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O • Identificar os conceitos e princípios fundamentais sobre o

B
ABORDAGEM BIOLÓGICA, processo de envelhecimento.
J
PSICOLÓGICA, SOCIAL E • Identificar problemas de saúde mais comuns no idoso e
E
COGNITIVA DO
C suas consequências.
ENVELHECIMENTO T • Identificar alterações na autonomia e funcionalidade e seu
I impacto na qualidade de vida do idoso.
Formadora: Ana Cardoso
Local: Centro Repouso Lazer Fonte Serrã V
• Identificar as redes sociais de apoio e os serviços de
O
institucionalização.
S
1 Maio 2016 2 Maio 2016

1. Envelhecimento 1. Envelhecimento
O envelhecimento corresponde a uma fase progressiva do ciclo
• O envelhecimento é um processo biológico, psicológico e
vital de qualquer organismo que sofra a influência do tempo.
irreversível, que só termina com a morte, mas vivido de
Representa um conjunto de alterações que ocorrem no nosso
formas diferentes. Cada pessoa reagirá segundo a sua
corpo, como consequência do tempo vivido.
relação global com o mundo.
“Envelhecer não significa necessariamente algo negativo. Muito • É, então, um processo contínuo, complexo e universal comum
pelo contrário, é um momento de transformação e de a todos os seres vivos nomeadamente ao homem.
aprendizagem das fases anteriores a novas descobertas”.
(Pinhel, 2011)

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1. Envelhecimento 1. Envelhecimento

O envelhecimento é um facto Dois tipos de envelhecimento:

inerente à vida humana, desta


 Normal: Que se refere ao envelhecimento e às suas alterações
forma, acontecerá a todos, sem
funcionais que não são resultado de doenças;
distinção de classe social, crença
ou ideologia política. Podemos
 Patológico: Que se refere aos efeitos da idade resultantes de
retardá-lo ou mascará-lo, mas
perturbações ambientais, mutações genéticas e acidentes da
nunca impedi-lo.
natureza;

5 Maio 2016 6 Maio 2016

1. Envelhecimento 1. Envelhecimento
A velhice é uma etapa da vida marcada pela longevidade, que O envelhecimento é um processo que não se reduz a perdas, mas
embora tenha o processo de envelhecimento como pano de antes a uma interação contínua entre fenómenos biológicos,
fundo, não se confunde com este. psicológicos e sociais, que provoca alterações no organismo à
medida que a idade cronológica aumenta. Pode dizer-se que não
Envelhecer não é ser idoso, é ir sendo
se envelhece da mesma forma, ao mesmo ritmo e pela mesma
mais velho dentro de um processo
idade cronológica. Embora o envelhecimento seja comum a todas
complexo de desenvolvimento entre o
as pessoas, revela características próprias da pessoa, consoante
momento em que nasce e o momento em
a estrutura biológica e de personalidade, em estreita interação
que morre, sendo inerente a todos os
Envelhecimento vs Velhice com o meio.
seres vivos.
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1. Envelhecimento 1. Envelhecimento
• Envelhecer é um processo natural que não é sinónimo de doença. • Além das alterações da componente física podem-se verificar
O envelhecimento bem sucedido implica a capacidade do idoso modificações nas reações emocionais do idoso, como o acumular
se adaptar às mudanças do meio ambiente, sendo a atividade de perdas e separações, solidão, isolamento e marginalização
física um fator importante, pois permite preservar a social.
funcionalidade e o sentimento de valor próprio. • As principais características de um envelhecimento emocional
• Distinguem-se, assim três parâmetros do envelhecimento bem- pautam-se pela vulnerabilidade à ansiedade e depressão,
sucedido: baixo risco de doenças ou incapacidades, sintomas hipocondríacos, autodepreciativos, de passividade,
funcionamento físico e mental elevado e interesse ativo pela vida. conservadorismo de caráter e de ideias, e acentuação de traços
obsessivos.
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1. Envelhecimento 1. Envelhecimento
Podemos considerar a morte como a maior das crises que o idoso
A velhice traz consigo a perspetiva de morte. A perda de amigos,
enfrenta. Na terceira idade as perdas aceleram-se, sendo que o
familiares e de pessoas de referência social reforça o carácter
tempo para a sua superação é significativamente menor. Pode
de finitude, o qual ganha maior incidência ao longo do processo
ocorrer, que o idoso se sinta incapacitado ou demasiado
de envelhecimento. Quando existe um acontecimento grave, que
fragilizado para enfrentar as perdas, instalando-se assim uma
envolva aspetos físicos, mentais e sociais, e que gera sofrimento, a
crise patológica.
morte passa a ser não só uma probabilidade como também uma
alternativa.

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1. Envelhecimento 1. Envelhecimento
O processo de envelhecimento apresenta três componentes: • Envelhecer é um processo dinâmico, inevitável e irreversível,
habitualmente lento e progressivo, mas individualizado, já que as
 Biológica: Que resulta da vulnerabilidade crescente e de uma
pessoas não envelhecem da mesma forma nem ao mesmo tempo.
maior probabilidade de morrer, a que se chama senescência;
• Desta forma, o ser saudável deixa de estar relacionado com a
 Social: Relativa aos papéis sociais apropriados às
idade cronológica e passa a ser entendido como a capacidade
expectativas da sociedade para esta faixa etária;
do organismo em responder às necessidades da vida quotidiana,
 Psicológica: Definida pela autorregulação do indivíduo no
assim como, a capacidade e a motivação física e psicológica
campo emocional e cognitivo, adaptando-se ao processo de
para continuar à procura de novas conquistas pessoais e
senescência e envelhecimento social.
familiares.
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2. Alterações Biológicas do Envelhecimento 2. Alterações Biológicas do Envelhecimento

• O envelhecimento físico é o processo de mudança do organismo, • Cada sistema tem o seu período de envelhecimento, sendo este
que com o tempo diminui a probabilidade de sobrevivência e gradual e heterogéneo. As alterações não se dão todas ao
reduz a capacidade fisiológica de auto-regulação, reparação e mesmo tempo, sendo umas mais evidentes e incidentes do que
a adaptação às exigências ambientais. outras. Seja qual for o mecanismo e o tempo de envelhecimento
• As modificações fisiológicas que se produzem no decurso do celular, este não atinge simultaneamente todas as células, tecidos,
envelhecimento resultam de um conjunto de interações entre os órgãos e sistemas.
vários fatores intrínsecos e extrínsecos e manifestam-se através de
mudanças estruturais e funcionais.

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2. Alterações Biológicas do Envelhecimento 2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento
•As alterações causadas pelo envelhecimento dependem de
• À medida que envelhecemos existem alterações fisiológicas que
factores externos como o estilo de vida, actividades e ambiente,
ocorrem neste processo. As alterações anatómicas e fisiológicas
e de factores internos como a bagagem genética e o estado de
ligadas à velhice iniciam-se muitos anos antes do aparecimento
saúde.
dos sinais externos.
• Várias destas alterações começam a manifestar-se
progressivamente a partir dos 40 anos e continuam até à morte.

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2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento

• Redução da massa magra, verificando-se simultaneamente o


aumento da quantidade de tecido adiposo;

• A altura reduz-se a partir dos 40 anos devido ao


encurtamento da coluna e ao aumento das curvaturas da
coluna (cifose) e, para manter o equilíbrio o idoso inclina-se
para a frente. Redução na estatura,
aproximadamente de 1 a 3
• Aumento do risco de obesidade e doenças crónicas;
cm por cada década

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2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento 2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento
• A pele torna-se menos espessa, enrugada, a elasticidade
• Diminuição do tamanho das fibras musculares;
diminui e descai nas mamas, face interna dos braços e coxas.
• Limitações funcionais nas atividades da vida diária;
• A pele torna-se mais seca por diminuição da atividade das
glândulas sudoríparas e sebáceas. • Redução da massa óssea;

• Os cabelos involuem a partir dos 50 anos e rareiam, tornam-se • Redução da cartilagem que cobre as extremidades ósseas

mais finos, menos densos e mais brancos. (que provoca a osteoporose, o aumento do risco de quedas, a
osteoartrite e a dor ao movimentar-se).
• As unhas tornam-se baças, quebradiças, perdem flexibilidade,
o crescimento mais lento, com estrias e ficam mais espessas;

21 Maio 2016 22 Maio 2016

2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento 2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento

• A cartilagem articular torna-se menos resistente e menos • As articulações tornam-se menos flexíveis e o tecido ósseo mais
estável sofrendo um processo degenerativo. frágil, podendo desencadear a osteoporose.
• Ocorre diminuição lenta e progressiva da massa muscular, os • Após os 35 anos, tanto homens como mulheres têm uma perda
músculos atrofiam, estando estas alterações associadas à óssea relacionada com a idade de 0,3-0,5% ao ano. Esta
atrofia das fibras e ao aumento da gordura no seu interior. perda pode aumentar cerca de 10 vezes na mulher após a
• As alterações no sistema osteoarticular provocam a perda do menopausa.
equilíbrio corporal do idoso, reduzindo a amplitude dos
movimentos e modificando a marcha.

23 Maio 2016 24 Maio 2016

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2.1. Alterações Estruturais do Envelhecimento 2.2. Alterações Funcionais do Envelhecimento

• Existe também a tendência de • O envelhecimento compreende uma série de alterações ao


aumentar de peso. A distribuição nível das funções orgânicas e mentais devido exclusivamente
da gordura corporal acentua-se aos efeitos da idade avançada sobre o organismo, o que
mais no tronco e menos nos limita o processo de manutenção do equilíbrio, originando um
membros. Dessa forma, a declínio gradual das capacidades funcionais.
gordura abdominal eleva o risco
para doenças metabólicas e
declínio de funções.

25 Maio 2016 26 Maio 2016

2.2. Alterações Funcionais do Envelhecimento 2.2. Alterações Funcionais do Envelhecimento

• Consequentemente, um organismo envelhecido, quando • O organismo envelhece como


submetido a situações de stress, poderá apresentar um todo, enquanto os seus
dificuldades em manter o seu equilíbrio e, desta forma, órgãos, tecidos, células e
manifestar uma sobrecarga funcional, a qual poderá culminar estruturas subcelulares têm um
em processos disfuncionais, uma vez que há o comprometimento envelhecimento diferenciado,
dos sistemas endócrino, nervoso e imunológico. sendo um fenómeno influenciado
pela hereditariedade.

27 Maio 2016 28 Maio 2016

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2.2.1. Sistema Cardiovascular 2.2.1. Sistema Cardiovascular

• O envelhecimento encontra-se associado a alterações • Verifica-se também uma redução do tempo de relaxamento e
estruturais cardíacas. de distensão do miocárdio, o aumento da pressão arterial e a

• No aparelho cardiovascular o volume do coração diminui redução do fluxo sanguíneo.

ligeiramente; aumenta a espessura das paredes e diminui a • As paredes do ventrículo esquerdo aumentam de espessura,
elasticidade do miocárdio (músculo do coração). ocorrendo o depósito de colagénio, da mesma forma que a
aorta se torna mais rígida.

29 Maio 2016 30 Maio 2016

2.2.1. Sistema Cardiovascular 2.2.2. Sistema Respiratório


• Nas artérias, ocorre o acumular de gordura (aterosclerose) e a • As alterações determinadas pelo envelhecimento afetam
perda de fibra elástica. Desta forma, a função cardiovascular desde os mecanismos de controlo até as estruturas pulmonares
fica prejudicada, diminui a resposta do aumento da frequência que participam no processo de respiração.
cardíaca ao esforço ou estímulo. • Os pulmões mostram igualmente um declínio gradual da
• Maior prevalência de hipertensão arterial sistólica isolada com capacidade respiratória que passa de 165 litros aos 25 anos
um maior risco de episódios cardiovasculares. para 75 litros aos 85 anos (Firmino, 2006).

31 Maio 2016 32 Maio 2016

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2.2.2. Sistema Respiratório 2.2.3. Sistema Renal e Urinário

• A musculatura da respiração • Recorrentemente ocorre uma diminuição da função renal em


enfraquece com o progredir da cerca de 50% das pessoas que atingem os 80 anos.
idade. Este processo ocorre devido • A atrofia da uretra e o enfraquecimento da musculatura
ao enfraquecimento dos músculos pélvica associados à perda de elasticidade uretral favorecem
bem como ao enrijecer da parede o aumento da frequência de incontinência urinária.
torácica, provocando um maior
grau de dificuldade em respirar.

33 Maio 2016 34 Maio 2016

2.2.3. Sistema Renal e Urinário 2.2.3. Sistema Renal e Urinário


• Desta forma, define-se a incontinência urinária como a • Ocorre a diminuição do tempo e da capacidade da bexiga
eliminação involuntária de urina, em local e momento armazenar a urina.
inadequado. Este problema aumenta com a idade, apesar do • Aumenta o resíduo vesical pós-micção e o esfíncter enfraquece
envelhecimento em si não ser causa de incontinência urinária. conduzindo a micções involuntárias/incontinência.
• Este problema é mais frequente nas mulheres do que nos • Verifica-se um ,aior risco de infeções urinárias (que aumentam
homens e afeta cerca de 30% dos idosos que vivem em também no sexo masculino);
comunidade e 50% dos idosos institucionalizados.
• No homem o aumento de próstata eleva riscos de infeção e
incontinência;

35 Maio 2016 36 Maio 2016

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2.2.4. Sistema Gastrointestinal 2.2.4. Sistema Gastrointestinal
• O sistema gastrointestinal, assim como outros sistemas, sofre • Redução na secreção da lípase e insulina pelo
modificações estruturais e funcionais com o envelhecimento. As pâncreas, diminuição da metabolização de
alterações ocorrem em todo o trajeto gastrintestinal. medicamentos pelo fígado, dificuldade de

• Ocorrem alterações na cavidade oral: perda do paladar, esvaziamento da vesícula biliar, diminuição da

perda de dentes por atrofia do maxilar e perda de massa absorção de lípidos no intestino delgado.

muscular dos músculos da mastigação. • No intestino, a eliminação intestinal altera-se devido

• Estas alterações podem reduzir a ingestão de alimentos e à perda de tónus muscular do esfíncter podendo

contribuir para perda de peso e desnutrição. suscitar incontinência fecal, fecalomas e obstipação.

37 Maio 2016 38 Maio 2016

2.2.5. Sistema Nervoso e Sensorial 2.2.5. Sistema Nervoso e Sensorial


• Verifica-se a redução do tecido cerebral (10% entre os 30 e • Durante o envelhecimento são várias as mudanças estruturais
90 anos), a diminuição de certas enzimas, recetores e que ocorrem ao nível do sistema nervoso, ocorre a diminuição
neurotransmissores. do volume do sistema nervoso central (perda de neurónios e
• O número de células cerebrais diminui e o peso do cérebro outras substâncias) e as fibras nervosas perdem a sua mielina
também diminui. – responsável pela velocidade de condução do estímulo
• As modificações que ocorrem ao nível do sistema nervoso nervoso.
levam à perda de memória a curto prazo, ao alongamento do
tempo de reacção e à lentificação dos movimentos.

39 Maio 2016 40 Maio 2016

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2.2.5. Sistema Nervoso e Sensorial 2.2.5. Sistema Nervoso e Sensorial
• Relativamente ao sistema sensorial, órgãos dos sentidos são • O sentido do paladar diminui com a idade bem como a
extremamente importantes, não só para a vida relacional do produção da saliva também diminui, contribuindo nesta fase
sujeito como também para dar qualidade à sua existência. para a diminuição do apetite e da sede.
• Quando a pessoa envelhece os 5 sentidos declinam, trazendo
maior prejuízo o campo da visão e da audição pois são os que
maior importância tem na adaptação à vida quotidiana e ao
nível relacional.

41 Maio 2016 42 Maio 2016

2.2.6. Sistema Endócrino e Metabólico 2.2.7. Sistema Imunitário


• Falhas na regulação da homeostasia; • Com o aumento da idade, desenvolvem-se, por vezes,

• Aumento dos níveis de insulina e redução da sensibilidade a patologias infeciosas e alguns tipos de cancros. Estes

insulina; problemas encontram-se, por vezes, associados à diminuição


gradual das funções do sistema imunológico.
• Redução dos níveis de testosterona;
• A deterioração da função imunitária associada ao processo de
• O mecanismo termorregulador deteriora-se principalmente a
envelhecimento contribui de forma importante para uma maior
partir dos 70 anos, pelo que podem sofrer de hipotermia.
mortalidade observada em adultos mais velhos, com maior
Verifica-se assim uma diminuição progressiva da capacidade de
incidência de infeções do sistema respiratório e urinário.
adaptação do organismo às modificações do meio ambiente.

43 Maio 2016 44 Maio 2016

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2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso
• O sono encontra-se estreitamente relacionado com a idade
cronológica das pessoas e apresenta mudanças significativas • O ser humano passa aproximadamente dois terços da sua

ao longo da vida. existência a dormir.

• Este carateriza-se por uma necessidade fisiológica, que tem • Um idoso dorme cerca de seis horas ou menos, o seu sono é em

como funções biológicas a restauração do organismo e a grande parte superficial, entrecortado, associado a múltiplos

conservação da energia, permitindo o equilíbrio físico e despertares.

emocional.

45 Maio 2016 46 Maio 2016

2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso


Dormir é indispensável para o equilíbrio do organismo, pelo que, a • À medida que se envelhece, o sono torna-se mais
má qualidade de sono dá origem a: fragmentado, com interrupções do tempo de sono, o que
• Aumento da ansiedade e da irritabilidade; provoca sonolência excessiva ao longo do dia e diminuição do

• Perda de memória e de reflexos; estado de alerta.

• Depressão e reações emocionais adversas; • Ocorre também uma diminuição da quantidade total de horas

• Desenvolvimento da obesidade e diabetes; de sono no período de 24 horas, devido à diminuição da


quantidade total de horas de sono (alteração do ritmo
• Diminuição do sistema imunitário;
biológico).
• Aumento de doenças respiratórias, alérgicas e cardiovasculares;

47 Maio 2016 48 Maio 2016

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2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso
No entanto, as perturbações do sono podem dever-se a outro tipo
• Mudanças sociais e fisiológicas do
de causas:
envelhecimento contribuem para a
alteração do padrão normal do • Problemas ou conflitos familiares;

sono, tais como: as mudanças no • Más notícias;

padrão social e familiar, a • Medicação com efeitos no padrão normal de sono;


diminuição do ciclo de amizades e • Falta ou excesso de alimentos ou líquidos à hora de deitar;
a inatividade física e profissional. • Ambiente com luz ou ruídos excessivos;

• Parceiro de quarto com hábitos de sono diferentes.


49 Maio 2016 50 Maio 2016

2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso


Em geral, a arquitetura do sono sofre as seguintes modificações No entanto, há soluções e fatores que favorecem um sono
com o envelhecimento: confortável e tranquilo, nomeadamente:
• O tempo total de sono durante a noite é reduzido, pois o sono • Comer ou beber algo ligeiro antes de deitar;
diurno é frequente e prolongado; • Gozar de ambiente calmo, escurecido, sem ruído, à
• Diminuição do sono profundo; temperatura adequada;
• Redução da duração total do sono; • Evitar assistir a programas violentos ou situações dramáticas;
• Maior número de transições de um estágio de sono para a • Ouvir música suave e ler um texto agradável;
vigília; • Evitar discussões ou debates empolgantes;
• Aumento dos problemas respiratórios durante o sono; • Tomar a medicação prescrita.
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2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso
Insónia
• Um dos principais distúrbios do sono é a insónia (dificuldade • A insónia tem efeitos psíquicos e sociais, mais do que

em adormecer ou em manter o sono, ou a sensação de que o biológicos. Um dos riscos que acarreta para as pessoas mais

sono que se teve foi insuficiente). velhas é o de terem acidentes, uma vez que, passam o dia

• Insónia não é apenas não dormir ou dormir pouco. Falamos de menos despertas e atentas.

insónia quando o facto de se dormir pouco tem consequências • A insónia é mais frequente nas mulheres do que nos homens, e

negativas durante o dia: fadiga, cansaço fácil, ardência nos também nas pessoas que vivem sós.

olhos, irritabilidade, ansiedade, fobias, dificuldades de


concentração, atenção e memória, mal-estar e sonolência.

53 Maio 2016 54 Maio 2016

2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso


Causas da Insónia: • Mas a insónia verifica-se também em pessoas que não têm
• A insónia pode ser causada por substâncias que ingerimos. A qualquer doença. O stress é suficiente para causá-la em
cafeína e a teína, o álcool, os corticóides e outros qualquer idade e mais acentuado nas pessoas mais velhas.
medicamentos podem causar transtornos do sono.
• Acontecimentos penosos como a morte de um amigo, perda do
• A insónia pode também ser causada pelas dores e incómodos
cônjuge, perda do espaço social, dificuldades financeiras,
associados a doenças crónicas das pessoas idosas (doenças
sentimentos de abandono, limitações físicas próprias da idade,
das articulações, asma, problemas cardíacos, digestivos ou
mudanças no estatuto social ou perceção da própria condição
urinários, bronquite, entre outros).
de saúde podem causar distúrbios do sono.

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2.2.8. Sono no Idoso 2.2.8. Sono no Idoso
As três situações de saúde mental mais associadas à insónia na
pessoa idosa são: • A insónia pode ainda ter causas ambientais. As pessoas que se

• Ansiedade: Esta dificulta o adormecer e pode levar a que a deitam tarde, ou ficam a ver televisão ou a ler até de

pessoa acorde várias vezes durante a noite; madrugada, podem ficar com o ciclo do sono desregulado.
Este tipo de insónia adquirida afeta pessoas que trabalham
• Depressão: Uma consequência da depressão pode ser
em turnos noturnos ou que atravessam frequentemente fusos
acordar cedo ou dormir demais;
horários, como os pilotos de avião.
• Demência: quando ainda em estágios iniciais, pode haver
inversão do ciclo circadiano (dia-noite/sono-vigília).

57 Maio 2016 58 Maio 2016

3. Problemas de saúde mais comuns nos 3.1. Doenças Cardiovasculares


idosos
• O coração é o músculo mais importante do corpo humano, uma
• Viver mais tempo aumenta as probabilidades em 80% de
vez que é o órgão encarregue de bombear o sangue,
contrair uma ou mais doenças crónicas, bem como limitações
transportando oxigénio e nutrientes a todos os órgãos e
físicas incapacitantes.
células, por meio das artérias.
• Em muitos casos é difícil de distinguir se se tratam de
• As doenças cardiovasculares são o conjunto de doenças que
alterações decorrentes do processo de envelhecimento ou se
afetam o aparelho cardiovascular, designadamente o coração
são manifestações patológicas.
e os vasos sanguíneos.

59 Maio 2016 60 Maio 2016

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares
• As doenças cardiovasculares devem-se essencialmente à
• A maior parte das doenças
acumulação de gorduras na parede dos vasos sanguíneos –
cardiovasculares resulta de um estilo de
aterosclerose – um fenómeno que tem início numa fase precoce
vida inapropriado e de fatores de risco
da vida e que progride silenciosamente durante anos,
modificáveis. O controlo dos fatores de
(habitualmente já está avançado no momento em que
risco é uma arma potente para a
aparecem os primeiros sintomas). As suas consequências mais
redução das complicações fatais e não
importantes – o enfarte do miocárdio, o acidente vascular
fatais das doenças cardiovasculares.
cerebral – são frequentemente súbitas e inesperadas.

61 Maio 2016 62 Maio 2016

3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares

• A idade e a história familiar encontram-se entre as condições Tabagismo


que aumentam o risco de uma pessoa vir a desenvolver • É considerado o fator de risco mais importante para o
doenças no aparelho cardiovascular. desenvolvimento das doenças cardiovasculares. As mulheres
• Contudo, existe um outro conjunto de fatores de risco que recorrem à anticoncepção oral (toma da pílula) e que
individuais sobre os quais podemos influir e que estão, fumam estão sujeitas a um maior risco de acidente
sobretudo, ligados ao estilo de vida atual: cardiovascular, uma vez que o tabaco reduz a proteção
conferida pelos estrogénios.

63 Maio 2016 64 Maio 2016

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares
Tabagismo
Sedentarismo
• O tabagismo favorece o aparecimento das doenças
• A inatividade física é hoje reconhecida como um importante
cardiovasculares, e pode levar, inclusive, à morte.
fator de risco para as doenças cardiovasculares. A falta de
• O risco de acidente vascular cerebral também aumenta, nos prática regular de exercício físico moderado potencia outros
fumadores, de modo proporcional ao número de cigarros fatores de risco suscetíveis de provocarem doenças
fumados por dia. A cessação do hábito tabágico é, cardiovasculares, tais como a hipertensão arterial, a obesidade,
isoladamente, a medida preventiva mais importante para as a diabetes ou a hipercolesterolemia.
doenças cardiovasculares.

65 Maio 2016 66 Maio 2016

3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares


Obesidade
• O risco de um acidente vascular cerebral ou de outra doença Maus hábitos alimentares
cardiovascular aumenta com o excesso de peso, mesmo na • O excesso de consumo de sal, de gorduras, de álcool e de
ausência de outros fatores de risco. É particularmente perigosa açúcares de absorção rápida na alimentação, por um lado, e
uma forma de obesidade designada obesidade abdominal a ausência de legumes, vegetais e frutos frescos, por outro, são
que se caracteriza por um excesso de gordura na região do dois fatores de risco, associados às doenças cardiovasculares.
abdómen. A obesidade abdominal está associada a um maior
risco de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares.

67 Maio 2016 68 Maio 2016

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares
Hipercolesterolemia
• Manifesta-se quando os valores do colesterol no sangue são
Stress excessivo
superiores aos níveis recomendados. Há dois tipos de
• O stress é inerente à vida, sendo uma consequência do ritmo
colesterol: HDL “bom colesterol” e LDL “mau colesterol”,
de vida atual. Torna-se, contudo, bastante nocivo quando é
quando em excesso, ao circular livremente no sangue, é nocivo,
excessivo.
acumulando-se perigosamente na parede dos vasos.

• Quer o excesso de colesterol LDL, quer a falta de colesterol


HDL, aumentam o risco de doenças cardiovasculares,
principalmente o enfarte do miocárdio.
69 Maio 2016 70 Maio 2016

3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares


Hipertensão Arterial
• As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de
• Situações em que se verificam valores de pressão arterial
40% dos óbitos em Portugal, sendo igualmente responsáveis
aumentados. Considera-se hipertensão quando os valores de
por uma elevada taxa de incapacidade.
pressão arterial sistólica (“máxima”) superiores ou iguais a
140 mmHg e/ou valores de pressão arterial diastólica
(“mínima”) superiores ou iguais a 90 mmHg.

• A hipertensão arterial está associada a um maior risco de


doenças cardiovasculares, particularmente o AVC.

71 Maio 2016 72 Maio 2016

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares

• O AVC é caracterizado pela perda rápida de função


Acidente Cerebral neurológica, decorrente do entupimento (isquemia) ou ruptura
Vascular (AVC)
(hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais.

• É uma doença de início súbito na qual o paciente pode


O acidente vascular cerebral
apresentar paralisia ou dificuldade de movimento dos
(AVC), vulgarmente designado por
membros de um lado do corpo, dificuldade na fala ou
trombose, é uma das maior causas
articulação das palavras e défice visual súbito. Pode deixar
de morte em Portugal.
sequelas, e evoluir para coma e morte.

73 Maio 2016 74 Maio 2016

3.1. Doenças Cardiovasculares

• O AVC deve-se essencialmente ao sedentarismo e a hábitos


alimentares subjacentes a uma sociedade em que a
produtividade de cada um se sobrepõe aos cuidados que
cada indivíduo tem de ter com a saúde.

75 Maio 2016 76 FORM-Mod23-A2

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.1. Doenças Cardiovasculares
Enfarte Agudo do Miocárdio
O enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente • A arteriosclerose é a principal responsável por este

conhecido como ‘ataque cardíaco’, é uma fornecimento deficitário de oxigénio, uma vez que ao diminuir

urgência médica na qual o fluxo sanguíneo que o diâmetro das artérias coronárias, reduzindo a elasticidade

chega ao coração se vê reduzido ou interrompido das mesmas, provoca uma situação que facilita a sua

de maneira brusca e grave produzindo, como obstrução e consequentemente a interrupção do fluxo

consequência, a destruição (morte) do músculo sanguíneo.

cardíaco (miocárdio) por falta de oxigénio.

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3.1. Doenças Cardiovasculares 3.2. Diabetes

• A Diabetes Mellitus é uma doença crónica que se caracteriza


Os sintomas de enfarte agudo do
por uma elevada taxa de glicose (açúcar) no sangue e por uma
miocárdio incluem dor torácica tipo
falta parcial ou total de insulina.
“Facada”, sensação de opressão
• Esta doença é bastante frequente na população idosa (ocorre
esmagamento e aperto no peito. em 20% acima dos 70 anos).

Dor que pode irradiar para o membro

superior esquerdo, pescoço e mandíbula.

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3.2. Diabetes 3.2. Diabetes
A diabetes no idoso apresenta alguns sintomas, nomeadamente:
• A diabetes é uma doença marcada pelo mau funcionamento
• Perda de peso;
do pâncreas, o que provoca um desequilíbrio entre a
• Muita sede e fome em excesso;
quantidade de açúcar e de insulina no sangue.
• Urina em grande quantidade e diversas vezes;
• O aparecimento da doença com o envelhecimento poder-se-á
• Cansaço fácil;
dever a uma predisposição genética ou a um conjunto de
outros fatores como: o aumento de peso; a falta de atividade • Deterioração da acuidade visual;

física; stress; infeções; grandes cirurgias ou medicação. • Dormência ou formigueiro nas pernas;

• Dificuldade de cicatrização das feridas.


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3.2. Diabetes 3.2. Diabetes

80-110 mg/dl • A diabetes não controlada poderá causar: derrames


Condições normais
cerebrais; ataques cardíacos, cegueira, amputação de
Diabetes (mínimo 2 análises) > 126 mg/dl
membros, doenças renais e impotência sexual.

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3.2. Diabetes 3.2. Diabetes
O doente diabético deverá: • O exercício físico ajuda a controlar a diabetes porque melhora
• Fazer no mínimo 4 refeições ao dia, em pequenas a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina. As
quantidades; atividades físicas mais recomendadas para os idosos são a
• Não ingerir açúcares ou fritos; caminhada e os exercícios físicos realizados dentro de água,
• Comer legumes ou verduras; como a natação e a hidroginástica.
• Beber muita água;
• Não ficar muitas horas seguidas sem se alimentar.

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3.3. Doenças Reumáticas


Reumatismo é o nome comum para as doenças que afetam o
sistema músculoesquelético. Representam o conjunto de diferentes
doenças que agridem o aparelho locomotor, ou seja, ossos,
articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos.
Além disso, algumas doenças reumáticas podem comprometer
outras partes e funções do corpo humano, nomeadamente os rins,
coração, pulmões, olhos, intestino e até a pele.

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3.3. Doenças Reumáticas 3.3. Doenças Reumáticas
• É uma doença comum entre os idosos. Existem mais de 100 tipos • Alguns sintomas: dificuldade em se movimentar ou rigidez nas
diferentes de doenças reumáticas, as mais comuns: artrite articulações ao acordar; diminuição da flexibilidade da coluna
reumatoide, artrose, tendinite, gota, osteoporose e fibromialgia. ao calçar os sapatos; limitação ao pentear-se; dificuldades em
• Apesar de apresentarem como sintoma comum a dor, cada tipo escovar os dentes; dor, inchaço e calor nas articulações.
de doença reumática tem características próprias. Estas • As doenças reumáticas, assim como outras doenças crónicas,
provocam dor e incapacidade, limitando o idoso. Podem ser têm tratamento. Se a doença for descoberta no início e
causadas ou agravadas por fatores genéticos, obesidade, tratada de forma adequada, o doente poderá levar uma vida
sedentarismo, stress, ansiedade, depressão e alterações normal e sem dor, minimizando o risco de incapacidade física.
climáticas.
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3.4. Alterações da Visão e da Audição 3.4. Alterações da Visão e da Audição


• A deterioração visual deve-se a modificações fisiológicas e • As alterações visuais que ocorrem com o avançar da idade são
alterações mórbidas. As causas mais frequentes que as caracterizadas pela diminuição da acomodação, da acuidade,
determinam costumam corresponder a cataratas, glaucoma, da sensibilidade às cores e da perceção em profundidade.
degenerescência macular e retinopatia diabética. • A incidência dos problemas oculares e da cegueira aumenta
• Cerca de 50% dos indivíduos a partir dos 40 anos apresenta progressivamente com a idade.
sinais de começar a desenvolver cataratas. • Uma outra dificuldade que usualmente se observa corresponde
ao declínio da perceção visual do movimento.

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3.4. Alterações da Visão e da Audição 3.4. Alterações da Visão e da Audição

• A diminuição da acuidade visual pode limitar bastante uma • No que respeita à audição 50% das pessoas acima dos 75

pessoa nas atividades de vida diária, limitando também o anos tem perda da acuidade auditiva.

contacto social, uma vez que a pessoa passa a ficar • O declínio da audição é determinado por fatores genéticos e
dependente de terceiros para se movimentar. pela exposição que ocorreu ao longo da vida ao ruído
excessivo e a substâncias ototóxicas.

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3.4. Alterações da Visão e da Audição 3.4. Aptidões Cognitivas


• Muitas evidências sugerem que adultos mais velhos têm maior
• Devido a este facto a pessoa vai perdendo a perceção às
dificuldade em reter e assimilar novas informações, e
frequências elevadas, a capacidade de localizar sinais
gradualmente as suas competências de raciocínio vão
sonoros, de discriminar a origem de sons diferentes e tem
diminuindo.
dificuldade em compreender o discurso das outras pessoas.
Quando há barulho envolvente a audição fica ainda mais • Em geral, os idosos são mais lentos para responder algumas

prejudicada. tarefas cognitivas, e são mais suscetíveis ao rompimento da


informação que adultos mais jovens.

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3.4. Aptidões Cognitivas 3.4. Aptidões Cognitivas

• As funções intelectuais também se alteram, verifica-se: a • Os estudos relativamente ao desempenho intelectual têm vindo
dificuldade nos processos de aprendizagem e de a demonstrar que as aptidões cognitivas atingem o seu pico
memorização, o que se relaciona com as alterações químicas, pela década dos 30 anos, continuam estáveis até à década
neurológicas e circulatórias que afetam a função cerebral; a dos 50 ou começo dos 60 e, a partir de então, começam a
diminuição da eficácia da oxigenação e nutrição celular e a declinar. O declínio gera-se a partir dos 70 anos. No entanto,
diminuição na aprendizagem associada às insuficiências das este não é uniforme para todas as funções cognitivas.
sinapses e à disponibilidade de determinados
neurotransmissores.

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3.4. Aptidões Cognitivas 3.4. Aptidões Cognitivas


• A capacidade de comunicar eficazmente mantém-se estável, • No desempenho de tarefas que implicam planear, executar e

no entanto, os idosos apresentam uma maior dificuldade em avaliar sequências complexas de comportamento os idosos

compreender mensagens longas e complexas e apresentam um costumam revelar-se mais lentos do que os jovens;

discurso mais repetitivo; • Os idosos são mais lentos nos aspetos percetivos e cognitivos

• Os idosos evidenciam uma maior dificuldade nas tarefas de bem como nas funções motoras;

raciocínio que envolvem uma análise lógica e organizada de • Os idosos apresentam dificuldade em repartir a atenção por
material abstrato ou não familiar; múltiplas tarefas ou em desviar a atenção de um para outro
tópico.

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3.4. Aptidões Cognitivas
3.4. Aptidões Cognitivas
Existem 2 tipos de inteligência: fluida e cristalina:

• Inteligência Fluída: não depende exclusivamente de • A inteligência fluida tende a declinar lentamente com a idade.

aprendizagem prévia. Tem a ver com a rapidez com que Em contrapartida a inteligência cristalina frequentemente

novas situações são apresentadas; melhora ou expande-se com a idade.

• Inteligência Cristalina: relaciona-se com a informação • O prejuízo gradual da memória costuma ser comum na velhice.

acumulada e o vocabulário adquiridos desde os tempos de Com o envelhecimento é normal que ocorra um certo

escola como da vida quotidiana. Diz respeito à aplicação das esquecimento.

aptidões e do conhecimento previamente adquirido para


resolver os problemas.
101 Maio 2016 102 Maio 2016

•BIBLIOGRAFIA | FONTES | AUTORES

3.4. Aptidões Cognitivas •Alves, A. (2013). Dimensões da privação na condição de vida dos idosos:
desigualdades no meio rural e urbano. Universidade do Minho.
• Consequentemente, por volta dos 70 anos, pode-se observar •Bottino, C., Carvalho, I., Alvarez, A., Avila, R., Zukauskas, P., Bustamante, S., Andrade,
F.,Hototian, S., Saffi, F. & Camargo, C. (2002) Reabilitação cognitiva em pacientes com
uma maior dificuldade em memorizar. Os lapsos de memória doença de Alzheimer. Arq Neuropsiquiatr, 60 (1), 70-79.
•Cardoso, A. (2009). Particularidades dos idosos: uma revisão sobre a fisiologia do
tornam-se preocupantes quando comprometem o indivíduo ao envelhecimento. Revista Digital de Buenos Aires, nº 130.
•Castro-Caldas, A. & Mendonça, A. (2005). A doença de Alzheimer e outras demências
nível pessoal, social ou profissional. Num estádio avançado, o em Portugal. Lidel.
•Department of human health & human services (2009). Can Alzheimer´s disease be
idoso chega a apresentar esquecimentos para procedimentos prevented? Washington, DC: Author.
•Figueiredo, D. (2007). Cuidados familiares ao idoso dependente. Cadernos Climepsi de
vulgares como lembrar-se se tomou banho, se almoçou, ou Saúde.
•Firmino, H. (2006). Psicogeriatria. Editora: Almedina.
mesmo reconhecer os seus próprios familiares. •Geithner, C. & McKenney, D. (2010). Strategies for aging well. National Strength and
Conditioning Association, nº 32 (5): 36-52. Acedido em 15 de Agosto de 2014.
•Jacob, L. (2002). O idoso e a comunidade - respostas sociais. Portal do Governo.
http://www.socialgest.pt/.
•Koch, A. & Rosa, D. (2001). Transtornos mentais em idosos. ABC da Saúde.
103 Maio 2016 Maio 2016
http://www.abcdasaude.com.br.
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Dúvidas????
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!
105 Maio 2016 106 Maio 2016

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