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Aplicação da Lei Maria da Penha não depende de queixa formal.

Eis aqui uma nota que é do interesse de todas as mulheres. Uma decisão do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) definiu que a mulher que sofre violência doméstica não
precisa mais fazer uma representação formal para a abertura de processo com base na
Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/06); em resumo, não é mais necessário voltar à
delegacia de polícia para pedir que seja aberto um inquérito contra o agressor depois de
já ter sido feito o boletim de ocorrência.

Ao julgar um recurso contra decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e


Territórios (TJDFT), a 5ª Turma do STJ entendeu que, se a mulher comparece à
delegacia para denunciar o agressor, já está manifestado o desejo expresso de que as
providências legais cabíveis sejam tomadas e o agressor punido.

O relator do recurso na 5ª Turma do STJ, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, afirmou
que: "Ainda que se considere necessária a representação, entendo que esta prescinde de
maiores formalidades, bastando que a ofendida demonstre o interesse na apuração do
fato delituoso". Segundo ele, esse interesse "é evidenciado pelo registro da ocorrência
na delegacia de polícia e a realização de exame de lesão corporal".

O ministro expressou ressalvas quanto à tese vitoriosa na 3ª Seção, já que, para ele, a
lesão corporal no âmbito familiar é crime de ação pública incondicionada - que não
depende de representação da vítima para ser tocada pelo Ministério Público. Ele
sustentou seu voto em decisões anteriores do STJ, no mesmo sentido de que não há uma
forma rígida preestabelecida para a representação.
Sem dúvida, essa é uma grande vitória para as mulheres e também para a legislação de
nosso país. As mulheres, que por séculos foram deixadas de lado agora vão ter o seu
próprio código. Diga-se de passagem que essa lei ainda não está tão refinada, mas tem
muita gente trabalhando nela para servir de exemplo até para outros países (como é o
nosso Estatuto da Criança e do Adolescente, considerado um modelo no mundo inteiro).
Só para você ficar sabendo, as duas últimas novidades são, uma com relação ao namoro
(pois que também é uma relação de afeto, portanto sujeito às penas dessa lei); a outra
novidade é para incluir no artigo 23, que trata das medidas de urgência que protegem a
mulher vítima de violência, a concessão de auxílio financeiro no primeiro trimestre em
que estiver sob programa oficial ou comunitário.

Portanto, parabenizo a vocês, mulheres, por mais essa vitória rumo à igualdade,
proteção e direitos. Que o “Código das Mulheres” seja equilibrado e eficaz no agir, e
justo na medida de punir.

Clóvis Charlanti

Se você ainda não conhece o conteúdo da Lei Maria da Penha também deseja ver esse
artigo na íntegra, por favor visite:

http://sopeticoes.blogspot.com/2010/10/outra-vitoria-para-as-mulheres.html

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