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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
CURSO DE PEDAGOGIA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E FORMAÇÃO DE


PROFESSORES: INCORPORAÇÕES REALIZADAS POR DISCENTES E DOCENTES DE
UM CURSO DE PEDAGOGIA

BRUNA PATRÍCIA DA SILVA BRAGA

NATAL/RN
2015
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Braga, Bruna Patrícia da Silva.


Tecnologias da informação e comunicação (tics) e formação de
professores: incorporações realizadas por discentes e docentes de um
curso de pedagogia/ Bruna Patrícia da Silva Braga. - Natal, RN, 2015.
93f.

Orientador (a): Prof. Dr. João Tadeu Weck.

Monografia (Graduação em Pedagogia) - Universidade Federal do


Rio Grande do Norte. Centro de Educação. Departamento de
Educação.

1. Pedagogia – Formação docente - Monografia. 2. Tecnologias da


informação – Educação – Monografia. 3. Comunicação – Monografia. I.
Weck, João Tadeu. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 377.8


BRUNA PATRÍCIA DA SILVA BRAGA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E FORMAÇÃO DE


PROFESSORES: INCORPORAÇÕES REALIZADAS POR DISCENTES E DOCENTES DE
UM CURSO DE PEDAGOGIA

Monografia apresentada à Coordenação do Curso


de graduação em Pedagogia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito
para obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.

Orientador:

Dr. João Tadeu Weck

NATAL/RN
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
CURSO DE PEDAGOGIA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E FORMAÇÃO DE


PROFESSORES: INCORPORAÇÕES REALIZADAS POR DISCENTES E DOCENTES DE
UM CURSO DE PEDAGOGIA

BRUNA PATRÍCIA DA SILVA BRAGA

Monografia apresentada e aprovada em 11 de dezembro de 2015, pela banca examinadora


composta pelos seguintes membros:

__________________________________
João Tadeu Weck, Dr.
ORIENTADOR

__________________________________
Drª Adja Ferreira de Andrade
MEMBRO EXAMINADOR

__________________________________
Drª Sandra Mara de Oliveira Souza
MEMBRO EXAMINADOR

Natal, 11de dezembro de 2015.


“As tecnologias começam a libertar o
professor de ter que explicar o que é o
básico. Precisamos dele para questões
mais avançadas, para que ajude a
cada aluno no seu percurso”.

(José M. Moran)
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, irmã e familiares por


total credibilidade no meu potencial e
esforço.

Ao meu namorado, Breno Baracho, por


me incentivar infinitamente a buscar
meus objetivos e sempre me apoiar
nos momentos de alegrias e
dificuldades.

Aos meus colegas de curso e de


profissão docente, por sempre nos
ajudar nessa caminhada árdua, que
envolveu sacrifícios, dedicação e
determinação para mais uma nova
titulação.

Aos meus alunos, pelos aprendizados


que adquiri com eles.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por estar sempre presente em minha vida,


mostrando-me toda garra e força, para superar os desafios que a mim foi imposto.

Aos meus pais, Josias e Sônia e minha irmã, Carmem Priscila, por sempre
acreditar na minha capacidade e nos meus limites de superação. Não posso deixar
de agradecer em especial, pelos pais e familiares maravilhosos que sempre
acreditaram no meu potencial.

Ao meu namorado, Breno Baracho por estar sempre ao meu lado acreditando
e me incentivando a buscar novas conquistas, além de compreender o tempo
dedicado ao estudo e a minha profissão.

Ao meu orientador, João Tadeu Weck, por acreditar e apostar na proposta


deste estudo e reconhecer o meu esforço e dedicação, diante de tantas dificuldades
diárias, advindas da profissão docente.

A Jânua Coeli Melo, Coordenadora do curso de Pedagogia, da Instituição de


Ensino Superior pesquisada neste estudo.

Aos meus colegas de trabalho, das Faculdades Estácio de Natal e Maurício


de Nassau, além do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Norte (IFRN) por sempre me incentivarem e acompanharem as minhas lutas e
sacrifícios diários, o meu sincero agradecimento. Agradeço também, as pessoas
mais próximas de minha convivência, que acompanharam a minha rotina corrida,
atuando em turnos entre aluna e outros como professora, tendo que dar conta de
muitas responsabilidades entre o ensinar e o aprender. Isso envolveu durante 4
anos, noites muitas vezes mal dormidas, devido às altas horas de estudo e até
mesmo sonhos com o conteúdo estudado, tudo em prol de um único objetivo: a
conclusão deste projeto e a conquista pelo título de licenciada em pedagogia.

Enfim, a todos aqueles que contribuíram de alguma forma, o meu muito


OBRIGADO.

Agradeço a todos, de todo o coração!!!


RESUMO

Esta monografia tem como objetivo analisar a formação dos graduandos em


Licenciatura em Pedagogia, de uma Instituição de Ensino Superior privado de
Natal/RN, quanto ao conhecimento e uso mediado das TIC´s (Tecnologia de
Informação e Comunicação) demonstrando assim, a importância de uma formação
docente de qualidade, principalmente no âmbito dos recursos tecnológicos
atrelados a educação. Assim destacou-se a inserção do ser humano nos aspectos
social, tecnológico e sua expansão considerando o aluno, como o centro do
processo de ensino; assim como, o papel do professor quanto às práticas
pedagógicas que estes necessitam desempenhar em sala de aula, de forma que
venham a contribuir para uma formação crítica e significativa para os seus
respectivos aprendizes. Através do ponto de vista, de uma educação
contemporânea, que sejam analisadas a formação continuada, bem como, práticas
relevantes será possível uma melhor articulação entre os saberes e habilidades
desenvolvidas em meio à teoria e prática proporcionando assim, um processo de
formação significativa quanto aos conhecimentos científicos obtidos e as reais
exigências do uso de tecnologias na educação.

Palavras-chave: Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC´s), Formação


docente em pedagogia, Tecnologia na educação.
ABSTRACT

This paper aims to analyze the training of students in Bachelor of Education, a


private higher education institution of Natal / RN, as the knowledge and use of ICT
mediated (Information Technology and Communication) thus demonstrating the
importance of teacher training quality, especially in the context of technological
resources tied to education. Thus stood out the inclusion of the human being in the
social, technological and expansion considering the student as the center of the
teaching process; as well as the teacher's role as pedagogical practices need to play
in the classroom, so that may contribute to a critical and meaningful training for their
apprentices. Through the point of view of a contemporary education, which are
analyzed continuing education, as well as relevant practices will be a better
articulation between the knowledge and skills developed through the theory and
practice thus providing a significant education process as the scientific knowledge
obtained and the actual requirements of the use of technologies in education.

Keywords: Information and Communication Technology (ICTs), Teacher training in


pedagogy, Technology in education.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ……………………….………………………………………....... 14
1.1 TIPO DE PESQUISA ……………...…….……............................................. 17
1.1.1 Universo e Amostra .……..…………………………………...………... 18
1.1.2 Instrumento de Coleta de Dados ................................................…..... 19
1.1.3 Tratamento dos Dados ………………….........……………………..…… 21
2 SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE ..........…. 23
2.1 SOCIEDADE, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO .....….....…………………..... 23
2.2 FORMAÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO ..………............………… 26
2.3 PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA ............…………….………………………………………………. 40
2.4 PORTAL ACADÊMICO ……………………………..………………………..... 47
2.5 PERFIL DO EGRESSO …………….......................................................…. 52
2.6 PERFIL DOS PESQUISADOS ....……………….…….....………………… 56
2.7 A PESQUISA EM SI ................................................................................... 57
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS …………………….....………………....... 59
3.1 PERFIL DOS PESQUISADOS ……...........……...........……..........……...... 59
3.2 DADOS AVALIATIVOS ……...........……...........……........…….................. 61
3.2.1 Avaliação sobre tecnologias ……...........……...........……...........…….. 61
3.2.2 Avaliação do uso das tecnologias ……...........……...........……........... 63
3.2.3 Avaliação do Portal Acadêmico ……...........……...........……............... 65
3.2.4 Avaliação da formação docente para o uso das TICS ……................. 67
3.3 PROPOSIÇÃO DE USO ……………...................................................…. 73
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..………………………..……...... 75
REFERÊNCIAS ..............................…………………………………………..... 78
ANEXO 1 – SUMÁRIO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO
CURSO ANALISADO .........................………………………………………. 83
ANEXO 2 - ESTRUTURA CURRICULAR B DO CURSO DE PEDAGOGIA
ANALISADO .........................………………………………………............... 85
APÊNDICE - FORMULÁRIO ELETRÔNICO APRESENTADO NA
PESQUISA .........................................……………………………………….. 87
LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Portal Acadêmico – Aluno ................................................................ 48


Figura 02: Portal disciplinas online – Aluno ...................................................... 49
Figura 03: Portal Acadêmico – Professor ......................................................... 50
LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Distribuição de turmas do curso de pedagogia ............................... 56


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Idade dos pesquisados .................................................................. 59


Gráfico 02: Gênero dos pesquisados ............................................................... 59
Gráfico 03: Período do curso dos pesquisados ............................................... 60
Gráfico 04: Turno em que estuda os pesquisados .......................................... 60
Gráfico 05: Itens considerados como tecnologia ............................................. 62
Gráfico 06: Frequência de uso da internet ....................................................... 63
Gráfico 07: Locais em que acessa a internet ................................................... 63
Gráfico 08: Dispositivos que os pesquisados utilizam para acessar a internet 64
Gráfico 09: Tipos de uso que os pesquisados realizam na internet ................ 64
Gráfico 10: Frequência que os pesquisados acessam o Portal Acadêmico .... 65
Gráfico 11: Tipo de uso que os pesquisados fazem do Portal Acadêmico ...... 65
Gráfico 12: Utilização de mídia eletrônica para comunicação ......................... 68
Gráfico 13: Utilização de recursos tecnológicos pelos docentes ..................... 70
Gráfico 14: Qualificação para uso de recursos tecnológicos na educação ..... 71
14

1 INTRODUÇÃO

Diante do contexto atual, os educadores necessitam cada vez mais, de novos


meios para transmitir informação e o conhecimento. As Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC´s) avançam de maneira vertiginosa nos ambientes educacionais,
de modo a propiciar novas formas de ensino-aprendizagem. Porém, é necessário
que os profissionais da educação estejam preparados para a utilização de recursos
tecnológicos em suas aulas, de maneira planejada, a fim de conquistar excelentes
resultados.

Desta forma, é imprescindível que as Instituições de Ensino Superior (IES), e


especificamente, a IES utilizada como universo desta pesquisa e que atua dentre
outros cursos, na formação de profissionais Licenciados em Pedagogia, tenham uma
atenção no entendimento destes, quanto ao melhor uso das TIC´s no processo de
formação docente. Tais exigências são decorrentes de uma sociedade globalizada,
onde, têm-se buscado a afirmação cada vez mais frequente de indivíduos críticos e
que possam refletir sobre a realidade ao seu redor buscando compreendê-la de
maneira expressiva e consciente de suas ações. Logo, percebe-se que o pedagogo
possui um papel ímpar no processo de formação crítica dos seus alunos, em
presença a esta perspectiva, através da utilização de aparatos tecnológicos.

A pretensão deste trabalho foi analisar a formação dos graduandos na


Licenciatura em Pedagogia, de uma Instituição de Ensino Superior privado de
Natal/RN, quanto ao conhecimento e uso mediado das TIC´s em contextos
escolares, buscando compreender a seguinte questão: quais são os determinantes
que fazem com que tais tecnologias não sejam efetivamente incorporadas à
educação superior? Através destes pontos pode-se entender como: a) Identificar, a
partir de entrevistas, a visão, conceito e aplicação que os graduandos em
licenciatura em Pedagogia, da instituição avaliada possuem sobre TIC´s; b) Refletir
sobre os usos/funções dadas às TIC´s pelo PPP (Projeto Político Pedagógico) do
curso e pelos professores); c) Avaliar a importância da formação continuada quanto
ao uso das TIC´s em sala de aula.
15

Assim, esta pesquisa teve como propósito não somente analisar o processo
formativo destes profissionais, mas também identificar no Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) estratégias para que os graduandos adquiram habilidades e
competências exigidas pela Sociedade da Informação, bem como, se os seus
professores formadores possuem perfil e atendem a tais exigências, principalmente
nas incorporações realizadas em sala de aula, através de práticas inovadoras e
com a utilização adequada de tais recursos.

O tema quanto ao uso das TIC´s é uma realidade e encontra-se em destaque


em todas as discussões que envolvem educação. Sua presença maciça fez com que
as relações dos indivíduos entre si e entre as instituições passassem a ser mediadas
por aparatos tecnológicos de informação e comunicação.

A utilização de recursos tecnológicos no ambiente escolar está se tornando


comum e, quando bem utilizado, permite um incremento e uma nova dinâmica,
tornando o processo ensino/aprendizagem uma atividade prazerosa.

Ao propor analisar o conhecimento e compreensão de tais recursos, por


graduandos do curso de licenciatura em pedagogia, de uma instituição de ensino
superior privado, em Natal/RN se buscou investigar e discutir elementos que
verifiquem o real uso destes em sala de aula. Desta forma avaliando se o Projeto
Pedagógico do curso da respectiva instituição, encontra-se pertinente com as
exigências atuais, do uso de tecnologias, ligadas a educação.

Além disso, este projeto também se propõe a realizar um estudo mais


aprofundado, a fim de analisar como estes discentes estão sendo formados quanto a
mediação e conhecimentos mediados pelas TIC´s, bem como se estão realmente
preparados para criar situações e melhores estratégias do uso de tais aparatos
tecnológicos em contextos escolares, como futuros profissionais da área.

Entre os principais critérios que se utiliza para referenciar este trabalho


encontra-se a formação e mediação docente de qualidade, alicerçadas quanto ao
uso das tecnologias para transformar a educação. Então é mais do que oportuno um
projeto que investigue e analise o processo formativo de futuros professores, quanto
16

aos usos e funções dadas às TIC´s, atreladas ao contexto pedagógico, bem como,
na sua atuação docente.

Por último, cabe destacar a importância do tema a ser apresentado neste


estudo para o curso de Licenciatura em Pedagogia e para a sociedade como um
todo, criando oportunidade para reflexão, estudo e atuação, reafirmando com isso, o
seu compromisso com o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

A metodologia empregada foi de caráter qualitativo, partindo de uma


perspectiva do entendimento do objeto em estudo, ou seja, de como as TICs estão
sendo incorporada à prática de docentes e discentes em formação, no curso de
Pedagogia, de uma instituição privada da cidade de Natal.

Segundo Neves (1996, p. 1) a pesquisa qualitativa:

Faz parte a obtenção de dados descritivos mediante


contato direto e interativo do pesquisador com a situação
objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é frequente
que o pesquisador procure entender os fenômenos,
segundo a perspectiva dos participantes da situação
estudada e, a partir daí, situe sua interpretação dos
fenômenos estudados.

Tal metodologia também varia entre procedimentos etnográfico, visto que é a


descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo
Spradley (1979 apud Lüdke; André, 1986, p. 14), ou seja, o grupo de discentes
pesquisados, além de também se caracterizar como um estudo de caso, conforme é
descrito:

O caso é sempre bem delimitado, devendo ter seus


contornos claramente definidos no desenrolar do estudo.
O caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo
distinto, pois tem interesse próprio, singular. [...] se
destaca por se constituir numa unidade dentro de um
sistema mais amplo. O interesse, portanto incide naquilo
17

que ele tem de único, de particular, mesmo que


posteriormente venham a ficar evidentes certas
semelhanças com outros casos ou situações. (LÜDKE;
ANDRÉ, 1986, p. 16)

Desta forma, o estudo de caso se encontra adequado ao investigar na


pesquisa o currículo acadêmico do curso de pedagogia, da distinta instituição,
quanto ao uso de práticas tecnológicas para a formação dos discentes do curso em
questão.

Além disso, este trabalho apresenta demais procedimentos justapostos na


sua investigação, fazendo uma total relação com os objetivos específicos através da
aplicação de questionários em formato de formulário eletrônico aos graduandos do
curso de Licenciatura em Pedagogia, de uma determinada Instituição de Ensino
Superior privada, do município de Natal/RN.

Neste estudo buscou-se apresentar o universo, a população e a amostra,


para que a partir disto, sejam utilizados os procedimentos de coleta de dados e
como estes foram analisados.

1.1 TIPO DE PESQUISA

Para aquisição de dados dos resultados foi necessário realizar uma pesquisa
de campo. Já quanto aos fins da pesquisa, ocorreu uma investigação exploratória,
visando promover um maior conhecimento sobre uma análise da formação de
professores quanto ao conhecimento e uso mediado das TIC´s em contextos
escolares, de forma a avaliar quais determinantes fazem com que tais tecnologias
não sejam efetivamente incorporadas à educação superior, objeto deste estudo.
Sobre esse tipo de descrição Vergara (1998, p. 45) define que a investigação
exploratória “é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e
sistematizado...”, ou seja, área esta que será necessário realizar todo um estudo,
através de coleta de dados, investigação e até mesmo conversas informais para um
maior conhecimento. Roesch (1999, p. 126) comenta: “(...) é comum que na fase
18

exploratória se utilize uma postura de ouvir o que as pessoas têm a dizer e participar
de eventos sem a preocupação de que isto possa influenciar os respondentes ou
processos em andamento.” Com isso, poderá se averiguar o andamento da
formação de futuros professores, licenciados em pedagogia quanto as ações e uso
mediação das TIC´s em contextos escolares, bem como, se estes se sentem
preparados para executar tais papeis.

Também foi necessário realizar um estudo descritivo, que serviu de


exposição do ambiente estudado, ou seja, uma IES privada, especificamente com o
curso de Licenciatura em Pedagogia, fazendo uma análise crítica quanto ao Projeto
Político Pedagógico do curso, de acordo com as exigências mundiais da chamada
Sociedade da Informação e o uso pertinente e crítico das tecnologias. Quanto à
pesquisa descritiva, Vergara (1998, p. 45) postula que “a pesquisa descritiva expõe
características de determinada população ou fenômeno.”, no caso o fenômeno
analisado a que se refere a formação acadêmica dos graduandos em licenciatura
em pedagogia quanto ao uso das TIC´s em suas futuras atuações como docentes.

1.1.1 Universo e Amostra

A referida IES privada pesquisada possui um universo de 02 Instituições


(unidades), com diversos cursos em Natal/RN e entende-se como universo nesta
pesquisa o total de IES. De acordo com, Barros; Lehfeld (1986, p. 105 universo é “o
conjunto ou a totalidade de elementos que possuem determinadas características,
definidas para um estudo.” A população ou população-alvo a ser estudada são as
turmas do curso de Licenciatura em Pedagogia, atualmente, com um total de 08
turmas, entre turnos matutino e noturno. Malhotra (2001, p. 302) define população-
alvo como uma “coleção de elementos ou objetos que possuem a informação
procurada pelo pesquisador e sobre os quais devem ser feitas inferências.” Para
Vergara (1998, p. 48) população é “um conjunto de elementos (empresas, produtos,
pessoas, por exemplo), que possuem as características que serão objetos de
estudo.” Já Roesch (1999, p. 138) define população como “um grupo de pessoas ou
empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”.
19

Será utilizado o método de amostragem na população estudada, onde,


Barros; Lehfeld (1986, p. 105), define amostra, como “um subconjunto representativo
do conjunto da população”. Já Malhotra (2001, p. 301) relata amostra como “um
subgrupo dos elementos da população selecionado para participação no estudo”.

A classificação da amostragem que será realizada neste trabalho é a não-


probabilística, baseada na decisão de questionar os alunos sobre o conceito,
compreensão e aplicação das TIC´s em suas formações, como também na
interpretação que será feita das informações coletadas. Segundo Malhotra (2001, p.
305), entende-se como amostragem não-probabilística a “técnica de amostragem
que não utiliza seleção aleatória. Ao contrário, confia no julgamento pessoal do
pesquisador.” E a técnica utilizada, será à amostragem por acessibilidade, onde,
como o próprio nome diz, refere-se ao tipo de acesso sem ausência de dificuldades
ou obstáculos. Para Vergara (1998, p. 49) a técnica não probabilística por
acessibilidade está “longe de qualquer procedimento estatístico, pois, seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles”, o que será demonstrado através da
aplicação do questionário para coleta de dados, aos respectivos graduandos do
curso analisado.

1.1.2 Instrumento de Coleta de Dados

Quanto ao instrumento de coleta de dados, foi realizada uma aplicação de


um questionário (formulário) eletrônico, como recurso disponibilizado pelo Google.
Qualquer usuário das contas Google, poderá criar seu próprio formulário de maneira
eletrônica, pelo próprio Google Docs (Documentos), ficando este disponível no drive
eletrônico da conta do usuário.

Um destes serviços oferecidos é o Google Docs, uma


espécie de suíte de aplicativos online, bastante
semelhante ao Microsoft Office e
ao OpenOffice.org/BrOffice.org. O serviço da Google
possui editor de textos, editor de planilhas eletrônicas,
editor de apresentação de slides e ainda ferramenta para
criação de formulários (enquetes). (CIRÍACO, 2008)
20

Através desta tecnologia foi possível criar um questionário (formulário) para


o desenvolvimento desta pesquisa. Com o recurso do Google Forms “é possível
selecionar seis tipos diferentes de respostas, como por exemplo, textos, múltipla
escolha e caixas de seleção.” (CIRÍACO, 2008). Para este estudo utilizou-se as
respostas do tipo texto, múltipla escolha e caixas de seleção.

De tal modo, quando o formulário foi concluído, este foi aplicado aos
discentes do curso de pedagogia que o desejassem responder de forma voluntária.
Como se tratava de um formulário eletrônico, a análise dos resultados tornou-se
facilitada, visto que ele mesmo apresentava os resultados em planilhas eletrônicas e
gráficos. Assim, sempre que havia alguma resposta, ela era enviada para uma
planilha, indicando as informações, como horário de acesso do participante e as
suas respostas, o que tornava ainda mais fácil a visualização dos resultados,
conforme enfatiza Ciríaco (2008).

A pesquisadora deste estudo esteve presente em algumas salas de aula da


Instituição, onde havia a população alvo, ou seja, as turmas de 5º a 8º períodos, do
turno matutino e noturno, visto que nestes períodos os alunos estariam cursando ou
já haviam cursado a disciplina “Tecnologia da Informação”.

Logo, apresentou e relatou o objetivo deste estudo, buscando por candidatos


que pudessem participar da pesquisa. Esta divulgou o link do formulário eletrônico
no quadro branco em sala de aula, além de compartilhamento nos grupos das
turmas do Facebook, Whatsapp, bem como via endereço eletrônico (e-mail). Alguns
participantes desejaram responder o questionário durante o horário do intervalo de
suas aulas e se dirigiram para o laboratório de informática da própria Instituição.

Assim, a divulgação presencial da pesquisadora, o compartilhamento dos


links e a participação dos discentes pesquisados ocorreram no período de 17 a 24
de novembro, onde se obteve um retorno de 51 questionários respondidos, de um
universo de 191 alunos, como população alvo, conforme é destacado no Quadro 01,
que retrata o Perfil dos Pesquisados.

O questionário estruturado (APÊNDICE) continha 20 (vinte) questões,


divididas em “Perfil dos Pesquisados” e “Dados Avaliativos sobre Tecnologias na
21

Educação”. Os alunos foram questionados com perguntas abertas, ou seja, onde os


alunos tinham total liberdade em suas respostas e perguntas fechadas, com
alternativas de múltiplas escolhas e caixas de seleção. Segundo, Barros; Lehfeld
(1986, p. 108-109) definem como perguntas abertas: “aquelas perguntas que levam
o informante a responder livremente com frases ou orações”. Já a definição de
perguntas fechadas, entende-se como “são aquelas questões que apresentam
categorias ou alternativas de respostas fixas: perguntas com alternativas
dicotômicas e perguntas com respostas múltiplas”. Através da realização dos
questionários com a população investigada, foi possível conhecer melhor a realidade
do respectivo curso e dos problemas encontrados quanto a mediação com uso das
TIC´s.

1.1.3 Tratamento dos Dados

De acordo com o questionário aplicado, este trabalho realizou o tratamento


dos dados de forma quantitativa, tendo como referência o universo, a amostra e a
população estudada.

Através dos dados coletados, foi possível o seu tratamento utilizando-se os


próprios recursos do Google Docs, que continha o aplicativo Microsoft Excel para a
tabulação dos dados e geração automática dos gráficos.

Também buscou-se uma abordagem qualitativa, no desenvolvimento deste


trabalho, partindo de uma perspectiva do entendimento do objeto em estudo, ou
seja, a avaliação quanto ao uso das TIC´s na formação docente.

Segundo Neves (1996, p. 1) a pesquisa qualitativa:

Faz parte a obtenção de dados descritivos mediante


contato direto e interativo do pesquisador com a situação
objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é frequente
que o pesquisador procure entender os fenômenos,
segundo a perspectiva dos participantes da situação
estudada e, a partir, daí situe sua interpretação dos
fenômenos estudados.
22

A partir da interpretação do objeto de estudo deste trabalho, verificou-se a


realidade sobre como os futuros pedagogos (professores) estão sendo formados,
sendo possível enxergar mais claramente a deficiência quanto ao aporte prático do
uso das TIC´s, dando ênfase numa formação de aquisição de conhecimentos
teóricos.

De tal modo, o presente trabalho encontra-se organizado da seguinte


maneira: no capítulo 1 está apresentada a Introdução deste trabalho; Já no capítulo
2 apresenta-se o conteúdo do referencial teórico intitulado Sociedade de Informação
e Formação Docente; no capítulo 3, a Análise dos Resultados; e por fim, no capítulo
4, as Conclusões e Recomendações deste trabalho. Logo em sequência encontra-se
as Referências, Anexos 1 e 2, bem como, o Apêndice.
23

2 SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE

2.1 SOCIEDADE, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

É notório que a sociedade vem passando por profundas mudanças,


advindas pela inserção dos aparatos tecnológicos afetando diversas áreas,
mudando hábitos, fazendo com que os cidadãos, estejam em processo de
atualização e busca por novos conhecimentos constantemente. Isto é decorrente
da ação das máquinas geradas pela sociedade da informação, comunicação e
tecnologia conforme, Fróes (2011, p.25) postula:

“A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras


ferramentas, por vezes consideradas como extensões do
corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e
instituições, ao computador que trouxe novas e profundas
mudanças sociais e culturais, a tecnologia nos ajuda, nos
completa, nos amplia... Facilitando nossas ações, nos
transportando, ou mesmo nos substituindo em
determinadas tarefas, os recursos tecnológicos, ora nos
fascinam, ora nos assustam...”.

Esse processo de transformação ocasionado pelo uso das tecnologias,


vem suscitando de maneira geral, uma verdadeira metamorfose em termos
sociais e culturais, também conhecido por cibercultura, que "[...] expressa o
surgimento de um novo universal, diferente das formas culturais que vieram antes
dele, no sentido de que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido
global qualquer.”, conforme defende Lévy (1999, p. 15). Ou seja, uma nova
cultura, caracterizado pela multiplicidade e fragmentação voltada a partir das
relações digitais dos indivíduos e que vem sendo uma crescente na rede mundial
de computadores (internet).

Segundo, Setton (2015, p. 88) a noção de cibercultura defendida por Lévy


é que esta define-se “como um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais)
práticas, atitudes, modos de pensamento e valores que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço.” Espaço este, que cada vez mais,
24

se expande e se integra a realidade social das pessoas, sejam através do seu uso
pessoal ou profissional.

“[...] uma das características dos ciberespaço é sua


arquitetura aberta, isto é, a capacidade de crescer
indefinidamente. É fluido, em constante movimento –
dados são acrescentados e desaparecem, conexões são
criadas e desfeitas em um fluxo constante.” (MARTINO,
2014, p. 29)

Assim, diante de tal cenário e dos recursos tecnológicos existentes, é


impossível não relatar, que a escola também passa por significativas mudanças,
quanto às tendências digitais pós-modernas, bem como a aceleração das
informações e produção de conteúdo, através das diversas mídias digitais. O uso
das TIC´s na educação é uma realidade, entretanto, ainda precisa ser moldado,
para que tais aparatos não assumam um lugar irrelevante. Logo, “a tecnologia não
é um ator separado da sociedade e da cultura.” (SETTON, 2015, p. 90). Esta deve
ser integrada literalmente às ações pedagógicas, não só no sentido administrativo
escolar, mas também a ações mais efetivas à sala de aula.

O seu verdadeiro papel na educação é tornar-se uma ferramenta de


ensino-aprendizagem, desenvolvendo nos alunos habilidades intelectuais,
cognitivas, de criatividade e construção do conhecimento. (VEIGA, 2001).

Mas, para que isto ocorra, não basta apenas inserir computadores ou
tecnologias similares ao ambiente escolar. É necessário que as instituições de
ensino estejam capacitadas como um todo, (ou seja, professores, alunos, direção
e um projeto pedagógico relevante), diante da realidade do uso, potencialidades
das novas tecnologias e da inserção da informática educativa. Dessa forma, os
professores não serão meros transmissores de informações, mas sim,
facilitadores da construção do conhecimento.

A respeito das tendências tecnológicas atuais aliadas a educação, é


importante deixar claro que,
25

[...] a utilização de recursos tecnológicos na educação


não garante mudanças na forma de ensinar e aprender.
Tais recursos servem como ferramentas no auxílio da
construção de conhecimentos por meio de uma atuação
ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
No entanto é a escola, entendida como espaço de
construção de conhecimento e socialização do saber;
como um ambiente de discussão, troca de experiências e
de elaboração de uma nova cidadania, que poderá
contribuir na formação do indivíduo inserido na
Sociedade Informacional, garantindo uma educação
voltada para a criatividade, para o prazer, para a
autonomia e a auto realização. (SANTOS, 2010, p. 25).

Portanto, é necessário que a escola, como um ambiente de aquisição de


saberes e produção de conhecimento, também venha se adequar a essa nova
realidade, de uma Sociedade Informatiza. De tal modo, ela necessita aderir uma
postura inovadora em prol da construção de saberes significativos para a
formação de uma sociedade mais participativa, através da utilização de
tecnologias que propiciem um nível maior de interação, participação e produção
de conteúdo online.

“[...] há todo um movimento de ressignificação das


disciplinas escolares e de reestruturação de seu
tratamento didático, tendo em vista as novas estruturas
de pensamento, próprias da Sociedade Tecnológica, de
agir e discernir na dinâmica de novas linguagens de
informação, comunicação e expressão. Desta forma,
conectar a escola à Sociedade Informacional
corresponde a assegurar a pertinência da própria
instituição escolar em sua tarefa de formar sujeitos
capazes de uma atuação plena como cidadãos nesta
sociedade [...]” (SANTOS, 2010, p. 17)

Assim, para que essa formação plena quanto ao uso das tecnologias e de
formação de sujeitos críticos ocorra, se faz pertinente formar docentes para o
26

ensino mediado por tecnologias, caso contrário, como este poderá cobrar de seus
alunos essa postura, se nem ele próprio a utiliza?

A escola, juntamente com toda a equipe, necessita pensar e exigir dos


seus profissionais essa postura, visto que é uma condição inevitável, diante da
inserção de diversas formas de utilização de mídias digitais, no cotidiano das
pessoas, e por que não do próprio ambiente escolar?

“[...] a escola, a qual tradicionalmente tem como tarefa


exclusiva possibilitar a aprendizagem de conceitos e
informações, tem que repensar, seu modo de
funcionamento, uma vez que, com a emergência de uma
sociedade altamente baseada no trânsito de informações
em tempo real, instaura-se um novo paradigma segundo
o qual é preciso que se esteja em permanente estado de
aprendizagem e de adaptação ao novo [...]” (KENSKI,
2003 apud SANTOS 2010, p. 23-24)

2.2 FORMAÇÃO DO PROFESSOR LICENCIADO

Na última década, em especial, o sistema educacional brasileiro foi


beneficiado por uma série de políticas públicas que promoveram transformações,
possibilitando uma maior abertura e acesso à educação. Diante deste cenário, de
maior abertura ao ensino superior, percebe-se também que vem sendo uma
crescente a criação de cursos de Pedagogia em diversas Faculdades e
Universidades em todo o país, sejam elas públicas ou privadas.
Logo, se faz pertinente analisar se a formação acadêmica destes futuros
professores (pedagogos), estão ocorrendo de maneira apropriada quanto ao
conhecimento necessário para o desempenho da profissão, bem como, as
competências e habilidades exigidas atualmente por uma Sociedade (da
Informação) acelerada e de produção de conteúdo constante, através dos mais
variados aparatos tecnológicos. Assim, para que esta formação pedagógica se
realize a contento é de extrema importância analisar as práticas pedagógicas
27

desempenhadas nessa formação acadêmica, assim como se as TIC´s estão aliadas


a elas.
Portanto, para que o processo ensino-aprendizagem obtenha êxito, se faz
necessário estimular o aluno (graduando) a pensar criticamente. Assim como,
também é de extrema importância que o professor (formador) apresente uma
postura e ação de um pesquisador constante, de modo que se sinta instigado,
buscando por novos conhecimentos, que resultem em práticas inovadoras,
coerentes para uma melhor aprendizagem. E nada mais pertinente a essa realidade,
do que utilizar-se tecnologias como recurso metodológico em suas aulas.
Além disso, tal professor também precisa ter consciência quanto a grande
responsabilidade, acerca, da formação dos conhecimentos teóricos e práticos
adquiridos pelos educandos, de forma crítica, visto que os discentes precisarão
futuramente para atuar na profissão docente.
De tal modo, é essencial que esta educação, tenha como base a pesquisa
constante, para que os professores possam refletir cada vez mais sobre o seu papel
com o educando e assim, melhor dialogar com eles, além de propiciar o
compartilhamento dos seus saberes de forma coerente e reflexiva. De tal modo
percebe-se que,

Pesquisar (...) é sempre também dialogar, no sentido


específico de produzir conhecimento do outro para si, e
de si para o outro. (...) Quem pesquisa tem o que
comunicar. Quem não pesquisa apenas reproduz ou
apenas escuta. Quem pesquisa é capaz de produzir
instrumentos e procedimentos de comunicação. Quem
não pesquisa assiste à comunicação dos outros. (DEMO,
2009)

Além disso, percebe-se que a pesquisa também será necessária ao fazer


docente no processo de construção de conhecimento, bem como, no
compartilhamento deste por parte do professor, pois promoverá, antes de tudo, o
desenvolvimento de uma maneira de pensar que resultará no aprendizado pela
"reflexão" em que o “sujeito cria, pela autorreflexão, ou reflexão de si mesmo,
condições de ver-se como pessoa e ver o outro como seu semelhante" (CASSOL,
2008, p.147).
28

Diante da perspectiva quanto à constante busca por novos conhecimentos,


assim como formação continuada docente séria, percebe-se que a ação das práticas
realizadas em sala de aula, possui um papel singular no processo que envolve
discentes e docentes. Tais pesquisas poderão ser realizadas pelos mais diversos
formatos digitais de informação, como, textos, vídeos, áudio, dentre outros, podendo
então aproveitar os próprios recursos deles em sala de aula, para a realização
destas atividades.
Deste modo, o professor possui uma parcela bastante significativa no
compartilhamento do seu conhecimento, assim como dos recursos metodológicos
adotados por ele, no decorrer de suas aulas. Este, deve sempre se lembrar que
como professor formador também será visto como espelho para a turma. Portanto,
se este se mostra aberto e interessado em utilizar novos recursos tecnológicos para
incrementar suas aulas, com certeza estará estimulando os alunos, como futuros
pedagogos, a ter o mesmo espírito inovador.

“[...] A educação necessita estar atenta as suas


propostas e não se marginalizar, tornando-se obsoleta e
sem flexibilidade. Algumas dessas mudanças podem ser
realizadas pelo professor que, tendo uma visão de futuro
e possuindo mente aberta para refletir criticamente sobre
sua prática no processo de ensino-aprendizagem, torna-
se um agente ativo no sistema educacional. (TAJRA,
2001, p. 20)

Vale salientar que para que uma aprendizagem seja verdadeiramente


expressiva, é primordial o interesse do discente em aprender, além do interesse do
docente em ser um mediador da aprendizagem e não apenas um mero reprodutor
de saberes.
Este quando assume uma postura mediadora se permite ser um incentivador,
facilitador e motivador da aprendizagem dos seus alunos, enfim, um verdadeiro
orientador. Logo, Moran, Masetto, e Behrens (2000) defendem que o professor será
um eterno pesquisador em serviço, visto que ele aprende com a sua prática e a
pesquisa, assim como ensina a partir do que ele próprio aprende. Desta forma, este
se realiza aprendendo – pesquisando – ensinando – aprendendo, desempenhando
29

assim o papel de orientador/mediador. Segundo esses autores esse papel pode ser
descrito da seguinte maneira:
 Orientador/mediador intelectual: aquele professor que trabalha de forma, que
as informações e conteúdos se tornem mais significativos para os alunos,
integrando teoria e prática.
 Orientador/mediador emocional: se apresenta como um motivador da
aprendizagem, com autenticidade e empatia.
 Orientador/mediador gerencial e comunicacional: se torna um elo entre alunos
e demais grupos envolvidos, fazendo-os caminhar por suas próprias pernas,
mas auxiliando-os quando necessário.
 Orientador ético: vem ensinar como os alunos precisam vivenciar novas
experiências, assumindo o valor ético que pode ser construído
individualmente e coletivamente.

Assim, é perceptível que para tornar-se um verdadeiro orientador/mediador é


necessário que os professores estejam avaliando suas práticas constantemente, de
forma a permitir uma melhor reflexão dos saberes ensinados aos discentes e uma
compreensão crítica e autônoma, conforme avalia Behrens (1999, p. 91):

“[...] o professor torna-se dinâmico, articulador, mediador,


crítico e criativo, provocando uma prática pedagógica que
instiga o posicionamento, a autonomia, a tomada de
decisão e a construção do conhecimento, atuando como
parceiro experiente do processo educativo.”

Um novo direcionamento para essa prática, de acordo com o contexto da


sociedade da informação, pode estar associado ao uso das tecnologias voltadas
para a educação. É necessário que este tenha domínio significativo sobre elas para
que não ocorra a aplicação da prática pela prática, sejam elas baseadas em algum
modelo teórico ou simplesmente por um modismo tecnológico, sem o planejamento
adequado para o seu uso.

É primordial que tanto o docente, como o discente, compreenda o seu papel e


todas as contextualizações que envolvem o processo de ensinar e aprender, para
30

que assim, eles possam buscar refletir sobre a sua própria aprendizagem como
discente, e sobre a conduta prática docente.

Ao ensinar nesta perspectiva, ele não estará somente promovendo a


construção e apropriação de novos conhecimentos para os discentes, mas também
estará propiciando a formação de sujeitos críticos e conscientes, de suas atitudes,
direitos e deveres em uma sociedade que necessita cada vez mais da participação
efetiva da população. Por conseguinte é necessário que a relação entre professor e
acadêmico seja harmônica, pois assim, eles se sentirão mais à vontade e envolvidos
neste processo. O professor deve se portar como um mediador da construção do
conhecimento, conforme postula Debald (2003, p. 28):

A relação professor-acadêmico é de suma importância


para o processo de aprendizagem [...], pois estabelece
um elo de ligação e de comprometimento com a
construção do conhecimento.

Essa orientação, deve acontecer de maneira, que o aluno perceba seus erros
e acertos e que o professor naquele momento instigue-o a desenvolver uma prática
investigativa, através da construção e a apropriação do conhecimento. Este
conhecimento poderá ser adquirido, por meio de pesquisas, bem como, pela
parceria, com o próprio professor, quanto, com os demais colegas que possam estar
envolvidos nesse processo, havendo assim uma troca constante de experiências.
Logo através da prática da pesquisa, o processo de reflexão dos saberes ocorrerá
de maneira mais consciente e emancipatória, conforme relata Demo (2009) quando
informa que pesquisar coincide com criação e emancipação. Através da pesquisa se
estabelece um verdadeiro diálogo com a realidade nos permitindo construir uma
consciência crítica, um espírito crítico. Por isso, não se trata de copiar o que já foi
dito, mas reconstruir oferecendo novas possibilidades, conforme ressalta Freire
(1987, p.93), quando destaca que o “diálogo é encontro de homens mediatizados
pelo mundo”.

Deste modo, é indispensável que o aluno esteja aberto e interessado em uma


aprendizagem participativa. Porém, muitos não compreendem esse processo de
31

aprendizagem e acabam se tornando seres passivos em sala de aula, verdadeiros


repositórios de saberes.

Logo é de fundamental importância que o professor compreenda e aplique em


suas aulas, teorias em que venham desenvolver nos seus alunos a construção de
um conhecimento verdadeiramente crítico, como por exemplo, a teoria construtivista,
onde avalia o indivíduo como um ser cultural, reconhecendo seus conhecimentos
prévios e experiências adquiridas através das relações sociais no decorrer de sua
vida.

Na teoria Construtivista, a aprendizagem se dá em um processo de


assimilação, onde as estruturas cognitivas internas dos alunos são modificadas,
diante de experiências pessoais e são levados em conta os ritmos de aprendizagem
de cada um, o meio onde estão interagindo, seus conhecimentos prévios, interesses
e expectativas. O papel do professor é o de criar ambientes de aprendizagem
atrativos e servir como um mediador do conteúdo, facilitando a construção cognitiva
dos atores envolvidos no processo: tanto do professor quanto do aluno. (FONTES,
2004).

Porém, essa bagagem cultural precisa ser estimulada, a fim de permitir uma
melhor compreensão e desenvolvimento do conhecimento adquirido. Desta forma, o

“[...] construtivismo é, portanto, uma ideia; melhor, uma


teoria, um modo de ser do conhecimento ou um
movimento do pensamento que emerge do avanço das
ciências e da Filosofia dos últimos séculos. Uma teoria
que nos permite interpretar o mundo em que vivemos.”
(BECKER, 1992, p. 88)

A partir da conduta construtivista, o professor vem buscar mudar essa


realidade. Logo, o construtivismo significa:

A ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de


que, especificamente, o conhecimento não é dado, em
nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui
pela interação do indivíduo com o meio físico e social,
32

com o simbolismo humano, com o mundo das relações


sociais [...]. (BECKER, 1992, p. 88).

Daí percebe-se que o conhecimento deve ser construído pelos alunos e não
dado como uma fórmula pronta pelos professores. O aluno precisa compreender que
essa construção só ocorrerá a partir do seu olhar crítico sobre aquilo que se estuda,
bem como, para a própria realidade a sua volta.

Por conseguinte, “a teoria construtivista pode ser um valioso instrumento de


orientação da atividade do professor no complexo processo de formação do tipo de
homem que necessita o mundo de hoje em dia.” (ARIAS; YERA, 1996, p. 92). Então
para que todos (professores e alunos) consigam se envolver verdadeiramente nesse
processo, é necessário que eles também aprendam a aprender.

Para Demo (2000, p. 10) “Aprender é profundamente competência de


desenhar o destino próprio, de inventar um sujeito crítico e criativo, dentro das
circunstâncias dadas.”. Assim, o discente estará percebendo o seu papel enquanto
indivíduo crítico e da apropriação significativa de conhecimentos adquiridos, não
mais de maneira passiva, mas, pelo contrário, de forma coerente e reflexiva.

Portanto, cabe ao docente, estar em um eterno processo de desenvolvimento


das competências necessárias (formação continuada) para a constituição desses
sujeitos críticos e participativos. E isto se dará através da reflexão da ação entre o
conteúdo teórico e a prática.

Logo diante da temática apresentada neste estudo, ou seja, o uso das TIC´s
na prática formativa de futuros professores verifica-se a importância da formação
continuada nesta área especificamente, visto o uso e a exigência de tais aparatos na
sociedade atual, a qual é chamada de sociedade da informação.

Assim sendo, percebe-se que o uso de tecnologias voltadas para a educação


não é algo relativamente novo. Segundo Couto; Coelho (2013, p. 2) “políticas
públicas do governo federal para o uso e presença das tecnologias nas escolas
públicas fazem-se presente desde a década de 1990.” E mesmo depois de tantos
anos, ainda verifica-se que estas ainda possuem uma realidade muito reduzida no
33

fazer pedagógico de sala de aula, bem como na própria prática formativa de


docentes formadores, assim, como discentes que estão sendo formados.

Para se entender melhor quais são as políticas públicas voltadas para o uso
das TIC´s se faz pertinente apresentar o PROINFO, Programa Nacional de
Informática na Educação. Todas as informações referentes a este programa
encontram-se no site do Ministério de Educação e Cultura (MEC), diante de tais
dados adquiridos em Brasil (2004 apud Braga 2004, p. 16-17), pode-se descrever a
verdadeira finalidade dele:

O PROINFO <http://portal.mec.gov.br/proinfo/proinfo> é o Programa Nacional


de Informática na Educação, criado em 9 de abril de 1997, através da portaria 522,
com o objetivo de introduzir nas escolas públicas (estaduais e municipais) de ensino
fundamental e médio, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como
uma nova ferramenta no processo de ensino-aprendizagem. Tal programa foi
desenvolvido pela SEED (Secretaria de Educação à Distância), com o apoio do MEC
(Ministério de Educação e Cultura) e conta com a parceria dos governos estaduais e
alguns municipais.

De acordo com as Diretrizes do PROINFO, datadas em julho de 1997,


somente as escolas que possuam um projeto pedagógico baseado nas TIC´s e
devidamente aprovado pela Comissão Estadual de Informática, poderão receber
computadores e demais periféricos. Também é necessário, que as escolas
disponham de profissionais capacitados para executar o projeto, um ambiente
adequado para a instalação dos equipamentos e o mínimo de conforto necessário
para professores e alunos.

Este programa prepara os professores em dois níveis: multiplicadores e de


escolas. Os professores multiplicadores são formados em cursos de pós-graduação
em universidades brasileiras, sejam elas, públicas ou privadas, voltadas para a área
do uso das tecnologias na educação. Esses professores têm por objetivo, capacitar
os professores de escola a realidade e ao uso das TIC´s partindo do princípio de
professores capacitando professores. Tais capacitações são realizadas em Núcleos
de Tecnologia Educacional – NTE, possuindo uma estrutura padrão em todo o Brasil
34

e dessa forma descentralizando o PROINFO. Além de capacitar professores, os


NTEs, têm por finalidade capacitar técnicos de suporte, elaborar projetos
pedagógicos para o uso da informática e de tecnologias nas escolas e pesquisas. O
número de NTEs em cada estado é estabelecido proporcionalmente ao número de
alunos e escolas da rede pública estadual e municipal.

Portanto, diante da realidade crescente de escolas sendo informatizadas, bem


como, uma exigência que este seja empregado somente em escolas onde haja em
seu Projeto Político Pedagógico (PPP), voltado para o uso de tecnologias em sala de
aula, é pertinente destacar a importância de se capacitar professores para atuar em
tais ambientes, não como técnicos, mas aliando os conteúdos específicos de cada
disciplina de maneira associada aos diversos tipos de tecnologias. Conforme relata
Silva; Rodrigues; Barroso (2013, p. 3) sobre o PROINFO,

Este programa como política pública de Formação de


Professores em tecnologia desenvolve ações
pedagógicas junto a docentes em que a relação com o
saber se dá basicamente em capacitá-los e não em
formar o professor para atuar na área de informática,
instruir é o mote e não discussão, o processo.

Logo percebe-se que se as TIC´s se mostram como uma realidade crescente


na educação, e então pergunta-se, “Por que ainda assim os futuros professores
licenciados não são potencialmente formados para isso?” e mais “Por que seus
professores formadores ainda se sentem pouco à vontade quanto ao uso de
recursos tecnológicos em suas aulas?”. Estes são fatores que devem ser avaliados
nas práticas de sala de aula, assim como, na própria estrutura curricular do curso de
Pedagogia analisado nesta pesquisa.

[...] a necessidade de investimentos qualitativos na


formação continuada dos professores devem favorecer o
aprimoramento da prática pedagógica com o uso dos
recursos das TIC. Como também, não é a presença de
documentos gerados pela escola para utilização das TIC
que fará com que ela se aproprie das tecnologias para
35

melhorar a sua prática pedagógica, mas o rompimento de


paradigmas, a resistência ao novo, o caráter de
transversalidade das TIC nas concepções de
aprendizagem do professor é que fará a diferença.
(SILVA; RODRIGUES, BARROSO, 2013, p.8)

De tal modo, a formação continuada como um todo e principalmente no


contexto das TIC´s torna-se cada vez mais necessária e abrangente na atualidade,
tendo em vista não só os cursos oferecidos após o término da formação acadêmica,
mas implica também um olhar voltado as transformações que ocorrem no trabalho e
na sociedade, ou seja, tudo aquilo que permeia o desempenho profissional do
indivíduo em qualquer situação que lhe fora imposta. “Portanto, trabalhar com
tecnologias educativas não é enquadrá-las apenas ao campo do teórico ou prático,
mas é, sobretudo, a adoção de uma postura pedagógica” (SILVA; RODRIGUES,
BARROSO, 2013, p.8) e tal postura só será realmente adquirida, a partir do
momento em que o docente refletir sobre o uso das tecnologias, como um recurso a
mais em suas aulas, como um elemento agregador a realidade escolar e ao fazer
pedagógico.

Segundo reflexões de Gatti (2008), diante deste contexto de transformações


mundiais, percebe-se que na última década está havendo uma maior preocupação
com a formação de professores, desencadeadas pelas pressões do mundo do
trabalho, que vem exigindo dos seus profissionais, uma capacitação maior quanto a
um modelo de estruturas informatizadas, bem como, o valor adquirido pelo
conhecimento, pelos sistemas de governo, visto a própria extensão assumida pelos
precários desempenhos escolares de grandes parcelas da população. Assim, ações
de políticas públicas vem se movimentando nesse caminho de transformações, no
campo curricular e de formação docente.

Diante disto, o professor em processo de formação ou que estejam em


formação continuada deve acreditar que as TIC´s quando usadas na educação
poderão acrescentar novos conhecimentos e reflexões sobre os discentes. Para isto,
se faz necessário adequar-se as várias tecnologias e procedimentos metodológicos,
conforme defende, Moran (2000).
36

Portanto, o computador e demais tecnologias quando usadas de maneira


adequada, por docentes e discentes poderão tornar-se agentes transformadores,
principalmente no âmbito pedagógico, considerando que, tais recursos não virão
substituí-lo, mas sim, servirão para integrar conhecimento e prática, criar ambientes
de interação aluno-máquina, beneficiando a todos.

Os docentes e discentes precisam perceber que, diante de todo o contexto


tecnológico a que a sociedade vem passando e se transformando, é inadmissível
não pensar como os novos formatos e mídias digitais presentes atualmente podem
ser integrados a sala de aula, permitindo o crescimento dessa comunidade virtual.
Logo “A internet e as mídias digitais abriram espaços de interação em comunidade
até então desconhecidos, aumentando as possibilidades de estabelecimento de
laços entre seres humanos.” (MARTINO, 2014, p. 44).

De tal modo, vê-se a formação continuada como um fator primordial para o


desenvolvimento do educador em sua função envolvendo um processo dinâmico e
atualizado.

De fato, as escolas atuais requerem, com urgência, a


Formação Continuada de seus professores, como
condição sinequa non para conseguirem fazer frente aos
desafios que a profissão lhes coloca. (ALVARO-PRADA;
FREITAS; FREITAS, 2010, p.13).

Infelizmente ainda há muitos docentes que não enxergam a importância


dessa relação. Entretanto observa-se que é de extrema relevância, conforme postula
Kimura (2008, p. 82):

Trata-se de uma concepção de relação entre teoria e


prática. Esta relação chega a constituir-se em um dilema,
ficando a prática e a teoria colocadas como se fossem
pólos que se excluem. No entanto, são indissociáveis em
uma aprendizagem e em uma trajetória necessária de ser
percorrida para a apropriação do conhecimento.
37

Desta forma, o comprometimento e planejamento docente sério, implicando


na necessidade dos futuros e atuais professores em conhecer o currículo do curso, o
seu projeto político pedagógico, assim como, os saberes necessários as disciplinas
que ministram aula. Tudo isto associado a uma lógica didática, que não deve ser
imposta, mas sim, pensada de maneira criativa e motivadora, a fim de ampliar a
autonomia, a construção e a aquisição de conhecimentos necessários aos alunos.
Assim sendo, é pertinente analisar como está ocorrendo o desenvolvimento
das práticas docentes em sala de aula, e se elas estão conseguindo alcançar o
objetivo da promoção formação de educadores de qualidade, baseada nos pilares
de conhecimentos efetivamente construídos significativamente. “[...] é necessária
uma ação imediata para que os professores em geral adotem posturas condizentes
com a educação mediada por tecnologias, em todas as suas vertentes.” (SANTOS,
2010, p. 19)
Vale salientar que tais exigências não surgem somente no âmbito
educacional, mas na sociedade mundial, quanto as competências e graus cada vez
mais altos de autonomia, reflexão e criticidade que são exigidos dos indivíduos, da
atual Sociedade do Conhecimento.

[...] diferentes organismos internacionais (Unesco, OCDE,


Comissão Europeia, etc.) advertem sobre a importância
de educar os alunos para a Sociedade do Conhecimento,
para que possam pensar de forma crítica e autônoma,
saibam resolver problemas, comunicar-se com facilidade,
reconhecer e respeitar os demais, trabalhar em
colaboração e utilizar-se intensiva e extensivamente, as
TIC´s. Uma educação orientada a formar este tipo de
indivíduos requereria professores convenientemente
formados, com grande autonomia e critério profissional.
(SANCHO, 2006, p. 19-20)

Ademais é de grande relevância pensar numa escola inovadora, no sentido


de melhor utilização de seus recursos tecnológicos e que permitam uma maior
autonomia e criticidade aos alunos. Entretanto, para que isto aconteça, é necessário
que os futuros professores ou mesmo aqueles que já atuam na profissão, possuam
um novo olhar, quanto a práticas criativas e reflexivas de seus alunos, práticas estas
38

que realmente façam sentido e não que venham ser aplicadas, somente por serem
cobradas como uma nova tendência.

Desse modo, a didática também possui um papel crucial nesse processo,


conforme postula Libâneo (2012, p. 171) “cabe à didática planejar e sistematizar a
dinâmica dos processos de aprendizagens”. Sendo de grande importância para o
professor, o conhecimento sobre metodologias didáticas que venham contribuir para
esse processo, pois um professor sem conhecimento didático pode acabar não
aproveitando todas as potencialidades de aprendizagens que poderão ser
desenvolvidas na metodologia de ensino.
Assim é de fundamental importância que o professor compreenda o real
significado do termo ‘tecnologia’, de forma que avalie, que a tecnologia não está
voltada apenas para o lado dos aparatos eletrônicos ou informáticos, mas que
abrange, uma infinidade de possibilidades para melhoria das condições humanas,
conforme relata Brito (2006, p. 14) “Conjunto de técnicas e metodologias
transformadoras desenvolvidas na interação com a população e apropriadas por ela,
que representam soluções para inclusão e melhoria das condições de vida”. Tais
soluções transformadoras poderão possibilitar novas formas de aprendizagem,
desde que planejadas e sistematizadas didaticamente. De acordo com Tajra (2001,
p. 48), “o termo tecnologia vai muito além de meros equipamentos. Ela permeia em
toda a nossa vida, inclusive em questões não tangíveis”.

Assim sendo é pertinente pensar que a tecnologia, seja ela, da forma mais
simples ou sofisticada, necessita estar articulada com contexto social do sujeito, e
com o processo de ensino-aprendizagem, ou seja, o pensamento do novo fazer
pedagógico do professor deve estar imbrincado no projeto político pedagógico da
instituição de ensino, de forma que essa relação do uso de tecnologias seja
expressada no seu cotidiano social.

De acordo com Sancho (1998), as tecnologias podem ser subdividas em três


grandes grupos, são elas:

 Físicas – são as inovações que utilizam-se de instrumentais físicos, tais


como: caneta esferográfica, livro, celular, computadores, dentre outros.
39

 Organizadoras – são as formas de como nos relacionamos com o


mundo e como os diversos sistemas produtivos estão organizados, tais
como a organização das áreas de conhecimento, educação,
engenharia, medicina...
 Simbólicas - estão relacionadas com a forma de comunicação entre as
pessoas, desde o modo como estão estruturados os idiomas escritos e
falados até como as pessoas se comunicam, como por exemplo,
símbolos e interfaces de comunicação.

Logo, o ato de ensinar não pode ser algo vazio, com a única intenção de
pensar nos alunos como uma tábula rasa ou um mero repositório. O professor
necessita propiciar melhores condições de conhecimento, atuando como um
mediador permanente e retratando o tipo de uso da tecnologia que ele faz. Seguindo
esse raciocínio, Freire (1996, p. 47), defende que “ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.” Portanto, isso só será possível, através de condutas docentes maduras
e ressignificantes para os discentes, bem como, para o próprio docente.

Deste modo percebe-se que é preciso ter um comprometimento singular para


atuar como um docente da educação básica, ou qualquer que seja a instância de
ensino. Esta atividade pode se tornar complexa, quando não há uma atuação
compromissada. Logo Chagas; Brito; Klammer (2008, p. 4.325) defendem que,

[...] somente com o uso de cadernos e do quadro de giz a


difusão do saber escolar, não terá muito significado para
o jovem aluno, pois a tecnologia tem um impacto cada
vez maior na vida de todos os indivíduos. O professor
não é mais o único meio de acesso às informações.

Assim, o professor deve estar sempre se indagando sobre o seu papel e a


sua contribuição para uma construção verdadeiramente de qualidade aos alunos.
Para isto, é necessário que esteja atento as suas próprias práticas, se auto
avaliando constantemente e buscando refletir sobre suas próprias ações, assim
como, os próprios alunos também consigam perceber isso. Segundo (KAMII, 2002) a
40

auto avaliação apresenta-se como uma proposta pedagógica, que desenvolve um


trabalho, através do diálogo e da participação dos alunos, como forma destes
avaliarem a si mesmos de maneira autônoma, com relação ao seu desempenho em
sala de aula, assim, como do professor avaliar o desenvolvimento de seus alunos,
além da sua própria prática docente e como a tecnologia pode contribuir para isso.

A partir de tais reflexões, ele estará contribuindo para a autonomia dos seus
discentes, de maneira que eles compreenderão o processo de construção e
assimilação dos saberes estudados, percebendo então, a integração e articulação
dos conteúdos, numa perspectiva construtivista, possibilitando suas próprias
ponderações, bem como pela aprendizagem mediada pelas TIC´s.

2.3 PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A fim de melhor estruturar a pesquisa realizada neste trabalho, foi realizada


uma análise do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura em Pedagogia
de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada da cidade de Natal/RN. Esta
análise terá como propósito avaliar esta documentação, ou seja o PPC, um
documento que é construído de forma coletiva e que serve como base para
concepção e norteamento do curso da referida instituição. Além disso, verificar se
este documento apresenta no seu projeto, aspectos a respeito da importância das
tecnologias na sociedade, bem como os seus potenciais usos pedagógicos em sala
de aula, dos respectivos discentes, como também no decorrer das diversas
disciplinas que fazem parte da estrutura curricular do curso.

A respeito do Projeto Pedagógico de Curso, Sanches (2009, p.136) postula


que:

O Projeto Pedagógico de Curso deve ser compreendido


como o documento que deve ser construído
coletivamente pelos atores que participarão de sua
aplicação e no qual estão definidos os princípios que
orientam o processo de formação dos profissionais de
41

curso a que se referem, observando a realidade em que


estão inseridos, os referenciais filosóficos da instituição,
sua concepção política, econômica, científica e cultural e
sua orientação didático-pedagógica e técnica, ou seja,
orientado pelo Projeto Pedagógico Institucional.

Além disso, outros aspectos devem ser avaliados na formulação e concepção


de qualquer outro PPC que seja construído pelas diversas Instituições de Ensino
Superior (IES), levando em consideração as especificidades de cada curso, bem
como sua realidade. Tais aspectos são:

 Concepção dos objetivos do curso;


 Perfil do profissional a ser formado;
 Estrutura do curso: currículo, ementário, corpo
docente, corpo técnico-administrativo e
infraestrutura;
 Procedimentos de avaliação dos professores de
ensino e aprendizagem do curso;
 Instrumentos normativos de apoio (composição do
colegiado, procedimentos de estágio, TCC, etc.);
 Bibliografia básica;
 Instalações físicas necessárias. (SANCHES,
2009, p. 136-137)

Assim para o prosseguimento desta análise, a pesquisadora avaliou o


“PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA”,
composto por 114 páginas, protocolado com o número “GRA-PPC-2335-A”, datado
de “22/07/2013”, onde até o presente ano de 2015, não foi passado por nenhuma
revisão, portanto este encontrando-se ainda em vigor.

A fim de preservar a fonte desta pesquisa, não será divulgado o nome desta
IES. No caso de ocorrer alguma citação onde haja a identificação desta, a
pesquisadora substituirá pela sigla FMN.

Também foi apresentado nesta documentação a portaria para Autorização e


Reconhecimento do curso de Pedagogia, respectivamente, conforme PPC – FMN
(2013). São elas:
42

 Autorização: Portaria nº 2.161, de 16 de junho de 2005, DOU


20/06/2005.
 Reconhecimento: Portaria nº 22, de 12 de março de 2012, DOU
16/03/2012.

O sumário deste documento encontra-se descrito no Anexo 1 deste trabalho.


Ao realizar a leitura deste documento é perceptível que em determinados momentos
são citados trechos onde ocorre o incentivo sobre o uso das tecnologias para o
desenvolvimento dos discentes e sociedade, como ocorre no item “2.3 Finalidades e
Áreas de atuação” quando é relatado alguns tópicos. Dentre eles, cita-se este:
“incentivar práticas investigativas, visando ao desenvolvimento da ciência e da
tecnologia, da criação e difusão da cultura e o entendimento do homem e do meio
em que vive” (PPC FMN, 2013, p. 12).

Já no item “2.5 Diretrizes Pedagógicas” também são citados pontos que


informam ser implementados como diretrizes gerais. Ao lê-los, destaco o tópico que
trata sobre as metodologias, quando informa que serão utilizadas:

 Metodologias de ensino que promovam o


desenvolvimento de competências e habilidades
requeridas na formação integral do educando e na
sua formação para o trabalho, nas diversas
carreiras de nível superior; (PPC FMN, 2013, p.
15).

Dando continuidade à leitura deste documento também é possível encontrar


trechos bem interessantes que são pertinentes as exigências tecnológicas
contemporâneas que a própria sociedade impõe na formação profissional dos
indivíduos, conforme destaco o item “4.2 Histórico e Justificativa de criação de curso”
quando relata que:
No contexto atual, a sociedade passa por transformações
e evoluções científicas e tecnológicas e o pedagogo deve
possuir as competências necessárias para a construção
de uma cidadania com saberes que permitam enfrentar
os desafios, de forma crítica, consciente e
transformadora, comprometido com os valores éticos,
culturais, políticos e estéticos, tendo clareza do papel da
escola, do domínio dos conteúdos, de seus significados e
43

de sua articulação interdisciplinar, conhecendo os


processos de investigação para aperfeiçoamento da
prática pedagógica e gerenciamento do próprio
desenvolvimento profissional. Tais competências são
adquiridas pelo acadêmico do curso. (PPC FMN, 2013, p.
46-47)

Entretanto até o momento desta leitura não fica claro quais as competências
que serão necessárias e nem como estas permitirão uma evolução científica e
tecnológica para a sociedade, bem como para a formação do pedagogo serão
realizadas e alcançadas, ou seja, como as tecnologias efetivamente serão utilizadas
de forma mediadora e não mecanizada.

Logo, percebe-se que inicialmente este documento tenta retratar a


importância em acompanhar esta evolução tecnológica, através de novas práticas e
metodologias de ensino. Porém ao chegar no item “4.3 Objetivos do curso”, o que
antes havia sido colocado como importante, neste momento não fica claro qual o
papel das Tecnologias, quanto ao uso e domínio destas como novas metodologias
de ensino.

O Objetivo Geral do curso, é descrito da seguinte maneira:

Proporcionar uma adequada formação do profissional da


educação através de um amplo estudo de caráter
científico, humano, pedagógico, sociológico,
antropológico para atender as necessidades educativas
específicas do exercício da docência na Educação Infantil
e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos
de Ensino Médio de modalidade Normal e em cursos de
Educação Profissional, na área de serviços e apoio
escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam
previstos conhecimentos pedagógicos. (PPC FMN, 2013,
p. 49)

Já os Objetivos Específicos do curso, descrito em (PPC FMN, 2013), fazem


menção as ações de práticas educativas, no campo da transformação social; quanto
a priorização da dimensão pedagógica, como agregadora do processo de ensino e
aprendizagem; análise dos aspectos de planejamento em ensinos formais e não-
44

formais; a compreensão sobre o processo de inclusão, respeito a diversidade e


valores culturais; entretanto em nenhum momento retrata o papel das tecnologias no
âmbito escolar e de transformação social, para os discentes, nem a sua necessidade
atuação como futuros professores. Logo, como estes poderão utilizar e incorporar
novas propostas didáticas inovadoras na escola, se nem ao menos isso se mostra
de maneira mais clara, quanto a utilização das tecnologias?

Assim, um dos principais pontos deste PPC, ou seja, os objetivos do curso,


deixa a desejar no âmbito da utilização de tecnologias educacionais quanto ao que
se pretende atingir na formação do futuro pedagogo.

De tal modo, no decorrer da leitura percebe-se que alguns pontos se


contradizem, como por exemplo, no item “4.5 Campos de Atuação”, quando informa
que “esse profissional está habilitado a atuar em um mundo em constante
transformação, com novos paradigmas educacionais, pluralidade de conhecimentos
teórico-práticos, cuja consolidação se dá na respectiva formação docente”. (PPC
FMN, 2013, p. 53). Este pode até estar preparado para atuar no mercado quantos as
transformações teóricas na docência, porém ainda deixa em dúvidas se isto também
se mostra verdadeiro no campo das ações efetivamente tecnológicas, visto que nem
sequer isso fica claro nos próprios objetivos do curso.

Desta forma ao realizar a leitura deste documento foi possível verificar vários
pontos do projeto em que os termos: ‘tecnologia’, ‘tecnológicos’, ‘inovações’ e
‘informática’, são utilizados, porém de maneira muito genérica, não deixando claro o
papel das TIC´s na formação destes futuros pedagogos. Aliás esse termo TIC´s
(Tecnologia da Informação e Comunicação) em nenhum momento sequer é citado
no respectivo documento. Portanto se tornando totalmente contraditório ao cenário
educacional contemporâneo, quando enfatiza a utilização de mídias nos diversos
formatos tecnológicos.

De acordo o MEC (Ministério da Educação e Cultura), é uma exigência que as


IES´s deve se mostrar atentas a incorporação de recursos tecnológicos em novas
metodologias de ensino e formação docente ressaltando a sua importância nos
cursos de ensino superior.
45

É preocupação do Ministério da Educação e da


sociedade como um todo que esse processo de
incorporação de novos recursos e possibilidades, aliado à
ampliação da oferta, aconteça de forma tal que não
apenas restem preservados os melhores padrões de
qualidade já atingidos pela educação tradicional, mas que
também eles sejam aperfeiçoados. Neste sentido, a
incorporação de tecnologias e metodologias precisa
conduzir a ofertas que atendam aos mesmos padrões de
qualidade, independentemente da combinação de
recursos, presenciais, virtuais ou à distância, em cada
área de curso ou de cursos superiores oferecidos.
(BRASIL, 2002, p. 6)

Diante da referida orientação do próprio MEC, fica claro que com o


crescimento contínuo e transformações que a sociedade vem passando com base
na ciência e tecnologia, a educação também necessita realizar uma atualização em
seus equipamentos e nos conteúdos didáticos. Logo, se faz pertinente que os
docentes em formação, também estejam atentos a tais mudanças e as aplique
efetivamente. Assim, o PPC da IES pesquisada necessita melhor articular e deixar
claro, como as TIC´s serão incorporadas e de que forma poderão ser executadas no
seu projeto de curso e não apenas citá-las de maneira genérica ou quando estiver
descrevendo a infraestrutura por exemplo de laboratórios de informática, conforme é
ressaltado no item “9.2 Instalações Gerais” e nos subitens “9.2.4 Acesso dos alunos
a equipamentos de informática” e “9.2.5 Instalações e laboratórios”, onde destaco os
seguintes trechos:
“Os laboratórios contam com técnicos que auxiliam os alunos nas suas
dificuldades concernentes ao uso dos equipamentos e softwares. O técnico também
é responsável pelo controle de entrada e saída dos alunos.” (PPC FMN, 2013, p.
96). Diante do que se apresenta nesta citação, qual seria o papel do docente
formador?, como o próprio nome e cargo diz, os técnicos servirão apenas para tirar
dúvidas técnicas, como por exemplo, a autenticação de um login e senha de alguma
máquina, assim como as políticas de uso:
46

b) Política de Acesso e Uso: a utilização dos laboratórios


é atividade essencial para o curso tanto dentro da carga
horária como em outros horários, de acordo com a
organização de cada disciplina e da administração dos
laboratórios. As atividades em laboratório podem ser em
grupo ou individualizadas, com acompanhamento do
professor responsável pela disciplina, auxiliado por
monitores e pessoal de apoio.

c) Plano de Conservação e Atualização Tecnológica: a


conservação e atualização dos equipamentos são feitas a
partir de uma análise constante pelo pessoal técnico de
apoio, coordenadores de curso e demais professores
envolvidos, além do auxílio do pessoal da manutenção,
os quais verificam a necessidade de se adquirir novos
equipamentos e/ou atualizar os existentes. A atualização
dos softwares é feita também através de análise periódica
do pessoal técnico do NTI (Núcleo de Tecnologia em
Informática), consideradas as sugestões de professores
que utilizam os laboratórios como suporte para o
desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e
extensão. (PPC FMN, 2013, p. 97)

Ou seja, há a descrição da infraestrutura física de laboratórios da instituição,


que conta com 2 ambientes do tipo, sendo um deles destinado para o curso de
“Tecnologia em Redes de Computadores” e o outros de uso comum, entre os demais
cursos da instituição, assim, como o de Pedagogia.

A estrutura de laboratórios didáticos especializados foi


concebida para atender às necessidades de professores
e alunos do referido curso que incluem em seus
currículos disciplinas que necessitam de laboratórios para
as aulas práticas. (PPC FMN, 2013, p. 98)

Conforme foi descrito na citação acima, estes laboratórios também servirão


como suporte para o desenvolvimento de atividades práticas. Diante de tal fato, a fim
de buscarmos relatos concretos se isto realmente ocorre e como ocorre, foi realizado
com os alunos questionários com uma série de perguntas abertas e fechadas, dentre
elas, qual o real uso que os docentes realizam em suas aulas, assim como, se os
discentes também utilizam esse ambiente e como.
47

Umas das intenções é saber se o laboratório de informática também é


utilizado por professores com disciplinas que não são específicas ao uso de
tecnologias, como por exemplo, Tecnologia da Informação e Educação a Distância.
Visto que, é através de exemplos dos usos dos demais docentes, que muitos
discentes articularão também suas futuras práticas profissionais, sejam elas em
salas de aula ou não.

2.4 PORTAL ACADÊMICO

Diante das transformações ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico, o


professor, bem como, a educação não pode ficar alheia ao ritmo alucinante e
crescente do fluxo de informações aliadas as novas formas de ensinar e aprender.
Logo, a demanda educativa deixou de ser exclusivamente de uma faixa etária que
frequenta as escolas para ser necessidade do público em geral que devem estar
continuamente atualizados para o competitivo mundo do trabalho (PEREIRA, 2007).

Assim, de acordo com tudo que já vem sendo retratado no presente trabalho,
quanto a importância e real necessidade de uma formação docente significativa,
principalmente ao conhecimento dos diversos tipos de tecnologias educacionais
presentes na sociedade, será verificado qual o uso que se faz do portal acadêmico
da IES pesquisada neste estudo.

Esta análise tem como propósito verificar quais os recursos disponibilizados


para os discentes e docentes, assim como, o nível de interação destes, no sentido
de avaliar se mesmo nas situações diárias acadêmicas, o portal acadêmico permite
um grau de interação de modo passivo ou realmente participativo.

A figura 01 demonstra a interface principal do portal, que basicamente se


divide em cinco (05) áreas, são elas:

 Acadêmico;
 Serviços;
 Plano de Aula;
 Financeiro;
48

 Biblioteca.

Figura 01: Portal Acadêmico - Aluno

Assim, nota-se que o portal acadêmico se apresenta como um ambiente com


baixa interação, quanto aos recursos pedagógicos, que são disponibilizados, para as
disciplinas presenciais, servindo basicamente para os alunos, visualizar os planos de
aulas (cronograma de aulas), suas notas, frequências ou realizar o download de
materiais complementares que os professores venham disponibilizar no ambiente.

Além disso, também permite realizar consultas quanto ao acervo da


biblioteca, reserva e renovação, bem como, abrir chamados administrativos com a
secretaria da instituição.

Ao questionar informalmente alguns alunos, estes informaram que os únicos


recursos de interação, tais como blog, fóruns e questionários só estão disponíveis
nas disciplinas que são cursadas online, conforme pode ser visualizado na figura 02.
49

Figura 02: Portal disciplinas online - aluno

Para preservar a identidade do aluno que permitiu analisar o seu ambiente, os


seus dados pessoais e foto não serão revelados.

Assim, de acordo com a figura 02, verifica-se um ambiente com poucos


recursos, conforme havia sido explanado anteriormente. Para se ter acesso a esta
página, o aluno deverá clicar no link EAD, na aba “Acadêmico” da figura 01. Logo,
ele será redirecionado para um novo endereço, chamado de
<dol.domíniodaIES.edu.br>. A sigla dol, significa disciplinas online.

Indubitavelmente percebe-se que mesmo havendo poucos recursos de


interação pedagógica disponíveis no portal, ainda assim, estes apresentam-se como
insuficientes diante da diversidade de possibilidades de tecnologias que estão
disponíveis para a educação e que infelizmente é pouco aproveitado no portal
acadêmico em questão.

Ao realizar a mesma análise para o portal do professor, percebe-se que


praticamente os mesmos recursos são disponibilizados, conforme pode ser
visualizado na figura 03, onde são subdivididos em cinco (05) áreas. São elas:

 Acadêmico;
 Prova Colegiada;
 Plano de Aula
 Serviços;
 Biblioteca.
50

Figura 03: Portal Acadêmico - Professor

Basicamente a principal diferença no ambiente com perfil docente está na


Área Prova Colegiada. Nesta área o docente deverá cadastrar 20 questões
semestralmente, que serão armazenadas em um banco de questões da instituição e
que servirão para a elaboração da prova da 2ª unidade, chamada de Prova
Colegiada.

Essa prova é elaborada por um professor intitulado validador, que utilizará um


outro ambiente, através da intranet da IES, para gerar uma prova com questões
sorteadas pelo sistema, não significando portanto, que as 20 questões cadastradas
pelo professor, serão as mesmas utilizadas na prova que será gerada.
51

Portanto percebe-se que o portal se apresenta com poucos recursos


pedagógicos interativos, não possuindo assim, características de um Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA). “A expressão Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA) tem sido utilizada, de modo geral, para se referir ao uso de recursos digitais de
comunicação utilizados para mediar a aprendizagem” (VALENTINE; SOARES, 2010,
p. 15). Aprendizagem esta que poderá ocorrer em cursos com turmas presenciais ou
a distância. Dentre os recursos de aprendizagem destes ambientes, cita-se fóruns,
chats, avaliações, tarefas com envio de atividades com limite de datas e horários
para entrega, possibilidade de realização de enquetes, dentre outros, tornando-se
assim, um ambiente de construção e participação coletiva.

O Ministério da Educação, postula os Ambientes Virtuais de Aprendizagem


(AVA´s) como:

[...] programas que permitem o armazenamento, a


administração e a disponibilização de conteúdos no
formato Web. Dentre esses, destacam-se: aulas virtuais,
objetos de aprendizagem, simuladores, fóruns, salas de
bate-papo, conexões a materiais externos, atividades
interativas, tarefas virtuais (webquest), modeladores,
animações, textos colaborativos (wiki). (BRASIL, 2007, p.
11)

Demonstrando assim que esses conhecimentos são bastante pertinentes


como referências para formação acadêmica desse futuro professor, que necessita
estar apto a utilizar tais recursos, sejam eles como professores atuando em sala de
aula ou como alunos ainda em formação.

Assim sendo, a medida em que os discentes adquirem experiências com


esses recursos tecnológicos, estes estarão aliando teoria à prática tornando-os
discentes partícipes e efetivos do processo de construção de novas aprendizagens.

A ideia mais produtiva parece ser a construção de


ambiente que incite o estudante a tomar conta
autonomamente de sua vida estudantil. Deve servir de
referência sempre aberta e provocativa de recriação da
vida acadêmica. (MESSA, 2010, p. 13)
52

Neste ponto o ambiente acadêmico analisado deixa a desejar, pois não


permite que alunos, bem como, docentes aprendam na prática como utilizar
recursos tecnológicos de maneira pertinente e participativa.

Um ambiente realmente pertinente e participativo permitiria, por exemplo, que


um docente não postasse somente os seus materiais de aula, mas que estes
pudessem ter a possibilidade de criar questionários eletrônicos, permitir o envio e
recebimento de atividades, sejam dos diversos tipos; que permitissem que os
próprios alunos pudessem se comunicar online pelo próprio portal; que os
professores obtivessem relatórios sobre a quantidade de acessos que o aluno
realizou e o que fez durante esses acessos.

Infelizmente os poucos recursos pedagógicos interativos que estão


disponíveis no portal, só podem ser acessados pelas disciplinas online. Vale
salientar que nem todos os alunos do curso de pedagogia desta instituição cursam
disciplinas online, visto que estas só tornaram-se disponíveis para as turmas mais
recentes, onde tiveram a sua estrutura curricular modificada.

2.5 PERFIL DO EGRESSO

De acordo com todas as contextualizações já abordadas neste trabalho,


salienta-se que o egresso do curso de pedagogia, deve estar atento as
transformações ocorridas na sociedade, nos seus meios de produção e como a
educação está inserida nesse processo. Assim, esse indivíduo deve atuar de forma
justa, com responsabilidade, de forma a contribuir para formação social, cognitiva e
humana, de crianças da Educação Infantil ao Ensino Fundamental I, além de permitir
a atuação na modalidade de ensino, EJA (Ensino de Jovens e Adultos) e em outras
áreas onde haja a necessidade de conhecimentos pedagógicos, como por exemplo
em classes hospitalares, bem como em empresas.
Esse profissional em um ambiente escolar deve estar apto para o ensino das
disciplinas de: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes e
Educação Física nas séries iniciais de maneira interdisciplinar.
53

Além disso, deve propiciar o uso dos mais diversos gêneros de linguagens,
relacionando-as com os meios de tecnologias e comunicação aliadas com
metodologias didático-pedagógicas que permitam aprendizagens significativas.

Também deve relacionar as linguagens dos meios de comunicação à


educação, nos processos didático-pedagógicos, demonstrando domínio das
tecnologias de informação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens
significativas. Logo, isto deve ser produzido no período de formação do discente,
conforme estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB n.
9.394/96, no capítulo IV, da Educação Superior, Art. 43, quando retrata no inciso:

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação


científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
em que vive; (BRASIL, 1996, p. 20)

Segundo o perfil do egresso do PPC analisado verifica-se de que as


contextualizações citadas decorrente das exigências pedagógicas referente aos
vários campos de saberes adquiridos pelos discentes se fazem presentes no texto
deste documento, saberes estes que venham permitir a reflexão – ação – reflexão
dos diversos conteúdos e ensinamentos.

O Licenciado em Pedagogia formado pela Faculdade


está apto ao desenvolvimento do exercício da docência,
cada vez mais desafiador e exigente, quanto ao saber –
fazer, específico, da base de conhecimento desta
formação profissional. Esse novo profissional está
capacitado para atuar em um mundo em constante
transformação, com novos paradigmas educacionais,
pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja
consolidação necessariamente ocorre na respectiva
formação docente. (PPC FMN, 2013, p. 51)

Conforme citado anteriormente, as competências quanto as exigências


voltadas para o uso de tecnologias, não são tão claras, citadas de maneira muito
54

ampla, podendo ocorrer uma outra interpretação quanto ao seu uso, principalmente
quanto ao trecho da citação acima, “Esse novo profissional está capacitado para
atuar em um mundo em constante transformação, com novos paradigmas
educacionais [...]”. Será que nesses novos paradigmas está incluída uma educação
com uso de novos aparatos tecnológicos?

Segundo pesquisa realizada por Nowiski; Larocca e Rosso (2008, p. 10588),


ao analisar os documentos: DCN´s das Licenciaturas, DCN´s da Pedagogia e PPC
de um Curso de Pedagogia, buscou-se verificar o que tais documentos
responderiam sobre a seguinte questão: O que se espera do egresso do curso de
Pedagogia? A resposta veio através dos tópicos a seguir:

 Processo ensino-aprendizagem e
desenvolvimento do educando;
 Tratamento da diversidade cultural, étnica e racial;
 Uso de tecnologias;
 Desenvolvimento de práticas de pesquisa;
 Compreensão e atuação política;
 Trabalho em equipe.

Como se pode observar o uso de tecnologias se faz presente na resposta


dos documentos oficiais e que portanto, também deveria ser melhor esclarecido o
seu uso quanto ao PPC da IES analisada na pesquisa deste trabalho.

Logo, analisando-se estes documentos verificou-se que as Diretrizes das


Licenciaturas, no Art. 2° - inciso VI, orientam que o uso de tecnologias da informação
e da comunicação e de metodologias, devem ser utilizados como estratégias e
materiais de apoio inovadores. (BRASIL, 2002).

Já, as Diretrizes de Pedagogia, apresentam no Art. 5º - inciso VII que o


egresso deverá estar apto para

[...] relacionar as linguagens dos meios de comunicação à


educação, nos processos didático-pedagógicos,
demonstrando domínio das tecnologias de informação e
55

comunicação adequadas ao desenvolvimento de


aprendizagens significativas. (BRASIL, 2006. p. 2)

Essa relação de linguagens atreladas ao domínio das TIC´s não quer dizer
que se dará apenas no âmbito das disciplinas específicas a temática, mas pelo
contrário, essa relação deve haver durante o decorrer de toda a formação docente e
isto só será possível através da efetiva utilização por parte de todo o corpo docente
do curso.

Para que seja possível uma melhor noção sob a carga horária do curso
pesquisado, observa-se uma quantidade de 3.200 horas sendo 2.700 de disciplinas
obrigatórias, 300 horas de estágio supervisionado e 100 horas para o Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), segundo PPC (FMN, 2013).

As disciplinas obrigatórias são apresentadas na seguinte estrutura curricular


que se encontra no Anexo 2 deste trabalho.

Conforme destacado na cor laranja, deste anexo, somente nos 5º e 7º


períodos, nas disciplinas “Tecnologia da Informação” e “Educação a Distância”
respectivamente, os discentes cursarão módulos específicos para a atuação de
ferramentas tecnológicas no fazer pedagógico de sala de aula. Tais disciplinas
totalizam 120h, uma carga horária irrisória se for considerado a carga horária total do
curso.

Logo, esta pesquisadora enfatiza a importância da atuação dos docentes


formadores quanto a utilização dos diversos aparatos tecnológicos existentes no
mercado, para que estes possam ser utilizados em suas práticas desde as
disciplinas do 1º período. Desta forma, haverá uma articulação entre as
competências necessárias ao curso, assim como os “domínios das tecnologias de
informação e comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens
significativas”, conforme postula (BRASIL, 2006. p. 2)
56

2.6 PERFIL DOS PESQUISADOS

A fim de buscar respostas quanto a formação do professor e o uso de aparato


tecnológico nas suas práticas, esta pesquisadora, identificou um universo de 8
turmas do curso de pedagogia da referida IES, distribuídas no turno matutino e
noturno. No entanto para uma melhor abordagem quanto ao objeto de estudo,
escolheu como população-alvo, 6 turmas, do 5º ao 8º período, visto que de acordo,
com a estrutura curricular do curso, somente a partir do 5º período, os alunos
estarão cursando a disciplina “Tecnologia da Informação”.

De tal modo essas turmas estão distribuídas da seguinte forma:

Distribuição do Curso Pedagogia em 2015.2


Turno Matutino
Período Alunos matriculados
6º 15
7º 13
8º 27
Turno Noturno
Período Alunos matriculados
5º 25
6º 37
8º 80
Quadro 01: Distribuição de turmas do curso de pedagogia
Fonte: Sistema acadêmico da IES

Assim, diante desta população, esta pesquisa buscou utilizar o método de


amostragem, por meio de participação voluntária dos alunos avaliados para o
preenchimento das questões contidas no formulário eletrônico, onde obteve-se o
retorno de 51 questionários respondidos.
57

2.7 A PESQUISA EM SI

Para obtenção dos dados necessários à análise do objeto deste estudo, a


pesquisadora criou um formulário eletrônico, na plataforma Google Docs (Google
Documentos), recurso este disponibilizado para qualquer usuário que tenha conta no
Google.
Esse aplicativo encontra-se no Google Docs, um serviço
do Google que permite a edição colaborativa de
documentos. Destacamos como vantagens desse
formulário a sua apresentação, facilidade de uso e a
forma organizada e simples com que são apresentadas
as respostas. (MOZART E HEIDEMANN [20??])

A criação deste formulário eletrônico teve como propósito a substituição de


formulários ou questionários em papel, gerando assim a otimização de tempo, uma
melhor organização e comparação dos dados quantitativos, visto que estes já são
tratados em planilhas eletrônicas, bem como apresentados em formato de gráficos.

Além disso, permite o compartilhamento do próprio formulário através do


respectivo link que foi criado, ou seja, <http://goo.gl/forms/y8s8vBT0Zu> (link do
formulário aplicado na respectiva pesquisa, conforme pode ser observado no
APÊNDICE). Logo, a pesquisadora acreditou ser uma ótima oportunidade de utilizá-
los para uma melhor propagação, através de mídias eletrônicas tais como, emails,
redes sociais como Facebook, e compartilhamento entre grupos de mensagens
instantâneas, do tipo Whatsapp.

Diante da temática abordada no decorrer deste trabalho, a pesquisadora


achou por bem demonstrar na própria pesquisa, como ferramentas tecnológicas que
estão à disposição gratuitamente poderão ser utilizadas a favor da educação e de
pesquisas afins.

A divulgação do link ocorreu durante uma breve apresentação que a


pesquisadora fez às turmas que seriam sua população alvo, no período de 17 a 24
de novembro de 2015, explicando o objetivo da pesquisa. A participação e auxílio
dos professores e líderes de turma foram essenciais para a divulgação dos links, nos
58

grupos que as turmas tinham no aplicativo Whatsapp, além de grupos de Facebook,


e e-mails das respectivas turmas.
59

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Segue a apresentação dos dados coletados através dos formulários


eletrônicos aplicados aos alunos do curso de pedagogia, do 5º ao 8º período, dos
turnos matutino e noturno, da IES pesquisada, com as suas respectivas descrições e
interpretações.

3.1 PERFIL DOS PESQUISADOS

Gráfico 01: Idade dos pesquisados


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Gráfico 02: Gênero dos pesquisados


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

De acordo com os dados coletados, percebe-se que a população alvo dessa


amostragem é bem jovem, sendo a sua maioria composta por alunos entre 17 e 25
anos, representando assim 39,2% dos pesquisados conforme pode ser observado
no gráfico 01. Além disso, é indiscutível a presença maciça feminina no curso,
representando assim, 98%, conforme se visualiza no gráfico 02.
60

Gráfico 03: Período do curso dos pesquisados


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Gráfico 04: Turno em que estuda os pesquisados


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Ainda a respeito do perfil dos pesquisados, de acordo com o gráfico 03


verificou-se que a 68,6% estão cursando o último período do curso, ou seja, o 8º
período e que 52,9% dos pesquisados estudam no turno matutino, conforme se
encontra representado no gráfico 04. No entanto, conforme foi visto na Quadro 01,
enfatiza-se que ainda assim, o maior número de alunos matriculados na IES,
encontra-se no turno noturno, preferência essa justificada, pelos horários de
estágios e empregos que são adquiridos no decorrer da graduação, aumentando a
possibilidade de busca de emprego em dois turnos, ou seja, matutino e vespertino.

Mesmo havendo um maior número de alunos matriculados no período


noturno, durante a realização desta pesquisa percebeu-se uma maior participação
dos alunos no turno matutino.
61

3.2 DADOS AVALIATIVOS

3.2.1 Avaliação sobre tecnologias

A segunda parte do formulário aplicado diz respeito aos dados avaliativos,


onde foram divididos em quatro subitens, sendo o primeiro “Avaliação sobre
tecnologias”. Neste item foi elaborada a seguinte questão discursiva:

O que compreende por tecnologia?

(Realize uma breve descrição sobre o seu entendimento de tecnologia)

O principal objetivo desta questão era verificar qual a real compreensão que
os alunos possuíam sobre essa temática. De acordo com as respostas apresentadas
verificou-se que a grande maioria dos representantes dessa amostragem
apresentaram respostas semelhantes a estas:

 Tecnologia é um produto da ciência que envolve um conjunto de


instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas.
 A tecnologia é tudo que visa facilitar o dia-a-dia das pessoas. Está
presente em todos os âmbitos sociais.
 É tudo que passou por um processo de aprimoramento para melhor se
adequar as situações do ser humano e do dia a dia.

A grande maioria das respostas apresentou o conceito sobre essa temática,


porém, houveram algumas respostas onde verificou-se a associação do termo
tecnologia somente a produtos automatizados tais como computadores, celulares e
elementos de última geração. Como outras, que enfatizaram a associação com o
mundo digital, bem como, a substituição do homem pela máquina, conforme uma
das respostas apresentadas:

 Tecnologia é tudo aquilo que está voltado para avanços e descobertas


no mundo digital, os avanços da tecnologia provocam grande impacto
na sociedade. Pelo lado positivo, a tecnologia resulta em inovações
que proporcionam melhor nível de vida ao Homem. Como fatores
negativos, surgem questões sociais preocupantes como o desemprego,
62

devido a substituição do Homem pela máquina ou a poluição ambiental


que exige um contínuo e rigoroso controle.

Neste contexto, é importante deixar claro que as tecnologias ou máquinas,


não vieram para substituir o homem, porém é indiscutível que este precisou se
transformar, em busca de novos conhecimentos e habilidades necessárias para o
uso de tais tecnologias no seu cotidiano pessoal ou profissional. Assim como o
mundo se transforma, o homem também precisa se transformar. Ele encontra-se em
constante mutação.

Dando continuidade à percepção dos autores desta análise, foi solicitado que
de acordo com a lista apresentada, quais eles considerariam tecnologias. Os
resultados encontram-se no gráfico 05:

Gráfico 05: Itens considerados como tecnologia


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Diante destes resultados, é notório que a grande maioria ainda associa


elementos tecnológicos, com equipamentos eletrônicos ou elementos que auxiliem a
automatização, além de recursos digitais contemporâneos, como: controle remoto;
rádio; TV, projetor multimídia, smartphone, computador e tablet. Estes itens
estiveram entre 90.2% a 100% das respostas assinaladas como corretas. Entretanto
63

os itens: lápis de cor; óculos e caneta, que também são consideradas tecnologias,
pois são instrumentos que visam facilitar, solucionar problemas e trazer melhorias
para o homem, só obtiveram entre 41.2% a 45.1% das respostas assinaladas.

Desta forma deixando claro, que ainda não há uma compreensão totalmente
correta sobre o que venha ser tecnologia.

3.2.2 Avaliação do uso das tecnologias

Este subitem tem como propósito avaliar qual tipo de uso, os participantes
desta pesquisa fazem das tecnologias.

Gráfico 06: Frequência de uso da internet


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Gráfico 07: Locais em que acessa a internet


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Quando os pesquisados foram questionados sobre a frequência que eles


usam a internet, bem como os locais onde acessam foi observado que 88.2%
acessam a rede mundial de computadores (internet) todos os dias, como é
demonstrado no gráfico 06, assim como, a grande maioria destes participantes, ou
64

seja, 82% acessam, através de suas casas, de acordo com os dados do gráfico 07.
Logo, demonstrando assim que a maior parte dos pesquisados tem acesso a esse
recurso em suas residências.

Gráfico 08: Dispositivos que os pesquisados utilizam para acessar a internet


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Gráfico 09: Tipos de uso que os pesquisados realizam na internet


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Já quando os pesquisados foram questionados sobre os tipos de dispositivos


que fazem para acessar a internet, verificou-se que 51% acessam através de
computadores/notebooks, porém uma parcela também bastante significativa de
43.1% realiza esse tipo de acesso dos próprios smartphones, conforme é
demonstrado no gráfico 08.

Ademais, quando foi apresentada uma lista de itens sobre os tipos de uso que
estes fazem na internet, dentre as respostas assinaladas e demonstradas no gráfico
09, duas delas chamam bastante atenção. São elas: 92.2% usam para realizar
pesquisas acadêmicas, bem como, 66.7% destes pesquisados utilizam para acessar
Redes Sociais, do tipo Facebook.
65

O que conclui-se da análise dos gráficos 08 e 09 é que os pesquisados


possuem acesso constante a internet, principalmente de suas residências, através
de computadores e smartphones, onde estes instrumentos são bastante utilizados
para pesquisas acadêmicas e acesso a redes sociais, provavelmente para
comunicação em grupos da própria sala, bem como, para entretenimento social.
Portanto é perceptível que o gosto e uso do Facebook, poderia ser apresentado
como um novo recurso pedagógico a ser utilizado para formação docente.

3.2.3 Avaliação do Portal Acadêmico

Afim de compreender o real uso e recursos que os participantes dessa


pesquisa fazem do Portal Acadêmico, da referida IES analisada, serão apresentados
nos gráficos que segue, os questionamentos realizados aos participantes.

Gráfico 10: Frequência que os pesquisados acessam o Portal Acadêmico


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Gráfico 11: Tipo de uso que os pesquisados fazem do Portal Acadêmico


Fonte: Dados da pesquisa (2015)
66

Diante das questões abordadas no formulário sobre o Portal Acadêmico, os


participantes desta pesquisa foram questionados com que frequência eles acessam
o Portal Acadêmico. De acordo com os dados do gráfico 10, foi verificado que 41.2%
acessam o portal somente 1 vez por semana e somente 17.6% o acessam todos os
dias. Um percentual bem aquém para as expectativas de um ambiente acadêmico.

Para compreender melhor o porquê dessa porcentagem, é necessário


também avaliar o gráfico 11, que retrata os dados, onde foi solicitado que os
participantes assinalassem os itens, a respeito dos usos que eles fazem do portal
acadêmico. Dentre os itens com maior representação, tem-se: 84.3% para
realização de downloads de materiais enviados pelos docentes, em seguida, 64.7%
para verificação de notas e o terceiro item com, 43.1% para verificação de
frequências.

Levando-se em consideração que de acordo com os dados apresentados


anteriormente nos gráficos 06 e 07 respectivamente, quando foi informado que
88.2% acessam a internet todos os dias e que 82% dos participantes realizam o
acesso de suas casas, verifica-se que o portal acadêmico não demonstra ter
maiores atrativos, sendo então subutilizado meramente para consultas de notas e
frequências, bem como, para downloads de alguns materiais.

Dando continuidade as questões pertinentes ao Portal Acadêmico, também foi


solicitado aos participantes que eles relatassem:

Três (03) pontos positivos do Portal Acadêmico (fatores que você avalia como
bom uso).

Três pontos negativos do Portal Acadêmico (fatores que você avalia que
deveria existir ou deve ser melhorado).

Dentre as diversas respostas exibidas, aquelas que mais se assemelham


retratam que o Portal Acadêmico apresenta de positivo:

 Acesso a notas e frequências;


 Download de materiais;
 Abrir chamados e requisições para secretaria;
67

 Avaliação dos professores (Avaliação Institucional);


 Maior comodidade e rapidez no acesso.

Já quanto aos três (03) pontos negativos solicitados, as principais respostas


estão voltadas para as seguintes temáticas:

 Mudanças no sistema acadêmico (portal);


 Sumiço de materiais dos professores e notas que já haviam sido
postadas;
 Travamento e lentidão do portal;
 Demora no retorno quanto as requisições solicitadas via abertura de
chamados eletrônicos, tais como avaliação de certificados para carga
horária complementar;
 Não existe uma maior divulgação quanto a avisos de cursos
presenciais e EAD;
 Divergência na verificação do acervo da biblioteca.

3.2.4 Avaliação da formação docente para o uso das TICS

Prosseguindo nas análises, a respeito da formação docente para o uso das


TIC´s foi solicitado aos participantes que respondessem à seguinte questão
discursiva:
O uso das TIC´s (Tecnologias de Informação e Comunicação), em especial as
ferramentas de internet, podem melhorar a educação?

Elabore uma breve justificativa.

Ao realizar a análise das respostas apresentadas para essa questão,


indubitavelmente foi perceptível 100% dos participantes reconhecem que as TIC´s e
seus respectivos recursos são importantes para a melhoria da educação,
principalmente quantos aos processos de ensino/aprendizagem, bem como de
relações sociais. Dentre as principais justificativas que mais se assemelham, tem-se:
68

 O uso das TIC's na educação pode ser um recurso metodológico que


facilitará e auxiliará no processo de ensino e aprendizagem dos
educandos.
 É uma forma prática de ajudar nas atividades curriculares.
 Quando bem usada sim, pois o conhecimento só tem avançado, e a
tecnologia pode ser um forte aliado para a educação.
 Desde que os professores se especializem no manuseio das
ferramentas de internet.
 A inclusão de recursos digitais em salas de aula ajuda a aumentar a
comunicação entre estudantes e professores. Projetos desenvolvidos
por meio de blogs e aulas interativas incentivam a maior participação
dos alunos nas atividades escolares e proporcionam benefícios na
aprendizagem.
 Com certeza, pois estamos no mundo totalmente conectado, as
informações chegam até nós em milésimos de segundo, então
devemos estar totalmente atualizados para atender o nosso público
que estão envolvidos em redes sociais a todo o momento.

Entretanto, vale a pena salientar que os recursos das TIC´s não estão
associados única e exclusivamente ao acesso à internet, visto que há outras
possibilidades de uso, através de vídeos, músicas, TV, rádio, DVD´s, dentre outros
que não necessariamente podem ser digitais, mas que também podem se
apresentar como ótimas oportunidades em sala de aula, desde que sejam
planejadas previamente.

Gráfico 12: Utilização de mídia eletrônica para comunicação


Fonte: Dados da pesquisa (2015)
69

Quando questionados aos participantes, se as suas respectivas turmas


possuem algum canal (mídia eletrônica) utilizada como espaço de comunicação e
compartilhamento de informações, 100% dos pesquisados responderam que sim,
conforme pode ser observado no gráfico 12.

Ao responder essa questão positivamente, havia a seguinte questão


discursiva atrelada a ela:

O que levou a turma a criar esse novo espaço? Justifique.

Elabore uma breve justificativa

Dentre as principais respostas exibidas, sintetiza-se que este canal foi criado,
principalmente para:

 Haver uma melhor comunicação entre a turma e passar informações


relacionados a faculdade para o aluno através, do líder de sala.
 Ter uma comunicação mais rápida, principalmente nos finais de
semana e poder discutir sobre trabalhos e atividades desenvolvidas em
sala de aula por professores.
 Hoje em dia todo mundo tem celular ou alguma coisa que seja virtual,
então vimos a deficiência que as instituições têm e até as escolas,
então vimos a necessidade de fazer isso.
 Termos um grupo no Facebook, Whats App e e-mail. O grupo foi criado
a fim de podermos compartilhar informações acadêmicas, pessoais,
tiramos dúvidas um auxiliando o outro.

Conforme algumas das respostas apresentadas anteriormente e de acordo


com a análise feita, todas seguem para uma mesma direção, ou seja, facilidade e
rapidez na comunicação, principalmente quanto aos assuntos acadêmicos. Logo,
percebe-se que o Portal Acadêmico, novamente deixa a desejar, visto que não
apresenta nenhuma ferramenta de comunicação instantânea para as turmas,
portanto estas se veem obrigadas a buscar por novas alternativas de comunicação.
Tais alternativas poderiam ser consideradas e lançadas como um recurso
complementar ao portal acadêmico ou mesmo melhor trabalhado como recurso
70

pedagógico entre docentes e discentes, associando-os aos recursos de TIC´s,


presentes atualmente na sociedade.

Gráfico 13: Utilização de recursos tecnológicos pelos docentes


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Com efeito de avaliar qual a relação dos docentes formadores, durante o


decorrer da graduação das suas respectivas turmas, foi informado aos participantes
uma listagem com alguns recursos de TIC´s e quais eles assinalariam, como
aqueles que mais seus docentes utilizaram durante as suas respectivas aulas.

De acordo com o gráfico 13, aqueles que mais se destacam são: Power Point
com 70% de uso, vídeos com, 64.7% e com o mesmo percentual de 54.9%, o Word
e o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No entanto, é pertinente enfatizar de
acordo com a análise do gráfico 11, discutido anteriormente, onde verificou-se que
os participantes, associaram o principal uso do Portal Acadêmico, para consulta de
notas, frequências e download de materiais. Logo, percebe-se que esta utilização é
totalmente diferente, da proposta de um verdadeiro AVA, que apresenta, maiores
possibilidades e recursos de interação do que somente estes citados.

Portanto conclui-se que os participantes não sabiam o que seria um


verdadeiro AVA, confundindo-o com o simples uso que os professores faziam do
Portal Acadêmico, principalmente no tocante de compartilhamento de materiais das
disciplinas.
71

Gráfico 14: Qualificação para uso de recursos tecnológicos na educação


Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Ao questionar os pesquisados sobre se estes sentem-se preparados para o


uso de recursos tecnológicos nas suas práticas pedagógicas, 78.4% responderam
que sim, segundo dados do gráfico 14. Atrelada a essa pergunta, também havia uma
questão discursiva solicitando que justificasse, qualquer que tenha sido a alternativa
assinalada. Logo, como as justificativas positivas mais se assemelham entre as
respostas apresentadas, tem-se:

 O ser humano vive em uma constante evolução. Isso é um fato. É


inerente a qualquer indivíduo identificar e assimilar mudanças que
estão ao seu redor. É dessa forma que fomentamos a criatividade e
criamos inovações para as dificuldades do dia a dia.
 Vimos através da disciplina de tecnologia da informação como a
tecnologia deve nos ajudar na nossa caminhada pedagógica. Mas
devemos criar metodologias diferentes, pois a tecnologia pode ser só
tecnologia sem nenhuma mudança se nós não criarmos novas
metodologias para acompanhá-las.
 Me sinto preparada porque as tecnologias servem para auxiliar o
professor no fazer pedagógico. Me considero uma pessoa criativa e
considero que qualquer objeto que eu utilize para ministrar uma aula se
tornará uma tecnologia.
 Eu me sinto preparada para usar recursos tecnológicos em sala de
aula, para que as aulas sejam mais dinâmicas e pelo fato que esses
recursos facilitam o entendimento dos alunos.
 Creio que sim, nós educadores devemos sempre estar antenados com
as TICs, devemos utilizá-las não só para divertimento, mas também
72

para estudos. É assim que devemos mostrar aos nossos alunos, com
diversos instrumentos, como: celular, som, computador, data show,
além de ser uma forma acadêmica, se torna uma aula dinâmica.

Diante das respostas acima verifica-se que uma grande maioria se mostra
como apta para utilizar as TIC´s em suas aulas, como futuros docentes,
reconhecendo a importância de seus recursos, bem como, das exigências que se
fazem na sociedade atual. Todavia quando avalia-se o gráfico 13, quando foram
solicitados aos participantes desta pesquisa para assinalarem quais os tipos de
mídias que seus docentes formadores mais utilizaram em sala de aula, destacou-se:
power point, vídeos, word e AVA.

De tal modo, questiona-se: será que somente com esses tipos de recursos,
bem como acesso à internet que a grande maioria faz diariamente, utilizando-se
basicamente para pesquisas acadêmicas e acesso ao Facebook, esses discentes
realmente estariam preparados? Se ao analisarem as próprias práticas de seus
docentes formadores, não apresentaram algo tão diferente do que o já
tradicionalmente é utilizado em salas de aulas, principalmente no Ensino Superior?
Será que uma criança estará atenta simplesmente assistindo aula com um projetor
multimídia e uma Apresentação de slides? Ainda cabe questionar se estes discentes
dominam, por exemplo, algum recurso de produção de materiais (Prezi e power
Point, são exemplos disso) para criar uma aula atrativa? É algo que suscita dúvidas.

O tipo de formação que estes discentes estão tendo é uma formação inicial,
onde se destaca a figura do professor como especialista em uma ou várias áreas
disciplinares, sendo o domínio de conteúdos o objetivo fundamental da formação. Tal
estratégia acaba tornando o processo como mera transmissão de conhecimentos
científicos e culturais para dotar o futuro docente no domínio de alguns conceitos.

Uma das principais funções da educação é preparar o indivíduo para o


amanhã, para o futuro (como cidadão e profissional), então a compreensão e
domínio das TICs é uma exigência para futuros docentes, logo se torna fator
essencial já que a educação em uma sociedade aonde as TIC´s criam e recriam
cenários e paisagens culturais requer profissionais com capacidade de identificar as
73

mudanças, gerir informações, compreender as linguagens pelas quais as TIC´s


operam.

O professor neste cenário, conforme aponta Mercado (1999, p. 153)

[...] possui o papel de orientador dos educandos sobre


onde colher informação, como tratá-la e como utilizá-
la...O papel do professor é saber manusear as novas
tecnologias, se manter informado, estar sempre
procurando experiências bem sucedidas na área, que
possam desenvolver o novo, criando assim uma
interação professor – aluno – tecnologia.

3.3 PROPOSIÇÃO DE USO

A partir dos resultados apresentados nas análises que foram realizadas fica
claro que, os participantes dessa pesquisa têm plena condição de utilizar novos
recursos midiáticos, que possam ser propostos pelos professores, visto que a
grande maioria dos participantes tem acesso a internet de maneira facilitada em
suas residências, acessando-a através de computadores/notebooks e smartphones.
Logo seria pertinente que dispusessem a eles, um portal com um maior nível
de interatividade, além de proposições mais práticas quanto ao uso de tecnologias
como futuros professores, fugindo do tradicional power point, word, mas buscando
por novos recursos que a própria internet possibilita.

Dentre esses recursos, pode-se elencar: os AVA´s (Ambientes Virtuais de


Aprendizagem); os recursos gratuitos que são disponibilizados pelos próprio Google,
como o Google Sala de Aula, bem como as ferramentas do Google: documentos,
mapas, planilhas, livros...; assim como jogos educativos, criação de blogs,
participação em chats e porque não, criação de aulas, onde os alunos pudessem
produzir conteúdo coerentes aos estudados em sala de aula, através de mídias
sociais, tipo, Facebook, Instagran, Snapchat, de comunicação instantânea como
Whatsapp, já que de acordo com as análises apresentadas, muitos dos participantes
já utilizam essas mídias.
74

Além disso propor o aumento da carga horária da disciplina “Tecnologia da


Informação”, para que houvesse um melhor aproveitamento entre a discussão do
conteúdo teórico, mas também, uma carga horária específica para reconhecimento
de propostas de ensino prático. De acordo com a estrutura curricular em vigor, esta
disciplina encontra-se no 5º período. No entanto ao realizar esta pesquisa na IES, foi
de conhecimento que a estrutura curricular irá passar por uma reformulação e que
esta disciplina não será mais ofertada, presencialmente e nem virtualmente
(disciplina online).

No caso, será destinada somente a disciplina “Educação a Distância” que


atualmente é vista no 7º período, avaliar a temática sobre TIC´s, onde será
insatisfatório, visto que os conteúdos pertinentes a essas duas disciplinas são bem
distintos, portanto não havendo tempo hábil de ser trabalhado de maneira mais
efetiva.

Infelizmente quem perde são os alunos, que mesmo havendo cursado a


disciplina “Tecnologia da Informação” na estrutura curricular vigente, demonstraram
ter um pouco mais de apropriação “teórica” do que prática. Novamente estar-se-á
dificultando cada vez mais a formação de professores qualificados quanto ao uso e
apropriação dos aparatos tecnológicos, que atualmente já se encontram deficientes.
75

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Diante do exposto relatado na pesquisa desenvolvida para este trabalho,


percebe-se que as instituições de ensino necessitam estar atentas aos desafios e às
mudanças ocorridas na sociedade contemporânea, de forma a acompanhar o seu
desenvolvimento e contribuições, quanto ao uso das tecnologias na educação, bem
como, para o incremento de novas mudanças culturais e sociais. Estas também
devem ser analisadas em contextos pertinentes à formação na educação superior,
para que os alunos consigam enxergar a relação entre os embasamentos teóricos e
práticos contribuindo assim, para uma formação crítica.

Logo, é notório que as instituições de ensino superior e o profissional que não


estiverem abertos a esse processo tecnológico, não se mostrarão aptos às
demandas de formação do ser humano, como ser pensante, reflexivo e participativo.
Portanto, para que as instituições de ensino venham a trabalhar numa perspectiva
contemporânea, de forma a garantir e alcançar seu objetivo com êxito, faz-se
necessário que estejam sempre abertas ao diálogo, à auto avaliação, permitindo o
acompanhamento das mudanças necessárias tanto no âmbito filosófico, social e
cultural.

Assim sendo, percebe-se que as práticas pedagógicas empregadas pelos


docentes do ensino superior também contribuem essencialmente nesse processo,
devendo, portanto, serem planejadas e pautadas levando-se em consideração os
contextos sociais, culturais e profissionais dos alunos. Desta forma, é de extrema
importância que os docentes tenham consciência sobre o seu papel, para que
possam ser desenvolvidas práticas que coloquem o aluno como o centro do
processo de ensino-aprendizagem e que eles consigam se enxergar nesse processo
como indivíduos críticos e construtores de conhecimento.

Por conseguinte, cabe ao professor estar constantemente se avaliando e


buscando desenvolver as competências necessárias para a formação desses
sujeitos críticos e participativos, não os enxergando somente, como meros
repositórios de saberes que não precisam refletir sobre os conteúdos que estão
76

sendo ensinados. Logo, é necessário o comprometimento e um planejamento


docente sério e que esteja associado a uma lógica didática, que não deve ser
imposta, mas sim, pensada de maneira pertinente e motivadora, a fim de, ampliar a
autonomia, a construção e a aquisição de conhecimentos necessários aos alunos
inseridos em contextos de globalização, como se observa atualmente.

Ademais esta pesquisa também teve como fim analisar o Projeto Pedagógico
do Curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior Privada, da cidade de
Natal/RN, de modo a avaliar qual o destaque dado a temática Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC´s) para a formação acadêmica de futuros
professores, bem como, está se dando essa formação.

Para isto, foi necessário realizar uma análise, através de uma amostragem,
com discentes do curso, do 5º ao 8º período, dos turnos matutino e noturno. Para os
resultados dessa amostragem, foi realizada a aplicação de um questionário
eletrônico, no formato de formulário, criado através dos recursos do Google Docs
(Documentos), onde o link para o seu preenchimento foi divulgado em sala de aula,
bem como, através de compartilhamentos entre mídias sociais, em grupos, tais
como Facebook e Whatsapp, além de e-mails das próprias turmas. Assim, a
participação dos discentes desta pesquisa ocorreu de forma voluntária, durante o
período de 17 a 24 de novembro de 2015.

Como resultados da pesquisa, de acordo com as 20 questões em formato


abertas e fechadas, aplicadas no formulário, percebeu-se que a população alvo para
este estudo, mostrou ser jovem, com a média entre 17 e 25 anos, sendo quase uma
totalidade do sexo feminino. Além disso, possuem acesso à internet em suas
residências, principalmente acessando por meio de computadores e smartphones.
Também demonstraram ter conhecimento sobre a importância do uso das TIC´s na
Educação, embora ainda haja um percentual que associa o termo tecnologia a
aparatos eletrônicos.

No entanto, os pesquisados também relataram que o uso que estes fazem do


portal acadêmico, basicamente são para consultas de notas e frequências; download
de materiais e abrir chamados de âmbito administrativo (secretaria acadêmica). Para
77

eles o simples fato de utilizarem esses recursos no Portal Acadêmico, já


demonstraria que este teria características de um AVA (Ambiente Virtual de
Aprendizagem), quando isto não representa a realidade.

Por conseguinte, também relataram os usos que seus professores formadores


realizaram durante o decorrer do curso, havendo o uso maciço dos recursos power
point, word e vídeos. Quando os alunos foram questionados se se sentem
preparados para utilização de recursos das TIC´s em suas futuras salas de aula,
todos responderam que sim. Mas como poderiam se sentir preparados, tendo
somente utilizado esses poucos recursos durante a graduação? Tornando-se,
portanto, deficiente a vivência prática de demais aparatos tecnológicos.

Logo, foi notório avaliar que a forma como as TIC´s estão sendo trabalhadas
em sala de aula, na formação de futuros professores e ineficiente, pois demonstram
ainda o não domínio delas. Assim, se faz pertinente que a disciplina Tecnologia da
Informação é de fundamental importância para aquisição de novos conhecimentos a
respeito da temática e outros recursos, sendo recomendável o aumento da sua
carga horária para conteúdo dividindo-o em teóricos e práticos. Desta forma o curso
estará cumprindo um de seus papeis para uma verdadeira formação docente de
qualidade e não simplesmente a formação técnica, especialista quanto aos seus
saberes, esquecendo-o de como aplicá-lo.
78

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83

ANEXO 1
SUMÁRIO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO ANALISADO

1. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................... 4
1.1 Mantenedora ........................................................................................................................ 4
1.2 Entidade Mantida .................................................................................................................. 4
2. MANTIDA – FACULDADE “FMN” ...................................................................................... 5
2.1 Breve Histórico ..................................................................................................................... 5
2.2 Missão .................................................................................................................................. 11
2.3 Finalidades e Áreas de Atuação ........................................................................................... 12
2.4 Objetivos e Metas Institucionais ........................................................................................... 13
2.5 Diretrizes Pedagógicas ......................................................................................................... 15
2.6 Responsabilidade Social ...................................................................................................... 16
2.6.1 Programas institucionais de financiamento de estudos para alunos carentes .................. 19
2.6.2 Relações e parcerias com a comunidade e instituições .................................................... 19
2.6.3 Inclusão social e educação inclusiva ................................................................................. 21
3.INSERÇÃO REGIONAL .......................................................................................................... 24
3.1 O Estado do Rio Grande do Norte ....................................................................................... 24
3.2 A Capital – Natal ................................................................................................................... 27
3.2.1 População .......................................................................................................................... 29
3.2.2 Economia ........................................................................................................................... 30
3.2.3 Saúde ................................................................................................................................ 30
3.3 Contexto Educacional ........................................................................................................... 31
4. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CURSO ..................................................................................... 37
4.1 Identificação do curso ........................................................................................................... 37
4.2 Histórico e Justificativa de criação do curso ......................................................................... 37
4.3 Objetivos do curso ................................................................................................................ 49
4.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 49
4.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 50
4.4 Perfil do Egresso .................................................................................................................. 51
4.5 Campo de Atuação ............................................................................................................... 53
4.6 Formas de Acesso ................................................................................................................ 53
4.7 Organização Curricular ......................................................................................................... 54
5. ATIVIDADES ACADÊMICAS DO CURSO ............................................................................ 65
5.1 Atividades Complementares ................................................................................................ 65
5.2 Estágio Supervisionado ........................................................................................................ 67
5.3 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC .............................................................................. 69
5.4 Monitoria ............................................................................................................................... 71
5.5 Extensão ............................................................................................................................... 72
84

5.6 Iniciação Científica ............................................................................................................... 73


6. METODOLOGIA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ........................................... 74
6.1 Metodologia .......................................................................................................................... 74
6.2 Avaliação do Processo de Ensino-Aprendizagem ................................................................ 76
6.3 Alfabetização e Letramento .................................................................................................. 78
6.4 Integração do aluno à prática educativa ............................................................................... 79
6.5 Integração com os sistemas públicos de ensino Municipal, Estadual e do Distrito Federal. 80
7. ATENDIMENTO AO DISCENTE ............................................................................................ 81
7.1 Núcleo de Atendimento ao Educando (NAE) ....................................................................... 81
7.1.1 Apoio Psicopedagógico ..................................................................................................... 82
7.1.2 Mecanismos de nivelamento ............................................................................................. 83
7.1.3 Atendimento extraclasse ................................................................................................... 83
7.1.4 Acompanhamento ao egresso ........................................................................................... 84
7.2 Estímulos às atividades acadêmicas .................................................................................... 84
7.3 Programas de Bolsa ............................................................................................................. 85
7.4 Núcleo de Talentos ............................................................................................................... 86
7.5 Estímulos à Produção Acadêmica ........................................................................................ 86
8. ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA DO CURSO ...................................................................... 87
8.1 Coordenação do Curso ........................................................................................................ 87
8.2 Composição do Núcleo Docente Estruturante (NDE) .......................................................... 89
8.3 Conselho do Curso ............................................................................................................... 90
8.4 Corpo Docente ..................................................................................................................... 92
9. RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA FÍSICA ..................................................... 93
9.1 Recursos Humanos .............................................................................................................. 93
9.2 Instalações gerais ................................................................................................................. 94
9.2.1 Sala de professores ........................................................................................................... 94
9.2.2 Gabinetes de trabalho para professores ........................................................................... 95
9.2.3 Salas de aula ..................................................................................................................... 95
9.2.4 Acesso dos alunos a equipamentos de informática .......................................................... 95
9.2.5 Instalações e laboratórios .................................................................................................. 98
9.2.6 Laboratórios Específicos ................................................................................................... 99
9.2.7 Brinquedoteca ................................................................................................................... 100
9.2.8 Laboratórios de Ensino ...................................................................................................... 101
9.2.9 Biblioteca ........................................................................................................................... 102
10. AUTOAVALIAÇÃO .............................................................................................................. 104
85

ANEXO 2
ESTRUTURA CURRICULAR B DO CURSO DE PEDAGOGIA ANALISADO

SEMESTRES MATRIZ CURRICULAR CARGA HORÁRIA


/ PERÍODO
ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS 60 h
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 40h
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 60h

HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO 60h
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 60h
PEDAGOGIA E CARREIRA PROFISSIONAL 60h
DIDÁTICA I 60h
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 60h
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 60h

LÍNGUA PORTUGUESA I 60h
METODOLOGIA DA PESQUISA 40h
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 60h
TÓPICOS INTEGRADORES I 40h
DIDÁTICA II 60h
FILOSOFIA, ÉTICA E CIDADANIA 40h
LÍNGUA PORTUGUESA II 60h

LUDICIDADE E EDUCAÇÃO 60h
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 60h
RELAÇÕES INTERPESSOAIS 60h
TÓPICOS INTEGRADORES II 40h
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL 60h
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS 60h
EDUCAÇÃO INFANTIL 60h

LITERATURA INFANTIL 60h
METODOLOGIA DO ENSINO DA LÍNGUA 60h
PORTUGUESA
METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA 60h
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 60h
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 60h
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 100h
86

METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS 60h



METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA 60h
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA 60h
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 60h
TÓPICOS INTEGRADORES III 40h
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 60h
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 100h
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 60h

METODOLOGIA DO ENSINO DAS ARTES 60h
PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL 60h
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO 60h
ANDRAGOGIA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 60h
CURRÍCULOS E PROGRAMAS 60h
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 60h

EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS 110h
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 60h
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 50h
PROJETO DE DIPLOMAÇÃO I 50h
TÓPICOS INTEGRADORES IV 40h
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 60h
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE CULTURAL 60h
EDUCAÇÃO POPULAR 60h

ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 50h
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO 60h
GESTÃO PEDAGÓGICA 60h
PROJETO DE DIPLOMAÇÃO II 50h
DISCIPLINAS OPTATIVAS

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS (Disciplinas 60h


Optativas)
87

APÊNDICE

FORMULÁRIO ELETRÔNICO APRESENTADO NA PESQUISA


88
89
90
91
92
93

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