2.1.7 Do analógico ao digital: anos 2000 e anos 2010 48
2.2 TV digital: desafios e o futuro interativo que ainda não chegou 50

3. IDENTIDADE DAS EMISSORAS: PROGRAMAÇÃO E PRODUTOS 55


3.1 Programação 55
3.2 Produtos: categoria, gênero e formatos 59

4. CULTURA DA CONVERGÊNCIA: QUANDO O CIBERESPAÇO 64


INVADE O COTIDIANO E A TELEVISÃO
4.1 A televisão universitária e a inovação no serviço público 69

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 72
5.1 O caso principal: a TVU RN 75
5.2 Unidades múltiplas de análise: a escolha dos programas 81
5.3 Processo de construção do método deste estudo de caso 83

6. O ESTUDO DE CASO 90

6.1 História da TV Universitária do Rio Grande do Norte 90


6.2 Atual modelo de gestão 102
6.2.1 COMUNICA: metas 2018 e a convergência 106
6.3 Presença online da TVU RN 109
6.3.1 Análise do site 109
6.3.1.1 O usuário do site: Google Analytics 131
6.3.1.2 Métricas do site da TVU RN: 23 a 29 de julho de 2018 132
6.3.2 Facebook da emissora 144
6.3.3 Instagram da emissora 155
6.3.4 YouTube da emissora 160
6.4 Análise das subunidades 165
6.4.1 Programa Grandes Temas 164
6.4.1.1 Análise das exibições do Grandes Temas 165
6.4.2 Programa TVU Notícias 170
6.4.2.1 Análise das exibições do TVU Notícias 172
6.5 Relatório final do caso 174
6.6 Encaminhamentos 178

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 181

REFERÊNCIAS 183

APÊNDICES 189

APÊNCICE A – ROTEIRO ABERTO DE ANÁLISE INDIVIDUAL 189


DOS EPISÓDIOS DOS PROGRAMAS (UNIDADES DE ANÁLISE)

APÊNDICE B – PUBLICAÇÕES DO INSTAGRAM DA TVU: 195


PERÍODO AGOSTO A DEZEMBRO DE 2017

APÊNDICE C – GRANDES TEMAS: COLETA DE DADOS 199

APÊNDICE D – TVU NOTÍCIAS: COLETA DE DADOS 211

ANEXOS 223

ANEXO A – DECRETO 71.464 DE 1º DE DEZEMBRO DE 1972 223

ANEXO B – REPORTAGEM DE 1973 DO “O ESTADO DE S. 226


PAULO”: AS DÚVIDAS E OS MISTÉRIOS DO PROJETO SACI

ANEXO C – MATÉRIA DE 1975 DO “JORNAL DO BRASIL”:


GEISEL E NEY BRAGA VÃO A NATAL INSPECIONAR PROJETO 227
SACI NA ÁREA DA TELEDUCAÇÃO

ANEXO D – JUSTIFICATIVA DO PROJETO “JORNAL DA


EDUCAÇÃO” 228

ANEXO E – OFÍCIO Nº 097/89 – DG: SOLICITAÇÃO DE


RECURSOS 230

ANEXO F – REGIMENTO INTERNO DA SUPERINTENDÊNCIA DE


COMUNICAÇÃO 232
18

1 INTRODUÇÃO

O romantismo paira sobre a áurea das emissoras de televisão universitárias


públicas no Brasil. Primeiro por muitos pesquisadores acreditarem que por essas
emissoras estarem relacionadas com Instituições Públicas de Ensino Superior (IES),
estaduais ou federais, sempre estarão atreladas a um baixo orçamento e funções
coadjuvantes, o que pode justificar a não preocupação da gestão pela audiência e
ao não investimento em produções novas e diversificadas. Segundo, por serem
públicas, é quase unânime a crença de que precisam seguir uma dependência
ideológica vista muitas vezes em produções de caráter exclusivamente institucional
e educativo sem grandes inovações. Por compreendermos complexidade em que se
encontram as emissoras de televisão públicas, a reorganização e o pensamento
crítico sobre os processos institucionais tornam-se cada vez mais fundamentais, pois
assuntos urgentes como a convergência digital precisam ser levados em
consideração para que essas emissoras sobrevivam. Com a TV Digital e o maior
acesso da população brasileira à internet, as emissoras de televisão Universitárias
públicas do país carecem de renovação, como é o caso da TV Universitária do Rio
Grande do Norte, a primeira emissora do estado.
A TVU RN tem uma importância histórica tanto no campo da Comunicação
quanto no campo da Educação, quando chegou a transmitir via satélite, em meados
dos anos 1970, aulas à distância para escolas do ensino fundamental básico e
público. Hoje, a emissora transmite a programação em sinal aberto e está localizada
fisicamente no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a
UFRN, em Natal. Completou no ano de 2017 exatos 45 anos, percorrendo ao longo
desse tempo diversas fases, que contribuíram para aquilo que é o seu atual
momento institucional.
Desde 2016 a TVU RN encontra-se em um processo de retomada da grade
de programação e de um caminhar aparentemente brando e sem planejamento para
as questões urgentes oriundas da tecnologia digital. Apesar de ser novamente a
pioneira como a primeira emissora federal a ter um canal aberto digital, a TVU RN
ainda passa por dificuldades em manter o funcionamento do sinal e, na internet, a
emissora está “presencialmente” no site e nos perfis nas redes sociais: Facebook,
YouTube e Instagram, não possui aplicativo e não transmite a programação online.
A problemática deste trabalho surgiu quando nos deparamos com um
19

desconhecimento por parte da população sobre qual programação é transmitida pela


emissora, fator que vai além dos horários de exibição e diz respeito pincipalmente a
uma identidade que não é reconhecida. Algumas pessoas também desconhecem
que a TVU é a primeira emissora do RN. Toda essa percepção oriunda de uma
observação de alguns anos leva-nos à hipótese de que a divulgação da emissora é
realizada de maneira aleatória e sem a utilização de ferramentas online, que são
fundamentais hoje para qualquer empresa, de diversos ramos de atividade, ainda
mais quando se trata de uma emissora que não consegue transmitir o sinal para
todo o Rio Grande do Norte. Mesmo sendo a TV Universitária do RN uma emissora
pública e educativa financiada por recursos da própria UFRN, ou seja, com
concessão do sinal para exploração sem fins lucrativos, acredita-se que ela está
também inserida em uma lógica de mercado que reforça que:

Uma emissora é, ao mesmo tempo, uma empresa, regida por uma lógica
econômica; uma instituição, voltada a missões no espaço público; e uma
marca, em concorrência com outras emissoras, via seus programas e
programação. (JOST, 2007, p.89-90).

O interesse pela tessitura deste objeto de pesquisa se deu devido a atuação


da pesquisadora dentro da emissora. O cargo de Programador de Rádio e TV,
inserido no setor de Programação, está presentemente limitado a uma configuração
já estabelecida por uma outra geração de profissionais e repassada aos que
chegaram recentemente, no ano de 2016. As dificuldades em modificar fluxos
ultrapassados, ineficientes, que não condizem com a real capacidade de atuação do
setor é a principal justificativa pessoal da pesquisadora. A experiência e a tentativa
de melhoria dos processos institucionais parecem ir mais além do que os interesses
acadêmicos sobre o trabalho de um setor responsável pela programação em uma
televisão universitária pública do país. É como se a pesquisa acadêmica, inserida
em um mestrado profissional, de certa forma, venha a ser um instrumento
colaborativo para nossa atuação (aqui incluo os colegas de trabalho que estão direta
e indiretamente ligados as atividades da emissora) dentro desse contexto específico
de trabalho, ampliando as perspectivas profissionais, pois as críticas e as sugestões
de melhoria são tentativas complexas desde a minha posse, em 21 de janeiro de
2016.
Além disso, justifico a escolha pessoal não somente pelo aspecto da
experiência, como também, pela afinidade com o objeto e a curiosidade acadêmica
sobre o assunto, este que é do meu interesse desde quando iniciei o curso de
20

Radialismo, na UFRN, no ano de 2005, época em que pouco falávamos sobre


televisão pública ou sobre as novas tecnologias digitais, e quando realizei a pós-
graduação em Gestão da Comunicação e Mídias Digitais. Ademais, o que também
motivou fortemente a escolha por este objeto e confirmou a certeza em realizá-lo foi
um “encontro” virtual que tive com um diagnóstico realizado no ano de 2012, em um
momento considerado pela Superintendência de Comunicação como de “migração
digital”, e enviado por um dos servidores da época à chefia da emissora por e-mail
no dia 8 de fevereiro. O documento possibilitou a certeza das hipóteses que eu havia
levantado desde a minha chegada na instituição. Percebe-se que nos últimos cinco
anos, os serviços prestados pelo setor de Programação da TVU RN, por exemplo,
são os mesmos dos atuais, e igualmente os pensamentos do que é necessário para
o ideal funcionamento, limitando as práticas e os avanços imprescindíveis para a
emissora. A convergência digital ainda parece ser um assunto de pouca importância
como um meio para avanços institucionais.
Institucionalmente, estamos tratando de uma das primeiras emissoras
Universitárias do país e da primeira a ter a concessão de um canal digital. O
pioneirismo da TVU RN é intrínseco a história dela e pensar na televisão pública é
tarefa difícil por diversas questões, estas que perpassam por toda uma manutenção
tecnológica, de pessoal e gerencial que são dispendiosas para a administração
pública. O mestrado profissional nos possibilita essa visão institucional fundamental
para que possamos refletir sobre nossas práticas e reforçar os motivos de
sustentação de uma emissora de televisão implantada em um contexto de uma
universidade pública brasileira. Esta análise é um ponto dentro de uma imensidão
complexa chamada TVU RN, ainda assim, significativo, atual e urgente para o
amadurecimento da cultura organizacional.
Academicamente, pode-se dizer que a televisão é objeto de estudo há muitos
anos no Brasil e no mundo, entretanto, podemos aferir, após levantamento
bibliográfico, que o interesse pelas emissoras de televisão Universitárias é recente e
se restringe a um grupo específico de pesquisadores, que geralmente realizam
porque estão ligados a estas emissoras enquanto parte integrante dos processos ou
a tratam nos estudos pelo olhar da Educação, analisando principalmente as
produções e os conteúdos. Souza e Rebouças (2015) em “O estado da arte da
pesquisa sobre TV Universitária” nos apresenta essa realidade a partir de um
levantamento realizado no Portal de Periódicos da Capes e nos Anais do Congresso
21

Intercom. A pesquisadora selecionou trinta trabalhos acadêmicos, entre teses,


dissertações e artigos, que abordam sobre TV Universitária, constatando que há
poucos estudos sobre o objeto, além de haver:
[...] uma recorrente confusão conceitual sobre ele; 3) as pesquisas
existentes estão restritas a fóruns específicos e a poucos pesquisadores,
que se repetem nas referências, além de, muitas vezes, serem funcionários
e/ou coordenadores das TVs em estudo. É possível inferir, portanto, que há
um paradoxo: a Universidade - locus da pesquisa e construção de
conhecimento - não reflete sobre a TV que produz. (SOUZA; REBOUÇAS,
2015, p.1)

Além do mais, os estudos sobre as mídias analógicas nessa entrada “forçada”


em um mundo com transmissão e recepção digital, que potencializa uma cultura
participativa, convergente, interativa, em um contexto de inovação, também são
recentes. Daí a importância de pensarmos nessa televisão local, com recursos
públicos e fortalecida por uma cultura institucional instituída e inserida em um tempo
histórico dinâmico. Por essa escolha e pelo entendimento que “a própria academia
não reflete cientificamente sobre a televisão que produz” (SOUZA, 2016, p.28),
compreendemos que esta pesquisa tem potencial para auxiliar gestores, servidores
e instituições de emissoras públicas, em especial, as Universitárias do país (apesar
de que não há uma unanimidade ao compará-las na maneira como surgiram, são
geridas ou estruturadas).
Este trabalho é um Estudo de Caso (Yin, 2015), que tem como objetivo geral
Investigar como a TVU RN, enquanto emissora de televisão pública e local, aos
seus 45 anos de existência, utiliza os recursos midiáticos e tecnológicos
disponíveis pela convergência com a segunda tela (internet). Elegemos como
objetivos específicos: Compreender a TVU RN a partir da história da emissora e o
modelo de gestão, incluindo a identidade, programação e produção da emissora;
Discutir sobre a importância da cultura da convergência em um período de
abarcamento da segunda tela no cotidiano dos telespectadores brasileiros,
abrangendo a importância do fenômeno para a TVU RN; e, Explicar a inovação no
serviço público como um caminho possível para o crescimento da presença digital
da emissora potiguar a partir da melhoria dos processos institucionais.

Para a compreensão do problema proposto e dos objetivos, este estudo de


caso está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo intitulado “TV em
transformação” aborda primeiramente sobre o atual processo em que a televisão
mundial está passando devido as novas tecnologias de comunicação e a internet. O
22

principal argumento é que a mídia tradicional – ainda a mais usada no Brasil,


converge e não desaparece, reforçando a maneira como transmite os conteúdos e a
relação com o telespectador. Além da história da tradicional mídia no país, aborda-
se sobre a TV Digital enquanto uma tecnologia em construção e que ainda não é o
que querem que ela seja: interativa, tornando as plataformas de redes sociais
ferramentas mais usuais para telespectadores e produtores. Finalizamos o segundo
capítulo apresentando a cultura da convergência como o caminho atual mais
executável para as mídias tradicionais, e o ciberespaço (Levy, 2009) como estímulo
para a cultura participativa e a interatividade.
O segundo capítulo fala que a transmissão televisiva parte fundamentalmente
quando uma emissora reforça a identidade a partir do que é de fato uma televisão -
mesmo em tempos de segunda tela: programação e produtos, elementos que foram
estabelecidos desde o ano de 1950 no Brasil.
No terceiro capítulo, adentramos na cultura da convergência e sobre a
importância das televisões universitárias no Brasil, tendo a inovação no serviço
público como um caminho possível com a utilização dos recursos gratuitos
disponíveis pela cultura da convergência para a divulgação do conteúdo e
participação efetiva dos telespectadores no campo público.
No quarto capítulo, descrevemos os procedimentos metodológicos, em que
apresentamos a escolha pelo estudo de caso único/combinado, integrado, com
múltiplas unidades de análise (Gray, 2012; Yin, 2003) por ser uma metodologia
(Creswell,2014; Yin, 2015) capaz de responder a problemática. Optamos por uma
análise da unidade principal, a TVU RN, e duas unidades subunidades (seguindo a
lógica da replicação, não de amostragem): os programas ao vivo, Grandes Temas e
TVU Notícias.
A análise do caso principal foi realizada a partir do histórico, contexto, modelo
de gestão, organograma, análise do site e das redes sociais da emissora
universitária pública. Depois, partimos para cada unidade individual de análise – os
programas, em que analisamos três episódios de cada produção a partir de um
roteiro aberto de análise e observação direta. Após o relatório individual do Grandes
Temas e do TVU Notícias, classificamos e interpretamos os dados para a criação da
representação e visualização dos dados do caso principal, para assim concluir o
trabalho com o relatório final do caso e encaminhamentos, fechando dessa maneira
o último capítulo desta dissertação.
23

2 TV EM TRANSFORMAÇÃO

A televisão é um dos meios de comunicação mais tradicionais do mundo,


tendo sua formulação pensada desde o início do século XX por países
hegemônicos. Hoje, a mídia está em quase todas as partes do planeta, dos países
mais pobres aos mais ricos, de culturas diferentes, sendo utilizada para diversos
fins. Por isso, cada localidade define um tipo de uso para a televisão, sendo essas
questões não determinadas mais por espaços geográficos, visto que, muitos
conteúdos produzidos e formatos de programas são exportados, copiados e
assistidos em diversas línguas. Os produtos culturais televisivos caminham por
diversas regiões, em frequências dispares, transformando e reformulando
diariamente o que conhecemos há setenta anos como TV. Porém, as
transformações não surgem apenas por uma questão natural de evolução da mídia
tradicional.
Usar o controle remoto e zapear as escolhas de um produto televisivo para
outro ou aguardar o horário marcado para o programa favorito começar, deitado em
um sofá da sala de casa, não é mais sinônimo de assistir televisão em países como
o Brasil. O que há dez anos poderia ser considerado estático, com um fluxo de
programação determinado pelas emissoras a partir de pesquisas realizadas por
institutos que mediam a audiência por aparelhos nas residências, atualmente não é,
pois com as possibilidades redefinidas por uma nova cultura midiática, por hábitos
reconstituídos pelo acesso às novas tecnologias digitais e pela internet, o
telespectador não pode ser mais limitado como um ser passivo e complacente.
Todavia, ainda é difícil definirmos com precisão que tipo de relação é essa entre
televisão, ciberespaço e público, porque a cada nova possibilidade há uma
restruturação do que há pouco estava posto e, defende Cannito (2010, p.218) que
“em vez de eliminar as mídias anteriores, o digital tornará cada mídia mais
específica”.
Essas remodelações com a chegada de novas mídias, novas plataformas
digitais, novas possibilidades midiáticas, não podem ser analisadas puramente pela
tecnologia em si. No clássico livro Televisão: tecnologia e forma cultural, publicado
em Londres, em 1974, pelo pesquisador Raymond Williams, época em que “a
televisão, como meio popular de entretenimento, não era digna de estudo”
(TURNER, 2016, p.7), trouxe um questionamento que ilustra o que em 2018 ainda
24

vivenciamos, um caminhar distante entre quem faz conteúdo para televisão e quem
atualiza as tecnologias. Ao falar sobre a história social dos usos da tecnologia
televisiva, o pesquisador tece a seguinte reflexão:
Na radiodifusão, no rádio e depois na televisão, o grande investimento foi
nos meios de distribuição. Investiu-se na produção apenas o necessário
para fazer a distribuição tecnicamente possível e atraente. Ao contrário de
todas as tecnologias de comunicação anteriores, o rádio e a televisão foram
sistemas concebidos principalmente para a transmissão e recepção como
processos abstratos, com pouca ou nenhuma definição anterior de
conteúdo. (WILLIAMS, 2016, p.37).

Mais adiante, ainda no primeiro capítulo, o autor britânico completa e


exemplifica:

Essencialmente, também no caso da televisão, a tecnologia de transmissão


e recepção foi desenvolvida antes do conteúdo, e partes importantes dele
eram e mantiveram-se como subprodutos da tecnologia, em vez de
empreendimentos independentes. Como exemplo, podemos recordar que,
apenas depois da introdução da cor, programas televisivos ‘coloridos’ foram
planejados para persuadir as pessoas a comprar aparelhos em cores.
(WILLIAMS, 2016, p.41)

A partir do pensamento de Williams (1974) podemos compreender que a


transformação do conteúdo midiático precisa partir da ideia de que a tecnologia não
limita ou determina as relações proporcionadas pela televisão. Assim também
defende Lévy (1999, p.25), ao explicar que “uma técnica é produzida dentro de uma
cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas”. Quem
produz, independente do teor ideológico que escolheu, do lugar social, político e
econômico de onde se fala, realiza uma relação não apenas técnica, todavia,
cultural, sendo necessária uma atualização das práticas e um olhar aquém do que é
aparentemente categórico. Logo, o primeiro pensamento quando as mídias
tradicionais se confrontam com novos recursos tecnológicos é que haverá a extinção
dos paradigmas já firmados. Sem dúvida, a televisão está passando, principalmente
nos últimos anos, por um processo de transição, em que os atuais telespectadores
tem outras práticas culturais se comparadas aos que presenciaram a mídia nos anos
1980, por exemplo, quando a TV era reinante em relação aos outros meios de
comunicação de massa da época.
Essa soberania das emissoras de televisão frente a outras mídias parece não
ser mais a mesma. A abordagem constante ultimamente é a de que vivemos um
momento de mudança de comportamento com a consolidação e a valorização do
ciberespaço no cotidiano das pessoas e com o maior acesso as novas tecnologias.
25

O acesso as novas mídias, plataformas e dispositivos digitais é uma coisa crescente


que não pode ser ignorada, e quem produz e pensa as mídias tradicionais como a
televisão e o rádio precisa levar em consideração essas novas tendências de
consumir informação e entretenimento, em um contexto cultural, mercadológico e
social convergente:
Por convergência, refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplas
plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e
ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que
vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento
que desejam. (JENKIS, 2012, p.29).

A televisão sempre foi uma mídia convergente, que agregou desde o início
em sua natureza aspectos do rádio, do teatro, do cinema. Jost (2007) a chama de
intermedia, ou seja, uma mídia capaz de sintetizar técnicas, longe de ser
independente, que agrega e converge com novas tecnologias. Por esse motivo,
diante desta nova configuração de hábitos de recepção e de consumo com as
plataformas digitais, o questionamento possível é, afinal de contas, a televisão como
conhecemos e construímos vai acabar com a consolidação da internet no cotidiano
das pessoas? Concordamos quando Miller (2009, p.24) nos diz que, “A TV não está
morta, ela está mudando”. É importante o entendimento de que a confluência é a
atual experiência de mais um momento chave de transição midiática na nossa
história, que não ocorre de uma mídia que irá se tornar outra ou vai se sobrepor a
outra, que tem menor grau de relevância. Não há perda da identidade, mas
transformação, novas narrativas, estéticas, conteúdos. As mídias irão agregar, se
retroalimentar:

Na verdade, essa conversa toda sobre ‘qual mídia vai vencer na era digital’
ainda é um debate analógico. O debate digital é convergente. Esse papo de
que a TV vai ‘perder’ para a internet é teórico. Na prática, tudo vai confluir.
(CANNITO, 2010, p.17)

Para França (2009), a mídia televisiva ainda tem papel fundamental no


cotidiano da população, respondendo aos aspectos socioeconômicos e culturais do
Brasil, dessa maneira, se ajustando ao modo de vida dos brasileiros. A mídia é a
mais consumida no país e a adaptação aos novos modelos de negócio é o que
estamos presenciando. Todo esse questionamento reforça o que Roger Fidler
apresenta como midiamorfose:

A midiamorfose não é tanto uma teoria, mas um modo de pensar a respeito


da evolução tecnológica dos meios de comunicação como um todo. Ao
26

invés de estudar cada modalidade separadamente, leva-nos a ver todas


elas como integrantes de um sistema interdependente e a reparar nas
semelhanças e relações existentes entre as formas do passado, do
presente e as emergentes. Ao estudar o sistema de comunicação como um
todo, veremos que os novos meios não surgem por geração espontânea,
nem de modo independente. Aparecem gradualmente pela metamorfose
dos meios antigos. E quando emergem novas formas de meios de
comunicação, as antigas geralmente não deixam de existir, mas continuam
evoluindo e se adaptando. (FIDLER, 1997. In: FINGER; SOUZA, 2012, p.
374)

A partir deste termo, compreende-se que há uma coexistência entre as


mídias, gerando conteúdos que se adaptam a diversas telas, contribuindo para gerar
novas relações sociais, e não um desaparecimento total de meios significativos ou a
confluência em uma só mídia.
Mas afinal, o que é televisão e como ocorreram, nesse longo tempo de mídia
no Brasil, as mudanças e quais foram elas? Como a televisão brasileira está lidando
com as novas tecnologias?

2.1 Histórico da TV no Brasil e no Rio Grande do Norte

A televisão brasileira como conhecemos atualmente foi construída ao longo


dos quase setenta anos de existência. Com objetivo de entender o atual momento
histórico, levando-se em consideração a consolidação dos padrões construídos e
reconhecidos pelo público, faz-se necessário neste trabalho o resgate da história do
meio enquanto técnica e linguagem construídas por diversas emissoras e
profissionais. O desafio em abordar sobre a história da televisão no país foi sentido
ao longo de toda a construção da pesquisa e dos entrelaces aqui apresentados.
Com finalidade de compreender as fases históricas, tomaremos como base
principalmente as pesquisas dos livros “História da Televisão no Brasil – do início
aos dias de hoje” e “História da televisão brasileira – uma visão social e política”,
ambos publicados em 2010.
O pesquisador Sérgio Mattos (2010) divide em seis fases essa história,
delimitando em anos os períodos: fase elitista (1950 – 1964); fase populista (1964 -
1975); fase do desenvolvimento tecnológico (1975 – 1985); fase da transição e da
expansão internacional (1985 – 1990); fase da globalização e da TV paga (1990 –
2000); fase da convergência e da qualidade digital (2000 – 2010); e fase da
portabilidade, mobilidade e interatividade digital (2010 em diante).
27

Já os organizadores Ana Paula Goulart Ribeiro, Igor Sacramento e Marco


Roxo (2010), compreendem a TV brasileira em seis períodos a partir de textos de
diversos pesquisadores da área. Neste livro, as seguintes denominações para os
períodos foram dadas: anos 1950: a televisão em formação; anos 1960: a televisão
em ritmo de popularização; anos 1970: a televisão em tempos de modernização;
anos 1980: a televisão em transição democrática; anos 1990: a televisão em
divergência; e anos 2000: a televisão em convergência.
O aparelho de televisão chegou ao país há sessenta e oito anos, sendo
inicialmente um marco pouco comemorado pela população porque não havia
claramente o entendimento das potencialidades dessa nova mídia. Na época, a TV
foi divulgada antes mesmo da sua venda real. Segundo Briggs e Burke: (2006,
p.165-166) “A produção e o controle das imagens nas telas estavam em mãos de
corporações que haviam trabalhado com o som antes das imagens, na época em
que o cinema mostrava imagens sem som”. Assim, o início é marcado por uma ideia
imaginária do que viria a ser o aparelho televisivo e o conteúdo na vida das pessoas.
Um rádio com imagens? Um cinema na sala de casa? Um teatro apresentado em
um novo palco? Um misto de rádio, cinema e teatro? Quais possibilidades este novo
meio de comunicação poderia trazer para uma população já adaptada ao rádio? Em
plena “Era de Ouro” radiofônica?
Hoje conhecemos com nitidez a importância e valorização dessa mídia para
os brasileiros, pois são quase setenta anos de popularidade e familiaridade com os
produtos e a maneira como são ofertados. O questionamento que se levanta é como
a identidade da TV aconteceu para que presentemente ainda estejamos falando e
estudando sobre esse meio de comunicação e as possíveis mudanças.

2.1.1 Imagem, movimento e som: o nascimento da TV

A televisão já era realidade desde a década de 1930 em países como Grã-


Bretanha, Alemanha, Estados Unidos, França e Suécia, lugares que tinham relação
direta com o invento e com outras ferramentas fundamentais para a nova mídia com
imagens. A preocupação de melhoramento das práticas e dos recursos dentro dos
universos da fotografia e do cinema, por exemplo, se constituiu de sumo valor para
um novo lugar midiático, este que nasceu com preocupações envoltas agora na
transmissão das imagens e do som, a qualidade de recepção e a fabricação dos
28

novos aparelhos conhecidos como televisores. E esses países, localizados em sua


maioria na Europa, assim como as grandes organizações e o trabalho de
pesquisadores/inventores como Boris Rosing, Vladimir Zworykin, John Logie Baird e
Philo Farnsworth, são fatores essenciais para o marco inicial da televisão no mundo.
Uma data que merece ser lembrada é o dia 30 de setembro de 1929,
quando Baird, depois de infindáveis negociações com uma relutante BBC,
obteve permissão para lançar um serviço experimental de televisão. O
presidente do Conselho Britânico de Comércio, dando sua bênção, disse
aos espectadores (ainda não descritos assim) que esperava ansiosamente
que ‘esta nova ciência aplicada estimulasse e criasse uma nova indústria,
não somente para a Grã-Bretanha e para o Império Britânico, mas para o
mundo todo.’ (BRIGGS; BURKE, 2006, p.177)

O início das vendas dos televisores mundo afora ocorreu no final dos anos
1920, mas, antes disso, a televisão não era muito discutida porque o rádio e o
cinema tinham uma boa representatividade, então, o pensamento rondava sempre
em como seria a inserção deste recente meio de comunicação na sociedade. Além
disso, o fator econômico da época influenciou para que o desenvolvimento da TV
fosse mais lento, principalmente devido ao período da “Grande Depressão”, nos
Estados Unidos, país que poderia, conforme comenta Briggs e Burke (2006), ter
tomado a liderança no progresso da televisão no mundo.
Fatos marcantes devem ser destacados nos anos 1930, como a primeira
emissora de TV pública do mundo que surgiu em 1936, quando a British Broadcast
Corporation (BBC) inaugurou seus estúdios no centro de entretenimento Alexandra
Palace, na Inglaterra. Um ano depois, “a BBC transmitiu a coroação do Rei Jorge VI,
que foi assistida por cerca de 50 mil telespectadores” (MATTOS, 2010, p.192). O
ano de 1937 também é caracterizado pelo início das transmissões televisivas na
França. Já nos anos seguintes, na antiga União Soviética, a televisão foi ao ar no
ano de 1938 e, um ano depois, na Suécia.
Um dos acontecimentos que pode ser considerado um divisor histórico para a
televisão mundial foi a Segunda Guerra, que gerou por motivos militares a
interrupção das transmissões na maioria dos países, quando “as fábricas de
televisores foram utilizadas na produção de material bélico” (MATTOS, 2010, p.192).
Isso demonstra que grandes empresas sempre estiveram à frente da viabilização
dos aparelhos e das transmissões, pois “desde o início todas as vantagens do
negócio estavam do lado das grandes organizações, e não de inventores individuais”
(BRIGGS; BURKE, 2006, p. 178).
29

Durante o período dessa Guerra – de 1939 a 1945, a Alemanha foi o único


país participante que continuou as transmissões televisivas até o ano de 1943. “Na
Inglaterra, a guerra praticamente silenciou a BBC, além de ter restringido as
transmissões da NBC [National Broadcasting Company] nos Estados Unidos e as
transmissões da televisão de Moscou” (MATTOS, 2010, p.192). França, Londres e
Moscou somente retomaram as suas transmissões em outubro de 1944, justificando
a importância, na época, dos meios de comunicação (jornais, rádio, cinema, teatro e
televisão) para a difusão em massa da propaganda do regime nazista:
Os nazistas entenderam como utilizar o poder de atração das tecnologias
então emergentes, como o cinema, os alto-falantes, o rádio e a televisão, a
serviço da sua propaganda. [...] Em 1935, a Alemanha se tornou a primeira
nação a introduzir o serviço de televisão regular. Joseph Goebbels, Ministro
da Propaganda, viu o enorme potencial desse tipo de mídia para a
divulgação da propaganda nazista, embora acreditasse que a melhor opção
eram as exibições coletivas como no cinema ou no teatro. (United States
Holocaust Memorial Museum, 2017)

O pós-guerra apresentou o retorno das produções dos aparelhos, e


novamente perpetuou o conceito de que a televisão era uma atração apenas para
quem pudesse pagar por ela. Entretanto, apesar de uma programação pouco
representativa, a venda de televisores nos Estados Unidos viveu um crescimento
significativo a partir de 1947 quando haviam apenas 178 mil aparelhos e, cinco anos
depois, em 1952, os norte-americanos já usavam mais de 20 milhões, sendo um
terço da população com acesso ao aparelho. O crescimento também ocorreu na
Grã-Bretanha, pois em 1947, a quantidade de televisores era de quase 15 mil,
passando para um milhão no final de 1951. A ascensão na aquisição de aparelhos
de televisão também foi sentida na Escócia, País de Gales e norte da Inglaterra.
No início dos anos 1950, a televisão tornou-se um produto economicamente
mais viável do que os filmes para o bolso dos norte-americanos. O novo hábito
também foi responsável pela diminuição do número de salas de cinema nos Estados
Unidos.
De Hollywood, algumas tentativas de pressão para que a televisão fosse
paga não obtiveram sucesso graças ao poder das redes de rádio, embora
essa tendência demorasse a se definir. E algumas empresas de cinema se
mexeram para garantir concessões para televisão [...] Uma das saídas, a
venda de filmes para empresas de televisão, só foi concretizada em meados
da década de 1950. (BRIGGS;BURKE, 2006, p.234)

A média semanal de ida aos cinemas nos Estados Unidos teve uma queda de
43 milhões em menos de dez anos, compreendendo o período de 1948 a 1956.
30

“Uma audiência realmente de massa começava a crescer explosivamente a cada


semana, enquanto o público de cinema diminuía [...]” (BRIGGS; BURKE, 2006,
p.234).

2.1.2 Está no ar a televisão do Brasil: anos 1950

A primeira exibição pública do televisor que se tem notícia no Brasil é do ano


de 1939, na Feira de Amostras do Rio de Janeiro, organizada pelo Ministério dos
Correios da Alemanha. Na época, a imprensa registrou a novidade exposta durante
15 dias e que havia sido vista pelos poucos que receberam o convite com entrada
franca do Ministério da Justiça do Brasil. O jornal “O Globo” destacou na primeira
página o invento principalmente porque o patrocinou, trazendo-o como “o início de
uma nova phase do nosso progresso”. Conforme observa Mattos (2010), a Segunda
Guerra Mundial também foi responsável pelo esquecimento da novidade no Brasil,
só retomando quatorze anos mais tarde.
Enquanto nos países já citados a expansão da televisão era evidente desde o
pós-guerra, inclusive com relação aos processos de regulamentação e de pensar
comercialmente essa nova mídia, no Brasil, o início aconteceu oficialmente apenas
no dia 18 de setembro de 1950. Com festa de inauguração, a TV Tupi de São Paulo
(a primeira emissora da América do Sul) entra no ar às 22h, com a fala de Sonia
Maria Dorce vestida de índia, com apenas cinco anos: “Boa noite. Está no ar a
televisão do Brasil”.
A novidade no Brasil já era realidade em outros países. Em 1950, apenas nos
Estados Unidos, o número de emissoras era de 107 para 4 milhões de televisores.
Como também,

No ano em que a televisão chegou oficialmente ao Brasil, a Cuba e ao


México, 1950, a BBC Londres conseguiu realizar a primeira transmissão de
TV internacional transmitindo seu sinal além do Canal da Mancha, fato que
foi considerado como primeira etapa para a formação de uma rede europeia
de televisão, a Eurovisão. Nesse mesmo ano, tanto o Reino Unido como o
Canadá adotaram o sistema de transmissão a cabo para levar o sinal de
televisão aos locais onde não se conseguia captar os sinais
eletromagnéticos. Em 1951, são realizadas as primeiras transmissões
públicas em cores nos Estados Unidos, utilizando o sistema de 405 linhas e
24 quadros por segundo. (MATTOS, 2010, p.193).

A implantação da primeira emissora de televisão brasileira foi de


responsabilidade do dono dos Diários e Emissoras Associadas, Assis Chateaubriand
31

(1892 – 1968), que iniciou, em fevereiro do ano anterior, a compra dos primeiros
equipamentos para a montagem da TV Tupi Difusora de São Paulo. O modelo norte-
americano de transmissão, em que os canais VHF percorrem do 2 ao 13, foi o
adotado pelo governo.
Assis Chateaubriand acompanhou de perto todos os preparativos para a
chegada da TV Tupi, Canal 3 de São Paulo. São muitos os relatos de que o
empresário tinha o costume de entrar nos estúdios ou nas salas técnicas
sem se anunciar para ver como os profissionais estavam treinando ou se
adaptando à nova tecnologia. (RICCO; VANNUCCI, 2017, p.13).

Seis anos antes da primeira transmissão, em 1944, a revista Seleções do


grupo empresarial Reader´s Digest – que até hoje está no mercado, lançou uma
publicidade da empresa General Eletric, com objetivo de revelar ao leitor brasileiro a
futura chegada da televisão no país. O anúncio com o título “A Eletrônica trará a
Televisão ao nosso lar”, demonstra que a antecedência prematura da divulgação
dessa nova mídia tinha como objetivo “a formação de um imaginário tecnológico
sobre a televisão, que a apresenta de múltiplas formas” (BARBOSA, 2010, p. 16).
No anúncio, a empresa diz aos futuros telespectadores o que viria a ser a televisão:
o acesso ao mundo e ao país na sala de casa. O futuro em imagem e som chegava
assim com um ar de estranheza por quem recebia a notícia. Conforme Mattos
(2010), o aparelho foi motivo de chacota e ceticismo quando, por exemplo, falavam
do perigo de cenas íntimas de casais serem feitas próximas a um aparelho televisor,
pois este poderia registrar o momento. “A televisão causava um misto de
estranhamento e admiração” (BARBOSA, 2010, p.25).
A publicidade teve papel fundamental na criação desses imaginários, uma vez
que, dessa forma, empresas como a General Eletric incutiam a necessidade da
compra dos novos aparelhos. A competição entre fabricantes não demorou muito a
ocorrer, pois começou a existir uma corrida de melhoramento de som e imagem da
novidade. Na revista “O Cruzeiro” de 11 de janeiro de 1952, o anúncio da empresa
Zenith deixa fulgente o que estava por vir nas próximas décadas, como publicou
Marialva Barbosa (2010, p.28): “Este é um detalhe decisivo para a escolha de seu
televisor: somente Zenith pode lhe oferecer a comodidade de uma imagem ampliada
quando a perfeita visão exigir tamanho muito maior do que a tela regular”.
Revistas da época, que eram exclusivas do universo radiofônico, igualmente
abriram espaço para a televisão, mesmo ela ainda não estando popularmente
disseminada no cotidiano da população brasileira. No segundo número da revista
Radiolândia, em 1954, o início da coluna especial chamada de Televisolândia
32

esclarece que estava “destinada a divulgar um apanhado de informações,


comentários e pequenas reportagens sobre a televisão e sua gente – esses artistas
que vão se tornando ídolos de um público mais apaixonado [...]” (BARBOSA,2010,
p.30). Vale destacar que o rádio e o teatro não deram aos artistas a popularidade
que se tornaria uma das marcas registradas das emissoras de televisão. A fama de
quem estampava seu rosto na telinha viria a ser muito maior do que daqueles que
apenas eram ouvidos ou vistos nos tablados ao vivo.
O novo artefato era bastante oneroso nos anos 1950, se comparado a
equipamentos de alto padrão da época como vitrolas e carros populares. Para
autores como Mattos (2010, p.85), a primeira fase de desenvolvimento da TV no
Brasil é elitista, “quando o televisor era considerado um luxo ao qual apenas a elite
econômica tinha acesso”, enquanto a política brasileira estava marcada pelo
populismo da Era Vargas (CONH apud MATTOS, 2010). Não apenas pode-se
compreender como uma fase elitista para o público, mas também, para os próprios
realizadores da nova façanha midiática. Até hoje manter uma emissora de televisão
demanda altos recursos financeiros, imaginemos em seu início, quando os
equipamentos foram encomendados à empresa americana RCA Victor, assim como
houve a necessária participação de técnicos dos Estados Unidos para a implantação
dos canais.
Mattos (2010) conta que um desses técnicos que vieram ao Brasil informou a
Assis Chateaubriand que não havia nenhum aparelho de televisão no país, fato
preocupante porque faltavam poucos dias para a inauguração da primeira emissora
brasileira. Por isso, contam que duzentos televisores foram enviados por meio de
contrabando e instalados em bares e lojas paulistanas, além de outros terem sido
colocados no saguão do Diários Associados, que foi o palco da cerimônia de
inauguração. Esse fato nos apresenta mais uma vez a improvisação técnica de um
universo novo, ainda pouco explorado e acessível a poucos. Nesses primeiros anos,
os telespectadores também eram televizinhos, fato que perdurou em muitas regiões
brasileiras até os anos 80, quando as pessoas não tinham o televisor em suas
residências e compartilhavam a experiência nas casas de quem tinha. Barbosa
(2010, p.32) apresenta a cena comum da época:
Os chamados “televizinhos” compareciam em grande número nos horários
dos programas mais esperados. Às crianças debruçadas nas janelas pedia-
se invariavelmente por silêncio. Os adultos se espremiam nas poltronas da
sala, em assentos que se multiplicavam de maneira improvisada diante
33

daquele móvel de onde saíam imagens meio mágicas, repletas de sons, de


um alhures que existia como potencialidade imaginativa.

Assim, por ser tão cara não apenas para o público, como também, para os
realizadores que precisavam instalar e manter equipamentos importados, em
discurso realizado na cerimônia de inauguração oficial, Chateaubriand agradece aos
que o ajudaram financeiramente. A fala do empresário reflete uma das maiores
influências da programação televisiva até os dias atuais, a publicidade:

O empreendimento da televisão no Brasil, em primeiro lugar, devemo-lo a


quatro organizações que, logo, desde 1946, se uniram aos Rádios e Diários
Associados para estuda-lo e possibilitá-lo neste país. Foram a Companhia
Antarctica Paulista, a Sul América Seguros de Vida e suas subsidiárias, o
Moinho Santista e a Organização Francisco Pignatari. Não pensem que lhes
impusemos pesados ônus, dado o volume da força publicitária que
detemos. (BARBOSA,2010, p.18)

A segunda emissora brasileira também foi a TV Tupi de Chateaubriand, agora


em outro importante centro urbano, a cidade do Rio de Janeiro. Por problemas
técnicos, só pôde ser inaugurada um ano depois do previsto, em 20 de janeiro de
1951, dia também do padroeiro da cidade. Assim como a pioneira paulista, a TV
Tupi carioca iniciou com experimentalismo, sobretudo com relação ao estúdio,
situado no prédio do grupo dos Diários Associados, mesmo local das rádios Tupi e
Tamoio. Os relatos dão conta de um estúdio pequeno, com duas câmeras, sem
acústica correta, desorganização de equipamentos e muito calor. “Os primeiros anos
da televisão [...] foram marcados pela falta de recursos e de pessoal e pelas
improvisações (MATTOS, 2006, p.87).
Além da TV Tupi de São Paulo e do Rio de Janeiro, são inauguradas nos
anos 1950 outras emissoras, como: TV Paulista – SP (14 de março de 1952); TV
Record - SP (27 de setembro de 1953); TV Rio (15 de julho de 1955); e TV Cultura -
SP (1958). “O crescimento inicial da televisão, a partir de 1950, pode ser atribuído
ao favoritismo político, o qual concedia licenças para a exploração de canais sem
um plano preestabelecido” (MELO apud MATTOS,2010, p.55). As primeiras
produções eram todas ao vivo, assim como os anúncios, havendo distanciamento de
horário entre as exibições, uma vez que de acordo com Almeida (1985, p.14-15):
Não há como desvincular-se o nascimento do vídeo da história da televisão
comercial [...] Até 1956 todos os programas produzidos e transmitidos pelas
estações de televisão eram realizados ao vivo. Esta característica, fruto da
inexistência do vídeo-tape, obrigava os profissionais da área a
desdobrarem-se em improvisos [...]
34

A primeira programação que se tem notícia no país é da TV Tupi de São


Paulo, realizada toda ao vivo:

Em São Paulo, nos dias que se seguiram ao da inauguração,


paulatinamente, é colocada no ar a programação da emissora: musicais,
teleteatros, programas de entrevistas e um pequeno noticiário, “Imagens do
Dia”. As transmissões ocorriam entre às cinco da tarde e às dez da noite,
com grandes intervalos entre os programas, para que pudessem ser
preparados para ir ao ar, sempre ao vivo. (BARBOSA, 2010, p.20)

Além da exibição dos programas ao vivo, devido a inexistência de tecnologia


que pudesse gravar as produções, a programação da televisão nos anos 1950 não
tinha horários fixos ou rotinas padronizadas porque o experimentalismo refletia em
todos os processos, além de um desconhecimento e falta de público, este que tinha
acesso a compra dos aparelhos e que estava inserido no contexto dos grandes
centros urbanos: Rio de Janeiro e São Paulo. De maneira geral:

Uma análise da programação levada ao ar durante os primeiros meses


mostra claramente um engatinhar hesitante na busca de atrações e
programas para preencher os horários das transmissões, mas levaria ainda
algum tempo para que as estações de TV pudessem estruturar sua
programação, uma verdadeira caixa de surpresas para os primeiros
telespectadores. (Brandão, 2010, p.38)

Por isso, para estudiosos desse meio de comunicação como Mattos (2010), a
fase é considerada elitista devido a esse público.

2.1.3 A TV fica mais acessível: anos 1960

A ‘TV ao vivo’ adentra nos anos 1960 em uma nova fase, considerada pelos
pesquisadores como mais popular, acessível a novos públicos – estes agora com
contornos mais distantes do rádio, do teatro e do cinema e, com isso, as emissoras
também passaram a exigir práticas mais pensadas, profissionais, deixando um
pouco de lado o experimentalismo dos primeiros anos. Esse aspecto reflete-se na
maneira como as emissoras passam a organizar suas grades de programação,
compreendida por Bergamo (2010, p.60) como:
[...] aquilo que, de certa maneira, materializa a noção que esses
profissionais têm de seu público. O ‘como fazer televisão’, com isso, é
indissociável da elaboração de uma certa rotina pensada a partir desse
público.

Por isso, esse novo conceito de público e o acesso do aparelho televisor por
uma maior parte da população irá caracterizar uma nova maneira de assistir e,
35

consequentemente, fazer televisão, ao pensar a formulação dessa programação em


toda a sua funcionalidade. Outro fator fundamental para essas mudanças é a
chegada no Brasil de um equipamento que vai modificar totalmente os fluxos de
produção e de programação, no ano de 1962, que permitiu a gravação dos
programas e a exibição posterior, possibilitando o entendimento da televisão como
uma mídia de massa:

No início da década de 1960, a televisão recebeu um grande impulso com a


chegada do videoteipe. O uso do VT possibilitou não somente as novelas
diárias como também a implantação de uma estratégia de programação
horizontal. A veiculação de um mesmo programa em vários dias da semana
criou o hábito de assistir televisão rotineiramente, prendendo a atenção do
telespectador e substituindo o tipo de programação em voga até então, de
caráter vertical, com programas diferentes todos os dias. (MATTOS, 2010,
p.93)

O videoteipe surge para a televisão mundial como um divisor das práticas


diárias, oferecendo aos profissionais uma nova maneira de trabalhar e de oferecer
os produtos ao público, em um espaço, agora, mais previsível. Percebe-se assim
que a parte técnica é determinante para a programação das emissoras. Mattos
(2010, p.202) conta que a primeira emissora a utilizar o novo recurso é a TV Tupi
com o teleteatro sobre o texto de William Shakespeare, Hamlet. No entanto,
segundo Bergamo (2010), a pioneira no entendimento desses novos fluxos de
programação e de conteúdos com a chegada do videoteipe foi a TV Excelsior do Rio
de Janeiro (1959 – 1970), que passou a combinar uma programação vertical com
uma horizontal.
A partir da possibilidade de gravar as produções, a emissora carioca foi a
primeira do país a exibir a telenovela diária 2-5499 Ocupado, em 1963, com os
atores Glória Menezes e Tarcísio Meira. Muito diferente do que havia sido realizado
na primeira década da televisão no Brasil, quando “finalmente, a TV Excelsior
implantou na televisão brasileira uma mentalidade profissional que pressupunha o
rompimento com um tipo de produção artesanal até então em vigor” (BRANDÃO,
2010, p.54). A emissora trouxe assim uma construção da programação diária,
inserindo até vinhetas de passagem entre os intervalos.
A chegada da Excelsior balançou o mercado. A emissora foi a primeira a ser
administrada com uma visão empresarial moderna. Isso significou um
processo de racionalização em vários níveis: na produção, na programação
e na gestão de negócios. (RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p.109)
36

Nesse período também, “a televisão – aparelho e programação – aparece


como parte indissociável do cenário e da rotina familiar, ocupando um lugar que,
antes, era do rádio” (BERGAMO, 2010, p. 62). Por isso, a partir de 1960, a televisão
constrói suas narrativas e horários para a “família brasileira”, tendo a rotina das
pessoas como justificativa para a divisão de exibição e dos fluxos. Desde então, os
programas deixaram de ser exibidos das 17 horas até determinado momento da
noite, sem horários fixos e com grandes intervalos para que as produções ao vivo
fossem preparadas a tempo. Depois de um novo conceito de como fazer televisão, a
programação passou a ser transmitida quase que o dia todo a fim de atingir todos os
públicos de uma família, da criança ao adulto, ajustando-se à rotina familiar e
criando novas rotinas, hábitos novos em horários diversos, a partir de uma televisão
voltada ao lazer e ao descanso em qualquer momento do dia, não somente a noite.
Essas estruturas pensadas e redefinidas de acordo com os hábitos dos
consumidores trouxeram à televisão a construção de uma linguagem que a
diferenciava da do rádio, criando conteúdos televisivos distintos e exclusivos. Para
Napolitano (2010, p.87), “só a partir do final dos anos 1960 podemos afirmar que se
constituiu um público propriamente televisivo, forjado sem o concurso privilegiado da
radiodifusão”. Bergamo (2010, p.65) reforça que “a ideia de uma televisão ajustada à
rotina familiar colaborou para definir uma ‘forma’ para a sua ‘grade de
programação’”. O dia de domingo, por exemplo, desde então, passou a ter uma
programação especial, sendo muito parecida com que a tevê aberta transmite até
hoje.
Desde o início dos anos 1960, os programas de auditório ocupam as tardes
de domingo na televisão brasileira. Quem inaugurou essa tradição foi Silvio
Santos. Naquela época, era uma loucura fazer um programa nesse horário.
Não havia se constituído o hábito de assistir televisão aos domingos. Só ia
ao ar o “Circo do Arrelia”, na hora do almoço e, quando era possível, se
transmitia um jogo de futebol. (MIRA, 2010, p.159)

O estudo sobre a grade de programação e as novas possibilidades para


atingir o público já acostumado com outras mídias foi melhor consolidado com a
chegada dos instrumentos de aferição da audiência, possibilitando aos profissionais
um conhecimento mais exato do dia a dia da população brasileira, das classes
sociais, assim como o acesso das pessoas aos aparelhos de televisão e ao mercado
consumidor, atraindo a publicidade e retorno financeiro para esses canais. Antes do
surgimento desses números mágicos, conhecidos pelo grande público atualmente
37

1
como “o IBOPE ”, os profissionais tinham contato com o telespectador
exclusivamente por meio do telefone e das correspondências. A televisão passou a
ser pensada, a partir dos anos 1960, como comercial devido aos índices de
audiência, por meio da oferta de produtos em uma linguagem específica que, de
acordo com Bergamo (2010, p.79), “era a própria televisão que, fornecendo os
números a esses patrocinadores, passava a definir os momentos, na programação,
em que esses anúncios poderiam aparecer”. Em 1962, a televisão já era
responsável por 24% do espaço da publicidade brasileira.
A partir de 1964, a programação televisiva passa por interferências devido ao
Golpe Militar, que perdurou no país até o ano de 1985. Neste período, devido a
política de desenvolvimento nacional, as emissoras “passaram a exercer o papel de
difusores não apenas da ideologia do regime como também da produção de bens
duráveis e não duráveis” (MATTOS, 2010, p.95). Dessa forma, a venda de aparelhos
de televisão aumentou consideravelmente com o estímulo a essa compra. Essa
época irá modificar a televisão dos primeiros anos não apenas pelo crescimento do
número de telespectadores, como também, no conteúdo e na estética.
Consequentemente alguns fatos irão transformar a maneira como as emissoras se
manterão financeiramente e, principalmente, o que poderá ou não ser transmitido ao
público. Importante lembrar que esse momento histórico da política brasileira não
alterou apenas o trabalho televisivo, mas de todos os meios de comunicação de
massa do país. O governo lança, por exemplo, em 27 de julho de 1966, medidas que
proibiam determinados assuntos e contextos que poderiam ou não ser divulgados
pelos veículos:
O Serviço de Censura de Diversões Públicas, do Departamento Federal de
Segurança Pública, baixa novas normas para a censura de programas de
televisão. Além de restringir a transmissão de programas estrangeiros, as
normas estabeleciam critérios para a censura prévia de filmes, programas e
vídeos. (Mattos, 2010, p.207)

As proibições estimularam uma grade com produtos estrangeiros, os


chamados “enlatados”, atingindo, segundo Mattos (2010), 50% da programação nos
primeiros seis anos da Ditadura Militar no país, pois a probabilidade de serem
censurados era muito menor, além de serem mais baratos para os veículos. Aliás,
ao final da década de 1970, essa realidade seria transformada e as emissoras

1
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística foi a primeira empresa a oferecer medição de audiência em
tempo real no ano de 1988.
38

passariam a produzir mais conteúdos nacionais, exportando-os, ficando os produtos


estrangeiros para as madrugadas.
A relação com o governo militar estabeleceu a manutenção empresarial de
alguns veículos. Muitos casos são relatados por pesquisadores sobre esse momento
para a televisão brasileira com relação as concessões e as emissoras. A emissora
Excelsior, que teve importância fundamental nos primeiros anos do meio de
comunicação no país, a partir da sua criação em 1959, é um exemplo de como as
questões políticas a partir do ano de 1964 alteraram a relação da televisão com o
mercado. A TV Excelsior perde a concessão em 1970, após a agência reguladora da
época, a Dentel, alegar que houve “insolvência financeira” (ALMEIDA apud
Mattos,2010, p.99), todavia, era uma emissora que reforçou a continuação do
governo de João Goulart, modificando assim, a lógica de que somente a dívida foi o
motivo do desligamento. Em contrapartida, algumas emissoras de televisão
beneficiaram-se com a consolidação das práticas de censura e de ideologia do
governo militar. Sobre isso, Mattos (2010, p.97) diz que “o financiamento dos meios
de comunicação de massa foi uma forma poderosa de controle estatal, uma vez que
os bancos são dirigidos ou supervisionados pelo governo”. A censura acontecia não
somente com conteúdos considerados impróprios por aspectos políticos, mas
igualmente pela qualidade técnica do material ou por serem popularescos demais.
Dentre essas emissoras beneficiadas pela aproximação as ideias do novo
modelo político implementado, destaca-se a emissora do Roberto Marinho, a TV
Globo, que iniciou as atividades em 26 de abril de 1965. Ribeiro e Sacramento
(2010, p.113) recordam que:
Paralelamente, os militares pretendiam promover a integração nacional pela
comunicação, e a televisão era tida como estratégica nesse processo. Em
1965, a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) foi inaugurada
e possibilitou, a partir de 1969, que as emissoras propagassem sua
programação por micro-ondas. A Globo foi a primeira a utilizar o sistema.
Em setembro de 1969, levou ao ar o “Jornal Nacional’, o primeiro programa
televisivo transmitido em rede, graças à infraestrutura tecnológica fornecida
pelo governo.

O governo não queria apenas que um maior número de pessoas tivesse


acesso à televisão. O plano de integração nacional iria mais além, perpassando por
uma televisão em rede, fato que já era realidade na Inglaterra desde 1950. “Os
militares queriam a unificação política das consciências e a preservação das
fronteiras do território nacional. Os homens da mídia, por sua vez, vislumbravam a
integração do mercado de consumo” (RIBEIRO; SARMENTO, 2010, p.116). A
39

televisão em rede surge com a TV Globo, fato histórico anunciado durante a edição
número um do Jornal Nacional. Na época, as emissoras não transmitiam as
produções de maneira simultânea, havendo as estações transmissoras, não
caracterizando como um sistema em rede como conhecemos hoje.

2.1.4 TV colorida e a chegada da primeira televisão do RN: anos 1970

A partir de 1970 o governo militar e representantes de setores conservadores


da sociedade civil passaram a incomodar-se com os programas considerados
populares, de “baixo nível”. Essa participação ativa do Estado no trabalho das
emissoras irá refletir diretamente em toda a programação da época, que deveria
estar, segundo o pensamento político vigente, “baseada em valores ligados a um
cristianismo conservador, tendo a família, a religião católica, a pátria, o trabalho, a
moral e os bons costumes como pilares de conduta” (RIBEIRO; SACRAMENTO,
2010 p.116). A liberdade construída nos primeiros anos da televisão no país vai
ficando nula devido as censuras prévias no conteúdo, modificando em muito a
programação. Não somente no conteúdo, mas no próprio fluxo da exibição dos
produtos. Um exemplo foi quando em 1971 o Ministério das Comunicações assina
um decreto determinando que, a cada quinze minutos de programa, três deveriam
ser exclusivos para intervalo comercial.
A criação do Ministério das Comunicações, em 1967, contribuiu para a
implantação de importantes mudanças estruturais no setor de
telecomunicações, como também para a redução da interferência de
organizações privadas sobre as agências reguladoras, reforçando a
influência oficial do setor. Isso facilitou a ingerência política nos meios de
comunicação, evidenciada até mesmo nos conteúdos veiculados e sempre
sob a justificativa de um controle técnico. (MATTOS, 2010. p.96 )

O “padrão Globo de qualidade” (como até hoje é conhecido e é considerado


como um exemplo a ser seguido por muitos profissionais de comunicação,
principalmente pelos recém-formados) teve início devido a esta censura pungente da
época. De acordo com Ribeiro e Sacramento (2010), a partir dessa década é que vai
haver uma mudança no perfil da televisão brasileira por conta das diversas críticas
com relação à qualidade dos programas. Sobre esse aspecto:

No período compreendido entre 1968 e 1979, os veículos de comunicação


operaram sob as restrições do Ato Institucional n.5, o qual concedia ao
Poder Executivo federal o direito de censurar os veículos, além de estimular
a prática da autocensura, evitando assim qualquer publicação ou
40

transmissão que pudesse leva-los a ser enquadrados e processados na Lei


de Segurança Nacional. (MATTOS, 2010, p.98)

Para a realização das mudanças, a TV Globo vai valorizar os departamentos


de administração, produção, programação, pesquisa e marketing com o investimento
em bons profissionais, como o diretor geral da época, Walter Clark, que contratou
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, responsável pela
“área de programação/produção” da emissora carioca. O “padrão Globo de
qualidade” vai surgir quando:

Juntos, Boni e Clark estruturaram na emissora uma grade de programação


segundo o conceito já utilizado pela TV Excelsior. Seguiam os princípios de
horizontalidade e de verticalidade: o primeiro consistia na reserva de horário
para determinados programas ao longo da semana, e o outro dizia respeito
à organização diária em diferentes faixas de horário: de manhã,
programação infantil; à tarde, programas femininos; e, à noite, telejornal e
telenovelas. Essas práticas permitiram a sistematização e o aumento da
venda de espaço publicitário, além da fidelização do público. Foram Boni e
Walter Clark que tiveram a ideia de levar ao ar no horário nobre um
telejornal (o “Jornal Nacional”) intercalado por duas novelas. Também foi
obra desses executivos a estruturação do núcleo de novelas da TV Globo e
a criação de diversos programas de grande sucesso, como o “Fantástico” e
o “Globo Repórter”, ambos de 1973, já frutos de uma desejada televisão
nacional de qualidade. As mudanças propostas por eles levaram a TV
Globo ao primeiro lugar na audiência e foram, aos poucos, consolidando a
sua liderança absoluta. (RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p.112)

Muitos programas da emissora e os seus horários e dias de exibição da


década de 1970 não foram modificados desde então. Como exemplo, o programa
dominical Fantástico, o Jornal Nacional, o Jornal Hoje, o Globo Repórter, Jornal da
Globo e as Telenovelas. O Fantástico, por exemplo, entrou no lugar do programa do
Chacrinha, que voltou para a grade apenas em 1982 com a chegada do Sistema
Brasileiro de Televisão, o SBT. A Rede Globo de Televisão irá se aproximar ainda
mais do público com as histórias e a linguagem das novelas, mas reforçando com o
telespectador um encontro diário com horário certo e produções intermitentes, já que
a cada final de produção outra nova novela ingressaria no lugar e nos mesmos
horários: seis, sete, oito e dez horas. As reformulações foram realizadas com
objetivo de atingir um público diferente daquele que consumia as produções mais
populares. “A telenovela era uma espécie de compensação para a população, pois
até 1975 a programação da televisão era extremamente castrada pela censura”
(MATTOS, 2010, p.110). O padrão de qualidade perpassa tanto pelo conteúdo,
quanto pelo padrão técnico, o que possibilitou com o videoteipe a gravação dos
programas.
41

De fato, a Rede Globo elevou o padrão de produção da televisão no Brasil,


habituando os telespectadores a ver imagens e ouvir os sons com alto nível
de qualidade. Isso obriga as demais emissoras a tentar constantemente
melhorar o seu padrão de produção e de transmissão dois motivos. Primeiro
porque o público prefere a imagem e o som de melhor qualidade, mesmo as
classes populares que tendem a optar pela programação tida “popularesca”.
Em segundo lugar porque, ainda que baseado em fórmulas consideradas
“popularescas”, um programa bem produzido pode escapar dessa
classificação, parecer menos “vulgar”, menos “grosseiro” e, com uma
imagem mais aceitável, atrair anunciantes. (MIRA, 2010, p.168)

O período também é marcado pelo surgimento das primeiras emissoras


públicas do país, sendo a primeira universitária a TVU de Recife, criada em 1968 e
que pertence à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As televisões
públicas são pouco trazidas nos livros aqui estudados, o que demonstra o quão a
televisão brasileira foi criada a partir de um aspecto reducionista, político e
comercial.
Em partes, isso acontece pelo próprio caráter dado aos canais públicos,
desde o início, os limitando a apenas divulgar programas educacionais, mediante a
transmissão de aulas, conferências, palestras e debates, como determinado pelo
Decreto-Lei 236 do dia 28 de fevereiro de 1966, ainda em vigência no país. Para
Magalhães (2013, p.108), a mudança ocasionada pelo art. 13 do Decreto no Código
Brasileiro de Telecomunicações “deixa clara a não-concorrência das televisões
educativas com as comerciais – tanto no modelo de programação quanto na
captação de recursos”. A modificação determina que “a televisão educativa não tem
caráter comercial, sendo vedada a transmissão de qualquer propaganda, direta ou
indiretamente, bem como o patrocínio dos programas transmitidos, mesmo que
nenhuma propaganda seja através dos mesmos”. Essas questões determinadas
também pelas emissoras comerciais da época, definiram toda a estrutura que
conhecemos das emissoras públicas hoje.
No Rio Grande do Norte, a TV Universitária conhecida também como Canal 5,
surge nessa época, em 2 de dezembro de 1972, sendo a primeira emissora norte-
rio-grandense. O pioneirismo se deu devido ao Projeto SACI (Satélite Avançado de
Comunicação Interdisciplinares), uma parceria entre o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), o Governo do RN e a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). Adentramos na história da emissora no Capítulo 6.
De forma geral, pode-se compreender a década de 1970 como um momento
de censura na programação televisiva; da chegada da televisão a cores, do aumento
considerável de televisores nas casas dos brasileiros; da reformulação das
42

estratégias de mercado principalmente realizadas por certo pioneirismo da Rede


Globo e do seu “padrão de qualidade”; do aumento das produções brasileiras e da
exportação; o início da utilização de publicidade dentro das produções; a
implantação da ideia de programação nacional iniciada pela TV Tupi; o início das
produções educativas como o Telecurso; e o surgimento de nove emissoras
universitárias públicas – de 1967 a 1974, como a TVU RN em 1972.

2.1.5 TV comercial chega ao RN: anos 1980

No Rio Grande do Norte, as emissoras comerciais surgem com um pouco de


atraso com relação ao restante do país, no final dos anos 1980 e início dos anos
1990 (VALQUÍRIA, 2017): TV Ponta Negra – afiliada ao SBT, em 15 de março de
1987; TV Cabugi – afiliada à Rede Globo, em 1o de setembro de 1987; TV Tropical –
atualmente afiliada à TV Record, em 31 de outubro de 1987; e a Band Natal –
afiliada à TV Bandeirantes, em 1o de setembro de 1990. Antes de suas reais
fundações, essas emissoras afiliadas apenas retransmitiam a programação nacional.
A marca principal dessas emissoras é a ligação dos fundadores com algum
político do Rio Grande do Norte e as suas respectivas famílias “de Sousa”, “Maia”,
“Alves”, “Melo”. Como por exemplo, Carlos Alberto de Sousa, o fundador da primeira
emissora comercial do RN, a TV Ponta Negra, “era senador na época e aliado
político do então presidente” (BEZERRA, 2017, p.160). Este quadro político irá
determinar o tipo de televisão que o estado terá atualmente e as preferências dos
telespectadores norte-rio-grandenses, apesar da existência do pioneirismo da TVU
RN, uma emissora bastante atuante na época, que reforçava com uma programação
diversificada o valor cultural e educativo para diversas cidades.
Em nível nacional, um fato significativo do período foi a cassação da
concessão da Rede Tupi de Televisão, em 1980, devido as dívidas e também,
segundo MIRA (2010, p.164), “as falhas administrativas e à concorrência do novo
modelo implementado pela Rede Globo”. O fim da primeira emissora de televisão do
país foi conturbado, com greves e comprometimento da programação. Apesar do fim
da pioneira, muitas emissoras surgiram como a extinta TV Manchete. “Entre março
de 1985 e setembro de 1988 foram concedidas 1.028 outorgas de rádio e televisão
no país. A maioria delas concedidas a políticos em troca da extensão do mandato
presidencial de José Sarney” (MATTOS, 2010, p.227).
43

Apesar da década de 1980 trazer não só para a televisão brasileira, mas para
o país, um afrouxamento inicial da censura, esta que durou por vinte anos, as
questões políticas interferiram e interferem na ideia de fazer televisão no país. Não
apenas quando firmamos que há políticos diretamente ligados a estas emissoras,
nacionais e locais, mais ainda, quando se percebe a maneira como a política irá
determinar os caminhos dessa mídia. A nova ideia de Brasil irá aos poucos se tornar
fundamental para a programação televisiva:
[...] houve um reforço do processo de construção de uma cultura do
consumo, margeado pelo crescimento de novos produtores do saber
(intelectuais midiáticos) ligados à intensificação da indústria cultural no país.
Naquele momento, a televisão foi o braço aglutinador, pois através de sua
grade de programação, incluindo a dramaturgia, ‘se colocou’ como um lugar
importante no processo de construção de uma ideia de Brasil ‘antenada’
com as transformações culturais, advindas da formulação de uma política
que se vinculava cada vez mais a uma economia de mercado globalizada.
(CAMINHA, 2010, p.201 – 202)

Algumas situações irão possibilitar ainda mais a retomada do que se viria na


programação dos anos 1950 e 1960, como o início do sonho antigo do apresentador
Silvio Santos em agosto de 1981. “O SBT iniciou as atividades se posicionando
como uma emissora popular de qualidade” (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO,
2010, p.157). Na época, as produções populares voltaram com mais força com
objetivo de reconquistar um público até então ignorado.

[...] a entrada em cena do SBT causou grande impacto na televisão dos


anos 1980, a ponto de mudar seus rumos dali em diante. Naquela década
assistiu-se à volta dos auditórios em todas as emissoras de TV. Se, por um
lado, o SBT foi obrigado a se modernizar, por outro, as demais emissoras,
em particular a Rede Globo, tiveram que se popularizar para não perder a
faixa de público que estava migrando para o SBT. Em outras palavras, se o
SBT teve que se preocupar com o perfil de sua audiência, a Rede Globo
precisava encontrar uma solução para a considerável perda quantitativa que
estava sofrendo com a concorrência do SBT: de dez a vinte pontos de
Ibope, conforme o local e o horário. (MIRA, 2010, p.169)

De acordo com Mattos (2010), no final dos anos 1980 a televisão já estava na
casa de 63% dos brasileiros, sendo 31 milhões de aparelhos de TV no país e 12,5
milhões deles a cores. O aumento do consumo do aparelho na época também
possibilitou a aquisição do uso doméstico dos videocassetes, sendo um marco
importante para a época e para a forma de consumir a programação. Os anos 1980
foram sem dúvida uma transição significativa para o que veio a ser a televisão na
próxima década.
44

2.1.6 A TV por Assinatura e a lei do Cabo: anos 1990

Os anos 1990 chegaram para o Brasil e para o mundo de maneira diferente,


devido a questões políticas e econômicas que foram determinantes para as
mudanças no mercado televisivo. No Brasil, o fim da Ditadura Militar e a Constituição
Federal de 1988 embalam uma democracia inicial no país e, no mundo, a
globalização se intensifica com o fim da Guerra Fria e a comercialização de novas
tecnologias. A década se torna complexa porque pela primeira vez as novas
possibilidades tecnológicas irão interferir na lógica de mercado da televisão e, como
já de costume para a história da mídia, a política e a economia também serão
atuantes nas decisões tomadas pelos profissionais da época.
Deste modo, a década “representa um momento de transição para uma
lógica diferenciada das anteriores visualizadas, constituindo agora o ambiente
digital” (BRITTOS; SIMÕES, 2010, p.220). Sérgio Mattos (2010) intitula a década
como a fase da globalização e da Tv paga e, sobre o momento televisivo, o
pesquisador diz que:
Com tendência de desenvolvimento global, na década de 1990 começou-se
a estabelecer as bases para o surgimento estruturado da televisão por
assinatura, via cabo ou via satélite, estruturada nos moldes americanos, e a
se debater a televisão de alta definição. Também foi iniciada a busca de
programas interativos, a exemplo de Você decide, da Rede Globo (2010,
p.131 – 132)

Antes mesmo da consolidação jurídica da prática da televisão transmitida por


cabeamento por meio da Lei do Cabo - 8.977, de 6 de janeiro de 1995, um
empresário amante da comunicação chamado Siderley Menezes iniciará, em
setembro de 1992, a implantação da Sidy´s TV a Cabo em Currais Novos, cidade
localizada no interior do RN, a 172 km da capital Natal. A empresa foi a primeira do
Norte e Nordeste brasileiro a ofertar esse tipo de serviço. De acordo com a
pesquisadora Maríllia Silva (2017, p.71), que traz relatos desse pioneirismo, na
época da implantação da TV a Cabo na cidade, o país contava somente com a
Portaria n° 250, de 13 de dezembro de 1989, “que permitia o sinal apenas em
comércio, condomínios, hospitais, sem precisar de licenças”. Por isso, o fundador
relata que intitulou quarteirões da cidade como condomínios, para assim estar
dentro da legislação vigente. A partir da Lei do Cabo, Silva (2017, p.71), diz que
“Siderley Menezes foi perseguido e sua empresa fechada duas vezes pelo Ministério
45

das Comunicações. Em 1999, o empresário participou de uma licitação e conseguiu


comprar uma concessão no valor de R$85 mil, para regularizar o seu negócio”.
A TV por assinatura no país vai se estabelecer mercadologicamente neste
período. O pesquisador Samuel Possebon, no livro TV por assinatura – 20 anos de
evolução (2009), comenta que não há uma data exata do início desse tipo de
atividade no Brasil ou de quem é o pioneiro, porém, é a partir de 1989 que a
operação vai ganhar forma e ser regulamentada:
Em um primeiro momento, rompeu o paradigma da regulamentação de
radiodifusão, colocando-se como uma alternativa ao mercado de TV aberta.
Em seguida, inovou na regulamentação de telecomunicações, ganhando
uma lei própria e inovadora (a Lei do Cabo - de 1995), e uma
regulamentação específica que antecipou alguns dos aspectos de
regramentos que só surgiriam para serviços de telecomunicações nos anos
2000. (POSSEBON, 2009, p.16)

A lei do Cabo (Lei 8.977), de 6 de janeiro de 1995 vai possibilitar


principalmente o aumento dos canais públicos no país, como os universitários.
Segundo Carvalho (2014) é somente a partir da lei do Cabo que essas emissoras
públicas passaram a existir juridicamente, o que antes as concessões se
diferenciavam apenas entre emissoras comerciais e educativas. Hoje temos no
campo público muitos tipos de canais como as TVs Assembleias, a TV Senado, a TV
Câmara, as Tvs públicas como a TV Brasil, as educativas, as comunitárias. É
importante destacar que a lei do Cabo não determinou a implantação jurídica da TV
Universitária do Rio Grande do Norte – objeto do nosso estudo, como veremos no
capítulo sobre essa emissora.
Talvez a legislação tenha demorado a acontecer no país, e as emissoras
comerciais tomaram um espaço considerável, assim, nos anos 1990, a exportação
dos programas cresceu consideravelmente, e esse fato também se deu devido a
melhoria na infraestrutura dessas emissoras. Em 1995, por exemplo, a Rede Globo
inaugurou o Projac, no Rio de Janeiro, e em 1996, o SBT abria uma nova sede em
São Paulo. Sobre esses anos governados pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (1995 – 2002), relata Mattos (2010, p.134 e 135) que:
Entre 1995 e 1996, o Ministério das Comunicações colocou em prática uma
série de medidas visando dotar o país de uma infraestrutura e de serviços
de comunicação condizentes com as necessidades. Houve uma
reprofissionalização dos quadros técnicos e gerenciais das empresas
estatais (Telebrás, Embratel e ECT). No que tange à legislação, houve
mudanças na regulamentação vigente, datada ainda do início da década de
1960, adotando-se critérios concorrenciais na outorga de concessões e
serviços de telecomunicações e de radiodifusão.
46

Esta fase relatada diz respeito ao primeiro mandato do Fernando Henrique


Cardoso como presidente do Brasil - compreendido entre 1995 e 1998, assim
marcado pela “privatização das empresas de telecomunicações” (MATTOS, 2010,
p.135). No segundo período, FHC “procura aumentar o controle do governo sobre as
televisões educativas, com o Ministério das Comunicações aperfeiçoando o sistema
de concessão e de fiscalização das geradoras de TV” (MATTOS, 2010, p.135).
Perceptível no estudo da história da televisão o quanto as empresas irão ser as
responsáveis pelas estruturas construídas da mídia, enquanto as emissoras públicas
seguem como carona, apesar de serem as políticas públicas fundamentais para as
alterações nos cenários.

De acordo com informações da Anatel, em 1998 existiam em funcionamento


no país 263 emissoras geradoras e 3.747 retransmissoras. Em julho de
2000, estes números cresceram para 286 geradoras e 8.484
retransmissoras. As grandes redes de televisão, formadas pela Rede Globo,
SBT, Bandeirantes, Manchete, Record e Central Nacional de Televisão
(CNT), atendem a mais de 97% da audiência total, ficando o restante
distribuído entre as emissoras educativas, e as segmentadas tais como a
MTV, Rede Mulher, Rede Vida, etc. (MATTOS, 2010, p.136)

Abordar sobre a televisão brasileira nos anos 1990 é entender um processo


hegemônico das empresas comerciais com uma disputa acirrada entre elas.
Competição esta que era passada ao telespectador da época. Os apresentadores
comemoravam seus índices de audiência e disputavam cada ponto no IBOPE como
um gole d´agua no meio do deserto. O telespectador da época se acostumou com
isso e os programas passaram a se preocupar cada vez menos com o conteúdo e
mais com os números e os anunciantes. A época poderia ter se encaminhada para
outro víeis que, conforme a pesquisa de BRITTOS e SIMÕES (2010, p.220):

O prenúncio era de uma mídia sem amarras, desvinculada de vontades do


Estado, mas o que se consolidou foi o princípio da livre concorrência, com a
ampliação no número de emissoras televisivas e o acirramento de lógicas
mercadológicas.

A maneira como as emissoras comerciais passaram a atuar e a lidar uma com


as outras reflete-se muito fortemente na programação da televisão aberta da época.
Em meio ao crescimento da tevê paga no país, as emissoras comerciais que
atuavam no campo “gratuito” deram abertura a proliferação de “tragédias, dramas de
toda ordem e sexo de forma apelativa, banalizando sentimentos e situações”
(BRITTOS; SIMÕES, 2010, p.225). Os canais pagos são mais segmentados,
possibilitando um conteúdo específico para um público alvo mais delimitado. As
47

emissoras de canal aberto trabalham em uma perspectiva de público mais


heterogêneo, o que amplia a possibilidade de “popularizar a programação como
contraponto à diferenciação, com o intuito de atingir o público com menos condições
econômicas de consumir outros meios” (BRITTOS; SIMÕES, 2010, p.225). E foi
exatamente isso que aconteceu. Ao mesmo tempo em que aumentou, a partir de
1993, o número de assinantes da TV paga, esta que iniciou a venda de produções
não só internacionais, como locais, a televisão aberta também passou a valorizar
uma programação mais regional, como também, mais popular.

Quanto à TV aberta, a concorrência foi intensificada. A disputa pela


audiência, diante do maior número de emissoras e redes e da migração
progressiva para a televisão fechada dos estratos socioeconômicos mais
elevados, levou à queda da qualidade da programação, proliferando a
exploração humana. (BRITTOS; SIMÕES, 2010, p.231)

A programação será repensada inclusive pela Rede Globo, em que o


conhecido “padrão de qualidade” irá seguir para outros formatos e linguagens de
programas, devido a uma queda na audiência e a possibilidade de alcançar um
público até então ignorado. Como destaque o programa “Linha Direta”, de 1999, que
misturava jornalismo policial e dramaturgia, tendo como gancho a interatividade com
os telespectadores pelo telefone.

Assim, ao produzir um programa que mesclava conteúdos noticiosos a sua


capacidade única de lidar com a ficção televisiva – consequência de anos a
fio veiculando três novelas diferentes diariamente -, a TV Globo conseguiu
recuperar a audiência. (MENDONÇA, 2010, p.267 - 268)

A programação da década de 90 foi construída por produções popularescas e


sensacionalistas, voltadas para o público C, D e E, como os programas: Aqui agora
(SBT); Cidade Alerta (Record); Márcia (SBT); Ratinho Livre (Record); Programa do
Ratinho (SBT); Leão Livre (Record) Programa do Leão (Record); Domingão do
Faustão (Globo); Domingo Legal (SBT).
A partir dos anos 2000, os pesquisadores aqui estudados consideram a época
como o período em que a televisão irá adentrar na convergência. Os anos 1990 foi a
transição significativa para que o digital ampliasse “a forma de ver e produzir
televisão” (RIBEIRO, SACRAMENTO, ROXO, 2010, p. 279). Apesar dos autores
pesquisados abordarem sobre a história da TV até o ano de 2009, iremos perceber
que, nos sete anos seguintes, algumas situações comentadas ou especuladas foram
ampliadas pelo mercado televisivo e outras sequer chegaram a ser colocadas em
48

prática. “Os desafios da comunicação, portanto, têm a ver com o processo de


produção e distribuição de conteúdos, além de passar pela adaptação dos modelos
de negócios praticados pelas empresas de mídia” (MATTOS, 2013, p.8). Mais uma
vez, por uma questão de sobrevivência da mídia, que retrataremos melhor a seguir,
a televisão irá caminhar para a sua digitalização, convergir com a internet e ampliar
as possibilidades originadas pelas novas tecnologias.

2.1.7 Do analógico ao digital: anos 2000 e anos 2010

A televisão brasileira completou em setembro do ano 2000 exatos cinquenta


anos de existência. Na época, o país tinha um total de 286 emissoras geradoras e
quase oito mil e quinhentas retransmissoras (Mattos, 2010). Finalmente a década
esperada para o mundo tornar-se digital, futurista, chegou. Todavia, fatos como o
esperado bug do milênio e a confirmação do futurista skate voador do personagem
Marty McFly do filme De volta para o futuro 2 não aconteceram. Especulava-se
mudanças rápidas no consumo das mídias, como se o digital fosse levar o mundo
para uma configuração semelhante a ambientação dos episódios da mitologia Star
Trek, série americana futurista criada nos anos 1960.
De fato, muitos avanços acelerados no campo digital definiram o nosso atual
panorama midiático. As emissoras passaram a apostar na relação mais próxima com
os telespectadores, como exemplo, as cartas deram mais espaço ao correio
eletrônico e a programação já podia ser conferida nos portais. Isso só foi possível
pelo aumento do acesso da população à internet e ao telefone celular, o que no
início do terceiro milênio ainda caminhava a passos lentos. Hoje a inclusão torna-se
mais próxima, porém, não podemos deixar de perceber que uma parcela da
população brasileira ainda não tem acesso a dispositivos digitais de qualidade e uma
banda larga barata. Outros tantos sequer estão incluídos digitalmente, já que ainda
não tiveram a oportunidade de usar o computador. A mudança de uma realidade
analógica para outra em código binário requer investimentos e tempo de apropriação
das tecnologias. É mais do que a compra e venda de suportes digitais, está
emprenhado na cultura, no desenvolvimento social, econômico e por decisões
políticas.
As lógicas da produção e do consumo de informação e entretenimento nas
redes da esfera digital contemplam, entre outros aspectos, a criação de
novos espaços de comunicação e socialização. Tal ampliação gera diversas
49

configurações de fluxos comunicacionais e, por conseguinte, os meios


estruturados em suportes de base analógica enfrentam, na atualidade,
processos de transformação de seus modos de produção, distribuição e
consumo (MÉDOLA; REDONDO, 2010, p.313)

Assim, um novo consumo de entretenimento e informação ocasionado com a


consolidação da internet e do celular fez com que as emissoras de televisão
repensassem a maneira como atenderiam ao público. Alguns formatos são
marcantes para o entendimento dessas mudanças, como o caso dos Reality Shows
nas TV aberta e comercial. No Brasil, programas como “No Limite”, “Casa dos
Artistas”, “Big Brother Brasil” e “A fazenda” marcaram os anos 2000. Alguns desses
programas reforçaram a aposta na participação do público. Alguns até hoje
persistem, como o caso do Big Brother que já está na décima oitava edição,
recebendo elogios e críticas nas redes sociais, precisando lidar com a força, o poder
e o olhar atento do público ávido pela “espiadinha” além do pay-per-view.
Levando em consideração que já se passaram 18 anos, pode-se assim
compreender um pouco esse período para a televisão brasileira em duas partes: a
primeira sem as redes sociais e a segunda com as redes sociais. Essa diferenciação
pode ser vista a partir da análise de duas situações ocorridas em Reality Shows
durante essas duas décadas.
Em 2001, o SBT estreou sem alarde ou publicidade o programa “Casa dos
Artistas”. A ideia de Silvio Santos – dono da emissora e apresentador, foi reunir doze
participantes em uma mansão para que a cada semana um fosse eliminado,
situação muito parecida com programas neste formato se não fosse por um detalhe:
a maneira de condução da eliminação. Na época, o participante eliminado era
escolhido pelo público, ao vivo, através de um telefonema gratuito. O telespectador
na linha conversava por alguns minutos com o apresentador e dizia os motivos de
quem desejaria eliminar naquele dia. Na primeira eliminação realizada dia 4 de
novembro, a artista Alessandra S0ucatena foi eliminada com quatorze votos contra
seis dados à Nana Gouveia. Os participantes acompanhavam ao vivo em uma
televisão de tubo os votos e a opinião dos poucos vinte telespectadores.
Já em 2018, o “Big Brother Brasil” da Rede Globo extinguiu os votos que
eram realizados por mensagem de texto. O público passou a votar somente através
do site do programa, após a realização de um cadastro obrigatório, que a emissora
deixa claro: “Tudo isso porque a gente quer conhecer você melhor! ”. Entretanto, não
é só a maneira de votação que irá diferenciar um primeiro momento dos anos 2000 e
50

o atual momento, após 2010. A participação do público agora é outra e a internet


ajudou nisso. Enquanto na “Casa dos Artistas” vinte votos eram válidos para retirar
algum participante, e comentários em jornais e revistas tinham relevância para o
telespectador que acompanhava o programa, no “Big Brother Brasil”, a participação
do público está indo além da votação do chamado “paredão”, percorre nos
comentários, nas montagens, no compartilhamento dos vídeos que não são
mostrados na edição, nos programas da própria emissora após a eliminação e
transmitidos em redes sociais como YouTube, nas redes sociais dos participantes
eliminados. Dessa maneira, há um fluxo de informação intermitente e que muitas
vezes a própria emissora não consegue lidar. A segunda tela está tão ativa que a
própria emissora passou a mostrar, nas edições especiais, os melhores memes
criados pelo telespectador e compartilhados no Instagram, Facebook e Twitter.
Assim, o público interfere no conteúdo de diferentes maneiras, sendo importante
destacar a ideia de que a tecnologia digital está além do que sendo apenas uma
imagem de televisão de alta qualidade e da internet em si.

2.2 TV digital: desafios e o futuro interativo que ainda não chegou

O Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), instituído pelo Governo


Federal por meio do decreto nº 4.901 de 26 de novembro de 2003, está ainda
substituindo o sistema analógico da televisão brasileira. A substituição iniciada como
teste em 2007 e que estava prevista para ter sido concluída em 29 de junho de
2016, caminha ainda de forma lenta principalmente devido aos desafios que essa
tecnologia impõe. Como para quem recebe, o público telespectador necessita
adquirir o aparelho conversor digital para conectar à tela ou as televisões mais
modernas com receptor de TV Digital incorporado. “O sinal da TV digital pode
chegar até nós por meio de transmissões via satélite, cabos coaxiais, fibra ótica,
pela Web ou por ondas que propagam pelo espaço” (DENICOLI,2011, p.23), e
“depende da integração de componentes de hardware, middleware e o software”
(SCHLITTLER, 2011, p.179).
Hoje, a data final prevista pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC) para o desligamento total do sinal analógico é 31 de
dezembro de 2023, de acordo com o Relatório ad hoc 2 de 2017 da Ouvidoria da
Anatel, divulgado em março de 2018, e apresenta também que:
51

Até o final do ano que se inicia (2018), 1.346 cidades terão acesso ao
sinal exclusivamente digital de televisão e, até setembro de 2019,
todas as cidades brasileiras estarão aptas para a cobertura do celular
com 4G em 700 MHz, usufruindo dos benefícios inovadores da
tecnologia. (ANATEL, 2017, p.9)

Em Natal e região, por exemplo, a data foi modificada algumas vezes e o


“apagão analógico” passou para o dia 30 de maio de 2018, conjuntamente com as
capitais Aracaju, Belém, João Pessoa, Manaus e Teresina. A previsão do MCTIC é
de que no final de 2018, 62,4% das cidades brasileiras estarão recebendo apenas o
sinal digital. A instituição espera que:

A migração da TV analógica para a TV digital com melhoria da qualidade,


ampliação da oferta de canais, potencial interatividade do usuário e a
possibilidade de utilização de telefonia e internet móvel na Faixa
de 700 MHz poderão produzir impactos significativos no âmbito
informacional, cultural, social e econômico, especialmente para a
população de rendas mais baixas (classes C, D e E). (ANATEL, 2017,
p.51)

Contudo, essa televisão digital imaginada com potenciais de “produzir


impactos significativos” ainda é um sonho. Para a população brasileira, a tecnologia
digital é apresentada principalmente como uma melhoria na imagem e no som do
material transmitido e recebido devida a possibilidade de compressão dos dados
(ocupa menor espaço no canal de transmissão) e correção de erros (sem falhas na
imagem), além da interatividade, como propaga a Entidade Administradora da
Digitalização de Canais TV e RTV (EAD Seja Digital), uma organização sem fins
lucrativos e não-governamental que é responsável pela operacionalização da
migração dos sinais no país. Segundo a ONG (Imagem 3), os benefícios da TV
digital no país são resumidamente: imagem mais nítida; som de melhor qualidade;
adeus a ruídos e interferências; possibilidade de mobilidade e interatividade; e
gratuita.
52

Figura 1 – Demonstrativo dos principais benefícios da TV digital do site da ONG Seja Digital

Fonte: http://www.sejadigital.com.br/porque

Até o momento, o telespectador brasileiro desconhece a interatividade tão


propagada como o futuro da tecnologia digital nos televisores. Para entender um dos
possíveis motivos, é preciso conhecer mais do início dessa história, quando o Brasil
adotou o Sistema Japonês de TV Digital (Integrated Services Digital Broadcasting -
ISDB), desenvolvido oficialmente a partir de 1994, porém pensado desde 1970.

O ISDB pode ser empregado para a transmissão de dados e sua recepção


em aparelhos portáteis, permite o acesso aos canais de WEB TV e também
de Websites, pode ser visionado também por computadores, permite a
atualização dos serviços por download e é apto a sistemas multimídia para
fins educacionais. (DENICOLI, 2011, p.52)

O governo brasileiro decidiu não adotar os padrões europeu (Digital Video


Broadcast – DVB) ou americano (Advanced Television Systems Committee –
ATSC). A partir de um acordo com o Japão, em 2006, o Brasil escolheu o sistema
ISDB-T, que a partir de 2 de dezembro de 2007, seria denominado SBTVD. O
sistema permite aplicações como a internet e governo eletrônico (T-Gov); a
compressão de áudio em MPEG-4, AAC 2.0 e 5.1 canais; a compressão de vídeo de
MPEG-4 H.264 até LDTV (320 x 240, 4:3), dentre outras especificações
(SCHLITTLER, 2011). Com relação à imagem e ao som, a TV Digital propaga esses
elementos em qualidades elevadas como em transmissão surround 5.1 e High
Definition TV (HDTV) se a emissora de televisão assim fizer, caso contrário, imagem
e som poderão continuar sendo transmitidos e recebidos em resolução e captação
iguais às da TV analógica, por exemplo, áudio em mono e imagem em resolução
standard. Porém, a TV Digital possibilita diversos “recursos adicionais de áudio
como escolher idiomas em um filme, destacar instrumentos em um concerto, várias
locuções em jogos de futebol, entre outros” (SCHLITTLER, 2011, p.25). Não apenas
53

em recursos de áudio, mas a ideia é que o telespectador possa interagir com


recursos de vídeo ao ler sinopses, participar de enquetes, realizar compras, enviar
mensagem, assistir ao conteúdo depois da transmissão oficial, dentre outras
possibilidades. A TV Digital ganha assim elementos que a diferenciam da simples
TV Analógica, permitindo um aparelho que vai além de uma tela na sala de casa.
Hoje o telespectador pode ter acesso ao guia de programação, com os horários e
sinopses dos produtos, tem a possibilidade de gravação e de programar o aparelho
para mudar de canal ao iniciar o programa que deseja. No entanto, a tecnologia por
si só não é soberana, pois como bem reforça Schlittler (2011), “ao utilizarmos
dispositivos digitais, o que define a mídia é a postura do usuário e não o dispositivo
propriamente dito”. Além disso, há uma grande desigualdade social no país que não
pode ser ignorada quando tratamos de melhorias na mídia mais acessada pelos
brasileiros, o que dificulta e muito o desenvolvimento e o acesso aos recursos
digitais.
Sobre esse acesso à tevê Digital é importante destacar que da união nipo-
brasileira, surgiu também o desenvolvimento de um middleware opensource, que é
um “software intermediário que trabalha com o hardware da TV e explora a
interactividade, com diversos aplicativos” (DENICOLI, 2011, p.52), conhecido como
Ginga. O software intermediário e livre para aplicativo de TV digital, proporcionando
interatividade, foi elaborado pela Anatel conjuntamente com o Laboratório Telemídia
da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) e pelo Laboratório
de Aplicações de Vídeo Digital (LAViD) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A partir do Ginga, alguns televisores e conversores digitais desde 2010
começam a ser vendidos com o recurso DTVi, permitindo uma possível
interatividade. “A decodificação dos dados através de um Middleware instalado no
receptor ou conversor de TV Digital permite a interatividade do telespectador ao
acessar serviços interativos” (SCHLITTLER, 2011, p.24). Gindre (2016) critica a
maneira como o governo brasileiro inviabilizou o Ginga, pois nem mesmo os
beneficiários do programa social Bolsa família, recebem os conversores com um
modem 3G ou 4G para acesso à internet, o que dificulta baixar novos aplicativos e
novos conteúdos. O restante da população, que está incluída em outros programas
sociais, receberá o conversor sem o Ginga, garantindo apenas a melhor qualidade
na imagem e no som do televisor. Um outro fator que determinou a “morte” do
middleware brasileiro foi “a recusa dos radiodifusores em adotar a interatividade na
54

TV aberta” (GINDRE, 2016), principalmente devido a um possível aumento dos


custos e desinteresse do telespectador pela programação. Além desses dois pontos,
as empresas que fabricam televisores também não estimularam a adoção de um
software com código aberto e brasileiro, pois o que tudo indica, segundo o jornalista
Gindre (2016), a interatividade é uma nova fonte de recursos para esses fabricantes.
A situação atual continua praticamente a mesma, poucos foram os avanços
dessa tecnologia brasileira. Algumas emissoras utilizam o Ginga de maneira
simplória e limitada, pois, afinal, de quem é a responsabilidade em desenvolver,
arcar com os custos e utilizar? De quem é o interesse para que essa tecnologia se
desenvolva e seja abarcada pelo público?
Em contrapartida, o Brasil viu um crescimento exponencial do número de
linhas de celulares nos últimos anos, chegando a cerca de 200 milhões de
aparelhos no ano 2010, o que equivale, grosso modo, a uma linha por
habitante. Uma vez que as tecnologias de rede dos celulares têm evoluído,
ao passo que os preços de acesso às redes de dados têm decaído (embora
sejam bastante altos), é possível conceber que esta seja uma forma de
canal de retorno não só pela viabilidade tecnológica e econômica que pode
estabelecer-se, mas também pelos aspectos culturais do telefone, que é
uma mídia de comunicação bidirecional por natureza e, assim, poderá ser
assimilado mais facilmente pelo usuário (SCHLITTLER, 2011, p.24)

Um dos principais fatores para que a televisão continue sendo ainda uma
comunicação unidirecional - na maioria das vezes, é o fato dela ser uma experiência
compartilhada, coletiva, e não individual como as telas mobile, que como o próprio
termo já apresenta é a liberdade de usar, interagir em qualquer lugar e a qualquer
momento. Por isso, as possibilidades oferecidas e buscadas pelas emissoras de
televisão na era da cultura da convergência estão ainda atreladas a uma
interatividade a partir dos dispositivos móveis e a internet, o que justifica este estudo
de caso. “A Web já transformou a televisão” (CASTELLS, 2015, p.112).

O desenvolvimento das mídias digitais e das tecnologias dos dispositivos


móveis no país foram exponencialmente mais rápidas do que o da TV Digital, o que
faz com que os telespectadores sejam mais usuários e ainda vejam o televisor como
uma tela inacessível do ponto de vista da usabilidade e interação, aqui
compreendidos como processos complexos e que precisam ser construídos e
estimulados pelas emissoras, criando um canal de retorno em via dupla.
55

3 IDENTIDADE DAS EMISSORAS: PROGRAMAÇÃO E PRODUTOS

Os produtos que compõe a programação de uma emissora determinam a


identidade da empresa, seja ela sendo um canal aberto ou fechado/pago;
generalista ou segmentado; nacional ou local; comercial ou público; educativo,
universitário, comunitário ou estatal. Nenhuma emissão dessa instituição é neutra,
por isso, “fazendo escolhas de programas e de programação, a emissora afirma-se
não só como responsável editorial, mas contribui para construir uma imagem de si
própria como pessoa e como parceira do telespectador” (JOST, 2007, p.53).
Mesmo com a atual experiência proporcionada pela internet, em que o
telespectador pode acessar o conteúdo em qualquer lugar, em qualquer tela, a
televisão pode ser compreendida a partir desses aspectos fundamentais: a
programação e os produtos, que se entrelaçam e são responsáveis pela construção
da marca dessas emissoras. Marca que vai além do nome e do logotipo2, tem a ver
com a relação com o público e a maneira como realiza a autopromoção (quando a
emissora se promove) e a autoreferencialidade (quando a emissora fala de si
mesma). A televisão é uma construção desses conceitos que possibilitam ao público
compreender e se inserir no mundo, e mais do que isso, serve “para unir indivíduos
e públicos que de um outro ponto de vista tudo separa e lhes oferece a possibilidade
de participar de uma atividade coletiva” (Wolton, 2007, p.71). Hoje, em meio a tantos
conteúdos disponíveis, propagar-se e criar engajamento é sobreviver.

3.1 Programação

O pesquisador brasileiro José Carlos Aronchi de Souza (2004, p.54) define


programação como “o conjunto de programas transmitidos por uma rede de
televisão. O principal elemento da programação é o horário de transmissão de cada
programa”. Partindo desse conceito, os programas são partes que compõe um todo
chamado programação, entretanto, são produtos que não são jogados
aleatoriamente “no ar” sem a definição principal do horário de exibição e de um
propósito ideológico, político e identitário da empresa que veicula. Existe de fato a
“arte de programar” em que o horário, o tipo de produto e o público que se quer tocar

2
Elementos gráficos que identificam a marca, serviço ou produto de uma empresa.
56

são fundamentais para serem pensados, que Jost (2007, p.75) considera que “o
sucesso ou o fracasso de um programa depende enormemente do horário em que
ele é difundido”. Chambat-Houillon (2007, p.155) reforça que “a programação pode
se considerar como a arte de encontrar telespectadores”.
Até hoje, mesmo com as mudanças ocasionadas com o crescimento da
internet, a programação televisiva ainda precisa ser um ponto de preocupação e
cuidado das emissoras. Por mais que o conteúdo seja disponibilizado
posteriormente em outra plataforma digital, e que o telespectador possa “acessá-lo”
a qualquer hora do dia, há uma estratégia em relação ao horário que é indispensável
para que a emissora de televisão de qualquer natureza marque seu lugar em sua
própria “casa”. Os hábitos culturais de consumo construídos ao longo de quase
setenta anos de televisão precisam ser levados em consideração, não podendo ser
do dia para a noite desconsiderado por quem produz e por quem assiste. Por isso,
mesmo com a chegada da TV Digital, semanalmente os canais planejam a
distribuição dos seus produtos em horários e tempos específicos, e este plano é
conhecido como grade semanal. “A grade horária de uma emissora é resultado das
pesquisas de audiência e da estratégia de cada rede” (DE SOUZA, 2004, p.58).
Essas escolhas variam muito de país para país, pois o veículo ao programar deve
levar em consideração, sobretudo, o telespectador e os hábitos “não por delicadeza
e simpatia, mas porque eles são os consumidores de seus produtos, os
compradores do seu negócio” (DUARTE, 2004. p.37). Mesmo a emissora de
televisão com moldes generalistas pensa nos tipos de públicos possíveis, assim
como um canal segmentado, sendo um erro dirigir o formato do programa para todos
os públicos (JOST, 2007). Apesar disso, só se consegue realizar esse
direcionamento quem tem conhecimento da audiência.
No Brasil, o período da noite, das 19h às 22h, é considerado o horário nobre
para as emissoras abertas em que há um investimento maciço nas novelas 3 e
telejornais, sendo um espaço cobiçado pela publicidade. Mesmo sendo um público
considerado muito grande nesse horário, a criança não é a audiência esperada. Por
isso, considera-se que mesmo que os programas não sejam direcionados a grupos
bem delimitados, as emissoras escolhem o conteúdo de acordo com o tipo de
público que pode assistir naquele horário determinado, o que Jost (2007) chama de

3
Segundo pesquisa publicada pela empresa Katar Ibope Media, em 28 de novembro de 2017, os gêneros da TV
aberta mais vistos no Brasil, entre janeiro e outubro, foram: 1- novela, 2- futebol e 3- filme. Disponível em:
https://www.kantaribopemedia.com/generos-america-latina/. Acesso em 3 fev 2018.
57

“televisão disponível”. Atualmente, ainda não vivenciamos uma mudança dessa


maneira de fazer televisão, nem com a TV digital ou com as mídias digitais.
A partir dos anos 80, as emissoras brasileiras tentam seguir um padrão que,
por muito tempo não existiu devido ao desconhecimento da audiência em si. Antes,
a programação da televisão brasileira era feita de maneira aleatória e sem estudos.
Entretanto foi também pelas experimentações que as grades conseguiram se firmar
e conquistar a credibilidade junto ao público. “Os objetivos de cada emissora variam
de acordo com a cultura do telespectador, seus costumes e expectativas” (DE
SOUZA, 2004, p.58). O telespectador brasileiro tem como modelo de programação a
Rede Globo e o que sai dessa lógica gera ainda estranheza, porquanto o grupo
empresarial responsável não dita apenas as regras quando o assunto é canal aberto
e comercial, ocorrendo o mesmo quando se trata dos canais fechados desse
veículo. Isso ocorre porque os responsáveis por essa empresa parecem estar
sempre à frente no mercado brasileiro de televisão, antevendo cenários e
recalculando rotas, como ocorreu no caso do mercado da televisão segmentada no
Brasil com a criação da GloboSat em novembro de 1991, movido pelo mercado
norte-americano (GLEISER, 1995).
É que aqui são as tevês comerciais que dão as cartas: elas imprimem o
tom, o teor informativo e a qualidade dos produtos televisivos, depois
perseguidos por tevês estatais e públicas, essas sim enfraquecidas,
empobrecidas, carentes do ponto de vista dos recursos humanos e
técnicos, desaparelhadas do ponto de vista tecnológico e sempre
comprometidas com questões políticas e ideológicas. (DUARTE, 2004,
p.17)

A grade de programação brasileira é elaborada a partir de uma lógica de


fluxos. Williams (2016) considera o fluxo planejado um fenômeno que coloca a
radiodifusão como tecnologia e, ao mesmo tempo, como uma forma cultural. A
programação televisiva é realizada a partir dos tipos de fluxos: horizontal e o
diagonal e vertical. A programação com fluxo horizontal dispõe os programas em
horários fixos ou que não se alteram com facilidade. Os dias e horários são
determinados a partir de um perfil da audiência, “com o objetivo de criar no
telespectador o hábito de assistir ao mesmo programa nesse horário” (DE SOUZA,
2004, p.55). A programação diagonal e vertical é utilizada por muitas emissoras
exclusivas de TVs por assinatura e, também, por emissoras públicas como a TV
Brasil e a TVU RN. Pelo fato dessas emissoras não terem programas para
58

preencher toda a grade, de segunda a domingo, 24 horas por dia, mesmo que
encaixem suas estreias em dias e horários específicos, necessitam reprisar diversas
vezes, em horários diferentes.
O rádio também se caracteriza como uma mídia de fluxo, que explica Cannito
(2010, p.49):
Os meios de fluxo transmitem seus programas seguindo o fluxo temporal de
modo unidirectional – ou seja, a programação nunca volta. Mais do que
isso, a exibição não depende da vontade ou da interação do receptor –
nenhum telespectador/ouvinte consegue ter acesso ao jornal das 20h
quando o relógio marca 16h30, por mais que ele rejeite a programação das
16h30. O espectador pode desligar a TV, mas isso não impede que seu
vizinho continue assistindo à programação regular […] A televisão é
predominantemente fluxo porque exibe programação seguindo de modo
unidirectional e regular a linha do tempo. Trata-se de um ‘eterno ao vivo’,
ainda que o ‘ao vivo’ tenha sido gravado previamente, em um processo que
marca profundamente a linguagem televisiva – ainda que os produtores e
espectadores não tomem consciência disso.

As emissoras programam e escolhem o horário dos conteúdos de acordo com


o público disponível, criando assim um fluxo e uma rotina. Esse é um dos pontos
que vai diferenciar a televisão da internet. Apesar da televisão ser também uma
mídia de arquivos, em que o telespectador tem a opção de gravar o programa, seja
por uma mídia física ou pelo próprio televisor (opção disponível pelas TVs por
assinatura ); ou ainda assistir posteriormente em um aplicativo digital ou em uma
rede social, o horário de exibição criador de um fluxo planejado (o que vem antes e
depois do produto), ainda é responsável por fazer com que a televisão seja o que é.
“Por isso que chamamos quem interage com a internet de usuário, e quem interage
com a televisão, de telespectador” (CANNITO, 2010, p.50). Mas o que esperar do
futuro dessa mídia em que o público aguarda o horário predeterminado para ver o
que deseja, em um mundo que oferta cada vez mais as possibilidades dos vídeos
sob demanda (video on demand) e desperta uma cultura jamais sentida em anos?
Cannito (2010) chama de “mito apocalíptico” a customização da televisão,
ideia de que o telespectador assiste ao conteúdo em outra tela sem
necessariamente ser o televisor (any screen), em qualquer horário que desejar
(anytime) e onde quiser (anywehere). Por muito tempo foi construída esta ideia ao
tratar da Televisão Digital, no entanto, as possibilidades ainda não saíram do papel.
Conforme o pesquisador, a programação televisiva ainda pauta os debates. Sem
dúvida, no Brasil, essa questão é bastante recorrente, pois é só se conectar ao
YouTube e ver os inúmeros canais que comentam sobre programas televisivos,
59

principalmente sobre os reality shows, assim como o feed do Facebook com muitas
notícias sobre a televisão. A empresa Netflix, por exemplo, oferta via streaming 4
conteúdos como filmes e séries (a maioria americana) a um valor baixo,
conseguindo atingir diversos públicos, fazendo parte das conversas desses grupos
nas redes sociais digitais ou off-line. As séries também são assuntos que pautam o
cotidiano e são conteúdos para youtubers e sites de notícia. Mesmo assim, como
podemos perceber, há diferenças entre uma emissora de televisão e uma empresa
que oferta produtos como uma locadora: fluxos, direcionamento, produtos,
identidade. Aliás, “a televisão ritma nossos dias e nossos anos. A sessão de cinema
suspende o tempo social, a televisão estrutura a nossa temporalidade, nossa vida”
(DUARTE, 2004, p.7).
Em vista disso, a televisão é uma produção pensada dos produtos ofertados,
que vai desde uma transmissão ao vivo de uma partida de futebol até uma
assinatura cultural de cinco segundos. E isso é válido tanto para empresas
comerciais quanto públicas. Tudo isso é graças a uma organização da programação,
de um fluxo temporal organizado e prefixado, que só é possível a partir das
produções. Ainda é difícil imaginar uma televisão em que o telespectador se
comporta como um usuário, alterando um dos princípios da mídia digital, a
programabilidade (CANNITO, 2010), e essa questão, sem dúvida, vai muito além do
que experimentamos atualmente com o controle remoto.

3.2 Produtos: categoria, gêneros e formatos

Os produtos de uma dada emissora são pensados e produzidos a partir de


um determinado formato que é geralmente e prontamente reconhecido pelo público
por meio de um contrato estruturado e reconhecível. De acordo com o estudo de
referência do De Souza (2004), pode-se considerar que essa identificação dos
programas é feita a partir de uma classificação de gêneros, o que gera uma
linguagem própria para as produções televisivas. O pesquisador realizou uma
análise da programação de emissoras abertas e comerciais, o que motivou a
classificação dos programas brasileiros em categorias, gêneros e formatos.

4
De acordo com Cannito (2010, p.82), é a tecnologia que permite o envio de informação multimídia através de
pacotes, utilizando redes de computadores, sobretudo a internet. Quando a ligação de rede é banda larga, a
velocidade de transmissão da informação é elevada, dando a sensação de que o áudio e o vídeo são
transmitidos em tempo real.
60

A pesquisa (com o intuito pedagógico e não limitante) sinalizou cinco


categorias, são elas: Entretenimento, Informação, Educação, Publicidade e Outros.
“A divisão dos programas em categorias inicia o processo de identificação do
produto, seguindo o conceito industrial assumido pelo mercado de produção” (DE
SOUZA, 2004,p.38). Apesar de ter definido “entretenimento” como uma categoria
sozinha, para o autor, os programas televisivos precisam sempre entreter, pois
devem despertar no telespectador a vontade em assistir ao produto. Assim também
pensam Duarte (2004, p.50), ao afirmar que “tevê é entretenimento”, e Wolton (2007,
p.64), ao dizer que “a televisão permanece um espetáculo e não pode ser uma
escola com imagens”.
A divisão em categorias foi uma maneira encontrada para organizar grupos
diferentes, os chamados gêneros. O autor não apresenta um conceito fechado do
que seja gênero, de maneira geral: “no Brasil, os gêneros são definidos pela
emissora segundo o seu entendimento e as suas estratégias de marketing” (DE
SOUZA, 2004, p.181). Esse “entendimento” das emissoras diz respeito também ao
horário de exibição e ao perfil da programação. A classificação fica a cargo de cada
emissora, e os gêneros podem se alterar de acordo com os formatos escolhidos.
Duarte (2007, p.15) vai além ao dizer que “por gênero televisivo, compreende-se
uma macro-articulação de categorias semânticas capazes de abrigar um conjunto
amplo de produtos televisuais que partilham umas poucas categorias comuns”. Para
a pesquisadora brasileira, os gêneros vão se manifestar nos subgêneros e nos
formatos.
Mas e o formato? Para De Souza (2004, p.183), “é a linguagem desenvolvida
pela televisão para dar forma a um gênero de programa de televisão e transmiti-lo”.
Um gênero, como mostra na imagem 1, pode ter vários formatos e toda a construção
da linguagem do programa vai depender da maneira como a emissora irá tratar essa
produção.
61

Figura 2 – Classificação de categorias e gêneros

Fonte: DE SOUZA (2004, p.92)

As escolhas técnicas, de conteúdo e o tempo são fatores que justificam o


formato, que também pode agregar “elementos de vários gêneros e assim
possibilitar o surgimento de outros programas” (DE SOUZA, 2004, p.46). Sobre essa
hibridização e dinamicidade do gênero, Cannito (2004, p.56) fala que:
Entre os gêneros que se definem e se misturam, como telejornais, novelas e
talk shows, reality shows, existem pontos que os aproximam e os
distinguem, trabalhando e alterando a dialética do gênero. Elementos
visuais (cenários, enquadramentos, maquiagem), sonoros (música,
diálogos) e estruturais – como edição, corte de cenas, planos e montagens
– servem para aproximar subgêneros, misturá-los, e fazer do gênero
televisivo uma entidade dinâmica como é a comunicação em si. Nesse meio
podemos incluir os recursos de intertextualidade, alusões, repetições,
elementos de complexidade do produto televisivo.

Enquanto De Souza (2004) trabalha com a ideia de categoria, gênero e


formato, Duarte (2004,2007) acrescenta ainda a noção de subgênero, que para a
pesquisadora, está entre o gênero e o formato, falando ao telespectador sobre o
produto muito mais que o gênero e o atualizando. Segundo Duarte (2004, p.68),
gênero é:

[...] antes de tudo, uma estratégia de comunicabilidade, e é como marca


dessa comunicabilidade que se faz presente e é analisável no texto. Os
gêneros são então categorias discursivas e culturais que se manifestam sob
a forma de subgêneros e se realizam em formatos.

Dentro de inúmeras possíveis possibilidades que as emissoras têm ao


criarem produtos e ofertarem, reafirmando assim “as regras do contrato com o
público” (CANNITO, 2010), a pesquisa do De Souza (2004) classificou – com
referência a partir da programação das emissoras pesquisadas, um total de cinco
categorias, 37 gêneros e 31 formatos, como mostra a Imagem 1. Já em estudo mais
62

recente sobre gêneros e formatos, o pesquisador brasileiro Aronchi de Souza criou


juntamente com outros pesquisadores a “Roda dos Gêneros da TV Digital
Interativa”, a partir principalmente da pesquisa apresentada anteriormente. Nessa
nova configuração levando em consideração o digital, a proposta determina os
produtos televisivos em quatro categorias (Educação, Entretenimento, Informação e
Propaganda) e amplia para 51 gêneros, 33 formatos, além de também poder
observar os programas através das formas de gravação, de exibição, de
transmissão, da periodicidade, do dia da semana, do horário e classificação
indicativa por faixa etária. “Combinando as opções de cada círculo, os profissionais
e pesquisadores descobrem e organizam os elementos que compõem a criação de
programas para multiplataformas digitais” (Aronchi, 2013, p.4). O produto é intuitivo
e abarca apenas as emissoras de TV de canal aberto e nacional (Bandeirantes,
Globo, Record, Rede TV!, SBT e TV Brasil), ofertando ao final uma lista de opções
de acordo com as escolhas do usuário, que pode também visualizar as
“características do programa”.

Figura 3 – Roda dos gêneros da televisão digital interativa

Fonte: http://www.rodadosgenerostv.com.br/
63

O projeto pode ser acessado por meio do site 5 e propõe intuitivamente uma
combinação aleatória de um ou mais elementos que compõe hoje as produções
televisivas, estas que não estão mais limitadas a um televisor, mas sim, estão em
todos os lugares, em diversas telas e atingindo públicos inimagináveis.
O principal motivo para a elaboração da Roda dos Gêneros da Televisão
Digital Interativa é criar uma taxionomia para a área multimídia para ser
utilizada pelos pesquisadores, profissionais, estudantes e pelo mercado
audiovisual. Porém, a aplicabilidade e usabilidade serão apontadas pelo
usuário, o público, o telespectador e, por fim, a dona de casa e o jovem ou a
criança que detém o controle remoto ou o teclado ou a tela mobile. A Roda
é uma pesquisa aplicada e seu conceito propõe soluções para resolver
problemas com os quais o público se depara: o que é isso que estão me
mostrando? É isso que eu quero assistir? Como vou encontrar um conteúdo
que me agrade? (ARONCHI, 2013, p.11).

Duarte (2004, p.70) considera que “é necessário ter presente que a condição
natural de toda produção televisiva é a complexidade e a hibridização”. Atenta
Rossini (2007) que esse hibridismo é ocasionado pela convergência tecnológica,
que possibilita que cada meio se reinvente e crie as próprias bases de manutenção
e existência. Sem dúvida os elementos escolhidos não reduzem dois telejornais
diferentes a um mesmo formato. Por exemplo, um telejornal como o TVU Notícias,
da TVU RN, vai se diferenciar ou não em vários aspectos de um outro que não seja
local, de uma emissora comercial, transmitido em um horário matutino. A
hibridização é hoje uma das maneiras com que a televisão vai produzir os
conteúdos, pois suportes tecnológicos diferentes do tradicional aparelho de televisão
muitas vezes potencializa novas linguagens para novos públicos. E isso não quer
dizer que a televisão deixa de ser televisão. Pelo contrário, a hibridização da
linguagem e a convergência digital oportuniza a reinvenção de uma mídia
tradicional.

A TV se tornará ainda mais TV, com todo seu potencial de séries narrativas
e possibilidades de conteúdo sob demanda, que permitirão aos autores
tornarem os enredos mais atraentes, pois não terão de se preocupar com o
espectador que perdeu algum episódio, tal como já fazem as grandes séries
americanas. Além disso, a ficção televisiva será construída como narrativa
transmidiática, que perpassa várias mídias, elaborando universos em que o
público poderá imergir e participar. (CANNITO, 2010, p.218 -219)

Em vista disso, o formato indica ao telespectador o que será mais ou menos


oferecido e adquirido, e a precisão do que Duarte (2004) chama de promessa, parte
primeiro do despertar do interesse do público, de produção de sentido e afeto

5
Site do “Roda dos Gêneros da TV Digital Interativa”: http://www.rodadosgenerostv.com.br/. O aplicativo mobile
não foi encontrado no Play Store.
64

(CASETTI; ODIN, 1990) independente de como e onde assiste ao produto. Para


Chambat-Houillon (2007, p.142) “o formato participa da interpretação da emissão
(programa), construindo um tipo de relação entre o telespectador e o programa”.
Muitas vezes os produtos de emissoras distintas parecem semelhantes em muitos
aspectos, mas é exatamente o formato que faz com que “na chegada, tenhamos
efetivamente programas muito diferentes” porque o formato “serve também para
distinguir, conforme Pierre Bourdieu, os telespectadores”. (CHAMBAT-HOUILLON,
2007, p.144). Assim também aborda Duarte (2007) ao considerar que o formato
diferencia os programas, pois é o que identifica como o material televisivo é
produzido e a forma como ele é construído.

4 CULTURA DA CONVERGÊNCIA: QUANDO O CIBERESPAÇO INVADE O


COTIDIANO E A TELEVISÃO

A internet transformou completamente os meios de comunicação tradicionais


como a televisão, o rádio e o jornal. As possibilidades geradas a partir da
digitalização de textos, imagens, sons e depositados no World Wide Web variou em
muito as práticas realizadas pelas indústrias, principalmente as relacionadas com o
entretenimento e a comunicação de massa. Além disso, cada vez mais as pessoas –
aqui chamadas de usuários, incluindo as de países subdesenvolvidos, usam os
6
espaços sociais possibilitados pelo ciberespaço para se informar, consumir,
compartilhar, trabalhar e estudar, o que Castells (2015) conceitua como
autocomunicação de massa:
Com a difusão da internet, surgiu uma nova forma de comunicação
interativa, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos
para muitos, em tempo real ou no tempo escolhido, e com a possibilidade
de usar a comunicação entre dois pontos, em transmissões especializadas,
narrowcasting ou em transmissões para muitos receptores (broadcasting),
dependendo do objetivo e das características da pratica da comunicação
intencionada. (CASTELLS, 2015, p.101).

A comunicação parece não ser mais tão limitada e, de maneira expandida e


múltipla, propaga-se em lugares e distâncias que antes eram insonháveis. Segundo
Jenkis et al (2014, p.26), “a ‘propagabilidade’ se refere aos recursos técnicos que
tornam mais fácil a circulação de algum tipo de conteúdo em comparação com
outros”. O que antigamente era realizado com mais dificuldade, hoje com a

6
Lévy (2011) explica que de origem americana, o termo “ciberespaço” foi empregado pela primeira vez no
romance de ficção científica Neuromancer, de William Gibson, em 1984.
65

“transformação tecnológica que é baseada na digitalização da comunicação”


(CASTELLS, 2014, p.102), que gera cada vez mais uma comunicação convergente,
móvel, interativa, existe um maior acesso no cotidiano de milhões de pessoas, em
diversos campos da vida social, na palma da mão, claro, de quem pode ter acesso à
circulação desses bens de consumo, o que pode ser considerado uma barreira
digital devido a problemas sociais e econômicos (MARTINO, 2015).
No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad C)7 sobre tecnologia e de acesso à internet, divulgada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 21 de fevereiro de 2018, 69,3% da
população brasileira tem acesso à internet, o que equivale a sete em cada dez
domicílios. No nordeste brasileiro, o número é de apenas 56,6% da população, o
que caracteriza a região com a menor quantidade de residências com acesso à
rede. Desses internautas que navegam no ciberespaço, 76,4% assistem a vídeos,
programas, séries e filmes. Os dados relativos ao quarto trimestre de 2016 mostram
também que 97,2% dos usuários acessam a rede por meio do celular e apenas
11,3% pelo televisor. Os brasileiros entrevistados que não utilizam a internet
alegaram falta de interesse, o preço do serviço e o desconhecimento no uso das
ferramentas.
A partir desses dados pode-se intuir que a relação com a tecnologia está
totalmente atrelada a oportunidade de uso e a maneira como o usuário irá aderir as
ferramentas disponíveis na internet, pois a técnica, segundo Wolton (2007, p.34-35),
“não é o suficiente para mudar a comunicação na sociedade, e é por essa razão que
numerosas revoluções tecnológicas de comunicação não tiveram o impacto
esperado”. Na cibercultura, nomenclatura proposta pelo sociólogo Pierre Lévy,
observa-se que existem direcionamentos plurais, que legitimam diferentes
experiências da narrativa por meio de plataformas no ciberespaço.

O ciberespaço designa menos os novos suportes de informação do que os


modos originais de criação, de navegação no conhecimento e de relação
social por eles propiciados. Citaremos [...] o hipertexto, a multimídia
interativa, os videogames, a simulação, a realidade virtual, a telepresença, a
realidade aumentada [...] O ciberespaço constitui um campo vasto, aberto,
ainda parcialmente indeterminado, que não se deve se reduzir a um só de
seus componentes. Ele tem vocação para interconectar-se e combinar-se
com todos os dispositivos de criação, gravação, comunicação e simulação.
(LÉVY, 2011, p.106)

7
Informações disponíveis em: https://noticias.r7.com/brasil/sete-em-cada-dez-casas-tem-acesso-a-internet-no-
brasil-diz-ibge-21022018. Acesso em: 10 abr. 2018
66

Mesmo com o crescimento da internet no Brasil em meados de 2010, a


televisão ainda era soberana como hoje, e ignorou-se por algum tempo a presença
de redes sociais digitais importantes como o Facebook e o YouTube e o linguajar
dessas novas plataformas digitais. Algumas emissoras televisivas brasileiras
começaram a utilizar a linguagem da internet a pouquíssimo tempo, mais ou menos
uns cinco anos, e anteriormente a existência de outras telas era ignorada por quem
produzia conteúdos televisivos. Até que quem produz para televisão começou a
entender que a internet na vida da população do país era cada vez mais crescente,
em que o público estava adaptado e com acesso maior aos smartphones. Pesquisas
como a do Instituto Provokes, realizada em 2017 em parceria com o YouTube e o
Google Brasil (DEARO, 2017) mostram que este é um novo fenômeno em que o
telespectador utiliza dispositivo móvel ao mesmo tempo em que assiste à televisão,
a chamada Segunda Tela (PROULX; SHEPATIN, 2012). Nessa pesquisa, dos 1500
entrevistados, entre 14 e 55 anos, 87% disse que continua online enquanto assiste
televisão e 56% prefere a web, passando, em média, 11,9 horas por semana
assistindo televisão e 13,4 horas por semana vendo vídeos online. A pesquisa
mostra que em três anos o consumo de vídeos da internet subiu 90,1%, enquanto o
hábito de assistir à TV se manteve praticamente estável. Sobre o acesso à vídeos
da internet, 83% disse que busca por conteúdo que não está na TV, 43% disse que
quer assistir a conteúdo que não conseguiu assistir na TV e 19% para saber mais de
um conteúdo que assistiu na televisão.
Embora seja notável o aumento do uso da internet no cotidiano da população
brasileira, a televisão ainda é o meio de comunicação de maior utilização no país
para receber informação, quando praticamente nove entre dez entrevistados fizeram
menção à mídia, conforme dados da última divulgação da Pesquisa Brasileira de
Mídia (BRASIL, 2016) 8 , e 28% dos entrevistados afirmaram que usam o celular
enquanto assistem à televisão. A pesquisa mostra que mais do que o rádio, a
segunda mídia mais acessada no país é a internet, com 49% dos entrevistados a
mencionando em primeiro ou em segundo lugar, sendo que 91% acessa pelo

8
Segundo o Relatório, “A pesquisa teve como população-alvo pessoas com 16 anos ou mais de idade
residentes em todo o território nacional. Foram realizadas 15.050 entrevistas domiciliares face a face, no período
de 23 de março de 2016 a 11 de abril de 2016, em 740 municípios das 27 Unidades da Federação. A margem de
erro foi de 1 ponto percentual para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra,
assumindo um nível de confiança de 95%” (PBM, 2016, p.14)
67

celular. Desse percentual que disse em primeiro ou segundo lugar preferir à internet,
apenas 19% declarou assistir à TV enquanto acessava à rede.
Com o crescente acesso da população brasileira e do gosto em estar
conectado, as emissoras de TV compreenderam que era preciso agregar e não mais
ignorar a internet ao modelo de negócio. Muitas empresas de televisão, comerciais
ou não comerciais, criaram aplicativos para gerar o consumo de seus produtos,
valorizaram o site, começaram a ser atuantes nas redes sociais digitais mais
consumidas pelo telespectador e iniciou um marketing digital mais engajado, ou
seja, transportou o conteúdo televisivo para o ciberespaço, sendo mais um canal
extensivo para acesso aos conteúdos produzidos e de relação com o público. Assim,
a identidade dessas emissoras que até então estavam apenas no televisor, passou a
ser atuante em outras telas, tendo uma presença digital importante para os moldes
de consumo que vivemos nestes tempos. Igualmente, essas emissoras passaram a
associar a internet à uma linguagem mais jovem, moderna, dinâmica, que para
Jenkis (2012, p.47), “os novos consumidores são mais conectados socialmente. Se
o trabalho de consumidores de mídia já foi silencioso e invisível, os novos
consumidores são agora barulhentos e públicos”. Apesar disso, é importante
esclarecer que nos dias atuais o ciberespaço não tem fronteira de idade. Muitos
idosos aderiram as segundas telas e utilizam plataformas digitais como qualquer
jovem.
Os usuários de diferentes idades, classes sociais, escolaridades, vão
ganhando cada vez mais espaço ao utilizarem as ferramentas digitais, o que Lemos
(2009) estabeleceu como três princípios da cibercultura, que compreende Martino
(2015, p.27) que é “a cultura – entendida como em um sentido bastante amplo como
a produção humana, seja material, simbólica, intelectual – que acontece no
ciberespaço”. As leis se tornam expressivas para a compreensão de como o
internauta estabelece as narrativas dentro de um espaço virtual que pode ser visto
como democrático e desterritorializado, em um território recombinante, ou seja,
híbrido, composto por vários elementos culturais, sociais e produtivos.
A primeira lei é a liberação do polo de emissão, em que possibilita a produção
e emissão dos produtos do usuário que são imbuídos de ideologias, conceitos,
cultura. Diferente de antes, qualquer um, profissionais ou amadores, tem a
possibilidade de transmitir as suas ideias. A quebra da emissão parte da “quebra” da
unanimidade da indústria cultural de massa que conhecemos imutável há séculos.
68

Segundo Lemos (2009), este fato não significa que (antes) não havia possibilidades
de acesso porque a produção underground de informação como fanzines, rádios
amadores e TVs piratas sempre existiram, entretanto, com alcance bastante restrito.
Canais no YouTube, Facebook, Twitter, Instagram, blogs são alguns dos modelos
que refletem a base desse “novo” universo. As possibilidades dos dispositivos
móveis ampliaram a capacidade e velocidade de produção e emissão com a
internet. Em qualquer lugar o "novo produtor-receptor" pode divulgar novas
narrativas e compor histórias.
No entanto, para compartilhar, o usuário carece da possibilidade ofertada pela
segunda lei da cibercultura: a conexão, que de acordo com Lemos (2009, p.40), "não
basta emitir sem conectar, compartilhar. É preciso emitir em rede, entrar em
conexão com outros, produzir sinergias, trocar pedaços de informação, circular,
distribuir." O ciberespaço vai oferecer as relações como base, havendo trocas e
possíveis retornos. Os botões "curtir" e “descurtir” que hoje não são mais privilégios
apenas do Facebook, e se espalhou para outras mídias sociais digitais como
YouTube, Instagram e Twitter, cria por meio de um único gesto a conexão entre
emissor e receptor, como também, eles não têm mais papéis segregados, e
prontamente, compartilham e trocam rapidamente de funções dentro do cibespaço.
A ferramenta Facebook até ampliou a possibilidade de interação a partir dos botões,
colocando as reações amar, risos, tristeza, raiva, surpresa, o que mostra o quanto
as empresas responsáveis pelas redes sociais buscam essas inovações quando o
assunto é interatividade.
Além de produzir, emitir e conectar, o usuário precisa transformar. "Trata-se
de uma reconfiguração cultural, artística, imaginária, subjetiva, produtiva,
econômica, jurídica, em marcha" (Lemos, 2009, p.41-42). O mais extraordinário é
compreender que há uma reconfiguração – nome dado à terceira lei da cibercultura
– que acarreta em alteração nas práticas e uma mescla das vivências, não
legitimando mais ou apenas, a homogeneização e o padrão estipulado pelos meios
tradicionais de massa.
Não se trata, como vimos, apenas de emissão, mas também da conexão. E
sempre que há emissão livre (liberdade de vozes, de opinião, de ideias) e
conexão (de pessoas ou grupos) há sempre mudança, movimento, linhas de
fuga. Não é à toa que reprimir a livre palavra e a livre conexão é sempre
uma prerrogativa utilizada por regimes totalitários, sejam eles de um
pequeno grupo, de uma cidade ou de um país. Assim, emitir e conectar
produz o terceiro princípio em voga hoje na cultura contemporânea: a
69

reconfiguração (de práticas e instituições) da indústria cultural massiva e


das redes de sociabilidade da sociedade industrial. (LEMOS, 2009, p. 41)

A cibercultura permite o resgate de novos olhares, interatividade e cultura


participativa, relações jamais vistas se compararmos ao que acontecia em outros
tempos históricos. Dessa maneira, complementa Castells (2015, p.102):

O que é historicamente novo, com consequências consideráveis para a


organização social e a mudança cultural, é a articulação de todas as formas
de comunicação em um hipertexto digital composto e interativo que inclui,
mistura e recombina em sua diversidade toda a variedade de expressões
culturais transmitidas pela interação humana.

É a partir da experiência com outra tela, que o telespectador pode participar


de um ambiente convergente, em qualquer lugar, a qualquer momento, em um
sistema móvel, portátil, em que ele pode ser o centro e não mais o fim, tendo acesso
à informação, participando de fato em um ambiente da Web 2.0. É o que Jenkis
(2012, p.30) quer significar ao dizer que “a convergência ocorre dentro dos cérebros
dos consumidores individuais e em suas interações sociais com os outros”. Se os
novos tempos que estão sendo construídos possibilitam através de interfaces,
suportes, programas, plataformas, registros, multimídia, um mundo em que não só a
universalidade sem barreiras territoriais se faz presente, é por meio de outros
fatores, principalmente sociais, que o homem irá construí-lo. De acordo com
Santaella (2005, p. 389), "a revolução tecnológica que estamos atravessando é
psíquica, cultural e socialmente mais profunda do que a invenção do alfabeto, do
que foi a revolução provocada pela invenção de Gutemberg".
Imediatamente, mais do que nunca, os usuários têm em suas próprias mãos a
interatividade, a reciprocidade, a integração, o dinamismo, as memórias e a autoria,
a partir de elementos jamais vistos conectados até então.

4.1 A televisão universitária e a inovação no serviço público

Com esse novo consumidor mais atuante e presente em diversas plataformas


digitais, em um mundo cada vez mais online, as empresas de comunicação acabam
tomando um posicionamento de marketing diferente do que acontecia há uns dez
anos. Os planos de ação mudaram e as emissoras de televisão sabem que não
podem mais esperar o telespectador ligar o televisor na hora marcada, que hoje as
informações exploram o tempo real e perpassam pela mobilidade. É preciso
70

estimular que o público não somente assista naquele momento o conteúdo, mas
possa assisti-lo depois e interagir com o que está sendo proposto, sendo não mais
simples telespectadores, mas multiteleinterativos (GABRIEL, 2010). A chave está
exatamente no conteúdo.
As plataformas de redes sociais digitais facilitam essa relação entre meios de
comunicação tradicionais e internet. Como já discutido, o telespectador está
presente no ciberespaço buscando alternativas para interação e mais conhecimento
sobre o conteúdo que tem interesse, por isso, não se pode negar, tanto para as
emissoras de interesse privado quanto para as do poder público, a ampla
importância dessas novas mídias, sendo a convergência um caminho possível,
“embora a indústria cultural continue existindo e produzindo mensagens dentro de
uma lógica empresarial” (MARTINO, 2015, p.36).
O mais importante talvez das plataformas disponibilizadas na internet como o
Facebook, o Youtube, o Instagram, o Twitter, é a gratuidade dessas ferramentas. Há
uma democratização para que emissoras não comerciais possam estar nesses
ambientes digitais, relacionando-se com os seus públicos e, porque não,
conquistando novos públicos e fazendo diferente. “A TV tem sabido conviver bem
com a internet, se apropriar de seus recursos e estabelecer com ela uma relação
não de concorrência, mas de extensão” (FRANÇA, 2009, p.28).
Mas é preciso ir além. A extensão parte pelo conteúdo que é divulgado
antecipadamente por meio de uma imagem ou vídeo; pela transmissão do produto
ao vivo concomitante nas redes sociais; no arquivamento desse conteúdo
posteriormente; no estímulo à participação através de recursos como hashtags 9 ,
comentários e sugestão de pautas; pelo compartilhamento desse conteúdo e
apropriação e modificação dele, pelo monitoramento dos telespectadores, pela
criação de um conteúdo diferente daquele transmitido na televisão (transmídia 10),
dentre outras formas de estar presente nesse espaço digital. “As marcas que
aproveitarem esses espaços conseguirão gerar ressonâncias e lealdades
duradouras, mas não basta estar presente, é preciso envolver-se com seus públicos
de interesse” (TERRA, p. 42, 2011).

9
Utilizada nas redes sociais digitais como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube, a hashtag é antecedida pela
cerquilha (#) e agrupa conteúdos como um hiperlink direcionando a pesquisa, divulgando o conteúdo e o
metrificando.
10
O conteúdo transmídia, segundo Gabriel (2009, p.110), é o uso integrado das mídias, de forma que uma
história ou mensagem ultrapasse os limites de um único meio.
71

Para a pesquisadora Martha Gabriel (2010), as empresas precisam


compreender a importância das estruturas de transmídia e convergência a fim de
desenvolverem estratégias a partir do conhecimento do comportamento do público-
alvo e da compreensão da relação dele com as mídias e plataformas que mais
utiliza. Dessa maneira, entende-se que as emissoras de televisão precisam se
reinventar e recriar maneiras de convergir com o ciberespaço. E as emissoras de
televisão universitárias públicas? Como inovar em meio a essa nova configuração?

A televisão pública tem que estar na vanguarda desse processo; tem que
ocupar os espaços que simplesmente não podem ser ocupados pela
televisão privada, pela própria natureza de suas operações. Não é um
problema de fácil solução. (HOINEFF, 2017)

Como abordado no capítulo da história da televisão brasileira, as emissoras


educativas públicas surgem a partir de 1967 com questões jurídicas que as limitaram
em conteúdo, recursos e expansão. O início dessa história reflete nos dias atuais,
em que as emissoras sobrevivem com um baixo orçamento, sucateamento de
equipamentos e dependência institucional. Por isso, acredita-se que a mudança só
inicia a partir do melhoramento dos processos institucionais e do cuidado com uma
gestão integrada e, claro, o pensamento de que a inovação é um dos caminhos para
a criação de estratégias de melhoramento dos produtos e da relação com o
telespectador. “O primeiro passo para implementar um processo de gestão da
inovação na empresa é estabelecer uma estrutura organizacional adequada”
(GEISLER, CORAL, 2009, p.45). Por isso, a comunicação organizacional surge
como uma das possibilidades dessa mudança, a partir de um composto da
comunicação integrada e estratégica que envolve: comunicação interna,
comunicação institucional, comunicação mercadológica e administrativa (Kunsch,
2003). Para Bucci (2010), “não há possibilidade de que o espírito da programação e
do modo de proceder das equipes não decorra do modo de gestão”.

As emissoras públicas não precisam caminhar na mesma direção das


emissoras comerciais. Pelo contrário, é preciso sim ir de encontro ao que rege a
lógica do mercado, possibilitando ao público um conteúdo que desperte novos
caminhos, pois sabe-se o quanto o pensamento vigente da população - na política,
na economia, nos hábitos, são moldados por quem dita as regras no país.
Entretanto, as melhorias só são possíveis quando há a implementação de ações de
apoio à inovação, em que há participação de todos e motivação para as mudanças.
72

A própria instituição na qual a emissora está inserida precisa valorizá-la. “Reduzir a


comunicação a um site institucional, a perfis em redes sociais ou aos e-mails de
comunicação interna é inadequado e simplista” (TERRA, 2011, p.23). Ir além é um
fato que não ocorre em uma organização que tem como centro uma gestão fechada
e antidemocrática que anula as possibilidades por acreditar estar no gerenciamento
de uma empresa tradicional e imutável. Por isso, acredita-se no poder de inovar,
pois:

A principal responsabilidade dos líderes consiste em promover a inovação,


e para isso criar um ambiente que seja claramente baseado em equipes e
que integre melhor as áreas de tecnologia e negócios. O papel das
lideranças tem sido, cada vez mais, desenvolver maneiras de estimular e
capacitar seus colaboradores na busca de soluções criativas e alternativas
inovadoras. (GEISLER, CORAL, p.73)

Logo, inovar deve ser um dos princípios de uma emissora Universitária


Pública de televisão, implementando o novo ou o que não é usual, ou simplesmente,
tornando novo o que existe, como nunca foi feito em outros tempos. “O fato é que
cabe a ela descobrir meios inventivos de diálogo com o seu público” (HOINEFF,
2017). A comunicação organizacional digital vem fortalecer esses caminhos a serem
seguidos a partir da apropriação de novas possibilidades imersas na inovação, na
tecnologia, na reorganização das práticas e, claro, na relação com o bem mais
precioso: os telespectadores.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O objeto deste estudo de caso único integrado é a TV Universitária do Rio


Grande do Norte, instituição subordinada a um contexto específico da esfera da
administração pública federal, a Universidade Federal do RN, estando a estrutura
física da emissora localizada no Campus Central, na capital Natal. O propósito desta
pesquisa qualitativa, empírica, descritiva, é investigar como a TVU RN, enquanto
emissora de televisão pública e local, aos seus 45 anos de existência, utiliza os
recursos midiáticos e tecnológicos disponibilizados pela convergência com o
ciberespaço (multitelas).
Para isso, a partir dos primeiros capítulos teóricos realizados por meio de
pesquisa bibliográfica, descrevemos o histórico e o contexto da TVU RN, o modelo
de gestão e o organograma atual e depois, realizamos a análise das ferramentas
online da emissora: website e três plataformas de redes sociais digitais.
73

Após o estudo inicial do caso principal, adentraremos nas unidades de análise


para a seleção de dois programas com transmissão ao vivo da grade de
programação para identificar individualmente os recursos utilizados, realizando por
fim uma comparação dos dados encontrados dos programas para propor uma
generalização com objetivo de responder à problemática principal deste trabalho.
A escolha pela abordagem estudo de caso se faz por ser uma metodologia
(Creswell, 2014; Yin, 2015), que investiga e descreve um sistema (ou sistemas)
delimitado, contemporâneo e real, a partir da coleta de dados realizada pelo
pesquisador por meio das escolhas dentre inúmeras fontes de informação
disponíveis. O estudo de caso é uma opção do pesquisador a partir da compreensão
do fenômeno (o caso inserido em um contexto) no qual quer investigar, uma maneira
escolhida de fazer a pesquisa, que segundo Yin (2015, p.1), é uma abordagem que
pode ser compreendida como “um processo linear, mas iterativo”. Apesar de ser
considerada uma abordagem simples, muitos são os desafios ao optar por esse tipo
de caminho, principalmente porque o estudo de caso não descreve procedimentos
limitantes, exatamente por não ser esse um método teorético, fechado e pré-
determinado ao investigador, apesar de toda a exigência acadêmica, ao rigor e a
sistematização dos procedimentos. “Na realidade, a pesquisa de estudo de caso
está entre os tipos mais difíceis de pesquisa, devido à ausência de procedimentos
bem documentados” (Yin, 2015, p.74).
Não adotamos neste estudo “uma concepção errônea comum [...] que os
vários métodos de pesquisa devem ser dispostos hierarquicamente” (Yin, 2015, p.7).
Pelo contrário, o método aqui proposto é completo e complementar com outros
métodos, e não apenas uma ferramenta de pesquisa preliminar, sendo
“familiar aos cientistas sociais devido à sua popularidade na psicanálise (Freud), na
medicina (análise de caso de um problema), no direito (caso jurídico), e nas ciências
políticas (relatos de casos) ” (CRESWELL, p.87, 2014). Sobre isso, complementa
Yin (2015, p.16):
Alternativamente, muitos dos livros-texto antigos de ciências sociais
falhavam em considerar a pesquisa de estudo de caso um método formal.
Como discutido, uma falha comum era considerar o estudo de caso como o
estágio exploratório de algum outro tipo de método de pesquisa.
74

Cada pesquisador precisa procurar meios para investigar o fenômeno que


tem em mãos (individual; coletivo; grupal; organizacional; social; político; dentre
outros) e muitos são os caminhos a seguir, entretanto, algumas questões relevantes
e que delimitam a escolha devem ser levadas em consideração ao eleger esta
abordagem, a saber:

[...] (1) as principais questões de pesquisa são “como?” ou “por quê?”; (2)
um pesquisador tem pouco ou nenhum controle sobre eventos
comportamentais; e (3) o foco de estudo é um fenômeno contemporâneo
(em vez de um fenômeno completamente histórico). (Yin, p.4, 2015)

Neste trabalho, a investigação com rigor metodológico versa sobre as duas


questões de pesquisa respeitadas no meio científico e que foram propostas por Yin
(2015): como a emissora utiliza esses recursos digitais e, a partir da investigação,
poderemos provavelmente compreender os motivos do fenômeno acontecerem da
maneira como se apresentam na coleta de dados, ou seja, por que ocorre assim?
Por isso, o método de pesquisa escolhido é o estudo de caso descritivo (Creswell,
2014; Yin, 2015), sendo um caso envolvendo a unidade principal de análise – a TVU
RN, e duas unidades de análises subordinadas – os programas ao vivo: Grandes
Temas e TVU Notícias. As unidades de análises subordinadas seguem a lógica da
replicação, não de amostragem, portanto, este trabalho é um estudo de caso
único/combinado, integrado, com múltiplas unidades de análise (Gray, 2012; Yin,
2003). “Dentro de um estudo de único caso, pode haver várias unidades de análises
diferentes” (Gray, 2012, p.209).
A principal hipótese formulada inicialmente neste estudo (baseada em
observação participante) é que as ferramentas possibilitadas pela convergência com
a internet são utilizadas de maneira aleatória e sem planejamento nas produções da
emissora, contribuindo para a não coesão entre os produtos, dispersando uma
identidade da TVU RN que deveria ser única ao telespectador. Isso se dá
principalmente pela falta de organização de uma unidade entre as produções, que
poderia ser melhorada com a centralização desses processos em um setor único
que teria como principal papel possibilitar diretrizes técnicas para quem produz, além
da capacitação dos servidores para este objetivo.
75

5.1 O caso principal: a TVU RN

A primeira emissora do Rio Grande do Norte e uma das primeiras do tipo


Universitária do país, a TVU RN, conhecida por muitos como Canal 5, iniciou a
transmissão em dezembro de 1972. Por quinze anos foi a única emissora do estado.
Muitas histórias e mudanças ocorreram nestes quarenta e cinco anos de existência
– o que necessita ser levado em consideração nesta pesquisa, pois as tecnologias e
os hábitos dos telespectadores, ultimamente, tem ultrapassado o tempo e o espaço,
alterando modelos de negócio consagrados e, até então, imaculados.
Financiada por recursos da UFRN, a TVU RN atualmente está localizada no
campus Central da instituição de ensino e é parte da Superintendência de
Comunicação, a Comunica, conjuntamente com a Agência de Comunicação
(Agecom) e a Rádio Universitária FM de Natal (UFM). A última atualização do
organograma aconteceu em função da aprovação do regimento interno efetivado por
meio da Resolução nº 004/15 – CONSUNI, de 13 de março de 2015. Neste
documento, a emissora está dividida em três setores: Jornalismo, Operação e
Produção e Programação. Antes do regimento efetivado em 2015, os setores de
Produção e Programação encontravam-se separados. Neste trabalho, optamos pelo
entendimento de que os setores apresentam atividades distintas, tendo a Produção
uma atividade meio, responsável por pensar a confecção dos produtos; já a
Programação tem uma natureza final do processo, voltada principalmente para a
transmissão dessas produções. Essa distinção torna-se relevante porque a coleta de
dados perpassa por esse entendimento.
Atualmente, a emissora apresenta uma grade de programação com nove
programas e dois interprogramas. Além desses, mais outras produções estão
previstas para iniciar no segundo semestre de 2018, dentre elas, um programa de
meia hora, que pretende dar voz às periferias da capital potiguar e região – o “Peri”,
sendo uma temática inédita para a cidade. A emissora também exibe produções de
instituições parceiras: o IFRN em Pauta do Instituto Federal do Rio Grande do Norte
(IFRN), o Hora do Enem da TV Escola, o Som sem Plugs e programas diversos do
Canal Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como o Unidiversidade e o
Ciência e Letras. Contudo, em sua maioria, a programação da TVU RN é a
retransmissão das produções da TV Brasil, canal público da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), sendo uma emissora parceira regida por contrato desde 2010.
76

Ao todo, considerando até o primeiro semestre de 2018, a TVU RN produziu


nove programas e dois interprogramas11:

Quadro 1 - perfil das produções internas da TVU RN

Programas e interprogramas Periodicidade Duração Sinopse disponível no site da


produzidos pela TV emissora
Universitária (por ordem
alfabética)

1 - Café Filosófico Semanal 30 minutos A cada programa, um especialista


convidado trata de um tema à luz
da filosofia. Programa semanal,
produzido em parceria com o
Departamento de Filosofia da
UFRN.

2 - Cena Potiguar Diário nos Interprograma Um espaço de valorização da


intervalos com até 4 minutos cultura norte-rio-grandense e de
estreia em dia expressão das diversas formas de
fixo. Na TV Brasil, arte, o Cena Potiguar é um
Começou a fazer interprograma diário da TVU.
parte a partir de
julho de 2018, das
9h às 9h15 das
terças, quartas e
quintas.
3 - Grandes Temas Semanal 1 hora e 15 Os grandes temas de interesse
minutos social são debatidos nas
segundas-feiras ao vivo na TVU.
O programa conta com a
participação de especialistas e
dispõe de um espaço interativo
aberto à população por meio de
telefone e WhatsApp.

4 - Memória Viva Semanal 1 hora Personalidades que marcaram a


história do Rio Grande do Norte e
algumas com repercussão no
cenário nacional. Perfil biográfico
de uma personalidade, convidada
a relatar sua vida e obra. O
programa é um acervo exclusivo
da história contemporânea do
estado.

5- Olhar Independente Semanal 30 minutos Espaço para divulgar e discutir a


produção audiovisual nordestina,
promovendo a interação da
televisão universitária com os
produtores independentes por
meio da exibição de curtas-
metragens, entrevistas com os
realizadores e coberturas de
eventos ligados ao audiovisual.

11
Interprogramas são produções curtas destinadas exclusivamente aos intervalos das emissoras.
77

6 - Por Dentro do Campus Semanal 15 minutos O programa é uma síntese do que


(2 vezes) acontece nas áreas acadêmica,
científica e cultural da UFRN. Um
telejornal semanal, com
entrevistas e matérias para
divulgar o que é produzido no
Campus da Universidade.
7- Tela Rural Semanal 30 minutos Com uma linguagem leve,
dinâmica e informativa, o
programa se propõe a discutir e
disseminar a temática rural no
estado do Rio Grande do Norte. O
programa também é exibido em
rede nacional na TV Brasil e
realizado em parceria com a
Escola Agrícola de Jundiaí
(UFRN) e a Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte.

8 - TVU Esporte Semanal 30 minutos O esporte profissional, amador e


universitário você também
acompanha na tela da TVU.
Conteúdo qualificado e formato
envolvente, com entrevistas e
matérias produzidas. Nesta nova
temporada, o programa é
apresentado exclusivamente por
mulheres.

9 - TVU Notícias Segunda a sexta- 30 minutos Noticiário local que exerce uma
feira prática jornalística voltada para o
interesse público. O jornal busca
provocar a reflexão e a crítica do
telespectador e contribui para a
formação do aluno do Curso de
Comunicação Social da UFRN.

10 – TVÚtil Diário nos Interprograma Reportagens com conteúdos de


intervalos até 2 minutos utilidade pública

11 - Xeque Mate Semanal 1 hora O programa conta com a


participação de alunos do curso
de Comunicação Social da UFRN
como entrevistadores, guiados por
um professor do Departamento de
Comunicação Social da UFRN.
Sempre com um convidado para
debater assuntos atuais.

Fontes: autora e TVURN (2018)

A emissora também foi a primeira Universitária do Brasil a ter o canal digital


aberto no ano de 2015. O fato foi bastante comemorado, porém, as dificuldades em
manter uma transmissão digital ainda são muitas. Por diversos períodos, entre 2016
e 2018, o sinal aberto digital ficou fora do ar. Algumas vezes, a “queda” durou
meses, sem explicações terem sido dadas publicamente ao telespectador. Alguns
telespectadores questionavam principalmente em redes sociais - como o Facebook,
78

mas respostas padrão foram elaboradas aleatoriamente por não ter um servidor ou
setor responsável. Sobre os equipamentos da antena digital, a manutenção é
onerosa e a empresa responsável pelo conserto fica em Belo Horizonte, o que
dificulta ainda mais a agilidade nesses tipos de problemática, já que, uma emissora
de televisão depende da transmissão broadcast. Além disso, os equipamentos de
gravação e transmissão ainda não foram modernizados por possíveis questões
orçamentárias e burocráticas do serviço público, sendo um canal digital com
transmissão em qualidade SDTV (standard-definition television), resolução similar
aos de sistemas analógicos. Sobre inovação e a maneira como a emissora expõe ao
telespectador o que considera relevante ao ter um sinal digital, o texto localizado no
histórico sobre a TVU na internet diz que:
Essa trajetória se passou ao longo de algumas décadas e agora os
desafios estão voltados à inovação e à operacionalização do seu canal
digital. A TV Universitária foi a primeira emissora de uma instituição federal
a explorar um canal digital em sinal aberto, em maio de 2015, o que exige a
utilização de tecnologias recentes e a produção de novos conteúdos em
formatos inovadores, sem esquecer, sobremaneira, da sua missão por
vocação: a de debater os grandes temas da atualidade e os grandes
desafios da contemporaneidade. (TV Universitária do Rio Grande do Norte,
2018)

Apesar deste estudo não ser sobre o sinal digital da emissora e por
considerarmos que a televisão digital ainda não é o que um dia poderá vir a ser,
essa informação da própria emissora justifica a nossa problemática. De antemão,
podemos dizer que poucas foram as mudanças em conteúdo desde então,
principalmente nos formatos dos programas. Por isso, não conseguimos
compreender o discurso da emissora ao considerar “formatos inovadores”, já que, a
grade de programação é praticamente a mesma desde muito antes de 2015, e os
programas apresentam os mesmos formatos, cenários e conteúdos. Atualmente,
podemos considerar que as únicas alternativas digitais usadas pela emissora são: o
website e redes sociais, questões de nossa análise. E até onde a emissora inova e
converge entre transmissão broadcast e as plataformas digitais/sociais?
Como se pode perceber, a presença digital da TVU RN está no site da
emissora (www.tvurn.ufrn.br), com layout alterado no final de 2017, como também,
presente nas seguintes redes sociais: YouTube, Facebook e Instagram. A
programação não é transmitida ao vivo em nenhum tipo de plataforma e a emissora
não possui aplicativo digital.
79

Sobre o perfil da audiência, pesquisas de aferição não são realizadas e o


desconhecimento do público se faz presente nos corredores da emissora. Há dez
anos, esta situação institucional vivida hoje foi relatada, em 2007, pelo então
apresentador do programa Grandes Temas (uma das unidades de análise deste
estudo), Rogério Cruz, que publicou no blog da época um texto com o título TV
Universitária de Natal: uma audiência maior do que se supõe? que diz:

Na atualidade, esse Programa apresenta uma lacuna: a de não contar com


o perfil do seu público. Por essa razão entende-se que haja a necessidade
de que seja feita uma sondagem em que se tenha esse perfil - estimado e
prévio - do tipo de telespectador. (CRUZ, 2007)

O ex-apresentador conclui:

Por fim, essas observações iniciais levantam uma nova questão de


pesquisa: esse tipo de perfil de telespectador do programa Grandes Temas
pode ou não ser generalizado para o telespectador da TVU? Afinal, qual tipo
de público a TVU atende? Em suma, essas perguntas, por si só, sugerem a
necessidade de que esse veículo tenha um acompanhamento mais
sistemático e, portanto, constante, de verificação de sua audiência. (CRUZ,
2007)

Este cenário não difere de um outro relatado pela pesquisadora Denise


Cortez da Silva Accioly, que publicou pela UFRN, em 2012, a tese Televisão
Universitária do RN (TVU): contribuição para a democratização da informação e a
difusão do conhecimento científico produzido pela universidade. A pesquisa coletou,
no segundo semestre de 2010, as opiniões de 1.624 alunos da instituição a respeito
da percepção dos entrevistados sobre a emissora, a partir de questionário com
questões fechadas e abertas. É claro que a programação da TVU RN abrange não
somente a comunidade acadêmica, mas também a sociedade civil de maneira geral,
todavia, reforçamos a relevância e possível atualidade desses dados, apesar de
quase oito anos de distanciamento.
Na pesquisa, a primeira opção de escolha dos entrevistados de um canal de
televisão foi a Intertv Cabugi (Rede Globo) com 68,06% e a TVU RN é pouco citada,
por apenas 5,90% dos entrevistados. Porém, outros canais da cidade também foram
pouco citados, como a TV Tropical (4,19%) e a TV Ponta Negra (1,02%).
Sobre a frequência com que os entrevistados assistem à TVU RN, 55,80%
disseram que “de vez em quando”, 30,70% nunca assistem, 7,50% que sempre
assistem e, não souberam responder, 6,0%. Já nesta época, 98,30% dos alunos
disseram que a mídia que mais acessavam para obter informações sobre a UFRN é
80

a internet, ficando a televisão em segundo lugar, com 19,60%. Os dados podem ser
considerados desatualizados, mas são significativos porque mesmo em 2012, a
pesquisa já mostra uma emissora de televisão pouco assistida e reconhecida dentro
do seu próprio contexto, a UFRN. Se formos pensar atualmente, por exemplo, no
Restaurante Universitário da UFRN, o aparelho televisor dificilmente está
sintonizado na TVU RN.
Por observação participante da pesquisadora, o desconhecimento da grade
de programação não é apenas do público externo, mas do público interno que,
muitas vezes, demonstra não valorizar ou não assistir aos próprios produtos
produzidos. Na primeira semana da pesquisadora como servidora na emissora, em
fevereiro de 2016, um dos colegas de trabalho disse após erro: “Não se preocupe,
ninguém assiste mesmo”. Essas observações levam a diversos questionamentos,
como neste caso ocorrido em um dos programas que também é unidade de análise
deste estudo:
Sexta-feira e o primeiro final de semana de novembro de 2017 estava se
aproximando. Mais uma pauta a ser realizada pela equipe de jornalismo da
emissora. A escolha: trazer ao telespectador a opção entre sair de casa ou assistir
séries da Netflix. A pauta do “Agendão” – quadro antigo do principal jornal da casa, é
aparentemente uma escolha antenada, trazendo ao telespectador duas opções
usuais hoje: o streaming e a balada. A retranca do quadro é: “Rolé vs Netflix”.
O quadro começa assim: “Sexta-feira, já passam das seis horas. O final de
semana está oficialmente aberto. Eu vou procurar uma festa para me divertir
bastante”, disse o apresentador. Em seguida, a outra apresentadora prossegue: “Já
o meu decreto vai ser por aqui mesmo curtindo Netflix”. Os dois estão sentados,
falam lado a lado e, ao fundo, uma televisão apagada compõe o cenário. Depois,
uma enquete mostra pessoas, estas que trabalham na emissora, optando pelas
produções da Netflix ao serem questionadas se sairão de casa ou não.
Além de diversas dicas de festas na cidade, o quadro também ofertou a dica
de filme, que no caso foi a série da Netflix: Stranger Things. O quadro também
iniciou naquele dia a “dica de cinema” com o filme nacional “Boi Neon”, que já não
estava mais em cartaz nos cinemas. Naquele mesmo dia, dois filmes internacionais
seriam exibidos pela emissora, mas nenhuma menção a eles foi feita durante a
produção do quadro.
81

A escolha por essa temática do quadro, que oferta ao telespectador diversas


opções de lazer da cidade, seria antenada e válida se não fosse por um motivo em
especial: o quadro em questão é de um jornal de uma emissora pública. A Netflix
também é uma empresa de entretenimento, que nunca divulgaria a emissora
pública, pelo contrário, é até concorrência considerando-se ambas enquanto
produtoras de conteúdo em tempos de internet.
Alguns questionamentos foram suscitados desde então. Não que faremos
aqui um reproche destas escolhas porque o papel desta pesquisa é trazer reflexões
e não criar fissuras no objeto escolhido. Questionamos se os telespectadores da
emissora – pública e aberta, têm acesso aos produtos da empresa americana, que
só são liberados a partir de uma assinatura mensal. É usual uma emissora de
televisão, sendo aberta ou fechada, pública ou comercial, fazer menção à uma outra
empresa sem ganhar nada em troca? Até onde uma emissora de televisão pode
citar em seu conteúdo ferramentas pagas oriundas da segunda tela? Como a
televisão pública e educativa pode convergir com a segunda tela sem precisar ser
refém dos conteúdos que estão na moda na internet? Por que não se estimulou a
participação dos telespectadores durante a enquete? Esse é o modelo de negócio
buscado pelas emissoras públicas brasileiras? Será que uma emissora de televisão
tão antiga aprendeu com o tempo a se reinventar? Como os avanços tecnológicos
perpassam pelo seu fazer diário, pelos processos institucionais e pela cultura
organizacional? Isso é inovação?

5.2 Unidades múltiplas de análise: a escolha dos programas

A escolha das subunidades para a análise do caso único não se deu por
amostragem. Primeiro, optamos pelos programas por considerá-los os produtos
mais importantes de uma emissora de televisão. Excluímos neste sentido os
interprogramas, as chamadas, os Vts institucionais e os programas produzidos pelas
instituições parceiras. Segundo, optamos por escolher dois produtos, um produzido
pelo setor de Produção e outro pelo setor de Jornalismo. No primeiro momento
da construção dos procedimentos metodológicos deste trabalho, escolhemos quatro
programas para análise, todavia, pelo pouco tempo para a conclusão desta
dissertação, reduzimos para dois.
82

Optamos pela análise da utilização dos recursos midiáticos e tecnológicos nos


seguintes programas: Grandes Temas e TVU Notícias, os únicos programas
transmitidos ao vivo pela emissora. O programa sob responsabilidade da Produção é
o Grandes Temas com mais de uma hora de duração e em formato de mesa
redonda com três convidados. Já o programa do setor de Jornalismo, o TVU
Notícias, é um noticiário local, sendo diário e com trinta minutos de duração. A
escolha pelos programas ao vivo é por eles terem potencialidades de convergência
com a segunda tela, principalmente na ampliação da participação do telespectador.
Em meio a tantas ofertas de conteúdo atualmente, tanto por transmissão broadcast
pelo televisor, quanto por todas as possibilidades disponíveis no ciberespaço, um
produto ao vivo de qualquer emissora deve ser valorizado por todas as
possibilidades de convergência.
De forma geral, optamos pela análise desses programas por diferentes
critérios, além dos dois serem ao vivo: o TVU Notícias foi o mais citado na tese da
Acciolly (2012), com um total de 33,78% dos entrevistados; e o Grandes Temas por
ser um programa que debate assuntos do cotidiano, com grande prospecção para a
interatividade. O Grandes Temas foi criado em 1995 e o TVU Notícias em 1997.
Em todos os programas escolhidos notamos potencialidades para convergir
com a segunda tela e, por isso, serem analisados, cada um em suas especificidades
e identidades, como mostra o Quadro 2. O método utilizado cabe também aos outros
programas da grade de programação da emissora, entretanto, necessitamos
delimitar as unidades pesquisadas. Em um primeiro momento, para diferenciá-los,
especificamos as seguintes características de cada unidade pesquisada: duração;
periodicidade; dias e horários de exibição; categoria, gênero e formato; formas de
gravação, exibição e transmissão; faixa etária e setor responsável.

Quadro 2 – Características das unidades de análise

Grandes Temas TVU Notícias


Duração 1 hora e 15 minutos 30 minutos

Periodicidade Semanal com reprise Diário sem reprise

Inédito (dia da semana e horário) Segunda-feira, às 20h30 Segunda a sexta-feira, às 19h


Reprise (dia da semana e horário) Domingo, às 13h30 sem reprise
Categoria Informação Informação
Gênero Debate interativo Telejornal
83

Formato Mesa redonda Noticiário

Formas de gravação, exibição e Ao vivo em estúdio e depoimentos Ao vivo em estúdio, link ao vivo em
transmissão gravados em estúdio estúdio, link gravado em externa e
matérias gravadas em externa
Faixa etária Livre Livre

Setor responsável Produção Jornalismo

Fontes: autora e Roda de Gêneros da TV Digital Interativa (2018)

5.3 Processo de construção do método deste Estudo de Caso

O estudo de caso está dividido em duas partes. A primeira entende-se o caso


principal, que é a TVU RN enquanto matriz, tentando compreender como uma
televisão tradicional está utilizando as plataformas em um ambiente de
convergência. Sempre levando em consideração que a convergência com a
segunda tela para uma emissora pública de televisão possibilita: participação do
público local e até de outras localidades; conhecimento sobre o público;
engajamento a partir da participação; ganho de novos conteúdos; extensão dos
conteúdos; depósito desses conteúdos; e divulgação da identidade da emissora e de
toda a oferta produzida.
Apresentamos o caso principal a partir da história da emissora, o modelo de
gestão, as metas institucionais e o organograma realizada por meio de pesquisa
bibliográfica e documental. Em seguida, levando em consideração as ferramentas
digitais que a própria emissora emprega, realizaremos uma análise comparada entre
o site anterior da emissora, que foi elaborado em 2010 e ficou acessível durante uns
sete anos, e o atual, que foi lançado em 2017. A análise é necessária por
considerarmos que o site é a casa digital de qualquer instituição. Depois,
realizaremos a análise das redes sociais em que a emissora está presente:
YouTube, Facebook e Instagram. A análise será realizada com o entendimento de
como a emissora reforça a sua própria identidade, a autopromocionalidade e a
autorreferencialidade.
84

Figura 4 – Esquema dos pontos de análise do caso principal do estudo de caso

Fonte: autora

Após a compreensão de como a emissora pública está presente na internet e


como usa as ferramentas acima delineadas, adentramos em uma segunda fase do
estudo, quando as subunidades integradas também foram analisadas.
No estudo de caso único ainda podem ser integradas subunidades de
análise, para que seja desenvolvido um projeto mais complexo (ou
integrado). As subunidades podem acrescentar, muitas vezes,
oportunidades significativas para a análise extensiva, favorecendo os
insights ao caso único. No entanto, se for dada demasiada atenção a essas
subunidades e se os aspectos holísticos maiores do caso começarem a ser
ignorados, o próprio estudo de caso terá mudado sua orientação e
modificado sua natureza. (YIN, 2015, p.59).

Primeiro, contextualizamos as subunidades, que são os programas TVU


Notícias e Grandes Temas. Depois, três veiculações de cada uma das unidades
escolhidas foram monitoradas. Os dias escolhidos para a análise são devido ao
Apagão Analógico, que desligou definitivamente o sinal antigo em Natal e região no
dia 30 de maio de 2018. Assim, as primeiras datas são anteriores ao desligamento e
a última após a emissora ficar apenas com o sinal digital. Com relação ao dia da
semana, optamos pela segunda-feira por ser o dia de exibição do Grandes Temas.
Para a criação dos relatórios individuais de cada subunidade, um total de seis
arquivos foram assistidos pelo aparelho televisor (transmissão broadcast), revistos
posteriormente por meio de arquivo fechado e disponibilizado pela emissora,
analisados a partir de um roteiro de análise estabelecido (Apêndice A). O roteiro é
um instrumento criado pela pesquisadora para a construção dos registros das
subunidades com finalidade de organizar, classificar e editar os dados brutos para
assim condensá-los (Patton, 1990; Gray, 2009). Como também, houve o
acompanhamento do episódio nas redes sociais do programa e da emissora antes e
85

depois do possível arquivamento do material na internet. Os arquivos


disponibilizados pela emissora serão arquivados para posterior análise.
O roteiro está dividido em quatro partes. A primeira, relata-se os dados gerais
do produto analisado, como o programa, a retranca, a data e horário de exibição,
tempo total e a ficha técnica. A segunda é a análise do material quando transmitido
pela própria emissora e recebido pelo telespectador através da emissão broadcast.
São especificadas as configurações técnicas do material transmitido ao vivo; a
divulgação do site e das redes sociais da emissora; a divulgação das redes sociais
do programa; a participação do telespectador/usuário; as ferramentas de segunda
tela oportunizadas ao telespectador; e o uso de artifícios como a hashtag. Na
terceira, a análise do programa na internet, observando se houve transmissão live-
streaming; se ocorreu a divulgação anterior do programa na internet; e como o
programa está arquivado nas redes sociais utilizadas. Na quarta parte, se o
programa realiza conteúdo transmídia, dessa maneira, se há participação do público
nestes conteúdos extensivos; se há hipertexto e se os conteúdos potencializam as
características dos meios em que estão inseridos (multimidialidade). Assim, o
objetivo da coleta de dados a partir dos documentos (arquivos de vídeo e
publicações das redes sociais) é estudar as estratégias e os mecanismos
empregados por cada produção para compreender como acontece o uso dos
recursos disponíveis pelas novas mídias tanto na tradicional transmissão da
emissora quanto na segunda tela.
Após a coleta de dados qualitativos efetuada a partir do roteiro, foi elaborada
a narrativa de cada episódio analisado da unidade de análise. O relato detalhado é
conseguido com base nas observações que foram registradas no roteiro, com um
padrão pré-determinado em texto corrido como exemplificado no Quadro 3, que foi
elaborado para validação da ferramenta de coleta de dados. A ideia é que este não
seja um instrumento fechado, podendo haver acréscimos dependendo das
particularidades de cada produto analisado. A ferramenta foi criada com base na
lógica da replicação para que também possa produzir resultados contrastantes (YIN,
2015), sendo um esquema de codificação prefigurado com a abertura para códigos
adicionais que surjam durante a análise (CRESWELL, 2014).
86

Quadro 3 – Modelo após a coleta de dados

O Programa Grandes Temas sobre “Mulher e mercado de trabalho” exibido ao vivo dia 5 de março de 2018, às 20h30, teve
um tempo total de 1 hora e dez minutos e 13 segundos, dividido em três blocos: o primeiro com 19 minutos e 34 segundos,
o segundo com 26 minutos e 38 segundos e o terceiro com 24 minutos e um segundo.

Ficha técnica:
Produção | Arthur Rocha, Laiza Félix, Luiz Henrique Gehlen
Apresentação | Sérgio Dela Sávia
Equipe de estúdio | Ariston Bruno, Diogo Medeiros, Edilson Américo, Fábio Izaias, Hailton Filho, Izaías Bezerra, Rodivan
Barros, Taiane Cristina
Técnico | Juscelino Maciel
Gerência técnica | José Garcia
Chefe de operações | Max Hebert
Chefe de produção e programação | Arthur Rocha
Direção da TVU | Gorete Gurgel
Superintendência de Comunicação | José Zilmar

Configurações técnicas do material transmitido ao vivo: resolução 720x480, SDTV, Tela 4:3, áudio stéreo.

Durante o programa o site e as redes sociais da emissora não foram divulgados, apesar do programa ter sido arquivado no
YouTube da TVU RN. A fanpage do Grandes Temas foi divulgada no final do programa, com a imagem do logo do Facebook
e o texto “\GTtvu” no canto inferior esquerdo, conjuntamente com a fala do apresentador convidando os telespectadores
para acompanhar programas que foram ao ar, sugerir temas para os próximos programas e curtir o debate que a gente faz
toda segunda-feira, 20h30 da noite, pela sua TV Universitária. A divulgação da página do Facebook do programa durou
dezoito segundos no ar.

Quanto à participação do telespectador, ao todo foram quatro participações, uma no primeiro e outra no segundo bloco, e
duas no último bloco. A participação do telespectador foi estimulada quatro vezes durante o programa por fala do
apresentador. A participação pode ser realizada apenas por WhatsApp e não fica claro ao telespectador as funções das
ferramentas (vídeo, imagem, áudio ou texto), pois o tipo de mensagem solicitada para a interação não é especificada. Neste
programa, a participação do telespectador foi apenas por pergunta e nenhuma hashtag foi utilizada. Dois fatos devem ser
relatados: a produção enviou um questionamento se passando como telespectador; e foi exibido um depoimento realizado
no próprio estúdio da emissora.

Sobre o programa na internet, o produto não foi transmitido ao vivo em nenhuma plataforma. O programa foi divulgado no
mesmo dia de exibição, no Facebook, com texto e imagem de boa qualidade ( 841 x 561 pixels ) com direitos autorais. A
fotografia é de uma mulher com vestimentas de obra, rebocando uma parede. A postagem tem três curtidas (do
apresentador, da produtora e de um telespectador). Não há comentários na postagem. O texto diz: A temporada 2018 do
Grandes Temas começa hoje!
No primeiro programa do ano, o tema desta segunda (05/03) é a mulher no mercado de trabalho. O Dia Internacional da
Mulher está chegando e esse é um momento de luta, debate e reflexão. Reconhecendo as conquistas sociais, econômicas e
políticas já conquistadas, sabemos que ainda há muito a se trilhar, principalmente quando se trata de direitos e espaços das
mulheres. É na TV aberta e com participação do público. Toda segunda, ao vivo, às 20h30, na TVU, canal 5. Foto: Cícero
Oliveira.

Enquanto arquivo, o programa pode ser revisto no YouTube da emissora e no Facebook do programa.
No Youtube, o programa está dividido em três blocos, sem o logo da emissora, sem o logo do programa, com a vinheta de
abertura e encerramento do programa, com os caracteres dos entrevistados e apresentadores, sem informações de
exibição na descrição, sem minutagem. Em blocos, o usuário precisa procurar as partes que estão aleatórias. O primeiro e o
segundo bloco levou para outro canal do YouTube e o terceiro bloco foi para outro bloco, de outro tema, do Grandes
Temas. O programa foi publicado dia 8 de março. O primeiro bloco tem 39 visualizações, o segundo 21 e o terceiro 88.
Nenhum usuário clicou no deslike , sendo duas curtidas no bloco 1 e 2 e, no bloco 3, nove curtidas. Não há comentários em
nenhum dos blocos. O usuário pode assistir ao programa no YouTube com uma qualidade de até 480p, o que é baixa, além
de ter a presença de barras pretas nas laterais do vídeo. Sem miniatura personalizada.

No Facebook, o programa está dividido em trechos, sem o logo da emissora, sem o logo do programa, sem vinheta , com
caracteres dos entrevistados, sem informações da exibição, com link para o programa no YouTube. Quatro trechos do
programa foram publicados, além do depoimento. O primeiro trecho (publicado em 10 de março, às 20h00) tem 1’32” , 32
visualizações, cinco curtidas e uma reação “amei”. Não há comentários e compartilhamento. O segundo trecho (publicado
em 10 de março, às 20h15) tem 1’15”, 44 visualizações, duas curtidas (sendo uma de uma pessoa da equipe do estúdio) e
dois compartilhamentos do apresentador do programa. O terceiro trecho (publicado em 10 de março, às 20h30) tem 1’04”,
60 visualizações, uma curtida e um compartilhamento do apresentador do programa. O quarto trecho (publicado em 10 de
87

março, às 20h45) tem 50”, 20 visualizações e uma curtida. O depoimento (publicado em 12 de março, às 16h00) gravado
em estúdio tem 2’09”, 31 visualizações e uma curtida, sem caracteres, sem logo da emissora ou do programa, sem vinheta
de abertura ou encerramento. Sem miniatura personalizada e qualidade técnica dos materiais expansíveis até 480p.

O Instagram não se aplica ao programa Grandes Temas.

Sobre o conteúdo Transmídia, não foram criados conteúdos extensivos, apenas trechos do programa como relatado
anteriormente.
Fonte: autora

Outras fontes de evidências escolhidas com objetivo de esforço à coleta de


dados primários deste estudo é a observação direta. Levando em conta a
complexidade da observação, ela é participante, oculta e não evasiva, considerando
principalmente que a pesquisadora não tem nenhum controle sobre os eventos
comportamentais do fenômeno estudado (YIN, 2015). Estando o pesquisador
implicado com o objeto estudado por ser de fato um profissional-pesquisador,
algumas considerações são válidas a serem refletidas neste tipo de pesquisa:
O profissional-pesquisador é alguém que faz pesquisa dentro e, muitas
vezes, em nome de sua organização. Como pesquisador, portanto, está em
posição ideal para entender a cultura, os pontos fortes e fracos da
organização, bem como as necessidades que esta desenvolve [...]
Entretanto, uma das limitações ao uso de profissionais-pesquisadores é que
eles podem estar imbuídos do etos e das atitudes da organização e, assim,
ter dificuldades de adotar perspectivas e abordagens novas. (Gray, 2009,
p.324)

Segundo Yin (2015), a análise das evidências do estudo de caso é um dos


desafios deste tipo de método, pois não há “receitas prontas”. A análise foi feita com
“base nas proposições teóricas originais” (GRAY,2009, p.214) discutidas nos
primeiros capítulos de fundamentação teórica.
88

Figura 5 – Esquema dos pontos de análise das unidades individuais (programas ao vivo)

Fonte: autora
89

Figura 6 – Esquema dos procedimentos metodológicos deste estudo de caso

Fonte: autora

Consequentemente, optamos pelo encadeamento de evidências das unidades


com a descrição, classificação e interpretação dos dados encontrados nas fontes
múltiplas de informação. De acordo com Creswell (2014, p.152):
90

Interpretação em pesquisa qualitativa envolve abstrair além dos códigos e


temas para um significado maior dos dados. É um processo que se inicia
com o desenvolvimento dos códigos, a formação de temas a partir dos
códigos e depois a organização de temas em unidades maiores de
abstração para compreender os dados.

Após a interpretação de cada unidade e da correspondência entre elas,


voltamos ao caso principal do estudo para a representação e visualização dos
dados, apresentando “um quadro em profundidade do caso usando narrativa,
tabelas e figuras” (CRESWELL, 2014, p.90). Por fim, concluimos o estudo de caso
abordando possíveis encaminhamentos para a instituição e futuros pesquisadores.

6 O ESTUDO DE CASO

6.1 História da TV Universitária do RN

Em primeiro de dezembro de 1972, a Universidade Federal do Rio Grande do


Norte recebeu a licença para o funcionamento em caráter experimental, pelo prazo
de 90 dias, de uma estação de radiodifusão com fins exclusivamente educativos. A
autorização assinada pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici foi aprovada
em Decreto Nº 71.464 (ANEXO 1), permitindo à Universidade a utilização do Canal 5
a partir da potência de 32 KW ERP. O Rio Grande do Norte não contava com
nenhuma emissora de televisão, sendo a TV Universitária a primeira geradora de
serviços de sons e imagens e a única pelo período de quinze anos a produzir e
transmitir conteúdos locais.
Nesta primeira fase da história da emissora, o conteúdo era exclusivamente
voltado para a viabilização do Programa Nacional de Teleducação, o PRONTEL, por
meio de um convênio firmado por iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas
Espacial (INPE) conjuntamente o Ministério da Educação - por meio da UFRN, e
com o Governo do Estado - por meio da Secretaria de Educação.
91

Figura 7 – Imagem da época com a estrutura do convênio entre UFRN, INPE e Governo do Estado
especificando as obrigações de cada instituição

Fonte: MOTTA (2003, p.77)

A parceria entre as instituições tinha como uma das missões operacionalizar o


Projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares, mais conhecido
como “Projeto SACI”, que tem como base da sua criação o objetivo de transmitir via
satélite as aulas do INPE produzidas em São José dos Campos, em São Paulo.
Cada instituição tinha obrigações específicas, como o INPE na produção e
distribuição das teleaulas, e a TVU RN sob responsabilidade da UFRN (por isso seu
nome ser “TV Universitária”) retransmitir a produção à diversas escolas do estado
nordestino.
92

Figura 8 – Marca do projeto, em 1972

Fonte: MOTTA (2003, p.74)

O Experimento Educacional do Rio Grande do Norte (EXERN) continha


diversas missões, como alcançar 500 escolas públicas de diversas partes do estado
– o equivalente a dois terços, escolhidas entre 2.054, e equipá-las com aparelhos de
televisão e/ou rádio para a diminuição alarmante do alfabetismo da época, (ANEXO
2- O Estado de S. Paulo). Sobre a escolha do Rio Grande do Norte como lugar para
implantação dessa experiência em Teleducação, Paiva (2013, p.282), diz que:
Documentos publicados pelo INPE, como o Manual do Professor, em 1972,
explicam com argumentos não suficientes para os motivos dessa escolha,
por exemplo: ser um Estado do Nordeste; ter problemas educacionais;
possuir zonas geográficas comuns aos outros Estados (litoral, agreste,
sertão etc). Não queremos negar esses fatores, eles existem, mas são
comuns a todos os demais Estados do Nordeste. No entanto, ao final das
explicações, o documento introduz mais um argumento: a existência de uma
Representação do INPE em Natal, capital do Estado, o que torna mais
plausível tal decisão.

Arnon Andrade (2005, p.134), um dos primeiros diretores da TV Universitária


do RN, reforça a importância da relação entre o INPE e a UFRN:

[...] porque já tinha um escritório em Natal, por conta das atividades


desenvolvidas com a base de lançamentos de foguetes da Barreira do
Inferno; porque a UFRN já era concessionária de um canal de televisão
educativa; a Secretaria Estadual de Educação demonstrou interesse e,
finalmente, mas não por último, no Rio Grande do Norte, as condições eram
tão difíceis que os resultados bem poderiam ser projetados para as regiões
mais pobres do país.

O SACI tinha como finalidade suprir carências educacionais da época e é


considerado um marco histórico da educação a distância no Brasil, principalmente
93

por ser um grande feito nos anos 70 uma experiência como esta, em que aulas em
localidades distantes, muitas vezes carentes de energia elétrica, dependiam de
aparelhos televisores alimentados a cada quinze dias por baterias de “jipes”. “Essa
operação demandava uma logística bem articulada sediada em Natal e nas cidades-
polo de cada região com o objetivo de garantir a continuidade do projeto no interior
do estado” (TVU RN, 2018). As aulas retransmitidas pela TVU RN em sinal aberto,
pelo sistema micro-ondas, eram assistidas por alunos e professoras de diversas
escolas municipais e estaduais, localizadas na periferia de Natal e no interior do
estado, das turmas das quatro primeiras séries do ensino de 1º grau. A ideia do
INPE era de que as aulas, a partir de 1976, fossem transmitidas por satélite próprio
e implantar o Projeto SACI em todo território nacional.

Figura 9 – Escolas recebiam televisores para recepção do material audiovisual didático

Fonte: O Estado de S. Paulo, 29 de junho de 1973

No primeiro momento chamado de Missão I, o projeto era direcionado à


capacitação das professoras já que os anos para a educação brasileira estavam
94

difíceis: 70,19% das professoras eram leigas com instrução primária; 79,34% das
escolas não possuíam energia elétrica; e 91,42% era escolas isoladas, em meio
rural (MOTTA, 2003). De acordo com reportagem do Jornal do Brasil, em 1975
(ANEXO 3), a televisão por ser um veículo considerado “atrativo” poderia promover
“refinamento técnico da ação docente e ao atendimento da criança na sua própria
casa”. Já em outra reportagem de 1973, O Estado de São Paulo chama as
professoras da época de “aluno-professor”, colocando-as no “mesmo nível de
conhecimento” dos estudantes, mostrando o quanto a pobreza financeira era uma
realidade em meio a um projeto oneroso e ambicioso do INPE. De acordo com
Andrade (1996, p.117):
O Inpe montou um projeto sofisticado. Treinou uma equipe com
profissionais de comunicação social e educação; instalou equipamentos
para a produção de programas de rádio, televisão e material impresso;
desenvolveu equipamentos de recepção de satélite; testou formas
alternativas de energia para alimentar receptores em locais não servidos por
energia elétrica; usou fartamente o computador e, como se não bastasse,
no bojo do projeto, organizou um mestrado em Tecnologia Educacional por
onde passaram profissionais hoje espalhados por todo o país.

Figura 10 – As aulas do SACI com duração diária de 45 minutos eram gravadas em estúdio e
simulavam uma sala escolar.

Fonte: Arquivo INPE, 1972


95

Figura 11 – Bastidores da gravação de uma das aulas de História do Brasil produzidas pelo
INPE

Fonte: Arquivo INPE, 1972

Naquele tempo não havia no país antena parabólica e o Rio Grande do Norte
foi o primeiro estado brasileiro a adquirir a tecnologia, graças ao projeto SACI e a
ideia de que a aplicação da tecnologia espacial poderia suprir os problemas
educacionais do Brasil. Nove parabólicas foram disponibilizadas para as escolas e
uma para a TVU RN, além da estrutura de estações e repetidoras instaladas em
Natal, Mossoró, Caicó e Serra de Santana, consideradas regiões estratégicas. A
proposta era que as aulas fossem transmitidas via satélite:
Uma das missões mais importantes do EXERN foi a utilização dos satélites
de comunicações ATS-3 e ATS-6 (Application Technology Satellite), da
NASA. Sinais de TV e RÁDIO, gerados no INPE em S.J. Campos-SP eram
transmitidos para o satélite ATS-6, o qual os retransmitia para o R.G. Norte.
Na TV-U em Natal, o sinal era recebido por meio de uma antena parabólica
de três metros, mais um receptor, injetando no sistema de transmissão de
superfície, sob forma de aula regular. Paralelamente, algumas escolas
recebiam diretamente do satélite o mesmo sinal [...] Várias escolas no
interior foram contempladas com antenas parabólicas e seus equipamentos
associados, de formas a receberem aulas diretamente do satélite ATS-6.
Isto em 1973, quando ninguém sabia o que era o uso de tal tecnologia.
(MATTOS, 2003, p.80)

A partir de 1976, o Projeto SACI é encerrado e a TVU RN passa a integrar o


Sistema de Teleducação do RN (SITERN), mediante convênio entre a UFRN, MEC,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - órgão
subordinado ao INPE, e a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC-RN).
96

“Oficialmente, o motivo alegado pelos que defendiam o fim do projeto SACI era seu
alto custo com a produção, transmissão e recepção dos programas” (PEDROZA,
2017, p.140). Com objetivo de dar continuidade ao programa de Teleducação às
primeiras séries do ensino básico de escolas localizadas na zona rural e periferias, a
TVU/UFRN passa a produzir os conteúdos e a SEEC-RN a alocar os recursos
humanos e financeiros. O SITERN surge então a partir da chamada estadualização
do Projeto SACI, possibilitando material didático das teleaulas e televisores para as
escolas públicas. Conforme trecho do documento de 1997 para implementação do
projeto “Jornal da Educação” (ANEXO 4), “Entre 77 e 83, o sistema transmitiu,
acompanhou e avaliou programas educativos para as primeiras quatro séries do 1 o
grau, chegando a beneficiar cerca de 40 mil alunos”.

Figura 12 – Cidades e número de escolas alcançadas pelo programa

Fonte: Arquivo TVU RN

No ano de 1978, o INPE deixa de fazer parte do projeto devido principalmente


ao investimento do Governo Federal na Televisão Educativa no Rio de Janeiro. Sete
anos após iniciado, segundo Andrade (1996, 2005), a experiência do INPE foi
interrompida antes do término dos objetivos planejados principalmente por pressões
do Governo Federal. Sobre o fim do projeto, Paiva (2003, p.291), analisa da seguinte
maneira:
97

Contribuíram para esse fracasso a forma acrítica de empregar a tecnologia


nos processos educativos, a supervalorização da racionalidade técnica, em
detrimento da realidade social local, o desconhecimento dessa realidade, a
imposição autoritária de uma programação, sem levar em consideração o
sistema social a que se propunha atuar. O grupo criador do Experimento
não viu nada disso. O interesse estava voltado para a modernização do
sistema escolar, promovendo o uso da tecnologia educacional e dos meios
de comunicação, particularmente a televisão, canalizando seu potencial
para reforçar o ideário institucional e capitalista, vigentes.

Com a mudança de responsabilidades, a TVU passa a não mais funcionar na


sede do INPE, e é instalada no centro de Natal, em um prédio na avenida Rio
Branco, que hoje funciona um dos campi do Instituto Federal do Rio Grande do
Norte (IFRN). Nesta fase, a mudança não aconteceu apenas fisicamente, como
também com relação ao conteúdo produzido pela emissora e o funcionamento
interno, iniciando a produção dos próprios programas com uma equipe de
funcionários da casa.

Figura 13 – Com a saída do INPE, a TV Universitária passou a funcionar em prédio próprio

Fonte: Arquivo da TVU RN, 1976

Programas como o de auditório “Viajando o Sertão” e o “Memória Viva”


marcaram os anos 80 por levar produções que iriam muito além dos conteúdos
didáticos, ampliando assim a promoção do jornalismo e da cultura local. Conteúdos
sobre educação também foram além das salas de aula, como o “Informativo
SITERN” que posteriormente passou a se chamar “Jornal da Educação”. Na área
jornalística, a emissora produziu o telejornal RN Notícias no período de 1978 a 1986,
98

tendo matérias veiculadas na TV Cultura, Rede Globo e TVE do RJ. Ficava assim, a
cargo da emissora, a produção e veiculação dos programas voltados a uma
programação educativa com prioridades para a zona rural do estado.

Figura 14 – Gravação do programa Viajando o Sertão

Fonte: Arquivo TVU RN

Com a saída do INPE do convênio, o SITERN passa a contar com os


recursos advindos da UFRN e da Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Em
um documento de 1989 (ANEXO 5), encaminhado pelo então diretor da TVU RN e
também coordenador geral do SITERN, Carlos Augusto Lyra Martins, ao secretário
de Educação e Cultura do RN, Luis Eduardo Carneiro, as dificuldades financeiras do
projeto ficam evidentes, em que é exposto “o atraso na liberação de recursos [...],
ocasionando sérios transtornos às atividades do SITERN, acrescidos das
dificuldades por que passa a UFRN”. No documento é solicitado à SEEC-RN a
quantia de dez mil cruzados novos para despesas de caráter emergencial. Ao longo
da coleta de dados, obtivemos acesso a outros documentos de caráter parecido,
como um projeto denominado “Apoio às ações educativas da periferia urbana/zona
rural” direcionado a solicitação de recursos financeiros e apoio técnico à uma
agência financiadora para a continuidade dos programas educativos do SITERN.
Sobre essa fase:
O Sitern resistiu bravamente às adversidades. As prioridades mudaram e o
MEC, que manteve durante alguns anos a liberação de recursos para o
Sitern, resolveu concentrar seus investimentos na TVE do Rio de Janeiro,
99

que viria a ser a cabeça da rede de televisões educativas brasileiras. A


Seec, salvo os salários de parte da equipe, também deixou de investir no
sistema. O Sitern e o Saci tinham como proposta melhorar a qualidade da
educação básica, e isso não era eleitoralmente muito visível, ao menos a
curto prazo. Finalmente a UFRN, entre 1983 e 1991, deixou a TV de tal
modo sem recursos que seu sinal, antes cobrindo quase todo o estado, hoje
chega apenas a quatro ou cinco dezenas de municípios em torno de Natal.
Essa falta de interesse pela televisão educativa aconteceu exatamente no
período em que as TVs comerciais surgiram, cada qual ligada a um grupo
político. (ANDRADE, 1996, p.118 – 119)

Nos documentos da época, pode-se perceber o quanto nesses anos inicias


houveram avanços na preparação dos profissionais da área, tanto na parte da
produção quanto na da difusão, mas a diminuição dos recursos pesava nas decisões
e no avanço técnico da emissora. Em 1994, o sinal da TVU RN alcançava apenas a
capital Natal e outros trinta municípios - de 152 naquele ano. Atualmente, a emissora
não disponibiliza quais as áreas de abrangência do sinal, contudo, sabe-se o quanto
dinheiro e gestão tem relação direta com esse melhoramento técnico e ao não
sucateamento.
Em 1995, uma nova mudança marca a história da emissora, que passa a
fazer parte do Núcleo de Tecnologia Educacional (NUTE), um órgão suplementar da
UFRN subordinado à Pró-Reitoria de Extensão. Além da TVU RN, o órgão contava
com o Laboratório de Radiodifusão (LABCOM) do Departamento de Comunicação
Social e com a Oficina de Tecnologia Educacional (OTE). Uma das finalidades do
NUTE era “manter a TV Universitária no ar”.
Figura 15 – Sede da TVU RN no ano de 1995. Detalhe para a placa com o nome do Núcleo de
Tecnologia Educacional

Fonte: Paulo Francisco, arquivo TVU


100

A estrutura administrativa era parecida com a atual: Jornalismo, Programação


e Operação. Dentre as competências a de “supervisionar as atividades de
programação da emissora aos níveis local e em rede, cuidando para que a mesma
seja preponderantemente educativa, cultural e informativa”. A emissora então passa
a funcionar na própria Universidade, bem próxima à Reitoria, em prédio próprio. A
mudança aproximou a emissora à uma nova realidade, apesar dos profissionais
fazerem parte da folha de pagamento da UFRN, havia um distanciamento
institucional. A emissora passa a ser uma escola para os estudantes universitários, o
que é realidade até hoje, em que muitos profissionais tiveram e tem suas primeiras
experiências, em diversos setores, dando a oportunidade de atuar em outros
veículos de comunicação. “E são raros os profissionais de nossa TV que não
tenham percorrido esse labirinto de aprendizagem formados pelos estúdios e
bastidores do Canal 5” (Pedroza, 2017, p.150).

Figura 16 – Reitor Geraldo dos Santos Queiroz inaugura a sede da TVU RN em 1995

Fonte: Arquivo TVU


A programação da época era mista com a grade das cabeças de rede: TV
Cultura de São Paulo e a TVE Brasil e as inserções dos programas produzidos pela
TVU RN para a comunidade local. A Rede Pública de Televisão (RPTV) foi criada
em 1999 unindo 20 emissoras de TV e 938 retransmissoras. Dentre os programas
101

locais, três são produzidos até hoje pela TVU e exibidos nos mesmos dias da
semana daquela época: TVU Esporte (segunda-feira), TVU Notícias (segunda a
sexta-feira) e o Grandes Temas (segunda-feira).

Figura 17– Panfleto entregue nos anos 90 pelo setor de marketing da TVU, com as sinopses e
horários dos programas

Fonte: Arquivo da TVU – Sem data

A partir de 28 de setembro de 1999, a TVU RN passa a integrar, por meio da


Resolução nº009/99 do CONSUNI (Conselho Universitário), a Superintendência de
Comunicação da UFRN (COMUNICA), responsável por propor e implementar a
política de comunicação interna e externa, contando também com a Agência de
Comunicação – Agecom (criada em 1999) e a Rádio Universitária (inaugurada em
102

22 de março de 2001). A emissora passa a transmitir apenas a TV Cultura e, a partir


de 2010, a ser afiliada da TV Brasil12.
No ano de 2007 é inaugurado um transmissor de 10kw e, em maio de 2015,
torna-se a primeira emissora Universitária do Brasil a operar um canal digital. Neste
período de migração digital, a emissora diminuiu consideravelmente a produção e
exibição dos produtos. A programação só foi retomada aos poucos a partir de 2016
com a troca dos responsáveis pela direção. Mesmo sendo mais uma vez pioneira na
história da televisão do RN e do Brasil, esse avanço tecnológico ocorrido em 15 de
maio de 2015 é permeado de falhas, pois a emissora ainda não transmite som e
imagem em qualidade digital (HDTV), não transmite aos dispositivos móveis com
sistema de recepção do sinal, em diversas regiões o sinal não chega havendo
quedas devido a potência dos transmissores que oscila.
Devido a essas falhas, bolsistas da emissora iniciaram em 1º de junho de
2018 a paralisação das atividades com o principal objetivo de implementar o sinal
digital em sua capacidade máxima, além dos pedidos de melhorias técnicas e
estruturais. O movimento “Respeitem a TVU” foi deflagrado após o último dia do
desligamento do sinal analógico, 30 de maio de 2018, que ocorreu na capital Natal e
em mais 26 cidades. O programa TVU Notícias ficou fora dor ar por algumas
semanas porque praticamente é produzido pelos bolsistas de jornalismo. A
paralisação teve repercussão na imprensa local e nas redes sociais, mas após
alguns acordos com a Superintendência de Comunicação e a Reitoria, os bolsistas
retomaram as atividades.
A atual audiência da emissora é desconhecida, assim como a cobertura do
sinal. O último levantamento desse tipo foi realizado em 2001 e, de acordo com
informativo da Comunica aos funcionários, uma empresa foi contratada para
realização da pesquisa de audiência na TVU e na FMU.

6.2 Atual modelo de gestão

O atual regimento interno da Superintendência de Comunicação da UFRN –


Comunica, é de 13 de março de 2015 (ANEXO 6). De acordo com o documento, a

12
A TV Brasil foi criada em dezembro de 2007 e é gerida pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que
também é responsável pela Agência Brasil, Radioagência Nacional, TV Brasil Internacional, Rádios MEC AM e
FM, além das Rádios Nacional do Rio de Janeiro, Nacional AM e FM de Brasília, Nacional da Amazônia e
Nacional do Alto Solimões.
103

Comunica integra a estrutura organizacional da Instituição como unidade


suplementar vinculada à Reitoria, sendo “responsável pelo planejamento e execução
da política de comunicação” e “constitui uma unidade operacional e executiva
especializada na produção de conteúdo, de tecnologia e de linguagem destinados à
Comunicação Social e ao apoio no desenvolvimento de atividades de ensino,
pesquisa e de extensão da UFRN”. De acordo com o artigo 4º do Regimento, à
Comunica compete:

I - propor, planejar, supervisionar e executar a política de


comunicação da UFRN, considerando a natureza pública da comunicação e
sua função social na promoção da cidadania e na difusão do saber e da
cultura;
II - gerenciar as atividades de comunicação no âmbito da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
III - apoiar a realização de atividades docentes e discentes de
ensino, pesquisa e extensão no seu âmbito de atuação;
IV - divulgar as ações da UFRN resultantes de atividades
acadêmicas e administrativas sob os mais variados formatos e linguagens,
para públicos diversos, com qualidade técnica e com ética;
V - manter e preservar o patrimônio da instituição, constituído de
acervos impresso, audiovisual e digital produzidos em seu âmbito de
atuação, proporcionando o acesso público.

A Superintendência de Comunicação está dividida nas seguintes diretorias:


Secretaria administrativa, Coordenadoria acadêmico-pedagógica, Assessoria
Técnica, Coordenadoria de promoção institucional, Coordenadoria de Tecnologia e
Manutenção, Diretoria de Rádio (FM Universitária) e Televisão (TVU RN) e Agência
de Comunicação. O responsável pela superintendência é designado pelo Reitor da
UFRN, assim como o substituto e o cargo de direção dos demais setores. Ao todo a
Comunica tem o quantitativo de 82 funcionários, de acordo com o Demonstrativo de
Pessoal Lotado disponibilizado no Sistema Integrado de Gestão de Recursos
Humanos da UFRN (SIGRH). Sobre o nosso objeto de estudo, a TV Universitária
está dividida em três setores: de Jornalismo, de Produção e Programação e de
Operação:
104

Figura 18 – Organograma da Superintendência de Comunicação da UFRN

Fonte: autora e Regimento Interno da Comunica

Apesar de no Regimento a TVU RN e a FM Universitária fazerem parte de


uma mesma direção e setores, na realidade, isso não funciona, tendo cada veículo
autonomia e distinção de serviços. O Art.20 do Regimento detalha a competência
da Diretoria de Rádio e Televisão:

I - produzir e veicular programas focados na divulgação de fatos e


notícias, com ênfase na cidadania, qualidade de vida e na sustentabilidade
do planeta;
II - registrar em suporte sonoro e audiovisual a difusão e a
promoção da ciência, educação, artes e cultura por meio de sua
programação;
III - difundir programas televisivos e radiofônicos que promovam os
valores e as tradições culturais, especialmente do Rio Grande do Norte;
IV - debater temas de interesse público;
V - organizar e preservar o acervo produzido em seu âmbito de
atuação, para fins de uso e acesso público;
VI - apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão
desenvolvidas no âmbito da UFRN;
VII - responder, conjuntamente com o Superintendente, questões
administrativas relativas a outorgas, licenças de operação e cumprimento de
prazos legais;
VIII - produzir informação jornalística com ênfase na educação,
cultura, cidadania e meio ambiente;
IX - promover a divulgação e a difusão da ciência, tecnologia e
inovação, com ênfase na produção da UFRN;
X - preservar a documentação referente às suas rotinas, por tempo
necessário à sua utilização, observação as normas institucionais
estabelecidas.

Os setores da Diretoria têm funções particulares, de acordo com os artigos


23, 24 e 25, especificamente:
105

Quadro 4 – Competências dos setores da TVU RN

Setor de Jornalismo Setor de Produção e de Programação Setor de Operação


I - planejar, executar e avaliar as I - gerenciar as equipes, os I - garantir as condições
atividades jornalísticas das recursos e os prazos necessários operacionais necessárias à
emissoras públicas permitidas à à produção de programas; realização dos programas das
UFRN; emissoras públicas;
II - pesquisar temas, investigar
II - orientar a produção e fontes e referências para subsidiar II - organizar e controlar as
veiculação dos programas a produção de programas; equipes de gravação externa e de
jornalísticos das emissoras estúdio;
públicas permitidas à UFRN; III - propor e produzir programas
musicais, culturais, educativos e III - controlar a qualidade da
III - desenvolver atividades de dramaturgia, além de vinhetas, geração de imagens e de sons;
correlatas atribuídas pelo Diretor spots, jingles, chamadas
de Rádio e Televisão. promocionais e cartelas IV - controlar a escala de trabalho
informativas, articulando as da equipe e infraestrutura
equipes e recursos necessários necessárias à realização dos
para a sua execução; programas;

IV - acompanhar e avaliar os V - manter em ordem estúdios,


processos de produção e de áreas afins, materiais e
programação das emissoras equipamentos utilizados pelo Setor
públicas da UFRN; de Operação;

V - elaborar o caderno de VI - sistematizar as necessidades


produção contemplando formato, de equipamentos e pessoas e
argumento dos programas, promover a capacitação técnica
características, equipe, relação de necessária à realização dos
créditos, orçamento de produção e programas das emissoras;
outros elementos pertinentes;
VII - controlar os suportes de mídia
VI - coordenar os processos de e os insumos usados no Setor de
produção interna e externa; Operação;

VII - organizar e controlar a equipe VIII - desenvolver outras


do controle-mestre; atividades correlatas atribuídas
pelo Diretor de Rádio e Televisão.
VIII - organizar e publicar a grade
de programação das emissoras
públicas da UFRN;

IX - divulgar a programação e
controlar as inserções das
chamadas de seus produtos e de
outras publicidades;

X - manter o acervo da emissora,


zelando pela organização,
indexação de dados, uso e
conservação;

XI - veicular programas e controlar


a qualidade da produção da
emissora;

XII - executar outras tarefas


correlatas atribuídas pelo Diretor
de Rádio e Televisão.

Fonte: Autora e Regimento Interno da Comunica


106

6.2.1 COMUNICA: metas 2018 e a convergência

A UFRN elabora as metas anuais em consonância com o Plano de


Desenvolvimento Institucional, mais conhecido como PDI. O mais atual tem vigência
até o ano de 2019, em que o processo de atualização das metas compreende o
período de 2015 a 2019. Para isso, as unidades elaboram anualmente o “O Plano de
Gestão” com referência ao PDI.

O Plano de Gestão 2018 da Superintendência de Comunicação é preparado


pelo Conselho Consultivo, que tem como uma de suas competências “analisar,
emitir parecer e aprovar o plano anual de trabalho”. O planejamento 2018 da
Comunica dispõe de quatorze metas – aqui simplificadas13, a seguir:

Quadro 5 – Metas 2018 da Superintendência de Comunicação da UFRN


Percentual
PLANO DE GESTÃO 2018 cumprido
até 24 de
julho de
2018
1 Ampliar em 10% o tempo dedicado à divulgação das ações da UFRN na 65%
programação da Universitária FM alcançando 44 minutos semanais.
2 Ampliar em 30 minutos o tempo da programação local na Televisão Universitária 55%
(TVU), alcançando 9 horas e meia semanais.

3 Ampliar participação discente em atividades complementares na COMUNICA em 75%


15% acolhendo 180 alunos de diversas graduações da UFRN

4 Aumentar em 100% o tempo de inserção de produção externa na programação da 20%


Universitária FM alcançando 30 minutos

5 Aumentar em 10% a produção audiovisual da Agecom, passando de 50 para 55 41%


vídeos veiculados no portal da UFRN e nas mídias sociais.

6 Aumentar em 20% a veiculação no modo acessível de conteúdos produzidos na 40%


COMUNICA

7 Aumentar em 30% a postagem de conteúdos informativos no Portal da UFRN 50%


alcançando 4.030 matérias publicadas

8 Aumentar em 30% os seguidores orgânicos em cada rede social da UFRN gerida 45%
pela AGECOM alcançando 48.904 no Facebook, 10.500 mil no Twitter, 3.255 mil
no Instagram e 679 inscritos no canal do Youtube

9 Aumentar em 60 minutos a inserção de programas jornalísticos na programação 43%


da Universitária FM alcançando 6 horas e meia semanais

13
As metas precisam estar relacionadas aos Eixos programáticos e os compromissos do Plano de
Gestão, possuir estratégias, indicadores, etapas com as atividades, objetivos, responsáveis e
possibilidade de parceria
107

10 Avançar 90% na implantação de um sistema operacional que integre todas as 20%


rotinas produtivas da COMUNICA

11 Disponibilizar 5% do orçamento da COMUNICA em editais públicos recursos para 5%


incentivo à produção audiovisual e sonora independentes, atingindo 25 mil reais.

12 Produzir 100% dos conteúdos audiovisuais da TVU na tecnologia digital (SD), 50%
alcançando 9 horas e 30 minutos

13 Realizar um debate com os candidatos ao Governo do Estado com transmissão de 23%


duas horas pela TVU, Rádio Universitária e Portal da UFRN.

14 Realizar um festival de música potiguar alcançando a oitava edição. 38%

PERCENTUAL TOTAL CUMPRIDO ATÉ 24 DE JULHO DE 2018 40,71%

Fonte: Autora e Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e de Projetos (SIGPP/UFRN)

Levando-se em consideração todos os setores da Comunica e a própria


Superintendência, a divisão das metas 2018 está assim:

Figura 19 – Divisão das metas 2018 por veículo da superintendência

Fonte: autora
108

As metas 2018 pensadas diretamente à TV Universitária são apenas duas:

Figura 20 – Metas direcionadas para a TVU RN

2 Ampliar em 30 minutos o tempo da programação local na Televisão


Universitária (TVU), alcançando 9 horas e meia semanais.

12 Produzir 100% dos conteúdos audiovisuais da TVU na tecnologia digital


(SD), alcançando 9 horas e 30 minutos

Fonte: autora e Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e de Projetos (SIGPP/UFRN)

E indiretamente e mais gerais:

Figura 21 – Metas da COMUNICA

3 Ampliar participação discente em atividades complementares na


COMUNICA em 15% acolhendo 180 alunos de diversas graduações da
UFRN

6 Aumentar em 20% a veiculação no modo acessível de conteúdos


produzidos na COMUNICA

10 Avançar 90% na implantação de um sistema operacional que integre todas


as rotinas produtivas da COMUNICA

11 Disponibilizar 5% do orçamento da COMUNICA em editais públicos recursos


para incentivo à produção audiovisual e sonora independentes, atingindo 25
mil reais.

13 Realizar um debate com os candidatos ao Governo do Estado com


transmissão de duas horas pela TVU, Rádio Universitária e Portal da
UFRN.

14 Realizar um festival de música potiguar alcançando a oitava edição.

Fonte: autora e Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e de Projetos (SIGPP/UFRN)

Ao analisar o documento, compreendemos que nenhuma meta está


relacionada direta ou indireta às políticas de gestão dos processos institucionais com
objetivo de ampliar ou aprimorar a atuação da TVU RN na internet e a convergência.
Percebe-se que a Meta n° 8 é a única que se aproxima desta questão, entretanto,
pautada apenas para a AGECOM e em aumentar seguidores: “aumentar em 30% os
seguidores orgânicos em cada rede social da UFRN gerida pela AGECOM
alcançando 48.904 no Facebook, 10.500 mil no Twitter, 3.255 mil no Instagram e
679 inscritos no canal do Youtube”.
109

O Plano de Gestão 2017 também não contempla categoria parecida para a


TVU RN. Em 2016, uma única meta estava direcionada a essa temática, como
mostra a imagem a seguir:

Figura 22 – Meta de 2016 com objetivo de aumentar número de seguidores nas redes sociais

Fonte: Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e de Projetos (SIGPP/UFRN)

6.3 Presença online da TVU RN

A Televisão Universitária do RN está presente atualmente na internet por


meio do site e das redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube. Apesar da
emissora estar também no Twitter e no Google Plus, as desconsideramos porque
não há atualização há anos. Para a compreensão de como as ferramentas tem sido
usadas pela emissora, realizamos a partir de determinadas métricas a análise do
posicionamento do site e das redes sociais com objetivo de identificar o modo como
110

estão sendo gerenciadas e monitoradas; o perfil do usuário e o engajamento; e a


relação dos conteúdos publicados com o que é produzido e transmitido na
transmissão broadcasting.

O site da emissora e o Facebook são analisadas com as ferramentas Google


Analytics e Facebook Analytics, que possibilitaram dados do comportamento do
usuário; enquanto as redes sociais Instagram e Youtube, não tivemos acesso a
esses dados.

6.3.1 Análise do site

O site atual da TVU RN foi reformulado e publicado em outubro de 2017. Até


aquele momento, a emissora contava com um site antigo, iniciado em 2010, época
em que a TVU RN completava 38 anos de existência. O atual site da emissora tem o
mesmo domínio do anterior – www.tvu.ufrn.br, mas só foi ao ar em outubro de 2017,
após sete anos do primeiro.

Figura 23 – Página inicial do site antigo da TVU RN

Fonte: Site antigo da TVU RN


111

Figura 24 – Página inicial do atual site da TVU RN

Fonte: Site da TVU RN

O site antigo ficou desatualizado por muito tempo, com alguns programas que
não eram mais exibidos; outros programas com horários incorretos de exibição; e
com última atualização da programação semanal do ano de 2013. O site antigo
contava com a seguinte estrutura do menu: A TVU RN: apresentação, história e área
de cobertura; Equipe; Programação: Programas da TVU, Grade de programação e
sugestão de pauta; Links; e Fale conosco:
112

Figura 25 – Mapa do antigo site da TVU

Fonte: autora

Figura 26 – Página “apresentação” do site antigo da TVU

Fonte: Site antigo da TVU RN


113

Figura 27 - Página “História” do site antigo da TVU

Fonte: Site antigo da TVU RN

Figura 28 - Página “Cobertura” do site antigo da TVU. Link abria para essa imagem em jpp

Fonte: Site antigo da TVU RN


114

Figura 29 - Página “Equipe TVU” do site antigo da emissora

Fonte: Site antigo da TVU RN

Figura 30 - Página “Programação” do site antigo da emissora com os programas e dias e horários de
exibição

Fonte: Site antigo da TVU RN


115

Figura 31 – Página “Grade de programação” com um link que direcionava o usuário para o arquivo
em pdf

Fonte: Site antigo da TVU RN

Figura 32 – Arquivo em formato pdf com a programação semanal da emissora. Conteúdo


desatualizado em 2016

Fonte: Site antigo da TVU RN


116

Figura 33 – Página “sugestão de pauta” com os e-mails dos programas.

Fonte: Site antigo da TVU RN

Figura 34 – Página “Links” com os endereços online dos parceiros da TVU. Algumas páginas
encaminhavam usuário para página de erro

Fonte: Site antigo da TVU RN


117

Figura 35 – Ao clicar em “Fale conosco”, o site direcionava usuário para aplicativo externo. Não havia
formulário para envio padrão de respostas.

Fonte: Site antigo da TVU RN

A mudança dos sites, fato que podemos considerar histórico, não foi
anunciado ao telespectador e nem lançado ou comemorado na emissora, tornando-
se algo rotineiro, apesar de toda a preparação anterior entre a Direção, servidores
da TVU RN e a Superintendência de Informática da UFRN (SINFO).

Atualmente, a alimentação e atualização dos conteúdos é realizada


coletivamente, de acordo com as responsabilidades de cada setor. O setor de
Jornalismo fica responsável por alterar o vídeo em destaque, assim como a
Produção. A Programação alimenta a parte da programação semanal e adiciona
como “evento” os programas do dia na seção: programação local.

As atualizações no conteúdo da página podem ser executadas a qualquer


momento pelos servidores que tem acesso ao gerenciamento da ferramenta. Para
isso, um pouco antes do lançamento no final de 2017, servidores das equipes dos
setores da emissora participaram de um treinamento com os realizadores do site, a
SINFO. Porém, após o início do uso do site, não houve reunião entre servidores e
direção para aprimoramento e/ou redefinição da prática. O site atual foi elaborado
com base na estrutura definida pela SINFO e que também é aplicada a outros sites
da UFRN. Dessa maneira, os ajustes foram bastante pontuais, porquanto é como
118

um “molde adaptável” e a TVU RN precisou moldar o conteúdo ao que precisava


colocar na rede.

A página principal inicia com um menu superior com o logo da emissora ao


lado esquerdo (que encaminha para a página principal da emissora) e da UFRN ao
lado direito (que encaminha para o site da Universidade). Acima da logo da UFRN, o
usuário pode aumentar e diminuir a fonte para uma melhor leitura. O símbolo da
“lupa” encaminha para buscas no próprio site, mas no momento desta análise (30 de
junho de 2018), estava com problemas. Assim como o logo da TVU RN, o símbolo
da “casa” encaminha o usuário para a página principal da emissora, e o símbolo da
“carta” conduz para o formulário do “Fale conosco”. No menu principal, os links para:
A TVU, Programação, Sugestão de Pauta, Parceiros e Fale conosco.

Figura 36 – Cabeçalho e menu do novo site da emissora

Fonte: Site atual da emissora

Em seguida, um “carrossel” com treze imagens abordando um pouco sobre os


programas da emissora e o marketing. As imagens só prosseguem para a direita,
não dando a possibilidade ao usuário de rever as que passaram, tendo que voltar ao
início para conseguir visualizar a que deseja. Além disso, as imagens não levam o
usuário a outra página do site.
119

Figura 37 – Carrossel de imagens localizado na página inicial do site

Fonte: Site atual da emissora

Depois, há o espaço para a “Programação local” com a programação do dia.


O único link dessa seção intitulado “Programação semanal” encaminha o usuário a
outra página com a programação da semana. Esta página foi adaptada as
necessidades, já que é como se fosse uma página de notícia, diferente de outras
emissoras que o telespectador pode acessar os dias separadamente e a grade
completa. Assim, a alternativa encontrada foi que a grade completa daquela semana
fosse publicada por meio de link que leva até a programação semanal da TVU em
uma página externa: o site ISSUU.

Figura 38 – Programação local e diária da emissora. No canto inferior direito, usuário é encaminhado
para a “Programação semanal”. Setor responsável pelas mudanças: Programação

Fonte: Site atual da emissora

Após o espaço da programação, o usuário visualiza dois vídeos: na parte


esquerda de responsabilidade do Jornalismo e, na parte direita, de responsabilidade
da Produção. Os produtos podem ser vistos na própria página e o link “Mais vídeos”
encaminha para o YouTube da emissora. No menu inferior da página, três sessões
120

podem ser vistas: “Navegue” com o menu principal da página; “Conecte-se” com as
redes sociais da emissora; e “Emissora filiada à TV Brasil” com o link para o site da
cabeça de rede.

Figura 39 – Vídeos em destaque sob responsabilidade dos setores de Jornalismo (esquerda) e da


Produção (direita). Abaixo as redes sociais da emissora

Fonte: Site atual da emissora

O novo site tem como mapa:

Figura 40 – Mapa do antigo site da TVU

Fonte: autora
121

Figura 41 – Página “Apresentação” do novo site da TVU

Fonte: Site atual da emissora


122

Figura 42 – Página “Histórico da TVU” do novo site da emissora

Fonte: Site atual da emissora


123

Figura 43 – Página “Equipe Gestora” do novo site da TVU

Fonte: Site atual da emissora

Figura 44 – Página “Sintonize” do novo site da TVU

Fonte: Site atual da emissora


124

Figura 45 – Página “Localização” da emissora

Fonte: Site atual da emissora


125

Figura 46 – Página “Programação” com todos os programas da emissora, dias e horários de


exibição, e-mail de quem produz e redes sociais

Fonte: Site atual da emissora


126

Figura 47 – Página “Programação Semanal” com dois tipos de acesso: menu superior ou no link
contido na área inicial da “Programação local”

Fonte: Site atual da emissora


127

Figura 48 – Formulário da página “Sugestão de Pauta” com nome do usuário, telefone, e-mail,
programa, sugestão e difícil verificação

Fonte: Site atual da emissora


128

Figura 49 – Página “Parceiros” da emissora

Fonte: Site atual da emissora


129

Figura 50 – Formulário da página “Fale conosco” com nome, e-mail, assunto, mensagem e difícil
verificação

Fonte: Site atual da emissora

Realizamos a análise comparada do antigo e do atual site a fim de perceber


se houveram avanços significativos na ferramenta com relação a:

1- Acessibilidade: Existe leitor para pessoas com baixa visão? O site é


otimizado (responsivo) a um sistema mobile?
2- Usabilidade: A arquitetura da informação é clara e o usuário encontra com
facilidade o que deseja?
3- Ferramentas de comunicação: De que maneira o usuário/telespectador
pode dialogar com a emissora?
4- Relevância do conteúdo e Periodicidade: Os conteúdos são atrativos? Há
motivos para o telespectador retornar ao site? Os conteúdos são
atualizados?
5- Convergência: Redes sociais digitais estão presentes? Notícias sobre a
programação são publicadas? Programas anteriores podem ser revistos
na página?
130

Quadro 6 – Comparativo entre o site antigo e o atual site da TVU RN

COMPARATIVO ENTRE
OS SITES DA TV SITE ANTIGO SITE ATUAL
UNIVERSITÁRIA DO RN (2010 – 2017) (2017 – 2018)
1 – Acessibilidade
a) Recurso de Não Sim
aumentar e
diminuir fonte
b) Site responsivo Não Não

2 – Usabilidade Não Sim

3 – Ferramentas de - Sugestão de pauta e Fale conosco - Formulários difíceis em “Sugestão de


comunicação (e-mail). No Fale conosco, o Pauta” e “Fale conosco” com verificação
encaminhamento para o e-mail ao final de conta de somar. Formulários
possibilitava erro; e praticamente repetidos, sem necessidade;
-Telefones e e-mails dos gestores - Telefones e e-mails dos gestores
disponibilizados na página “Equipe”. disponibilizados na página “Equipe”; e
- E-mail de cada programa na seção
“Programação”.

4 – Relevância do - Os conteúdos estavam - Conteúdo em sua maioria estático, com


conteúdo e desatualizados há anos; poucas mudanças e atratividade. Como
Periodicidade - Programação semanal em arquivo exemplo do “carrossel” de imagens na
PDF; página inicial, que não foi modificado
- Não haviam vídeos atualizados; e desde o lançamento do site, não levando
- Seção “Links” encaminhando o usuário a nenhum outro lugar e não
usuário para página inválida. trazendo informações atualizadas da
programação;
- O telespectador pode ter acesso a grade
de programação atualizada, assim como
as sinopses e horários dos programas;
- Apenas dois vídeos são exibidos em todo
o site. Nota-se que os vídeos da seção
“Jornalismo TVU” são atualizados com
131

frequência, diferente dos “Destaques


TVU”; e
- Páginas internas com textos longos, sem
hipertextualidade, interatividade. Com
fotografias que não aumentam. Carrossel
de imagem com legendas nas sessões
“Apresentação” e “Histórico da TVU”.

5 – Convergência Não - As redes sociais Facebook, Youtube e


Instagram da emissora estão presentes na
parte inferior do site em: “conecte-se”;
- Na área de “Programação”, ao final de
cada sinopse há o link para o Facebook.
do programa. Alguns links não estão com
a URL reduzida; e
- “Vídeos em destaque” encaminham para
O YouTube.
Fonte: autora

Com relação à interface nova, entendemos que houveram avanços com


relação ao site antigo, mas ainda é preciso o conhecimento desse usuário para o
redesenho da arquitetura de informação do site. “Para isso, é preciso buscar dados
junto às pessoas que estão efetivamente utilizando as interfaces, não junto a
pessoas que gerenciam as organizações” (AGNER, 2009, p. 60). Quem acessa o
site da TVU e por quê? Por exemplo, será que é relevante a história da emissora
antes mesmo da busca pelos programas atuais e a programação? Qual o objetivo
da manutenção de um carrossel de imagens que ocupa um espaço considerável do
site e não leva o usuário para nenhum outro lugar?

6.3.1.1 O usuário do site: Google Analytics

O Google Analytics é uma “plataforma que coleta e compila dados em


relatórios”14 de forma gratuita. Criada em 2005 e de fácil utilização, a ferramenta é
uma das mais populares nas empresas brasileiras com diferentes objetivos e que
necessitam mensurar ações de marketing digital. “Uma interface só é bem-sucedida

14
Informações do Google Analytics. Disponível em:
https://support.google.com/analytics/answer/6383007?hl=pt-BR. Acesso em 20 de jul. 2018
132

se ela der o suporte adequado aos objetivos e ao comportamento do usuário real”


(AGNER, 2009, p.32).

A ideia dessa análise aconteceu nos momentos finais dessa dissertação,


quando foi solicitado à SINFO15, no final de julho, a adição do código JavaScript nas
páginas do site da TVU RN para gerar um indicador de acompanhamento e, assim,
podermos analisar as informações anônimas da interação do usuário com a página
da emissora. Como a ferramenta não possibilita a coleta de dados retroativos, o
período desta análise está compreendido na semana de 23 a 29 de julho.

A mensuração por meio do Google Analytics é realizada sempre que um


usuário carrega a página, fazendo com que o código colete e envie as informações.
As atividades do usuário são agrupadas em um período conhecido como “sessão”,
que é concluído após 30 minutos de inatividade ou à meia-noite. Caso o usuário
retorne à página, uma nova sessão é iniciada e diversos dados podem ser
mensurados. Todas as vezes que o usuário interage com um dos elementos da
página, o Google Analytics reinicia o tempo de vencimento da sessão a partir do
momento da interação, adicionando mais meia hora.

Os dados coletados variam de acordo com a necessidade da pesquisa. No


caso deste estudo, o objetivo foi compreender quem é o usuário e como ele interage
com a página. Dessa maneira, poderemos analisar e encaminhar possíveis
melhorias à ferramenta, além da análise realizada anteriormente. Esses dados
tornam-se fundamentais para gerar novos resultados nas empresas, inovar, e esse é
o primeiro ponto que queremos destacar: a mensuração rotineira dos resultados é
fundamental para a melhoria das práticas e do contato da emissora com o
telespectador/usuário. O que o usuário busca? O que o usuário obtém de fato?

A seguir, seguem as informações coletadas em relatório personalizado


gerado na ferramenta.

6.3.1.2 Métricas do site da TVU RN: 23 a 29 de julho de 2018

Com relação ao perfil de quem acessa o site da TVU RN, a maioria dos
usuários é do Brasil (92,72%) e da cidade Natal (53,21%). Dos 151 usuários totais
que iniciaram pelo menos uma sessão durante o período, 83 visualizaram a página

15
Nenhum setor ou servidor da emissora realiza o acompanhamento desses dados.
133

de Natal, e dos 142 usuários que visitaram pela primeira vez a página, 73 eram da
capital potiguar. Usuários de outras cidades brasileiras também foram registrados:
Fortaleza (6,41%); Recife e Rio de Janeiro (3,85%), Parnamirim (3,21%), Salvador e
Brasília (1,92%). O registro de outros locais do país mostra o interesse e curiosidade
pelo conteúdo produzido pela emissora localizada em Natal.

Figura 51 – Fluxo de usuários dos países que mais acessam o site

Fonte: Google Analytics

Figura 52 - Fluxo de usuários cidades brasileiras e mundiais que mais acessam o site

Fonte: Google Analytics

A porcentagem entre sexo feminino e masculino é quase igual e a idade com


maior número de usuários vai de 25 a 34 anos (38,64%).
134

Figura 53 – Divisão dos usuários por categoria “sexo”

Fonte: Google Analytics

Figura 54 – Divisão dos usuários por categoria idade”

Fonte: Google Analytics


135

Os usuários utilizam como dispositivo tanto o desktop (51,66%) quanto o


sistema mobile (48,34%)16. O que chama atenção é a igualdade desses dados, em
que o acesso pelo computador é considerável e ultrapassa o uso do celular. O
navegador mais utilizado pelos usuários do Desktop é o Chrome (73,51%), seguido
pelo Safari (5,96%) e o Firefox (5,30%). Dos sistemas mobile, o mais utilizado pela
grande maioria é o Android (84,93%).

Figura 55 - Divisão dos usuários por categoria do dispositivo que mais utiliza

Fonte: Google Analytics

Figura 56 – Divisão dos usuários por navegador

Fonte: Google Analytics

16
O Google Analytics separa a categoria do dispositivo em Desktop, Mobile e Tablet. Nesta análise
consideramos Mobile e Tablet na mesma categoria.
136

Figura 57 – Divisão dos usuários por sistema operacional

Fonte: Google Analytics

Na semana de 23 a 29 de julho de 2018, o site da emissora recebeu a visita


de 151 usuários que iniciaram pelo menos uma das 184 sessões registradas durante
o período. O número de usuários que visitaram pela primeira vez a página é de 142,
ou seja, neste período, o site recebeu o acesso de 82,1% novos visitantes 17 e de
17,9% de usuários antigos. O número médio de sessões por usuário é de 1,22, em
que cada sessão tem duração média de 2 minutos e 25 segundos e com uma média
de páginas visualizadas de 2,44. O número total de páginas visualizadas 18 é de 449
com grande taxa de rejeição de 51,63%, que corresponde a porcentagem de
sessões de uma única página nas quais não foram registradas interações. A média
de tempo que os usuários passaram visualizando uma página ou tela específica ou
um conjunto de páginas ou telas é de 1 minuto e 41 segundos.

Figura 58 – Visão geral do público-alvo no período de 23 a 29 de julho de 2018

17
De acordo com o Google Analytics, a métrica “Novos usuários” sempre é incrementada quando ocorre uma
sessão de novo usuário, mesmo que essa sessão seja composta somente por eventos sem interação.

18
Exibições repetidas de uma única página são consideradas.
137

Fonte: Google Analytics

O dia do período pesquisado que tem a maior quantidade de acessos é 23 de


julho, uma segunda-feira, com 42 usuários e com pico dos acessos às 18h e às 21h.
Em comparação com a segunda-feira, dia 30 de julho, percebemos que a
quantidade é relativamente parecida, de 48 usuários, e pico de acesso às 21h e 22h.
138

Figura 59 – Comparativo entre a visão geral do público-alvo

Fonte: Google Analytics

O dia com menor acesso do período coletado foi o domingo, dia 29 de julho,
com 11 usuários e pico no horário de sessões às 18h. Em comparação ao domingo
anterior, dia 22 de junho, o número de acessos também foi parecido, 14 usuários,
com pico de horário às 16h e 19h. No domingo, a partir das 16h, a TVU RN não
exibe na transmissão broadcasting a programação local, apenas chamadas e
interprogramas.
139

Figura 60 - Comparativo entre a visão geral do público-alvo nos dias 22 e 29 de julho

Fonte: Google Analytics


140

Figura 61 – Horários que os usuários acessam o site da emissora

Fonte: Google Analytics

Os dados mostram a preferência dos conteúdos buscados e utilizados pelos


usuários. A página mais visualizada é a Inicial com 184 visualizações (40,98%),
seguida da Programação (10,47%), Programação semanal (8,46), Contato (7,80%),
Sintonize (7,35%), Sugestão de pauta (4,45%), Index (3,79%), Apresentação e Links
(3,56), Equipe (3,34%), História (3,12%), Localização (1,56%), Contato com
mensagem enviada (1,34%) e Busca (0,22%). Nota-se que os primeiros links do
cabeçalho como apresentação, equipe, história e localização não são os itens mais
procurados pelos usuários, ou seja, será que são conteúdos relevantes para
estarem logo no início? Se considerarmos um período de análise maior, de 17 a 31
de julho de 2018, a visualização das páginas é a mesma do período de 23 a 29 de
julho de 2018.
141

Figura 62 – Dados das páginas mais visualizadas pelos usuários

Fonte: Google Analytics

A origem do tráfego é principalmente do Google (64,05%), seguido do Direto


(26,14%), Facebook (3,26%)19, Bing (1,31%) e, por último, o Instagram e o Wikipédia
(0,65%). Três outras mídias não usuais também apareceram na coleta de dados:
GoogleWebLigth (acelera o carregamento das páginas em conexões mais lentas),
Lineup.tv.br (site especializado em guia de canais de televisão) e Portalbsd.com.br
(página especializada em satélite).

Figura 63 – Origem do tráfego dos usuários do site

Fonte: Google Analytics

Os 151 usuários registrados acessaram mais o site a partir da origem de


mídias orgânicas (pesquisa não paga) como Google e Bing (100 usuários). Em
seguida 40 visitantes fizeram a busca por origem “Direto”, ou seja, usuários que

19
Soma do item 3 e item 8 referentes ao Facebook.
142

digitaram o URL do site da TVU diretamente no navegador ou adicionaram o


endereço aos favoritos; 7 visitantes chegaram ao site da TVU RN por um link que
está em outro domínio, a chamada “Referência”; e 6 usuários acessaram o site pelas
redes sociais – Facebook e Instagram. Apesar das redes sociais serem a origem em
que menos os usuários acessam o site, a taxa de rejeição é a menor, sendo a
origem por Referência a maior, com a duração média da sessão de apenas 18
segundos.

Figura 64 – Tipos de canais pelos quais os usuários acessam o site no período da coleta de dados

Fonte: Google Analytics

Quando um período maior é coletado, a tendência anterior prevalece, tendo a


pesquisa orgânica como principal caminho para o usuário chegar ao site e as Redes
Sociais como a opção menos usada. O e-mail não aparece nenhuma vez entre os
canais de origem.
143

Figura 65 - Tipos de canais pelos quais os usuários acessam o site em período maior do que o
coletado

Fonte: Google Analytics

Figura 66 – Tipos de dispositivos (computador ou celular) e tipos de pesquisa

Fonte: Google Analytics

O fluxo de comportamento do usuário do site da TVU chega até a 3º


interação, o que pode apontar para os conteúdos que mantém o interesse dos
visitantes e potenciais problemas com o conteúdo. Optamos pela visualização do
fluxo de comportamento a partir da origem da mídia.
144

Figura 67 – Fluxo de comportamento do usuário do site.

Fonte: Google Analytics

O tráfego a partir do Facebook, por exemplo, ocorre apenas até a 2ª


interação.

Figura 68 - Fluxo de comportamento do usuário do site a partir do acesso pelo Facebook da


emissora

Fonte: Google Analytics

6.3.2 Facebook da emissora

A primeira publicação da TVU RN no Facebook ocorreu em 1º de julho de


2012. O gerenciamento desta ferramenta não fica a cargo de nenhum setor e a
responsabilidade oscilou entre publicações realizadas por diversos servidores e
bolsistas. As publicações são inconstantes e não seguem um padrão e identidade da
institucional, o que é perceptível para o usuário que acessa a página oficial da
emissora.
145

Optamos por realizar a análise do primeiro semestre de 2018, que abarca o


período de 1º de janeiro a 30 de junho. A análise foi realizada com ferramenta
disponibilizada pela própria rede social: o Facebook Insights, que possibilita aos
administradores da página acompanhar o desenvolvimento e mensurar resultados.

Figura 69 – Início da página da TVU RN no Facebook

Fonte: Facebook

No início de janeiro, a página tinha 3.029 seguidores e, com o passar dos


meses, aumentou apenas 130 no período, tendo uma média de 18,33% por mês
pesquisado. O maior número de curtidas ocorreu em 5 de janeiro, com cinco curtidas
líquidas, sendo duas dessas vindas de “sugestão de página”.

Figura 70 – Total de seguidores da fanpage da emissora no período de janeiro a junho de 2018

Fonte: Facebook
146

Nenhuma publicação foi realizada de maneira paga (como anúncio), o que


torna toda curtida da página ser de seguidores orgânicos. O ápice do alcance
orgânico de publicações ocorreu em 5 de janeiro.

Figura 71 – Alcance total de pessoas no período de janeiro a junho de 2018. Todos os


alcances são orgânicos

Fonte: Facebook

Os seguidores da página têm origens diversas. Curtiram após pesquisa, após


verem a página em uma listagem com sugestões de página e no feed de notícias. O
número máximo de descurtidas foi de três seguidores, algumas delas sendo de
remoção de contas desativadas ou transformadas em memorial (em caso de morte).
147

Figura 72 – Gráfico dos seguidores líquidos da fanpage

Fonte: Facebook

O perfil dos usuários é parecido com os do que acessam ao site: homens


(52%) e mulheres (48%), com maior número na faixa etária dos 25 aos 34 anos.

Figura 73 - Perfil dos usuários da fanpage: maioria homens com idade entre 25 e 34 anos

Fonte: Facebook

A maioria dos seguidores é de brasileiros (3.085) e acessa da cidade de Natal


(1.980). Usuários de Parnamirim, Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Macaíba,
Caicó, Assu, Ceará-Mirim, Currais Novos, Santa Cruz, São José de Mipibu, Acari,
148

Santana do Matos, Apodi, Macau, Santo Antônio, Canguaretama, Ipanguaçu, Monte


Alegre, Nova Cruz, João Câmara, Nísia Floresta, Tangará, São Miguel do Gostoso,
Parelhas, Touros, Vera Cruz, cidades localizadas no Rio Grande do Norte, também
aparecem na pesquisa. Assim como outras cidades brasileiras: São Paulo, Rio de
Janeiro, Recife, Fortaleza e Brasília. Os dados de onde estão acessando os
seguidores da página mostram mais uma vez o quanto pessoas de outras
localidades, muitas vezes locais que sequer tem acesso ao sinal da TVU RN,
procuram informações sobre a emissora. A emissora de fato está considerando
esses públicos?

Figura 74 – Seguidores da fanpage a partir do país, cidade e idioma

Fonte: Facebook

Quem visita a página acessa mais a inicial, depois as publicações, os vídeos,


a área sobre a emissora e as fotos. Percebe-se o quanto a procura por vídeos é
considerável, sendo este o principal tipo de material do conteúdo da emissora.
149

Figura 75 – Gráfico dos tipos de conteúdo mais acessados pelos usuários da fanpage da
emissora

Fonte: Facebook

Figura 76 – Menu de acesso aos conteúdos da página

Fonte: Facebook
150

Ao todo, 14 publicações foram realizadas durante o período: 4 em janeiro; 0


em fevereiro; 2 em março; 7 em abril; 0 em maio; e 1 em janeiro. A foto foi o tipo de
publicação mais utilizado pela emissora durante o período, enquanto a publicação
em vídeo aconteceu apenas três vezes.

Figura 77 – Publicações realizadas no período pesquisado: janeiro a junho de 2018

Fonte: Facebook
151

As publicações obtiveram um alcance médio de 194, com envolvimento médio


de 1 clique nas publicações e 3 de reações, comentários e compartilhamentos.

Figura 78 – Tipo de conteúdo, alcance médio e envolvimento médio da fanpage

Fonte: Facebook

A publicação de maior alcance foi a de 2 de janeiro com 608 pessoas


alcançadas, dando um resultado de 6 compartilhamentos e 30 curtidas e reações,
contudo, nenhum comentário, tendo a publicação uma taxa de envolvimento de 6%.
A taxa de envolvimento das publicações da emissora varia entre 0% e 16%.

Figura 79 – Publicação de maior alcance do período pesquisado

Fonte: Facebook
152

Esses dados mostram um engajamento baixo dos seguidores com a página e


diversos motivos podem ocasionar esse fato. O que observamos durante o período
foi o número baixo de publicações com relação ao número de materiais produzidos
pela instituição. A emissora tem a possibilidade de realizar mais de uma publicação
por dia, devido principalmente ao número de programas que tem na grade. As
chamadas sobre os produtos que ainda irão ao ar, por exemplo, é um material
significativo para a autopromoção, entretanto, somente são exibidas na transmissão
broadcasting, o que poderia ocorrer também nas redes sociais da emissora.
Produtos que já foram ao ar e já estão disponíveis na rede social Youtube, também
não são valorizados como conteúdo relevante. Como também, as publicações das
páginas dos outros programas da emissora e da TV Brasil, que são exibidos na TVU
RN, não são compartilhadas na fanpage. Além disso, percebemos o não
monitoramento da página, com uma caixa de entrada com mensagens não
respondidas. A mesma situação ocorre nos comentários.

Figura 80 – Mensagem de telespectador enviada por “inbox” e não respondida

Fonte: Facebook
153

Figura 81 - Mensagem de telespectador enviada por “inbox” e não respondida

Fonte: Facebook

Figura 82 – Comentários sem feedback

Fonte: Facebook

Recursos como Enquetes e Eventos não foram utilizados no período


pesquisado.
154

Figura 83 – Nenhuma enquete foi realizada durante o período pesquisado

Fonte: Facebook

Figura 84 - Nenhum evento foi publicado durante o período pesquisado

Fonte: Facebook
155

Apenas uma avaliação foi realizada até o momento, classificando a página


com cinco estrelas.

Figura 85 – Única avaliação da página durante o período pesquisado

Fonte: Facebook

6.3.3 Instagram da emissora

O início do uso dessa rede social ocorreu em 31 de agosto de 2017.


Atualmente a emissora tem 836 seguidores (dado coletado em 25 de julho de 2018).
O nome de usuário20 é @TVURN, que é o mesmo nome que aparece em negrito
(TVU RN), o que pode ser alterado pelo administrador da página. Observamos que
não há na “biografia” 21 o endereço do site e muito menos o direcionamento para
outras redes sociais da emissora, tendo como única informação que a TVU RN é um
Canal de TV e está localizado em um Campus universitário em Natal, no Rio Grande
do Norte.

20
Nome de usuário ou username (em inglês) é a URL do perfil, ou seja, www.instagram.com/tvurn
21
Biografia ou Bio é o espaço de até 150 caracteres reservado abaixo da foto do perfil para que seja colocada
informações sobre a empresa, pessoa ou produto, criando a primeira impressão ao usuário que acessa o perfil.
As empresas têm usado bastante o espaço para divulgar alguma URL que precise destacar naquele dia, semana
ou permanentemente, pois os textos das publicações não possibilitam o direcionamento a partir do clique no
link. A outra possibilidade de um link clicável é nos stories dos perfis com mais de 10 mil seguidores. O uso de
hashtags também é permitido nesse espaço.
156

Figura 86 – Início do perfil da emissora no Instagram

Fonte: Instagram

Em 2018, nenhuma publicação foi realizada, sendo a última alusiva aos 45


anos da emissora e publicada no dia 28 de dezembro de 2017. Ao todo foram 40
publicações desde a primeira, divididas da seguinte forma: 6 em agosto, 13 em
setembro, 8 em outubro, 3 em novembro e 10 em dezembro.
157

Figura 87 – Quantidade total de publicações realizadas durante o período pesquisado

Fonte: autora

Observa-se que as publicações do perfil da emissora foram realizadas


espaçadamente, como mostra o quadro a seguir:

Figura 88 – Quantidade de publicações diárias no Instagram da emissora durante o período


pesquisado

Quantidade de publicações diárias


Mês/Data 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1

Agosto 6

Setembro 6 2 1 1 1 1 1 -

Outubro 1 1 1 1 1 1 1 1

Novembro 2 1 -

Dezembro 1 2 1 1 2 1 1 1

Fonte: autora

O número de curtidas por cada publicação é considerável e percebemos


assim o engajamento do público que segue a página. A data com mais curtidas – 91
no total, é 2 de dezembro, dia do aniversário da emissora.
158

Figura 89– Número de curtidas em cada publicação realizada entre agosto e dezembro de 2018

Quantidade de curtidas por dia


Mês/Data 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1

Agosto 2
1

Setembro 3 7 2 2 2 3 3 -
5 1 7 1 3 1 5

Outubro 3 2 1 2 2 2 1 2
1 0 9 4 4 6 5 8

Novembro 5 2 -
2 2

Dezembro 4 9 2 5 7 3 3 5
8 1 7 6 0 9 4 0

Fonte: autora

Apesar do número de curtidas, o engajamento nos comentários por


publicação não é tão alto, variando entre 1 e 5. O dia com a maior quantidade de
comentários é também 2 de dezembro de 2017.

Figura 90 – Publicações com comentários durante o período pesquisado

Quantidade de comentários por dia


Mês/Data 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 29 30 31
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Agosto

Setembro 1 1

Outubro 3

Novembro 1

Dezembro 1 5 1 1 3 1

Fonte: autora

O maior conteúdo das publicações são fotografias como de bastidores dos


programas e de produções. Das 40 publicações, apenas 5 foram realizadas com
vídeo. Os logos dos programas são as primeiras publicações e contém os horários
de exibição. O logo da TVU RN foi publicado apenas uma vez, no dia de aniversário
da emissora. Das três montagens, duas são do programa Olhar Independente. O
Instagram da emissora de televisão pode investir mais em vídeos e estimular a
interação nos stories.
159

Figura 91 – Tipos de material publicado entre janeiro e junho de 2018

Fonte: autora

Das 40 publicações, 21 usaram hashtags, que são e quantidades (APÊNDICE


B): #programaOlharIndependente (2); #TVURN (19); #audiovisual (1);
#programaGrandesTemas (1); #debates (1); #programaCafeFilosofico (1); #filosofia
(1); #programaCenaPotiguar (1); #cultura (1); #arte (1); #programaTVUEsporte (1);
#programaTelaRural (1); #telarural (2); #rural (1); #tvu45anos (14); e #CenaPotiguar
(1).
160

Figura 92 – Hashtags colocadas nas postagens analisadas

Fonte: autora

6.3.4 YouTube da emissora


A emissora está no YouTube desde 31 de janeiro de 2011 e tem um total de 4
mil e 500 inscritos e 894.346 visualizações. De todas as redes sociais da emissora,
esta é a mais atualizada. Há direcionamento para o site da emissora e a fanpage
oficial.
Figura 93 – Início do canal da emissora no YouTube

Fonte: YouTube
161

O primeiro vídeo publicado é do dia 3 de fevereiro de 2011 22, uma chamada


de 30 segundos sobre o TVU Notícias, programa que tem a playlist com o maior
número de vídeos postados. Os vídeos da emissora estão organizados em playlists
dos programas, interprogramas e conteúdos avulsos.

Figura 94 – Playlists do canal da emissora na rede social

Fonte: YouTube

O vídeo com mais visualizações é a matéria do programa Tela Rural, sobre


criação de caprinos e ovinos23, exibida em 27 de outubro de 2016. Ao todo foram
88.912 visualizações (o dobro do segundo vídeo mais visualizado), 508 curtidas, 38
descurtidas e 9 comentários. Outros dois vídeos do Tela Rural também são os com
o maior número de visualizações: Produção de queijos artesanais24 de 19 de outubro
de 2016, com 49.259 visualizações, 473 curtidas, 20 descurtidas e 30 comentários; e
Receita de carne de sol na nata 25 de 27 de outubro de 2016, com 40.695
visualizações, 428 curtidas, 46 descurtidas e 7 comentários. A quarta publicação
mais visualizada é a do TVU Notícias26, também de 2016, sobre adoção. O vídeo de

22
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DEU0nms7F4I
23
Acessada em 30 de junho de 2018, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=Ca9bYLn1qQM
24
Acessada em 30 de junho de 2018, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TOTHVZ48Y9s
25
Acessada em 30 de junho de 2018, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=tqieZG1DQFw
26
Acessada em 30 de junho de 2018, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=Z1cJhk8Q0c0
162

2018 mais visualizado27 é do TVU Notícias é sobre a morte de uma adolescente,


sendo a sétima produção do ranking com 18.732 visualizações, 81 curtidas, 9
descurtidas e 24 comentários. Observamos que os vídeos mais visualizados do
canal são dos programas Tela Rural e TVU Notícias.

Figura 95 – Materiais com o maior número de visualizações

Fonte: YouTube

O único vídeo transmitido ao vivo é o Debate das Eleições municipais de 21


de setembro de 2016 28 , que teve ao todo 1.905 visualizações, 54 curtidas, 1
descurtida e dois comentários. A qualidade máxima do vídeo é de 480p.
Observamos que, assim como ocorre nesta publicação, os comentários não são
monitorados ou respondidos e os vídeos não são publicados com qualidade máxima
em HD. Quanto à qualidade, o interprograma Cena Potiguar é um dos poucos
conteúdos que podem ser assistidos em qualidade máxima de 1080p.

27
Acessado em 30 de junho de 2018, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=V9ow2qXIFSw
28
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PFvPrVpu_h0
163

Figura 96 – Qualidade máxima na qual material do Cena Potiguar pode ser assistido pelo usuário

Fonte: YouTube

Quanto ao Tela Rural, observou-se que o programa está sendo publicado na


íntegra, sem divisão das matérias, o que pode diminuir o número de visualizações
do produto já que o título é geral e não direciona o usuário ao conteúdo que deseja
ao pesquisar.

Figura 97 – Blocos inteiros de programas como o Tela Rural e com títulos pouco atrativos

Fonte: autora
Além disso, observamos diversos produtos sem informações do vídeo, sem
uso de hashtags, sem divulgação de e-mail, site ou outras redes sociais do
programa ou da emissora, e sem divulgação da data de exibição.
164

Figura 98 – Publicação sem descrição do produto

Fonte: YouTube

Os produtos também não direcionam a um próximo produto do canal do


YouTube da TVURN ou a playlist do material.

Figura 99 – Final do material publicado não encaminha para o Bloco 2, mas sim, para outro vídeo de
outro canal

Fonte: autora

A maioria não tem uma miniatura inicial que chame a atenção do usuário e
direcione o conteúdo. Assim, nota-se com essas observações a não padronização
entre as playlists e o descuido quanto as informações do material publicado.
165

Figura 100 – Materiais sem miniatura inicial atrativa, padronizada e elaborada

Fonte: YouTube

6.4 ANÁLISE DAS SUBUNIDADES

Os dois produtos escolhidos para a análise são os únicos da grade de


programação da TVU RN transmitidos ao vivo: Grandes Temas e TVU Notícias. Os
programas iniciaram na fase de reestruturação da emissora quando teve início o
Núcleo de Tecnologia Educacional (NUTE).

6.4.1 Programa Grandes Temas

O Grandes Temas foi ao ar primeiro do que o TVU Notícias, em 1995, com


objetivo de debater temas da atualidade com a participação do público por telefone
e, posteriormente por e-mail. O programa até hoje é exibido nas noites da segunda-
feira com um apresentador fixo e três ou quatro convidados especialistas na
temática. Possui uma estrutura em três blocos dividido em 1 hora e meia de
duração, no horário de exibição ao vivo às 20h30 e a reprise sempre aos domingos,
às 13h30. A participação do público é exclusivamente por aplicativo de mensagens,
166

o WhatsApp. Nas redes sociais, o Grandes Temas está no Facebook 29 e no


Youtube da emissora30:

Figura 101 – Início da fanpage do programa Grandes Temas

Fonte: Facebook

Figura 102 – Playlist do programa no YouTube da TVU RN

Fonte: YouTube

Duas outras contas de redes sociais e que não são gerenciadas ainda podem
ser acessadas: o Twitter31 com última publicação em 2012; e uma fanpage antiga no

29
Domínio do Grandes Temas no Facebook: https://www.facebook.com/GTtvu/
30
Domínio do Grandes Temas no Youtube: https://www.youtube.com/user/tvuniversitariarn
31
https://twitter.com/grandestemastvu
167

Facebook32 com última publicação realizada em 2014 e com mais seguidores do que
a atual fanpage, 619 internautas.

Em 2018, os programas inéditos iniciaram em março com o tema “Mulher no


mercado de trabalho”, que foi reprisado nos dias 16 de abril e 25 de junho.

Quadro 7 – Programas exibidos no primeiro semestre de 2018

Grandes Temas – programas do 1º semestre de 2018


Mulher no mercado de trabalho – 5 de março (ao vivo)
Desafios da Pesquisa em Pós-graduação – 12 de março (ao vivo)
Evasão no ensino superior – 19 de março (ao vivo)
Desafios da segurança hídrica no RN – 26 de março (ao vivo)
Superindividamento – 2 de abril (ao vivo)
Fake News – 9 de abril (ao vivo)
Mulher no mercado de trabalho – 16 de abril (reprise)
Ativismo judicial – 23 de abril (ao vivo)
Evasão no ensino superior – 30 de abril (reprise)
Trabalho doméstico – 7 de maio (ao vivo)
Violência contra a criança e adolescente – 14 de maio (ao vivo)
Masculinidade tóxica – 21 de maio (ao vivo)
Escola sem partido – 28 de maio (ao vivo)
4 de junho – não exibido
11 de junho – não exibido
Desemprego e informalidade – 18 de junho (ao vivo)
Mulher no mercado de trabalho – 25 de junho (reprise)
Pacote do Veneno – 2 de julho (ao vivo)
Justiçamento – 9 de julho (ao vivo)
Analfabetismo funcional – 16 de julho (ao vivo)
Eleições 2018 – 23 de julho (ao vivo)
Feminismo negro – 30 de julho (ao vivo)
Fonte: autora

32
https://www.facebook.com/grandestemastvu/
168

6.4.1.1 Análise das exibições do Grandes Temas

Optamos por analisar os programas: Mulher no mercado de trabalho (5 de


março), Fake News (9 de abril) e Justiçamento (9 de julho). A análise completa de
cada programa está no Apêndice C deste trabalho.

Todos os programas analisados foram transmitidos ao vivo em resolução


720x480, SDTV, em tela 4:3 e áudio estéreo. O programa “Mulher no mercado de
trabalho” foi exibido em três blocos com um tempo total de exibição de 1 hora, 10
minutos e 13 segundos; o “Fake News em dois blocos de 1 hora, 4 minutos e 5
segundos; e o “Justiçamento” em três blocos de 1 hora, 7 minutos e 51 segundos.
Apenas o programa “Fake News” foi finalizado sem os créditos.

Durante os programas, o site e as redes sociais da emissora não foram


divulgados, apesar dos produtos terem sido arquivados posteriormente no YouTube
da TVU RN. A fanpage do Grandes Temas foi divulgada no final de cada programa
pesquisado, com a imagem do logo do Facebook e o texto “\GTtvu” no canto inferior
esquerdo, conjuntamente com a fala do apresentador. A divulgação da página do
Facebook teve uma média de 22 segundos. A fala do apresentador foi diversificada,
mas com o mesmo contexto: curtir a página, acompanhar os programas que foram
ao ar, rever programas e sugerir temas.

Quanto à participação do telespectador, o primeiro programa teve 4


perguntas, o segundo 2 perguntas e o terceiro 1 pergunta e 2 comentários. A
pergunta é lida pelo apresentador e não é colocada a informação na tela. O que
aparece são caracteres com o número do WhatsApp. A participação do
telespectador foi estimulada de três a quatro vezes durante os programas por fala do
apresentador. A participação pode ser realizada apenas por WhatsApp. No primeiro
programa, não fica claro ao telespectador as funções das ferramentas (vídeo,
imagem, áudio ou texto), pois o tipo de mensagem solicitada para a interação não é
especificado. Já no “Fake News” e “Justiçamento”, o apresentador pede que o
telespectador “envie sua pergunta”. Em um dos programas observamos que a
produção enviou um questionamento se passando como telespectador.

Sobre o programa na internet, as produções não foram transmitidas ao vivo


em nenhuma plataforma. Todos os três programas foram divulgados no mesmo dia
na página do Grandes Temas no Facebook. O da “Mulher no mercado de trabalho”
169

com texto e imagem de boa qualidade (841x561 pixels) com direitos autorais. A
fotografia é de uma mulher com vestimentas de obra, rebocando uma parede. A
postagem tem três curtidas (do apresentador, da produtora e de um telespectador).
Não há comentários na postagem.

O programa “Fake News” foi divulgado no mesmo dia de exibição, às 18h, no


Facebook do programa, com chamada que também foi ao ar na transmissão
broadcasting. A publicação tem 3 curtidas, 4 compartilhamentos, 166 visualizações e
nenhum comentário. O programa “Justiçamento” foi divulgado no mesmo dia de
exibição, às 18h09, também no Facebook do programa e com chamada que também
foi ao ar na transmissão broadcasting. A publicação tem 7 curtidas, 5
compartilhamentos, 266 visualizações e um comentário (com feedback do
programa).

Enquanto arquivo, todos os programas podem ser revistos no YouTube da


emissora, na playlist do Grandes Temas. O primeiro e o terceiro foram publicados
três dias após as exibições na emissora e o segundo sete dias depois. Os
programas estão divididos em blocos, sem o logo da emissora, sem o logo do
programa, com a vinheta de abertura e de encerramento do programa, com os
caracteres dos entrevistados e apresentadores, sem minutagem. O “Mulher no
mercado de trabalho” é o único que está sem informações da exibição na descrição.
O “Fake News” está com descrições diferentes nos dois blocos e o nome “Reprise” é
visível durante todo o programa no canto superior direito.

O usuário pode assistir ao programa no YouTube com uma qualidade de até


480p, o que é baixa, além de ter a presença de barras pretas nas laterais do vídeo.
Todos os blocos estão sem miniatura personalizada. Em blocos, o usuário precisa
procurar as partes que estão aleatórias. Ao final dos vídeos, a ferramenta não
direciona para a continuação daquele programa ou para outro da emissora.

O primeiro programa teve um total de 212 visualizações; o segundo 44


visualizações; e o terceiro 119, tendo uma média de 125 visualizações por programa
e 46,875 visualizações por bloco analisado. Ao todo, os oito blocos receberam 27
curtidas, não possuem comentários e “deslikes”.
170

Quadro 8 – Dados coletados em 3 de agosto de 2018

Programas analisados no Youtube


Mulher no mercado de trabalho Bloco 1 – 68 visualizações, 2 curtidas, 0 comentários
Bloco 2 – 27 visualizações, 2 curtidas, 0 comentários
Bloco 3 – 117 visualizações, 10 curtidas, 0 comentários
Fake news Bloco 1 – 23 visualizações, 1 curtida, 0 comentários
Bloco 2 – 21 visualizações, 3 curtidas, 0 comentários
Justiçamento Bloco 1 – 49 visualizações, 4 curtidas, 0 comentários
Bloco 2 – 43 visualizações, 3 curtidas, 0 comentários
Bloco 3 – 27 visualizações, 2 curtidas, 0 comentários
Fonte: autora

Os programas “Fake News” e “Justiçamento” não foram publicados e nem


anunciados ao telespectador do Facebook que o programa já estava na íntegra no
Youtube, e trechos dos blocos não foram postados no Facebook. O único dos
programas que está na rede social após o ao vivo é o “Mulher no Mercado de
trabalho”. No Facebook, o programa está dividido em trechos, sem a logo da
emissora, sem a logo do programa, sem vinheta, com caracteres dos entrevistados,
sem informações da exibição, com link para o programa no YouTube, sem miniatura
personalizada e qualidade técnica dos materiais expansíveis até 480p.

Quatro trechos curtos do programa (de 50 segundos a dois minutos e nove


segundos) foram publicados, além do depoimento, o que gerou um total de 220
visualizações, 10 curtidas, 4 compartilhamentos e nenhum comentário.

Hashtags não foram utilizadas em nenhum programa e conteúdos extensivos


(transmídia) não foram criados.

6.4.2 Programa TVU Notícias

O TVU Notícias não é o primeiro telejornal exibido pela emissora. No período


de 1978 a 1986, a TVU RN veiculou o telejornal RN Notícias, que foi retirado do ar
por conta da decadência técnica em que a emissora se encontrava; e por muitos
anos o Informativo SITERN, que posteriormente se tornou “Jornal da Educação”.
Outros produtos jornalísticos também fizeram parte da grade de programação:
Repórter Cidade (flashes jornalísticos) e o Jornal Universitário (informativo da
UFRN).
171

De acordo com o projeto do TVU Notícias que tivemos acesso, do ano de


1997, “Nesse momento de reestruturação da TVU, é mais que pertinente o retorno
de um programa jornalístico diário, como alternativa na programação local da
televisão”. Na época, a proposta foi de um programa diário dividido em quatro
blocos, das 18h30 às 19h. Em 2018, o programa é transmitido de segunda a sexta-
feira, ao vivo, das 19h às 19h30, em três blocos.

O telejornal tem presença online nas redes sociais: Facebook, Instagram e


YouTube. No Instagram, o TVU Notícias é o programa da emissora com o maior
número de seguidores e, no YouTube, tem o maior número de publicações, um total
de 2.300. O programa com mais seguidores no Facebook é o Café Filosófico, com
37.685. Chama a atenção que o programa tem mais seguidores que a fanpage e o
Instagram da própria emissora.

Figura 103 – Fanpage do TVU Notícias

Fonte: Facebook
172

Figura 104 – Perfil do Instagram do programa

Fonte: Instagram

Figura 105 – Playlist do programa no canal do YouTube da emissora

Fonte: YouTube

6.4.2.1 Análise das exibições do TVU Notícias

Três edições foram analisadas: 30 de abril, 18 de junho e 25 de junho.


Nenhum dos produtos foi transmitido ao vivo pela internet e o segundo programa foi
exclusivamente em estúdio. Os materiais que tivemos acesso estão em três
formatos: 720x480, 654x480 e 720x540. Todos foram exibidos em SDTV, 4:3 e som
estéreo. A análise completa de cada programa está no Apêndice D deste trabalho.
173

Nenhuma edição divulgou o site da emissora. Todas divulgaram uma única


vez, ao final do programa, o YouTube da TVU RN e o Facebook do TVU Notícias,
com imagem da logo da ferramenta e endereço. O tempo de divulgação variou entre
4 e 8 segundos. Nos créditos, após o logo e o nome “Tv Universitária”, aparece o e-
mail do programa: tvunoticias@comunica.ufrn.br. Não houve ou não ficou exposta a
participação do telespectador, além disso, a participação não é estimulada, por
nenhum meio. Durante os programas, nenhuma hashtag foi usada.

No segundo programa, o apresentador diz no final: “Você pode rever as


reportagens dessa edição, as entrevistas, pela internet”, entretanto, não é possível
rever o conteúdo exibido nesse dia. Além disso, não houve divulgação da edição do
dia 18 de junho principalmente porque o TVU Notícias estava fora do ar há dias
devido à greve dos bolsistas (iniciada em 1º de junho de 2018). Não foi informado ao
telespectador a volta de exibição do telejornal em nenhuma rede social do programa.
Assim, o arquivo desse dia não pode ser revisto em nenhuma rede social do
programa ou da emissora. Percebe-se com a análise do dia 18 de junho o quanto a
participação dos bolsistas é fundamental para se produzir o TVU Notícias. O
programa foi somente notas faladas pelo apresentador e duas entrevistas em
estúdio. É o programa da grade da emissora que mais depende do trabalho desses
alunos. Anteriormente à greve, como pode ser conferido na análise do dia 30 de
abril, havia chamadas, publicação das matérias no YouTube e Facebook.

No dia 30 de abril, o programa foi divulgado uma única vez, no Instagram33 e


no Facebook do programa34, em vídeo criado para as redes sociais e o material
parece ter sido elaborado por celular, sem edição. Os repórteres estão na redação e,
no início, alguém diz “já”. O material no Instagram teve 221 visualizações, 23
curtidas e um comentário “Chamada criativa. Parabéns!!!”. O produto produzido para
o Instagram foi o primeiro após 10 dias que a equipe não publicava material
produzido. A divulgação anterior havia sido publicada no dia 20 de abril. No
Facebook, o mesmo material obteve 223 visualizações, 14 curtidas, dois
comentários e 1 compartilhamento.

No dia 25 de junho, uma nova configuração das postagens do Instagram pode


ser vista. O programa dessa data foi divulgado no Instagram do TVU Notícias:

33
Disponível em https://www.instagram.com/p/BiNZ1DHglJt/?taken-by=tvunoticias
34
Disponível em https://www.facebook.com/tvunoticiasrn/videos/934554280048778/
174

chamada do programa em vídeo, fotografias sem direito autorais e texto, montagem


com informações, vídeos criados para as redes sociais. O programa foi o retorno da
atualização do Instagram. O repórter anuncia, no stories, que agora o telespectador
poderá acompanhar as informações por este recurso. As três publicações e nove
stories com dois vídeos e sete fotos marcam uma nova fase do programa TVU
Notícias no Instagram, com um melhor padrão estético e publicações mais rotineiras.

6.5 Relatório final do caso principal

Como analisado anteriormente, a TVU RN está presente online por meio do


site e das redes sociais: Facebook, do Youtube e do Instagram. Entretanto, apenas
por estar presente nesses espaços online não é o suficiente para que possamos
confirmar com total clareza que a presença da emissora é realmente eficiente.

O primeiro ponto notado é que faz dois anos que nenhuma meta do Plano de
Gestão da Comunica direciona o olhar para a relevância da TVU RN estar em
convergência com a internet. Não apenas a emissora de televisão, mas a rádio FMU
também não é contemplada, apenas a AGECOM com a meta de aumentar números
de seguidores. Percebemos que não há preocupação com relação a esta temática e
os setores apresentam desarticulação para que uma meta mais séria nesse sentido
possa ser elaborada e aplicada. Um setor que talvez se aproxime dentro da
estrutura atual da Comunica é o de Relações Públicas, ligado à Coordenadoria de
Promoção Institucional, mas parece estar mais relacionado as metas gerais da
Superintendência e a comunicação da Reitoria, sendo distante da realidade da
emissora de televisão.

Com relação as ferramentas analisadas, percebe-se o avanço ganho com a


atualização do site da emissora. O layout atual está mais dinâmico e esteticamente
mais contemporâneo, além da maioria dos conteúdos ser atualizado com mais
frequência. Todavia, poucas mudanças com relação ao site antigo foram realizadas
como, por exemplo, o menu principal que apresenta poucas alterações. O que os
usuários de fato buscam está escondido e itens que são de segundo ou terceiro
interesse estão em destaque.

O usuário também tem dificuldades em acessar o site pelo sistema mobile,


pois a atual ferramenta não tem um design responsivo e adaptado para um acesso
em diferentes dispositivos, com diversas resoluções de tela. Além disso, ao levar em
175

consideração o principal produto de uma emissora de televisão, os espaços para os


vídeos são muito pequenos. Existem apenas espaços para dois vídeos, quase no
final da página, o que não justifica a principal função de um site de uma emissora
como a TVU RN: divulgar o conteúdo produzido. Assim como os links das redes
sociais que estão escondidos, na parte inferior do site, o que pode fazer com que o
usuário sequer as acesse e tenha contato com essas ferramentas. A programação,
por ser um dos assuntos mais procurados pelos usuários, também poderia ter mais
destaque e ser uma página mais dinâmica criando hiperlinks para as redes sociais
dos programas ou para notícias, sendo menos estática. A emissora não se
interessou por publicação de notícias relacionadas à programação, o que seria
interessante para a divulgação de estreias, convidados da semana e resumos de
programas.

Com os dados do Google Analytics, pode-se esboçar um perfil de quem


acessa o site da TVU RN: brasileiros moradores da cidade de Natal; do sexo tanto
masculino quanto feminino; em idade entre 25 e 34 anos; acessa tanto do
computador quanto do celular; fica em média na página 2 minutos e 25 segundos;
acessa mais no período noturno, a partir das 18h; procura informações sobre a
programação da emissora, contato e como sintonizar o sinal; e acessa o site a partir
de pesquisa no google.

Com relação as redes sociais analisadas, o primeiro ponto a ser considerado


é que a emissora não tem um gerenciamento estável nesses canais. Além de não
ser de responsabilidade de um setor em especial, mas sim de todos e ao mesmo
tempo de ninguém, ferramentas como o Instagram tornam-se inutilizáveis porque um
dia tem publicação, no outro não tem; um dia o usuário obtém uma resposta, no
outro não. Assim também acontece no Facebook da emissora, pois não há uma
rotina nessas publicações mesmo com o número considerável de material produzido
na instituição e compartilhado pelas fanpages dos programas. Não há o
monitoramento e mensuração do que se é publicado, o que tornam essas redes
sociais espaços sem objetivos e desérticas. E não adianta um dia ser realizada uma
publicação e no outro não, demonstrando falta de planejamento e preocupação de
que aquelas são ferramentas essenciais principalmente porque nota-se um número
grande de usuários vindos de outras cidades do RN – muitas que não conseguem
176

sintonizar a TVU RN, e de outros usuários de cidades de estados longínquos como


Rio de Janeiro e São Paulo.

O segundo ponto é a identidade da emissora que não segue um padrão. É


visível a falta de ligação entre essas redes sociais. Não que um conteúdo precise ser
replicado em todos os canais, mas é conveniente que tenha um modelo e que o
usuário/telespectador consiga identificar de prontidão uma publicação da TVU RN.
Os programas da emissora também não seguem um padrão de divulgação dessas
plataformas digitais.

O padrão também recai na maneira como cada conteúdo é publicado. Há


programas que são colocados na íntegra e outros em trechos. Uns tem descrição e
outros não. Mas o que, sem dúvida, parece unânime com relação a identidade é a
falta de cuidado ao publicar um conteúdo que está em trechos. Alguns são
publicados sem os caracteres com os nomes dos entrevistados ou apresentador,
sem vinheta do programa, sem o logo da emissora ou do programa.

O Facebook tem um espaçamento grande nas publicações. De janeiro a


junho de 2018, apenas 14 publicações foram realizadas e dessas, apenas três são
vídeos, um dos conteúdos mais procurados pelos usuários da fanpage. Durante os
primeiros meses do ano, a média de seguidores por mês chegou a 18 com um
alcance médio das publicações de 194 e taxa de envolvimento variando entre 0% e
16%, o que pode ser considerados números baixos. O perfil dos usuários que
acessam essa rede social da emissora são homens e mulheres, de idade entre 25 e
34 anos, brasileiros que moram em Natal-RN. Assim como nos dados do site, o que
chama atenção é o acesso de usuários de outras cidades do Rio Grande do Norte,
locais que não sintonizam a emissora, e de outros estados brasileiros.

O Instagram é a mídia social digital mais desatualizada da emissora. A última


publicação aconteceu no final de dezembro de 2017 e, até o final dessa análise, não
recebeu nenhuma nova publicação. Ao todo tem 40 publicações com curtidas
variando entre 15 e 91, o que pode ser considerado um número relevante. Porém,
os comentários são poucos, variaram entre 1 e 5 por publicação.

A rede social mais atualizada da emissora é o YouTube, que nos dias da


análise apresentava 4.500 inscritos e 894.346 visualizações. As matérias
jornalísticas são os conteúdos mais assistidos no canal, o que mostra a importância
177

do conteúdo estar em trechos e não completos. Muito material publicado está sem
descrição, sem uso de hashtags, sem miniatura, sem vinheta ou logo do programa,
sem títulos que chamem a atenção dos internautas e sem direcionamento para
outros vídeos do canal. A qualidade máxima da imagem de 1080p foi apenas vista
em poucos produtos, como o interprograma Cena Potiguar. A emissora está
presente desde 2011 nesta rede social e apenas uma transmissão ao vivo foi
realizada.

Sobre as subunidades, dois programas foram escolhidos para a análise: o


Grandes Temas e o TVU Notícias, ambas produções ao vivo e iniciadas nos anos
1990. O site da emissora não é divulgado em nenhum programa analisado. No final
do Grandes Temas, apenas a fanpage do Facebook do programa é divulgada; já o
TVU Notícias, além da fanpage do próprio programa, há a divulgação do YouTube
da emissora.

O Grandes Temas tem uma participação do telespectador que é evidente, já


que é a proposta do programa desde o início quando foi concebido. Mas a
participação é apenas pelo aplicativo de celular WhatsApp, a partir de pergunta em
texto. O TVU Notícias não tem espaço claro de participação do telespectador, como
as falas dos apresentadores ao final do programa não estimulam a participação dos
telespectadores, como a do programa do dia 18 de junho: “Você pode rever as
reportagens dessa edição, as entrevistas, pela internet” e do dia 25 de junho: “Você
pode rever as matérias e entrevistas dessa edição nas redes sociais”. No dia 18 de
junho, por exemplo, o arquivo não pode ser revisto em nenhuma rede social do
programa ou da emissora.

A divulgação dos programas variou nas análises. O Grandes Temas divulga


apenas uma vez, no mesmo dia de exibição do programa. Chamadas que são
exibidas na emissora também são colocadas no Facebook do programa, o que é
interessante. O TVU Notícias divulga o material mais no Instagram, por meio de
vídeos, fotos e com o recurso possibilitado pela ferramenta: os stories.

Os programas da emissora variam quanto a presença nas redes sociais, uns


estão apenas no Facebook e outros usam as mesmas redes sociais da emissora. O
programa Café Filosófico, por exemplo, é o único com um canal próprio no Youtube
com 2,2 mil inscritos, não tendo playlist no canal da TVU RN. Alguns programas
178

estão com contas duplicadas como é o caso do Olhar Independente no Instagram ; e


do Grandes Temas e do Xeque Mate no Facebook.

Figura 106 - Resumo de quais redes sociais digitais são utilizadas pela emissora e pelos programas

Fonte: autora

6.6 Encaminhamentos

Após a investigação de como a TV Universitária, enquanto emissora de


televisão pública e local, aos seus 45 anos de existência e com a maioria dos
programas concebidos há mais de dez anos, utiliza os recursos midiáticos e
tecnológicos disponíveis pela convergência com o ciberespaço, podemos realizar
alguns encaminhamentos para possíveis melhorias. A proposta é que o leitor possa
também pensar em outras possibilidades, pois de maneira alguma os
encaminhamentos aqui expostos são determinantes. Pelo contrário, as mudanças
precisam sim partir de um grupo de trabalho coeso, que tenha interesse na melhoria
dos processos institucionais da emissora e conhecimento sobre convergência.

No site, sugerimos a atualização da arquitetura de informação, visto que, é


preciso alinhar a organização e categorização dos conteúdos com o que o usuário
de fato procura. Se as páginas institucionais, que, por exemplo, contam a história da
emissora e quem é responsável pelos setores, são os conteúdos menos procurados,
179

porque eles recebem destaque? O site também precisa ter design responsivo,
colocar em evidência as redes sociais da emissora, atualizar com informações de
estreia de programas e apresentar notícias sobre temas ou convidados da semana.
Deixar de ser um site institucional e passar a ser uma ferramenta atualizada sobre
os acontecimentos da grade de programação, inclusive sobre a programação TV
Brasil. Informações repetidas como o “Sugestão de pauta” e o “Fale conosco”
precisam ser um canal único e com destaque, além de estimulado para que o
internauta queira de fato participar. Esses canais de participação também podem ser
divulgados nos programas da emissora, como o Grandes Temas, que poderia ir
além dos textos enviados apenas pelo WhatsApp.

As redes sociais da TVU RN precisam ser mais atualizadas, com conteúdos


padronizados, seguindo tendências e publicando o carro chefe de qualquer emissora
de televisão: o audiovisual. Também é preciso uma conexão maior com o que é
publicado nas redes sociais dos programas, realizando compartilhamentos e
gerando engajamento e fluxo para as outras páginas. Ao colocar como meta, não
focar no aumento do número de seguidores, mas na qualidade dessas relações
priorizando a utilização das tecnologias digitais para a solução dos problemas da
instituição.

O site e as redes sociais da emissora merecem destaque em todos os


programas, inclusive nos intervalos com a divulgação dos endereços por meio de
VT´s institucionais.

No programa Grandes Temas, a participação poderia ir além das perguntas,


explorando outras redes sociais, hashtags, áudios e vídeos enviados pelos
telespectadores. O nome do usuário e a foto também poderiam aparecer no
programa, indo além apenas da fala do apresentador. Claro que são recursos que
precisam de mais elaboração e tempo, contudo, são soluções interessantes e atuais
usadas em diversos programas de televisão que tem como o foco o debate.

Recursos de monitoramento e publicação como as hashtags também podem


ser colocadas no vídeo durante todos os programas. Dessa maneira, o telespectador
pode realizar publicações nas redes sociais e registrar que está assistindo ou
assistiu ao programa. Ao final dos programas ao vivo, realizar a transmissão ao vivo
pelo Facebook, Instagram ou YouTube da emissora ou do programa, mesmo que o
180

engajamento seja baixo, perguntando aos telespectadores o que elas acharam do


programa, por exemplo. O telespectador talvez espere pela extensão do assunto e
conhecer os bastidores, o aproximando da realidade da emissora.

Trechos do programa Grandes Temas no Facebook, Instagram e YouTube


são válidos, como a transmídia também são interessantes a serem pensados, como
por exemplo, a fala significativa de um entrevistado. Assim como, valorizar a
minutagem nos programas que são publicados na íntegra, ou seja, o telespectador
pode ir direto no conteúdo que procura daquela discussão através da marcação do
tempo que é publicada na descrição.

A valorização das miniaturas dos produtos no YouTube também é para ser


levada em consideração. O usuário procura por títulos chamativos ou que falem algo
que referencie o conteúdo na própria capa dos vídeos. A melhoria da qualidade dos
produtos que vão para a web também é importante a se pensar. Os vídeos também
deveriam ser publicados em qualidade máxima, em 1080p.

Dois grandes avanços seriam a transmissão dos produtos ao vivo pela


internet e a criação de um aplicativo mobile. Esses recursos permitem alcançar
usuários que não tem acesso ao conteúdo pela televisão e aumentar a
interatividade.

No entanto, todos esses encaminhamentos só serão possíveis de serem


realizados quando de fato esta for uma meta a ser buscada pela emissora. Uma
meta que não é apenas anual, mas rotineira. Levar em conta que as novas
possibilidades com a convergência digital e tecnológica devem ser planejadas. E
não é o que podemos conferir após as análises. Pelo contrário, há uma
desorganização exatamente por ainda parecer não ser uma preocupação
institucional. Sobre isso:

Não avance se não tiver metas. É decisivo mapear suas metas específicas
de negócios antes de embarcar num programa de mídia social. Como disse
Yogi Berra, um dos maiores jogadores da história do beisebol americano:
‘Se não souber aonde está indo, pode não chegar a lugar nenhum’. As
companhias que alardeiam ‘êxito’ porque monitoram o número de
seguidores jamais competirão efetivamente com aquelas que monitoram
vendas e ganhos obtidos por atingir seus seguidores” (STERNE, 2011,
p.36).
181

A sugestão é que um dos setores seja responsável pelo gerenciamento do


site e das redes sociais da emissora, e essa atividade não pode ficar a cargo apenas
de um servidor ou de um único bolsista. Assim como é preciso que esses servidores
e bolsistas sejam profissionais capazes de medir resultados, realizar
aprofundamento da reputação da emissora na internet, prever planos, monitorar os
canais de conversação, ouvir o telespectador, seguir tendências digitais, além de
conseguir trazer para os programas da emissora recursos que evidenciam a
convergência. Ampliando dessa maneira a autorreferencialidade e a
autopromocionalidade.

Ratificamos um planejamento integrado com os produtos da emissora,


criando uma unidade entre todas as produções e uma identidade a partir de um
marketing digital coeso. Os processos institucionais precisam ser mapeados,
avaliados e revisados, e todas essas etapas necessárias devem ser feitas por meio
de um planejamento a médio e a longo prazo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma pessoa que vai a um lugar apenas de corpo presente, pensando ou


querendo estar em um outro momento ou local, não está de fato conectado com
aquela situação. A mesma questão acontece com uma empresa na internet. Se ela
está apenas presencialmente com uma conta aberta no Facebook, Instagram,
Twitter, etc, e tem um site praticamente estático, institucional, sem atualizações
diárias, não podemos considerar que ela tem uma presença online efetiva.

Como vimos, a internet é um fluxo diário. Não basta apenas estar presente –
como já falado, é oportuno fazer a diferença e colocar a marca no mundo. Porque
hoje um produto produzido por uma emissora local percorre diversos lugares, etnias
e sotaques. Porque o que importa é o conteúdo e a TVU RN consegue criar diálogos
que atingem públicos diversos. E não é o número de seguidores a meta principal,
todavia, a qualidade dessa relação entre empresa e público. Apesar disso, a
audiência talvez não seja tudo para uma emissora pública, mas é sim algo a se
buscar. Pois se não por isso, pelos telespectadores e usuários, porque então existir?
Por isso se faz necessário convergir, criar metas, sair do lugar comum, repensar
conteúdos e se despedir de vez dos anos 1990.
182

Sabemos das dificuldades enfrentadas pelas emissoras públicas. Não


podemos ignorar esse fato, principalmente porque vivemos diariamente esta
realidade. Muitas vezes não são recursos financeiros, mas sim humanos. Muitas
vezes não é falta de material, mas de reorganização de fluxos. Fluxos estes que
muitas vezes são desconhecidos nos corredores, atrapalhando até a solicitação de
alguma atividade. Desconhecer os fluxos e o que cada servidor e setor exerce é
uma dificuldade enfrentada.

Apesar de todas as barreiras é preciso a inserção real neste mundo online;


não ter medo para o enfrentamento dessas mudanças; articular pessoas e
atividades; tomar coragem para transformar e crescer; ter em mente o digital e as
possibilidades para uma empresa pública.

O caminho para o novo é preciso e não impossível. Esse não é o futuro, esse
é o presente.
183

REFERÊNCIAS

A disseminação da informação jornalística nazista. United States Holocaust


Memorial Museum. Washington, DC. Disponível em:
<https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007821>. Acesso em:
20 nov.2017.

ACCIOLY, Denise Cortez da Silva. Televisão Universitária do RN (TVU):


contribuição para a democratização da informação e a difusão do conhecimento
científico produzido pela universidade. Tese de doutorado da UFRN. Natal, 2012.

AGNER, LUIZ. Ergodesign e arquitetura de informação: trabalhando com o usuário.


2. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2009.

ALMEIDA, Cândido José Mendes de. O que é vídeo. Editora Brasiliense, São Paulo,
1985.

Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Relatório da Ouvidoria ad


hoc02/2017. Migração da TV Analógica para a Digital: o Caso Brasil. Disponível
em: <http://www.anatel.gov.br/institucional/relatorios> . Acesso em: 01 abr. 2018.

ARONCHI, José Carlos. Roda dos Gêneros da Televisão Digital


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Penso: Porto Alegre, 2012.
189

APENDICES

APÊNCICE A – ROTEIRO ABERTO DE ANÁLISE INDIVIDUAL DOS EPISÓDIOS


DOS PROGRAMAS (UNIDADES DE ANÁLISE)

Dados gerais do produto

Programa:
Tema ou reportagens:

Data de exibição:
Horário de exibição:

Tempo total:
Ficha técnica:

TRANSMISSÃO BROADCAST:

Configurações técnicas do material finalizado ou transmitido ao vivo:

Resolução (linhas/pixels): 1920 x 1080 | 1280 x 720 | 720 x 480 | outra:


Descrição: SDTV | HDTV | FULL HD
Tela: 4:3 | 16:9
Áudio: Mono | Estéreo | Dual Mono

a) Durante o programa, o site da emissora foi divulgado?


Uma única vez Duas vezes Três ou mais vezes Não

Se sim, em texto , em imagem , fala do apresentador (a)

Se sim, por quanto tempo? __’__

Se sim, no início no meio no final

b) Durante o programa, as redes sociais da emissora foram divulgadas?


Uma única vez Duas vezes Três ou mais vezes Não

Se sim, em texto , em imagem , fala do apresentador (a)

Se sim, por quanto tempo? __’__

Se sim, no início no meio no final

Quais foram divulgadas? Facebook YouTube Instagram


190

c) Durante o programa, as redes sociais do próprio programa foram divulgadas?


Uma única vez Duas vezes Três ou mais vezes Não

Se sim, em texto , em imagem , fala do apresentador (a)

Se sim, por quanto tempo? __’__

Se sim, no início no meio no final

Observações adicionais:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

d) Quanto à participação do telespectador:


Há participação do telespectador?

Uma única vez Duas vezes Três ou mais vezes Não

A participação do telespectador é estimulada? Sim Não

Se sim, como a participação é estimulada?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Se sim, por meio de quais ferramentas o telespectador pode participar?

E-mail Ligação Telefônica Carta Whatsapp

Facebook YouTube Instagram Twitter

Se sim, quais funções das ferramentas digitais o telespectador pode utilizar para participar
do programa?

Foto pelo Whatsapp Direct pelo Instagram Texto pelo Facebook

Áudio pelo WhastApp Vídeo pelo Instagram Vídeo pelo Facebook

Texto pelo WhastApp Foto pelo Instagram Foto pelo Facebook


T Vídeo pelo WhatsApp Mensagem por e-mail Áudio pelo Facebook
e
Comentário no YouTube Vídeo pelo YouTube Mensagem pelo Twitter

Outra opção, qual? __________________

A participação é:

Pergunta Opinião Sugestão

Observações adicionais:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
191

e) Hashtags
Hashtag foi utilizada durante a transmissão? Sim Não

Qual foi utilizada e por quanto tempo? ________________________

Como foi utilizada? ________________________

O PROGRAMA NA INTERNET

f) Transmissão live-streaming (Para programas ao vivo)


O produto foi transmitido ao vivo? Sim Não

Se sim, em qual dessas plataformas? Facebook YouTube Instagram

Relate como foi a transmissão:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

g) Divulgação online

O programa foi divulgado na internet? Sim Não

Se sim, onde? Facebook YouTube Instagram


Site da UFRN Boletim da AGECOM
Outros veículos online ou plataformas digitais? ________________________

Se sim, como? Chamada do programa em vídeo e texto


Chamada do programa apenas em vídeo
Chamada divulgada também na transmissão broadcasting
Fotografia com direitos autorais e texto
Fotografia sem direitos autorais da emissora e texto
Texto Montagem com informações
Vídeo criado para as redes sociais
Outra forma: ____________________________________________________
Relate como foi a divulgação (qualidade técnica do material, conteúdo, equipamentos
utilizados, informações):
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

h) Arquivo (transposição de conteúdo de um meio para outro)


O programa pode ser revisto na internet? Sim Não

Em qual local? YouTube do programa YouTube da emissora

Instagram do programa Instagram da emissora

Facebook do programa Facebook da emissora


192

No Youtube:

Título do vídeo:
Link do vídeo:
Data de publicação:
Qualidades disponíveis: 1080p | 720p | 480p | 360p | 240p |144p
Descrição do vídeo:
Categoria:

O programa está:

na íntegra sem cortes dividido em blocos em trechos em matérias

com o logo da emissora sem o logo da emissora

com o logo do programa sem o logo do programa

com vinheta de abertura e encerramento sem vinheta de abertura e encerramento

com caracteres dos entrevistados e apresentador sem caracteres

com informações da data de exibição sem informações da data de exibição


C com estímulo para assistir outros produtos da emissora

sem estímulo para assistir outros produtos da emissora

em blocos, o usuário acessa-os em sequência

em blocos, o usuário precisa procurar os blocos que estão aleatórios

com minutagem sem minutagem

com miniatura personalizada (Thumbnails) c sem miniatura personalizada


c
Outras observações:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Engajamento:

Total de visualizações: _______

Like:_________ Deslike _________

Quantidade de comentários? _______ Teor dos comentários:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Feedback dos comentários? Sim Não


c c
193

No Facebook:

Título do vídeo:
Data de publicação:
Qualidades disponíveis: 1080p | 720p | 480p | 360p | 270p |144p
Descrição do vídeo:

O programa está:

na íntegra sem cortes dividido em blocos em trechos em matérias

com o logo da emissora sem o logo da emissora

com o logo do programa sem o logo do programa

com caracteres dos entrevistados e apresentador sem caracteres

com informações da data de exibição sem informações da exibição


C com estímulo para assistir outros produtos da emissora

com link para o Youtube sem link para o Youtube

com vinheta de abertura e encerramento sem vinheta do programa

com miniatura personalizada ( Thumbnails) sem miniatura personalizada


c
Outras observações:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Dia e horário da publicação: ______________________

Engajamento:

Total de visualizações: _______

Reações:

Curtir ______ Amei ______ Haha ______ Uau ______

Triste ______ Grr ______

Quantidade de comentários? _______ Teor dos comentários:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Compartilhamentos: ________
194

No Instagram, o programa está:

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Dia e horário da publicação: ______________________

Quantidade de comentários? _______ Teor dos comentários:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Quantidades de curtidas: _______

CONTEÚDO TRANSMÍDIA

i) Conteúdos extensivos foram criados? Sim Não


Se sim, os usuários ou os telespectadores participam da construção dessa narrativa:

Sim Não

Se sim, há hipertexto entre os conteúdos? Sim Não

Se sim, há multimidialidade que potencializa as características de cada meio?

Sim Não

Se sim, especifique esse conteúdo:

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Em quais plataformas digitais esse conteúdo foi publicado:

Facebook YouTube Instagram Sites Blog

j) Mais observações ainda não abarcadas nos pontos anteriores:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
195

APÊNDICE B – PUBLICAÇÕES DO INSTAGRAM DA TVU: PERÍODO AGOSTO A


DEZEMBRO DE 2017

Publicação Curtidas Comentários Hashtags


Logo Cena Potiguar – 2 0 -
31/08/2017
Logo Cena Potiguar – 3 0 -
31/08/2017
Logo Cena Potiguar – 2 0 -
31/08/2017
Logo TVU Notícias - 5 0 -
31/08/2017
Logo Tela Rural - 3 0 -
31/08/2017
Logo TVU Esporte - 5 0 -
31/08/2017
Logo Grandes Temas 5 0 -
– 01/09/2017
Logo Café Filosófico 7 0 -
– 01/09/2017
Logo Memória Viva – 2 0 -
01/09/2017
Logo Olhar 5 0 -
Independente –
01/09/2017
Logo Por dentro do 9 0 -
Campus – 01/09/2017
Logo Xeque Mate – 7 “Um programa -
01/09/2017 grandioso”
Fotografia dos 36 0 #programaOlharIndependente
bastidores do Olhar #TVURN #audiovisual
Independente –
21/09/2017
Montagem do 35 0 #programaOlharIndependente
programa Olhar #TVURN
Independente –
21/09/2017
Fotografia do 27 0 #programaGrandesTemas
programa Grandes #debate #TVURN
Temas – 22/09/2017
Fotografia sobre o 21 0 -
196

assunto do programa
Grandes Temas –
25/09/2017
Bastidores do 23 0 #programaCafeFilosofico
programa Café #TVURN #filosofia
Filosófico –
26/09/2017
Bastidores do 31 0 #programaCenaPotiguar
programa Cena #TVURN #cultura #arte
Potiguar (quatro
fotografias) –
27/09/2017
Bastidores do 35 “Eu adoro esse #programaTVUEsporte
programa TVU programa” #TVURN
Esporte – 28/09/2017
Bastidores do 31 0 #programaTelaRural
programa Tela Rural #telarural #TVURN #rural
(três fotografias) –
04/10/2017
Fotografia sobre o 20 0 -
assunto do programa
Grandes Temas –
16/10/2017
Montagem do 19 0 -
programa Olhar
Independente –
18/10/2017
Fotografia da parceria 24 0 -
com o Som sem
Plugs (repost do
@somsemplugs –
20/10/2017
Fotografia dos 24 “Foi um encontro #TVURN #tvu45anos
bastidores do maravilhoso. Obrigada
especial 45 anos – a todos. ”
24/10/2017
“Trabalhei no setor de
arte da tvu, POR
VOLTA DE 1979,
quando ela funcionava
197

no centro, antigo
prédio da ETFERN,
hoje IFRN. Atualmente
estou aposentado pela
UERN onde criei a
Assessoria de
Comunicação. ”

“Eita que saudade


desse trio.”
Fotografia dos 24 0 #TVURN #tvu45anos
bastidores do
especial 45 anos –
24/10/2017
Fotografia dos 15 0 #TVURN #tvu45anos
bastidores do
especial 45 anos –
30/10/2017
Fotografia dos 28 0 #TVURN #tvu45anos
bastidores do
especial 45 anos –
31/10/2017
Fotografia do Festival 28 Emoticons com -
Música Potiguar palmas
Brasileira –
01/11/2017
Fotografia do Festival 24 0 -
Música Potiguar
Brasileira (três fotos)
– 01/11/2017
Fotografia dos 22 0 #TVURN #tvu45anos
bastidores do
especial 45 anos –
06/11/2017
Fotografia da 48 Emoticon de uma -
exposição da TVU no palma
MPB Jazz –
01/12/2017
Logo da TVU RN – 50 #orgulhodesertvu #tvu45anos
02/12/2017
198

“Amo” e emoticon de
carinha feliz com
olhos de coração
Emoticon de palmas
Fotografia dos 41 #orgulhodesertvu #tvu45anos
bastidores do Olhar Emoticom de uma
Independente – palma
02/12/2017
Montagem sobre 27 “Parabéns a toda a #TVURN #tvu45anos
premiação do 12º equipe” #TelaRural #CenaPotiguar
Festival de Aruanda –
09/12/2017
Fotografia do 56 Emoticons palmas #TVURN #tvu45anos
aniversário da
emissora –
14/12/2017
Vídeo da Assinatura 31 de 134 0 #TVURN #tvu45anos
dos 45 anos – visualizações
15/12/2017
Vídeo com chamada 39 de 144 “Rodinho” #TVURN #tvu45anos
para o Especial 45 visualizações “Alôá! No ar! Esse
anos da emissora Rod é muito lindo”
15/12/2017 “Bonita foto”
Vídeo da Assinatura 37 de 116 0 #TVURN #tvu45anos
dos 45 anos – visualizações
19/12/2017
Vídeo da Assinatura 34 de 115 0 #TVURN #tvu45anos
dos 45 anos – visualizações
22/12/2017
Vídeo da Assinatura 50 de 134 Emoticons de palmas #TVURN #tvu45anos
dos 45 anos – visualizações
28/12/2017
199

APÊNDICE C – GRANDES TEMAS: COLETA DE DADOS

Programa 1

O Programa Grandes Temas sobre “Mulher e mercado de trabalho” exibido ao vivo dia 5 de março de 2018, às
20h30, teve um tempo total de 1 hora, 10 minutos e 13 segundos, dividido em três blocos: o primeiro com 19
minutos e 34 segundos, o segundo com 26 minutos e 38 segundos e o terceiro com 24 minutos e um segundo.
Além do dia da reprise (domingo), o programa foi reprisado nas segundas-feiras 16 de abril e 25 de junho.

Ficha técnica:
Produção | Arthur Rocha, Laiza Félix, Luiz Henrique Gehlen
Apresentação | Sérgio Dela Sávia
Equipe de estúdio | Ariston Bruno, Diogo Medeiros, Edilson Américo, Fábio Izaias, Hailton Filho, Izaías Bezerra,
Rodivan Barros, Taiane Cristina
Técnico | Juscelino Maciel
Gerência técnica | José Garcia
Chefe de operações | Max Hebert
Chefe de produção e programação | Arthur Rocha
Direção da TVU | Gorete Gurgel
Superintendência de Comunicação | José Zilmar

Configurações técnicas do material transmitido ao vivo: resolução 720x480, SDTV, Tela 4:3, áudio estéreo.

Durante o programa o site e as redes sociais da emissora não foram divulgados, apesar do programa ter sido
arquivado no YouTube da TVU RN. A fanpage do Grandes Temas foi divulgada no final do programa, com a
imagem do logo do Facebook e o texto “\GTtvu” no canto inferior esquerdo, conjuntamente com a fala do
apresentador convidando os telespectadores para acompanhar programas que foram ao ar, sugerir temas para
os próximos programas e curtir o debate que a gente faz toda segunda-feira, 20h30 da noite, pela sua TV
Universitária. A divulgação da página do Facebook do programa durou dezoito segundos no ar.

Quanto à participação do telespectador, ao todo foram quatro participações, uma no primeiro, outra no segundo
bloco e duas no último bloco. A participação do telespectador foi estimulada quatro vezes durante o programa
por fala do apresentador. A participação pode ser realizada apenas por Whatsapp e não fica claro ao
telespectador as funções das ferramentas (vídeo, imagem, áudio ou texto), pois o tipo de mensagem solicitada
para a interação não é especificado. Neste programa, a participação do telespectador foi apenas por pergunta e
nenhuma hashtag foi utilizada. Dois fatos devem ser relatados: a produção enviou um questionamento se
passando como telespectador; e foi exibido um depoimento realizado no próprio estúdio da emissora.

Sobre o programa na internet, o produto não foi transmitido ao vivo em nenhuma plataforma. O programa foi
divulgado no mesmo dia de exibição, às 13h, no Facebook, com texto e imagem de boa qualidade (841 x 561
pixels) com direitos autorais. A fotografia é de uma mulher com vestimentas de obra, rebocando uma parede. A
postagem tem três curtidas (do apresentador, da produtora e de um telespectador). Não há comentários na
postagem.
200

Enquanto arquivo, o programa pode ser revisto no YouTube da emissora e no Facebook do programa.

No Youtube, o programa foi publicado no dia 8 de março e está dividido em três blocos, sem o logo da emissora,
sem o logo do programa, com a vinheta de abertura e encerramento do programa, com os caracteres dos
entrevistados e apresentadores, sem informações de exibição na descrição, sem minutagem. Em blocos, o
35 36
usuário precisa procurar as partes que estão aleatórias. O primeiro e o segundo bloco levou para outro canal
37
do YouTube e o terceiro bloco foi para outro bloco, de outro tema, do Grandes Temas. O primeiro bloco tem 68
visualizações, o segundo 27 e o terceiro 117, o que pode ter sido ocasionado pelo reordenamento errado dos
blocos. Nenhum usuário clicou no deslike , sendo 2 curtidas no bloco 1 e 2 e, no bloco 3, 10 curtidas. Não há
comentários em nenhum dos blocos. O usuário pode assistir ao programa no YouTube com uma qualidade de
até 480p, o que é baixa, além de ter a presença de barras pretas nas laterais do vídeo. Sem miniatura
personalizada. Categoria: Notícias e política.

35
Bloco 1 - Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=39e1avPhr1w
36
Bloco 2 - https://www.youtube.com/watch?v=Ct8OsSnEH90
37
Bloco 3 - https://www.youtube.com/watch?v=Jj5vJug2k_0
201

No Facebook, o programa está dividido em trechos, sem o logo da emissora, sem o logo do programa, sem
vinheta, com caracteres dos entrevistados, sem informações da exibição, com link para o programa no YouTube.
Quatro trechos do programa foram publicados, além do depoimento.

O primeiro trecho (publicado em 10 de março, às 20h00) tem 1’32”, 35 visualizações, 5 curtidas e 1 reação
“amei”. Não há comentários e compartilhamento.

O segundo trecho (publicado em 10 de março, às 20h15) tem 1’15”, 55 visualizações, 2 curtidas (sendo uma de
uma pessoa da equipe do estúdio) e 2 compartilhamentos do apresentador do programa.

O terceiro trecho (publicado em 10 de março, às 20h30) tem 1’04”, 67 visualizações, 1 curtida e 1


compartilhamento do apresentador do programa.
202

O quarto trecho (publicado em 10 de março, às 20h45) tem 50”, 26 visualizações e 1 curtida.

O depoimento (publicado em 12 de março, às 16h00) gravado em estúdio tem 2’09”, 37 visualizações e 1 curtida,
sem caracteres do entrevistado, sem logo da emissora ou do programa, sem vinheta de abertura ou
encerramento. Sem miniatura personalizada e qualidade técnica dos materiais expansíveis até 480p.
203

O Instagram não se aplica ao programa Grandes Temas.

Sobre o conteúdo Transmídia, não foram criados conteúdos extensivos, apenas trechos do programa como
relatado anteriormente.

Programa 2

O Programa Grandes Temas sobre “Fake News” exibido ao vivo dia 9 de abril de 2018, às 20h30, teve um
tempo total de 1 hora e 4 minutos e 5 segundos, dividido em dois blocos: o primeiro com 35 minutos e 34
segundos e o segundo com 28 minutos e 31 segundos.

Ficha técnica:
Sem ficha técnica. Encerramento com o logo da TVU RN

Configurações técnicas do material transmitido ao vivo: resolução 720x480, SDTV, Tela 4:3, áudio estéreo.

Durante o programa o site e as redes sociais da emissora não foram divulgados, apesar do programa ter sido
arquivado no YouTube da TVU RN. A fanpage do Grandes Temas foi divulgada no final do programa, com a
imagem do logo do Facebook e o texto “\GTtvu” no canto inferior esquerdo, conjuntamente com a fala do
apresentador: “Você que está em casa e que nos acompanha aqui também pode curtir nossa página no
Facebook. E lá você fica sabendo o tema dos próximos programas, quem são nossos convidados, assistir
programas e rever programas que já foram ao ar anteriormente. E também deixar sua sugestão para futuros
programas. Então, participe e curta lá a nossa fanpage”. A divulgação da página do Facebook do programa
durou 26 segundos no ar.

Quanto à participação do telespectador, ao todo foram duas participações, uma no primeiro e outra no segundo
bloco. A participação do telespectador foi estimulada quatro vezes durante o programa por fala do apresentador
e caracteres com o número do WhatsApp. A participação pode ser realizada apenas por Whatsapp através de
pergunta. No início e no final do primeiro bloco o apresentador divulga o número do whatsapp e pede para que o
telespectador “envie sua pergunta”. O nome do telespectador que fez a pergunta e a própria pergunta somente é
lida pelo apresentador, não aparecendo nada na tela. Neste programa, a participação do telespectador foi
apenas por pergunta e nenhuma hashtag foi utilizada.
204

Sobre o programa na internet, o produto não foi transmitido ao vivo em nenhuma plataforma. O programa foi
divulgado no mesmo dia de exibição, às 18h, no Facebook do programa, com chamada que também foi ao ar na
transmissão broadcasting. A publicação tem três curtidas, 4 compartilhamentos e 166 visualizações. Não há
comentários na postagem.
205

Enquanto arquivo, o programa pode ser revisto no YouTube da emissora, na playlist do Grandes Temas. No
Youtube, o programa e está dividido em dois blocos, sem o logo da emissora, sem o logo do programa, com a
vinheta de abertura e encerramento do programa, com os caracteres dos entrevistados e apresentadores, sem
minutagem, com informação no canto superior direito de “reprise” e com informações diferentes nas descrições.
38
No 1º bloco : Participam do debate: Érika Zuza, jornalista e Papo de Mídias; Cledivânia Pereira, jornalista;
39
Celinna Carvalho, estudante de ; e no 2º bloco : Este Grandes Temas, exibido em 09/04/2018, discute sobre
Fake News. Participam do debate: Érika Zuza, jornalista e Papo de Mídia; Cledivânia Pereira, jornalista; Celinna
Carvalho, estudante de jornalismo e sócia-fundadora do Coletivo Arretadas e Rafael Duarte.

Em blocos, o usuário precisa procurar as partes que estão aleatórias na playlist. O primeiro bloco ao final levou
para outro bloco, de outro programa do Grandes Temas. O programa foi publicado dia 16 de abril. O primeiro
bloco tem 23 visualizações e o segundo 21. Nenhum usuário clicou no deslike , sendo uma curtida no bloco 1 e 3
no segundo bloco. Não há comentários em nenhum dos blocos. O usuário pode assistir ao programa no
YouTube com uma qualidade de até 480p, o que é baixa, além de ter a presença de barras pretas nas laterais do
vídeo. Sem miniatura personalizada.

38
Bloco 1 - Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tMZ3Z1kucX8&t=106s
39
Bloco 2 - Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hc2jO-wNc2U
206

No Facebook, o programa não foi publicado e nem anunciado que já havia sido publicado na íntegra no
YouTube.

O Instagram não se aplica ao programa Grandes Temas.

Sobre o conteúdo Transmídia, não foram criados conteúdos extensivos.


207

Programa 3

O Programa Grandes Temas sobre “Justiçamento” exibido ao vivo dia 9 de julho de 2018, às 20h30, teve um
tempo total de 1 hora, 7 minutos e 51 segundos, dividido em três blocos: o primeiro com 20 minutos e 04
segundos, o segundo com 30 minutos e 19 segundos e o terceiro com 17 minutos e 28 segundos.

Ficha técnica:
Produção | Laiza Félix, Luiz Henrique Gehlen e Matheus Cirne
Apresentação | Sérgio Dela Sávia
Equipe de estúdio | Ariston Bruno, Danth Silveira, Diogo Medeiros, Edilson Américo, Fábio Izaias, Hailton Filho,
Izaías Bezerra, Rodivan Barros, Taiane Cristina
Maquiagem | Andreza Paulino
Técnico | Juscelino Maciel
Gerência técnica | José Garcia
Chefe de operações | Max Hebert
Chefe de produção e programação | Matheus Cirne
Direção da TVU | Gorete Gurgel
Superintendência de Comunicação | José Zilmar

Configurações técnicas do material transmitido ao vivo: resolução 720x480, SDTV, Tela 4:3, áudio estéreo.

Durante o programa o site e as redes sociais da emissora não foram divulgados, apesar do programa ter sido
arquivado no YouTube da TVU RN. A fanpage do Grandes Temas foi divulgada no final do programa, com a
imagem do logo do Facebook e o texto “\GTtvu” no canto inferior esquerdo, conjuntamente com a fala do
apresentador: “Você que nos assiste pode continuar conectado com a gente pelo Facebook. Lá você acompanha
o tema dos próximos programas, pode ver os programas anteriores e envia sugestões de temas para a nossa
equipe. Então, curta nossa fanpage do Grandes Temas e acompanhe o nosso programa”. A divulgação da
página do Facebook do programa durou 22 segundos no ar.

Quanto à participação do telespectador, ao todo foram três participações, uma no segundo bloco e duas no
último bloco, sendo a primeira uma pergunta e os outros comentários. No segundo comentário apenas o primeiro
nome do telespectador foi falado, e no último comentário, o nome do telespectador e a localidade não foi dita. A
participação do telespectador foi estimulada três vezes durante o programa por fala do apresentador e
caracteres com o número do WhatsApp.

A participação pode ser realizada apenas por Whatsapp através de pergunta. No início e no final do primeiro
bloco e no final do segundo bloco o apresentador divulga o número do whatsapp e pede para que o
telespectador “envie sua pergunta”. O nome do telespectador que fez a pergunta e a própria pergunta somente é
lida pelo apresentador, não aparecendo nada na tela. Neste programa, a participação do telespectador foi por
pergunta e comentários e nenhuma hashtag foi utilizada.

Sobre o programa na internet, o produto não foi transmitido ao vivo em nenhuma plataforma. O programa foi
divulgado no mesmo dia de exibição, às 18h09, no Facebook do programa, com chamada que também foi ao ar
na transmissão broadcasting. A publicação tem 7 curtidas, 5 compartilhamentos, 266 visualizações e um
comentário (com feedback do programa).
208

Enquanto arquivo, o programa pode ser revisto no YouTube da emissora, na playlist do Grandes Temas. No
Youtube, o programa e está dividido em três blocos, sem o logo da emissora, sem o logo do programa, com a
vinheta de abertura e encerramento do programa, com os caracteres dos entrevistados e apresentadores, sem
minutagem, e com informações semelhantes nas descrições.
209

40
Em blocos, o usuário precisa procurar as partes que estão aleatórias na playlist. O primeiro bloco ao final levou
para outro bloco, de outro programa do Grandes Temas. O programa foi publicado dia 12 de julho. O primeiro
41 42
bloco tem 49 visualizações, o segundo 43 e o terceiro 27. Nenhum usuário clicou no deslike, sendo 4 curtidas
no bloco 1, 3 no segundo bloco e 2 no último bloco. Não há comentários em nenhum dos blocos. O usuário pode
assistir ao programa no YouTube com uma qualidade de até 480p, o que é baixa, além de ter a presença de
barras pretas nas laterais do vídeo. Sem miniatura personalizada.

40
Bloco 1 – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=29941kqyMP4&t=35s
41
Bloco 2 – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=YJ91C-oj1-I
42
Bloco 3 – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=NrQEdg2WiWw
210

No Facebook, o programa não foi publicado e nem anunciado que já havia sido publicado na íntegra no
YouTube. O Instagram não se aplica ao programa Grandes Temas. Sobre o conteúdo Transmídia, não foram
criados conteúdos extensivos.
211

APÊNDICE D – TVU NOTÍCIAS: COLETA DE DADOS

Programa 1 – 30 de abril de 2018

O programa desse dia teve início às 19h com os seguintes conteúdos: Sesc dia do trabalhador (entrevista
externa); Dia Nacional da mulher (entrevista externa); Lei Doulas (reportagem); Recapeamento asfáltico (nota -
repórter); Aniversário BCZM (Entrevista no estúdio); Serviço feriado em Natal (nota coberta); Imposto de renda
(nota – repórter); Ato Dia do trabalhador (matéria). Não tivemos como saber o tempo total do programa.

O material foi transmitido em qualidade 720x480, em SDTV, 4:3, estéreo. O programa não foi transmitido ao vivo
pela internet.

Não houve divulgação do site da emissora. Uma única vez, ao final do programa, o YouTube da TVU RN foi
divulgado em texto e imagem do logo da ferramenta, em um total de 4”. O Facebook do TVU Notícias também foi
divulgado apenas uma única vez, ao final do programa, em texto e imagem do logo da ferramenta, no mesmo
momento da divulgação do YouTube da TVU.

Não houve participação do telespectador e a participação não é estimulada, por nenhum meio. Durante o
programa, nenhuma hashtag foi usada.
43 44
O programa foi divulgado uma única vez, no Instagram e no Facebook do programa , em vídeo criado para as
redes sociais e o material parece ter sido elaborado por celular, sem edição. Os repórteres estão na redação. No
início alguém diz “já”. O material no Instagram teve 221 visualizações, 23 curtidas e um comentário “Chamada
criativa. Parabéns!!!”. O produto produzido para o Instagram foi o primeiro após 10 dias que a equipe não
publicava material produzido. A divulgação anterior havia sido publicada no dia 20 de abril. No Facebook, o
material obteve 223 visualizações, 14 curtidas, dois comentários e 1 compartilhamento.

43
Disponível em https://www.instagram.com/p/BiNZ1DHglJt/?taken-by=tvunoticias
44
Disponível em https://www.facebook.com/tvunoticiasrn/videos/934554280048778/
212

O programa pode ser revisto no YouTube da emissora e no Facebook do TVU Notícias. O programa não está
dividido em blocos, mas por reportagens e entrevista.
213

MATERIAL NO YOUTUBE
TÍTULO LINK DATA DE VISUALIZAÇÕES LIKES DESLIKES COMENTÁRIOS DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES QUALIDADE
PUBLICAÇÃO MÁXIMA
Lei regulamenta a https:/ 2 de maio 49 3 0 0 Repórter: Arthur Sem miniatura, 480p
presença das /www. Salvação sem logo da
doulas no parto youtub Cinegrafista: emissora, sem logo
e.com/ Petras Furtado do programa, sem
watch Edição de caracteres do
?v=gwf Imagens: Max apresentador, com
KTu4T Hebert caracteres dos
Pg8 entrevistados e
equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo de
outro canal do
YouTube
Caroline Vieira https:/ 2 de maio 4 0 0 0 Repórter: Sem miniatura, 480p
fala sobre os /www. Marcelo Moreno sem logo da
eventos youtub emissora, sem logo
oferecidos pelo e.com/ do programa, sem
SESC no Dia do watch caracteres do
Trabalhador ?v=oJp apresentador, com
7hxCy caracteres dos
HGg&t entrevistados e
=5s equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo de
outro canal do
YouTube
Ildete Mendes https:/ 2 de maio 5 0 0 0 Repórter: Ruth Sem miniatura, 480p
fala sobre o Dia /www. Andrade sem logo da
Nacional da youtub emissora, sem logo
Mulher e.com/ do programa, sem
watch caracteres do
?v=1k apresentador, com
UbSIyu caracteres dos
G0g entrevistados e
equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo da TVU
RN.
Prefeitura https:/ 2 de maio 5 0 0 0 Repórter: Sem miniatura, 480p
anuncia obras de /www. Leonardo sem logo da
recapeamento da youtub Julierme emissora, sem logo
Salgado Filho e da e.com/ do programa, sem
Hermes da watch caracteres do
Fonseca ?v=Bb apresentador, com
ZKg07 caracteres do
UsMM repórter e equipe.
Ao final, vídeo
direciona para
vídeo da TVU RN.
Entrevista em - - - - - - - - -
estúdio – 59 anos
da Biblioteca Zila
Mamede
Horários de https:/ 2 de maio 4 1 0 0 Repórter: Paulina Sem miniatura, 480p
funcionamento /www. Oliveira Edição de sem logo da
dos serviços no youtub Imagens: Bruno emissora, sem logo
feriado do Dia do e.com/ Moura do programa, sem
Trabalhador watch caracteres do
?v=cq apresentador, com
wm30 caracteres dos
x2uss entrevistados e
equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo da TVU
RN.
Prazo para https:/ 2 de maio 7 1 0 0 Repórter: Sem miniatura, 480p
declarar o /www. Leonardo sem logo da
imposto de renda youtub Julierme emissora, sem logo
acaba nesta e.com/ do programa, sem
segunda-feira watch caracteres do
(30/04) ?v=e16 apresentador, com
kyXmR caracteres dos
2NU entrevistados e
equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo da TVU
RN.
Sindicalistas https:/ 2 de maio 8 2 0 0 Repórter: Ruth Sem miniatura, 480p
realizam ato em /www. Andrade sem logo da
alusão ao Dia do youtub Cinegrafista: emissora, sem logo
Trabalhor e.com/ Bonerges Guedes do programa, sem
watch Edição de caracteres do
?v=Mz Imagens: Héricles apresentador, com
dUxaL Coringa caracteres dos
1iqY entrevistados e
equipe, Ao final,
vídeo direciona
para vídeo da TVU
RN.
214

Na fanpage, apenas três vídeos relativos ao programa do dia 30 de abril foram publicados:

MATERIAL NO FACEBOOK
COMPARTILHAME
TÍTULO LINK DATA DE VISUALIZAÇÕES LIKES NTOS
COMENTÁRIOS DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES QUALIDADE
PUBLICAÇÃO MÁXIMA
Recapeamente https:/ 2 de maio, às 10h15 654 20 0 5 Prefeitura Sem miniatura, 480p
/www. curtidas anuncia sem logo da
facebo recapeamento emissora, sem logo
ok.co asfáltico nas do programa, sem
m/tvu avenidas Salgado caracteres do
noticia Filho e Hermes da apresentador, com
srn/vid Fonseca. caracteres do
eos/93 repórter, Ao final,
54538 Repórter: vídeo direciona
43292 Leonardo para vídeo mais
155/ Julierme recente da
fanpage.
Doulas https:/ 2 de maio, às 10h 1,6 mil 16 34 3 Lei regulamenta a Sem miniatura, 480p
/www. curtidas e presença das sem logo da
facebo 4 reações doulas junto à emissora, sem logo
ok.co de “amei” gestante no do programa, sem
m/tvu momento do caracteres do
noticia parto e pós-parto apresentador, com
srn/vid imediato. Mas caracteres do
eos/93 você sabe qual o repórter, Ao final,
54498 papel dessas vídeo direciona
16625 profissionais? para vídeo mais
891/ recente da
Repórter: Arthur fanpage.
Salvação
Cinegrafista: Petr
as Furtado
Edição de
Imagens: Max
Hebert
Ato https:/ 2 de maio, às 9h46 114 2 curtidas 1 0 Nesta segunda- Sem miniatura, 480p
/www. feira (30/04), sem logo da
facebo trabalhadores emissora, sem logo
ok.co realizaram um ato do programa, sem
m/tvu em alusão às lutas caracteres do
noticia do Dia do apresentador, com
srn/vid Trabalho. caracteres do
eos/93 repórter, Ao final,
54448 Repórter: Ruth vídeo direciona
56626 Andrade para vídeo mais
387/ Cinegrafista: Bone recente da
rges Guedes fanpage.
Edição de
Imagens: Héricles
Coringa

Programa 2 – 18 de junho de 2018

O programa desse dia teve início às 19h com os seguintes conteúdos: Homicídios no RN (nota – apresentador,
sem imagens); Falta de gás de cozinha no RN (nota – apresentador, sem imagens); 60 anos da UFRN,
comemorações (entrevista com o pró-reitor de planejamento da UFRN, João Emanuel Evangelista);
Videomonitoramento de trânsito (nota-apresentador, sem imagens); Resultado do SISU (nota-apresentador, sem
imagens); Café Quarteto (link ao vivo, gravado dentro do estúdio. Logo ao vivo). O programa teve um total de 20
minutos.

O material foi transmitido em qualidade 654x480, em SDTV, 4:3, estéreo. O programa não foi transmitido ao vivo
pela internet e a gravação foi exclusivamente em estúdio.
215

Não houve divulgação do site da emissora. Uma única vez, ao final do programa, o YouTube da TVU RN foi
divulgado em texto e imagem do logo da ferramenta, em um total de 8”. O Facebook do TVU Notícias também foi
divulgado apenas uma única vez, ao final do programa, em texto e imagem do logo da ferramenta, no mesmo
momento da divulgação do YouTube da TVU. Fala do apresentador (Jadir Souza): “Você pode rever as
reportagens dessa edição, as entrevistas, pela internet”. Nos créditos, após o logo e o nome “Tv Universitária”,
aparece o e-mail do programa: tvunoticias@comunica.ufrn.br

Não houve participação do telespectador e a participação não é estimulada, por nenhum meio. Durante o
programa, nenhuma hashtag foi usada.

Não houve divulgação do programa que estava fora do ar há dias devido à greve dos bolsistas (iniciada em 1º de
junho de 2018). Não foi informado ao telespectador a volta de exibição do telejornal.

O arquivo não pode ser revisto em nenhuma rede social do programa ou da emissora.

Percebe-se com a análise do dia 18 de junho o quanto a participação dos bolsistas é fundamental para se
produzir o TVU Notícias. O programa foi somente notas ditas pelo apresentador e duas entrevistas em estúdio. É
o programa da grade da emissora que mais depende do trabalho desses alunos. Anteriormente à greve, como
pode ser conferido na análise do dia 30 de abril, havia chamadas, publicação das matérias no YouTube e
Facebook.

Programa 3 – 25 de junho de 2018

O programa desse dia teve início às 19h05 com os seguintes conteúdos: Vacinação (reportagem); Copa do
Mundo, perspectiva dos torcedores brasileiros (reportagem); Divulgação do TVU Esporte (apresentadoras no
estúdio); Inscrições Prouni (nota, fala do apresentador); 60 anos da UFRN (reportagem); Evento de Extensão
(entrevista no estúdio na bancada); Cursos gratuitos de qualificação profissional (nota); Talento metrópole
(reportagem). O tempo total do programa é de 21 minutos e 10 segundos.

O material foi transmitido em qualidade 720x540, em SDTV, 4:3, estéreo. O programa não foi transmitido ao vivo
pela internet.

Não houve divulgação do site da emissora. Uma única vez, ao final do programa, o YouTube da TVU RN foi
divulgado em texto e imagem do logo da ferramenta, em um total de 4”. O Facebook do TVU Notícias também foi
divulgado apenas uma única vez, ao final do programa, em texto e imagem do logo da ferramenta, no mesmo
momento da divulgação do YouTube da TVU. Fala do apresentador (Ednaldo Martins): “Você pode rever as
matérias e entrevistas dessa edição nas redes sociais”. Nos créditos, após o logo e o nome “Tv Universitária”,
aparece o e-mail do programa: tvunoticias@comunica.ufrn.br

Não houve participação do telespectador e a participação não é estimulada, por nenhum meio. Durante o
programa, nenhuma hashtag foi usada.

O programa foi divulgado na internet, no Instagram do TVU Notícias: chamada do programa em vídeo,
fotografias sem direito autorais e texto, montagem com informações, vídeos criados para as redes sociais. O
programa foi o retorno da atualização do Instagram. O repórter anuncia, no stories, que agora o telespectador
poderá acompanhar as informações por este recurso.
216

MATERIAL NO YOUTUBE
TÍTULO LINK DATA DE VISUALIZAÇÕES LIKES DESLIKES COMENTÁRIOS DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES QUALIDADE
PUBLICAÇÃO MÁXIMA
Natal prorroga https:/ 26 de maio 14 0 0 0 Sem descrição Sem miniatura, 480p
vacinação de /www. sem logo da
combate a gripe youtub emissora, sem logo
e.com/ do programa, com
watch caracteres do
?v=Tb apresentador, com
uVGsI caracteres do
MHPo repórter e
entrevistados. Ao
final, vídeo
direciona para
outro vídeo da
fanpage
Potiguares https:/ 26 de maio 8 0 0 0 Sem descrição Sem miniatura, 480p
opinam sobre /www. sem logo da
expectativa do youtub emissora, sem logo
Brasil na copa do e.com/ do programa, sem
mundo watch caracteres do
?v=Fq apresentador, com
HNKIz caracteres do
3Dvg repórter e
entrevistados. Ao
final, vídeo
direciona para
outro vídeo da
fanpage.
UFRN realiza https:/ 26 de maio 43 0 0 0 Sem descrição Sem miniatura, 480p
Assembleia /www. sem logo da
comemorativa youtub emissora, sem logo
dos 60 anos e.com/ do programa, sem
watch caracteres do
?v=DCI apresentador, com
x0vct0 caracteres do
AE repórter e
entrevistados, Ao
final, vídeo
direciona para
vídeo da
Assembleia
comemorativa.
Entrevista com https:/ 26 de maio 47 0 0 0 Sem descrição Sem miniatura, 480p
Maria de Jesus /www. sem logo da
sobre o CBEU youtub emissora, sem logo
e.com/ do programa, sem
watch caracteres do
?v=zDg apresentador e
UVF6b com caracteres da
ZMQ entrevistada., Ao
final, vídeo
direciona para
vídeo da
Assembleia
comemorativa.
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217

ok.co repórter) a gripe. O do programa, com


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18581 entrevistados, Ao
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m/tvu programa Talento caracteres do
noticia metrópole. apresentador, com
srn/vid caracteres do
eos/97 repórter e
18610 entrevistados, Ao
19651 final, vídeo
437/ direciona para
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outra fanpage.
#CopadoMundo https:/ 26 de junho, às 393 5 curtidas 2 0 Potiguares Sem miniatura, 480p
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facebo a expectativa em emissora, sem logo
ok.co relação à seleção do programa, sem
m/tvu brasileira na copa caracteres do
noticia do mundo. apresentador, com
srn/vid caracteres do
eos/97 repórter e
18642 entrevistados, Ao
42984 final, vídeo
448/ direciona para
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outra fanpage.
# UFRN60Anos https:/ 26 de junho, às 21h 79 3 curtidas 1 0 O TVU Notícias Sem miniatura, 480p
/www. recebeu a sem logo da
facebo coordenadora do emissora, sem logo
ok.co Congresso do programa, sem
m/tvu Brasileiro de caracteres do
noticia Extensão apresentador, com
srn/vid Universitária caracteres da
eos/97 (CBEU), Maria de entrevistada. Ao
18664 Jesus. O evento final, vídeo
86317 integra a semana direciona para
557/ comemorativa outro vídeo de
dos 60 anos da outra fanpage.
UFRN.

No Instagram, três publicações e 9 stories com 2 vídeos e 7 fotos. As postagens marcam uma nova fase do
programa TVU Notícias no Instagram, com um melhor padrão estético e publicações mais rotineiras.
218
219
220

STORIES DO DIA 25 DE JUNHO DE 2018:


221
222
223

ANEXOS

ANEXO A – DECRETO 71.464 DE 1º DE DEZEMBRO DE 1972


224
225
226

ANEXO B – REPORTAGEM DE 1973 DO “O ESTADO DE S. PAULO”: AS


DÚVIDAS E OS MISTÉRIOS DO PROJETO SACI45

45
Disponível em http://md-m09.sid.inpe.br/rep/sid.inpe.br/md-m09/2015/12.08.17.45?languagebutton=pt-BR
227

ANEXO C – MATÉRIA DE 1975 DO “JORNAL DO BRASIL”: GEISEL E NEY


BRAGA VÃO A NATAL INSPECIONAR PROJETO SACI NA ÁREA DA
TELEDUCAÇÃO46

46
Disponível em http://md-m09.sid.inpe.br/rep/sid.inpe.br/md-
m09/2016/01.27.13.07?mirror=sid.inpe.br/banon/2001/03.09.09.16.44&metadatarepository=sid.inpe.br/md-
m09/2016/01.27.13.07.10
228

ANEXO D – JUSTIFICATIVA DO PROJETO “JORNAL DA EDUCAÇÃO”


229
230

ANEXO E – OFÍCIO Nº 097/89 – DG: SOLICITAÇÃO DE RECURSOS


231
232

ANEXO F – REGIMENTO INTERNO DA SUPERINTENDÊNCIA DE


COMUNICAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

RESOLUÇÃO No 004/2015-CONSUNI, de 13 de março de 2015.

Aprova Regimento Interno da Superintendência de


Comunicação – COMUNICA, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte - UFRN.

A REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz


saber que o Conselho Universitário - CONSUNI, usando das atribuições que lhe confere o
Artigo 14, Inciso III, do Estatuto da UFRN,
CONSIDERANDO o que consta no processo no 23077.039853/2013-76,

RESOLVE:
Art. 1o Aprovar o Regimento Interno da Superintendência de Comunicação –
COMUNICA, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, de acordo com o
texto em anexo que é parte integrante e inseparável da presente Resolução.

Art. 2o Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Reitoria, em Natal, 13 de março de 2015.

Ângela Maria Paiva Cruz


REITORA
233

Anexo da Resolução no 004/2015-CONSUNI, de 13 de março de 2015.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Regimento Interno da Superintendência de


Comunicação da UFRN
234

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SUPERINTENDÊNCIA


DE COMUNICAÇÃO

Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz

Vice-Reitora
Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes

Superintendente de Comunicação
José Zilmar Alves da Costa

TÍTULO I
DA NATUREZA E DA MISSÃO

Art. 1o A Superintendência de Comunicação integra a estrutura organizacional


da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como unidade
suplementar vinculada à Reitoria, nos termos do art. 10 do Estatuto da UFRN.
Parágrafo único. A Superintendência de Comunicação é o órgão da
Administração Central da UFRN responsável pelo planejamento e execução da
política de comunicação da Universidade, segundo os princípios, missão e objetivos
da Instituição, conforme disposto em Resolução nº 009/99-CONSUNI, de 28 de
setembro de 1999.
Art. 2o A Superintendência de Comunicação constitui uma unidade
operacional e executiva especializada na produção de conteúdo, de tecnologia e de
linguagem destinados à Comunicação Social e ao apoio no desenvolvimento de
atividades de ensino, pesquisa e de extensão da UFRN.

TÍTULO II
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

Art. 3o A Superintendência de Comunicação tem a seguinte estrutura


administrativa:
I - Gabinete da Superintendência;
II - Conselho Consultivo;
III - Conselho Diretor;
IV - Diretoria da Agência de Comunicação, composta por:
a) Direção;
235

b) Setor de Conteúdos;
c) Setor de Produção;
V - Diretoria de Rádio e Televisão, composta por:
a) Direção;
b) Setor de Jornalismo;
c) Setor de Produção e Programação;
d) Setor de Operação;
VI - Coordenadoria de Tecnologia e Manutenção, composta por:
a) Setor de Tecnologia da Informação;
b) Setor de Manutenção;
VII - Coordenadoria de Promoção Institucional, composta por:
a) Setor de Relações Públicas;
b) Setor de Criação e Artes;
VIII – Coordenadoria acadêmico-pedagógica;
IX - Assessoria Técnica;
X - Secretaria Administrativa, composta por:
a) Setor de Gestão de Pessoas, Serviços e Patrimônio;
b) Setor de Documentação, Acervo e Memória.

TÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS

Art. 4o À Superintendência de Comunicação compete:


I - propor, planejar, supervisionar e executar a política de comunicação da
UFRN, considerando a natureza pública da comunicação e sua função social na
promoção da cidadania e na difusão do saber e da cultura;
II - gerenciar as atividades de comunicação no âmbito da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte;
III - apoiar a realização de atividades docentes e discentes de ensino,
pesquisa e extensão no seu âmbito de atuação;
IV - divulgar as ações da UFRN resultantes de atividades acadêmicas e
administrativas sob os mais variados formatos e linguagens, para públicos diversos,
com qualidade técnica e com ética;
V - manter e preservar o patrimônio da instituição, constituído de acervos
impresso, audiovisual e digital produzidos em seu âmbito de atuação,
proporcionando o acesso público.

CAPÍTULO I
DO GABINETE DA SUPERINTENDÊNCIA

Art. 5o A Superintendência de Comunicação é dirigida por um


Superintendente designado pelo Reitor da UFRN, com atribuições previstas neste
Regimento.
Parágrafo único. O Reitor designará o substituto do Superintendente de
Comunicação em seus eventuais impedimentos e ausências.
Art. 6o São atribuições do Superintendente de Comunicação:
I - propor, supervisionar e executar a política de comunicação da UFRN,
considerando o caráter aberto, público, educativo e cultural dos veículos de
comunicação geridos pela Superintendência;
236

II - ouvir o Conselho Diretor na elaboração e avaliação do plano de gestão


interno, dos planos anuais de ação e da proposta orçamentária, assim como dos
relatórios anuais, dos demonstrativos financeiros do exercício e das respectivas
prestações de contas;
III - responder, junto às instâncias administrativas da UFRN, pela Agência de
Comunicação, Rádio Universitária e Televisão Universitária, representando-as
interna e externamente;
IV - indicar representantes da Superintendência de Comunicação junto a
associações locais, nacionais e internacionais, cujos objetivos sejam compatíveis
com o caráter público, educativo e cultural dos seus veículos;
V – definir normas e procedimentos prestação de serviços de comunicação,
ouvidos o Conselho Consultivo e o Conselho Diretor;
VI - encaminhar ao Conselho Consultivo e ao Conselho Diretor para
apreciação, aprovação e homologação propostas de normas e procedimentos sobre
a prestação de serviços de comunicação da UFRN;
VII - autorizar os pedidos relativos a despesas administrativas;
VIII - adotar as providências necessárias visando à modernização
administrativa e tecnológica da Superintendência;
IX - zelar pelo cumprimento das responsabilidades legais das concessões da
Rádio Universitária e da Televisão Universitária;
X - propor as políticas internas de pessoal, de finanças, de memória, de
patrimônio, de materiais e de equipamentos;
XI - prover as condições necessárias ao apoio e acompanhamento das
atividades discentes, no ensino, na pesquisa e na extensão, desenvolvidas na
Superintendência de Comunicação;
XII - constituir, quando necessário, assessorias técnicas para auxiliar em suas
atribuições.
CAPÍTULO II
DO CONSELHO CONSULTIVO

Art. 7o O Conselho Consultivo é órgão consultivo da Superintendência de


Comunicação e tem a seguinte composição:
I - o Superintendente de Comunicação, seu Presidente;
II - o Diretor de Rádio e Televisão;
III - o Diretor da Agência de Comunicação;
IV - o Assessor de Comunicação da Reitoria;
V - um representante do Departamento de Comunicação Social;
VI - dois representantes docentes indicados pelo CONSEPE;
VII - um representante dos servidores técnico-administrativos lotados na
Superintendência de Comunicação, escolhido através de eleição direta com
escrutínio secreto;
VIII - um representante estudantil indicado pelo Diretório Central dos
Estudantes;
IX - um representante da Pró-Reitoria de Extensão;
X - um representante do Conselho Estadual de cultura;
XI - um representante do Conselho Municipal de Cultura.
§ 1o O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente uma vez por
semestre, com a presença da maioria absoluta dos seus membros.
§ 2o O funcionamento do Conselho Consultivo obedecerá, no que couber, às
determinações constantes do Regimento Geral sobre o funcionamento dos órgãos
colegiados da UFRN.
237

Art. 8o Ao Conselho Consultivo compete:


I – analisar, emitir parecer e aprovar o plano anual de trabalho da
Superintendência de Comunicação;
II – analisar, emitir parecer e aprovar o relatório anual da administração da
Superintendência de Comunicação;
III - emitir parecer e aprovar outros atos de importância para a execução das
ações de comunicação realizadas pela Superintendência de Comunicação.

CAPÍTULO III
DO CONSELHO DIRETOR

Art. 9o O Conselho Diretor integra a Superintendência de Comunicação, com


função consultiva e deliberativa.
Parágrafo único. O Conselho Diretor é constituído pelo Superintendente, que
o preside, e tem a seguinte composição:
I - o Superintendente de Comunicação, seu Presidente;
II - o Diretor de Rádio e Televisão;
III - o Diretor da Agência de Comunicação;
IV – o Coordenador de Tecnologia e Manutenção;
V – o Coordenador de Promoção Institucional;
VI – o Coordenador acadêmico-pedagógico;
VII – o Secretário Administrativo.
Art. 10. Ao Conselho Diretor compete:
I - discutir, examinar, assessorar, propor, avaliar e deliberar sobre temas e
ações da Superintendência de Comunicação da UFRN;
II - analisar, emitir parecer, deliberar, acompanhar e avaliar o plano de
administração, bem como os programas anuais de trabalho, incluindo o orçamento
operacional e de investimentos da Superintendência de Comunicação;
III - deliberar e formalizar parecer sobre a assinatura de contratos, convênios,
alienação de bens e outros atos de importância para o funcionamento da
Superintendência de Comunicação;
IV - aprovar e contribuir para as políticas de gestão de pessoas, materiais,
equipamentos, finanças e patrimônio da Superintendência de Comunicação,
resguardadas as disposições vigentes na UFRN.
§ 1o Presidirá o Colegiado Diretor, sempre que a ele comparecer, o Reitor da
UFRN.
§ 2o O Colegiado Diretor reunir-se-á quinzenalmente em sessão ordinária,
convocado por seu Presidente.
§ 3o As ausências às reuniões ordinárias do Colegiado Diretor devem ser
justificadas ao seu Presidente.

CAPÍTULO IV
DA DIRETORIA DA AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

Art. 11. A Agência de Comunicação é responsável pela execução da


comunicação institucional da UFRN, difundindo informações sobre os
conhecimentos e tecnologias gerados na Universidade.
Art. 12. A Agência de Comunicação da UFRN é constituída por:
I - Direção;
II - Setor de Conteúdos;
III - Setor de Produção.
238

Art. 13. À Agência de Comunicação compete:


I - promover a comunicação institucional da UFRN junto aos públicos
estratégicos;
II - criar e manter os veículos impressos e eletrônicos em sua área de
atuação, responsabilizando-se pela produção, periodicidade, circulação e difusão de
conteúdos;
III - planejar, dirigir e executar projetos e ações de divulgação jornalística,
editoração eletrônica e conteúdos impressos e digitais sob demanda da
Superintendência de Comunicação da UFRN;
IV - divulgar ações, fatos, eventos, atividades das unidades universitárias e a
produção docente, discente e técnica da UFRN;
V - promover a integração de linguagens e tecnologias entre veículos
impressos e demais mídias;
VI - divulgar e difundir a ciência, a tecnologia e a inovação, com ênfase no
conhecimento gerado na UFRN;
VII - organizar, manter e preservar os acervos impresso, audiovisual e digital
produzidos em seu âmbito de atuação;
VIII - apoiar atividades de extensão, ensino e pesquisa a graduandos, pós-
graduandos e docentes da UFRN, em diferentes áreas de conhecimento.

Seção I
Da Direção

Art. 14. A Agência de Comunicação da UFRN é dirigida por um diretor


designado pelo Reitor.
Art. 15. São atribuições do diretor da Agência de Comunicação:
I - propor as diretrizes para a Agência de Comunicação, baseadas na
missão, nos princípios, valores e objetivos da UFRN;
II - planejar, executar e avaliar as atividades da Agência de Comunicação,
em consonância com as diretrizes estabelecidas pela Superintendência de
Comunicação;
III - assessorar o Superintendente nos assuntos relativos à comunicação
institucional da UFRN;
IV - planejar, elaborar e monitorar os custos de produção;
V - desenvolver tarefas correlatas atribuídas pelo Superintendente.

Seção II
Do Setor de Conteúdos

Art. 16. Ao Setor de Conteúdos da Agência de Comunicação compete:


I - coletar informações para subsidiar a produção de pautas, notas, matérias,
reportagens e compilações jornalísticas nos veículos de comunicação gerenciados
pela Agência de Comunicação;
II - realizar a cobertura jornalística de eventos da UFRN quando
demandados pela Superintendência de Comunicação;
III - divulgar informações demandadas pela Superintendência de
Comunicação;
IV - atualizar os conteúdos dos sítios digitais da Superintendência de
Comunicação;
V - dar suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão no âmbito da
Agência de Comunicação;
239

VI - coordenar e executar a produção jornalística e de fotojornalismo para


novas mídias;
VII - planejar, realizar e avaliar as atividades jornalísticas da Agência de
Comunicação da UFRN;
VIII - orientar a produção de conteúdo jornalístico para os meios internos e
externos;
IX - executar tarefas correlatas atribuídas pelo diretor da Agência de
Comunicação da UFRN.

Seção III
Do Setor de Produção

Art. 17. Ao Setor de Produção da Agência de Comunicação compete:


I - disponibilizar os recursos necessários para a produção de matérias
jornalísticas;
II - proporcionar as condições para divulgar as informações produzidas no
âmbito da Agência;
III - subsidiar o planejamento, a elaboração e o monitoramento dos custos de
produção;
IV - planejar equipes, recursos e prazos necessários à produção de meios
de divulgação nos formatos impressos e eletrônicos;
V - viabilizar o acesso ao acervo impresso, audiovisual e digital produzido
em seu âmbito de atuação;
VI - garantir a organização, distribuição e a circulação dos meios de
comunicação e de divulgação;
VII - acompanhar e avaliar os processos de produção;
VIII - controlar a escala de trabalho da equipe e a infraestrutura necessárias
ao pleno funcionamento da Agência de Comunicação;
IX - assegurar a manutenção dos equipamentos, utensílios e demais
materiais referentes à logística de funcionamento da Agência de Comunicação da
UFRN;
X - controlar os suportes de mídia e os insumos usados na produção e
veiculação das informações institucionais;
XI - executar outras tarefas correlatas atribuídas pelo diretor da Agência de
Comunicação.

CAPÍTULO V
DA DIRETORIA DE RÁDIO E TELEVISÃO

Art. 18. A Diretoria de Rádio e Televisão gerencia todas as outorgas


concedidas à UFRN para a exploração dos serviços de radiodifusão em sons e
imagens.
Art. 19. A Diretoria de Rádio e Televisão é constituída por:
I - Direção;
II - Setor de Jornalismo;
III - Setor de Produção e Programação;
IV - Setor de Operação.
Art. 20. À Diretoria de Rádio e Televisão compete:
I - produzir e veicular programas focados na divulgação de fatos e notícias,
com ênfase na cidadania, qualidade de vida e na sustentabilidade do planeta;
240

II - registrar em suporte sonoro e audiovisual a difusão e a promoção da


ciência, educação, artes e cultura por meio de sua programação;
III - difundir programas televisivos e radiofônicos que promovam os valores e
as tradições culturais, especialmente do Rio Grande do Norte;
IV - debater temas de interesse público;
V - organizar e preservar o acervo produzido em seu âmbito de atuação,
para fins de uso e acesso público;
VI - apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas no
âmbito da UFRN;
VII - responder, conjuntamente com o Superintendente, questões
administrativas relativas a outorgas, licenças de operação e cumprimento de prazos
legais;
VIII - produzir informação jornalística com ênfase na educação, cultura,
cidadania e meio ambiente;
IX - promover a divulgação e a difusão da ciência, tecnologia e inovação,
com ênfase na produção da UFRN;
X - preservar a documentação referente às suas rotinas, por tempo
necessário à sua utilização, observação as normas institucionais estabelecidas.

Seção I
Da Direção

Art. 21. A Diretoria de Rádio e Televisão é dirigida por um diretor designado


pelo Reitor.
Art. 22. São atribuições do Diretor de Rádio e Televisão:
I - propor as diretrizes para as emissoras públicas permitidas à UFRN,
baseadas na missão, princípios, valores e objetivos da Superintendência de
Comunicação;
II - planejar, executar e avaliar as atividades das emissoras públicas
permitidas à UFRN em consonância com as diretrizes estabelecidas pela
Superintendência de Comunicação;
III - assessorar o Superintendente nos assuntos relativos às emissoras
públicas da UFRN;
IV - desenvolver outras tarefas correlatas atribuídas pelo Superintendente.
Parágrafo único. O diretor de Rádio e Televisão deve manter o
Superintendente e o Conselho Gestor informados no que diz respeito ao
cumprimento de prazos e manutenção de documentação referente a outorgas,
licenças, laudos e outros documentos relacionados ao funcionamento das
emissoras.

Seção II
Do Setor de Jornalismo

Art. 23. Ao Setor de Jornalismo compete:


I - planejar, executar e avaliar as atividades jornalísticas das emissoras
públicas permitidas à UFRN;
II - orientar a produção e veiculação dos programas jornalísticos das
emissoras públicas permitidas à UFRN;
III - desenvolver atividades correlatas atribuídas pelo Diretor de Rádio e
Televisão.
241

Seção III
Do Setor de Produção e de Programação

Art. 24. Ao Setor de Produção e Programação compete:


I - gerenciar as equipes, os recursos e os prazos necessários à produção de
programas;
II - pesquisar temas, investigar fontes e referências para subsidiar a
produção de programas;
III - propor e produzir programas musicais, culturais, educativos e de
dramaturgia, além de vinhetas, spots, jingles, chamadas promocionais e cartelas
informativas, articulando as equipes e recursos necessários para a sua execução;
IV - acompanhar e avaliar os processos de produção e de programação das
emissoras públicas da UFRN;
V - elaborar o caderno de produção contemplando formato, argumento dos
programas, características, equipe, relação de créditos, orçamento de produção e
outros elementos pertinentes;
VI - coordenar os processos de produção interna e externa;
VII - organizar e controlar a equipe do controle-mestre;
VIII - organizar e publicar a grade de programação das emissoras públicas
da UFRN;
IX - divulgar a programação e controlar as inserções das chamadas de seus
produtos e de outras publicidades;
X - manter o acervo da emissora, zelando pela organização, indexação de
dados, uso e conservação;
XI - veicular programas e controlar a qualidade da produção da emissora;
XII - executar outras tarefas correlatas atribuídas pelo Diretor de Rádio e
Televisão.

Seção IV
Do Setor de Operação

Art. 25. Ao Setor de Operação compete:


I - garantir as condições operacionais necessárias à realização dos
programas das emissoras públicas;
II - organizar e controlar as equipes de gravação externa e de estúdio;
III - controlar a qualidade da geração de imagens e de sons;
IV - controlar a escala de trabalho da equipe e infraestrutura necessárias à
realização dos programas;
V - manter em ordem estúdios, áreas afins, materiais e equipamentos
utilizados pelo Setor de Operação;
VI - sistematizar as necessidades de equipamentos e pessoas e promover a
capacitação técnica necessária à realização dos programas das emissoras;
VII - controlar os suportes de mídia e os insumos usados no Setor de
Operação;
VIII - desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Diretor de
Rádio e Televisão.

CAPÍTULO VI
DA COORDENADORIA DE TECNOLOGIA E MANUTENÇÃO
242

Art. 26. A Coordenadoria de Tecnologia e Manutenção é responsável pela


manutenção de equipamentos eletrônicos, elétricos, de telecomunicação, de
informática e das instalações técnicas da Superintendência de Comunicação.
Art. 27. A Coordenadoria de Tecnologia e Manutenção é constituída por:
I - Setor de Tecnologia da Informação;
II - Setor de Manutenção.
Art. 28. À Coordenadoria de Tecnologia e Manutenção compete:
I - dar suporte à execução de modernização tecnológica proposta pela
Superintendência de Comunicação;
II - elaborar manuais de rotina para as atividades de informática e de
manutenção;
III - elaborar pareceres sobre a aquisição de equipamentos e serviços de
informática e eletroeletrônica;
IV - implementar ações que garantam o bom funcionamento da rede de
dados da Superintendência de Comunicação, em parceria com a Superintendência
de Informática;
V - garantir o cumprimento das normas técnicas e das exigências legais e
contratuais dos sistemas de transmissão dos canais outorgados;
VI - monitorar a infraestrutura de geração e transmissão, bem como
dimensionar a expansão do sinal;
VII - zelar pela integridade e segurança de dados e informações da
Superintendência de Comunicação;
VIII - avaliar propostas de fornecedores de equipamentos e de serviços de
transmissão.
Art. 29. A Coordenadoria de Tecnologia e de Manutenção é coordenada por
servidor designado pelo Reitor.

Seção I
Do Setor de Tecnologia da Informação

Art. 30. Ao Setor de Tecnologia da Informação compete:


I - planejar a segurança para zelar pela preservação da integridade de dados
e informações da Superintendência de Comunicação;
II - zelar pelo funcionamento e prover a manutenção dos equipamentos de
informática;
III - receber, registrar e controlar a movimentação de equipamentos e peças
de reposição de informática e de redes de dados da Superintendência de
Comunicação;
IV - dar suporte à programação e à geração de conteúdo;
V - dar suporte ao armazenamento, à manutenção e à recuperação de
dados no âmbito da Superintendência de Comunicação;
VI - organizar o cadastramento de usuário e senha de serviços
informatizados nas dependências da Superintendência de Comunicação;
VII - apresentar relatórios acerca da capacidade instalada de recursos de
informática e a rede de dados que auxilie o dimensionamento da infraestrutura de
informática da Superintendência de Comunicação;
VIII - fiscalizar a manutenção da qualidade técnica da transmissão dos
dados;
IX - desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Coordenador de
Tecnologia e Manutenção.
243

Seção II
Do Setor de Manutenção

Art. 31. Ao Setor de Manutenção compete:


I - zelar pela preservação de equipamentos eletrônicos, elétricos e de
telecomunicação;
II - garantir a aplicação de critérios e normas de utilização de equipamentos
eletrônicos, elétricos e de telecomunicações pertencentes à Superintendência de
Comunicação;
III - receber, registrar e controlar a movimentação de equipamentos e peças
de reposição de equipamentos eletrônicos, elétricos e de telecomunicação da
Superintendência de Comunicação;
IV - coordenar equipes de trabalho sob sua responsabilidade, estabelecendo
e controlando as escalas de pessoal;
V - apresentar relatórios acerca da capacidade instalada dos equipamentos
da Superintendência de Comunicação;
VI - monitorar o funcionamento da infraestrutura de geração e transmissão
de dados gerenciados pela Superintendência de Comunicação;
VII - dar suporte técnico às transmissões ao vivo dos veículos da
Superintendência de Comunicação;
VIII - identificar as necessidades de atualização dos equipamentos
eletrônicos, elétricos e de telecomunicação e as suas demandas;
IX - controlar a manutenção e a qualidade técnica da transmissão;
X - desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Coordenador de
Tecnologia e Manutenção.

CAPÍTULO VII
DA COORDENADORIA DE PROMOÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 32. A Coordenadoria de Promoção Institucional é responsável pelas


atividades de planejamento, criação, redação, produção, atendimento, captação de
recursos e acompanhamento de veiculação de ações e produtos de interesse da
UFRN em seu âmbito de atuação.
Art. 33. A Coordenadoria de Promoção Institucional é constituída por:
I – Setor de Relações Públicas;
II – Setor de Criação e Artes.
Art. 34. À Coordenadoria de Promoção Institucional compete:
I - propor, executar e avaliar ações para a publicização de ideias e produtos
visando a promover a imagem institucional da UFRN;
II – propor, executar e avaliar ações de captação de recursos para apoio às
atividades da Superintendência de Comunicação;
III – elaborar conteúdos que promovam o respeito aos valores culturais e
sociais, à cidadania, à educação e ao desenvolvimento integral do homem e do
planeta.
Art. 35. A Coordenadoria de Promoção Institucional é coordenada por
servidor designado pelo Reitor.
244

Seção I
Do Setor de Relações Públicas

Art. 36. Ao Setor de Relações Públicas compete:


I - promover ações que visem ao relacionamento da Universidade com a
sociedade;
II - propor e coordenar ações de comunicação interna no âmbito da
Superintendência de Comunicação;
III - coordenar pesquisas de audiência dos veículos de comunicação da
Superintendência;
IV - planejar, propor e organizar eventos no âmbito da Superintendência de
Comunicação;
V - guiar as visitas institucionais de grupos, instituições e entidades da
sociedade civil à Superintendência de Comunicação;
VI - sugerir e agendar a participação da Superintendência de Comunicação
em eventos externos.

Seção II
Do Setor de Criação e Artes

Art. 37. Ao Setor de Criação e Artes compete desenvolver atividades de


programação visual, identidade visual corporativa, projeto gráfico e arte final de
impressos, criação de logomarcas, ilustrações, animação e demais peças
promocionais demandadas pela Superintendência de Comunicação.

CAPÍTULO VIII
DA COORDENADORIA ACADÊMICO-PEDAGÓGICA

Art. 38 A Coordenadoria Acadêmico-Pedagógica planeja, desenvolve e


supervisiona ações de apoio à formação discente dos diversos cursos dos diferentes
níveis de ensino no âmbito das atividades desenvolvidas na Superintendência de
Comunicação da UFRN.
Art. 39 A Coordenadoria Acadêmico-Pedagógica articula-se com as
coordenações dos cursos para a oferta orientada de ações de formação de
estudantes dos diferentes níveis de ensino, em atividades profissionais relacionadas
às áreas de atuação dos cursos que guardem relação com as atividades técnicas
desenvolvidas na Superintendência de Comunicação.
Art. 40 Compete à Coordenadoria Acadêmico-Pedagógica:
I – elaborar plano de atividades, ouvidas as coordenações dos cursos, para o
apoio à formação discente, com previsão de oferta de vagas para atividades de
ensino, pesquisa e extensão na Superintendência de Comunicação;
II – propor a constituição de grupos de trabalho para apoiar as atividades
executadas pela Coordenadoria Acadêmico-Pedagógica.
Art. 41 A Coordenadoria Acadêmico-Pedagógica é coordenada por servidor
designado pelo Reitor.

CAPÍTULO IX
DA ASSESSORIA TÉCNICA
245

Art. 42 à Assessoria Técnica compete auxiliar o Superintendente de


Comunicação em suas atribuições.

CAPÍTULO X
DA SECRETARIA ADMINISTRATIVA

Art. 43 A Secretaria Administrativa é responsável pelos serviços de apoio à


Superintendência de Comunicação no que se refere à administração de pessoas, de
materiais, patrimônio, finanças e demais serviços.

Art. 44 A Secretaria Administrativa é constituída por:


I – Setor de Gestão de Pessoas, Serviços e Patrimônio;
II – Setor de Documentação, Acervo e Memória.

Art. 45 À Secretaria Administrativa compete:


I – gerenciar as atividades relacionadas à gestão financeira, de pessoas, de
materiais, de patrimônio e de serviços gerais da Superintendência de Comunicação;
II – gerenciar as operações de captação de recursos na Superintendência de
Comunicação;
III – controlar a expedição e o arquivamento dos documentos oficiais da
Superintendência de Comunicação;
IV – controlar, orientar e supervisionar as atividades de copa, limpeza,
telefonia, segurança e transporte da Superintendência;
V – desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Superintendente.
Art. 46 A Secretaria Administrativa será dirigida por secretário nomeado pelo
Reitor.

Seção I
Do Setor de Gestão de Pessoas, Serviços e Patrimônios

Art. 47 Ao Setor de Gestão de Pessoas, Serviços e Patrimônio compete:


I - garantir as condições gerenciais e administrativas de pessoal necessárias
à realização das atividades da Superintendência de Comunicação;
II – manter o registro e controle de frequência de pessoal;
III - controlar a escala de férias do pessoal;
IV – organizar e elaborar ofícios, relatórios, atestados, fichas de servidores,
portarias e outros documentos referentes à administração de pessoal;
V – organizar as necessidades de atualização e capacitação técnica das
equipes de trabalho da Superintendência de Comunicação;
VI - dimensionar a necessidade de pessoal para o funcionamento das
atividades da Superintendência de Comunicação;
246

VII – garantir as condições gerenciais e administrativas para a conservação,


segurança e limpeza das instalações físicas e da frota de veículos da
Superintendência de Comunicação;
VIII – apresentar diagnóstico de conservação do patrimônio, registros de
ocorrências, vistorias, contratos de serviços, regularidade e validade da
documentação patrimonial;
IX – organizar e acompanhar as atividades de segurança, transportes e
serviços gerais;
X – prestar informações sobre a natureza orçamentário-financeira de forma a
subsidiar a tomada de decisão do Superintendente;
XI – registrar as informações contábeis e administrativas referentes à
movimentação financeira da Superintendência de Comunicação;
XII – emitir relatórios administrativos, demonstrativos financeiros e elaborar
prestação de contas dos recursos administrados;
XIII – receber, conferir, classificar, registrar, guardar e distribuir os materiais
necessários às atividades da Superintendência;
XIV – manter os estoques abastecidos de bens de consumo e permanente de
acordo com as necessidades da Superintendência;
XV – cadastrar os bens móveis pertencentes à Superintendência;
XVI – desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Secretário.

Seção II
Do Setor de Documentação, Acervo e Memória

Art. 48 Ao Setor de Documentação, Acervo e Memória compete:


I – acolher, registrar e guardar os produtos e documentos conforme a
legislação vigente;
II – organizar e gerir os acervos audiovisuais, fonográficos e fotográficos para
fins de pesquisa e acesso público;
III - elaborar metadados e catálogos digitalizados dos acervos audiovisuais,
fonográficos e fotográficos;
IV – controlar o acesso de pessoas e uso dos arquivos que constituem os
acervos;
V – desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Secretário.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 49. As decisões do Conselho Diretor observarão a forma de resoluções.


Art. 50. Este Regimento Interno entra em vigor na data da sua publicação e
somente poderá ser modificado por proposta justificada do Conselho Diretor
submetida às instâncias competentes.

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