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Ijuí – RS
2014
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Ijuí – RS
2014
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Banca Examinadora:
__________________________________________
Prof. Marcos Ronaldo Melo Cavalheiro
Orientador
__________________________________________
Prof. Romário Lopes Alcântara
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade o estudo das formas de recuperação de dados,
comparação entre dois softwares de recuperação de dados e, por fim, o estudo de
viabilidade de implantação de uma clínica de recuperação de dados na empresa
Zenatti e Cia. Ltda ME, situada na cidade de Santa Bárbara do Sul – RS. Para obter
conhecimentos sobre os assuntos descritos acima, participarei de um curso de
recuperação de dados na empresa DayComp, situada na cidade de Porto Alegre –
RS e serão realizadas pesquisas na internet.
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LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 51
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INTRODUÇÃO
1 RECUPERAÇÃO DE DADOS
O primeiro disco rígido foi construído pela IBM em 1956 e foi lançado em
1957. Era formado por 50 discos magnéticos contendo 50000 setores, sendo que
cada um suportava 100 caracteres alfanuméricos, isso totalizava uma capacidade de
5 MB, que era simplesmente incrível para a época. Este primeiro disco foi chamado
de “305 RAMAC” e suas dimensões eram absurdas.
Em 1973 a IBM lançou o modelo 3340 winchester, com dois pratos de 30 MB
cada e tempo de acesso de 30 milissegundos. No início da década de 1980 os
discos eram muito caros e modelos de 10 MB custavam quase 2000,00 dólares
americanos, enquanto hoje, pode-se comprar 2 TB por pouco mais que 100 dólares
americanos. Ainda em 1980 a mesma IBM fez uso de uma versão de 80 MB nos
sistemas IBM Virtual Machine. Os discos rígidos inicialmente foram criados para
serem usados em microcomputadores em geral. No século 21 as aplicações para
este tipo de disco foram expandidas, sendo usados em câmeras filmadoras,
tocadores de música (Ipod), PDAS, videogames e até celulares. Abaixo alguns
exemplos:
O videogame XBOX desenvolvido pela Microsoft foi o primeiro a utilizar
disco rígido no mercado dos games, foi lançado em 2001.
As gerações seguintes do XBOX que são o XBOX 360 e o XBOX ONE,
também fazem uso de disco rígido, além dos videogames criados pela Microsoft,
também podemos citar os fabricados pela Sony, que são o Playstation 3 que foi o
primeiro fabricado pela empresa que utilizou disco rígido, sendo lançado em 2006 e
sua geração seguinte o Playstation 4 também utiliza disco rígido.
No interior dos discos, que são chamados de HD, existem discos magnéticos
que são recobertos por uma camada magnética extremamente fina, na verdade,
quanto mais fina for a camada de gravação, maior será sua sensibilidade e,
consequentemente, maior será a densidade de gravação permitida por ela. Pode-se
então, armazenar mais dados em um disco do mesmo tamanho, criando assim HDs
de maior capacidade. Os primeiros HDs criados na década de 80 utilizavam a
mesma tecnologia usada em disquetes, chamada de “coated media”, que além de
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permitir uma baixa densidade de gravação, não tinham uma grande durabilidade. Já
os discos atuais utilizam uma mídia laminada (plated media), uma mídia mais densa,
de qualidade muito superior, que permite a enorme capacidade de armazenamento
dos discos modernos. A cabeça de leitura e gravação de um disco rígido funciona
como um eletroímã, semelhante aos que são estudados nas aulas de ciências e
física do colegial, sendo composta por uma bobina de fios que envolve um núcleo de
ferro. A diferença é que, em um disco rígido, este eletroímã é extremamente
pequeno e preciso, a ponto de ser capaz de gravar trilhas medindo menos de um
centésimo de milímetro de largura. Quando os dados estão sendo gravados no
disco, a cabeça utiliza seu campo magnético para organizar as moléculas de óxido
de ferro da superfície de gravação, fazendo com que os polos positivos das
moléculas fiquem alinhados com o polo negativo da cabeça e, consequentemente,
com que os polos negativos das moléculas fiquem alinhados com o polo positivo da
cabeça. Usa-se neste caso a velha lei “os opostos se atraem”. Como a cabeça de
leitura e gravação do HD é um eletroímã, sua polaridade pode ser alternada
constantemente. Com o disco girando continuamente, variando a polaridade da
cabeça de leitura e gravação, varia-se também a direção dos polos positivos e
negativos das moléculas da superfície magnética. De acordo com a direção dos
polos temos um bit 1 ou 0, que nada mais são que o sistema binário.
Para gravar as sequências de bits 1 e 0 que formam os dados, a polaridade
da cabeça magnética é mudada alguns milhões de vezes por segundo, sempre
seguindo ciclos bem determinados. Cada bit é formado no disco por uma sequência
de várias moléculas. Quanto maior for a densidade do disco, menos moléculas serão
usadas para armazenar cada bit e teremos um sinal magnético mais fraco. Precisa-
se, então, de uma cabeça magnética mais precisa. Quando é preciso ler os dados
gravados, a cabeça de leitura capta o campo magnético gerado pelas moléculas
alinhadas. A variação entre os sinais magnéticos positivos e negativos gera uma
pequena corrente elétrica que caminha através dos fios da bobina. Quando o sinal
chega à placa lógica do HD ele é interpretado como uma sequência de bits 1 e 0.
Desse jeito, o processo de armazenamento de dados em discos magnéticos parece
ser simples e realmente era nos primeiros discos rígidos (como o 305 RAMAC da
IBM), que eram construídos de maneira artesanal. Apesar de nos discos modernos
terem sido incorporados vários aperfeiçoamentos, o processo básico continua sendo
o mesmo.
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Figura 1: Componentes de um HD
Fonte: http://www.infowester.com/guiahdinic.php.
composta por discos metálicos que são usualmente feitos de liga de alumínio. Estes
discos são polidos em salas completamente limpas (que serão descritas no decorrer
do trabalho) para que tenham uma superfície plana e sejam isentos de poeira
(principal inimigo dos HDs).
Os dados não são gravados nestes discos metálicos, pois para proporcionar
um instrumento gravável estes discos precisam ser recobertos por camadas de
substâncias magnéticas, gerando assim o nome de discos magnéticos.
Esses discos ao serem montados são rotacionados em alta velocidade.
Existem discos que atingem 15000 RPM, mas a maioria trabalha a 5400 e 7200
RPM. A leitura e a gravação sobre os discos magnéticos são de responsabilidade da
cabeça de leitura e gravação, que como as demais partes de um HD, deve ser
fabricada em alumínio ou ligas de alumínio para se ter resistência e baixo peso.
A cabeça de leitura posiciona um leitor chamado de “agulha” sobre os discos
magnéticos para ler ou gravar informações. Para ler e gravar informações essa
agulha nunca encosta nos discos, isso ocorre pelo fato de os HDs serem
hermeticamente fechados em sua parte superior e devido à alta velocidade em que
o disco é submetido, um colchão de ar é formado, que joga a cabeça de leitura para
cima, mantendo distância dos discos.
Não se pode confundir a expressão hermeticamente fechados com fechados
a vácuo, pois existe um grande mito de que os HDs são fechados a vácuo. Para o
perfeito funcionamento do HD é extremamente necessário que haja ar no seu
interior, pois a cabeça de leitura só começa a funcionar após a formação do colchão
de ar que ocorre quando os discos atingem 3600 RPM. Se não houvesse os
colchões de ar a agulha iria entrar em contato com o disco, danificando assim o
disco magnético e a própria cabeça de leitura e gravação, danificando praticamente
todo o HD.
Também existe um grande perigo quando ocorre alguma queda de energia
ou o usuário desliga de forma incorreta o computador ou o dispositivo de
armazenamento, pois os discos param de girar, fazendo com que o colchão de ar
desapareça, criando grandes chances da cabeça de leitura e gravação entrar em
contato com o disco magnético, resultando assim um defeito físico no HD. Para
tentar solucionar esse problema foi desenvolvido um sistema que está presente em
quase todos os HDs atuais, que quando o HD se desliga por falta de energia, um
imã segura o braço de leitura para que não ocorra nenhum dano, esse sistema é
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1.3.7 Partes do HD
Figura 2: Problemas em HD
Fonte: Foto tirada durante o curso na empresa DayComp no mês de maio de 2014.
Pode-se notar na imagem acima que a capela é feita de acrílico, pois precisa
ser transparente para que o profissional tenha visão da parte interior e porque o
material é resistente e não solta partículas facilmente. Essa capela possui fluxo
laminar horizontal, é possível notar que no fundo existe um filtro, esse filtro é um
filtro HEPA, atrás do filtro, a capela possui um orifício por onde o vento é insuflado
através de um cano conectado a um motor. Esse motor é específico para o tamanho
desta capela que foi projetada por um engenheiro civil e um engenheiro eletricista. O
motor possui 0,5 CV, é um motor no formato de turbina, que fica na parte de fora do
prédio para que não haja muito barulho no local. Como esta capela é de fluxo
horizontal podemos notar que o filtro de ar fica na parte traseira da caixa de acrílico,
fica óbvio que o vento vem da parte de trás da capela, fazendo com que todas as
partículas que estejam presentes na capela sejam expelidas para fora da mesma,
pela parte frontal da capela que possui orifícios para que isso aconteça e para que
se possam inserir as mãos na mesma. É possível colocar esta capela em uma sala
simples, mas é necessário que nesta sala não haja entradas de poeira em excesso e
nem outros equipamentos que possam trazer poeira. Além disso, é necessário que
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Fonte: http://pt.aliexpress.com/item/PC-Hard-disk-Open-repair-tools-data-recovery-tools-replace-the-
hard-drive-head-For-2/720414720.html?productId=720414720.
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Foram realizados alguns testes com o software citado acima, testes estes
que serão descritos e mostradas imagens para posteriormente fazer uma
comparação com outro software.
1º Teste. Foi criada uma partição de 5 GB em um HD. Esta partição foi
formatada em NTFS e após isso foi copiado para esta partição uma pasta de 13 MB
com seis arquivos do Word e três arquivos PDF, logo após esta partição foi
formatada novamente. Depois desses procedimentos foi executado o software, a
opção Drive Recovery foi escolhida, logo após, a partição a ser analisada foi
escolhida e depois foi solicitada uma busca rápida de arquivos pela opção Quick
Recovery.
setores aonde há danos físicos no disco. Mesmo assim, pode-se notar que existem
setores que não estão danificados e por isso o software Stellar foi utilizado para
tentar recuperar alguma informação.
Foi utilizada a opção Raw Recovery, do software Stellar Phoenix neste teste
para tentar recuperar alguma informação. O software começou a varrer o disco em
busca de informações e logo após foi possível ouvir barulhos de cliques vindo do
interior do disco. Em seguida o software parou de responder, tendo de ser reiniciado,
mas para surpresa não localizou mais o disco. Então foi necessário reiniciar o
computador e tentar realizar novamente o processo, então o software localizava o
disco, mas quando era dada a ordem para escanear o disco em busca de
informações o mesmo problema ocorria. O software parava de responder e não
localizava mais o disco. Neste caso, como existem vários bad blocks, possivelmente
a cabeça de leitura e gravação deve ter entrado em contato com os discos
magnéticos e pode ter sido danificada.
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Foram realizados com este software os mesmos testes que foram realizados
com o software anterior, com a finalidade de poder comparar ambos mais tarde.
Abaixo será relatado como o EaseUS Data Recovery Wizard se saiu nos mesmos.
1º Teste. Foram efetuados os mesmos passos do primeiro teste efetuado
com o software anterior, após isso foi executado o software. A primeira opção foi
escolhida, que é uma forma rápida de recuperar arquivos (Deleted File Recovery),
mas a mesma é específica para recuperar arquivos deletados, sem que a partição
tenha sido formatada, mas o teste foi feito para ver o que o software faria. O mesmo
não obteve sucesso, retornou rapidamente uma mensagem informando que nenhum
arquivo foi encontrado, como será demonstrado na imagem a seguir.
É possível notar na imagem acima que o software pediu para que a opção
Complete Recovery seja utilizada para este processo e foi exatamente isso que foi
feito. Ao executar a ferramenta sugerida obteve-se sucesso, todos os arquivos foram
recuperados, mas um documento do Word e dois documentos PDF estavam
corrompidos. Além disso, o software não recuperou os arquivos com seus nomes
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originais, ele renomeou os arquivos e os salvou separados por pastas, uma pasta
para os arquivos .doc e outra para os arquivos PDF. Os nomes dos arquivos foram
renomeados para File001, File002 e assim sucessivamente. Uma forma de
recuperação não muito agradável, pois se forem poucos arquivos tudo bem, mas e
se fossem centenas de arquivos, seria difícil encontrar o que o usuário deseja.
Abaixo uma tela mostra a forma com que o software localizou os arquivos.
minutos após salvar todos os arquivos. Foi a vez de testar os mesmos, o primeiro
fator que se pode notar é que novamente o software renomeou os arquivos para
File001, File002 até chegar na File040, mas recuperou todos os arquivos sem
corromper nenhum. Neste teste o software fez o que se propõe a fazer de forma
rápida e com qualidade.
4º Teste. Foi realizado o mesmo teste que havia sido feito com o software
Stellar Phoenix, com o mesmo disco, mas o EaseUS não localizou em nenhum
momento o disco, o que tornou impossível solicitar que o software recuperasse
informações. Como haviam ocorrido problemas com o disco no teste realizado
anteriormente com o Stellar Phoenix, pode ter ocorrido algum dano no disco. Dessa
forma, foi utilizado outro disco, um Toshiba de 160 GB de notebook, aparentemente
com um problema semelhante ao do disco anterior, como se pode ver na figura
abaixo.
É notável que existem mais bad sectors ou setores defeituosos que no outro
disco, porém a trilha 0 não está danificada, o que torna possível a recuperação de
informações da parte que não está danificada no disco. Neste caso, o Windows
também não conseguiu abrir a partição e também solicitava a formatação da mesma,
e quando o processo era autorizado o Windows não o conseguia realizar.
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Após a utilização dos dois softwares para a realização de testes que foram
descritos anteriormente pode-se notar que ambos possuem interfaces amigáveis,
que são de fácil manuseio e que oferecem praticamente as mesmas opções para
recuperação de dados. O Stellar Phoenix oferece uma vantagem em termos de
ferramentas, pois possui uma ferramenta S.M.A.R.T. acoplada a seu software de
recuperação de dados, que permite ao usuário verificar a saúde de seu dispositivo e
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surpresa, enquanto escaneava o disco pela terceira vez, o disco começou a bater e
logo após parou de funcionar, fazendo com que fosse necessário utilizar um
segundo disco para realizar o teste com o software EaseUS. O disco escolhido
apresentava praticamente o mesmo problema do anterior, inclusive haviam mais
setores defeituosos que no disco anterior. Quando o software EaseUS acabou de
salvar os arquivos desse disco, o mesmo disco foi utilizado no software Stellar
Phoenix, pois havia uma pequena dúvida em relação ao disco anterior, mas mais
uma vez o software teve problemas e fez novamente durante um escaneamento com
que o disco tivesse problemas e parasse de funcionar, sem ser reconhecido mais
por nenhum dos dois softwares.
Pode-se notar que após os quatro testes, que em situações onde o disco
não apresentava avarias físicas, o software Stellar Phoenix leva grande vantagem
sobre o EaseUS, porém em situações onde o disco possui alguma avaria, o EaseUS
tem vantagem, fazendo com que cada software leve vantagem em um aspecto.
Sendo impossível, desta forma, dizer qual dos dois é melhor para se trabalhar com
recuperação de dados e afirmando que o bom é ter os dois, pois cada um é melhor
em um aspecto. Sendo assim, é possível ter mais chances de recuperar as
informações desejadas.
Pode-se notar que o valor que teria que ser gasto em equipamentos,
software e treinamento, não é um valor assustador, bem pelo contrário, é um valor
bem acessível se tratando de uma área que cresce a cada dia mais e mais. Além
disso, se a empresa adquirir os equipamentos listados acima teria um laboratório
pequeno, mas de boa qualidade, o que seria muito bom ao se tratar de uma
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pequena empresa que fica situada em uma cidade pequena no interior do Estado.
Porém é necessário analisar outros fatores antes de concluir a análise.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Disco_r%C3%ADgido.
http://www.aliexpress.com/item/PC-Hard-disk-Open-repair-tools-data-recovery-tools-
replace-the-hard-drive-head-For-2/720414720.html.
http://www.clubedohardware.com.br.
http://www.easeus.com/.
http://www.laercio.com.br.
http://www.newtoncbraga.com.br/940-gravacao-magnetica-perpendicular.
http://www.stellarinfo.com/.
http://www-03.ibm.com/ibm/history/exhibits/storage/storage_350.html.