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‘eae VERJ uto de Psicol Nacleo Chopnae m(maye)-9% Psicologia Social Articulando saberes e fazeres 00d.221956 Reg.413109 AUTENTICA 2007 COPYRIGHT © 2007 BY OS AUTORES CONSELHO CONSULTIVO Anténio da Costa Ciampa — PUC-SP; Helerina Aparecida Novo - FBV-IMIP; Lucia Rabello de Castra ~ UFRJ; Maria das Gracas Corréa Jacques ~ UFRGS; Maria Juracy Ima Lino Gomes FMG REVISAO Lavinia Lobato Valadares Vera Lucia de Simoni Castro capa Patricia De Michelis sobre imagem Scol22, da stock.xchng EDITORAGAO ELETRONICA Conrado Esteves Todos os direitos reservados pele Auténtica Editora. Nenhuma parte desta publicacao poderd ser reproduida, seja por meios mecdnicos, eletrénicos, seja via copia xerogréfica sem a avtorizaglo prévie da editora, BELO HORIZONTE Rua Aimorés, 981, 8° andar . Funcionarios 30140-071 . Belo Horizonte . 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Mayorga, Claudia. lPrado, Marco Aurélio Maximo, W.Titulo CDU 3166 Ficha catalogrifica elaborada por Rinaldo de Moura Faria - CRB6-1006 Sumario Prefacio Maritza Montero Apresentacao Claudia Mayorga e Marco Aurélio Maximo Prado Parte | — INTERLOCUCOES HISTORICO-CONCEITUAIS, EM UM CAMPO DE FRONTEIRAS Notas sobre psicologia social e politica no Brasil Odair Sass O estatuto da psicologia social - Contribuicdes da historia da psicologia social Ana Maria Jacé-Vilela A formacao em psicologia social Maria Ignez Costa Moreira Revisitando a Pedagogia do oprimido: contribuigées a psicologia social comunitaria Claudia Mayorga Entre o grisea cao: limites da teoria e da praxis ante a ideologia afirmativa do existente Kety Franciscatti Fronteiras negadas: contribuigées da psicologia politica para a compreensao das acées politicas Marco Aurélio Maximo Prado ‘Minorias; reconhecimento ea fronteirizacao de saberes e experiéncias militantes Cristiano Rodrigues Género — um conceito em movimento M6nica Bara Maia 63 81 99 113 133 A Psicologia frente as politicas publicas Marcia Mansur Saadallah Percebe-se que, especialmente nos tiltimos anos, a atengao & atuagio da Psicologia tem se voltado de uma forma muito importante para as politi- cas piblicas. Esse movimento é resultante de transformagées ¢ avangos vividos por essa profissdo nas tiltimas décadas, De uma atuagao tradicional, ligada principalmente a questdes que envolviam o Ambito privado, pessoal, subjetivo, intimo, atualmente a Psicologia tem se interessado por uma visio mais ampla do sujeito e de sua relagiio com 0 contexto social; levando em conta os processos coletivos, a interagdo do individuo no espago piblico, ‘os desafios de lidar com o diferente, com as diversidades, além de diversas outras questdes relacionadas ao ambito puiblico. Em estudos realizados pelo Conselho Federal de Psicologia em 1988 e 2001, citados por Yamamoto (2003), percebe-se claramente que a inser- go do psicdlogo no campo das politicas puiblicas vem se intensificando nos liltimos anos. Verifica-se que a atividade clinica tradicional, principal érea de atuagdo dos psicdlogos, jé nfo é a Gnica com presenga expressiva entre os profissionais, embora ainda seja a predominante.' Gradativamente, a pre- senga da Psicologia vem se consolidando no campo das politicas piblicas, especialmente das politicas sociais, a partir das respostas as novas deman- das colocadas pela sociedade. 2 De acordo com a pesquisa do CFP, em 1988, 55,3% dos psicélogos atuavam na érea clfnica. Em 2001 este ntimero sobe para 54,9%, embora se perceba significativa expansio da cober- tura da atengao psicolégica a camadas mais amplas da populagdo nas outras éreas de atuagdo da psicologia (YAMAMOTO, 2003). Este artigo pretende contribuir com as reflexes sobre esse novo lugar da psicologia na sociedade, apresentando algumas questées, articulagdes & possibilidades de atuagiio da psicologia junto as politicas publicas no contexto brasileiro. Para isso, inicialmente serao apresentados os conceitos de politicas ptiblicas e sociais, refletindo sobre sua situacdo no contexto neoliberal. Em seguida, destacaremos a importincia da atuago da psicologia nas politicas publicas, com base em referenciais da psicologia social critica. Perceberemos também como este novo lugar exige uma formagio espectfica e atualizada do profissional, possibilitando uma atuagio coerente com a realidade a ser traba- Thada. Serdo levantadas e discutidas ainda possibilidades de intervengao da psicologia no campo das politicas ptiblicas. Este texto parte também da idéia de que ha um “chamado” para um posicionamento da Psicologia perante o contexto social brasileiro. Entendemos que esse posicionamento passa por duas vias importantes: a primeira esté rela- cionada & representagdo institucional da Psicologia, vista conquanto “ciéncia particular que se compromete socialmente, representante de um corpo articula- do de conhecimento” (Martinez, 2003, p.144); j4 a segunda diz respeito as agdes e intervengdes junto a realidade social, realizadas por psic6logos que acre- ditam na promogao de mudangas que levem a uma maior eqilidade social. Ava- liamos que esta convocacao tem sido respondida através de ambas as formas. A participagdo institucional da Psicologia tem sido percebida em diversos momen- tos, como nos posicionamentos claros a favor da transformagao social assumi- dos por entidades representativas da Psicologia como os Conselhos Regionais ¢ Conselho Federal de Psicologia, a Associagio Brasileira de Ensino da Psicologia (ABEP), a Associagao Brasileira de psicologia social (ABRAPSO), entre outras; nos eventos promovidos por essas entidades; na criagdo do Centro de Referén- ciaem Polfticas Ptiblicas, vinculados aos Conselhos Regionais de Psicologia; na patticipacdio da Psicologia e dos psicélogos em espacos institucionalizados de defesa de direitos humanos ligados a infancia e 4 juventude, satide mental, edu- cago, terceira idade, pessoas com necessidades especiais, entre outros. Quanto participagdo da Psicologia conquanto pritica de intervengio psicossocial, existem indmeras experiéncias de profissionais que véem construindo, no cotidiano de suas agdes e também nas pesquisas sobre o tema, novas formas de atuacdo junto as politicas ptiblicas. Tais experiéncias colocam em evidéncia a necessidade cada vez mais urgente da atuagdo da psicologia neste contexto, que sero discutidas no decorrer deste trabalho. Politicas publicas e polfticas sociais no contexto neoliberal Para refletirmos sobre o lugar da psicologia nas politicas publicas, va- mos nos remeter ao seu conceito. A construgao do conceito de politica parte 160 do pressuposto de que os homens sao diferentes entre si, mas precisam uns dos outros para viver. Cria-se a partir desse fato um conflito: conciliar inte- resses e diferencas individuais com as necessidades da vida em sociedade, os interesses publicos. “O objetivo da politica é, assim, o de processar as diferen- as entre as pessoas e possibilitar uma vida em comum” (Rocua, 2001, p. 8).O Estado, como representante da politica, faz isso por meio das politicas ptibli- cas. Assim, podemos dizer que politicas piblicas sio decisées governamen- tais projetadas para atacar problemas que atingem a vida em comum (RocHa, 2001). Jé as politicas sociais podem ser definidas como uma modalidade das politicas puiblicas destinadas a garantir as condigdes basicas de sobrevivéncia A populagdo, ou seja, os minimos sociais. Outras modalidades de politicas publicas so as politicas econdmicas e as urbanas. Essas trés modalidades devem estar integradas e articuladas em suas agdes. No Brasil, a Constituigao Federal de 1988 reconhece, incorpora ¢ assegura legalmente os direitos soci- ais a todo cidadio brasileiro e responsabiliza 0 Estado (e em alguns casos também a sociedade) por garantir seu acesso 4 populagao, de forma universal, mediante as politicas sociais. As mudangas constitucionais expressam em suas diretrizes a idéia de que as politicas sociais devem ter primazia sobre as politicas econémicas. Isso significa que o investimento publico deve ser feito diretamen- te, de forma prioritéria, nas politicas sociais. A Lei Organica da Assisténcia Social (LOAS) - Lei federal 8742/93 — por exemplo, traz no art. 4° que a assisténcia social ter4 como primeiro principio, a “supremacia do atendimento as necessidades sociais sobre as exigéncias de rentabilidade econémica” (LOAS, 1993). O direito a satide de forma universal também € garantido no art. 196 da Constituigao de 88. Varios outros direitos sociais foram também garantidos nessas mudangas, como o acesso universal 4 educagiio, & cultura, ao esporte € ao lazer, ao saneamento bésico, entre outros. Entretanto, apesar de todas essas garantias legais, 0 que se percebe no Brasil (¢ também na maioria dos patses capitalistas) € que, na pratica, as politicas sociais esto sempre em segundo plano. A concentragao de riqueza e distribuigdo desigual e injusta dos bens materiais e simbélicos no Brasil tem impedido grande parte de sua populacio de ter acesso aos servigos sociais basicos. A proposta neoliberal, implantada na Inglaterra e nos EUA no inicio da década de 1980 e imposta de forma definitiva no Brasil a partir da década de 1990, acelerou 0 processo de exclusio, acentuando de forma desastrosa a desigualdade social entre a populagao brasileira. O neoliberalismo atingiu um grau de dominagao e hegemonia t&o grande que influenciou as relagGes sociais, ‘politicas € €condmicas do mundo ‘inteiro. Portanto, qualquer reflexao sobre” politicas ptiblicas precisa levar em conta os preceitos e as ideologias impostas por esse modelo. Apesar de o neoliberalismo sé ter sido implantado como modelo eco- némico nas décadas de 1970 e 1980, suas bases comegaram a ser criadas 161 sem antes, logo apés a Il Guerra Mundial. Nesse momento, a Europa estava implantando 0 Welfare State, ou Estado de Bem Estar, também conhecido somo Keynesianismo. Tal modelo consistia, em linhas gerais, em um pacto entre trabalhadores e burguesia, com 0 objetivo de viabilizar 0 capitalismo, por meio do financiamento de politicas para oferecer melhores condig@es de vida para a populagio. Seu criador, o economista inglés Keynes, propunha a jntervengdo do Estado na regulagao da economia. Nessa proposta, 0 Estado teria a funcdo de minimizar as disfuncionalidades do 6 = mia como no aspecto social. Varios paises, principalmente da Europa, adota- ram o Estado do Bem-Estar, que, bem ou mal, previa o desenvolvimento de politicas sociais.* Nesse momento, as jdéias neoliberais surgem como “uma reacio teérica e politica veemente contra 0 Estado intervencionista e de bem- estar” (ANDERSON, 1995, p. 9). J em 1944 0 economista austrfaco Friedrich Von Hayek construiu os primeiros argumentos contra o Estado gestor da eco- nomia. A partir da grande crise do modelo econémico do pés-guerra, em 1973, suas idéias neoliberais passaram a ganhar terreno, inicialmente na Euro- pae na América do Norte e, posteriormente, em todos os paises capitalistas do mundo. Isso acontece quando todo o mundo capitalista avangado caiu numa longa e profunda recessao, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflagdo. As raizes da crise, afirmavam Hayek e seus companheiros, “estavam localizadas no poder excessivo € ne- fasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do movimento operario, que havia corroido as bases de acumulagdo capitalista com suas presses reivindi- cativas sobre os salérios e com sua pressao parasitéria para que o Estado ‘aumentasse cada vez mais os gastos sociais” (Anperson, 1995, p. 10). Esses dois processos destrufram os niveis necessdrios de lucros das empresas € desencadearam processos inflacionarios que culminaram em uma crise gene- ralizada das economias de mercado. remédio, ento, era claro: manter um estado forte, sim, em sua capacida- de de romper © poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas parco ‘em todos os gastos sociais ¢ nas intervengdes econdmicas. A estabilidade monetiria deveria ser a meta suprema de qualquer governo. Para isso seria necesséria uma disciplina orgamentéria, como as contengdes dos gastos com bem-estar, ¢ a restauragao das taxas “naturais” de desemprego, ou sea, a criagdo de um exéreito de reserva de trabalho para quebrar os sindicatos (AnpeRson, 1995, p. 11) Outro grande defensor do neoliberalismo foi Milton Friedman, um dos mais destacados economistas do século XX e um dos mais influentes teéricos » Para o aprofundamento das questoes referentes ao Welfare State, ver Draibe (1990), Esping- ‘Andersen (1995), Habermas (1987), Offe (1984), Przeworski (1986), entre muitos outros. 162 do liberalismo econémico e defensor do capitalismo laissez-faire e do funda- mentalismo de livre mercado. A visio neoliberal percebe as politicas sociais como gastos, enquanto deveriam ser concebidas como investimentos sociais. Segundo os neoliberais, 08 investimentos puiblicos devem ser direcionados para as politicas econdmi- cas, que representam a parte dinamica da sociedade. Para eles, os investimen- tos baseados em critérios lucrativos irrigam, com seus capitais, a sociedade como um todo, gerando desenvolvimento e prosperidade para todos. As poli- ticas sociais so vistas como intromissao do Estado na liberdade econémica dos empreendedores privados. Dessa maneira, as agdes estatais sio prioriza- das de acordo com critérios relacionados & sua viabilidade econdmica, ou seja, pela sua capacidade de retorno financeiro, ¢ nio pela relevancia social. Para os neoliberais, ao investir-se nos ricos, os pobres estariam naturalmente sendo atingidos. Assim, ‘Argumentavam que de sua prosperidade dependia o bem estar do restante da sociedade: quanto mais recursos tivessem os ticos, mais investimentos fariam ¢ melhores condigSes teria a sociedade. A isso o economista John Kenneth Galbraith chamou ironicamente de teoria do Cavalo: se for dada racio suficiente 20 cavalo, parte dela terminard na estrada para os pardais. (Roca, 2001, p. 22) Entretanto, observa-se que esse crescimento econdmico nao tem atin- gido e beneficiado a populacdo excluida. Percebe-se, na visio neoliberal, uma tendéncia a se identificar desenvolvimento e crescimento econdmico. Mas podemos dizer que a politica econdmica, utilizada apenas como fim, néo traz desenvolvimento. Entendemos que as politicas econémicas so essenciais para qualquer projeto de nacdo, j4 que € ela que trard recursos para serem distribu- {dos ¢ utilizados nas politicas sociais. Entretanto, podemos dizer que 0 cresci- mento econdmico é instrumento — mesmo sendo instrumento indispensavel —e que o “social” é a finalidade. O crescimento econdémico, por si sé, nao atinge a mudanga de que o pobre, que est excluido dos direitos sociais, precisa. Para que de fato ocorra a diminuigo da pobreza e da desigualdade social, sio necessérias politicas sociais especificas que garantam & popula- ¢&o excluida 0 acesso aos direitos sociais basicos ¢ a elevacao de sua quali- dade de vida, que Ihe permitirdo, af, sim, ter oportunidades iguais de acesso a empregos disputados por outras classes sociais, originados do mercado © das politicas econdmicas. Portanto, quando pensamos em politicas publicas sociais, devemos ter ‘em mente que essas 86 cumpriraio de fato seu objetivo quando realmente tive- rem como compromisso a diminuicdo da desigualdade social. Para isso, elas precisam ser redistributivas de renda e poder, além de proporcionar igualdade de oportunidades para todos. Demo (1998) sugere que as politicas sociais sigam 163 rs linhas gerais na sua execucio». Inicialmente devem ser desenvolvidas politicas assistenciais (e nao assistencialistas) para garantir os direitos basicos de sobrevi- véncia de setores da populago que néio possuem condigdes para a auto-sustenta- do. Blas devem ser utilizadas de forma emergencial, como um “pontapé” inicial no desenvolvimento das agées. Logo depois devem ser promovidas politicas socioeconémicas, voltadas para 0 enfrentamento da pobreza material da popu- lagi, Elas devem ter como carro-chefe em suas ages a geragiio de emprego € Fenda, Nessé Caso, 6 crescimentto"econémico"é instrumento;e"o"'social” fim: O que se diferencia substancialimente das politicas piblicas puramente econ6- micas, vistas acima, cujo crescirmento econémico passa a ser a finalidade tltima dessa politica, atingindo apenas: aqueles setores mais estiveis da sociedade. As politicas sociais dewem se preocupar com a inclusao produtiva de setores até entdo exclufdos des:sa drea. Se as agGes ficam restritas as politicas assistenciais, e ndo avangam para essa incluso, elas se tornam assistencialis- tas. As politicas sociais devem desenvolver ainda politicas participativas, vol- tadas para a emancipagio do sujeito, considerando que as politicas sociais “tem nos pobres nao 0 seu alvon, objeto, paciente, mas seu sujeito propriamen- te” (Demo, 200la, p. 7). Assim, é possivel trabalhar na “formagio do sujeito social, consciente e organizad@, capaz de definir seu destino e de compreen- der a pobreza politica como imjusti¢a social” (Demo, 2001b, p. 41). Lembra- mos ainda que, geralmente, a desigualdade social est associada apenas & desigualdade entre os ricos e ws pobres, ou seja, & desigualdade econdmica. Contudo, podemos entender e trabalhar também as desigualdades de direitos das mulheres, dos negros, dos homossexuais, das criangas e dos adolescen- tes, enfim, a desigualdade exiistente entre categorias e setores que detém 0 poder na sociedade, e aquelas que nao 0 tém e so “massacradas” por esse poder. Em um pais onde a des:igualdade impera nos mais diversos ambitos da sociedade, temos intimeras poossibilidades e oportunidades de trabalhar em pro] da sua redugao. A psicologia e as politicas sociais Um conceito importante no entendimento das politicas sociais € for- mulado por Pedro Demo: “S.40 propostas planejadas de enfrentamento das desigualdades sociais” (Demon, 2001b, p. 30). Desta forma, para que as polf- ticas sociais cumpram o seu papel de reduzir as desigualdades sociais ¢ esta- belecer uma realidade melhor do que a anterior, devem envolver as fases de formulagao (planejamento), gestio, execug’io, monitoramento ¢ avaliagio. A primeira vista, ¢ de forma ainda muito tradicional, identificamos a ago do psicdlogo voltada principalmvente para a execugio das politicas, ou seja, en- xergamos o trabalho da psicollogia na “ponta” da politica. Mas, se ampliarmos 164 nosso olhar, percebemos que a psicologia tem muito a dizer em todas as fases da politica publica. As agdes voltadas para o diagndstico de situagdes, realida- des e programas sociais, como também as pesquisas referentes a avaliagdo e a0 monitoramento das ages e politicas implantadas, tradicionalmente foram campos ligados as ciéncias sociais. Percebe-se, contudo, que a Psicologia tem se voltado para estes trabalhos, trazendo contribuigGes importantes, re- lacionadas principalmente as pesquisas qualitativas, no levantamento da realidade a ser trabalhada e na ayaliagao dos servigos e agGes. Outro lugar importante nas politicas piblicas, atualmente ocupado por muitos psic6logos, é aquele voltado para o planejamento das agdes. Esta participagio tem sido efetiva na construgdo de diretrizes, princfpios e agdes voltadas para a formulacio de politicas piblicas. Entretanto, a atuagao da psicologia nesses espagos pode ser realizada valendo-se duas visées: aquela mais tradicional, que trata o individuo de ma- neira descontextualizada, como se houvessem apenas processos universais envolvidos nas anillises, e outra que busca a génese dos fendmenos a serem modificados na realidade sdcio-histérica que os construiu (MacHADo, 2004). Na primeira visdo, a intervengdo do profissional implica uma prética normativa, reguladora e acomodativa, traduzida pelas intervengdes padrées, que geralmen- tereproduzem 0 modelo clfnico tradicional, descontextualizada da realidade social. Supomos que muitas vezes isso ocorre por ser esse 0 tinico modelo conhecido pelo psicélogo na sua formacio. Dessa maneira, ele tem a mesma atuagio, independentemente do contexto e das demandas e especificidades locais. Ja, de acordo com a segunda visio, a intervengdo aponta para praticas voltadas para a promogo dos sujeitos, a partir de sua pr6pria participagao e envolvimento nas ages realizadas, de acordo com o seu contexto, histéria e vivéncias, buscando a transformagio social. Entendemos que a concepeao da Psicologia nesta segunda visio se aproxima e articula com os princfpios de polfticas sociais aqui apresentadas, vistas como instrumento de transforma- do social. Essa concepgaio tem como fonte diversas teorias abarcadas sobre adenominagio de Psicologias Sociais Criticas. Podemos dizer que tais teorias se importam com a interacao dialética entre o social ¢ o individual. Tém em comum a critica as ideologias presentes na psicologia, como 0 sexismo, 0 etnocentrismo e 0 classismo, por exemplo, ¢ as priticas psicolégicas, especial- mente seus efeitos promotores de desigualdades. Dessa forma, defendem um posicionamento da psicologia a servigo das lutas contra injustigas, pobreza, violéncia e outros sofrimentos humanos relacionados ao sistema social. De- fendem ainda a luta pela garantia dos direitos humanos como parte do ‘trabalho da Psicologia. Segundo Spink e Spink (2005), essa corrente psicossocial en- tende que a ciéncia é uma pratica social humana e como tal € também ideol6é- gica, vé a linguagem como central na produgio de conhecimentos e a ciéncia como meio de transformagio social ou de manutengio da situagio vigente, 165 ‘compe com o paradigma positivista e valoriza métodos qualitativos de pesqui- ia e intervengio. Considerando as teorias acima expostas, acreditamos que a atengao da ysicologia deve se voltar para uma formacdo sempre atualizada de seus pro- ssionais, que os permitam atuar de forma coerente ¢ adequada nas mais liversas situagdes que a realidade apresenta, sejam elas situagGes tradicionais sejam dreas de desafios mais recentes. Acreditamos que 0 desafio na forma- }40 do psicélogo esté em pensar na formagdo mais ampla, que passe por questGes contemporfneas, e © prepare para 0 contexto e a realidade atual. Essa formagao deve prepar-lo também para produzir seu espago de trabalho nas mais diversas situagdes e espacos sociais, de uma forma inovadora e criati- va, com uma posi¢ao ativa em sua atuagao, tanto profissional como politica, em que as agdes sero pautadas pelo compromisso com a emancipagio social. Assim, podemos levantar uma série de pressupostos importantes a se- rem observados na pratica de um psicélogo comprometido com a transfor- magiio da sociedade, que refletiremos a seguir. Acreditamos que seu trabalho deva estar pautado sempre na perspecti- va da emancipagao do sujeito e na prevaléncia do coletivo sobre o individual. Suas atitudes e agdes devem passar por um trabalho que leve em conta o processo de conquista de direitos pela sociedade. E preciso construir com a populagao uma visio que a possibilite escapar da tutela do Estado, que sempre imperou na nossa sociedade, fazendo com que os individuos sejam expecta- dores e recebedores passivos de suas ages, ¢ © servico ptiblico seja visto como caridade governamental. Em uma nova vis4o, os sujeitos passam a ser vistos como agentes ativos desse processo. A emancipacdo social deve ser condigao necesséria para a conquista de direitos ptiblicos que nao privilegiem um grupo particular, mas sejam oferecidos de uma forma universal 4 popula- ¢ao que dela necessitar, sendo, portanto, equalizadora de oportunidades. Podemos pensar também na problemitica relativa ao combate da po- breza politica, entendida como a dificuldade hist6rica de o pobre superar a condigiio de objeto manipulado, para atingir a de sujeito consciente e organiza- do (Demo, 2001b). Para o autor, a pobreza politica se “retrata, entre outras coisas, na dificuldade de formagio de um povo capaz de gerir seu préprio destino e na dificuldade de institucionalizagdo da democracia” (Demo, 2001a, p. 10). Dessa forma, a falta de informagio, a educaco escassa ¢ neoliberal a que a populacio brasileira est submetida, a falta de cultura politica na nossa hist6ria, a falta de organizagdo da sociedade civil, so indicadores de pobreza politica, que devem ser enfrentados. Esse enfrentamento deve passar pelo privilegio na formulagao e execugio de politicas emancipatérias e participati- vas. Essas devem surgir em oposigao as politicas compensatérias, assistencialis- tas e residuais, que cofbem o processo de organizagio da sociedade. 166 O protagonismo social deve ser um pressuposto importante a ser in- centivado nas agées e princfpios dos psicélogos envolvidos com as politicas pablicas. E fundamental que seu trabalho esteja voltado para a formagao cida- di do sujeito. A psicologia pode contribuir, entre outras questes, com a ins- trumentalizagao desse sujeito na busca de uma melhor qualidade de vida. As- sim, 0 profissional deve ter como foco a formagiio sécio-politica e a participagio como estratégia de trabalho. Faz-se necessério trabalhar com a nogao de su- jeito social, ativo e transformador. As agdes do psicélogo devem estar pautadas no desenvolvimento de nogdes de igualdade, comunidade, solidariedade e cooperagaio. Em um con- texto em que a exclusdo, 0 preconceito, a competigao exacerbada € 0 consu- mismo tomam conta de nossa vida, o trabalho em sociedade de forma partici- pativa tora-se cada vez mais importante. Paradoxalmente, a mesma tendéncia que exige e incentiva 0 individualismo e a competig&o nos faz enxergar e valorizar as potencialidades do trabalho coletivo. Ele traz um contraponto im- portante a tendéncia naturalizante de se valorizar o individuo ao grupo, o ter ao ser, 0 repetir ao criar... Nesse sentido, torna-se fundamental a construgdio de relagdes democriticas, participativas e horizontais entre as pessoas. Entendemos que as reflexdes expostas acima podem servir como base, princfpios, como biissolas orientadoras nas ages de um profissional disposto a construir um percurso inovador diante das politicas pblicas. A seguir, le- vantaremos algumas possibilidades de intervengao do psicélogo nas politicas piblicas. A atuacio do psicélogo nas politicas puiblicas Para a realizagiio e implementacao dos principios e pressupostos discu- tidos acima, podemos propor uma atuagdo do psicélogo que estabelega algu- mas linhas de agao, que vio desde a caracterizagao de situagdes, diagnéstico de necessidades, até a avaliagao e aprimoramento de suas intervengdes. Como JA foi dito, sao muitas e diversas as possibilidades de atuagAo da psicologia nas politicas puiblicas, e em contextos de exclusao social. Algumas destas possibi- lidades so apresentadas a seguir: + Intervengdo: E a forma mais tradicional do trabalho do psicélogo, e _ uito importante também _no contexto social. Diz. respeito ao atendi- mento direto ao ptiblico. A intervencdo pode ser realizada por meio de varias estratégias, como oficinas, encontros, orientagdes, encami- nhamentos, entre outros e deve priorizar ages coletivas. O impor- tante do processo de intervengiio é trabalhar na perspectiva da aquisi- fo de competéncias e habilidades pessoais, sociais, politicas e técnicas 167 Para uma insereio positiva na sociedade Neste trabalho, 0 protago- nismo social e a construgao da autonomia dos Sujeitos atendidos de- vem ser valorizados. Nesse momento, oportunidades de construgao de Projetos de vida, de perspectiva de futuro, devem ser incentivadas, * Capacitagdo: Um trabalho de grande relevancia na pratica do psic6lo- 80 esti relacionado & capacitagio de atores sociais, visando a uma atuagao mais qualitativa na sociedade, Esses atores incluem educado- tes, agentes de satide, liderancas comunitérias, técnicos, entre ou- ‘tros; Entendemios qué & Formacao Social € politica da populagdo pode ser apontada como um caminho na busca de uma maior igualdade social. Em relagio 4 comunidade, percebemos a importncia de se formar novas liderangas, que Possibilitem a alternancia de poder, Per- cebemos como muitas pessoas nas comunidades, principalmente an- tigas liderangas, entendem a politica publica conquanto migica, be- nesse, concessio, € nio como conquista de direitos. Podemos dizer que ha uma “alienagdo enganosa” na relago dos politicos com a co- munidade. Dessa forma, eles so yistos como aqueles “caridosos”, que prestam favores & populacao. Um fato que nos chama a atengaio € como algumas liderangas comunitirias antigas (salvo muitas exce- ges) incorporam esta mesma postura ante a comunidade. Entendem © trabalho comunitério que realizam como tutela, favor. Assim, fazem tudo por “sua” comunidade, “carregam-na nas costas”, criando situa- g6es de dependéncia e acomodagio ante suas iniciativas. Essa crista- lizagao do poder em poucas pessoas dificulta o crescimento dos de- mais atores na comunidade. Diante disso, podemos trabalhar a formagao na perspectiva da construgao de caminhos de autogestao e auto-sus- tentagiio de grupos sociais. Fazem parte também das agGes de capaci- tagio a formagio visando a incluso produtiva, os trabalhos de gera- ¢4o de renda, economia solidaria, cooperativismo. + Articulagdo: Podemos entender que um dos Principais desafios dos nossos tempos est relacionado com a intolerancia dos sujeitos com © diferente — seja este diferente relacionado a ideais e valores, modo de vida, ragas, religides, etnias, entre outros, Enriquez (1994) nos alerta para os perigos do que ele, citando Freud, chama do “narcisis- mo das pequenas diferengas”. Para ele, a Procura do sujeito por pes- Soas com as quais se identifique, faz com que sejam formadas iden- tidades coletivas que podem levar muitas vezes A xenofobia, ao racismo, ao fanatismo. Ou seja, ao se identificarem e unirem a seus iguais, os sujeitos querem eliminar e oprimir aqueles que sejam dife- rentes. Como exemplo dessa questiio, percebemos 0 quanto a socieda- de incorpora e inclui aqueles ditos “normais”, e exclui aqueles con- siderados “diferentes”, mediante a institucionalizagao dos loucos, 168 colocando os “velhos” em asilos, os adolescentes nas cadeias, os “deficientes” em escolas especiais... e os pobres nas favelas, A mar- gem da sociedade. Infelizmente, essa dificuldade em lidar com 0 dife- rente € muitas vezes reproduzida também dentro das favelas. Diante de tantas diferencas, trabalhar questdes relacionadas a articulagdo entre setores diversos em nossa sociedade, entre atores diferentes, pode contribuir com as nogées de rede, complementaridade e intersetoria- lidade. E importante que a valorizagdo do diferente como possibilida- de de enriquecimento do trabalho seja incorporada nas ages e dis- cussdes com a populagao. Assim, o trabalho de articulagiio, no qual se trabalhem questées relacionadas com a vida em grupos, com as telagGes de poder e solidariedade, com as diferengas, deve ser incen- tivado. Podemos conceber também o trabalho de articulagio como um instrumento para o fortalecimento dos atores da sociedade civil. A articulagao pode contribuir para que eles ocupem lugares de um cida- dao ativo, participante da vida social e politica do Pais. Informagao e comunicagdo: Podemos entender que, no contexto em que vivemos, a informagio se torna um rico instrumento na diminui- gao das vulnerabilidades sociais. Sabemos que quem detém informa- ¢&o detém o poder. Assim, qualquer ago articulada as politicas pabli- cas e a redugdo das desigualdades sociais deve ter entre suas metas a produ e circulacaio de informagdes. Tal informagiio pode ser desen- volvida pela formulago de diagnésticos, pesquisas e coletas de infor- magOes (quantitativas e qualitativas), que servirdo como base para qual- quer discussdo a respeito da realidade social, Inclufmos nestas informagdes 0 mapeamento de programas ¢ servigos oferecidos & po- pulacdo; as informagdes sobre direitos sociais garantidos aos cidadaios; © levantamento dos direitos nao respeitados em uma determinada situa- o, assim como a garantia de acesso a outras informagdes que a socie- dade julgue importantes. Ainda dentro das ages voltadas para a infor- magao e a comunicagao, podemos construir, em conjunto com a populagao, o resgate da histéria da comunidade, dos grupos e entida- des... Também pode ser trabalhado o resgate da identidade e cultura locais, fortalecendo a auto-estima, o sentimento de pertencimento da populacao a uma determinada regio, fortalecendo ¢ articulando a co- munidade. Além disso, 0 conhecimento da realidade com a qual se est4 trabalhando é fundamental para as demais propostas aqui citadas. Consideragées finais Este artigo se propés a levantar questées e reflexdes acerca do lugar da psicologia nas politicas piiblicas, Nesse sentido, percebemos que, para 169 cumprir esse papel, se torna fundamental uma formagao adequada e coerente com a proposta de transformacao social. Esta formagao deve passar por uma consciéncia ética e postura critica ante as questées sociais e politicas. Nao podemos perder de vista que muitas sao as armadilhas e os convites para que 6 psicélogo ocupe © lugar do “saber” em seu trabalho. Ele € convidado muitas vezes para esse lugar, quando requisitam dele respostas prontas ¢ solugdes para seus problemas; quando Ihe é demandado fazer diagnésticos ou interpre- icologi * em relagao aos problemas sociais; quando Ihe exi- gem um trabalho de “acomodacao” e “ajustamento” da sociedade ou de indi- viduos a um modelo ideal... Uma forma de recusar esse lugar passa pela reflexdio constante de suas agdes, mediante avaliagdes de seu préprio fazer. Nesse sentido, deve-se perguntar sempre: a quem a psicologia esti servindo naquele contexto? Assim, podemos ter uma posicao critica e politica a favor dos exclufdos na busca da igualdade social. De acordo com Contini, em seu artigo sobre as contribuigdes da psicologia na construgiio de politicas publi- cas, “nao existe uma agdo neutra, As agGes so mediadas pelas questoes éticas ¢ politicas, inseridas no contexto contraditério das relagdes sociais” (Contin, 2003, p. 308). Dessa forma, o psicslogo deve avangar coletivamente na bus- cada democracia, da igualdade, da cidadania. ‘A coeréncia entre suas agdes, seu modo de trabalhar e respeitar as diferencas, e sua intervengdo na comunidade deve ser levada em consideragio no trabalho do psic6logo nas politicas publicas. Assim, trabalhar no cotidiano social dos sujeitos e atores envolvidos na politica torna-se fundamental. Outro fator importante relativo & formagdo € atuacko do psicdlogo é o didlogo entre teoria pritica. Nao € possfvel que as diretrizes e decisdes politi- cas sejam formuladas em gabinetes e secretarias, sem se levar em consideragao ‘a realidade e 0 contexto social, como também sem envolver os atores sociais. Um tiltimo ponto a ser ressaltado no trabalho do psicélogo e na sua formagiio esta relacionado ao trabalho interdisciplinar. Podemos pensar na incompletude da psicologia e na impossibilidade de essa ciéncia dar conta de trabalhar isoladamente com toda a complexidade humana e social a que esta- mos submetidos. Da mesma forma que a énfase do trabalho do psicélogo deve estar voltada para a formagio integral do sujeito, torna-se importante trabalhar esta “totalidade da atividade humana” (Contin, 2003) de maneira articulada e complementar com outros saberes, como as ciéncias sociais, comunicagio, economia, administragdo, sistema de informagées, odontolo- gia, direito, entre outros, sempre articuladas com o saber popular. Esperamos que essas reflexes possam ampliar ¢ levantar algumas ques- tées sobre a formagio e a atuagdo do psicélogo, que se constituem em desa- fios que precisam ser debatidos, nao s6 por nés, psicélogos, mas também com a contribuigao de outros profissionais comprometidos com a transfor- magiio da sociedade. 170 Referéncias ANDERSON, P. Balango do neoliberalismo. In: SADER, E.; GENTILI, P. (Orgs). Pés- neoliberalismo: as politicas sociais e 0 estado democrdtico. Sio Paulo: Paz ¢ Terra, 1995, p. 9-23. BOCK, A. M. (Org.). 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