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SEMINÁRIO

MOBILIDADE
URBANA

TARIFA DO TRANSPORTE PÚBLICO


COMO POLÍTICA PÚBLICA

Joinville, maio de 2012


TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

Tarifa ou preço da passagem

Valor desembolsado pelo passageiro para adquirir o direito de ser transportado.


Objetivo: gerar receita que possa garantir uma prestação adequada do serviço
oferecido e também o equilíbrio econômico e financeiro da operadora.

Lei nº 8.987/1995 - Serviço adequado


É o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Contribuir :
• redução do congestionamento e impacto ambiental do tráfego viário
• adequada ocupação do solo
• coordenação eficiente entre os modos de transporte público
• redução da pobreza
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

Composição de preços, receitas extratarifárias


Formas de tarifação
Medidas para redução da tarifa

• onde se quer chegar


• forma como e quando será calculada a tarifa
• como será aplicada
• formas de pagamento
POLÍTICAS PÚBLICAS
• mecanismos de controle

POLÍTICA DE TRANSPORTES

POLÍTICA TARIFÁRIA
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

A INCLUSÃO SOCIAL PELO TRANSPORTE PÚBLICO


As camadas sociais de baixo poder aquisitivo formam o maior contingente dos
que tornam o transporte público um tema extremamente urgente nos dias atuais.

POBREZA
• renda e o consumo insuficientes
• não atendimento de necessidades básicas – educação, saúde, nutrição, moradia
• insegurança e risco

EXCLUSÃO SOCIAL
• envolve a condição de pobreza
• traz implícita a problemática da desigualdade

Os excluídos só o são pelo fato de estarem privados de algo


que os outros (os incluídos) usufruem.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

• falta de capacidade aquisitiva


POBREZA
• distribuição desigual dos recursos

• tem relação com os direitos civis, políticos e sociais


• inclui a participação social inadequada, a falta de
integração social e de poder
EXCLUSÃO
SOCIAL • falta de acesso aos serviços sociais (saúde e educação)
• falta de acesso ao mercado de trabalho
• falta de oportunidade de participação social maior
grau de criminalidade, delinquência
• falta de moradia

TRANSPORTE
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

SEGREGAÇÃO URBANA
Efeitos da exclusão (+ resultados negativos do planejamento urbano) sobre o ambiente
urbano:
• formação de favelas, cortiços, loteamentos clandestinos
• outros processos informais de ocupação e uso do solo

divisão espacial da cidade

porção pobre porção rica

A segregação urbana não é apenas um efeito da exclusão e da


falta de planejamento, ela própria faz parte da exclusão social
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

fomenta o
imprescindível para a
TRANSPORTE desenvolvimento
redução da pobreza
econômico

Como complemento e apoio a intervenções:


• que tenham a finalidade de reduzir a pobreza
• que sejam dirigidas à participação dos pobres nos processos sociais e
políticos

Essas qualidades do sistema de transportes (passageiros) podem ser


melhor visualizadas e compreendidas se observadas sob a ótica da
mobilidade e da acessibilidade.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

facilidade de deslocamento

possibilidade dos indivíduos alcançarem os


destinos desejados

RENDA

TARIFA
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

FORMAS USUAIS DE REDUÇÃO DO VALOR DA TARIFA

RECEITAS EXTRATARIFÁRIAS EXTERNAS AO SISTEMA

Subsídio direto
• injetadas diretamente pelo Governo
• injetadas por outras camadas da sociedade:
– contribuição dos empregadores - taxa sobre o faturamento das empresas em geral
– taxa sobre os combustíveis
– taxa sobre a propriedade de imóveis ou taxa de transporte (cobrada sobre os
valores devidos do IPTU ou do consumo de energia elétrica)

Essa modalidade de financiamento pode incentivar a ineficiência, mas permite a


manutenção de serviços antieconômicos de natureza social.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

FORMAS USUAIS DE REDUÇÃO DO VALOR DA TARIFA

RECEITAS EXTRATARIFÁRIAS EXTERNAS AO SISTEMA

Subsídio indireto
• incentivo fiscal para a aquisição de veículos - isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI)
• isenção ou redução do Imposto sobre Serviços (ISS)
• fornecimento de combustível com preço menor que o praticado no mercado

Como esses itens são componentes do cálculo tarifário, o subsídio aparece


diretamente na determinação do custo por quilômetro.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

FORMAS USUAIS DE REDUÇÃO DO VALOR DA TARIFA

RECEITAS EXTRATARIFÁRIAS EXTERNAS AO SISTEMA

Subsídio direto ao usuário


• vale-transporte - em que o desembolso máximo na aquisição de 50 passes mensais
deve ser igual ou inferior a 6% do seu salário-base; a diferença é coberta pelo
empregador, que em contrapartida recebe incentivos fiscais do Governo Federal

Envolvem mais especificamente os automóveis particulares.


Receitas provenientes:
• da exploração de estacionamentos públicos
• de multas por infrações de trânsito
• do recolhimento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

FORMAS USUAIS DE REDUÇÃO DO VALOR DA TARIFA

RECEITAS EXTRATARIFÁRIAS INTERNAS AO SISTEMA

• Transporte seletivo ou executivo - estabelecimento de tarifa superior ao


custo por passageiro, repassando a diferença para o transporte coletivo
convencional.

• Contratos de propagandas colocadas nos veículos e nos abrigos nos


pontos de parada de ônibus.

• Aluguéis de lojas em terminais de integração, deduzidas as despesas de


manutenção e conservação dos mesmos.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

MODELOS DE TARIFAÇÃO

A tarifa pode ser:


• por quilômetro (ou quilométrica) – calculada pela extensão da linha ou
fragmentada por trechos (individualmente ou para um conjunto de linhas)
• única - para um grupo de linhas ou para todo o sistema
• social - adota-se um valor inferior, repassando-se o déficit para os demais
passageiros
• por deslocamento
• econômica ou temporal - valor inferior à tarifa normal apenas nos horários
de vale
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

MECANISMOS DE CONTROLE

• bilhetagem eletrônica
• aparelhamento do órgão gestor
• fiscalização
• participação social (transparência e informação)

Inibe a evasão de receitas.

Possibilita a obtenção de dados confiáveis para o planejamento


do sistema.
TARIFA COMO POLÍTICA PÚBLICA

SUBSÍDIO DIRECIONADO
Gratuidade ou descontos para grupos em desvantagens:
• idosos
• pessoas com deficiência
• doentes renais crônicos em tratamento de hemodiálise
• crianças com câncer
• crianças com até 5 anos de idade
• estudantes

• agentes de inspeção do Ministério do Trabalho


• oficiais de justiça
• carteiros
• policiais militares
• vendedores ambulantes
POLÍTICA NACIONAL DA MOBILIDADE URBANA

Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012

Estabelece diretrizes para a política tarifária:


• promoção da equidade no acesso aos serviços
• melhoria da eficiência e da eficácia na prestação dos serviços
• ser instrumento da política de ocupação equilibrada da cidade
• contribuição dos beneficiários diretos e indiretos para custeio da operação dos serviços
• simplicidade na compreensão, transparência da estrutura tarifária e publicidade do
processo de revisão
• modicidade da tarifa para o usuário
• integração física, tarifária e operacional dos modos e redes de transporte público e
privado nas cidades
POLÍTICA NACIONAL DA MOBILIDADE URBANA

Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012

Os Municípios deverão divulgar os impactos dos benefícios tarifários concedidos no


valor das tarifas.

No caso de adoção de subsídio tarifário, o deficit originado deverá ser coberto por
receitas extratarifárias, receitas alternativas, subsídios orçamentários, subsídios cruzados
intrassetoriais e intersetoriais provenientes de outras categorias de beneficiários dos
serviços de transporte, dentre outras fontes, instituídos pelo poder público delegante.

Na ocorrência de superavit tarifário proveniente de receita adicional originada em


determinados serviços delegados, a receita deverá ser revertida para o próprio Sistema
de Mobilidade Urbana.
POLÍTICA NACIONAL DA MOBILIDADE URBANA

Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012

As revisões ordinárias das tarifas deverão incorporar:


• parcela das receitas alternativas em favor da modicidade da tarifa ao usuário
• índice de transferência de parcela dos ganhos de eficiência e produtividade das
empresas aos usuários

O operador do serviço poderá realizar descontos nas tarifas ao usuário, inclusive de


caráter sazonal, sem que isso possa gerar direito à revisão da tarifa remuneração.

A contratação dos serviços será precedida de licitação e deverá identificar eventuais


fontes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados,
bem como da parcela destinada à modicidade tarifária.
ELIANA BITTENCOURT

LABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

eliana.labtrans@gmail.com
(48) 3235-3165

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